Farmácia
Portuguesa BIMESTRAL • N°175 • MAIO/JUNHO 08
ANF
Eleita nova estrutura associativa Maria de Belém Roseira e Pedro Nunes em entrevista
30
an
19 78 •
os
20 08
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦
1
2 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
Farmácia
Portuguesa
sumário
Maio/Junho de 2008 • Ano XXX • Nº 175 Publicação bimestral • ISSN 0870-0230 • DGCS 101528
Editorial Editorial
5
30º aniversário da Farmácia Portuguesa 30th anniversary of Farmácia Portuguesa
6
Eleita nova estrutura associativa Elected new associative structure
8
Entrevista com Maria de Belém Roseira Interview with Maria de Belém Roseira
22
Flashes Flashes
30
PGEU debate adesão à terapêutica PGEU discusses adherence to therapy
31
Entrevista com Dr. Pedro Nunes Interview with Dr. Pedro Nunes
38
Prevenção e controlo do tabagismo Prevention and control of smoking
44
Escola de Pós-Graduação - Projecto Farmacêutico do Ano Graduation - School - Pharmaceutical Project of the year
48
Informação terapêutica ‒ O Sol Therapeutical information ‒ The Sun
52
ANF - Universo empresarial ANF - Business universe
60
Laboratório RH HR laboratory
68
Consultoria fiscal Tax consultory
74
Consultoria jurídica Law consultory
76
os
20 08
8
Dossier ESTRUTURA ASSOCIATIVA De três em três anos, os sócios da ANF são chamados a pronunciar-se sobre a estrutura associativa, elegendo as equipas que, no terreno, irão contribuir para uma maior aproximação da direcção nacional às farmácias, contribuindo para que as decisões sejam ainda mais partilhadas e sustentadas.
31
PGEU debate adesão à terapêutica São vidas que se perdem e recursos de saúde e financeiros
80
que se gastam: é esse o custo da não adesão à terapêutica, um
Corta e cola Copy and paste
85
Cursos de formação Courses
87
Reuniões e Simpósios Meetings and Simposia
88
Cartoon Cartoon
89
Desta Varanda From this balcony
an
19 78 •
ELEITA NOVA
Farmacêuticos de língua Portuguesa reunidos em Cabo Verde Pharmacists of Portuguese language meet in Cabo Verde 35
Noticiário News
30
problema que preocupa o Grupo Farmacêutico da União Europeia e que esteve recentemente na origem de um debate em Bruxelas e de uma brochura em que é assumida e comprovada a mais-valia da intervenção farmacêutico neste domínio. Iniciativas em que a experiência
90
portuguesa esteve patente.
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦
3
Farmácia
Portuguesa
última hora
PROPRIEDADE
Todos juntos pela Saúde
III Congresso da Plataforma Saúde em Diálogo
DIRECTOR DR. FRANCISCO GUERREIRO GOMES SUB-DIRECTORES DR. LUIS MATIAS DR. NUNO VASCO LOPES COORDENADORA DO PROJECTO DRª MARIA JOÃO TOSCANO COORDENADORA REDACTORIAL DRª ROSÁRIO LOURENÇO Email: rosario.lourenco@anf.pt COORDENADORA REDACTORIAL ADJUNTA DRª ANA PATRICIA RODRIGUES Email: ana.rodrigues@anf.pt Telef. 21 340 06 50
Trabalhar em conjunto
Nacional de Saúde ‒ Mais Saúde para
é o desafio dos tem-
todos , Acessibilidade ao sistema de
pos actuais em qual-
saúde , Iliteracia em Saúde ‒ Melhor
quer sistema de saú-
informação, mais Saúde e Como po-
de e, em particular, no
demos trabalhar em conjunto são as
português. É um desa-
ideias a partir das quais a Plataforma
fio que deve compro-
propõe reflexão e debate.
meter todos os par-
Serão dois dias de interdisciplinarida-
ceiros e foi nesse pressuposto que a
de, de intercâmbio de perspectivas en-
Plataforma Saúde em Diálogo elegeu
tre pessoas posicionadas em diferentes
o tema Todos juntos pela Saúde
segmentos do sector e que, apesar de
como eixo central do seu terceiro
competências distintas, confluem num
congresso.
mesmo objectivo ‒ a Saúde.
Será em Setembro, nos dias 19 e 20,
É precisamente na diversidade que
dois dias para ouvir e interagir com
assenta a riqueza das propostas do
diversos especialistas na área da saú-
III Congresso da Plataforma Saúde em
de, mas também com os actores do
Diálogo. Mas para essa riqueza é indis-
sistema, entre autoridades, médicos,
pensável a participação dos farmacêu-
farmacêuticos, doentes e consumi-
ticos: afinal, sabem bem como é im-
IMPRESSÃO E ACABAMENTO RPO - Produção Gráfica, Lda.
dores, psicólogos, assistentes sociais
portante a interacção e a comunicação
Depósito Legal nº 3278/83
e voluntários. A reflexão será lançada
entre os diversos agentes da Saúde.
logo na conferência de abertura, su-
Os dias 19 e 20 de Setembro devem,
Periodicidade: Bimestral Tiragem: 5 000 exemplares
bordinada ao tema (In)capacidade
pois, ficar já reservados na agenda.
de trabalharmos em conjunto . E cul-
Até lá, receberão informação mais
minará na sessão de encerramento,
concreta e detalhada sobre o con-
com uma conferência que versará
gresso, sabendo que esta é uma
precisamente sobre o Modelo ideal
oportunidade de valorização indi-
para trabalharmos em conjunto .
vidual e profissional. Até porque a
Os quatro painéis em que este con-
premissa deste congresso ‒ Todos
gresso está organizado darão se-
juntos pela Saúde ‒ não se cumpre
guimento ao tema principal: Plano
sem os farmacêuticos.
4 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
PRODUÇÃO
Edifício Lisboa Oriente Av. Infante D. Henrique, 333 H, escritório 49 1800-282 Lisboa Telef. 21 850 81 10 - Fax 21 853 04 26 Email: farmaciaportuguesa@lpmcom.pt DIRECTOR DE PUBLICIDADE NUNO MIGUEL DUARTE nunoduarte@lpmcom.pt Tel.: 96 214 93 40 CONSULTORA COMERCIAL SÓNIA COUTINHO soniacoutinho@lpmcom.pt Tel.: 96 150 45 80 Tel.: 21 850 31 00 - Fax: 21 853 33 08 ASSINATURAS 1 Ano (12 edições) - 50,00 euros Estudantes de Farmácia - 27,50 euros Contacto: Margarida Lopes Telef.: 21 340 06 50 • Fax: 21 340 07 59 Email: margarida.lopes@anf.pt POWERED BY Boston Media
Distribuição
FARMÁCIA PORTUGUESA é uma publicação da Associação Nacional das Farmácias Rua Marechal Saldanha, 1 1249-069 Lisboa
www.anf.pt
editorial
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Nós e as tecnologias O nosso mundo da farmácia, do me-
compromete toda a ética que nos
do uma empresa de transporte que
dicamento, da saúde, vive mergulha-
sustentava.
leva a casa o que foi solicitado.
do e alimentado pela tecnologia que
Sem contacto presencial como vigiar
Estamos certos que outros portais
permanentemente evolui moderni-
a dispensa? Como conter o exagero
aparecerão disponíveis para as far-
zando-se, tornando mais acessíveis
da utilização ou a sua redução? Como
mácias uma vez que a criação e ma-
serviços e funções.
apelar, de forma convincente, ao re-
nutenção dum site actualizado com
A observação desta situação se, por
curso ao médico ou ao enfermeiro?
o respectivo ficheiro de produto
um lado fascina muitos de nós, por
No entanto, se a lei autoriza esta
completo é tarefa cara e homérica
outro complica o nosso desempe-
modalidade nada pior que ver os far-
para uma equipa isolada num ponto
nho dia-a-dia, uma vez que força, ela
macêuticos enterrarem a cabeça na
do país.
também, a uma actualização perma-
areia das lamentações deixando aos
Como quando aconteceu nos anos
nente.
outros, mal preparados, a apresenta-
80 com a informática, as tecnologias
As novas leis, dirigidas ao sector far-
ção de sites com as virtudes que a lei
e nós escolheremos o melhor cami-
macêutico, procurando liberalizá-lo
criou.
nho para nos adaptarmos e progre-
criaram um ambiente misto de ex-
O mundo farmacêutico português
dirmos.
pectativa ou iniciativa em si mesmo,
agita-se assim e já temos um grupo
cruzado de antagonismos.
de cooperativas do sul a apresentar o
Falamos hoje das vendas pela inter-
seu portal Farmácias on-line . É-nos
net aos utentes, quer em caso de
posto à disposição o trabalho de ins-
doença, quer noutras situações.
talação e manutenção dum posto na
Este modo de adquirir numa far-
internet onde os cibernautas pode-
mácia qualquer produto ou serviço
rão aceder tendo previsto e associa-
Francisco Guerreiro Gomes FARMÁCIA PORTUGUESA ¦
5
o00s8 n a 0 2 3 1978 •
30 aniversário da Farmácia Portuguesa o
Em ano de aniversário,
Logo na revista de Maio/Junho de
anos depois, com o envolvimento ac-
Farmácia Portuguesa
1989, a propósito do lançamento do
tivos dos farmacêuticos portugueses
mercado de genéricos em Portugal, se
nos diversos órgãos e fóruns euro-
dá continuidade à
sustenta que será uma inevitabilidade.
peus e internacionais. No antecessor
A legislação parece então pronta a ser
do actual PGEU e na Eurocophar, cuja
retrospectiva iniciada
publicada, mas uma acesa polémica
presidência por João Silveira e Luís
retardou a sua divulgação. Farmácia
Teodoro, respectivamente, é desta-
Portuguesa deixa, no entanto, uma
cada cinco anos depois e classificada
vez tendo como baliza
advertência: Estamos crentes de que,
como um prestígio para todos e um
temporal o período entre
tal como aconteceu noutros países da
contributo para a maior coesão e pro-
Europa, a legislação sobre genéricos
gresso do sector na Europa.
1989 e 1993. E o que
será em breve uma realidade . A ten-
Ao longo deste período, Farmácia
dência europeia assim o determinava
Portuguesa deu sempre destaque aos
decorre da leitura dessas
e assim aconteceu.
acontecimentos científicos e profis-
Ainda sobre a Europa, a revista lamen-
sionais que tiveram cunho nacional,
tava, em editorial de Janeiro/Fevereiro
quer pela organização, quer pela
crescente da importância
desse mesmo ano, que nenhum far-
participação activa. Como o encontro
da Europa, então no
macêutico português se tivesse can-
entre a OMS e organizações de farma-
didato ao cargo de secretário-geral
cêuticos de 27 países para debater o
formato Comunidade
do Grupo Farmacêutico da CEE. É que
programa mundial Saúde para todos
Bruxelas está cada vez mais próxima
no ano 2000 , o simpósio O medi-
Económica Europeia, nas
e influente nas políticas nacionais que
camento na Europa após 1992 , no
se vão aplicar à farmácia .
âmbito da presidência portuguesa da
Esta realidade viria a mudar poucos
CEE, e a Assembleia Geral do Grupo
há dois números, desta
páginas é uma consciência
decisões nacionais. 6 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
Farmacêutico, no Funchal.
propõe-se uma reflexão em sentido
Iniciativas que fizeram reflectir sobre a
contrário, sobre as desvantagens: A
evolução da profissão: A farmácia na
farmácia é um serviço de atendimen-
Europa após 1992 terá de se orientar
to personalizado que permite pôr à
cada vez mais no âmbito do medica-
disposição da população uma equipa
mento e da saúde. Não podemos dei-
de saúde especializada. Estamos e
xar confundir a farmácia com outro
fomos preparados para atender pro-
estabelecimento. Na farmácia, a po-
dutos cujo uso envolve risco. A lógica
pulação tem de encontrar disponibili-
desse estatuto levou-nos a criar regras
dade, rigor e competência profissional
de funcionamento que nos obrigam
em ambiente próprio, absolutamente
a 24 horas de atendimento diário. Se
inconfundível .
viermos a conseguir automatizar num
Uma preocupação que se mantém
ou noutro caso esse atendimento é
actual. E que, provavelmente, esteve
porque para nós tanto o risco como o
na origem de um alerta deixado no
horário se anularam .
número de Março/Abril de 1991. Os
Estava-se em 1991 (a revista era a
leitores são convidados a olhar para
de Setembro/Outubro). Precisamente
as prateleiras, gavetas e montras das
dois anos depois, a Professora Odette
da da percentagem sobre a factura-
farmácias face à constatação de uma
Ferreira corroborava esta posição, ao
ção. Foi aprovada em Março de 1990
opção:
Um crescendo muito sen-
escrever, a propósito do lançamento
na maioria das assembleias regionais
sível da parafarmácia . Em editorial,
do programa Diz não a uma seringa
e distritais e destinava-se a dar respos-
deixam-se algumas questões: Onde
em segunda mão : Se eu quisesse
ta aos condicionalismos que domina-
marcar a fronteira do nosso território?
disciplinar com máquinas a troca de
vam a distribuição de medicamentos,
Como dividir a nossa atenção entre
seringas usadas, podem crer que não
mediante a adopção de medidas que
o essencial e o acessório? Que inicia-
me lembraria dos farmacêuticos para
reforçam a operacionalidade da ANF
tivas se devem tomar para consoli-
propor esta experiência. Ela transmite
e obrigam a um esforço proporcio-
dar melhor a imagem da farmácia? .
um sinal de solidariedade e de calor
nalmente maior a todos os que estão
Questões pertinentes então como
humano para que todos soframos
envolvidos .
agora.
menos, reduzindo o contágio . Quinze
Foi uma proposta que suscitou crí-
Preocupação semelhante foi a que
anos depois, o programa mantém-se:
ticas, com a corrente que se opunha
rodeou a colocação de máquinas de
o número de seringas recolhidas é a
a este reforço a pedir um encontro
distribuição de preservativos no ex-
prova do sucesso.
nacional . Em Novembro acabou por
terior das farmácias. Na revista ques-
As páginas da Farmácia Portuguesa
se realizar uma assembleia geral, em
tionam-se os argumentos invocados
nos cinco anos aqui em retrospecti-
que a posição da direcção saiu mais
- liberdade dos utentes, ausência de
va foram também eco de decisões
reforçada: a participação atingiu ní-
taxas e de horários e até maior como-
difíceis que os associados foram cha-
veis muito superiores aos habituais e
didade da equipa da farmácia para se
mados a tomar. Como a de votar uma
a proposta foi ratificada por maioria.
dedicar a outras tarefas. Em editorial
proposta da direcção visando a subi-
Desafios sempre os houve. FARMÁCIA PORTUGUESA ¦
7
dossier Participação e renovação
Eleita nova estrutura associativa
De três em três anos, os sócios da ANF
- o 14, que abarca as farmácias do con-
Serão os elementos agora eleitos que
são chamados a pronunciar-se sobre
celho da Figueira da Foz. A participação
terão assento nas assembleias gerais de
a estrutura associativa, elegendo as
dos sócios resultou numa renovação
delegados, órgão resultante de recente
equipas que, no terreno, irão contribuir
significativa, sendo que a estrutura
alteração estatutária. Enquanto plata-
para uma maior aproximação da dire-
integra agora dez equipas totalmente
forma de ligação entre as farmácias e
cção nacional às farmácias, contribuin-
renovadas (16% do total). Outras 31
os órgãos centrais da associação, a sua
do para que as decisões sejam ainda
(51%) sofreram uma ou duas altera-
participação contribui para agilizar a
mais partilhadas e sustentadas.
ções, tendo entrado 66 novos elemen-
comunicação nos dois sentidos, daqui
Assim aconteceu em Maio último. Num
tos (individualmente considerados).
resultando uma maior confluência de
acto eleitoral que decorreu com toda a
Dessa renovação são testemunho os
interesses e uma maior coesão.
normalidade, registou-se uma partici-
21 novos delegados de círculo (34%
A existência de uma estrutura descen-
pação de 68 por cento dos sócios (de
do total) e 52 novos delegados de zona
tralizada, que cobre todo o território
um total de 2576 com direito a voto),
(43%). Em vinte equipas (33%) não se
nacional, tem permitido uma maior ar-
sendo que 859 não votaram.
verificou qualquer mudança. À esma-
ticulação entre a direcção nacional e as
O escrutínio dos sócios permitiu a
gadora maioria dos círculos concorreu
farmácias, fundamental em momentos
eleição de novas equipas em 61 dos
uma lista única, com a excepção a per-
decisivos para o futuro do sector.
62 círculos que compõem a estrutura
tencer a um dos círculos do distrito de
É essa a grande virtude da estrutura,
associativa, sendo que o processo não
Portalegre, em que se apresentaram
que, desde Maio, conta com o contribu-
está ainda concluído num dos círculos
duas listas ao sufrágio dos sócios.
to activo dos seguintes farmacêuticos:
8 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
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Estreantes
António Carvalho Pinto (Portalegre) Ana Cristina Gaspar (Gaia)
Uma alternativa pela participação
Pela qualidade Foi a primeira vez que António Carvalho É a qualidade que move Ana
sempre aberta e disponível. Conta
Pinto se candidatou à estrutura associa-
Cristina Gaspar, proprietária da
com o empenho dos delegados de
tiva da ANF. Protagonizou uma candi-
Farmácia Saraiva, em Avintes (Gaia).
zona, também estreantes: Estamos
datura alternativa num círculo (39) a
Recém-eleita delegada de círculo,
os três com vontade de fazer um
que concorreram duas listas. E venceu.
defende que este é o caminho: O
bom trabalho .
Foram questões próprias do círculo ,
que interessa é trazer para a farmá-
Há dez anos na farmácia comuni-
que não especifica, que levaram o pro-
cia mais serviços de saúde, de apoio
tária, Ana Cristina Gaspar defende
prietário da Farmácia Carvalho Pinto,
ao doente, desenvolver um traba-
a formação como uma forma de
de Galveias (Portalegre) a envolver-se
lho cada vez mais farmacêutico .
alcançar a qualidade. É essa a pos-
activamente nestas eleições. Fê-lo por
Este é um caminho que se percorre
tura que adopta na sua farmácia e
entender que estava na altura de mu-
com maior participação: Nós somos
que pretende manter como dele-
dar . E o que o motiva é, essencialmen-
a base, não podemos estar sempre à
gada. E, neste domínio, considera
te, a necessidade de uma maior partici-
espera da ANF, temos de continuar
essencial apostar na comunicação,
pação dos associados na vida da ANF.
a construir a profissão . Foi com esta
no diálogo, saber comunicar com
Ao longo dos anos, houve um afasta-
postura que aceitou o desafio para
os outros sem impor ideias . Na pri-
mento muito grande dos associados.
se candidatar: Até aqui nunca tinha
meira reunião do círculo, já agen-
Houve um afastamento da discussão e
ponderado essa possibilidade, mas
dada, terá oportunidade de aplicar
ainda hoje, apesar de estar mais diluído,
considerei que nesta altura não po-
esta filosofia. Será a primeira vez em
há uma certa dificuldade em discutir as
dia ficar de fora. Tem de haver uma
que todos os farmacêuticos de Gaia
questões . Na sua opinião, as recentes
participação mais activa e temos de
se encontrarão, mas a delegada não
mudanças legislativas tiveram o efeito
ser nós próprios a constituir uma
antevê dificuldades: é um círculo
de um abanão , gerando uma maior
mais-valia na nossa profissão .
consensual. Em cima da mesa es-
participação, o que é positivo .
É esta a mensagem que se propõe
tará a elaboração dos turnos, uma
Dos membros da estrutura agora elei-
passar enquanto delegada. O círcu-
necessidade nesta altura do ano,
tos, António Carvalho Pinto espera uma
lo é grande, mas todos se conhe-
mas Ana Cristina Gaspar gostava de
atitude dinâmica na apresentação dos
cem e estão habituados a reuniões.
abordar temas como a qualidade:
problemas de cada círculo na assem-
Espera, pois, que a comunicação
Neste momento, é decisiva para
bleia-geral de delegados. Acredita que
seja fácil e, pela sua parte, afirma-se
darmos um passo em frente .
assim será possível contornar o esvaFARMÁCIA PORTUGUESA ¦
9
dossier Estreantes
Tiago Galvão Pereira (Lisboa)
Contra a concorrência pouco saudável ziamento da assembleia-geral da ANF fruto da última alteração estatutária. A sua intervenção irá, precisamente, nesse sentido: o de analisar e discutir com as farmácias os problemas específicos do círculo e apresentá-los à assembleia. É preciso ter em conta - sublinha que a realidade da farmácia não é igual em todo o país: não o reconhecer tem sido - critica - um dos graves problemas da direcção da ANF no passado recente . Exemplo dessa disparidade são os horários de
Tiago Galvão Pereira é um defensor do espírito de grupo
abertura: uma questão que foi assumida no
por oposição a estratégias concorrenciais pouco saudáveis.
Compromisso com a Saúde mas que não foi
Estratégias que, com a nova era , viu florescer no círculo
abordada com as farmácias, tendo colocado
de que agora é delegado: a freguesia lisboeta de Benfica.
problemas às do interior. É o exemplo mais fla-
Reconhece que é um cargo sempre complicado de exer-
grante, mas há outros. A direcção actuou como
cer e um pouco ingrato , mas ainda assim decidiu avançar.
se desconhecesse esta realidade . Houve falta de
É crítico da gestão agressiva, fora do espírito que a ANF
informação .
tenta incutir nos associados , que reconhece no círculo, ca-
Quanto às questões mais específicas do distrito
racterizado por escassa comunicação e participação. É este
de Portalegre, destaca a enorme dispersão geo-
estado de coisas que se propõe contrariar, defendendo
gráfica. Estão definidos dois círculos, mas a forma
que haja uma estratégia minimamente comum, mais es-
como as farmácias estão organizadas dificulta a
pírito de grupo . Porque não é necessário que a afirmação
participação. Daí que António Carvalho Pinto de-
de cada um se faça por oposição aos outros .
fenda uma reformulação dos círculos. E com esse
Viu proliferar em Benfica uma concorrência pouco saudá-
objectivo propõe-se trabalhar em conjunto com
vel, contrária aos princípios do sector . E que, em sua opi-
o outro delegado de círculo e em articulação com
nião, não é necessária: Temos de nos afirmar pela positiva,
os associados. Do seu mandato espera que con-
sempre pela prestação de serviços e cuidados, sempre pela
duza a uma maior participação dos associados,
qualidade, nunca por outros caminhos. Se mostrarmos
com liberdade para discutir todos os assuntos.
como trabalhamos, mereceremos a receptividade dos
Uma democraticidade efectiva é a meta deste
utentes .
estreante na estrutura associativa da ANF.
Para mobilizar o círculo deu já os primeiros passos. Tentou
10 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
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Continuidade João Almeida (Porto)
A oportunidade de ouvir e ser ouvido
É assim que João Almeida, da
apelativa para as pessoas, que ali
Farmácia Morena, no Porto, olha
compravam directamente. Não en-
para a sua função de delegado de
contravam porém o aconselhamen-
círculo. Candidatou-se a um se-
to próprio das farmácias e foi esta
gundo mandato por entender que
vertente da intervenção profissio-
devia dar continuidade ao trabalho
nal que fez diluir o impacto daque-
desenvolvido nos últimos três anos.
les pontos de venda. Mas era uma
Um trabalho positivo, uma expe-
realidade muito entranhada, além
riência interessante , que lhe deu
de que os comportamentos não se
a oportunidade de transmitir aos
mudam de um dia para o outro.
colegas o seu ponto de vista sobre
Actualmente, a tarefa do delega-
a evolução do modelo de farmácia,
do é criar estímulos para mobilizar
mas também de levar até aos ór-
as farmácias. Uma tarefa que João
uma reunião plenária, mas não foi
gãos de cúpula da ANF as preocu-
Almeida assume pela segunda vez,
bem sucedido, pelo que enveredou
pações dos associados.
depois de um primeiro mandato
pelos contactos pessoais com o in-
Do círculo por que é responsável
muito peculiar, quase revolucio-
tuito de auscultar os colegas, per-
(um dos dois do distrito do Porto)
nário , marcado por sucessivas al-
ceber as suas ideias, o que os leva
diz que não difere dos demais na di-
terações legislativas. Espera agora
a tomar determinadas decisões e,
ficuldade de mobilizar as farmácias.
que haja espaço para outro tipo de
a partir daí, definir uma estratégia
Uma dificuldade que talvez seja
intervenção, nomeadamente para
comum. Sabe que terá de vencer
maior nas grandes cidades, onde há
conhecer melhor as mais de 60 far-
resistências, mas não vai desistir de
menos interacção com a comunida-
mácias do círculo.
unir as farmácias em torno da qua-
de, um menor contacto social com
É um trabalho que desenvolve,
lidade.
os utentes, o que poderá tornar as
como todos os delegados, paralela-
É o contributo que gostaria de dei-
farmácias mais reservadas no seu
mente à sua actividade profissional,
xar nos três anos de mandato. Até
espaço . No Porto há particularida-
mas que compensa. Porque sente
porque a ANF fornece tudo o que
des que levam tempo a extinguir.
que é uma voz ouvida, que a direc-
é preciso para trabalharmos bem.
Durante décadas, proliferaram pe-
ção da associação acolhe as pro-
É uma questão de querermos .
quenos armazenistas que faziam
postas e apoia os delegados. Não
Espera que haja receptividade e
descontos com que as farmácias
esconde que gostava de intervir
compreensão para as suas propos-
não podiam concorrer, dado que
mais , mas reconhece que a direc-
tas: Se sentir que perceberam a
as margens de comercialização são
ção tem de ter um olhar mais global
mensagem e que passaram à práti-
fixas. Era uma actividade ilegal, mas
do que particular .
ca já será um sucesso . FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 11
dossier Continuidade Marília Teixeira Lopes (Mirandela)
Maria Paula da Silva (Quarteira)
Remar todos para o mesmo lado
Um elemento aglutinador
Há já 16 anos que Marília Teixeira Lopes, proprie-
O círculo por que Maria Paula
Silva, proprietária da farmácia
tária da Farmácia da Ponte, em Mirandela, integra
da Silva é delegada estende-se
de Quarteira a que emprestou
a estrutura associativa da ANF. Como delegada
de Loulé a Vila Real de Santo
o nome, atesta que, sempre que
de zona ou de círculo, fá-lo, nas suas próprias
António. E, além da distância
existem problemas relevantes a
palavras, por amor à camisola e por considerar
geográfica, compreende uma
discutir e sempre que há neces-
fundamental que haja um elo de ligação entre
grande diversidade de reali-
sidade de tomar decisões rapida-
os órgãos centrais da associação e as farmácias.
dades, englobando farmácias
mente, consegue uma boa mobi-
Como delegada, o seu contributo visa a união
urbanas e farmácias rurais, far-
lização. Nas mais das vezes, para
das farmácias. É que não pode andar cada uma
mácias do interior e farmácias
abordar questões particulares,
a remar para seu lado , sobretudo em momentos
do litoral. Com necessidades e
opta por reuniões parcelares.
de agitação como os mais recentes. Sente que as
anseios diferentes, muitos de-
É certo que há momentos mais
farmácias se estão a aperceber da importância de
les nascidos da sazonalidade
complicados - como os que
estarem unidas, em defesa de interesse que são
própria de uma região turística
decorreram das recentes al-
comuns.
como o Algarve.
terações legislativas e da con-
Esta união assume contornos particulares em
É destas farmácias que se pro-
sequente estratégia da ANF -
Mirandela, círculo em que abriram recentemente
põe ser um elemento aglutina-
mas é perfeitamente possível
quatro parafarmácias. É um movimento contrário
dor , capaz de envolver as pes-
conciliar a função de delegada
ao que acontece em Bragança, sede do segun-
soas e merecedor de confiança.
com a actividade profissional.
do círculo do distrito, e que leva Marília Teixeira
Por isso se recandidatou a novo
A ligação é fácil , tanto com
Lopes a defender a união como resposta ao mer-
mandato, com uma equipa de
as farmácias do círculo como
cado. É para esta ideia que procura mobilizar as
delegados de zona semi-reno-
com os órgãos centrais da
farmácias, fomentando, nomeadamente, a par-
vada: um dos elementos é re-
associação: Tem havido uma
ticipação nas reuniões que propõe. Uma tarefa
cém-chegado, o outro entrou
boa articulação em ambos os
difícil, como reconhece. Não é que haja atritos ou
nas eleições anteriores. E recan-
sentidos. Para os próximos três
desacordos significativos, mas são poucos os que
didatou-se porque considera
anos, o objectivo é continuar o
comparecem. Talvez algum comodismo o justifi-
importante que os associados
trabalho desenvolvido, no sen-
que, talvez a distância - a delegada recorda que,
participem na vida da ANF.
tido da ajuda mútua para ultra-
apesar da melhoria de acessos, ainda há distân-
Defende mesmo que devem
passar as dificuldades e vencer
cias demasiadas a percorrer.
sentir necessidade de partici-
os desafios: Espero conseguir
Ainda assim, gostava de encontros mais partici-
par: afinal, trata-se de um mo-
manter esta aglutinação, este
pados. Esse é um objectivo para o qual conta com
vimento associativo que não faz
envolvimento. Porque é impor-
as duas delegadas de zona, novas na estrutura e
sentido sem participação.
tante estarmos todos juntos na
que - acredita - irão conferir uma nova dinâmica
O interesse não tem faltado
defesa dos nossos interesses e
ao círculo.
no seu círculo. Maria Paula da
do nosso futuro .
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Passagem de Testemunho
Isabel Laranjeira Pais (Leiria)
Pensar colectivamente A importância de pensar colecti-
fui passando à medida que essa
que facilita muito a resolução dos
vamente. Esta é a mensagem que
convicção se ia interiorizando , su-
problemas .
Isabel Laranjeira Pais deixa ao seu
blinha a proprietária da Farmácia
Questões pessoais - animicamen-
sucessor como delegado de círcu-
Laranjeira Pais, em Amor, distrito
te não estava em condições - le-
lo por Leiria. Uma mensagem que
de Leiria.
varam-na a considerar chegado o
retira da sua experiência de muitos
É que criticar é fácil, andar para a
momento de abrandar. E decidiu
anos - pelo menos 12 - na estrutura
frente é mais difícil .
passar o testemunho, até porque
associativa da ANF.
E para avançar entende que é ne-
esta é uma excelente altura, em
Quando entrou - recorda - não sa-
cessário espírito de trabalho colec-
que há muito sangue novo a entrar
bia muito bem ao que ia , mas en-
tivo , um espírito que procurou cul-
no sector . Está, no entanto, de
tendeu ser importante assumir uma
tivar nos sucessivos mandatos que
coração aberto para apoiar a nova
posição na associação, conhecer o
assumiu: Com bastante dedicação,
equipa, gente jovem que vai fazer
funcionamento, as motivações, a
sempre procurei unir o grupo, levar
o futuro .
estratégia.
as pessoas a terem noção do seu
Espera contagiar os novos delega-
Um conhecimento que a ajudou
posicionamento a nível profissional
dos com o seu entusiasmo, sabendo
a relativizar as críticas e a chegar
e da importância do envolvimento
embora que vão exercer o mandato
à conclusão de que o presidente
colectivo .
num contexto diferente, em que as
da direcção, João Cordeiro, é um
Foi uma experiência enriquecedo-
mudanças são constantes. Mas, por
homem de visão : Mesmo que no
ra, sobretudo ao nível das relações
isso mesmo, a imagem da farmá-
momento não se abarque tudo, a
humanas:
Aprendi a saber lidar
cia tem de ser muito preservada :
realidade acaba por lhe dar razão .
com as pessoas, a encontrar a pa-
Temos de estar unidas para que
Foi sempre esta mensagem que
lavra certa para a pessoa certa. O
possamos vencer as dificuldades .
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 13
dossier Passagem de Testemunho Madalena Nunes de Sá (Guimarães)
Temos de dar provas. Não basta ter mais serviços, é importante avaliar e medir, pois muitas vezes não chegamos a ter a noção do verdadeiro valor da nossa actividade . A Farmácia de Oficina não foi a pri-
delegada - primeiro distrital, depois
conferir mérito à direcção nacional:
meira paragem do percurso profis-
de círculo - , nove dos quais acumu-
É uma direcção mobilizadora. Se
sional de Madalena Nunes de Sá.
lando a presidência da Delegação
tivéssemos uma associação que se
Aqui chegou na década de 80, depois
Norte da associação.
limitasse a mandar-nos papéis não
de uma passagem pelas Análises
Desse tempo - afirma - só tem boas
teríamos evoluído tanto.
Clínicas que a levou, inclusive, a inte-
experiências: Aprendi muito . E viu
Mas a direcção nacional está muito
grar a direcção do respectivo Colégio
crescer um projecto associativo com
consciente dos desafios, tem tido a
da especialidade na Ordem dos
o qual se identificou desde a primeira
capacidade de ver ao longe, de ante-
Farmacêuticos.
hora: Houve uma grande evolução.
cipar o futuro .
Quando assumiu a Farmácia Nunes
A associação está completamente
É certo que, ao longo dos anos, foi pre-
de Sá, em Fermentões (Guimarães)
diferente e os próprios farmacêuticos
ciso enfrentar dificuldades, até porque
deixou-se de imediato entusiasmar
mudaram. Estão mais conscientes do
a evolução dos conhecimentos e das
com o projecto associativo da ANF.
seu papel na sociedade .
práticas é muito rápida: Mas temos de
De tal modo que durante 14 anos foi
Neste salto qualitativo não hesita em
estar preparados para o progresso, não
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O êxito não é uma dádiva, conquista-se nos podemos acomodar, temos de nos
tinuidade que recebeu um círculo
da da estrutura associativa, não vai
adaptar à nova realidade .
mais participativo do que a maioria,
abdicar da participação. Nem de con-
É preciso aproveitar as oportunida-
onde as farmácias são unidas . Para
tribuir - na sua farmácia e no círculo
des e usar as dificuldades para avan-
esta união contribui o facto de mui-
- para a união, a defesa dos princípios
çar. Há que evoluir, reflectir e agir
tos farmacêuticos serem, além de
conducentes à dignificação da farmá-
depois de reflectir . Estas são, em seu
colegas, amigos, o que proporciona
cia. Reconhece que o contexto actual
entender, características de um sec-
oportunidades de discussão dos te-
não é de facilidades , mas sustenta
tor que sabe que o êxito não é uma
mas que interessam ao sector. Este
que há oportunidades para avançar
dádiva, conquista-se com mudança e
hábito de participação facilita o tra-
e conseguir que a farmácia tenha
até com sacrifícios .
balho do delegado, mas Madalena
mais protagonismo .
Foi esta postura que Madalena Nunes
Nunes de Sá defende que até para
Os novos serviços são disso um
de Sá imprimiu à sua intervenção na
participar é preciso aprendizagem:
exemplo: Temos de dar provas. Não
dupla qualidade de delegada e pre-
Tem de haver um esforço inicial, de
basta ter mais serviços, é importan-
sidente da delegação. Com as farmá-
contactos mais directos. Depois, uns
te avaliar e medir, pois muitas vezes
cias do círculo sempre manteve uma
vão puxando pelos outros .
não chegamos a ter a noção do ver-
boa relação, muito embora reconhe-
E comparecem. É também a expe-
dadeiro valor da nossa actividade . E
ça que há uma atitude regionalista
riência que retém de nove anos à
é preciso que as farmácias se voltem
própria dos nortenhos que se revela
frente da Delegação do Norte da
mais para o exterior, para a comuni-
na profissão, como nos demais domí-
ANF. Orgulha-se de ter conseguido
dade, adoptando uma atitude activa
nios da vida. Não é, contudo, uma ati-
imprimir uma dinâmica grande, com
perante as instituições.
tude que subscreva: É uma realidade
eventos a suscitarem uma recepti-
Madalena Nunes de Sá é uma pes-
mas não a podemos valorizar. O país
vidade tal que, uma vez, chegou às
soa optimista. Considera mesmo o
é pequeno, temos de ter confiança
1200 inscrições. É quase impensá-
optimismo como uma condição para
uns nos outros .
vel , comenta.
evoluir. Acredita que o futuro dos far-
Catorze anos depois, decidiu dar lu-
Também com a direcção manteve
macêuticos depende deles próprios:
gar aos novos. Fê-lo por razões de
sempre um relacionamento
ópti-
Não valorizo as coisas fáceis , justifi-
índole pessoal, mas deixa o círculo
mo , assente na transparência e na
ca, para retomar a ideia de que o êxi-
bem entregue, a uma equipa de con-
frontalidade. Agora que está afasta-
to não é uma dádiva, conquista-se. FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 15
dossier Estrutura Associativa AVEIRO CÍRCULO 1, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. João Abel de Oliveira Lemos G. Novo, Farmácia Lemos, AVEIRO DELEGADO DE ZONA 1 Dr. Mário José das Neves Pereira, Farmácia Central, AVEIRO Delegada zona 2 Dra. Grácia Maria Vieira Rodrigues, Farmácia Rodrigues, OLIVEIRA DO BAIRRO CÍRCULO 2, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. José Alberto Mingocho Pinto Correia, Farmácia Higiene, ESPINHO DELEGADO DE ZONA 1 Dr. Carlos Jorge Silva Machado, Farmácia Machado, ESPINHO DELEGADA ZONA 2 Dra. Isabel Alexandra da Silva Costa, Farmácia Areal, SANTA MARIA DA FEIRA CÍRCULO 3, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. António Belmiro Gomes Pais, Farmácia Confiança, ALBERGARIA-AVELHA DELEGADO DE ZONA 1 Dr. Afonso Henriques Batista, Farmácia Afonso Henriques, ÁGUEDA DELEGADO DE ZONA 2 Dr. Vitor Manuel de Brito A. T. de Sousa, Farmácia Brandão Alves, AROUCA
BEJA CÍRCULO 4, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. José Orlando Fernandes Salgado, Farmácia Salgado, FERREIRA DO ALENTEJO DELEGADO DE ZONA 1 Dr. José Manuel Marujo Grazina, Farmácia Carapinha do Ó, BEJA DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria Violante M. Coelho Janeiro, Farmácia Faria, MOURA 16 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
CÍRCULO 5, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. Carlos Manuel Pancada Neves, Farmácia Ramos, ALMODÔVAR DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Margarida Isabel C. Silva Costa, Farmácia Popular, ODEMIRA DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria João Campos Nisa Pereira, Farmácia Aurea, ALMODÔVAR
BRAGA CÍRCULO 6, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. Carlos Alberto de Sá Esteves, Farmácia Lima, BRAGA DELEGADO DE ZONA 1 Dr. Carlos Miguel Pires F. R. Coimbra, Farmácia Adaúfe, BRAGA DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria de Fátima G. L. Ribeiro Barbosa, Farmácia Mota, VILA VERDE CÍRCULO 7, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. Fernando José Carreira Saraiva Monteiro, Farmácia Barbosa, GUIMARÃES DELEGADO DE ZONA 1 Dra. Heliana Jorge Fernandes P. Rodrigues, Farmácia Vieira de Castro, GUIMARÃES DELEGADO DE ZONA 2 Dr. Rui Pedro Neves Ferreira, Farmácia Neves Ferreira, CELORICO DE BASTO CÍRCULO 8, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. Carlos Jorge Figueiredo Ferreira, Farmácia Gavião, VILA NOVA DE FAMALICÃO DELEGADO DE ZONA 1 Dr. Hélder Filipe Sousa Mesquita, Farmácia da Estação, VILA NOVA DE FAMALICÃO DELEGADO DE ZONA 2 Dra. Ana Paula Carvalho Cruz e Silva, Farmácia Ana Silva, ESPOSENDE
BRAGANÇA CÍRCULO 9, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. João Manuel dos Santos Henriques, Farmácia Bem Saúde, BRAGANÇA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Maria Manuela Claro Casado, Farmácia Casado, VINHAIS DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Ana Maria Vaz Gonçalves, Farmácia Barreira, VIMIOSO CÍRCULO 10, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Marilia Teixeira Lopes, Farmácia da Ponte, MIRANDELA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Maria Raquel de Sá Miranda Moreno, Farmácia Moderna, MACEDO DE CAVALEIROS DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Isabel Maria R.S. da Luz , Farmácia Rainha, CARRAZEDA DE ANSIÃES
CASTELO BRANCO CÍRCULO 11, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. Jorge Manuel da Rocha Augusto, Farmácia Nuno Álvares, CASTELO BRANCO DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Emília da Piedade Pereira R. M. Barata, Farmácia Pereira Rebelo, CASTELO BRANCO DELEGADO DE ZONA 2 Dr. João Miguel Martins da Costa Baptista, Farmácia Farinha, SERTÃ CÍRCULO 12, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. Carlos Alberto Gama Tavares, Farmácia São Cosme, COVILHÃ DELEGADO DE ZONA 1 Dr. Mário Julio Leal da Cunha Gil, Farmácia Cunha Gil, PENAMACOR DELEGADO DE ZONA 2 Dr. João Augusto Faria Figueiredo Fonseca, Farmácia Pedroso, COVILHÃ
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COIMBRA CÍRCULO 13, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. Luis Miguel de Figueiredo Silvestre, Farmácia de Celas, COIMBRA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Maria Isabel Belchior, Farmácia Silcar, COIMBRA DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria Filomena Pereira da Cruz Miraldo, Farmácia Miraldo, CANTANHEDE CÍRCULO 14, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dra. Alexandra Margarida Caldeira Sousa A. Macedo, Farmácia Brito, FIGUEIRA DA FOZ DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Margarida Maria Henriques Pinheiro, Farmácia Faria, FIGUEIRA DA FOZ DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria Helena Borges Coutinho Fontão, Farmácia Vinha da Rainha, SOURE CÍRCULO 15, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Paula Inês Moreira Dinis, Farmácia Alva, ARGANIL DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Maria Estela A. Ferreira de Sousa, Farmácia Ferreira, COIMBRA DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria Jose da Silva Bolas Carniça, Farmácia Simões Ferreira,TÁBUA
ÉVORA CÍRCULO 16, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. José António Dias Ribeiro, Farmácia Ribeiro, VENDAS NOVAS DELEGADO DE ZONA 1 Dr. Manuel Fradinho Branco, Farmácia Branco, ÉVORA DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Mara Sofia Inácio P. Guerreiro, Farmácia Fialho, PORTEL CÍRCULO 17, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. Rui Manuel Morgado Aparício,
Farmácia Central, MOURÃO DELEGADO DE ZONA 1 Dr. José Manuel Pereira Moreira, Farmácia Moreira, ARRAIOLOS DELEGADO DE ZONA 2 Dra. Maria Dulce Miranda S. C. Gonçalves, Farmácia Alandroalense, ALANDROAL
FARO CÍRCULO 18, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Maria Paula Gonçalves Lopes da Silva, Farmácia Maria Paula, LOULÉ DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Maria Lucia Fernandes dos Santos, Farmácia Crespo Santos, FARO DELEGADO DE ZONA 2 Dr. Jorge Afonso Ferreira Santos, Farmácia S. Brás, SÃO BRÁS DE ALPORTEL CÍRCULO 19, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. José Carlos Nunes Duarte, Farmácia Rosa Nunes, PORTIMÃO DELEGADO DE ZONA 1 Dr. José Manuel da Silva Furtado, Farmácia Moderna, MONCHIQUE DELEGADO DE ZONA 2 Dr. Tiago Miguel dos Santos Pinto, Farmácia Santos Pinto, ALBUFEIRA
GUARDA CÍRCULO 20, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dra. Maria João Tavares Madeira Grilo, Farmácia da Sé, GUARDA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Maria Arlete Santos dos Anjos, Farmácia Anjos, GUARDA DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Carolina Maria Ferreira dos S. Mosca, Farmácia Central, SABUGAL CÍRCULO 21, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Ana Paula F. P. Cardoso Fernandes, Farmácia Manaia, SEIA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Isabel Maria Amaral Coelho, Farmácia Central, GOUVEIA
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20 08
DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria Raquel Milheiro Canhão André, Farmácia Moderna, VILA NOVA DE FOZ CÔA
LEIRIA CÍRCULO 22, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Dulce Helena C. Esperança Caçador, Farmácia Dulce Caçador, LEIRIA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Cristina Clara da Fonseca de Sousa, Farmácia Higiene, LEIRIA DELEGADA DE ZONA 2 Dr. Carlos Alberto Perez Pereira, Farmácia Baeta Rebelo, PEDRÓGÃO GRANDE CÍRCULO 23, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. João Manuel Eugénio Branco Lisboa, Farmácia Branco Lisboa , CALDAS DA RAINHA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Isabel Teresa Ribeiro Santos Laborinho, Farmácia Sousa, NAZARÉ DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria Teresa S. Belga de Oliveira, Farmácia Oliveira, ÓBIDOS
LISBOA CÍRCULO 24, ZONA 1 E 2
DELEGADO DE CÍRCULO Dr. Tiago Galvão Alves Pereira, Farmácia Benfica, LISBOA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Maria Alexandra O. C. T. F. Vaz Pereira, Farmácia Vitex, LISBOA DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Rosa Maria Pereira Dâmaso, Farmácia Zenel, LISBOA CÍRCULO 25, ZONA 1 E 2
DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Ana Celeste Martins Farinha Gil, Farmácia Cartaxo, LISBOA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Maria Madalena Vieira Neves, Farmácia Algarve, LISBOA DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria Teresa Paiões Lourenço, FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 17
dossier Farmácia do Largo, LISBOA CÍRCULO 26, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Isaura de Almeida Gonçalves Martinho, Farmácia de Marvila, LISBOA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Margarida Maria da Silva Vasconcelos, Farmácia Costa Borges, LISBOA DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria do Rosário Costa de Brito da Mana, Farmácia Nobel, LISBOA CÍRCULO 27, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Maria do Rosário B. S. Quintans Mota Capitão, Farmácia Paiva da Costa Lda., LISBOA DELEGADO DE ZONA 1 Dr. José António Janeiro Fialho, Farmácia Aurélio Rego, LISBOA DELEGADO DE ZONA 2 Dr. Pedro Miguel Mendes Martins, Farmácia Bom Sucesso, LISBOA CÍRCULO 28, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Glória Maria Miranda Vilas Boas, Farmácia Príncipe Real, LISBOA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Soraia Emerciana Pereira e Costa, Farmácia Estácio, LISBOA DELEGADO DE ZONA 2 Dr. Filipe João Faustino Duarte, Farmácia Braancamp, LISBOA CÍRCULO 29, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Maria Filomena da Fonseca Ferraz Leal, Farmácia Colonial, LISBOA DELEGADO DE ZONA 1 Dr. Filipe Miguel Esteves Murcho, Farmácia Bastos de Andrade, LISBOA DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria Cristina de Sousa A. M. Simões, Farmácia Castro, LISBOA CÍRCULO 30, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Maria dos Anjos C. G. Mendes Gomes, Farmácia Campos Gomes, TORRES VEDRAS 18 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Lídia Maria de Almeida Rocha R. Dias, Farmácia Rocha Dias, TORRES VEDRAS DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria Fátima Jorge Santos, Farmácia Oliveira e Silva, MAFRA CÍRCULO 31, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Maria de Fátima C. Baião Santos, Farmácia Baião Santos, SINTRA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Maria Teresa Miranda Garcia, Farmácia Tereza Garcia, SINTRA DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Isabel Maria da Silva Duarte, Farmácia Silva Duarte, SINTRA CÍRCULO 32, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Maria Manuel Mourão Grincho, Farmácia Grincho, CASCAIS DELEGADA DE ZONA 1 Dr. João Godinho da Silveira, Farmácia do Rosário, CASCAIS DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Lúcia Maria Castanheira Fontes Rocha, Farmácia Fontes Rocha, CASCAIS CÍRCULO 33, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Marta Adelina Almeida R. Pinto, Farmácia Marta, OEIRAS DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Gertrudes M. C. F. S. Pinto, Farmácia Santa Sofia, OEIRAS Delegada de zona 2 Dra. Mª de Lurdes Pereira C. Gameiro, Farmácia Dias, OEIRAS CÍRCULO 34, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Maria Manuela B. Nunes Bastos, Farmácia Nunes, AMADORA DELEGADO DE ZONA 1 Dr. Nuno Alexandre A. Machado, Farmácia Helénica, AMADORA DELEGADO DE ZONA 2 Dra. Lucia Martins Leal M. Pinto, Farmácia D. Joao V, AMADORA
CÍRCULO 35, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Helena Maria Nunes Gonçalves Lages, Farmácia do Prior Velho, LOURES DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Ana Maria da Costa Regadas Pires, Farmácia Nova de Loures, LOURES DELEGADO DE ZONA 2 Dr. Miguel Neto Portugal Ramalho Eanes, Farmácia Central, LOURES CÍRCULO 36, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Maria Clara M. O. Leitão Ribeiro, Farmácia Leitão Ribeiro, ODIVELAS DELEGADO DE ZONA 1 Dr. José Augusto Parreira Cardoso, Farmácia de Famões, ODIVELAS DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria do Carmo Lourenço, Farmácia Santo Adrião, ODIVELAS CÍRCULO 37, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Maria Gabriela Onofre M. Plácido, Farmácia Botto e Sousa, VILA FRANCA DE XIRA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Dora Maria Simão Miranda, Farmácia Miranda, AZAMBUJA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Marta Raquel Torres Salgueiro Baço, Farmácia do Forte, VILA FRANCA DE XIRA
PORTALEGRE CÍRCULO 38, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. André Alexandre Ladeiro Barrigas, Farmácia Freixedas, CASTELO DE VIDE DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Luzia Maria Filipe Valente Nabais, Farmácia Portalegrense,PORTALEGRE DELEGADO DE ZONA 2 Dr. Alexandre António Mendes Raposeira, Farmácia Mendes, GAVIÃO CÍRCULO 39, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. António João Carvalho Pinto,
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19 78 •
Farmácia Carvalho Pinto, PONTE DE SOR DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Maria Manuela de Santana Maia Leonardo, Farmácia Vaz, FRONTEIRA DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria Céu Silva Franco Fernandes, Farmácia Lux, ELVAS
PORTO CÍRCULO 40, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. João Alexandre Teixeira de Almeida, Farmácia Moreno, PORTO DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Mª da Conceição C. P. Carvalho Moreira, Farmácia de Santa Teresa, PORTO DELEGADO DE ZONA 2 Dr. Ricardo Augusto de Sousa V. Silva Alves, Farmácia Firmeza, PORTO CÍRCULO 41, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. João Alberto C. Correia da Silva, Farmácia Alves da Silva, PORTO DELEGADO DE ZONA 1 Dr. António Manuel Andrade Seguro Pereira, Farmácia Vasques, PORTO DELEGADO DE ZONA 2 Dra. Maria Manuela Pinto Santos Silva, rmácia Cosme Suc., PORTO CÍRCULO 42, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Cristina Maria Moutinho Marques, Farmácia Marques Ramalho, PÓVOA DE VARZIM DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Ana Cristina Ramos Neves Pinho, Farmácia Pinho, VILA DO CONDE DELEGADA DE ZONA 2 Dr. Francisco Manuel Cardoso de Faria, Farmácia Faria, SANTO TIRSO CÍRCULO 43, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Maria da Graça Bessa Cardoso, Farmácia Maria Adelaide, PAREDES DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Maria Angelina Alves Castro Neves, Farmácia Castro, GONDOMAR
DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Raquel Maria Barros da Silva Tavares, Farmácia Confiança, PAREDES CÍRCULO 44, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Ana Cristina Clarkson Gaspar, Farmácia Saraiva, VILA NOVA DE GAIA DELEGADO DE ZONA 1 Dr. António Alberto Lopes Alves Prata, Farmácia Couto, VILA NOVA DE GAIA DELEGADO DE ZONA 2 Dr. José Júlio da Silva Canedo, Farmácia Gândara, VILA NOVA DE GAIA CÍRCULO 45, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Maria de Lourdes Martins Vieira. Farmácia Cruzeiro, MATOSINHOS DELEGADO DE ZONA 1 Dr. Alfredo Lopes Veloso de Azevedo, Farmácia Lopes Veloso, MATOSINHOS DELEGADO DE ZONA 2 Dra. Irundina Maria de Moura Agante, Farmácia das Guardeiras, MAIA CÍRCULO 46, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. João Manuel Chaves Ribeiro, Farmácia Ribeiro, MARCO DE CANAVESES DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Helena da Conceição Lopes Freitas, Farmácia Helena Freitas, FELGUEIRAS DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Paula Maria Azevedo A. F. Carvalho, Farmácia Confiança, PENAFIEL
SANTARÉM CÍRCULO 47, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. João Pedro Pinto Gonçalves Nogueira, Farmácia Confiança, SANTARÉM DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Fernanda Maria Vieira L. Batista Ramos, Farmácia Ereirense, CARTAXO DELEGADA DE ZONA 2 Dr. José Emílio Batista de Almeida
os
20 08
Campos Coroa, Farmácia Higiene, ALMEIRIM CÍRCULO 48, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Ana Maria Bento M. Melo D. Santos, Farmácia Santos, ABRANTES DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Maria do Rosário S. F. F. S. Trincão, Farmácia Sousa Trincão, ABRANTES DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Manuela Maria Ferreira da Silva Quartau, Farmácia Manuela, OURÉM CÍRCULO 49, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Maria Margarida Valério de Oliveira, Farmácia Oliveira, VILA NOVA DA BARQUINHA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Mª Cristina B. M. Cabeça G. Cabral, Farmácia Joaquim Maria Cabeça, CHAMUSCA DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Paula Cristina Duarte Vieira, Farmácia Moderna, ALCANENA
SETÚBAL CÍRCULO 50, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. Valter Manuel da Conceição Gomes, Farmácia Marques, SETÚBAL DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Maria Lucília Ramos Farinha Pascoal, Farmácia Farinha Pascoal, SETÚBAL DELEGADA DE ZONA 2 Dr. Jorge Paulo B. Monteiro Telhada, Farmácia Monteiro Telhada, SINES CÍRCULO 51, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Isabel Maria Brás da Silva, Farmácia Braz da Silva, ALMADA DELEGADO DE ZONA 1 Dr. Gonçalo Gouveia Martins Paulino, Farmácia Central, ALMADA DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria Gabriela Vaz do Nascimento, Farmácia Vale de Figueira, ALMADA CÍRCULO 52, ZONA 1 E 2 FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 19
dossier DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Maria da Graça R. S. Rebelo de Campos, Farmácia do Vale, MOITA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Ana Paula Gomes Teixeira, Farmácia Teixeira, MOITA DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria Manuela Pinho Póvoas Godinho, Farmácia Povoas, ALCOCHETE CÍRCULO 53, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Maria Filipa Duarte Ramos Carmona, Farmácia do Vale, SEIXAL DELEGADO DE ZONA 1 Dr. António Nobre Guerreiro, Farmácia Nobre Guerreiro, SEIXAL DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Ana Rita Madureira Tavares Pereira, Farmácia Centro Farmacêutico, Lda, PALMELA
VIANA DO CASTELO CÍRCULO 54, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. Domingos Manuel Carvalho Costa, Farmácia das Neves, VIANA DO CASTELO DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Anabela Bartilotti de Almeida, Farmácia Central, VIANA DO CASTELO DELEGADA DE ZONA 2 Dr. Manuel Correia da Lage, Farmácia Correia Lage, VIANA DO CASTELO CÍRCULO 55, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. Luis Filipe Martins Alves da Silva, Farmácia do Mosteiro, PONTE DE LIMA DELEGADO DE ZONA 1 Dr. Paulo Manuel de Pina Vaz Sousa, Farmácia Central, ARCOS DE VALDEVEZ DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria Isabel Soares Casimiro Afonso, Farmácia Moderna, VALENÇA
20 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
VILA REAL CÍRCULO 56, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Suzana Margarida Branco Ribeiro Farmácia Almeida, VILA REAL DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Maria Manuela Tuna Ferreira, Farmácia Tuna Ferreira, VILA REAL DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Rosa Paula da Silva Files, Farmácia Paula Files , CHAVES CÍRCULO 57, ZONA 1 E 2 DELEGADO DE CÍRCULO Dr. José Manuel Morais Barata, Farmácia Douro, SANTA MARTA DE PENAGUIÃO DELEGADA DE ZONA 1 Dr. Fernando José Dias Pinto Rodrigues, Farmácia Arrochela, PESO DA RÉGUA DELEGADA DE ZONA 2 Dr. Rogério Manuel Barroso Martins, Farmácia Martins, VILA POUCA DE AGUIAR
VISEU CÍRCULO 58, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Lucilia Manuela de Oliveira Ribeiro Simões, Farmácia Confiança, VISEU DELEGADA DE ZONA 1 Dr. António Carlos Saraiva Cabral Costa, Farmácia Sousa Pais, VISEU DELEGADA DE ZONA 2 Dr. Hugo Emanuel Serrano Faustino Ângelo, Farmácia S. Miguel, TONDELA CÍRCULO 59, ZONA 1 E 2 DELEGADA DE CÍRCULO Dra. Isabel Maria Sacadura de Alvão Serra, Farmácia da Misericórdia Santo António, SÃO PEDRO DO SUL DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Maria Cristina M. S. e Melo Inocêncio, Farmácia Mota, SERNANCELHE
DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Maria Eugénia de Castro Pais Rito, Farmácia Eugénia Rito, SÃO PEDRO DO SUL
AÇORES CÍRCULO 60, ZONA 1 E 2 DELEGADO REGIONAL Dr. José Aires Vasconcelos Raposo, Farmácia Vasconcelos Raposo, PONTA DELGADA DELEGADA DE ZONA 1 Dra. Maria Filomena Almeida Borges da Ponte, Farmácia Borges da Ponte, RIBEIRA GRANDE DELEGADA DE ZONA 2 Dra. Margarida da Graça T. de Sousa, Farmácia Açoreana, PONTA DELGADA CÍRCULO 61, ZONA 1 DELEGADA REGIONAL Dra. Maria Jacinta Goulart Lemos de Menezes, Farmácia Menezes, ANGRA DO HEROÍSMO DELEGADO DE ZONA 1 Dr. José Guilherme Lopes Martins Janeiro, Farmácia Picoense, SÃO ROQUE DO PICO
MADEIRA CÍRCULO 62 DELEGADOS REGIONAIS Dra. Maria Beatriz Conceição M. Fernandes, Farmácia Fernandes, FUNCHAL Dra. Maria Fátima Figueira B. A. Gomes, Farmácia Lobos Mar, CÂMARA DE LOBOS
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 21
entrevista Um tempo para o di diálogo logo e um tempo para decidir Ex-ministra da Saúde Maria de Belém Roseira
É a causa pública que a motiva, quer na intervenção cívica, quer na vida políticopartidária. Em entrevista, faz uma retrospectiva sobre o seu mandato na Saúde para defender uma cultura da responsabilidade e lamentar que não haja a estabilidade necessária para que as reformas perdurem.
parlamen-
Farmácia Portuguesa (FP) - Foi mi-
financiamento em que foi possível,
tar, Maria de Belém Roseira elege
nistra da Saúde entre 1995 e 1999.
apesar disso, lançar um conjunto de
com orgulho as leis da Procriação
Que marcos elege como mais signi-
reformas que só agora estão a conhe-
Medicamente Assistida e do Tabaco.
ficativos do seu mandato?
cer o seu desenvolvimento.
De fora desta entrevista ficaram ques-
Maria de Belém Roseira (MBR) - Um
Foi possível marcar uma viragem
tões mais controversas da actualidade
mandato num ministério como o da
importante na forma de estar, desig-
legislativa: uma posição que justifica
Saúde é de tal forma intenso que se
nadamente a nível dos serviços pú-
com o respeito institucional devido
recordam quase todos os momentos.
blicos. Destaco, em primeiro lugar, o
a todos os que representa enquanto
Mas considero que foi um ministério
pensamento estratégico, em segun-
presidente da Comissão de Saúde.
marcado por muitas restrições de
do, uma cultura de responsabilidade
Do
22 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
seu
desempenho
30
an
19 78 •
através da contratualização e, em
Sabemos
que
qualquer
mudan-
garantir alguma estabilidade para
terceiro, uma abordagem dos recur-
ça suscita reacção em todo o lado,
que as reformas tenham tempo de
sos humanos como um recurso prio-
mas mais num país que tem medo
assentar.
ritário, a partir do que se definiram
de partir para aquilo que conside-
remunerações assentes na produção
ra o desconhecido. Não fazemos
FP - Um mandato de quatro anos
em qualidade e em quantidade ajus-
jus à nossa História: um povo dos
não é suficiente?
tada a incentivos.
Descobrimentos não deveria ter
MBR - É suficiente para levar a cabo
Outra marca que também considero
medo do desconhecido, mas a ver-
um conjunto de políticas, mas pode
essencial foi a modernização da ges-
dade é que reagimos bastante e com
não ser suficiente para dar continui-
tão pública através quer dos sistemas
muito receio a qualquer alteração.
dade às acções. É difícil conseguir em
locais de saúde, quer da alteração do
É, pois, preciso demonstrar que a
quatro anos, e sobretudo na época
estatuto dos hospitais, quer ainda
mudança dá bom resultado. Daí que
que foi, de fortíssima contestação,
das novas unidades de saúde fami-
as experiências tenham de ser limita-
que as reformas tivessem produzido
liar, com experimentação no terreno
das, controladas e avaliadas. E, nesse
efeitos para além da dimensão de te-
por via dos projectos alfa, uma pos-
sentido, penso que se produziu no
rem constituído projectos inovadores.
tura diferente nos cuidados de saúde
meu mandato um trabalho muito
Na minha opinião, há projectos que
primários.
importante.
acabaram e que não deviam ter aca-
Houve, desde o princípio, a noção de
O que acontece é que, em áreas
bado. É o caso da contratualização:
que a Saúde, pela sua especificidade
como a Saúde, em que as alterações
é uma exigência da boa governação
e dimensão, deveria ser um motor da
só produzem efeitos a longo prazo, é
dar um determinado retorno social
reforma da administração pública. E,
indispensável estabilidade política.
aos recursos de que dispomos. Acho
hoje em dia, aí estão muitas coisas
Quando digo política não é em ter-
que essa mentalidade não devia ter
montadas que resultaram da avalia-
mos de pessoas, mas de pensamento
terminado. Ainda foi recuperada no
ção das experiências então feitas, as
político. E isso nem sempre é possí-
primeiro mandato do ministro Correia
quais acabaram por perdurar, em-
vel, o que dificulta a dinâmica da re-
de Campos, mas é sempre delicado,
bora muitas vezes se esqueçam dos
forma.
quando partimos para métodos de
direitos de autor.
os
20 08
trabalho mais exigentes, fazer recuos. FP - Na Saúde, perpassa a ideia de
As resistências aumentam.
FP - Pode daí depreender-se que as
que as reformas se sucedem umas
reformas precisam de tempo para se
às outras e são até contraditarias. A
tornarem efectivas?
que atribui este fenómeno?
MBR - O que eu penso é que é sobre-
MBR - É precisamente porque não
tudo preciso experimentar primeiro
há estabilidade na gestão política.
para que, através da experimentação
Em relação a alguns eixos centrais,
de contestação social. Sentiu-a parti-
no terreno, se possam corrigir os as-
era indispensável que houvesse essa
cularmente dirigida ao seu ministério?
pectos que eventualmente careçam
estabilidade: a máquina é tão gran-
MBR - Era uma contestação mais
de correcção. Só então, depois se
de, as expectativas tão elevadas e as
ampla, fruto de uma grande viva-
terem captado as pessoas para os
relações com o sector da Saúde são
cidade sindical, por assim dizer.
benefícios dessa mudança, é que se
tão pautadas pelas emoções que era
Evidentemente que no Ministério
pode partir com tranquilidade para
bom que não houvesse uma oscila-
da Saúde há uma forte capacidade
uma mudança mais alargada.
ção permanente, há necessidade de
reivindicativa, porque a Saúde diz
Relações com a ANF foram transparentes FP - Exerceu o mandato numa época
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 23
entrevista muito a todas as pessoas e todos os
E isso suscita sempre, por parte dos
compromisso de se envolverem no
agentes do sector procuram exercer
interlocutores, uma atitude de que-
controlo e vigilância da doença, pro-
uma forte influência. Penso, sobre-
rer só diálogo, quando eu penso que
movendo o mais possível os compor-
tudo, que aconteceram métodos de
há um período para o diálogo e um
tamentos adequados e prevenindo
greve pouco legítimos. Foi o caso
período para a decisão. E eu nunca
comportamentos que a agravam.
da greve self-service, que veio a ser
abdiquei de tomar decisões, sobretu-
Isso é fundamental para que a pro-
considerada ilegal e que, em meu
do decisões que, em meu entender,
tecção seja reforçada.
entender, foi um erro estratégico da
defendiam o interesse público.
parte de quem a decidiu e liderou.
Nunca tive medo de decidir
Contribuiu para desprestigiar os
FP - Como foi o seu relacionamento
médicos e quando há desprestígio é
com a ANF?
mais difícil recuperar.
MBR - Sempre foram relações insti-
FP - Falou do governo que integrou
É, aliás, um problema que se tem vin-
tuições boas, assentes na transparên-
(liderado por António Guterres)
do a verificar em Portugal: há alguma
cia da negociação e no assumir das
como o governo do diálogo. O diá-
perda de prestígio das elites, o que
discordâncias. Não houve qualquer
logo é mais importante na Saúde do
é negativo para as instituições. É só
problema. Pelo contrário, tive a pos-
que noutros ministérios?
nesse sentido que faço esta referên-
sibilidade de montar alguns progra-
MBR - De facto, saímos de um gover-
cia: é muito importante que as pes-
mas inovadores em que a ANF foi
no mais impositivo para um governo
soas promovam a boa imagem, in-
parceiro. Recordo o programa da me-
que tinha a preocupação de ouvir as
dependentemente da reivindicação
tadona, o aprofundamento da troca
pessoas para as envolver. Eu, por natu-
dos seus direitos, que é mais do que
de seringas, que já vinha do mandato
reza, gosto de ouvir as pessoas, gosto
legítima e desejável num sistema de-
anterior, e o programa da diabetes.
de dialogar. Se reconheço que estão
mocrático. Mas não deve valer tudo
Este é, aliás, um programa que su-
certos não adopto a postura de consi-
para que os direitos sejam reivindi-
blinha o outro lado da responsabi-
derar que a razão só a mim assiste. Mas
cados, há limites e, se não são respei-
lização, o da responsabilidade dos
se considero que tenho razão, inde-
tados, acaba por funcionar como um
doentes em usar bem e com crité-
pendentemente dos argumentos dos
boomerang, de difícil recuperação
rio os recursos que a solidariedade
outros, não descanso enquanto não os
dos estragos.
social lhes disponibiliza. Penso que,
convenço dos meus argumentos.
para quem defende os sistemas de
Há algumas coisas em que reflicto há
FP - A greve self-service, protagoni-
protecção social, como eu, também
muitos anos e isso dá-me alguma fun-
zada pelos médicos, constituiu um
defende que os recursos colectivos
damentação. Aceito posições diferen-
momento tenso no seu relaciona-
devem ser usados com parcimónia
tes, mas gosto muito de convencer os
mento com os parceiros. Eram difí-
para poderem resistir aos impactos
meus interlocutores quando tenho a
ceis essas relações?
- que são muitos e grandes.
convicção profunda de que a razão me
MBR - Não digo que fossem difíceis.
Quando pedimos alguma coisa ao
assiste. Não considero que se devam
Foi uma época em que se saiu de um
esforço colectivo devemos dar o
adiar sistematicamente as decisões só
governo que era considerado muito
nosso contributo individual: no caso
porque não há acordo. Há uma altura
autoritário para um governo que foi
da diabetes, trata-se de os doentes
em que é indispensável decidir e isso
considerado o governo do diálogo.
ter acesso a mais protecção com o
nunca tive medo de fazer.
24 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
30
an
19 78 •
os
20 08
Papel do Estado deve ser estratégico
FP - O problema crónico da suborça-
serviço do mandato. Se o fizer será
mentação torna o diálogo mais difí-
muito bom.
cil ou ainda mais importante?
É um facto que é um mandato muito
MBR - Os parceiros que mais proble-
específico, no fim de um ciclo legisla-
FP - Que desafios enfrenta o SNS?
mas poderiam ter tido com a não
tivo. Mas, de qualquer das formas, o
MBR - Os desafios são conhecidos
priorização financeira do ministério
que posso desejar é as maiores ven-
e decorrem da necessidade de sa-
foram sempre muito compreensivos
turas no seu exercício.
tisfazer expectativas cada vez mais
em relação às dificuldades. Nunca fui
Sempre o fiz, mesmo em relação a
elevadas,
confrontada com ameaças de falta
pessoas de outras esferas políticas. É
avanços científicos e tecnológicos
de fornecimentos, com tomadas de
natural que haja divergência em rela-
sem precedentes e pelo próprio su-
posição radicais, como aconteceu
ção a pessoas de outra área ideológi-
cesso dos sistemas de saúde. Estes
com governos posteriores.
ca e que as soluções que apresentam
factores permitem uma esperança
Foi uma conjuntura que teve vários
sejam diferentes, mas se tiverem su-
de vida que era uma miragem há 50
protagonistas e foi um mandato que
cesso, todos beneficiamos.
anos. É natural que haja uma pres-
proporcionadas
pelos
são crescente sobre os sistemas e
marcou. Sou juiz em causa própria, mas penso - pela maneira como me
FP - Mencionou, a propósito do pro-
que haja cada vez mais dificuldade
continuam a tratar e a querer conhe-
grama da diabetes, a solidarieda-
em dar tudo a todos, sendo o tudo
cer a minha opinião sobre muitos as-
de colectiva. Encara-a como um
as expectativas das pessoas.
suntos - que deve ter marcado pela
princípio básico nos sistemas de
O sistema de saúde contribuiu para
positiva.
saúde?
dar valor à vida quando conseguiu
MBR - Todos os sistemas de pro-
superar
FP - E a diplomacia é necessária?
tecção social universal assentam
mortalidade infantil e transformar
Recordo que, ao comentar a nome-
na solidariedade colectiva - é assim
doenças mortais em doenças cró-
ação da actual ministra, disse que
na Segurança Social, na Saúde e
nicas. Só não se descobriu ainda
é conhecedora das matérias, mas
na Educação com o sector público.
a vida eterna, nem sei se deve ser
também diplomata...
Porque cobrem aspectos básicos da
um desejo a satisfazer. Mas o que é
MBR - Eu disse que a ministra tem
nossa vida.
um facto é que, à medida que vão
grandes qualidades humanas e isso é
Entendo que devemos usar com
sendo resolvidos os problemas de
muito importante. Numa área como
critério, não para além do que é ne-
saúde, há um pouco a convicção de
a Saúde precisamos de ter capacida-
cessário, o que nos é disponibiliza-
que a vida não é uma doença mor-
de para perceber que as decisões que
do pela solidariedade colectiva para
tal e isso acaba por condicionar o
tomamos têm impacto em pessoas,
garantir que ela se mantém.
sistema.
as mais das vezes muito fragilizadas.
Há muito quem fala mal do Modelo
É bom que exista a noção desse im-
Social Europeu quando, em meu en-
FP - Como se conciliam expectativas
pacto.
tender, é uma marca civilizacional
crescentes com recursos finitos?
E uma médica pediatra e com grande
distintiva da Europa, é o seu código
MBR - Só se conciliam em termos de
experiência na gestão de serviços da
genético e pode mesmo fazer com
uma grande participação das pes-
administração pública evidentemen-
que a Europa tenha um papel impor-
soas. A Saúde é uma das áreas em
te que pode colocar esse capital ao
tante no domínio da globalização.
que a democracia participativa é
taxas
elevadíssimas
de
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 25
entrevista muito importante, para a definição
incorporação de capital humano al-
do futuro, designadamente da medi-
das prioridades. É mais fácil definir
tamente diferenciado.
cina regenerativa. E não termos legis-
o que não deve ser pedido aos sis-
A Saúde é um valor, um mundo mui-
lação específica correspondia a uma
temas de protecção social do que o
to vasto que não deve ser entendido
vulnerabilidade que considerava que
contrário e devemos reflectir sobre
como um sistema prestador, mas
não devia existir.
isso.
como algo extremamente complexo
Já na Assembleia da República apre-
Estamos enquadrados num espaço
que sustenta a saúde das pessoas
sentei um projecto-lei que tinha
europeu e haverá tendência para
mas também é um bem com expres-
como base o primeiro diploma mas
alguma uniformização das presta-
são económica. E pode ser um sector
que foi incorporando algumas alte-
ções. Ao período inicial da cons-
exponenciador da boa imagem do país
rações e actualizações, até que foi
trução europeia, da liberdade de
se houver capacidade estratégica.
possível nesta legislatura fazer final-
estabelecimento e de circulação das pessoas para exercício das profissões, passar-se-á a um período de liberdade de circulação para aceder
Leis deviam ter nome do autor
mente esse trabalho, agendá-lo para discussão na generalidade. Presidi ao grupo de trabalho e envolvi-me muito nesse projecto. Foi um proces-
a prestações de saúde. Acredito que
FP - Como deputada, criou recen-
so muito aprofundado, até porque
haverá, pelo menos, uma grande
temente uma página pessoal. Nela
incluía matéria melindrosa do pon-
pressão nesse sentido.
surgem como destaques as leis da
to de vista ético, das convicções das
Procriação Medicamente Assistida e
pessoas.
FP - Que lugar antevê para os pres-
do Tabaco. Foram vitórias pessoais?
Mas permitiu-nos ter a lei que con-
tadores privados nessa dinâmica?
MBR - De facto, são duas matérias
siderava indispensável que tivésse-
MBR - O nosso sistema de saúde tem
que me motivaram e suscitaram o
mos. E o facto de ter sido tão atrasada
uma vertente essencial, estratégica,
meu interesse e empenho. No que
possibilitou que estivesse actualizada
que cabe ao SNS e que tem rela-
respeita à Procriação Medicamente
em relação a algumas áreas, nomea-
ção com o sector privado e com o
Assistida, foi uma lei que comecei
damente os limites à investigação
sector social não lucrativo. É uma
por apresentar ao parlamento como
com embriões. Foram muitos anos
articulação que deve ser feita em
proposta de lei na altura em que era
de envolvimento e tive o gosto de,
função dos objectivos da política de
ministra da Saúde. Foi muito altera-
como costumamos dizer, meter a
saúde. Cada um tem o seu papel, mas
da no parlamento e o Presidente da
mão na massa . Não só liderei direc-
considero que o do Estado deverá ser
República de então entendeu vetá-
tamente quando estava no Ministério
sempre estratégico.
la. Continuámos sem lei para regu-
da Saúde, como representei o gover-
A articulação com o sector privado
lar esta matéria, embora tivéssemos
no na assinatura da Convenção de
deverá ter em atenção que a Saúde é
alguns instrumentos internacionais
Oviedo. E o primeiro relatório que
um factor importante de sustentação
como a Convenção de Oviedo que
me foi distribuído quando vim para
da economia, desde logo porque pes-
incorporou o nosso ordenamento ju-
o parlamento acabou por ser rela-
soas sem saúde não são produtivas.
rídico. Esta é uma matéria que sem-
tivo à ratificação da convenção. Foi
A Saúde sustenta muito emprego,
pre suscitou o meu envolvimento,
um conjunto de coincidências. Mas
muita investigação, muita produção
pois tem muito a ver com o futuro,
também correspondeu a muita per-
associada a altas tecnologias, muita
com as potencialidades da medicina
sistência da minha parte.
26 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
30
an
19 78 •
Europa. É um projecto com priorida-
politicamente relevante. Ainda há
FP - Quanto à Lei do Tabaco, como
de mas que pode ir andando a um
marcas de grande discriminação
surge o seu envolvimento?
ritmo menos esforçado.
relativamente às competências e
MBR - É uma lei que resulta de uma
Enquanto membro da Assembleia
capacidades das mulheres e essa
proposta de lei do governo e eu pre-
Parlamentar do Conselho da Europa,
é uma postura de subdesenvolvi-
sidi ao grupo de trabalho que a ana-
foi-me distribuído um relatório, que
mento. Os países mais evoluídos do
lisou na especialidade.
se pretende seja de fundo, sobre
mundo, os que têm melhores indica-
Penso que é uma lei que conjuga o
a Protecção social na Europa no
dores de desenvolvimento humano,
que foi a minha preocupação prin-
século XXI . É um trabalho de fô-
são também aqueles e que há maior
cipal - definida logo na primeira
lego, muito individual, e também
participação paritária nos assuntos
reunião e por consenso: uma lei que
muito responsabilizante porque no
que interessam à sociedade no seu
não fosse tão proibitiva que levasse
Conselho da Europa os relatórios re-
conjunto. O que revela bem que uma
as pessoas a sentirem atracção por prevaricarem, mas que fosse suficientemente incómoda para levar quem fuma a deixar de fumar. E aí estão a quebra sucessiva nas vendas de tabaco e as listas de espera nas consultas de desabituação tabágica para atestarem que havia necessidade
Quem defende os sistemas de protecção social, como eu, também defende que os recursos colectivos devem ser usados com parcimónia para poderem resistir aos impactos - que são muitos e grandes.
desta lei.
os
20 08
sociedade que, por preconceito, deita pela janela talentos, saberes, competências é uma sociedade que se empobrece. E onde é que as resistências são maiores? No campo que é conotadamente masculino, até pelo estilo que se imprimiu ao exercício da vida política. Eu, como sou muito contrária
FP - Há algum projecto emblemáti-
cebem o nome de quem os elabora.
ao estilo da agressividade, da falta
co em que esteve envolvida neste
Esta
no
de respeito, da prestação muscula-
momento?
novo regimento da Assembleia da
da em vez da prestação inteligente,
MBR - No âmbito do trabalho da
República, o que é muito interes-
considero que é importante a misci-
Comissão (Parlamentar de Saúde),
sante. Se já existisse há mais tem-
genação dos agentes ao serviço da
do ponto de vista da iniciativa legis-
po, quer a Lei da Igualdade, quer a
política. Nesse sentido, a lei da pari-
lativa, estamos a analisar uma maté-
da PMA teriam o meu nome, pois
dade pretende ir contra resistências
ria relacionada com a PMA que é a
fui promotora e responsável pelo
implícitas e explícitas dos partidos
investigação em células estaminais.
processo. É muita responsabilidade,
políticos em entregarem a represen-
Aguardamos que nos cheguem al-
mas também muito gratificante.
tação às mulheres.
prerrogativa
já
existe
guns documentos, nomeadamente
O que é essencial é que houve uma
uma proposta de lei do governo,
FP - Em que medida a Lei da
mudança de discurso, A política da
de transposição de uma directiva
Igualdade foi importante?
igualdade era considerada uma preo-
com implicação nesta matéria, e um
MBR - O que é importante é que a
cupação das mulheres e adquiriu
protocolo adicional do Conselho da
Igualdade passe a ser um assunto
credibilidade pela serenidade e obFARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 27
entrevista Uma vida na causa pública Foi no Porto que nasceu e em Coimbra que frequentou e concluiu a licenciatura em Direito mas é em Lisboa que vive e exerce a sua actividade política e cívica. Na sua carreira cedo percorreu os caminhos do serviço público, primeiro como jurista em diversos ministérios, dos Assuntos Sociais ao Trabalho e à Saúde. Foi neste ministério que desempenhou, em 1984/85 o cargo de chefe de gabinete do ministro Maldonado Gonelha. Dez anos depois, viria a tutelar a pasta, para um mandato de quatro anos no governo liderado por António Guterres. Em 1999, era-lhe confiada a pasta da
jectividade que se imprimiu à análi-
do ponto de vista académico para a
Igualdade.
se das matérias. Foi uma área muito
análise dos acontecimentos, da orga-
Da João Crisóstomo, sede do
criticada quando surgiu, mas depois
nização da sociedade. Mas a política
Ministério da Saúde, transitou para
criticaram a sua extinção. Aos pou-
aconteceu, não foi nada que tivesse
S. Bento, eleita deputada pelo Partido
cos, foi entrando na sensibilização
procurado explicitamente. Nunca foi
Socialista. Na legislatura em curso, a X,
colectiva que estas são questões de
meu objectivo fazer carreira política.
preside à Comissão de Saúde.
primeira prioridade política.
A sua intervenção não se limita, contudo, à vida político-partidária, fazendo-se igualmente no campo cívico. É actualmente presidente da Mesa da Assembleia Geral da União das Mutualidades Portuguesas e da Irmandade de S. Roque, bem como membro da direcção da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (de que é sócia fundadora) e da Associação para o Progresso do Direito.
28 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
A política aconteceu-me
FP - Voltaria a ser ministra? MBR - Não está nos meus horizontes, nem nunca tinha estado. Há pessoas que têm como objectivo na vida atin-
FP - Foi ministra duas vezes e é de-
girem determinados lugares, mas, na
putada há três legislaturas. O que a
minha vida, as coisas foram aconte-
motiva na vida política?
cendo. Não foi uma estratégia.
MBR - Eu estou na política como
Mas quando estou nos lugares tento fa-
sempre estive no exercício do servi-
zer o melhor que posso e sei. Trabalho
ço público. Desde muito jovem que
muito, com afinco, determinação e
fui muito marcada pela importância
gosto. E se há característica que tenho
de servir o interesse público. Talvez a
é a capacidade de adaptação: gosto
minha formação jurídica me habilite
sempre do que estou a fazer.
30
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19 78 •
os
20 08
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 29
flashes França
Governo contra a venda de medicamentos nas grandes superfícies O grupo francês Leclerc, que detém uma cadeia internacional de supermercados, lançou uma campanha publicitária, na televisão e na imprensa escrita, em que se propõe vender MNSRM cerca de 25% mais baratos do que nas farmácias, caso estas percam o monopólio da venda dos medicamentos não sujeitos a receita e não comparticipados. A publicidade foi fortemente contestada pela indústria farmacêutica e pelos farmacêuticos. Um grupo de organizações representativas dos farmacêuticos avançou com uma acção judicial, a qual foi rejeitada após recurso. A ministra
Reino Unido
Investigadores salientam riscos da passagem de MSRM para MNSRM Um artigo publicado no British Medical Journal aconselha a evitar precipitações no sentido de reclassificar medicamentos. Os autores, membros do comité consultivo da agência do medicamento do Reino Unido, mostram-se preocupados com a tendência actual na Europa, de passagem do estatuto de MSRM para MNSRM, defendendo que os riscos do aumento do acesso das pessoas a medicamentos sem receita podem sobrepor-se aos benefícios . Afirmam também que a segurança dos MNSRM deve ser vigiada constantemente, e salientam os riscos da automedicação. As associações de farmacêuticos recordam que o farmacêutico está bem posicionado na comunidade para prestar aconselhamento sobre MNSRM. In OTC bulletin, 31/03/2008
da Saúde, apoiada pelo presidente Sarkozy, reafirmou que irá manter a venda dos MSRM e dos MNSRM na farmácia, acusando a Leclerc de publicidade enganosa . In Economist.com, 15/05/2008; in SCRIP News, 14/05/2008
Inglaterra
Ministério da Saúde pretende intervenção acrescida do farmacêutico
e 11/04/2008
O Ministério da Saúde do Reino Unido (Department of
Health) apresentou um Livro Branco que propõe uma intervenção acrescida do farmacêutico, em Inglaterra,
Alemanha
Restrições à venda de paracetamol nas farmácias
na prevenção da doença (vacinação e rastreios adicionais de doença cardiovascular e doenças sexualmente transmissíveis), no tratamento da doença (alargamento do número de profissionais com direito de prescrição), e na promoção da saúde (acompanhamento
A partir de Julho, as farmácias alemãs só dispensam
de doentes crónicos). O farmacêutico deverá prestar
embalagens de paracetamol que totalizem 10g se
cuidados mais individualizados, que respondam às
for apresentada receita. Embora o paracetamol
necessidades pessoais dos utentes. Haverá também
esteja indicado na febre e na dor, a dosagem má-
uma maior articulação com os hospitais. A acção do
xima não deve ser excedida, adverte a associação
farmacêutico permitirá evitar anualmente 57 milhões
dos farmacêuticos alemães, a ABDA, recordando
de consultas de clínica geral.
que uma toma de 10-12g pode causar problemas
In nds.coi, 3/04/2008
hepáticos. In SCRIP News, 2/05/2008
30 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
internacional
30
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os
20 08
O papel privilegiado do farmacêutico
PGEU debate adesão à terapêutica
São vidas que se perdem e recursos de saúde e financeiros que se gastam: é esse o custo da não
Está comprovado que os medicamentos só são eficazes se os doentes os tomarem de acordo com a prescri-
adesão à terapêutica, um problema que preocupa
ção médica ou a indicação farmacêu-
o Grupo Farmacêutico da União Europeia e que
adesão à terapêutica revelam uma
tica. No entanto, os índices de não
esteve recentemente na origem de um debate em
realidade bem diferente. Assim, nos
Bruxelas e de uma brochura em que é assumida
20 a 30% dos doentes não respeitem
e comprovada a mais-valia da intervenção
países desenvolvidos estima-se que os regimes farmacológicos destinados a aliviar ou curar sintomas; 30 a
farmacêutica neste domínio. Iniciativas em que a
40% não cumprem o tratamento pre-
experiência portuguesa esteve patente.
com terapêuticas de longo prazo res-
ventivo; apenas metade dos doentes
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 31
internacional
peitam a prescrição. Em consequên-
pelo director do Centro de Medicina
embora haja aspectos transnacionais
cia, todos os anos milhões de pessoas
Comportamental da Faculdade de
que devam ser tidos em conta, como
aumentam as estatísticas da morbili-
Farmácia da Universidade de Londres,
encorajar a educação dos doentes,
dade e da mortalidade relacionadas
Robert Horne. Na sua opinião, há um
dos profissionais de saúde e da socie-
com o uso de medicamentos. Só na
problema escondido na não adesão:
dade em geral.
União Europeia estima-se que ocor-
o facto de as barreiras perceptuais
ram 194.500 mortes anuais devido à
dos doentes (como as suas crenças
não adesão à terapêutica. Com cus-
e preferências) e as barreiras práticas
tos, também anuais, na ordem dos
(esquecimento e complexidade, por
125 mil milhões de euros.
exemplo) não estarem suficiente-
Foi este cenário que motivou a reali-
mente valorizadas. É que - sustentou
zação de um debate no Parlamento
- a adesão informada não é necessa-
Europeu (PE), promovido pelo Gru-
riamente tomar mais medicamentos
po Farmacêutico da União Europeia
e não é apenas proporcionar aos do-
Numa sessão organizada pelo PGEU
(PGEU). Como pode a política co-
entes mais informação sobre medi-
não podia faltar a perspectiva dos far-
munitária contribuir para melhorar a
camentos, mas antes explorar o que
macêuticos, da responsabilidade de
adesão à terapêutica na Europa foi a
o doente percebe e crê sobre esses
Ema Paulino, membro da delegação
questão subjacente, numa iniciativa
medicamentos. E os farmacêuticos
portuguesa e directora da ANF. Qual
que teve como anfitriã a eurodeputa-
comunitários são um recurso subuti-
o contributo da profissão na pro-
da Mojca Drcar Murko, em represen-
lizado neste aspecto .
moção da adesão à terapêutica foi a
tação da presidência eslovena da UE.
Pelos doentes interveio um repre-
questão em torno da qual desenvol-
Ao inaugurar a sessão, a parlamentar
sentante do Grupo Europeu de
veu a sua intervenção. Os farmacêu-
eslovena salientou a oportunidade
Tratamento da Sida, Tamás Bereczky,
ticos - justificou - são os especialistas
deste debate à luz das iniciativas so-
para considerar que dificilmente há
do medicamento, estão entre os pro-
bre medicamentos que o PE irá apre-
uma área em que a adesão à tera-
fissionais de saúde mais acessíveis e
ciar em breve: É importante envol-
pêutica seja tão importante como no
mais procurados, mantêm um con-
ver nesta discussão todos os agentes
VIH/Sida. Mas - advertiu - não há uma
tacto directo com os doentes, estão
relevantes e os farmacêuticos são,
solução única, adequada a todas as
habilitados a identificar sistemati-
certamente, um deles .
situações: promover a adesão deve
camente situações de não adesão e
A mesma posição foi defendida
ter em conta a realidade de cada país,
treinados para o acompanhamento
32 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
Razões para o contributo farmacêutico com assinatura portuguesa
30
an
19 78 •
individual do doente.
Não é difícil concluir que é necessá-
a adesão aos medicamentos.
Uma posição que reforçou com
ria acção. E também ficou claro que
É neste domínio - sublinha-se na bro-
exemplos da experiência portugue-
é crítica a acção coordenada entre os
chura - que o papel do farmacêutico
sa: as campanhas de informação da
diferentes parceiros, nomeadamente
é mais válido . De facto, o contacto
população (de que Pergunte ao seu
profissionais de saúde e decisores
directo e frequente do farmacêutico
farmacêutico é um exemplo recen-
políticos. O PGEU compromete-se a
com os doentes, a sua acessibilidade
te), a produção de suportes escritos
influenciar a agenda política na di-
e o seu conhecimento único sobre
ao
recção dessa acção .
medicamentos colocam-no numa
aconselhamento
farmacêutico
(folhetos dirigidos aos utentes), a disseminação das novas tecnologias (com as vantagens inerentes à harmonização da informatização das farmácias) e a prestação de serviços farmacêuticos. A partir desta base de trabalho, Ema Paulino debruçou-se sobre os desafios que os farmacêuticos devem superar para um contributo efectivo da adesão à terapêutica: elaborarem uma estratégia nacional com esse objectivo, constituírem-se em rede para intervenções sistemáticas e sustentadas e adoptarem uma visão comum. Os três intervenientes neste debate partilham da opinião que, com frequência, o farmacêutico é o profissional de saúde mais acessível para os doentes e, por isso, usar esta relação é crucial para uma melhor adesão . Mas é preciso agir. Assim o disse o secretário-geral do PGEU, John Chave:
os
20 08
posição chave no sistema de saúde
Uma brochura para influenciar a acção Esse é precisamente um dos objectivos da brochura Visando a adesão: melhorar os resultados em saúde dos doentes na Europa através da intervenção dos farmacêuticos de oficina . Nela é dada a conhecer a investigação mais relevante neste domínio e são apresentadas várias iniciativas da farmácia de oficina em curso nos diversos Estados-membros, com particular destaque para Portugal. A investigação mostra que através da avaliação do conhecimento que os doentes têm sobre as doenças e a terapêutica, da comunicação dos benefícios do tratamento, da percepção da capacidade dos doentes para respeitarem o plano e da discussão de eventuais barreiras à adesão é possível melhorar significativamente
para contribuir, de forma efectiva para uma intervenção dirigida à promoção da adesão à terapêutica com o objectivo último de melhorar os resultados em saúde . Tanto mais que a ideia de que os farmacêuticos apenas são responsáveis pela dispensa de medicamentos é demasiado simples para representar, com justiça, tudo o que os farmacêuticos fazem ao nível da farmácia de oficina . E do que os farmacêuticos, na realidade, fazem é apresentada uma sucessão de exemplos em que a experiência nacional se destaca. Portugal aparece citado como caso de sucesso no uso das tecnologias de informação e, no capítulo dedicado às terapêuticas de longo termo para doenças crónicas, é desenvolvida a experiência portuguesa no controlo da hipertensão e da diabetes. O mesmo FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 33
internacional Mojca Drcar Murko, presidência eslovena da UE, e John Chave, secretário-geral do PGEU
acontece com a campanha de controlo
se a revisão da medicação fosse usa-
farmacêuticos neste aspecto especí-
da asma lançada em Maio de 2006.
da sistematicamente nos doentes
fico da sua intervenção.
No capítulo destinado a exemplos
idosos.
O problema da não adesão à tera-
mais específicos, Portugal está repre-
No Reino Unido, o potencial dos far-
pêutica não é novo, mas, na óptica
sentado com o Programa de Cuidados
macêuticos de oficina nesta área é já
do PGEU, não é apenas responsabili-
Farmacêuticos na Diabetes, cujos ob-
reconhecido, com a revisão da me-
dade dos doentes: todos os que es-
jectivos e resultados são apresenta-
dicação a estar incluída no contrato
tão envolvidos no processo se devem
dos mais em pormenor.
com o Serviço Nacional de Saúde
responsabilizar e comprometer com
Esta brochura permitirá, como su-
(NHS). E na Finlândia está em vigor
uma mudança. É necessária acção,
blinhou o próprio secretário-geral
desde 2005.
mas essa acção deve ser imbuída de
do PGEU, influenciar os decisores
Esta é uma intervenção que - sustenta-
uma visão comum que reconheça o
políticos. Mas também poderá abrir
se na brochura - decorre naturalmen-
devido papel e contributo de cada
caminhos para que, a nível nacional,
te das competências do farmacêutico,
um dos parceiros, do doente ao de-
os farmacêuticos ponderem outros
permitindo-lhe empregar as suas
cisor político. Pela sua parte, os far-
níveis de intervenção. A experiência
capacidades clínicas (conhecimento
macêuticos já estão envolvidos acti-
de uns países pode inspirar outros a
das terapêuticas, aconselhamento do
vamente na melhoria dos resultados
desenvolver serviços e prestar cuida-
doente) e técnicas (conhecimento so-
em saúde dos seus doentes e forte-
dos em novos domínios.
bre os produtos), uma combinação de
mente comprometidos a melhorar a
A revisão da terapêutica é um dos
atributos única.
adesão à medicação e a estilos de vida
terrenos em que há muito potencial
Mas outros caminhos se abrem: a pro-
mais saudáveis .
para o exercício profissional, com re-
moção da adesão em grupos espe-
Isso mesmo decorre desta brochu-
flexos na saúde e nos recursos. Assim
cíficos, como os doentes idosos e os
ra, que pode ser consultada em
o demonstra, por exemplo, a expe-
doentes com VIH/Sida; campanhas de
http://www.pgeu.eu/Newsroom/
riência sueca: orientado para a po-
uso adequado dos antibióticos; a pro-
NewsfromPGEU/tabid/529/Default.
pulação idosa, este serviço permitiu
moção de estilos de vida saudáveis.
aspx. Esta é a segunda brochura ema-
reduzir de 12,4 para 10,4 o número
Promover a adesão à terapêutica
nada do PGEU. A primeira foi dedicada
médio de medicamentos por doen-
passa, conforme destaca o PGEU,
à segurança do doente ‒ Maximizando
te. Com uma poupança na ordem
pelo trabalho de equipa com outros
a segurança do doente na Europa atra-
dos 160 euros anuais por doente.
profissionais de saúde, pelo aumento
vés do uso seguro dos medicamentos
Uma investigação desenvolvida na
da literacia sobre saúde através de
foi lançada em Fevereiro de 2007, tendo
Dinamarca apontou para uma pou-
maior e melhor informação aos do-
o trabalho sido desenvolvido durante a
pança anual de 50 milhões de euros
entes e pela formação dos próprios
presidência portuguesa do Grupo.
34 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
30
an
19 78 •
os
20 08
Uma doença crónica mas desvalorizada
Farmacêuticos de língua portuguesa reunidos em Cabo Verde
O congresso da AFPLP excedeu as expectativas: na capital cabo-verdiana estiveram congregados os sete países que integram a associação, a participação portuguesa foi a maior de sempre e a OMS esteve representada por dois dos seus dirigentes, o que nunca tinha acontecido. Sinais positivos que comprovam a importância que o sector farmacêutico está a conquistar nos países lusófonos. Durante três dias - de 23 a 25 de Abril -
IX - resultou o reforço da cooperação
os países que integram a AFPLP, o
farmacêuticos de Angola, Brasil, Cabo
entre os sete (Timor-Leste ainda não
que nem sempre tem acontecido.
Verde, Guiné-Bissau, Moçambique,
é membro) e a afirmação dos farma-
Além disso, a Organização Mundial
Portugal e São Tomé e Príncipe es-
cêuticos enquanto parte integrante
de Saúde fez-se representar por dois
tiveram reunidos na Cidade da Praia
dos sistemas de saúde.
dos seus elementos, o que nunca
para discutir o futuro do exercício da
Posições assumidas num congresso
tinha acontecido: Carlos Brito, da
profissão farmacêutica à luz dos de-
em que todas as expectativas foram
OMS - Cabo Verde, e António Pedro
safios que ela enfrenta nos países de
ultrapassadas. Porque o Auditório
Delgado, da OMS - AFRO.
língua portuguesa.
Nacional Jorge Barbosa assistiu a uma
A juntar a estes sinais positivos,
Desta reunião magna - no primeiro
das maiores participações em con-
também o programa e os oradores
dia sob a forma de Assembleia Geral
gressos dos farmacêuticos lusófonos,
convidados deixavam antever um
da Associação dos Farmacêuticos dos
com Portugal a apresentar mesmo
congresso de sucesso: entre deles,
Países de Língua Portuguesa (AFPLP)
a sua maior delegação. E sobretudo
destaque para a participação portu-
e nos dois seguintes em congresso, o
porque estiveram presentes todos
guesa - João Silveira, vice-presidente FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 35
reunioes profissionais da ANF e da AFPLP, Maria da Luz
dência. Outro português esteve em
de acesso, qualidade e segurança,
Sequeira, vice-presidente da ANF e
foco na primeira sessão plenária do
sessão em que a vice-presidente da
eleita vice-presidente da Mesa da
congresso, subordinada ao tema O
ANF, Maria da Luz Sequeira, deu a
Assembleia Geral da AFPLP, Aranda
sistema de saúde ao serviço do cida-
conhecer a perspectiva da farmácia
da Silva, ex-bastonário da Ordem dos
dão , no painel sobre o Contributo
de oficina.
Farmacêuticos, Isaura Martinho, em
farmacêutico , pontuou a experiên-
representação da OF, e Hélder Mota
cia e opinião de Aranda da Silva. O
Filipe, pelo Infarmed, além de Paulo
ex-bastonário debruçou-se sobre as
Duarte, secretário-geral da ANF e da
mais-valias do farmacêutico enquan-
AFPLP, a quem coube a síntese dos
to garante da segurança e qualidade
consensos alcançados durante os
dos medicamentos e da eficácia da
trabalhos.
terapêutica.
Foi, aliás, de um português a confe-
Protecção da saúde e qualificação
VIH/Sida e contrafacção, duas ameaças à saúde pública A visão dos diversos intervenien-
rência inaugural do congresso: de-
farmacêutica
foi o tema escolhi-
tes no circuito do medicamento
pois da abertura solene, a cargo do
do para a segunda sessão plenária,
precedeu, assim, a sessão solene
ministro da Saúde de Cabo Verde,
cuja moderação foi assumida por
de encerramento do IX Congresso
Basílio Ramos, e da intervenção do
Isaura Martinho, farmacêutica de
Mundial
presidente em exercício da AFPLP,
oficina presente em Cabo Verde
Língua Portuguesa. Para este mo-
o brasileiro Salim Tuma Haber, João
em representação da Ordem dos
mento final foram reservadas duas
Silveira usou da palavra para falar
Farmacêuticos. Já na terceira sessão,
conferências, ambas subordinadas a
sobre
sobre a Regulamentação da farmá-
um mesmo tema - VIH/Sida - O de-
saúde .
cia e do medicamento , a presen-
safio para a Humanidade . A infecção
Uma conferência em que abordou os
ça portuguesa foi assegurada por
por VIH/Sida é um problema global,
principais desafios que os sistemas
Hélder Mota Filipe, do Infarmed. Na
mas com particular impacto nos
de saúde enfrentam e a forma como
sua intervenção, abordou o passado,
países africanos. E, nesse sentido, a
a intervenção farmacêutica se orga-
presente e futuro da relação entre o
Assembleia Geral da AFPLP, reunida
niza e diferencia para dar resposta a
medicamento e o desenvolvimento
a 23 de Abril, aprovou uma resolução
um contexto de mudança. Da farmá-
sustentado. Uma oportunidade para
assumindo o combate à epidemia
cia apresentou uma visão de futuro
integrar a política do medicamento
como uma prioridade: Os farmacêu-
enquanto centro de prevenção e te-
na política de saúde, fazendo o res-
ticos, sendo os profissionais de saúde
rapêutica, orientada para a criação de
pectivo enquadramento macro-eco-
com maior proximidade à comuni-
valor na cadeia de cuidados de saúde
nómico e propondo medidas como a
dade, com competências e conhe-
e na cadeia do medicamento tendo
promoção do mercado de genéricos
cimentos específicos, reiteram o seu
como destinatário o doente. Para al-
e o sistema de preços de referência.
compromisso de ser parte activa no
cançar estes objectivos, preconizou
Para o segundo dia de trabalhos fi-
quadro de uma estratégia coerente e
uma cultura farmacêutica assente
cou reservada a abordagem do cir-
amplamente participada, no comba-
nos pilares da avaliação e da evi-
cuito do medicamento, nas vertentes
te ao VIH/Sida, nos países de língua
36 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
A farmácia no sistema de
dos
Farmacêuticos
de
30
an
19 78 •
portuguesa, no âmbito da promoção
o sucesso de qualquer política de
dos serviços prestados ao doente .
da saúde e prevenção da doença, do
saúde .
Constituindo a formação contínua
diagnóstico e detecção precoce, e
Aos governos dos sete países dei-
do circuito do medicamento .
xaram uma mensagem:
Sabem
mentos adquiridos na licenciatura
Aprovada na assembleia geral foi
que podem contar connosco para
e as exigências fomentadas pela
igualmente uma resolução sobre
uma intervenção solidária, respon-
prática profissional , os farmacêu-
a
medicamen-
sável e de rigor, sendo fundamental
ticos devem empenhar-se no de-
tos, fenómeno que constitui um
o desenvolvimento de uma política
senvolvimento das suas competên-
verdadeiro problema de saúde pú-
coerente, que promova a qualida-
cias profissionais , reunindo compe-
blica, em particular nos países me-
de e aproveite as competências,
tências que lhes permitam responder
nos desenvolvidos. Os farmacêuti-
capacidades e proximidade dos
à evolução dos sistemas de saúde.
cos lusófonos consideraram ser seu
farmacêuticos à população .
Outra das prioridades assumidas
dever, no exercício da actividade,
E nesse sentido defenderam que
na Cidade da Praia prende-se com
contrafacção
de
os
20 08
o elo essencial entre os conheci-
utilizar todos os seus conhecimen-
o exercício da profissão, levada a
o medicamento: Os farmacêuticos
tos e competências para, no âmbito
cabo num quadro ético e deonto-
dos países de língua portuguesa
do diálogo de proximidade com as
lógico rigoroso e socialmente res-
assumem, como prioridade abso-
populações, assegurarem uma inter-
ponsável, deve ser juridicamente
luta da sua actividade, o acesso da
venção atempada, nomeadamente
reconhecido e efectivado como
população a medicamentos e ou-
numa perspectiva de prevenção,
actividade liberal, autónoma e in-
tros produtos de saúde que cum-
para evitar graves danos de saúde
dependente, auto-regulada e cien-
pram os requisitos de qualidade,
provocados por produtos medici-
tificamente sustentada .
segurança e eficácia reconhecidos
nais contrafeitos .
É esse, aliás, o rumo que estão a
a nível internacional, ao menor
De ambos os documentos foi deci-
seguir os farmacêuticos cabo-ver-
custo possível . Uma posição que
dido dar conhecimentos aos gover-
dianos, envolvidos no processo de
está, aliás, em consonância com a
nos dos respectivos países. E dada
constituição da respectiva Ordem
resolução aprovada em assembleia
a sua importância e pertinência
dos Farmacêuticos, processo a que
geral sobre a contrafacção de me-
foram igualmente plasmadas nas
a AFPLP deu total apoio.
dicamentos.
conclusões do congresso, apresen-
Para uma intervenção profissional
A sessão de encerramento deste
tadas por Paulo Duarte, reeleito se-
de qualidade é indispensável o in-
nono congresso terminou com a
cretário-geral da AFPLP.
vestimento na formação, premissa
passagem de testemunho na pre-
Deste congresso emanou a reafir-
reconhecida noutra das conclusões
sidência, com intervenções dos
mação do papel do farmacêutico
do congresso: A qualificação dos
presidentes cessante, Salim Tuma
enquanto parte integrante dos
recursos humanos existentes, nas
Haber (Brasil), e eleito, Daniel
sistemas de saúde: o seu contri-
vertentes científica e profissional
António (Angola).
buto para o desenvolvimento do
é uma aposta estratégica para a
Os farmacêuticos lusófonos voltam
sistema de saúde dos países lusó-
consolidação do sistema farmacêu-
a reunir-se em assembleia-geral e
fonos é factor determinante para
tico e uma garantia de qualidade
em congresso daqui a dois anos. FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 37
entrevista Se fosse político poderia estar preocupado com a ANF... É Pedro Nunes quem o afirma nesta entrevista, em que critica e elogia a Associação.
Bastonário da Ordem dos Médicos em entrevista
O Bastonário da Ordem dos Médicos
Farmácia Portuguesa (FP)- Cumpre
terísticas regionais e o bastonário pre-
fala à Farmácia Portuguesa do rela-
actualmente o seu segundo manda-
side ao Conselho Nacional Executivo,
cionamento entre as duas profissões,
to como bastonário da Ordem dos
órgão colegial em que têm assento
das reformas necessárias ao SNS, das
Médicos. Que prioridades definiu
os conselhos regionais. As priorida-
esperanças depositadas na actual
para estes três anos?
des são, pois, consensuais, cabendo
ministra da Saúde, mas também nas
Pedro Nunes (PN)- Antes de mais,
ao bastonário fazer a síntese.
prioridades para este segundo man-
devo sublinhar que não compete ao
Para este mandato, considerámos
dato como bastonário, reafirmando
bastonário estabelecer prioridades. A
fundamental rever o sistema das car-
que não se recandidata.
Ordem dos Médicos tem fortes carac-
reiras médicas, profundamente desa-
38 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
30
an
19 78 •
justado. Não há diferenciação, nem
a lei da interrupção voluntária da
aleatórios que geram uma enorme
reconhecimento do desenvolvimen-
gravidez. O princípio basilar da ética
desconfiança e demonstram uma má
to profissional contínuo. O que se as-
médica é a defesa da vida e, para nós,
fé pública que é inaceitável.
siste é a uma profunda desarticulação,
o debate só está num ponto - onde
O país, em termos de saúde, carece
traduzida em discrepâncias salariais
começa a vida. Esse momento não
de coerência.
que podem levar à ruptura do sistema.
está significativamente aceite e con-
A reforma tem de ser nacional, até
Neste momento, está em fase de es-
sensualizado em termos científicos,
porque a própria Constituição deter-
tudo a criação dos diversos graus da
depende da sociedade médica, em
mina a universalidade do SNS. Penso
carreira, que contamos colocar à consi-
geral, e de cada médico em particular
que agora está a haver uma maior co-
deração dos médicos até final do ano.
chegar à sua própria conclusão.
ordenação da política de saúde.
Como é do domínio público, estamos
os
20 08
Solidariedade colectiva faz falta ao SNS
igualmente a proceder à revisão do
FP - Na tomada de posse, defendeu
código deontológico. O que está em
a necessidade de repor a confiança
causa é uma actualização de lingua-
dos portugueses no sistema de saú-
gem, não uma mudança de opinião
de. Como?
na sequência do debate público em
PN - A confiança dos cidadãos no sis-
FP - O facto de a actual ministra, Ana
torno da chamada lei do aborto. Não
tema de saúde está a recuperar, mas
Jorge, ser médica contribui para
estamos a tentar adaptar o código à
não totalmente. Tem sido útil não ver
essa diferença?
legislação, mas sim a tentar fixar um
todos os dias na televisão o diálogo
PN - O facto de a ministra ser médica
texto com que os médicos se sintam
entre os bombeiros de Alijó e o INEM.
é indiferente. Se não o fosse, estaria
confortáveis. Era uma revisão que já
Como tem sido útil não se inventar
a ser corporativista e a Ordem não se
estava prevista, face às novas formas
todos os dias uma nova reforma e re-
move por corporativismos. E nem o
de exercício profissional e até porque
abrir alguns serviços extemporanea-
facto de a conhecer há muitos anos
o código em vigor já tem vinte anos.
mente fechados.
me inibirá de a criticar enquanto bas-
O código não é lei do país, nem a
As reformas devem fazer-se por acor-
tonário. Mas há, efectivamente, um
Ordem quer que seja. É um código
do, por negociação. O que estava a
factor de esperança. É uma pessoa
de comportamento de acordo com a
acontecer (no mandato do ministro
que até há bem pouco tempo exer-
ética médica e esta tem um carácter
Correia de Campos) não podia con-
ceu a profissão, pelo que conhece
universalista - é a mesma onde quer
tinuar. Cada um fazia o que queria
bem as consequências das acções
que se esteja. É natural que as leis di-
- era esta a mensagem que estava a
que toma, conhece-as no terreno.
virjam do código, pois as leis são cir-
ser passada.
Há, pois, esperança de que as medi-
cunstanciais e o código baseia-se em
Exemplo disso são os autarcas que
das que venham a ser tomadas sejam
valores. É preciso que fique claro que
patrocinam viagens a Cuba para
mais realistas. Sabendo, é claro, que o
esta revisão não tem nada a ver com
operações às cataratas. São factos
SNS nunca pode dar tudo a todos. FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 39
entrevista
O SNS necessita de uma reestrutura-
FP - No âmbito da relação entre o
originalidade portuguesa.
ção no sentido de fazer com que seja
público e o privado, como avalia a
O fim deste contrato pode ser uma
suficientemente atractivo para os
recente rescisão do contrato entre o
boa medida e não meramente uma
profissionais de saúde e de fazer com
Estado e os operadores privados que
bandeira política. Mas também po-
que os portugueses tenham a garan-
geriam o hospital Amadora-Sintra?
demos nunca vir a saber. O que eu
tia de que serão tratados. Tem de ser
PN - É uma medida que tem uma jus-
defendo é que o que é público deve
estruturante, não pode ser posto em
tificação que nunca vi traduzida em
ser gerido publicamente e o que é
causa por medidas políticas.
números, mas que pode ser real. A
privado gerido privadamente. Aceito
É preciso olhar para o SNS com soli-
gestão privada pode ser mais eficaz,
que o Estado abdique de algumas
dariedade colectiva. Não se podem
vamos acreditar que sim. O proble-
valências se o preço for menor, mas
dizer mentiras às pessoas e prometer
ma é saber quanto custa monitorizar
tem sempre de assegurar serviços
o que não se pode dar.
essa forma de gestão.
que garantam que ele é a base do sis-
Mas tem de se garantir que o SNS
O Estado não é ineficaz por vontade
tema e dá resposta em situações de
resolve os problemas de doença.
de ser ineficaz. É-o devido aos difí-
emergência. A mistura entre o públi-
Sabemos que não resolve os proble-
ceis mecanismos de gestão. Quando
co e o privado faz-me impressão.
mas de conforto, mas pode equacio-
a propriedade é colectiva é como se
nar-se que essa vertente seja paga
não houvesse proprietários, o que
e funcione como uma espécie de
atrai o abuso, a negligência, obri-
almofada do sistema, contribuindo
gando o Estado a estabelecer me-
para o sustentar. O que não faz sen-
canismos de controlo que tornam
tido é que o SNS financie cirurgias es-
a gestão menos eficaz. Já quando o
téticas (não reconstrutivas), mas não
Estado entrega esse bem a um priva-
financie óculos.
do, pode haver a tendência para ser
Temos de dar a todos, mas não com
utilizado em benefício próprio, o que
FP - Outra relação aparentemente
pseudo taxas moderadores. Se hou-
também obriga à existência de uma
difícil é entre médicos e farmacêu-
vesse bom senso haveria muitos por-
máquina pesada para controlar essa
ticos. A ideia que é transmitida pu-
tugueses com capacidade económi-
gestão. Pode chegar-se à conclusão
blicamente é de que estão de costas
ca para se tratarem fora do SNS, sem
de que sai mais caro do que manter
voltadas. Como avalia esse relacio-
que isso significasse retirar-lhes direi-
a gestão pública, optando-se por es-
namento?
tos. Há que definir com clareza o que
tabelecer parcerias só para a constru-
PN - Procuro não ser passível desse
é do foro individual e o que é colectivo,
ção. É o que acontece noutros países.
tipo de crítica, mas reconheço que
para garantir o colectivo a todos.
As parcerias para a gestão eram uma
houve, efectivamente, alguma falta
40 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
Direito de substituição compromete responsabilidade médica
30
an
19 78 •
de cuidado na forma como uns e ou-
a sua parte da culpa, mas o poder da
deixa de controlar, quando ele deve
tros debateram algumas questões.
ANF não tem ajudado.
ser o responsável até ao fim pelas
Estamos condenados a trabalhar
os
20 08
consequências previsíveis. É claro
uns com outros, não há outra hipó-
FP - Uma das questões que mais
que o médico deve estar disponível
tese. Ninguém pode pôr em causa a
tem oposto as duas profissões é a
para ouvir e deve contar com a ines-
necessidade da profissão médica aos
política de genéricos e o direito de
timável ajuda do farmacêutico, que
diversos níveis, como não o pode fazer
selecção do princípio activo escolhi-
pode e deve corrigir se forem prescri-
em relação à profissão farmacêutica.
do pelo médico. O que motiva esta
tos medicamentos incompatíveis ou
Têm funções e paradigmas diferen-
divergência?
doses excessivas.
tes, se bem que a evolução ao longo
PN - Quando foi o célebre conflito so-
Opus-me à substituição e opor-me-
do tempo histórico mostre que parti-
bre a liberalização dos medicamentos
-ei sempre. Do ponto de vista do far-
lhamos áreas comuns. O que aconte-
não sujeitos a receita médica, defen-
macêutico individual é inútil, o que
ce é que a evolução de uns conflitua
di que devia haver farmacêuticos nos
se coloca são questões de gestão de
com os hábitos de outros, há um
pontos de venda. Não tive nenhum
stocks. E aqui penso que a ANF devia
certo choque de competências, mas
problema em defender na televisão
ter exigido ao Estado a limitação do
não pode haver arrogância. Os con-
esta posição, mas se me perguntar se
número de medicamentos de cada
flitos são normais, não um drama, e
os farmacêuticos devem prescrever,
molécula. Não se devia ter colo-
têm de ser dirimidos. Não se pode
respondo-lhe que não.
cado na posição de tentar alterar a
perder a perspectiva. Nem perder de
Rejeito em absoluto a substituição
situação por via de um associativismo
vista que contribuímos para o mes-
por parte do farmacêutico. E não tem
forte. Penso que a fragilizou junto do
mo - tratar com qualidade as pessoas
nada a ver com a qualidade dos ge-
governo e levantou a suspeita - não
que estão doentes. Temos de pôr um
néricos ou com a dignidade da pro-
digo que seja legítima, mas... - de in-
freio em conflitos inúteis e trabalhar
fissão farmacêutica. O que está em
teresse económico.
para um entendimento ético em tor-
causa é a defesa da responsabilidade
no do doente.
e do estrito controlo dos médicos
FP - Mas nos hospitais a prescrição
No tempo em que os farmacêuticos
sobre o que é prescrito. Com a subs-
faz-se por DCI e há apenas um único
executavam manipulados que o mé-
tituição, o médico perde essa capaci-
genérico..
dico prescrevia, o diálogo era mais
dade, deixa de saber se o doente está
PN - Nos hospitais, a escolha é, es-
próximo. Agora estamos mais afas-
a tomar aquilo que prescreveu ou
sencialmente, económica, passa por
tados, o médico tem um nome, não
outro medicamento e isso não pode
cima da influência de médicos e far-
uma cara. E isso altera o paradigma
acontecer. Introduz irregularidades
macêuticos. Mas o factor económico
profissional. Os médicos poderão ter
na relação causa-efeito que o médico
não pode ser determinante, têm de FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 41
entrevista
existir critérios técnicos. Aliás, já te-
a ideia, mas associando os anti-retro-
se conseguem fazer ouvir colectiva-
nho intervido nesse sentido junto de
virais ao programa da metadona.
mente como os farmacêuticos.
direcções clínicas.
A proliferação de pontos de venda
A associação é um exemplo de su-
É certo que há um único genérico,
significaria o afastamento dos doen-
cesso na defesa dos interesses dos
mas o médico, se quiser, sabe qual
tes da unidade de saúde. É sabido
farmacêuticos. Se me guiasse por
é esse medicamento. Além de que
que os doentes associam a toma do
critérios mesquinhos ou se fosse po-
as reacções adversas são todas coe-
medicamento à vigilância na consulta,
lítico, poderia estar preocupado com
rentes, pelo que, perante a suspeita,
o medicamento é consequência da
o poder económico da ANF, como es-
se identifica a causa. É bem diferente
consulta e na farmácia isso não aconte-
taria preocupado com o poder econó-
quando se transporta esta realidade
ceria. Longe de nós querer que aconte-
mico do BES ou do BCP. Mas não tenho
para a farmácia de oficina.
cesse ao VIH o que aconteceu ao bacilo
de gerir poderes. E, como ex-sindicalis-
da tuberculose, em que há resistências
ta, tenho de dar os parabéns aos ges-
FP - É igualmente contra a possibi-
que já não se conseguem tratar.
tores da ANF, que transformaram uma
lidade de dispensa na farmácia de
Há um claro risco de utilização não con-
associação com poderes relativamente
determinados medicamentos de uso
trolada.
limitados numa estrutura com poder
hospitalar. Em que se sustenta a sua
Foi essa a posição dos peritos e a que
económico e político, com associados
posição?
eu tomei no grupo de trabalho e que a
que a apoiam colectivamente.
PN - Não sou contra a venda na far-
Dra. Maria da Luz Sequeira (membro da
A ANF tem um excelente líder, uma
mácia de medicamentos de uso hos-
mesma comissão) conhece. A própria
boa equipa, bons resultados. Isto não
pitalar. Como sabe, fiz parte de um
OMS tem preocupações nesse sentido.
me impede de, amanhã, a criticar se
grupo de trabalho do Infarmed pre-
O que deve prevalecer é a defesa da
considerar que deve ser criticada e de
cisamente sobre essa questão. Acho
saúde pública.
a apoiar se achar que tem razão e pro-
mesmo que, no limite, tudo se pode comprar na farmácia desde que não ponha em perigo a saúde. Sou é contra a venda de anti-retrovirais na farmácia de oficina porque en-
ANF, um exemplo de sucesso na defesa dos farmacêuticos
tege os interesses dos doentes. Nunca precisei de fazer a minha gestão por conflito com outras profissões. FP - Quando fala sobre a ANF apenas
tendo que é perigosíssima. A opinião
FP - Polémicas à parte, qual é a sua
valoriza a actividade económica e
dos especialistas que ouvi - e tive o
opinião sobre a ANF e o sector da
política desenvolvida pela associa-
cuidado de ir ao Porto e a Coimbra,
farmácia de oficina em Portugal?
ção, não dando relevância à activi-
porque gosto de estar tranquilo e
PN - Em primeiro lugar, como homem
dade profissional que a ANF desen-
tenho de ser o mais isento possível
do associativismo, fundador de um
volve. A que se deve esta posição?
- foi praticamente unânime. Apenas
sindicato e dedicado à Ordem, sinto
PN - Conheço mal a actividade de-
um dos peritos consultados aceitava
uma enorme inveja da ANF. Poucos
senvolvida pela ANF nesse âmbito.
42 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
30
an
19 78 •
os
20 08
A oftalmologia como especialidade, o associativismo Aos 54 anos, Pedro Nunes cumpre actualmente o segundo mandato como bastonário da Ordem dos Médicos. Em 2010 acontecerá o fim anunciado de uma relação iniciada em 1988, ano em que iniciou a coordenação do Departamento Internacional. De 1990 a 1992, presidiu à Mesa da Assembleia do Distrito Médico de Lisboa-Cidade, após o que foi vogal do Conselho Regional do Sul, órgão a que viria a presidir entre 1999 e 2004. Nas eleições seguintes candidatar-se-ia com sucesso a bastonário, decisão que renovou este ano mas a que, disse-o nesta entrevista, não pretende dar continuidade findo este mandato. FP - Para terminar como começámos: quando
Não foi apenas à Ordem que emprestou o seu gosto pelo
venceu estas eleições anunciou que não se
associativismo - em 1979 foi um dos fundadores do Sindicato
recandidataria. É o seu último mandato por
Independente dos Médicos, onde exerceu várias funções -
imposição dos estatutos ou da sua vontade?
presidente do Congresso, membro do Conselho Nacional e do
PN - Os estatutos da Ordem não limita o nú-
Secretariado, até 1998, ano em que a sua intervenção se centrou
mero de mandatos. No limite, eu poderia ser o
no órgão a quem o Estado Português delegou a função de velar
João Cordeiro dos médicos, mas entendo que
pela qualidade da Medicina e pelo rigor e exigência da formação
os cargos não devem ser eternizados. Nunca
dos médicos.
me candidataria a um terceiro mandato, per-
Licenciado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da
de-se a imaginação, o entusiasmo.
Universidade Nova de Lisboa e com um Mestrado em Ciências
Há outros colegas que podem ser óptimos
Morfológicas, fez da Oftalmologia a especialidade a que haveria de
bastonários dos médicos. No fim destes três
dedicar a sua vida profissional e que exerce no Hospital Egas
anos, vou voltar para a minha vida, quem sabe
Moniz, em Lisboa.
se fazer consultas no interior, que é uma ex-
Um percurso com passagem pela Academia, como Monitor,
periência que me agrada muito.
Assistente Convidado e Assistente do Quadro do Departamento
Até lá, procurarei fazer o melhor possível.
de Anatomia da FCML e como responsável pela Cadeira de
Gostaria de contribuir para que a Ordem não
Deontologia Médica na mesma instituição de ensino superior.
se transforme numa mera entidade reivindi-
Paralelamente à dedicação aos órgãos representativos dos médicos
cativa e que, pelo contrário, seja útil ao país,
portugueses, tem estado envolvido em diversos organismos
que contribua para melhorar a saúde dos por-
europeus e internacionais, pertencendo, nomeadamente, ao Comité
tugueses.
de Ligação do Fórum Europeu das Associação Médicas Nacionais
Mas não quero deixar marcas. Tenho uma vi-
com a Organização Mundial de Saúde, à União Europeia dos
são não personalista da História.
Médicos Especialistas e ao Comité Permanente dos Médicos Europeus.
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 43
reunioes profissionais Lugar à intervenção farmacêutica
Prevenção e controlo do tabagismo
A maioria dos fumadores beneficiaria da intervenção farmacêutica para levar avante a intenção de deixar de fumar. Esta ideia foi defendida nas recentes conferências sobre O papel da farmácia na prevenção e controlo do tabagismo e comprovada, aliás, pelos resultados da campanha promovida em Maio de 2006 pela ANF.
A intervenção farmacêutica na cessa-
traçadas pelos organismos interna-
Porque as iniciativas nunca são de-
ção tabágica tem provas dadas, en-
cionais e nacionais estão longe de se
mais e porque para informar é pre-
quadrando-se na estratégia de pro-
cumprirem no que ao tabagismo diz
ciso estar informado, ANF e Pfizer
moção de comportamentos saudá-
respeito. O que torna ainda mais rele-
convergiram na organização de um
veis que as farmácias associadas da
vante o papel da farmácia enquanto
ciclo de conferências subordinada
ANF há muito assumiram e concre-
espaço de saúde e do farmacêutico
precisamente ao tema O papel da
tizam. Contudo, as metas de saúde
enquanto profissional de saúde.
farmácia na prevenção e controlo do
44 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
30
an
19 78 •
tabagismo . As farmácias enquanto
liberdades e garantias dos cidadãos.
verificou foi que, a título de exemplo,
espaços verdes, onde não se fuma,
Mas a verdade é que a intervenção
cada pneumonia custou ao Estado
têm um papel privilegiado na edu-
do Estado é de tal ordem que gran-
173,13 euros: no total, esta patologia
cação da população. Cabe à equipa
de percentagem do valor do tabaco
respiratória foi responsável por uma
da farmácia fornecer informação e
corresponde a uma tributação sobre
despesa, nesse ano de 2005, de 13
aconselhamento adequados, sensi-
tributação, sendo responsável, no
milhões de euros. A gripe custou 28
bilizando, incentivando e envolven-
total, por 1,2% do Produto Interno
milhões, enquanto a DPOC equivaleu
do os seus utentes na desabituação
Bruto do Estado português. Perante
a 150 milhões. No total das doenças
tabágica .
este valor, Margarida Borges deixou
do aparelho respiratório, 150 milhões
uma questão para reflexão: é bom ou
de euros foram atribuíveis ao cigarro.
não para o Estado promover a cessa-
E por ano poder-se-iam ter poupado
ção tabágica?
dez milhões na hipótese de todas as
A base de trabalho deste estudo são
pessoas terem deixado de fumar.
Sobre o tabagismo, em diferentes
dados de 2005, o último ano para
Margarida Borges deixou uma sínte-
perspectivas, falaram em Lisboa - é
o qual havia estatísticas completas
se final: estes dados mostram bem a
dessa sessão que aqui se faz eco
de saúde: os fumadores correspon-
magnitude do fenómeno e o espaço
- as três oradoras. A primeira das
diam então a 22,2% da população
que há para a prevenção da doença e
quais, Margarida Borges, do Centro
portuguesa, mais homens do que
geração de saúde. E foi precisamente
de Estudos de Medicina Baseada na
mulheres (31,0% contra 10,3%). Uma
sobre a intervenção dos profissionais
Evidência, debruçou-se sobre as cau-
primeira parte da investigação visou
de saúde na cessação tabágica que
sas e custos das doenças atribuíveis
estimar a carga da doença, em ter-
falou a oradora seguinte - Cecília
ao tabagismo em Portugal. Fê-lo com
mos de mortalidade, consequência
Pardal, pneumologista do Hospital
base numa investigação recente da
do tabaco, medida em unidades de
Fernando da Fonseca.
Universidade Católica, cujas princi-
tempo - anos de vida perdidos ajus-
pais conclusões apresentou.
tados pela incapacidade (DALYs). E
Ao introduzir o estudo, recordou que
em 2005 perderam-se 665 mil dias de
o tabaco é, provavelmente, o único
vida perfeita, 60% dos quais dizem
produto legal que, quando é utiliza-
respeito ao sexo masculino. Desses
Partindo da sua experiência profis-
do de acordo com regras restritas, faz
dias, 245.682 foram causados por
sional e da evidência científica, con-
mal à saúde e que, além disso, tem
doenças relacionadas com o tabaco
siderou que apenas três por cento
sido objecto de profunda regulação
(ainda que não directamente atribu-
dos dependentes tabágicos reque-
estatal. E porque regular um consu-
íveis).
rem uma consulta especializada,
mo consentido? Porque o cigarro
Uma segunda parte do estudo pro-
sobrando espaço para a intervenção
faz mal não só aos que o consomem
pôs-se avaliar a vertente económica
de outros profissionais de saúde. E a
directamente, mas também aos que,
das doenças associadas ao tabagis-
farmácia - disse - tem uma situação
não o querendo consumir, a ele estão
mo, ou seja, os custos das doenças
privilegiada, pois o acesso é fácil . É,
expostos. Se esta razão não houvesse,
provocadas pelo tabagismo, tendo
pois, um espaço que deve ser apro-
a regulação do tabaco configuraria
estes (em gastos e dias perdidos)
veitado para, por exemplo, abordar
uma invasão da esfera dos direitos,
sido convertidos em euros. E o que se
um doente com uma prescrição para
Custos em dias de vida e euros
os
20 08
Alternativas para deixar de fumar
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 45
reunioes profissionais patologia cardíaca e questioná-lo re-
dependência da nicotina (comprova-
uma pausa, após o que se passa para
lativamente aos hábitos tabágicos.
da através dos testes disponíveis), os
a outra bochecha e se mastiga mais
E fazer-lhe perguntas tão simples
que fizeram tentativas mal sucedidas
uma vez ou duas.
como se fuma, se quer deixar de fu-
no passado, os que começaram a fu-
Efeitos secundários (perturbações da
mar, se já pensou ou já tentou.
mar muito jovens, os que apresentam
orofaringe e da cavidade bucal) têm
Outra intervenção ao alcance dos far-
um historial de depressão ou outras
também as pastilhas para chupar,
macêuticos é a breve , conhecida pe-
dependências.
uma alternativa mais recente que
los 5As: Abordar, Aconselhar, Avaliar,
Mas a todos há que passar a ideia
pode ser usada como terapêutica re-
Ajudar, Acompanhar . Abordar para
de que é possível deixar de fumar. A
gular, como prevenção ou em SOS.
saber se é fumador, se nunca fumou
alguns bastará a força de vontade, a
Quanto aos sistemas transdérmicos
ou se já fumou. E, em qualquer uma
outros não. Não há medicamentos
são passíveis de causar insónias, bem
destas circunstâncias, avisar para o
milagrosos, mas também não há
como reacções cutâneas locais. São
risco: se é fumador dar a conhecer
necessidade de sofrimento. É sabido
também menos adequados nos dias
os perigos para a saúde derivados
que os fármacos duplicam o sucesso
mais quentes, para quem transpira
do tabaco e os benefícios associados
e que, sem ajuda terapêutica, apenas
muito ou pratica natação, pois des-
a deixar de fumar; se nunca fumou,
três por cento continuam sem fumar
colam-se facilmente.
alertar para o perigo de começar; se
ao fim de um ano.
Todos estes substitutos da nicotina,
já fumou, frisar que há sempre o risco
Assim sendo, qual a medicação mais
têm algumas contra-indicações: pes-
de uma recaída. E ao fumador inqui-
adequada? Entre os fármacos de pri-
soas com história de enfarte ou AVC
rir se quer deixar ou não de fumar,
meira linha incluem-se os substitutos
recente, angina instável, arritmia gra-
promovendo a motivação, mas não
nicotínicos, sempre mais seguros do
ve e grávidas não devem recorrer a
entrando em confrontos, tanto mais
que fumar , uma vez que não pos-
este método.
que fumar é um direito individual.
suem todos os outros componentes
Sem nicotina, a bupropiona actua
Finalmente, aos que querem deixar
nocivos do cigarro.
ao nível da dopamina, embora o seu
de fumar, ver de que modo a farmá-
As gomas - pastilhas mastigáveis de
mecanismo de acção ainda não seja
cia pode ajudar, identificando o tipo
2 ou 4 mg - são bastantes efectivas e
totalmente conhecido. A dose au-
de intervenção que requerem.
os seus efeitos secundários conheci-
menta-se de forma progressiva - um
Cecília Pardal sublinha a importância
dos (dores de cabeça, de estômago,
comprimido de manhã nos primeiros
de transmitir uma mensagem firme,
sensação de queimadura na boca e
seis dias, um de manhã e outro dez
se necessário personalizando o avi-
náuseas) são, muitas vezes, devido
horas depois a partir do sétimo dia
so: não assustando, não orientando
ao uso incorrecto. Aos farmacêuticos,
(o intervalo mínimo é de oito horas).
a comunicação para os perigos, mas
Cecília Borges alertou para a impor-
Dado o risco de insónia, é recomen-
para as vantagens de deixar de fumar
tância de ensinarem os utentes a uti-
dado afastar a toma o mais possível
em termos de qualidade de vida e
lizá-las adequadamente: não como
da noite. Este é um tratamento que
saúde. Dos que dão o passo, há um
uma pastilha elástica, mas masti-
dura dois a três meses, seis no máxi-
grupo que é preciso encaminhar para
gando uma ou duas vezes, depois
mo, com o doente a deixar de fumar
a consulta - são os que têm grande
encostando na bochecha e fazendo
entre o sétimo e o 14.º dias.
46 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
30
an
19 78 •
No domínio das contra-indicações
cisão, aconselhou os farmacêuticos
não se iniciem na certeza de que,
pontuam antecedentes de convul-
a acompanharem o doente no seu
depois, é mais difícil parar. Para esta
sões, de tumor no sistema nervoso
tratamento: mantendo o contacto,
intervenção contam com materiais
central, de epilepsia, cirrose e dis-
informando-se sobre o sucesso, feli-
vários e programas educativos do
funções alimentares, doença bipolar,
citando-o pelos progressos, reconhe-
Museu da Farmácia, nomeadamen-
idade inferior a 18 anos e gravidez.
cendo o esforço, procurando não re-
te os do Clube da Sara e do progra-
Outra alternativa sem nicotina é a
criminar se houve uma recaída, mas
ma A farmácia é tua amiga .
vareniclina, que actua ao nível dos
insistindo nas vantagens de voltar a
Quanto ao terceiro desafio, envol-
respectivos receptores, bloqueando-
tentar.
ve a intervenção junto dos utentes
os parcialmente e fazendo perder a vontade de fumar. A sua toma é igualmente progressiva na dosagem: 0,5 mg nos primeiros três dias, 0,5 mg do quarto ao sétimo (duas vezes por
os
20 08
fumadores, uma intervenção basea-
O sucesso como estímulo para intervir
dia) e um miligrama a partir do oitavo
da na evidência científica, estruturada e com resultados positivos: Não temos qualquer argumento para não intervir . Isso mesmo ficou provado com os re-
(ao pequeno-almoço e ao jantar). Em
Esta componente do acompanha-
sultados da campanha Não fume, nós
jejum tem a desvantagem de causar
mento esteve presente na campa-
ajudamos . A ela aderiram 1430 farmá-
náuseas, pelo que é aconselhado que
nha de cessação tabágica promovi-
cias, ainda que só 162 tenham enviado
o doente se alimente antes e que
da pela ANF em 2006, por ocasião
dados.
tome o comprimido com bastante
do Dia Mundial do Não Fumador
Foi a partir deles que se avaliou a inter-
água. O tratamento prolonga-se por
(31 de Maio). Dessa experiência deu
venção, não se tratando, pois, de um
12 semanas, no máximo 24, sendo
conta aos presentes Rita Santos, do
estudo formal. Ainda assim, os resulta-
que o doente deixa de fumar entre o
Departamento de Programas de
dos permitem tirar conclusões.
oitavo e o 14.º dias.
Cuidados Farmacêuticos da ANF.
Estiveram envolvidos 1202 fumadores,
Cefaleia, insónia e sonhos anormais
Os farmacêuticos - disse - têm a
que, em média, deixaram de fumar 4
são alguns dos efeitos secundários
responsabilidade social de contri-
dias após terem entrado em contacto
deste medicamento, com as contra-
buir para a saúde pública, enfren-
com a campanha. Ao fim do terceiro
indicações a abrangerem sobretudo
tando, no que ao tabaco respeita,
mês, dos 1202 fumadores envolvidos
a idade (menores de 18) e a gravidez.
três desafios principais.
ao início compareceram na farmácia
Perante esta diversidade terapêu-
O primeiro é deixarem eles próprios
350. Desses, 69,3% continuava sem
tica, Cecília Borges defendeu que a
de fumar: estatísticas do Europharm
fumar.
escolha deve ser partilhada entre o
Forum mostram que dez por cento
Esta campanha - frisou - prova que a in-
doente e o profissional de saúde que
dos farmacêuticos fumam.
tervenção existe e que é bem sucedida.
o acompanha (sendo que alguns dos
O segundo desafio é intervir junto
Aos farmacêuticos resta, pois, continu-
fármacos requerem prescrição médi-
dos utentes que não fumam, con-
ar o bom trabalho junto dos utentes
ca). Mas, independentemente da de-
tribuindo para que os mais jovens
fumadores. FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 47
prémio almofariz Uma aposta confirmada
Escola de Pós-Graduação é Projecto Farmacêutico do Ano
A atribuição do Prémio Almofariz Projecto Farmacêutico do Ano 2008 à Escola de Pós-Graduação em Saúde e Gestão veio confirmar o mérito e a pertinência da aposta da ANF no desenvolvimento profissional contínuo e, através dele, na qualidade dos recursos humanos da farmácia de oficina. 48 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
Premiados Prémio Almofariz 2008
Formar e informar - estes são os dois
competências que, no entendimen-
eixos em torno dos quais se concretiza
to da directora da Escola, Maria João
a missão da Escola de Pós-Graduação
Toscano, assenta a distinção agora
em Saúde e Gestão (EPGSG), criada
feita pelos Prémios Almofariz. E isso
formalmente em Janeiro de 2007
mesmo transmitiu aos presentes na
mas herdeira de 23 anos de experi-
cerimónia de entrega do galardão:
ência na formação contínua acumu-
Fazia todo o sentido recuar a esse
lados pela ANF.
passado, pois a decisão da direcção
É neste espólio de conhecimentos e
da ANF, em 1983, de avançar com
30
an
19 78 •
Paulo Silva, da Farmácia Distribuição e Maria João Toscano, directora da EPGSG
os
20 08
Paulo Silva, da Farmácia Distribuição, Amilcar Falcão, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e Francisco Carvalho Guerra, vencedor do Prémio Almofariz, Figura do Ano 2007
responsabilidade
que a
Nova pós-graduação em estudo
um ambicioso programa de forma-
Foi esta
ção contínua condicionou, de forma
EPGSG herdou. O projecto que lhe
marcante, o percurso da Escola e o
deu origem resultou, também ele, de
papel que pretende desempenhar
uma convicção: a de que a reorgani-
Paralelamente, reforçou-se o investi-
enquanto entidade formadora na
zação de valências, concentrando-as
mento numa outra componente for-
área da Saúde .
numa entidade própria, permitira
mativa, menos formal mas igualmen-
O que, então, moveu a direcção
criar sinergias valiosas, nomeada-
te enriquecedora: as reuniões profis-
da associação foi a convicção de
mente abrindo novos horizontes
sionais, sob a forma de conferências,
que conseguiria promover o desen-
para a actividade da escola.
palestras
volvimento profissional da farmácia
Efectivamente, assim aconteceu. Sem
actuais e oportunos e oradores cre-
através do investimento na qualida-
abdicar das áreas mais tradicionais da
díveis e reputados conjugam-se para
de dos recursos humanos, nomea-
formação, a Escola propôs-se explorar
proporcionar informação e transmitir
damente dos farmacêuticos . O em-
outras alternativas, de modo a cor-
conhecimentos a farmacêuticos e
penho que colocaram na formação
responder às necessidades e expec-
demais profissionais no domínio da
enquanto ferramenta imprescindí-
tativas do sector. É esse o objectivo
Saúde.
vel para a qualidade do exercício
da formação a distância, modalidade
Inovar tem sido, desde a primeira
profissional revelou-se uma aposta
que rompe com as condicionantes
hora, uma das motivações da Escola.
ganha. E a formação contínua é,
espaciais e temporais, oferecendo
E nesse sentido foram estabelecidas
hoje, encarada pelos farmacêuticos
aos destinatários a possibilidade de
parcerias, a primeira das quais com
como uma oportunidade de enri-
gerirem o ritmo da sua formação. É
o Hospital Fernando da Fonseca
quecimento individual e profissional
também esse o propósito da mais re-
(Amadora-Sintra) e o Instituto de
e um contributo para a consolidação
cente formação à medida, a resposta
Ciências da Saúde Egas Moniz.
da imagem de qualidade e eficácia
encontrada para preencher necessi-
Daí resultou a Pós-Graduação em
de todo um sector.
dades ainda mais específicas.
Farmacoterapia que, entretanto, evo-
ou
congressos.
Temas
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 49
prémio almofariz Prémios Almofariz Foram buscar o nome a um dos símbolos mais significativos da farmácia de oficina - o almofariz, precisamente porque se propõem celebrar a Farmácia. Atribuídos desde 1995, pela revista Farmácia Distribuição , os Prémios Almofariz assumem-se como o reconhecimento da Farmácia e do Farmacêutico enquanto intervenientes fundamentais da saúde pública. São os seguintes os vencedores da edição de 2008: • Projecto Farmacêutico do Ano Escola de Pós-Graduação em Saúde e Gestão • Figura do Ano - Amílcar Falcão, investigador e professor catedrático da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra • Laboratório - GlaxoSmithKline • Produto - BreatheRight (GSK) • MNSRM - Cêtussin (Janssen-Cilag) • Produto de Dermocosmética - Inneov Celulite (Laboratórios Inneov) • Anúncio Profissional - Centrum Gama (desenvolvido pela agência Today Comunicação para a Wyeth Consumer Healthcare).
50 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
luiu para Mestrado. A Farmacoterapia
outros profissionais da Saúde usufruí-
é, aliás, uma das áreas centrais na ac-
rem da oferta formativa da Escola de
tividade da Escola. Até porque é nela
Pós-Graduação em Saúde e Gestão. A
que assenta a intervenção profissio-
experiência entretanto adquirida ga-
nal dos farmacêuticos. Mas a Gestão
rante a solidez necessária para estes
assume cada vez maior relevância
novos passos.
num sector que é constituído por
Uma experiência herdada, é certo,
pequenas empresas e que, fruto do
mas consolidada neste primeiro ano
novo enquadramento legal, enfrenta
de actividade: 267 acções formativas,
um ambiente concorrencial. Daí que,
num total de 3.236 horas, das quais
segundo Maria João Toscano, esteja
beneficiaram 5.498 profissionais, en-
a ser perspectivada uma pós-gradua-
tre farmacêuticos e ajudantes técni-
ção, estando em curso diligências
cos.
visando estabelecer a necessária par-
A Escola é o passado e o presente,
ceria com uma instituição de ensino
pelo que a sua directora não hesi-
superior reputada nesta área do co-
ta em atribuir o Prémio Almofariz
nhecimento. O objectivo é o de sem-
Projecto Farmacêutico do Ano 2008
pre: a qualidade.
a todos: aos que, na ANF, apostaram
Uma qualidade que não se dirige ex-
na formação contínua e aos que, na
clusivamente à equipa da farmácia,
actualidade, contribuem para que
já que está aberta a possibilidade de
essa seja uma aposta ganha.
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 51
informacao terapeutica
O Sol, os Solares e
O sol é vital para o desenvolvimento e crescimento A Radiação Ultravioleta (UV) dos seres vivos. Depende de cada um a sua utilização de
gias e bronzeamento. Mas, também, provocam reacções tardias devido ao efeito cumulativo da radiação durante a vida, causando o envelhecimen-
A Radiação Ultravioleta faz parte da
to cutâneo e as alterações celulares
luz solar que atinge a Terra. Os raios
que, através de mutações genéticas,
de comportamentos de
UV penetram profundamente na pele
predispõem e causam o aparecimen-
exposição solar saudáveis.
e desencadeiam reacções imediatas
to do cancro da pele. A radiação UV
como queimaduras solares, foto-aler-
que atinge a Terra divide-se em ra-
forma responsável e a adopção
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os
20 08
a Farmácia diação UVA e UVB. Os raios UVC não atingem a Terra. A maior parte do espectro UV, a radia-
Pele - Classificação de Fitzpatrick
ção UVA, penetra profundamente na
Para isso é necessário conhecer a
pele, sendo a principal responsável
Classificação de Fitzpatrick, que carac-
pelo foto-envelhecimento. Tem im-
teriza a pele de I-VI fototipos. Isto por-
portante participação nas foto-aler-
que a pele reage de diferentes formas,
gias e também predispõe a pele ao
segundo a sensibilidade ao eritema e
aparecimento de cancro.
o bronzeado, exigindo níveis de pro-
Os raios UVB penetram superficial-
tecção distintos, suportando tempos
mente e causam as queimaduras so-
diferentes de exposição solar e pos-
lares, provocando alterações celulares
suindo maior ou menor risco de de-
que predispõem ao cancro da pele.
senvolvimento de cancros cutâneos.
O Cancro da Pele O cancro da pele é o tipo de cancro mais frequente nos indivíduos de raça branca (caucasiana). A sua incidência tem vindo a aumentar progressivamente desde meados dos anos 60. Existem grandes variações a nível mundial: a maior incidência verifica-se na Austrália, onde parece ter atingido o pico máximo que se tem mantido. Em contrapartida, nos países asiáticos as taxas de incidência são
Tabela 1 Fototipos
Consequência da exposição solar
muito baixas. Na Europa, as maiores taxas de incidência verificam-se nos países nórdicos e as mais baixas nos
I
Pele muito clara, olhos azuis ou verdes, sardas e cabelos louros ou ruivos
A pele fica sempre vermelha e nunca bronzeia
países mediterrânicos.
II
Pele clara, olhos claros e cabelo aloirado
A pele fica vermelha facilmente e bronzeia com dificuldade
tutos de Oncologia permitem es-
III
Pele clara, olhos castanhos e cabelo acastanhado
A pele bronzeia gradualmente mas às vezes sofre queimadura solar
Melanoma (um dos tumores mais
Pele morena, olhos escuros e cabelo escuro
A pele bronzeia facilmente e raramente sofre queimadura solar
por ano e dos Epiteliomas (carcino-
IV V
Pele muito morena, olhos escuros e cabelo escuro
A pele nunca sofre queimadura solar
VI
Pele negra, olhos escuros e cabelo escuro
A pele nunca sofre queimadura solar
Isabel Jacinto, Farmacêutica Departamento de Programas de Cuidados Farmacêuticos
Os números disponíveis nos Insti timar a incidência em Portugal do malignos) em 8/100.000 habitantes mas basocelulares e espinocelulares) em 100/100.000 habitantes por ano, o que representa 10.000 novos casos por ano. Nos últimos anos tem-se vindo a FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 53
informacao terapeutica
notar um progressivo aumento de
depois da quarta década de vida,
pessoas que estiveram muito tempo
casos detectados o que poderá cor-
localizando-se nas zonas do corpo
em contacto com agentes carcinogé-
responder não só a um progressivo
mais expostas. Pode manifestar-se
nicos. Contudo, quando diagnostica-
aumento de incidência mas também
sob a forma de um nódulo rosado
do e tratado a tempo tem elevadas
a uma maior procura de serviços e a
e brilhante de crescimento lento ou
probabilidades de cura.
um diagnóstico mais precoce.
de uma ferida superficial que surge
O melanoma maligno, apesar de re-
O cancro cutâneo tem elevada pre-
sem causa aparente. Trata-se de um
presentar apenas 7% do total é res-
valência originando acentuada mor-
tumor com tendência para recidivas,
ponsável por mais de 80% das mor-
bilidade e mortalidade, que podem
mas não faz metástases, apresentan-
tes atribuíveis a neoplasias malignas
ser reduzidas através de tratamento
do taxas de cura bastante elevadas
da pele.
precoce.
(>95%).
O melanoma tem origem nos mela-
A exposição solar excessiva é consi-
O carcinoma espinocelular (25%) tem
nócitos da epiderme, atinge grupos
derada a causa mais comum de can-
origem nas células das camadas inter-
etários mais jovens e apresenta lo-
cro da pele (cerca de 90% dos casos).
médias do epitélio pavimentoso estra-
calizações distintas nos diferentes
O cancro da pele tem elevadas taxas
tificado que forma a epiderme (cama-
sexos.
de cura quando diagnosticado e tra-
da espinhosa). Atinge o mesmo grupo
Nos homens a localização preferen-
tado nas fases iniciais.
de indivíduos que o anterior mas
cial é o tronco, a cabeça e o pescoço,
indivíduos em idade mais avançada.
enquanto nas mulheres surge com
Tipos de Cancro da Pele
Manifesta-se habitualmente sob a
frequência nos braços e pernas.
Os tipos de cancro da pele mais fre-
forma de um nódulo, com tendência
O seu aspecto inicial é variado mas
quentes são:
para ulcerar e sangrar facilmente.
habitualmente caracteriza-se pelo
O carcinoma basocelular (65%) tem
É um tumor mais agressivo e de cres-
aparecimento de um pequeno nó-
origem nas células da camada basal
cimento mais rápido, podendo dar
dulo ou mancha, de cor negra de al-
da epiderme. Atinge sobretudo in-
origem a metástases em órgãos vitais
catrão, sobre pele aparentemente sã
divíduos de pele clara que estão ex-
e causar mesmo a morte. É na face,
ou sobre um sinal pré-existente. Tem
postos cronicamente ao sol: pessoas
no pescoço, no dorso das mãos e nas
uma fase precoce de crescimento
com antecedentes de queimadura
pernas que o tumor se desenvolve
superficial (fase de crescimento ho-
solar - após episódios agudos de ex-
preferencialmente, a partir de cica-
rizontal) que pode durar meses, ou
posição solar. Surge, habitualmente,
trizes ou queimaduras solares ou em
anos, e uma fase mais tardia de cres-
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1
11
2
10
Muito elevado (das 12 às 16h) Elevado (das 11 às 12h e das 16 às 17h) 9
3
Médio (das 10 às 11H e das 17 às 18h) Mínimo (das 8 às 10h e das 18 às 21h)
8
4
7
6
5
cimento em profundidade (fase de
podem levar à cura em mais de 95%
cura ficam drasticamente reduzi-
crescimento vertical).
dos casos.
das, existindo o risco eminente de
O melanoma maligno parece estar
metastização à distância (muitas
associado à exposição solar intermi-
Carcinomas Basocelular
vezes é necessário o recurso a tera-
tente, aguda e intempestiva, muitas
e Espinocelular
pêuticas adicionais, nomeadamen-
vezes acompanhada de queimadu-
O tratamento, nas fases iniciais, é
te, imunoterapia, quimioterapia e
ras solares ( escaldões ).
muito simples (cirurgia, criocirur-
radioterapia).
Os outros tumores cutâneos (3%),
gia, laser) e resulta quase sempre
como linfomas e sarcoma de Kaposi,
na cura do tumor. Todavia, se evo-
a sua origem não parece estar rela-
luir sem tratamento pode tornar-se
cionada com a exposição solar.
muito agressivo, invadindo os teci-
Prevenção do Cancro da Pele
dos circundantes e provocar gran-
Factores de risco
des defeitos e mutilações sobretu-
No Verão, as pessoas tem tendên-
Para além da exposição solar prolon-
do em certas áreas anatómicas (na-
cia a estar mais tempo fora de casa
gada, existem outros factores de risco
riz, pavilhões auriculares, pálpebras,
e, por consequência, estar mais
de cancro da pele, tais como:
etc.). Mesmo nestas fases é muitas
expostas ao sol, sendo necessário
• Pele clara e cabelo claro ou ruivo;
vezes possível curar o tumor recor-
adquirir hábitos saudáveis e ter cui-
• Olhos azuis, verdes ou cinzentos;
rendo à cirurgia e à radioterapia.
dados redobrados.
Melanoma
Relógio Solar
• Sardas; • História familiar de cancro
O tratamento é quase sempre ci-
O relógio solar pode ajudar a
• Escaldões apanhados na infância;
rúrgico e quando efectuado nas
compreender melhor as horas de
• Idade;
fases iniciais, em que o tumor ainda
maior perigo de queimaduras sola-
• Uso de solários.
é muito fino (espessura inferior a
res, sendo uma ferramenta importante
cutâneo;
0.5mm), acompanha-se de elevadas
para a intervenção do farmacêu-
Tratamento
taxas de cura. Mas quando o tumor
tico junto do utente, juntamente
A maioria dos cancros da pele, se fo-
já é muito espesso (espessura supe-
com a Regra da Sombra (as horas
rem descobertos atempadamente,
rior a 4 mm) as probabilidades de
mais seguras são aquelas em que FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 55
informacao terapeutica Deve escolher-se sempre um produto que proteja contra os raios UVA e UVB, portanto de largo espectro e resistente à água.
a sombra do individuo é maior do
sando a radiação incidente. Não
tector solar/ cm2 de pele. Contudo,
que o próprio individuo).
são muito bem aceites cosmetica-
estudos têm mostrado que apenas
mente, mas apresentam menor sen
é colocado um quarto ou metade
Protector Solar
sibilização, sendo muito indicados
da quantidade recomendada.
Os protectores solares ou filtros so-
para elevar a protecção solar (lá-
lares são substâncias destinadas a
bios, sinais, cicatrizes), para crian-
Factor de Protecção Solar (SPF)
proteger a pele do sol. Conseguem
ças e para pessoas com peles into-
ou Índice de Protecção Solar
proteger a pele, a curto prazo, de
lerantes.
(IPS)
queimaduras e de alergias solares
Os principais são o dióxido de titâ-
O SPF de um produto relaciona o
e, a longo prazo, do envelhecimen-
nio, óxido de zinco, óxido de ferro,
tempo necessário para a pele se
to e do cancro da pele.
óxido de magnésio, carbonato de
queimar (ficar vermelha) sem pro-
Estes protectores dividem-se em quí-
cálcio, talco, caulino e ictiol. Os
tecção e o tempo necessário para se
micos, físicos e compostos antioxi-
protectores solares fornecem pro-
queimar quando se usa um produto
dantes (fotoprotectores biológicos).
tecção contra a radiação UV mas
com protecção solar. Por exemplo,
Os filtros químicos (ou orgânicos)
têm que ser usados juntamente
se o tempo máximo de exposição for
agem através da absorção dos raios
com outras medidas de protecção
30 minutos sem qualquer protecção,
UV, filtrando sobretudo os UVB e,
(como a procura de sombra, o uso
quando se usa um filtro solar com
ocasionalmente, uma certa quan-
de roupa, limite do tempo de ex-
SPF 4, a mesma pele leva, aproxima-
tidade de UVA. Incluem aminoben-
posição) para que os filtros possam
damente, 4 vezes mais tempo para
zoatos, benzofenonas, cinamatos,
ser efectivos.
ficar vermelha.
salicilatos, dibenzoilmetanos, an-
Os protectores solares têm que ser
Portanto, quando se fala em SPF está
tranilatos e derivados da cânfora.
usados adequadamente. Para isso,
a fazer-se referência à protecção con-
Os filtros físicos (ou inorgânicos ou
é necessário que cada pessoa o co-
tra UVB.
de barreira) formam uma película
loque no seu corpo, regular e abun-
A protecção contra UVA é classificada
sobre a pele, reflectindo e disper-
dantemente, ou seja, 2 mg de pro-
de 0 a 5 estrelas.
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Atenção: O protector solar deve in-
Para peles mais claras (I;II;III), o tempo
As peles mais claras necessitam de
cluir sempre protecção contra UVA
de exposição solar necessário para
protectores com SPF mais altos e as
e UVB.
queimar é menor do que para as pe-
peles mais morenas podem utilizar
les mais escuras (IV;V;VI).
um SPF mais baixo. Contudo, a apli-
Escolha do Produto
Tabela 2
Para uma escolha correcta do produ-
Tabela 3
to com o SPF adequado deve-se ter
Fototipo
SPF
em conta o fototipo e o tipo de pele,
I
50
SPF
Protecção (%)
bem como o envelhecimento cutâ-
II
30-50
2
50
neo e eventual fotossensibilidade
III
30
4
75
IV
30
8
87.5
V
30
15
93
VI
30
30
97
50+
98
por certos medicamentos. O quadro a seguir mostra quanto da luz solar (UVB) é absorvida pelos protectores solares.
os
20 08
Adaptado www.procms.be/euromelanoma/template_EU.asp?page=12
Protecção dos filtros solares
Os Dez Mandamentos para uma Exposição Solar Segura Adaptado do Euromelanoma 2008 1 Evite a exposição directa ao sol entre as 12h00 e as 16h00. Se tem a pele muito sensível deve evitar expor-se sem protecção entre as 11h00 e as 17h00 (no Verão); 2 Exponha-se de forma gradual e progressiva, nunca deve ultrapassar as 2 horas; 3 A melhor protecção é a sombra e o vestuário; use chapéu (com aba larga, para proteger orelhas, pescoço, rosto e cabelo) e óculos de sol (que devem bloquear 100% os raios UVA e UVB); 4 Aplique um protector solar 15-30 minutos antes
sol entre as 11h00 e as 17h00 e idealmente entre as 10h00 e as 18h00; 6 Não adormeça o sol; movimente-se e molhe-se de vez em quando; 7 Esteja atento aos dias nublados e ventosos: os raios ultravioletas atravessam facilmente as nuvens e podem, sem se aperceber, provocar-lhe um escaldão; 8 Evite em absoluto os solários e outras fontes artificiais de radiação UV: aceleram o envelhecimento da pele e aumentam o risco de cancro da pele;
da exposição, com Factor de Protecção Solar
9 Evite excessos de higiene, depilação ou peelings
(SFP) > 30, não esquecendo o rosto, os ombros,
antes de se expor ao sol, deixam a pele mais vul-
as costas das mãos e dos pés, as orelhas, o nariz,
nerável;
o pescoço e o couro cabeludo. Repita a aplicação de 2 em 2 horas ou após cada banho;
10 Beba líquidos em abundância e coma fruta fresca e legumes: são ricos em sais minerais, carote-
5 Atenção aos bebés: a exposição directa ao sol
nos e vitaminas, com acção anti-oxidante, que
é desaconselhada no primeiro ano de vida. Nas
ajudam a pele a defender-se melhor da agressão
crianças pequenas evite a exposição directa ao
da radiação solar.
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 57
informacao terapeutica
BIBLIOGRAFIA cação do protector solar não deverá
saúde pelo contacto directo com os
servir para justificar exposições prolon-
utentes, vai ter um papel determi-
gadas ou em horários inadequados.
nante na divulgação das medidas de prevenção do cancro da pele e no
Tipo de pele Quando se aconselha um protector solar deve ter-se também em conta o tipo de pele e a forma farmacêutica do produto.
aconselhamento do protector solar mais acertado, bem como, na sensibilização para o auto-exame. Para apoiar o aconselhamento do farmacêutico, nesta área, serão dis-
Intervenção Farmacêutica
ponibilizadas 3 ferramentas: o guia
Neste contexto, o farmacêutico, como
sional e o folheto informação saúde
elemento privilegiado da equipa de
para o utente.
prático de intervenção farmacêutica, o fluxograma de intervenção profis-
1. http://www.apcc.online.pt (Associação Portuguesa contra Cancro Cutâneo); 2. http://www.procms.be/euromelanoma/ template_EU.asp?page=12 (Euromelanoma 2008); 3. http://www.ligacontracancro.pt/ (Liga Portuguesa contra o Cancro); 4. http://www.dermo.pt (Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia); 5. http://www.aad.org/ (American Academy Dermatology); 6. http://www.skincancer.org/ (Skin Cancer Foundation); 7. www.cancerresearchuk.org/ (Cancer Research UK); 8. www.cancer.gov/ (National Cancer Institute); 9. Newsletter da Kaiser Permanente, Reduce your Risk of Skin Cancer, Summer 2001; 10. www.farmacia.com.pt; 11. www.cancer.org/ (American Cancer Society); 12. Barata, Eduardo A. F., A Cosmetologia, 2ªEdição, Fim de Século.
Tabela 4 Tipo de Pele
Características
Tipo de produto
Pele Normal
Macia ao toque e equilibrada, os poros não são visíveis, textura lisa e aveludada.
Emulsão O/A (rosto e corpo)
Pele Mista
Brilhante e oleosa na chamada região T (testa, nariz e queixo), aspecto normal nas extremidades; poros dilatados na zona T, não sendo visíveis nas outras áreas.
Emulsão O/A (rosto e corpo)
Pele Oleosa
Apresenta constantemente um aspecto brilhante por causa da oleosidade excessiva; poros dilatados e escuros, com tendência acneica.
Gel ou Emulsão O/A (rosto e corpo)
Pele Seca
Pouco brilho e hidratação; resistência e elasticidade reduzidas; tendência para envelhecer prematuramente; textura fina com tendência para descamar; poros não são visíveis.
Creme A/O (rosto) Leite A/O (corpo)
Pele Sensível (adultos e crianças)
Vermelha, inflamada e com comichão.
Stick (lábios, sinais, cicatrizes) Leite A/O (rosto e corpo)
Tipo O/A ‒ contem filtros solúveis em água (isento de óleo). Tipo A/O ‒ contem filtros lipossolúveis. 58 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
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os
20 08
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 59
59
anf Universo empresarial da ANF apresentado às farmácias
Uma estratégia de longo prazo
O investimento na área empresarial faz parte de uma estratégia de longo prazo de reforço da intervenção das farmácias e do papel político da ANF. Esta mensagem foi transmitida aos associados reunidos em Lisboa, no dia 31 de Maio, numa sessão em que a direcção reafirmou a importância da união e da confiança como os maiores activos da associação. Três centenas de farmácias, representa-
lativo e mediático: Fomos massacra-
a situação com determinação: Foi im-
das por meio milhar de farmacêuticos,
dos nos últimos anos. As dificuldades
portante não nos termos acantonado .
responderam positivamente ao con-
foram muitas e todos as sentimos no
Foi da necessidade imperiosa de dar
vite da direcção da ANF para ficarem
dia-a-dia. Mas nunca perdemos o nor-
resposta a este contexto que a ANF se
a conhecer melhor o universo empre-
te. Mantivemo-nos sempre unidos , su-
lançou na área empresarial. Não tem
sarial da associação e o contexto sub-
blinhou o presidente da direcção, João
sido um caminho fácil: Mas estamos
jacente a esta estratégia. Um contexto
Cordeiro, ao abrir a sessão no Centro
muito tranquilos e com grandes expe-
indissociável de três anos de sucessivas
de Congressos de Lisboa. Apesar dos
ctativas em termos de futuro .
ofensivas contra o sector, a nível legis-
obstáculos, as farmácias enfrentaram
Desse percurso deram conta aos pre-
60 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
30
an
19 78 •
sentes os responsáveis pelas estruturas
traçado pelo governo em termos de
por inovar e esse conceito está presente
que se autonomizaram do tronco cen-
parcerias público-privado não se iria
nas novas unidades, quer em Portugal,
tral da ANF, ganhando estatuto empre-
concretizar. O grupo enveredou en-
quer em Espanha (em parceria com a
sarial, e pelas empresas em que a asso-
tão pelo reforço dos investimentos
Quirón), com a JMS a assumir-se como
ciação tem participação financeira.
no sector privado e pela internacio-
um operador à escala ibérica líder na
nalização, visando consolidar a sua
prestação de cuidados de saúde.
posição competitiva.
De acordo com Salvador de Mello, a
No percurso do grupo, o Amadora-
JMS está numa senda de crescimento
Sintra merece particular relevância:
muito entusiasmante , com uma evo-
São parcerias fortes , como descre-
considerado um projecto de excelên-
lução económica e financeira muito
veu João Cordeiro. E a primeira delas
cia, o objectivo é torná-lo no melhor
positiva , ainda que os resultados lí-
foi estabelecida com a José de Mello
hospital público do país. É hoje o que
quidos se tenham contraído. Trata-se,
Saúde (JMS), cuja apresentação esteve
possui menor lista de espera cirúrgica,
no entanto, de uma consequência da
a cargo do respectivo presidente do
foi o primeiro acreditado pelo King s
política de investimentos com a qual o
conselho de administração, Salvador
Fund e dos primeiros a introduzir o
grupo se propõe preparar o futuro.
de Mello. Foi em 1998 que essa par-
Protocolo de Manchester (para gestão
ceria se constituiu, com a ANF a deter
das urgências). Não obstante, o gover-
30% do grupo, embora já antes hou-
no decidiu pôr fim à gestão privada:
José de Mello Saúde Preparar o futuro
os
20 08
José de Mello Residências e Serviços - Antecipar o mercado
vesse colaboração em projectos como
É uma decisão legítima, mas que la-
o Hospital Amadora-Sintra. Ao longo
mentamos e que não se justifica mini-
deste percurso, a relação de confiança
mamente, é meramente política. Para
Coube ao orador seguinte dar a pers-
estabelecida e o apoio dado pela ANF
o país será um retrocesso de décadas,
pectiva de outra unidade empresa-
ao desenvolvimento da JMS têm sido
pois perde-se um factor essencial que é
rial do Grupo José de Mello em que
extraordinários . É certo que tivemos
a competição dentro do sistema .
a ANF tem participação (30%) - a JM
tempos difíceis, mas é nesses momen-
Reforçar a posição competitiva da JMS
Residências e Serviços, representada
tos que se vê quem tem visão de longo
é também o propósito do Saúde CUF
pela administradora Rosário Frias.
prazo e quem quer, de facto, contribuir
2010, uma rede de prestação de cuida-
Criada no ano 2000, actua em três fren-
para o desenvolvimento do país. A
dos de saúde que aposta numa dupla
tes - a dos condomínios residenciais, a
ANF tem verdadeiramente essa visão ,
vertente - a operacional e a clínica. Este
das residências assistidas e a dos servi-
destacou.
é um modelo novo, mas Salvador de
ços domiciliários. De cada uma delas,
Reportando-se a 2007, Salvador de
Mello acredita que dará grandes resul-
foi dado conhecimento pormenoriza-
Mello considerou que foi um ano mui-
tados a médio prazo .
do, no número de unidades, utentes
to importante para a JMS. Primeiro foi
A diferenciação tecnológica continua
e serviços prestados. Em destaque
um ano de mudança de estratégia, de-
a ser uma aposta - Faz parte do nosso
esteve a filosofia que deu origem ao in-
pois de se ter verificado que o caminho
ADN . O grupo sempre se distinguiu
vestimento nesta área de negócio que FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 61
anf
veio responder a necessidades que não
junta com a JMS (2%). Grupo líder na
formação dos recursos humanos e nas
eram satisfeitas pelo modelo tradicional
distribuição farmacêutica, a Alliance
tecnologias de informação.
de apoio à terceira idade - os lares, nem
tem mantido um desempenho acima
O marketing não foi esquecido: aos
sempre com uma imagem positiva. Foi
do mercado, com os resultados líqui-
produtos já lançados deverão juntar-se
isso precisamente que Rosário Frias
dos a triplicarem entre 2005 e 2007.
em breve os da marca de dermocos-
sublinhou: a JM Residências e Serviços
Neste ano, contudo, verificou-se um
mética Boots e uma linha de genéricos.
abriu caminho, inovou, introduziu um
abrandamento, o que Joaquim Simões,
Parcerias com a GlobalVet e a Escola
novo conceito que o mercado não
administrador delegado, atribui às
de Pós-Graduação em Saúde e Gestão
esperava. Mas criou-se a apetência, o
contracções de margem ocorridas en-
estão igualmente contempladas, na
que, após anos iniciais de grande in-
tretanto e que tornaram o mercado ex-
persecução daquele que podia ser o
vestimento, deverá permitir atingir em
tremamente competitivo: Houve em-
lema da Alliance: operações exigentes,
2009 a velocidade de cruzeiro e uma
presas concorrentes que tomaram de-
soluções eficientes.
situação de equilíbrio.
cisões de efeito duvidoso, que des-
Esta é uma estratégia que se tem reve-
O ano de 2007 foi muito importante.
troem valor, mas não é essa a nossa
lado acertada. Apesar dos investimen-
Colocámos no mercado um novo ne-
postura. Queremos criar valor, ter uma
tos, a empresa tem gerado dinheiro,
gócio, uma nova resposta para pes-
organização para o futuro .
com um cash-flow positivo. E com
soas seniores e a experiência permitiu
Na concretização desta estratégia, a
uma rentabilidade de capitais próprios
perceber que o mercado já não queria
Alliance propõe-se manter uma pre-
crescente e a situar-se nos 15%. O que,
as residências tradicionais. Esta nova
sença efectiva no mercado, em termos
como salientou Joaquim Simões, mos-
abordagem significou uma grande vira-
de quota e de índice de penetração,
tra que os accionistas, como a ANF,
gem, uma resposta qualificada para fa-
posicionando-se como canal privilegia-
fizeram um excelente investimento
zer face ao envelhecimento , reforçou,
do de acesso da indústria ao mercado,
salientando que inovar não é fácil, mas
mas também pretendendo alargar a
é essa a mais-valia da JM Residências e
sua actividade para outras áreas, de
Serviços.
modo a garantir o autofinanciamento.
Alliance Healthcare - Criar valor
Nesse sentido, tem sido canalizado in-
nesta operação .
Consiste - Aproveitar a crise
vestimento para a reorganização dos
Aproveitar as oportunidades que o
principais armazéns, de modo a me-
mercado oferece tem sido a filosofia
lhorar a rapidez e o serviço e a obter
da Consiste, a empresa do universo
Foi em 2005 que a ANF assumiu uma
ganhos de eficiência. A aquisição da
ANF vocacionada para os sistemas de
posição de 49% no capital da então
Alloga, pré-grossista, enquadra-se no
informação e comunicação. É que, de
Alliance Unichem, uma operação con-
mesmo objectivo, tal como a aposta na
acordo com Armando Reis, da comis-
62 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
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são executiva, a crise não pode ser
da em áreas rentáveis - banca, indús-
pelo vice-presidente da associação
encarada apenas numa perspectiva ne-
tria, seguros, administração pública.
João Silveira e que envolveu o LEF, o
gativa, mas como uma oportunidade
Actualmente, é uma nova empresa, por
CEFAR e a Escola de Pós-Graduação
de fazer novos negócios e desenvolver
assim dizer, e foi esta a base que per-
em Saúde e Gestão, agregados no
os que já existem . Foi esta filosofia que
mitiu o negócio com a Pararede. Uma
Instituto de Inovação e Formação em
conduziu à fusão com a Pararede, o que
vez concretizada a fusão, será altura de
Saúde - InfoSaúde.
dará origem ao que será, provavelmen-
avançar para outros mercados, nome-
A autonomização do LEF conduziu,
te, o maior grupo tecnológico do país.
adamente os das grandes empresas.
num primeiro momento, à criação do
Somados os valores de ambas as em-
No total, ambas as empresas irão gerir
IFAR-CT, entretanto reavaliada em fun-
presas, o volume de negócios deverá
cerca de sete mil clientes.
ção da percepção de que a marca LEF
situar-se nos 127 milhões de euros.
O próximo ano - o primeiro pós-fusão
era muito bem acolhida, nacional e
Este é o último passo de uma estratégia
- será um ano de reengenharia, pois,
internacionalmente, pelo que deveria
que também envolve a internacionali-
apesar da complementaridade entre
manter-se, com o instituto a alargar o
zação, nomeadamente nos mercados
as duas empresas, é necessário integrar
seu âmbito de actividade, sem esque-
angolano e espanhol, bem como nos
pessoas e actividades. No segundo ano,
cer a sua vocação primordial de supor-
chamados mercados emergentes, do
será tempo de consolidar o negócio e
te à intervenção farmacêutica.
leste europeu.
preparar novos projectos. Um futuro
Também o CEFAR conheceu uma evo-
Quanto ao mercado nacional, a evo-
que, segundo Armando Reis, não seria
lução no seu conceito, passando a de-
lução também é notória. Quando foi
possível sem o apoio da ANF, que sem-
signar-se Centro de Estudos e Avaliação
constituída, as farmácias represen-
pre favoreceu o reinvestimento: Se as-
em Saúde com um horizonte mais lato
tavam a totalidade do negócio da
sim não fosse, dificilmente estaríamos
do que o sector farmacêutico. A farma-
Consiste e, por consequência, do volu-
onde estamos .
coepidemiologia, a farmacoeconomia,
me de negócios. Quase um quarto de século passado, as farmácias continuam a estar no centro da actividade da empresa, mas 44% di-
InfoSaúde - Novas unidades de negócio
os
20 08
a avaliação de resultados em saúde e estudos de mercado são as suas principais competências, consideradas por João Silveira como importantes do
zem já respeito a outros sectores, com
Paralelamente às participações assu-
ponto de vista estratégico. As farmá-
uma inversão de resultados: 66% pro-
midas em empresas do universo far-
cias, enquanto elo da cadeia de saúde
vêm dessas novas áreas.
macêutico, a estratégia da ANF passou
e do medicamento, têm de demonstrar
Segundo Armando Reis, houve uma
pela autonomização e conversão em
cada vez mais o valor que acrescentam
diferenciação, um reposicionamento
empresa de alguns dos seus depar-
ao circuito. Ou o demonstramos ou cor-
no mercado que possibilitou a entra-
tamentos. Uma decisão apresentada
remos o risco de ficar fora do jogo . Daí FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 63
anf
a necessidade de desenvolver uma cul-
pormenor, as três empresas em que a
no complexo contexto da indústria de
tura de avaliação e de a disponibilizar a
ANF está envolvida - Genomed (presta-
CRO (organizações de investigação
outros parceiros.
ção de serviços e investigação na área
por contrato). Para essa diferenciação
da genética molecular), Technophage
contribuem as parcerias sustentáveis
(investigação em bacteriófagos e frag-
com empresas credíveis, bem como a
mentos de anticorpos) e Crioestaminal
qualificação e competência dos recur-
(investigação e desenvolvimento de
sos humanos. O investimento neste
O potencial de crescimento da biotec-
células estaminais, com uma quota de
domínio passa pela convicção de que
nologia e da bioeconomia foi apresen-
mercado de 65%).
criar valor é criar conhecimento, o que
Biotecnologia - Em franco crescimento
tado aos associados por Rui Rodrigues, responsável pela coordenação executiva destas áreas de negócio da ANF.
LEF - Compromisso com a qualidade
Um potencial recente, possível graças
conduz à prossecução - paralelamente à actividade central do LEF - de projectos de investigação e desenvolvimento aplicado, partilhados mediante a publi-
à descoberta da sequenciação do ge-
Há década e meia no mercado, o
cação nos meios da especialidade.
noma humano. Actualmente, 20% dos
Laboratório de Estudos Farmacêuticos
Com 50 clientes industriais (além das
medicamentos advêm da biotecnolo-
assumiu desde a primeira hora um
farmácias associadas) e presente em
gia, correspondendo a 9% das vendas
compromisso com a qualidade, reno-
cinco mercados, além do português, o
na Europa e com uma taxa de cresci-
vado em 2006 com a inauguração de
LEF prevê facturar este ano 2,2 milhões
mento duas vezes maior do que as dos
instalações de excelência que lhe ga-
de euros, o que corresponde a um
fármacos convencionais.
rantem melhores condições para com-
equilíbrio de exploração.
Perante esta tendência, a ANF, en-
petir em termos internacionais.
Crescer e consolidar-se são os desafios
quanto organização proactiva, não
Isso mesmo foi sublinhado por António
para o futuro, o que envolverá a identifi-
podia ficar à espera dos acontecimen-
Bica, da comissão de gestão, que apre-
cação de oportunidades (em nichos de
tos , tendo investido nesta área: está
sentou as novas valências do LEF - as de
mercado, por exemplo), o alargamento
presente em empresas de investiga-
desenvolvimento galénico e microbio-
da oferta de serviços (sem dispersar de-
ção fundamental, no fabrico de bio-
logia, a nível científico, e a de desenvol-
masiado), o aumento da produtivida-
fármacos, na genética molecular e na
vimento do negócio. O objectivo é que
de, a redução de custos e a promoção
criopreservação de células estaminais,
o laboratório se constitua como uma
da eficiência. A certificação ambiental
sendo o maior operador nacional neste
plataforma capaz de articular, de for-
está igualmente contemplada, até por-
domínio empresarial.
ma coerente, a inovação e o mercado,
que é uma condição preferencial para a
Rui Rodrigues deu a conhecer, mais em
com um posicionamento diferenciador
subcontratação.
64 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
30
an
19 78 •
Escola de PósGraduação - Continuidade com ambições
parceria com o Hospital Fernando da
das estruturas financeiras da ANF,
Fonseca (Amadora-Sintra).
nomeadamente da Finanfarma e
Falou ainda de outros números - os
do Imofarma, levadas ao Centro
económicos, para dar conta de um vo-
de Congressos de Lisboa por Boni-
lume de negócios, no primeiro ano de
fácio Lopes, director financeiro da
actividade, de 2.276 mil euros e de um
associação.
É assim que se pode definir a filosofia
resultado antes de impostos de 89 mil
A constituição de uma empresa de
da Escola de Pós-Graduação em Saúde
euros, acima das previsões.
factoring já se equacionava, mas foi
e Gestão, herdeira de 25 anos de expe-
Como objectivos estratégicos definiu
acelerada pela medida governamen-
riência e conhecimento acumulado na
a consolidação da oferta formativa,
tal - consagrada no orçamento de
área da formação, mas apostada em
ao nível dos novos serviços, o desen-
2006 - que impedia a intermediação
horizontes mais vastos.
volvimento da área de consultoria e a
dos pagamentos do SNS às farmácias.
Apresentada na sessão pela sua direc-
expansão da actividade a outras áreas
A Finanfarma foi criada como resposta,
tora, Maria João Toscano, a escola é o
da saúde, mediante novas parcerias. É
de modo a assegurar o pagamento às
culminar de uma aposta estratégica da
nesse âmbito que se inscreve a cola-
farmácias, mediante a modalidade de
direcção da ANF que cedo entendeu a
boração com o Instituto Superior de
adiantamento relativamente ao prazo
formação como um suporte fundamen-
Ciências da Saúde Egas Moniz, visan-
original.
tal à intervenção profissional. A meio
do a pós-graduação e o mestrado em
Nessa fase inicial, a nova estrutura be-
do seu segundo ano de existência, tem
Farmacoterapia. Uma área a explorar é a
neficiou da experiência que a associa-
como missão conceber e desenvolver
dos eventos, que este ano irá potenciar
ção já detinha, estando actualmente
actividades formativas e de informação
o crescimento da escola como unidade
a ser contemplado o alargamento a
com qualidade para a equipa da farmá-
de negócio devido a dois projectos : o
outras actividades do negócio, no-
cia, mas alargando a diversos parceiros
Programa Farmácias Portuguesas, já a
meadamente a outros operadores de
na área da saúde e, assim, contribuindo
decorrer, e o 9.º Congresso Nacional das
saúde e no que respeita aos créditos
para a qualificação e desenvolvimento
Farmácias, a realizar em Novembro.
sobre o Estado (a curto prazo, os la-
profissional contínuo dos recursos humanos. Da actividade da escola, Maria João Toscano passou em revista os três de-
os
20 08
boratórios de análises clínicas). Num
Estruturas financeiras - Caminhos recentes
partamentos. Destacou igualmente a
horizonte mais longínquo, coloca-se a possibilidade de serem abrangidos créditos sobre outras entidades. E num horizonte temporal que po-
pós-graduação em farmacoterapia, cuja
Foi o contexto político-legislativo
derá estender-se até final de 2009, a
primeira edição ocorreu em 2007 numa
que desencadeou a constituição
Finanfarma poderá evoluir para IFIC, FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 65
anf A ANF está hoje bem distante do Grémio Nacional das Farmácias que, há 30 anos, mais não fazia do que cobrar quotas. Hoje, cria emprego, produz riqueza. E para isso tem de haver investimento.
instituição financeira de crédito es-
fusão entre a Consiste e a Pararede.
economia da farmácia e garantindo a
pecializado. Trata-se de uma estru-
Enquanto director financeiro, Boni-
independência do sector.
tura semelhante a um banco, com a
fácio Lopes apresentou as contas
Ao arrepio daquele que era o propósi-
única diferença de não poder rece-
da Farminveste, a empresa mãe que
to do anterior ministro da Saúde, que
ber depósitos.
agrupa as participações da associa-
tentou transmitir a ideia de que a as-
Tal como a Finanfarma, também o
ção. Depois de uma demonstração
sociação não era necessária às farmá-
Imofarma está consignado na re-
dos métodos, explicou aos associa-
cias na sua vertente financeira, pois o
cente alteração estatutária da ANF.
dos que as normas de contabilidade
SNS estava pagar a tempo: Mas feliz-
Este fundo de investimento imobi-
em vigor prejudicam as contas con-
mente soubemos dar resposta.
liário foi constituído para agrupar o
solidadas, induzindo uma desvalori-
E se temos uma estrutura financei-
património imobiliário da associa-
zação dos capitais próprios que não
ra devemos ao professor Correia de
ção, funcionando como o proprie-
tem correspondência no mercado.
Campos , ironizou João Cordeiro.
União, o maior activo
aguardando a próxima medida. Mas
tretanto acrescido com a aquisição
De números falou o último orador
linhas de crédito, não para pagar às
de terrenos onde irá ser edificado
da sessão - o presidente da direcção
farmácias, mas para investir .
o complexo do Porto (albergará a
- para defender que a política de in-
A ANF está hoje bem distante do
sede da delegação da ANF e as em-
vestimento da ANF (131 milhões de
Grémio Nacional das Farmácias que,
presas do grupo no Norte do país).
euros nos últimos três anos) é positi-
há 30 anos, mais não fazia do que
Com recurso a crédito bancário,
va para as farmácias e para o país.
cobrar quotas. Hoje, cria emprego, pro-
está a ser feito um esforço de in-
Sem descurar a área profissional, o
duz riqueza. E para isso tem de haver
vestimento que envolve as novas
reforço da estratégia empresarial
investimento.
instalações da Alliance em Lisboa, a
visa a defesa do sector, o reforço da
É esta a estratégia. Levá-la aos associa-
renovação da sociedade agrícola e
sua capacidade de intervenção, da
dos ñ com a promessa de descentralizar
da casa de turismo rural em Ponte
sua credibilidade e da sua influência
as reuniões - surgiu do entendimento
de Lima, bem como a aquisição de
política. O caminho seguido permi-
de que a união é o maior activo da ANF,
terrenos na Beloura para acolher a
te acautelar o futuro, defendendo a
logo das farmácias.
tário das rendas desses imóveis. Arrancou com um património avaliado em 42,5 milhões de euros, en-
66 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
Poderíamos ter ficado a um canto passámos ao ataque e utilizámos as
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 67
laboratório rh
Integração de um novo elemento na equipa da Farmácia
Quais são as principais preocupações, dificuldades do Director Técnico quando admite um novo elemento ao nível da sua integração, nomeadamente, por onde começar, o relacionamento com a equipa.
Num ambiente de grande competi-
os melhores sistemas informáticos,
conseguir deter capital humano de
tividade, que actualmente vivemos é
os melhores equipamentos e ser
excelência?
necessário que as farmácias estejam
bastante atractiva mas se não detiver
A resposta é simples, baseia-se es-
dotadas de recursos humanos de ex-
recursos humanos qualificados, e se
sencialmente em duas questões:
celência.
o atendimento não for de qualidade,
• Recrutamento e selecção;
O sucesso das farmácias está nos
dificilmente alcançará uma posição
• Retenção dos colaboradores.
seus recursos humanos. A farmácia
diferenciada junto da população.
Quando as farmácias iniciam um pro-
pode deter outros recursos, nome-
A grande questão colocada pelos far-
cesso de recrutamento e selecção, a
adamente, estar bem localizada, ter
macêuticos é: O que devo fazer para
principal preocupação é atrair os me-
68 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
30
an
19 78 •
os
20 08
O sucesso da integração recai essencialmente sobre a qualidade dos procedimentos de acolhimento e do acompanhamento que é dado pelo Director Técnico ao novo colaborador na sua integração.
lhores profissionais e posteriormente
e após ter tomado a decisão de qual
de emprego, a falta de experiência
retê-los.
o profissional a recrutar, é necessário,
profissional associada ao desconhe-
Para o recrutamento e selecção dos
assegurar a sua correcta integração,
cimento do modo de funcionamento
melhores profissionais, é necessá-
acolhimento e retenção do candida-
da farmácia e à aprendizagem das
rio clarificar muito bem qual o perfil
to seleccionado.
novas tarefas acarretam ansiedade
técnico e comportamental para a
O sucesso da integração recai es-
ao novo membro. Nesta situação
função, para existir uma melhor ade-
sencialmente sobre a qualidade dos
os vícios profissionais e a vontade
quação do profissional à função e à
procedimentos de acolhimento e do
de aprender facilitarão o processo
cultura da Farmácia escolher a pes-
acompanhamento que é dado pelo
de socialização, dentro da mesma,
soa certa para o lugar certo . Após o
director técnico ao novo colaborador
desde que os responsáveis estejam
director técnico ter traçado o perfil
na sua integração. Deve existir por
atentos às suas necessidades e à sua
há que atrair os melhores profissio-
parte do director técnico um trabalho
evolução dentro da Farmácia.
nais. Neste mercado, onde se vive
diário que tem de ser desenvolvido,
Reconhece-se que tanto o êxito,
uma situação de quase pleno empre-
de modo a assegurar que as expec-
como o fracasso individual, em con-
go, ainda se torna mais complicada
tativas do novo colaborador estão a
texto profissional, depende das inte-
a procura e escolha do candidato e
ser alcançadas e preferencialmente
racções que o colaborador estabele-
maior preocupação existe por parte
superadas.
ce desde o primeiro dia de trabalho,
do director técnico da farmácia na
Deverá ainda existir maior preocupa-
quer com os colegas, o superior hie-
selecção do mesmo.
ção por parte do director técnico, na
rárquico ou com os próprios clientes.
Conseguido atrair os melhores profis-
integração do novo elemento, quan-
A integração dos novos colaborado-
sionais, quer através de empresa de
do a sua escolha recai na selecção de
res deverá ser da responsabilidade
recrutamento e selecção especializa-
um profissional recém-licenciado,
do director técnico. O primeiro dia
das no sector das farmácias, como a
onde as expectativas do primeiro
de trabalho, é o dia mais crítico para
RHM, quer através de meios próprios
emprego, a adaptação ao mercado
o recém-admitido, atingindo um ele-
Fernanda Almeida, Directora-Geral RHM
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 69
laboratório rh
vado nível de ansiedade. Desta forma
equipa, que por sua vez tem motiva-
colaborador na Farmácia, atitudes
o director técnico tem um papel pre-
ções, valores e expectativas que po-
tão simples, como ter o espaço físico
ponderante na redução deste nível
derão ser diferentes das do novo co-
devidamente preparado, ter o res-
de ansiedade, proporcionando-lhe
laborador. Desta forma, o equilíbrio
pectivo material de apoio disponível,
um clima de apoio e desenvolvimen-
da equipa poderá ser alterado com a
ter toda a equipa presente uns mi-
to profissional. Pelo menos no pri-
entrada do novo membro na equipa.
nutos antes da hora de entrada para
meiro dia de trabalho o director téc-
Desde o momento da admissão do
lhes dar as boas-vindas, poderá fazer
nico deverá dar mais ênfase ao que
novo colaborador, quer a farmácia
toda a diferença e ser mais acolhedo-
é importante para o novo membro e
quer o indivíduo, se vão ajustando
ra a chegada do novo colaborador.
menos para a Farmácia.
mutuamente, numa relação de com-
É fundamental, o acompanhamento
A preparação da Integração dos
promisso, tentando criar valor e con-
do novo colaborador no primeiro dia
novos colaboradores deve ser uma
sequentemente tornar a sua farmácia
de trabalho, o director técnico de-
preocupação do director técnico nas
mais competitiva.
verá dispensar o seu dia para passar
farmácias. Contudo esta preparação
Um dos factores que mais afecta a
informações sobre a farmácia que
também deverá ser passada à equipa
adaptação do indivíduo à farmácia
considere relevantes, apresentar a
existente, é preciso explicar à equi-
é o ambiente que rodeia o trabalho,
equipa, esclarecer dúvidas, realizar
pa o porquê de um novo elemento,
nomeadamente a receptividade dos
um almoço de boas-vindas, de prefe-
quais são as tarefas, quais as suas
colegas, a atitude do superior hie-
rência com toda a equipa, caso seja
principais responsabilidades, a quem
rárquico, as normas e regulamentos
impossível, com a maioria da equipa.
reporta e quem é que lhe vai repor-
internos e quais os modos de orien-
São gestos simples mas que fazem
tar. Essencialmente esta preparação
tação.
toda a diferença na integração do
tem como objectivo evitar situações
Deste modo a Farmácia tenta moldar
novo profissional.
de resistência ao novo elemento e
os comportamentos individuais às
O director técnico deverá transmitir
esclarecer receios e dúvidas sobre
suas necessidades, cultura e valores
no primeiro dia de trabalho do novo
expectativas internas existentes, que
e os profissionais que nela trabalham
colaborador, o máximo de informa-
quando mal explicadas pode levar
tentarão influenciá-la com o intuito
ção sobre a Farmácia tais como:
à saída de um dos profissionais da
de atingirem maior satisfação pe-
• Recepção de boas-vindas;
equipa.
ssoal e profissional.
• Apresentação da farmácia;
A farmácia é constituída por uma
Aquando da integração de um novo
• Visita às várias áreas da farmácia;
70 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
30
an
19 78 •
• História da farmácia;
quanto mais clarificadas forem as
nual de acolhimento, que deverá
• Missão e principais objectivos;
tarefas, as prioridades e o que na rea-
ser entregue pelo director técnico
• Normas internas de funcionamen-
lidade se espera do profissional, mais
ao novo colaborador no primei-
fácil é a sua adaptação à cultura da
ro dia de trabalho. Este manual de
• Horários e regras de trabalho;
farmácia.
acolhimento e integração terá uma
• Clarificar exactamente quais são as
O acompanhamento da integração,
dupla aplicabilidade, do lado do co-
dura mais do que o simples período
laborador, sentir-se-á confortável e
• O que é que se espera dele(a), qual
de acolhimento. Este acompanha-
acreditará na farmácia porque a mes-
é o papel em termos de desempe-
mento deve incidir em entrevistas
ma lhe transmite uma imagem cre-
to e organização;
tarefas;
nho e competências específicas;
individuais realizadas em tempos
dível de organização, planeamento,
• Política de remunerações e regalias;
relativamente curtos, principalmente
diferenciação no mercado e sobre-
• Política de carreiras;
durante a fase experimental. Uma en-
tudo preocupação com os recursos
• Cultura da Farmácia;
trevista ao final de 15 dias a um mês,
humanos, por parte da farmácia tem
• Estilo de gestão;
ao final de 3 meses, de 6 meses e um
a possibilidade de passar a escrito os
• Estilo de comunicação (formal, in-
ano por exemplo.
objectivos de uma forma mais clara,
Na grande maioria das farmácias não
mais objectiva, reduzindo o tempo
existem procedimentos formalizados
de integração e a subjectividade do
formal) • Qual o sistema informático e como
para uma correcta integração e aco-
que se espera do novo elemento que
• Formalidades administrativas;
se trabalha (caso não conheça)
lhimento do novo colaborador, no
faz parte da equipa.
• Prevenção e segurança;
entanto também se nota, uma maior
Após a integração e acolhimento do
• Apresentação do contrato de tra-
preocupação na implementação de
profissional à que reter os melhores
procedimentos que facilitem a inte-
talentos. Nem sempre é fácil de iden-
No momento de integração de um
balho.
gração dos novos colaboradores.
tificar o colaborador que se ajuste à
novo colaborador, todas as informa-
Uma das soluções apresentadas pela
cultura da farmácia e quando um co-
ções são preciosas para o seu desen-
RHM para diminuir a subjectividade
laborador se sente confortável onde
volvimento pessoal e profissional,
deste tema à a construção do ma-
trabalha, em que sabe exactamente
os
20 08
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 71
laboratório rh Dentro de uma equipa, todos os elementos tem características e aspirações distintas, cada um move-se por um objectivo diferente e esta diferença é que torna as Farmácias competitivas neste mercado exigente.
quais são as regras por que se rege,
poderosa para as farmácias. Quando
que encontra na farmácia serão alte-
o que é que o director técnico espera
um colaborador sai, existem inúme-
radas. A maioria das vezes, os cola-
dele, dificilmente procura na concor-
ros custos inerentes à rotatividade,
boradores já demonstraram alguns
rência uma nova oportunidade.
nomeadamente, o recrutamento e
sinais de descontentamento, mas
Manter funcionários-chave nas far-
selecção, orientação e treino do novo
nem sempre lhe é dada a devida im-
mácias é a grande preocupação dos
profissional, diminuição da produtivi-
portância.
farmacêuticos.
dade até que o novo elemento entre
Dentro de uma equipa, todos os ele-
Muitas vezes os profissionais saem
no ritmo, o impacto na performance
mentos tem características e aspira-
das farmácias por motivos errados,
do negócio, satisfação do cliente,
ções distintas, cada um move-se por
sem perceberem exactamente o por-
porque o cliente está totalmente re-
um objectivo diferente e esta dife-
quê do seu descontentamento e quais
lacionado com o empregado.
rença é que torna as farmácias com-
seriam as oportunidades que existem
O director técnico deverá desenvol-
petitivas neste mercado exigente.
dentro da mesma. Posteriormente en-
ver uma política de retenção diária,
Deverá existir uma preocupação
contram uma nova posição em uma
dentro da própria farmácia em que
constante em percepcionar quais
outra farmácia da concorrência, mas
deve gerir a sua equipa como se fos-
são os objectivos de cada um dos
vão continuar insatisfeitos até en-
se o último dia do colaborador na
elementos, o que é que os move,
contrarem um local de trabalho onde
sua farmácia . Geralmente é no dia
quais são as verdadeiras motivações
lhes sejam esclarecidas as razões do
em que o profissional apresenta a
e incentivar a comunicação interna.
seu descontentamento, como é que
sua carta de demissão que o direc-
Em suma, o tema apresentado tem
os vão ajudar e demonstrem o quão
tor técnico se preocupa em reter o
como objectivo sensibilizar e dispo-
importantes são para o bom funcio-
colaborador.
nibilizar algumas dicas para a impor-
namento da farmácia, quais as suas
E como é que normalmente tenta
tância do acolhimento, integração e
mais valias e quais as oportunidades
remediar a situação? Normalmente
retenção dos recursos humanos de
existentes dentro da mesma.
apelando à vertente financeira, e
excelência na sua farmácia.
Hoje em dia a retenção dos melhores
prometendo ao colaborador que
Faça da sua farmácia uma farmácia
profissionais é considerada uma arma
todas as situações menos positivas
de sucesso através das pessoas.
72 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
30
an
19 78 •
os
20 08
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 73
consultoria fiscal A partir de Julho
A Alteração do IVA Encontra-se ainda dependente de aprovação pela Assembleia
VA I % 0 2
da República uma Proposta de Lei do Governo que visa alterar a taxa normal deste imposto, de 21% para 20% (e de 15% para 14%, no caso de operações que se considerem efectuadas nas Regiões Autónomas), com efeitos a partir do próximo dia 1 de Julho.
À semelhança do que sucedeu em
do Código do IVA sobre exigibilidade
para sua emissão (quinto dia útil
anteriores alterações de taxas do IVA,
do imposto, julgamos poder anteci-
após a entrega do bem ou reali-
a entrada em vigor desta alteração
par, desde já, alguns desses proble-
zação do serviço) for respeitado, a
legislativa irá suscitar alguns proble-
mas e respectivas soluções.
taxa aplicável será a de 20%;
mas práticos de aplicação da lei no
Quando a transmissão de bens ou
• se a factura for emitida a partir de
tempo, os quais, como vem sendo
prestação de serviços, dêem lugar à
01.07.2008, inclusive, mas para
regra nestas situações, deverão vir a
emissão de factura, haverá que dis-
além do prazo legal para o efeito, a
ser objecto de instruções administra-
tinguir as seguintes situações:
taxa aplicável será ainda a de 21%,
tivas.
• se a factura for emitida a partir de
devendo a operação ser incluída
01.07.2008, inclusive, e o prazo
na declaração (modelo A ou de
Tendo presentes as regras constantes 74 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
30
an
19 78 •
os
20 08
Sendo dispensada a emissão de factura ou documento equivalente, a taxa a aplicar será a que estiver em vigor na data em que os bens forem postos à disposição do cliente.
substituição) relativa ao período
rão tributadas à taxa de 21% e as
de crédito ou nota débito, indicar,
de imposto a que diga respeito, de
efectuadas a partir de 01.07.2008,
expressamente, qual o documento e
acordo com as regras de exigibili-
inclusive, serão tributadas à taxa
a data a que respeita a regularização
dade;
de 20%, sem prejuízo de constarem
ou, se for caso disso, a data em que
da declaração periódica referente
o imposto se tornou devido, inscre-
ao período em que foi emitida.
vendo-se o valor da regularização
• sendo a factura emitida a partir de 01.07.2008, inclusive, e dentro do prazo legal para o efeito, mas
na declaração correspondente ao
tendo havido lugar ao pagamento
Sendo dispensada a emissão de fac-
período em que se verifique a regu-
total ou parcial do preço da ope-
tura ou documento equivalente, a
larização;
ração a que a factura respeita, ou
taxa a aplicar será a que estiver em
As situações e regras ora enunciadas
facturação antecipada, será apli-
vigor na data em que os bens forem
não esgotam, porém, nem resolvem,
cável a taxa de 21% ao montante
postos à disposição do cliente, nas
a totalidade das dificuldades que a
do referido pagamento/facturação,
transmissões de bens, ou no mo-
anunciada alteração legislativa irá
de Direito Fiscal da PLMJ
devendo a operação ser incluída na
mento da realização, no caso das
acarretar, sendo previsíveis, como
e-mail: rff@plmj.pt
declaração relativa ao período de im-
prestações de serviços, tendo pre-
no passado, a verificação de situa-
posto a que diga respeito, de acordo
sentes as regras especiais aplicáveis
ções pontuais de incumprimento,
com as regras de exigibilidade;
às transmissões de bens com insta-
em especial no campo das presta-
lação e montagem, transmissões en-
ções de serviços de carácter conti-
bens e prestações de serviços de
tre comitente e comissário.
nuado. Estando nós agora, todavia,
carácter continuado, como é o
Havendo lugar à anulação de opera-
ao contrário do que vinha sendo
caso das assinaturas mensais (de
ção ou à alteração do valor tributável
regra no passado, perante uma si-
chamadas telefónicas ou outros
(redução ou aumento) de operações
tuação de redução de taxa, espera-
serviços) alugueres, etc., cuja fac-
em que tenha sido correctamente
mos, desta vez, uma maior atenção
turação abranja operações realiza-
aplicada a taxa de 21%, a regulariza-
por parte dos consumidores, para
das antes e depois de 01.07.2008,
ção do IVA será efectuada à mesma
quem o impacto da alteração não é
as efectuadas antes desta data se-
taxa de 21%, devendo a factura, nota
indiferente.
• tratando-se de transmissões de
Rogério M. Fernandes Ferreira , Departamento
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 75
consultoria jurídica
A transmissão por morte do estabelecimento de Segundo este princípio, a direcção técnica de uma farmácia deve ser
Durante cerca de quarenta anos, vigorou
indissociável da sua propriedade e,
em Portugal o princípio da indivisibilidade
dade de farmácia se deve encontrar
entre a propriedade e a direcção técnica da
reservada aos farmacêuticos ou às so-
farmácia, consagrado pela Lei n.º 2125, de
quotas em que todos os sócios sejam
20 de Março de 1965 e pelo Decreto-Lei n.º 48547, de 27 de Agosto de 1968. 76 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
consequentemente, não só a proprie-
ciedades em nome colectivo ou por farmacêuticos, como cada farmacêutico ou sociedade de farmacêuticos apenas pode ser proprietário de uma farmácia em simultâneo. Entendia o
30
an
19 78 •
dades relativamente ao regime geral
de dez anos) a favor de farmacêutico,
das sucessões. Desde logo há que
sob pena de caducidade do alvará. O
distinguir duas situações diversas
mesmo se aplicava no caso de haver
com soluções igualmente distintas:
herdeiro farmacêutico que já fosse
(i) o regime aplicável nos casos em
proprietário de uma farmácia. Com
que existia herdeiro farmacêutico
a publicação e entrada em vigor do
(incluindo-se aqui o herdeiro aluno
Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de
de farmácia); (ii) e o regime aplicá-
Agosto, esta situação mudou radical-
vel no caso de não haver herdeiro
mente, uma vez que ao princípio da
farmacêutico. Em traços gerais, no
indivisibilidade veio a suceder o prin-
primeiro caso, falecendo o proprie-
cípio da liberdade da propriedade de
tário de uma farmácia, a farmácia
farmácia. Com efeito, este decreto-lei
seria adjudicada ao interessado ou
veio permitir que, em regra, todas as
aos interessados directos na partilha
pessoas singulares ou sociedades co-
que fossem farmacêutico ou aluno
merciais possam ser proprietárias de
do curso de farmácia, pelo valor acor-
farmácias, limitando embora a quatro
dado ou, na falta ou impossibilidade
o número de farmácias que cada pes-
legal de acordo, pelo valor fixado no
soa pode deter. Consequentemente,
competente inventário. Porém, se o
o regime de sucessão de farmácia
interessado farmacêutico ou aluno
aproximou-se significativamente do
de farmácia se opusesse à adjudica-
regime geral das sucessões. Hoje,
ção ou não aceitasse o valor fixado,
falecendo o proprietário de uma
ou ainda se a adjudicação fosse feita
farmácia (ou de uma quota numa
a aluno de farmácia e este, por facto
sociedade proprietária de farmácia),
legislador - não desprovido de razão
que lhe fosse imputável, não viesse
observam-se as regras constantes
- que a actividade farmacêutica não é
a concluir o curso no prazo de seis
do Código Civil no que respeita aos
um mero comércio, mas uma activi-
anos, a contar da primeira inscrição,
direitos de sucessão. Em primeiro lu-
dade onde a personalidade, a forma-
passaria a seria aplicável o regime
gar, importa apurar se o falecido dei-
ção deontológica e os conhecimen-
dos herdeiros não farmacêuticos.
xou ou não herdeiros legítimários ou
tos científicos do farmacêutico são
No segundo caso, a farmácia que
legítimos ‒ isto é, pessoas que, inde-
constantemente obrigados a intervir,
viesse a ser adjudicada a cônjuge ou
pendentemente da existência ou não
justificando assim que seja este a
herdeiro legitimário que não fosse
de um testamento ou de legados,
geri-la com total independência em
farmacêutico ou aluno de farmácia
têm direito a herdar os seus bens.
todos os seus aspectos.
deveria, no prazo de dois anos, ser
Depois, importará saber se o faleci-
Nesta medida, o regime da sucessão
objecto de trespasse ou de cessão
do deixou testamento ou legado a
de farmácia tinha diversas especiali-
de exploração (pelo prazo máximo
favor de herdeiro ou de terceiro, e se
farmácia
os
20 08
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 77
consultoria jurídica
este respeita ou viola, de alguma for-
prevê algumas incompatibilidades
gida pelas incompatibilidades do ar-
ma, a quota indisponível da herança
quanto à propriedade, exploração e
tigo 16.º do Decreto-lei n.º 307/2007,
‒ aquela parte dos bens do falecido
gestão de farmácias, estabelecendo
de 31 de Agosto, não poderá deter ou
que, seja qual for a sua vontade, será
que não podem deter ou exercer,
exercer, directa ou indirectamente, a
sempre para os seus herdeiros legi-
directa ou indirectamente, a proprie-
propriedade, a gestão ou a exploração
timários (cônjuge, descendentes e
dade, a exploração ou a gestão de
de farmácia, não podendo, designa-
ascendentes directos). Esclarecendo-
farmácias, (i) os profissionais de saúde
damente, adquirir por meio de trans-
-se estes aspectos, poderemos então
prescritores de medicamentos; (ii) as
missão por morte, a propriedade de
definir quem tem direito a herdar a
associações representativas das far-
farmácia. Assim, perante uma situação
farmácia ou a quota da sociedade
mácias, das empresas de distribuição
destas, entendemos que o INFARMED
proprietária de farmácia. Sendo várias
grossista de medicamentos ou das
deverá conceder um prazo razoável
pessoas a usufruir desse direito, have-
empresas da indústria farmacêutica,
ao herdeiro para que este possa, ainda
rá então que proceder a uma partilha
ou dos respectivos trabalhadores; (iii)
na qualidade de herdeiro, transmitir a
dos bens da herança, cabendo aos in-
as empresas de distribuição grossista
farmácia a um terceiro que reúna as
teressados chegar a acordo quanto à
de medicamentos; (iv) as empresas da
condições para ser proprietário. De
distribuição dos bens e ao pagamen-
indústria farmacêutica; (v) as empre-
outro modo cair-se-ia num paradoxo
to de compensações recíprocas entre
sas privadas prestadoras de cuidados
legal em que o herdeiro, por força da
eles (as chamadas tornas). Não sendo
de saúde (vi) e os subsistemas que
legislação civil aplicável tinha direito
possível o acordo, poder-se-á recorrer
comparticipam no preço dos medi-
ao bem, mas decorrente da legisla-
a um processo de inventário judicial.
camentos. Deste modo, falecendo
ção farmacêutica ficaria impedido de
E assim sucessivamente, aplicando as
o proprietário de uma farmácia cujo
exercer esse direito.
regras gerais da sucessão, chegar-se-
herdeiro seja uma pessoa que esteja
Por último, importa salientar que a
-á a uma solução quanto à atribuição
incluída num destes grupos, verifica-
morte do proprietário da farmácia
dos bens da herança.
-se uma impossibilidade de a proprie-
constitui motivo justificativo para a
É inegável que o Decreto-Lei n.º
dade de farmácia lhe ser adjudicada.
venda, trespasse ou cessão de explo-
307/2007, de 31 de Agosto, veio so-
De facto, se o herdeiro for, por exem-
ração antes de decorridos cinco anos,
lucionar algumas questões contro-
plo, um médico, este não poderá ser
a contar do dia da respectiva abertu-
versas suscitadas pela legislação an-
proprietário da farmácia. No entanto, a
ra, na sequência de concurso público,
teriormente em vigor... mas será que
lei não esclarece qual é o procedimen-
devendo estes negócios observar a
solucionou essas questões em toda a
to em concreto que deve ser seguido
forma escrita e ser comunicados ao
sua extensão? Entendemos que não.
nestes casos, nem qual é o prazo para
INFARMED no prazo de 30 dias a con-
Na verdade, o artigo 16.º do Decreto-
que esta situação seja regularizada.
tar da sua celebração, para efeitos de
-Lei n.º 307/2007, de 31 de Agosto,
Certo é que qualquer pessoa abran-
averbamento no alvará.
78 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 79
noticiário Homenagem a Ana Aires Era há 5 anos directora do Depar-
Licenciada em Direito pela Univer-
da Direcção de Inspecção e Licen-
tamento de Licenciamento do Infar-
sidade Católica de Lisboa, desenvol-
ciamento. O desempenho destas fun-
med. Por ela passavam os pedidos de
veu toda a sua carreira na área jurídica.
ções implicava naturalmente um con-
licenciamento de farmácias e postos
Ingressou na Autoridade Nacional do
tacto com os candidatos à propriedade
farmacêuticos móveis, o que a tornava
Medicamento ao serviço do respec-
de farmácia, contacto esse que não era
naturalmente conhecida dos farma-
tivo Gabinete Jurídico. Daí transitou
apenas documental, mas também pre-
cêuticos.
para a então Direcção Operacional de
sencial. É recordada nos serviços que
Ana Aires faleceu no passado dia 20 de
Licenciamento e Inspecção.
integrava como uma profissional muito
Maio, vítima de doença do foro oncoló-
E em Abril de 2003 assumiu a chefia
competente. A doença interrompeu
gico. Faria 40 anos em Dezembro.
do Departamento de Licenciamento
precocemente este percurso.
Caminhada contra a obesidade
Uma intervenção diferente enderam os pedidos para que a inicia-
obesidade na população da freguesia,
tiva se repetisse.
mas o rastreio permitiu confirmar que a
E repetiu-se. A 25 de Maio último, quase
realidade é preocupante .
200 pessoas foram convidadas a per-
Para
correr os quatro quilómetros que dis-
Caminhada contra a obesidade tradu-
tam da farmácia à Capela da Senhora
ziu uma forma diferente de intervenção
dos Remédios, em Medrões. Aí foram
profissional: Temos de sair da farmácia,
desafiadas a medir os parâmetros as-
estar mais próximos da população. De
Amélia
Rodrigues,
esta
2ª
sociados ao risco cardiovascular ‒ peso,
uma maneira simples, conseguimos
Quando Amélia Rodrigues, proprietária
IMC, glicemia e colesterol. E quando
ensinar e as pessoas aprenderam.
da Farmácia Loureiro, aceitou a propos-
uma medição apontava para a existên-
Perceberam a importância de ter uma
ta da sua colaboradora Joana Merêncio
cia de um desequilíbrio, a intervenção
farmácia .
para promover uma caminhada contra
fez-se no sentido de aconselhar com-
É que a freguesia de Loureiro só possui
a obesidade estava longe de imaginar
portamentos adequados à sua correc-
farmácia há oito anos, reivindicada pela
o sucesso desta forma diferente de in-
ção, se necessário encaminhando para
junta de freguesia. Amélia Rodrigues,
tervenção profissional. A ideia foi con-
consulta médica. Com a colaboração de
natural de Peso da Régua, concorreu e
cretizada pela primeira vez em 2007, no
farmacêuticos do concelho e de uma
ficou. No início, foi um risco, mas hoje
âmbito da campanha da ANF Pratique
enfermeira do centro de saúde de Peso
é bastante gratificante. A farmácia é o
exercício físico, o coração agradece .
da Régua. Dos resultados será dado co-
primeiro recurso das pessoas, pois a
Com o apoio da Câmara Municipal de
nhecimento, sob a forma de poster, no
acessibilidade ao médico é muito difí-
Peso da Régua, a farmácia desafiou
9º Congresso Nacional das Farmácias,
cil . A marcar a diferença nesta fregue-
então os seus utentes para uma cami-
em Novembro. Mas, é já possível che-
sia do Interior Norte do país, a Farmácia
nhada de cerca de três quilómetros. E a
gar a conclusões: Já sabíamos que ha-
Loureiro promete uma terceira cami-
adesão surpreendeu, tal como surpre-
via um problema de excesso de peso e
nhada.
80 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
30
an
19 78 •
os
20 08
Aprovadas alterações aos estatutos As alterações aos Estatutos da ANF,
Assim, o primeiro ponto do artigo 48º,
da ANF também não foram aceites a
propostas pela direcção, foram aprova-
relativo às reuniões da assembleia geral,
propósito da alteração ao artigo 43º-A.
das por 137 votos correspondente a 98
passa a determinar que elas sejam con-
Dele passa a constar, por imposição da-
por cento dos sócios presentes e repre-
vocadas por 10% ou 200 sócios, quando
queles dois organismos públicos, a exis-
sentados na assembleia geral de 31 de
os Estatutos previam essa possibilidade
tência de uma comissão eleitoral, com
Maio, em Lisboa.
com apenas 5% dos sócios.
papel fiscalizador dos actos eleitorais.
Da votação, que não registou votos
A imposição sustenta-se na necessi
Entende a associação que o Código de
contra, resultou uma nova redacção de
-dade de respeitar o Código do Traba-
Trabalho não torna obrigatória a sua in-
três dos artigos dos Estatutos. Foi o que
lho. Todavia, a norma constante dos
clusão nos Estatutos, mas apenas a sua
aconteceu ao n.º2 do artigo 44, relativo
Estatutos da associação ia além do mí-
constituição sempre que haja eleições.
ao voto por correspondência, do qual
nimo legal, não só respeitando como
Este argumento foi igualmente rejeita-
foi excluída a expressão associado .
ampliando o espírito do legislador. Para
do, pelo que as alterações se tornaram
A necessidade de harmonização com
a direcção, era uma norma mais favorá-
imperativas.
um outro artigo estatutário, o 20º, jus-
vel à liberdade dos sócios e reveladora
Depois de votadas, na reunião de 31 de
tificou esta alteração. Diferentes foram
da democraticidade da associação, na
Maio, foram incorporadas nos Estatutos
as razões que presidiram à alteração do
medida em que permitia uma maior
da ANF, revistos a 20 de Outubro do ano
nº1 do artigo 48º e do artigo 43º-A, in-
flexibilidade na convocatória das as-
passado, em consequência do novo
troduzidas por imposição do Ministério
sembleias. Assim não entenderam, no
enquadramento legislativo do sector.
do Trabalho e do Ministério Público, não
entanto, o Ministério do Trabalho e
Nessa altura, 95% dos sócios aprovaram
obstante a oposição da ANF.
o Ministério Público. Os argumentos
favoravelmente o novo documento.
Asma explicada às crianças Cerca de duas dezenas de crianças ti-
se manifestam e como se previnem
veram oportunidade de se associar de
as crises foram alguns dos aspec-
uma forma especial ao Dia Mundial da
tos focados nesta iniciativa que re-
Asma, que se assinalou a 2 de Maio. É
sultou de uma colaboração entre
que estas crianças - alunas do 3.º ano
os Serviços Educativos do Museu e
da Escola Abel Varzim EB1 - foram as
o Departamento de Programas de
protagonistas de um atelier educativo
Cuidados Farmacêuticos da ANF.
sobre as alergias e asma realizado no
Além disso, o atelier é um mais um
Museu da Farmácia.
exemplo da proximidade das farmá-
Intitulado Atchim & Companhia, o
cias e do próprio museu à comuni-
atelier aliou o lúdico ao pedagógi-
dade, dado que os alunos integram
co para lhes dar a conhecer doen-
uma escola do Bairro Alto, o bairro de
ças que são muito comuns entre os
Lisboa onde se localiza a sede da ANF
mais pequenos. O que são, como
e o Museu da Farmácia. FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 81
noticiário Farmácias amigas do ambiente Quarenta e seis farmácias, de todo
de pública ao ambiente destacou-se a
a 639 toneladas, o que constitui uma
o país, viram o seu envolvimento
Farmácia Simões Roque, da localidade
subida significativa face ao ano ante-
no Sistema Integrado de Gestão de
de Barro (concelho de Águeda), que
rior, em que as recolhas se situaram
Resíduos de Embalagens e Medica-
recolheu e entregou para o adequado
nos 82.239 contentores, com 576 to-
mentos fora de uso (SIGREM) pre-
tratamento 136 contentores, no total
neladas. Aliás, desde 2001, ano que foi
miado, com a atribuição dos Prémios
de 455 quilos de resíduos de medica-
criado o sistema, que as recolhas têm
Valormed 2007.
mentos e embalagens.
subido continuamente.
Entre as farmácias que mais contribuí-
No total, em 2007 foram recolhidos
A entrega dos prémios que distin-
ram para esta iniciativa que alia a saú-
90.997 contentores, correspondentes
guem o compromisso das farmácias com este projecto ocorreu a 3 de Junho último, numa cerimónia que teve como palco o Teatro Tivoli, em Lisboa. Na presença dos presidentes do Infarmed, da ANF, Apifarma, Groquifar e Fecofar e de uma representante da Agência Portuguesa do Ambiente, o director-geral da Valormed o evento importante na medida em que traduz o reconhecimento público da acção de cada vez maior número de farmácias amigas do ambiente. É que o SIGREM, gerido pela Valormed, integra 2.748 farmácias, o que corresponde a 98% do total nacional. Apesar dos bons resultados, a Valormed continua a investir na sensibilização da população, tendo lançado recentemente uma nova campanha sob o mote Habitue-se a esta ideia .
82 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
30
an
19 78 •
os
20 08
AMI alia solidariedade ao ambiente É esse o propósito das campanhas
de prata, cuja venda nos mercados
E são também essas verbas que per-
anuais de reciclagem de radiografias,
internacionais é uma fonte de re-
mitem às equipas da AMI partir para
cuja última edição, a 13ª, decorreu de
cursos importante para o trabalho
aqueles pontos do mundo onde a
5 a 30 de Junho com o envolvimento,
humanitário da Assistência Médica
ajuda humanitária é premente. Este
como é habitual, das farmácias.
Internacional (AMI). As receitas são
é o objectivo solidário. Mas há tam-
A população é sensibilizada para en-
canalizadas para os projectos de ac-
bém o objectivo de preservação do
tregar nas farmácias as radiografias
ção social em Portugal - nove centros
ambiente, na medida em que a reci-
com mais de cinco anos ou aquelas
Porta Amiga que prestam assistência
clagem evita que as radiografias se
que já não tenham valor de diagnós-
às populações mais desfavorecidas,
transformem em lixo. A campanha de
tico. Posteriormente ser-lhes-á retira-
dois abrigos nocturnos, duas equi-
2007 resultou no maior valor de sem-
da a prata, sendo que cada tonelada
pas de rua de apoio aos sem-abrigo
pre - cerca de 120 toneladas recolhi-
de películas permite obter dez quilos
e uma unidade de apoio domiciliário.
das que renderam 199 mil euros.
Protecção solar
Das farmácias para os utentes O papel da farmácia na sensibilização
Abordada foi também a Foto-
da população para a importância de
protecção , nas suas diferentes
prevenir os efeitos nefastos da exposi-
vertentes - horário de exposição,
ção solar esteve na origem de mais um
vestuário e protectores solares.
ciclo de conferências sobre protecção
Neste último aspecto foi dado
solar: Lisboa (a 15 de Maio), Porto (a
relevo à intervenção do farma-
26) e Coimbra (a 28) foram as cidades
cêutico junto dos utentes, no-
que acolheram esta iniciativa. Realiza-
meadamente no que respeita
do visou as Populações especiais .
das em horário pós-laboral, as ses-
ao aconselhamento na escolha do
Associaram a esta iniciativa através da
sões abrangeram quatro temáticas.
produto mais adequado e seu modo
presença de stands com a exposição
A primeira - Radiações solares - dife-
de uso.
de produtos utilizado na protecção
rentes tipos de radiação e seus efeitos
Em cada uma das sessões foi dada
solar, bem como a possibilidade de
- envolveu a distinção entre os efeitos
particular relevância sobre as conse-
esclarecer qualquer questão associa-
benéficos das radiações solares e os ne-
quências nefastas da radiação solar,
da aos mesmos, a Alliance Healthcare
gativos, aqui se enquadrando as con-
enquadradas no tema Lesões neo-
com a Soltan, a Expansciense com a
sequências imediatas e a longo prazo,
plásicas associadas à exposição solar
marca Mustela e a Johnson&Johnson
bem como a fotossensibilização.
e fototipos . Um último aspecto foca-
com as marcas Roc e a Piz Buin. FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 83
noticiário Receituário
Sobreposição de vinhetas justifica recusa As novas regras de conferência do re-
o número errado, bem como a so-
de comparticipação a que o utente
ceituário têm suscitado alguma con-
breposição de etiquetas no local de
tem acesso, em detrimento da infor-
trovérsia no relacionamento entre as
prescrição.
mação constante do cartão de utente
farmácias e a administração da saú-
O ministério, através do secretário de
do SNS .
de. A sua entrada em vigor suscitou
Estado da Saúde, mostrou-se sensí-
Embora continue a discordar, a direc-
um número anormalmente elevado
vel aos primeiros argumentos, ten-
ção entende que, nestas circunstân-
de devoluções às farmácias, de que
do recomendado às Administrações
cias, as farmácias deverão aplicar o
Farmácia Portuguesa deu conta na
Regionais de Saúde que não devol-
regime de comparticipação confor-
edição anterior.
vam às farmácias receituário naque-
me indicado na receita médica, de
Suscitou, igualmente, uma troca de
las condições.
acordo com a cor da vinheta do lo-
correspondência entre a direcção da
Manteve-se, no entanto, inflexível no
cal de prescrição, isto é, vinheta rosa
ANF e o Ministério da Saúde, moti-
que respeita à sobreposição de eti-
(Regime Geral - código de facturação
vada pela oposição da associação a
quetas, tendo as ARS sido instruídas
01) ou vinheta verde (Regime Especial
alguns dos critérios invocados para a
no sentido de manterem o procedi-
- código de facturação 48). O regime
devolução do receituário.
mento de devolução. Para a ANF,
de comparticipação, de acordo com
Entre eles encontrava-se a devolu-
é clara a intenção do Ministério da
o cartão de utente, aplicar-se-á nas
ção de receitas sem data de prescri-
Saúde de que seja a vinheta do local
receitas que não contenham vinheta
ção, sem número de utente ou com
de prescrição a determinar o regime
do local de prescrição.
Farmácias presentes em feiras da saúde Duas feiras da saúde realizadas no
- para divulgarem as res-
passado mês de Abril na região do
pectivas actividades em
Porto contaram com a participação
termos de saúde pública,
activa de várias farmácias, desafia-
bem como o Programa
das pela Delegação Norte da ANF
Farmácias Portuguesas.
a assim interagirem com a comu-
A 19 e 20 do mesmo mês,
junto da população, o que foi possí-
nidade.
a Universidade Católica do Porto aco-
vel graças à disponibilidade de co-
A primeira das iniciativas - a III Feira
lheu a iniciativa Viver a Foz...com
laboradores das farmácias Moreno,
da Saúde de Paredes, de 4 a 6 de
Saúde , organizada pela Junta de
S. Jerónimo, do Lago, Alves da Silva
Abril - envolveu as farmácias do
freguesia da Foz do Douro. Mais uma
e Sá da Bandeira, como bem da
concelho, que beneficiaram de um
oportunidade para reforçar a presen-
Delegação Norte da Associação e
espaço próprio - Pavilhão ANF
ça das farmácias e dos farmacêuticos
do DAA.
84 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
30
an
19 78 •
os
20 08
Um farmacêutico nos Jogos Olímpicos João Neto festeja com a bandeira portuguesa
Faltam-lhe apenas quatro das 56 ca-
e de ter somado quatro medalhas de
ria de 73 Kg. Atleta do ACM Coimbra
deiras ( contei-as ) da licenciatura em
ouro em provas da Taça do Mundo.
(T.N.) e do PSV Abensberg, o clube
Ciências Farmacêuticas da Faculdade
Actualmente, é o 2º dos melhores do
profissional alemão pelo qual vai dis-
de Farmácia de Coimbra para ser, de
mundo e faz parte de um grupo de
putar a Liga dos Campeões Europeus,
facto, farmacêutico. Porque até o es-
16 ou 17 atletas de elevado nível que
sabe que a carreira de judoca não é
tágio já fez. João Neto tenciona con-
com ele vão disputar as três medalhas
muito longa. Talvez mais uns qua-
clui-las, mas há pouco mais de um ano
em Pequim: As expectativas são na-
tro anos de competição e depois
que as deixou à espera... dos Jogos
turalmente elevadas e o objectivo é
dedicar-se-á à profissão. Antes disso
Olímpicos.
trazer uma medalha. Mas sei que é
terminar o curso será uma prioridade
muito difícil, porque a competitivida-
a assumir no regresso de Pequim: É
apuramento olímpico. Precisava do
Tive de me dedicar a 100% para o
de é enorme .
evidente, até já fiz o estágio, não é
corpo e do espírito completamente
Aliás, no seu palmarés de vitórias só
para desistir .
disponíveis .
uma medalha olímpica lhe falta. É
O que o cativa na Farmácia é o lado
É que este jovem de Coimbra, com 26
uma meta, mesmo que não seja em
mais científico e é por aí que tentará
anos, é uma das esperanças portugue-
Pequim. Mas acredita: A temporada
seguir. Uma farmácia sua é uma hipó-
sas nos jogos de Pequim, em Agosto:
correu-me muito bem .
tese no horizonte. Mas, para já, igua-
o judo, que pratica na modalidade de
Esta não é a estreia de João Neto em
lar o feito de Nuno Delgado, o único
‒ 81 Kg, elevou-o já a n.º1 do ranking
Jogos Olímpicos. Já disputou os de
judoca português a conquistar uma
mundial. Foi em Abril, depois de se ter
Atenas, há quatro anos, de onde trou-
medalha olímpica (bronze, em Sidney,
sagrado campeão europeu em Lisboa
xe um sétimo lugar, então na catego-
2000), é a meta.
corta e cola Multas para utentes absentistas? in Publico, de 13.05.2008
A proposta é do Conselho Nacional
proposta que desenca-
de Ética e Deontologia dos Médicos
deou alguma polémica, com vá-
e enquadra-se na revisão do código
rias posições públicas a favor de uma
deontológico da profissão: cobrar
multa também para os médicos que
Pedro Nunes, já veio dizer que não
um sinal, que não poderá exceder os
se atrasam, o que é frequente. Ainda
concorda com aquela cláusula, pois
20 por cento do valor da consulta, aos
não foi tomada uma decisão, mas o
constituiria um
utentes que faltem sem aviso. Uma
bastonário da Ordem dos Médicos,
medicina que não faz sentido .
mercantilismo da
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 85
ficheiro mestre Alteração à Denominação Farmácia Margarida Largo da Capela Espirito Santo, 3780-599 VILARINHO DO BAIRRO Dra. Sandra Margarida Nunes Lourenço dos Santos
Farmácia Marques Rego Praça do Comércio,47 4720-337 FERREIROS AMR Dr. Horácio Miguel Vieira Antunes Domingos Rodrigues - Herdeiros
Farmácia Conceição de Tavira Sitio da Igreja, Loja 2A1 8800-061 CONCEIÇÃO TVR Dra. Wilza Carla Ferreira Branco
Farmácia Madeira Avenida Marçal Pacheco, 72 8100-505 LOULÉ Dr. Luís Miguel Silva Cabrita Calçada Correia Miguel Calçada Correia, Unipessoal Lda.
Farmácia Marques Rua 1º de Maio, Edificio Gentil, LT. 27, R/C 2625-588 VIALONGA Dra. Catia Isabel Marques Dias Famarvia, Lda
Farmácia Vitalis Rua Morais Soares, 69-C 1900-342 LISBOA Dra. Marta Sofia Vitorino Abreu L. F. Teodoro - Sociedade Farmacêutica, Lda
Farmácia Alvorado Pedro Rua Luís de Camões, 21 2680-435 UNHOS Dr. Manuel António do Sobral Pedro Farma Pedro, Unipessoal Lda
Farmácia Marques Rua 1º de Maio, Edificio Gentil, LT. 27, R/C 2625-588 VIALONGA Dra. Catia Isabel Marques Dias Famarvia, Lda
Farmácia Neves Santa Luzia - Monte Córdova, 4825-288 SANTO TIRSO Dr. Luis Pedro Forte Lourenço Carla Neves Unipessoal,Lda. Correcção de dados Farmácia Marques Rua 1º de Maio, Edificio Gentil, LT. 27, R/C 2625-588 VIALONGA Dra. Catia Isabel Marques Dias Famarvia, Lda Farmácia Serra das Minas Avenida Maria Lamas, Lote 4, loja E 2635-430 RIO DE MOURO Dra. M. Celeste Leitão Duarte Santos Farmácia Serra das Minas, Lda Farmácia Ponta do Sol Estrada do V Centenário Empreendimento Vila Sol, fracção B K 9360-215 PONTA DO SOL Dra. Ana Paula Severim Martins Ana Paula Severim Martins Soc. Farmacêutica, Unipessoal Lda Farmácia São Damião Rua Vereador Correia de Andrade, LT. 43 2635-480 RIO DE MOURO Dra. Maria José Relvas Rolo Salgueiro Maria José Relvas Rolo Salgueiro, Sociedade Unipessoal Lda 86 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
Ofício do Infarmed Farmácia Cardeira Avenida Duque de Ávila, 32-C 1000-141 LISBOA Dr. Luis de Castro Nunes Vicente e Cunha Farmácia Cardeira - Sociedade Unipessoal Lda. Alteração à Propriedade Farmácia Serra das Minas Avenida Maria Lamas, Lote 4, loja E 2635-430 RIO DE MOURO Dra. M. Celeste Leitão Duarte Santos Farmácia Serra das Minas, Lda Farmácia Ponta do Sol Estrada do V Centenário Empreendimento Vila Sol, fracção B K 9360-215 PONTA DO SOL Dra. Ana Paula Severim Martins Ana Paula Severim Martins Soc. Farmacêutica, Unipessoal Lda Farmácia da Lajeosa Rua Senhor do Calvário, 20 3460-153 LAJEOSA TND Dra. Sílvia Raquel Cabral da Silva Hugo Angelo - Sociedade Farmacêutica, Lda. Farmácia Alvorado Pedro Rua Luís de Camões, 21 2680-435 UNHOS Dr. Manuel António do Sobral Pedro Farma Pedro, Unipessoal Lda
Farmácia São Damião Rua Vereador Correia de Andrade, LT. 43 2635-480 RIO DE MOURO Dra. Maria José Relvas Rolo Salgueiro Maria José Relvas Rolo Salgueiro, Sociedade Unipessoal Lda Transferência de Local Farmácia Conceição Lda. Calçada D. Gastão, 29 B 1900-194 LISBOA Dra. Maria Dulce B. S.de Campos A. Tavares Coelho Conceição Lda. Farmácia Margarida Largo da Capela Espirito Santo, 3780-599 VILARINHO DO BAIRRO Dra. Sandra Margarida Nunes Lourenço dos Santos Farmácia Morais Sarmento Rua Rodrigues de Sampaio, 21, Loja A 1150-278 LISBOA Dra. Helena Maria Ribeiro G. P. T. Pedro Helena Maria Teixeira Pedro, Soc. Unipessoal Lda. Farmácia Conceição de Tavira Sitio da Igreja, Loja 2A1 8800-061 CONCEIÇÃO TVR Dra. Wilza Carla Ferreira Branco
formacao
30
an
19 78 •
os
20 08
Cursos para Farmacêuticos Curso
Data
Local
Curso Básico de Formação de Socorristas
16,17,23 e 24 de Setembro de 2008
Lisboa
Factores de risco cardiovascular: prevenção primária
20 de Setembro de 2008
Lisboa
O Marketing e a Farmácia
22 e 23 de Setembro de 2008
Coimbra
Use o Excel para Fazer Cálculos
22 e 29 de Setembro de 2008
Lisboa
Asma e DPOC
23 e 24 de Setembro de 2008
Viseu
Recertificação do Curso Básico de Formação para Socorristas
25 e 26 de Setembro de 2008
Lisboa
Doença de Alzheimer e outras Demências
26 e 27 de Setembro de 2008
Lisboa
A Venda Inteligente
30 de Setembro de 2008
Coimbra
Tesouraria e Controlo de Gestão
1 e 2 de Outubro de 2008
Porto
Antimicóticos em Dermatologia
3 de Outubro de 2008
Vila Real
Antibioterapia na Infecção Respiratória
3 de Outubro de 2008
Tomar
Problemas Relacionados com Medicamentos e Intervenção Farmacêutica
3 de Outubro de 2008
Lisboa
Tesouraria e Controlo de gestão
6 e 7 de Outubro de 2008
Lisboa
Aparelho Sexual Masculino: patologias e terapêutica
7 de Outubro de 2008
Porto
Dislipidemias
7 de Outubro de 2008
Coimbra
Dislipidemias
7, 8, 14 e 15 de Outubro de 2008
Lisboa
Problemas Relacionados com Medicamentos e Intervenção Farmacêutica
8 de Outubro de 2008
Porto
Medicamentos Manipulados em Pediatria
9 de Outubro de 2008
Lisboa
O Boletim de Análises
9 e 10 de Outubro de 2008
Castelo Branco
Gestão de Aprovisionamento na Farmácia
9 e 10 de Outubro de 2008
Coimbra
Doenças Auto-imunes
9 e 10 de Outubro de 2008
Lisboa
Curso
Data
Local
Antimicrobianos
17 e 18 de Outubro de 2008
Porto
Compreender os Antibióticos
18 de Setembro de 2008
Lisboa
Alterações Metabólicas
19 e 20 de Setembro de 2008
Coimbra
Alterações Metabólicas
26 e 27 de Setembro de 2008
Porto
Curso de Suporte Básico de Vida
30 de Setembro de 2008
Lisboa
Aparelho Gastrointestinal
3 e 4 de Outubro de 2008
Coimbra
Cursos para Ajudantes
Rua Marechal Saldanha, 1 - 1249-069 Lisboa Telf: 21 340 06 00 (geral) • Telf: 21 340 06 45/610/756/712 Fax: 21 340 07 59 • E-mail: escola@anf.pt
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 87
reunioes e simpósios Nacionais • Conferência - Detecção e sinalização da suspeita iatrogénica na rotina clínica Contactos: Escola de Pós-Graduação em Saúde e Gestão • Tel: 213400712 Fax: 213 400759 escola@anf.pt
12 de Setembro de 2008 Lisboa ‒ Auditório do Hospital Fernando da Fonseca
• Conferência - A avaliação do risco para prognóstico como critério de decisão terapêutica Contactos: Escola de Pós-Graduação em Saúde
• II Conferência de Farmacoterapia ‒ Dor: um problema de saúde actual Contactos: Tel: 213400712 Fax: 213 400759 • escola@anf.pt
20 de Outubro Lisboa - Auditório da Torre do Tombo
• 9º Congresso Nacional das Farmácias ‒ Farmácias Portuguesas: uma Nova Era para a Saúde em Portugal Contactos: Tel: 213 400651/ 213400650
e Gestão • Tel: 213400712 Fax: 213 400759
Fax:213400674
escola@anf.pt
9congresso@anf.pt
19 de Setembro de 2008 Lisboa ‒ Auditório do Hospital Fernando da Fonseca
20 a 23 de Novembro Lisboa - Centro de Congressos de Lisboa
• III Conferência da Plataforma Saúde em Diálogo ‒ Todos Juntos pela Saúde Contactos: Tel: 21 3400659 Fax: 21 300674 Plataforma_saude_em_dialogo@yahoo.com
19 e 20 de Setembro Lisboa - Auditório da Associação Nacional das Farmácias
Internacionais • 68º Congresso FIP - Reenginering Pharmacy Practice in a Changing World Contactos: ANF: Dora Fonseca: 21 3400659
Contactos: ANF: Dora Fonseca: 21 3400659
FIP: Tel.: +31 346 266 110; Fax: +31 346 263 308;
ESCP: www.escpweb.org
E-mail: registration@newbrooklyn.nl 29 de Agosto a 4 de Setembro de 2008 Basileia, Suiça
88 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
• 37º Simpósio de Farmácia Clínica Pharmaceutical Care Models & Therapeutics Inovation 22 a 24 de Outubro de 2008 Dubrovnik, Croácia
cartoon
30
an
19 78 •
os
20 08
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 89
desta varanda O universo empresarial da ANF • Reforçar a capacidade de diálogo com o sector bancário; • Obter know how em todos os domí-
essas incertezas. Só o investimento pode gerar riqueza, criar postos de trabalho e promover o
nios da saúde, directa ou indirecta-
desenvolvimento económico.
mente relacionados com a actividade
O nosso universo empresarial é credí-
farmacêutica;
vel, sólido e tem futuro, como prova
• Celebrar parcerias estratégicas com
a recente fusão entre a Consiste e a
grupos empresariais credíveis, para
Pararede, que teve lugar no passado dia
fazer face aos desafios da globaliza-
11 de Junho, dando origem a uma das
ção da economia.
maiores empresas de tecnologias de in-
O nosso futuro tem de ser construído
formação e de serviços do País.
por nós próprios. O passado ensina-nos
Na ANF e empresas associadas traba-
que não devemos contar com terceiros
lham actualmente 1.800 pessoas, das
para esse fim, antes devemos estar pre-
quais cerca de metade têm formação
No passado dia 31 de Maio, a Direcção
parados para todas as eventualidades.
universitária.
promoveu uma reunião geral de
Foi nos últimos três anos que o universo
Isto significa que os nossos investimen-
Associados, sobre os projectos empre-
empresarial da ANF mais se desenvol-
tos não são apenas bons para as farmá-
sariais da ANF. Durante um dia, os res-
veu, com investimentos de 131 milhões
cias. São bons, também, para o País, por-
ponsáveis das várias empresas fizeram
de euros.
que geram riqueza e criam emprego.
apresentações detalhadas sobre cada
A criação da FINANFARMA, em 2006, por
O sucesso dos países não é obra do aca-
uma delas. Participaram mais de 500
exemplo, permitiu-nos vencer as amea-
so. Com as farmácias passa-se exacta-
pessoas, número que revela o interesse
ças de estrangulamento financeiro do
mente o mesmo.
das farmácias pelo tema da reunião.
sector, vindas do próprio Ministério da
O desenvolvimento do sector é fruto
A actividade empresarial é hoje um dos
Saúde, e reduzir em trinta dias o prazo
de muito trabalho, muito investimento
vectores fundamentais da estratégia
de pagamento das comparticipações
e muita solidariedade entre os associa-
global das farmácias, a par dos vectores
do SNS às farmácias.
dos. Esta realidade só é difícil de com-
associativo, político e profissional.
Por outro lado, a Economia atravessa,
preender para aqueles que nada fazem,
A nossa política empresarial tem os se-
actualmente, um período de dificulda-
nada arriscam e nunca criaram um pos-
guintes objectivos:
des e incertezas quanto ao futuro.
to de trabalho.
• Defender a economia da farmácia;
Este aspecto, em vez de nos inibir, deve
• Prestar mais e melhores serviços aos
constituir uma razão adicional para do-
associados; • Garantir a independência do sector em áreas essenciais; 90 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA
tar o nosso sector das instituições que possam ajudar as farmácias a ultrapassar essas dificuldades e a fazer face a
João Cordeiro
FARMÁCIA PORTUGUESA ¦ 91
92 ¦ FARMÁCIA PORTUGUESA