Revista Saúda nº 1

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SÓ DISPONÍVEL NA SUA FARMÁCIA | #01 NOV15 | 24

Goucha revela o segredo da sua energia Proteja os filhos da gripe Automedicação: pergunte ao farmacêutico Preservativo e disfunção eréctil

Vales

de desconto

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Saúde


Editorial

Heróis como nós Fotografia de Tiago Machado

Os farmacêuticos conhecem, um a um, os melhores portugueses e as histórias de superação mais exemplares

Sílvia Rodrigues Farmacêutica, directora da Revista Saúda Em 28 de Julho de 1984, um peão foi atropelado na segunda circular, a estrada mais movimentada de Lisboa. Era um homem baixo, de 1,67 metros e 53 quilos. Andava a correr na berma, inconsciente do perigo. O condutor nem o viu a tempo de evitar o desastre. «Aconteceu, mas quando me levantei vi que não estava nada partido, só esfolado», recordou ele numa entrevista ao jornal Sol. «Pensei logo que estava tudo fino». E devia estar, porque 16 dias depois ganhou a maratona dos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Tinha 37 anos, diziam que era velho para as corridas. Chama-se Carlos, como milhares de leitores.

Em 2003, outro acidente. Helena, como tantas leitoras, estava ao volante, parada numa fila de trânsito. Numa fracção de segundo, um condutor desgovernado bateu-lhe por trás, com estúpida violência e velocidade sem limites. Perdeu, para sempre, qualquer movimento do pescoço para baixo. Mas ela apresenta-se a sorrir nesta revista. É a primeira de uma longa série de Heróis Saúda. A coragem e a força de Helena inspiram-nos, ainda mais do que a medalha de ouro olímpica. Os farmacêuticos, profissionais de saúde mais bem espalhados pelo território, conhecem, um a

um, os melhores portugueses e as histórias de superação mais exemplares. Há uns anos, ainda antes das televisões, assistiram ao nascimento de uma energia, incrível, na população. Milhares começaram a correr, outros a comer melhor, a maioria a cuidar de si com mais atenção. As farmácias portuguesas tinham de responder com um plano ambicioso. Em favor da saúde, mas também da vitalidade, equilíbrio e boa disposição. Cada português com vontade de viver melhor e coragem para isso terá no seu farmacêutico um personal trainer, com um sorriso Saúda.•


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Entrevista

Manuel Luís Goucha

«Sou um provocador» Acorda todos os dias para ir «para a festa». É assim que vive a televisão. Ser conhecido é sonho de criança. Provocador, sempre, porque «ser consensual é uma maçada». Texto de Filipe Mendonça Fotografias de Tiago Machado Chega de táxi, à hora marcada, mas salta do carro como se tivesse o mundo à espera. É a vida de quem anda há mais de 20 anos ao ritmo dos programas da manhã televisiva. Do ponto de encontro ao local da entrevista são 1.500 metros mal medidos. «Vamos a pé», dispara o homem que não gosta de fazer exercício. Duas horas depois volta a entrar no mesmo táxi. «Um dia destes vou tirar a carta. Estou cansado de andar à boleia». Foi assim que se despediu.

A que horas acordou hoje? Seis e quinze da manhã, como todos os dias, excepto sábados e domingos. Mas hoje só dormi quatro horas porque ontem tive programa à noite. São quase quatro e meia da tarde. Qual é o segredo dessa energia? Ser muito feliz naquilo que faço. Acordo todos os dias para ir para uma festa. Ninguém me tira três horas de felicidade [no programa Você na TV] por muito más que

«Ninguém me estraga a festa. Sempre quis esta vida» sejam as opiniões que depois incendeiam as redes sociais. Ninguém me estraga a festa. Sempre quis esta vida. Foi a vida que escolhi. O facto de fazer televisão, e de me sentir quase a planar durante aquelas três horas de programa, faz com que não me sinta cansado. >


Entrevista

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Entrevista

E o que faz para renovar essa vitalidade? Desporto? Toma suplementos? Não faço exercício. Quando muito bato claras em castelo, mas já nem isso porque uso batedeira [risos]. Sou incapaz de ir para um ginásio, porque não concebo a ideia de pagar para suar. Ter de me despir, suar, tomar banho entretanto, vestir-me outra vez… isso é uma canseira, ainda mais a pagar. Não faz de todo o meu género [risos]. E suplementos alimentares também não tomo. O meu suplemento de energia é ser feliz naquilo que faço.

«O meu suplemento de energia é ser feliz naquilo que faço»

«Não acho muita graça ter 60 anos, mas gosto da maneira como estou a envelhecer»

«A farmácia presta o mais importante dos serviços: ouvir. Muitas vezes, as pessoas vão à farmácia para desabafar»

Foi sempre assim? Desde que me conheço. Sempre disse que queria ser conhecido, o que é uma coisa estranha. A minha mãe lembra-me muitas vezes que quando me perguntavam, aos cinco anos, «o que é que o menino quer ser quando for grande?», eu dizia «conhecido». É estranho. É uma necessidade de afirmação. Hoje em dia, qualquer pai que ouvisse isto levava a criança a um pedopsiquiatra [sorriso e silêncio]. Mas sim, comecei a fazer teatro, depois televisão… Estamos a falar dos últimos 30 anos. Não é muito se soubermos que tenho 60, mas há aqui metade da minha vida que está cheia daquilo que gosto de fazer: comunicar, ouvir pessoas, contar “estórias”… Quem vive nesse ritmo, como é que lida com a falta de energia? Com a doença, por exemplo… Às vezes sinto necessidade de parar, mas é raro. Sou um mau doente. Se tenho muita energia, quando aparecem sintomas que inibem essa energia sinto-me contrariado e lido muito mal com tudo aquilo que me contraria.

O tempo também nos contraria. Tem medo do efeito do tempo? Não acho muita graça ter 60 anos [gargalhada]. Já sou um sexagenário [gargalhada], mas gosto da maneira como estou a envelhecer. É uma aprendizagem. Continuo a fazer televisão. Tenho ainda três anos para fazer programas diários. Depois, quando acabar o contrato com a TVI, em final de 2018, logo se vê. Apetecia-me ter programas semanais, programas mais culturais, conversas… saborear a televisão de outra forma. Envelhecer com projectos não me assusta. Não vou envelhecer sentado no sofá, a ver televisão, com uma mantinha em cima das pernas. Vou ter projectos, espero, até ao último dos meus dias. É um homem de extremos? Não. Não sou é um homem consensual. Acho isso confrangedor e pouco estimulante. É uma maçada. Eu sou um provocador e os meus extremos começam a encurtar-se com a idade. Envelhecer é isso: estar mais atento aos sinais da vida, aos pormenores, saborear tudo… Como é que cuida de si? Lendo muito, estando muito atento aos outros. A minha grande qualidade é ser muito curioso. Tenho de entender sempre onde estou e o que ando aqui a fazer. Depois, é ler, viajar… É através da arte que me alimento. É esse o património que não é hipotecável e que ninguém me tira, a não ser uma demência. O meu grande património é aquilo que já vi, o que já li e ouvi, as salas onde já escutei ópera, onde >


Entrevista

já vi bailado… É assim que me alimento e cuido de mim. E deixa que cuidem de si? Não [resposta rápida seguida de silêncio]. Não deixo nada [risos]. Sou eu que tenho de cuidar de mim e controlar tudo o que me diz respeito. Mas as farmácias existem para cuidar… Não sou hipocondríaco, mas gosto de farmácias. A farmácia presta o mais importante dos serviços: ouvir. Muitas vezes, as pessoas vão à farmácia para desabafar. Nos meios mais pequenos, a farmácia tem essa dimensão social. Importante é manter o lado humano da farmácia: ouvir o senhor e a

senhora mais velhos com aquele carinho, aquela atenção… Assisto a pessoas que vão à farmácia apenas para desabafar. É importante para o seu equilíbrio.

ou não, é a chave para o tal equilíbrio, a paz... Mas atenção: não sou um homem em paz. Sou um homem em paz comigo, mas sempre muito inquieto.

«Sou um homem em paz comigo, mas sempre muito inquieto»

Está preparado para o dia em que se apagarem as luzes? Acho que estou, mas não sei [solta uma gargalhada]. Creio que ainda tenho um prazo de validade interessante na televisão, mas no dia em que se apagarem as luzes tenho muita coisa para fazer: livros para escrever, a área da culinária para explorar. Posso empenhar-me a sério em causas como fazer campanha contra a violência doméstica, por exemplo. Há tanta coisa em que posso ser útil sem ser debaixo dos holofotes. •

Aos 60 anos já fala em equilíbrio? É sempre um equilíbrio instável. As coisas têm corrido bem e tenho feito os possíveis para esse equilíbrio não desandar. A idade deu-me o poder de relativizar as coisas. Conseguir distinguir o que é importante,

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Heróis Saúda

Olhos para a vida Com o movimento da íris e ligeiros gestos de cabeça, Helena escreve emails, telefona, pesquisa no Google, insere posts no Facebook, joga às cartas e descobre criminosos em jogos de estratégia. Texto de Ana Abrunhosa Fotografias de Tiago Machado No retrovisor, um carro aproxima-se a alta velocidade. Parada numa fila de trânsito, com os quatro piscas ligados, pisa o travão com toda a força. «Ele bate-me a 150 km/hora, mas eu nem toco no carro da frente». Do impacto resulta um único ferido: Helena Abrunhosa, 39 anos, fractura grave nos ossos que ligam o crânio à coluna. O acidente aconteceu há 12 anos e desde então está tetraplégica, totalmente paralisada do

pescoço para baixo. «Sou a mesma pessoa, só estou numa cadeira de rodas».

fazer zapping e guiar sozinha a cadeira de rodas pelos corredores estreitos da casa.

São os olhos, especialmente expressivos, que a ligam ao mundo. Com o movimento da íris e ligeiros gestos de cabeça, Helena escreve emails, telefona, pesquisa no Google, insere posts no Facebook, joga às cartas e descobre criminosos em jogos de estratégia. Consegue também ligar e desligar a televisão,

«Sou a mesma pessoa, só estou numa cadeira de rodas» Parece difícil, quase impossível. Ministros e secretários de Estado já visitaram Helena para conhecerem melhor a tecnologia que lhe oferece tanta autonomia. Uma tecnologia >


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desenvolvida em Portugal, por portugueses, no Instituto Politécnico da Guarda. O nome é MagicKey (chave mágica). Trata-se de uma aplicação informática que utiliza uma webcam e iluminação de infravermelhos, com um algoritmo que detecta as pupilas. Helena interage com o computador num piscar de olhos. Literalmente.

Nem sempre foi assim. «No início, demorava 15 minutos para escrever a palavra ‘associação’». O software foi evoluindo com a ajuda dos próprios utilizadores, entre os quais Helena se destacou. Valeu-lhe o curso de informática que tinha concluído com nota final de 20 valores, quando ainda eram raros os

computadores domésticos. «Durante muitos anos, senti que estava à frente do meu tempo». Helena licenciou-se em Farmácia, passou com distinção o curso de socorrismo da Cruz Vermelha e fez dois anos da licenciatura em Enfermagem. Esses conhecimentos técnico-científicos permitiram-lhe >


Saúde

Helena interage com o computador num piscar de olhos. Literalmente ter uma noção perfeita da sua situação clínica, quer no momento do acidente, quer durante a longa recuperação. O impacto provocou uma lesão na articulação crânio-vertebral (clinicamente considerada das mais graves e de maior risco de vida), que, além da coluna e dos membros, paralisou também o pulmão esquerdo e as cordas vocais. Esteve muitos meses sem conseguir respirar sozinha, com ventilação artificial, e cerca de dois anos sem falar. Não segurava a cabeça, que tinha de ser presa à cadeira de rodas para permanecer direita. Mas nunca perdeu a consciência nem tão-­ ‑pouco a percepção de tudo o que se passava à sua volta. Ainda na estrada, impediu que os primeiros curiosos a chegar ao carro lhe movessem o corpo. «Um senhor conseguiu tirar‑me o pé debaixo do travão, mas depois fiz sinal para não me mexer mais, porque eu sabia que tinha uma fractura na coluna». E nos cuidados intensivos do hospital vigiou constantemente os enfermeiros. «Tinha de estar sempre de olho na alimentação e nos medicamentos e fazia sons com a boca quando se engavam». Chegou a cuidar de outros doentes na Unidade

de Cuidados Intensivos. «Um dia entrou uma senhora com o cateter preso com uma tesoura de metal, que acabou por magoá-la, claro, e eu é que chamei a enfermeira dela com os meus estalitos vocais. Quando percebeu o que se passava, a enfermeira agradeceu-me e disse às colegas ‘temos uma doente a tomar conta dos doentes’». Mesmo assim, Helena esteve três vezes perto da morte devido a erros de medicação. «O túnel era agradável, mas a tal luz ao fundo irritou-me e voltei!», brinca. Voltou cheia de energia e vontade de viver. O tratamento no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão foi determinante. Todavia, ao regressar a casa sentiu-se inútil. «Não conseguia ler. Tenho mais de um milhar de livros e era-me impossível folheá-los. O suporte e o bucal para mudar as páginas só aguentavam as revistas cor-de-rosa, que detesto». Até que viu num noticiário uma reportagem sobre um novo software para pessoas com paralisia. Com o apoio da família e dos amigos, contactou a equipa de investigação, viajou pelo país, ajudou os técnicos a

desenvolverem o produto e a promoverem-no junto de entidades públicas e privadas, e de outros doentes. A cadeira de rodas de Helena está adaptada para ser conduzida através de uma espécie de joystick redondo que move com o queixo. Desta forma, os seus espasmos occipitais (movimentos involuntários do pescoço) já não representam perigo. «Na primeira cadeira de rodas, cheguei a perder o controlo uma vez e andei desgovernada em plena estrada até que me ajudassem. Tive sorte».

Esteve três vezes perto da morte. «O túnel era agradável, mas a tal luz ao fundo irritou-me e voltei!» Ouvir Helena falar da sua “sorte” chega a ser desconcertante. O discurso é sempre lúcido, objectivo e, aqui e ali, com uma ponta deliciosa de ironia – como quando nos diz que, devido à placa de titânio que lhe liga o cérebro à coluna cervical, tem agora «mais parafusos na cabeça». •

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Saúde com ciência

Gripe

Prevenir, identificar e tratar Com uma duração média de cinco a sete dias, o tratamento é dirigido sobretudo aos sintomas. A gripe é uma infecção respiratória provocada pelo vírus Influenza. Transmitido pelo ar, nas gotículas expelidas quando se espirra, tosse ou simplesmente quando se fala, não implica contacto físico directo para haver contágio. Quem está infectado, mesmo que ainda sem sintomas, pode espalhar o vírus. Os sintomas da gripe surgem ao fim de dois a quatro dias após o contágio e manifestam-se de forma súbita: primeiro arrepios, febre alta (38º–40º), dores musculares, articulares,

A gripe bate-nos à porta todos os anos, principalmente no Inverno. Antes que ela chegue, vacine-se

de cabeça e mal-estar geral. Só depois surgem as queixas respiratórias, como tosse e olhos inflamados. Nas crianças, são também frequentes náuseas, vómitos e diarreia, bem como prostração, sobretudo nas mais pequenas. A febre tende a ser mais elevada e podem desenvolver-se infecções a nível dos ouvidos (otite). A gripe partilha alguns sintomas com as constipações, com a diferença de que se declara subitamente, é mais grave e afecta com maior intensidade o sistema respiratório. Os sintomas e sinais da constipação surgem de forma gradual, são limitados às vias respiratórias superiores (nariz entupido, espirros, olhos húmidos, irritação da garganta, dor de cabeça) e raramente incluem febre alta ou dores no corpo.

A gripe é geralmente benigna, mas importa tratá-la, sob aconselhamento médico ou farmacêutico, para evitar complicações respiratórias severas – entre as quais a mais frequente é a pneumonia. Os antibióticos não são úteis no tratamento da gripe, pois apenas actuam sobre bactérias. Só são usados quando a gripe evolui para uma infecção bacteriana (como a pneumonia, por exemplo). A medida de prevenção mais importante é a vacinação anual contra a gripe. Aconselhada sempre que o médico considere essencial, particularmente em indivíduos pertencentes a grupos de risco – idosos, grávidas, crianças pequenas e doentes crónicos, com doenças cardíacas e respiratórias como a asma, por exemplo.•


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Fotografia de David Oitavém

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Vacina 1 – Vírus 0 Prevenir é também vacinar. A vacina antigripal deve ser tomada anualmente, pois o vírus modifica-se, surgindo todos os anos com uma face nova. A vacina diminui a probabilidade de ter gripe, a gravidade dos episódios e das suas complicações.

Vacinação prioritária

PREVENIR

RECUPERAR

» Evite o contacto directo com doentes » Limite a presença em espaços fechados e com muitas pessoas » Use lenços descartáveis » Tape a boca, com um lenço descartável ou com o antebraço, sempre que espirrar ou tossir » Lave bem as mãos depois de espirrar ou tossir e sempre que contactar com pessoas com gripe

» Repouse » Ingira líquidos em abundância » Tenha uma alimentação diversificada » Evite mudanças de temperatura » Permaneça em espaços arejados

» Adultos com 65 ou mais anos de idade » Grávidas (tempo de gestação superior a 12 semanas) » Bebés com mais de seis meses e história de doenças respiratórias » Doentes crónicos (pulmões, coração, fígado, rins, diabetes) » Profissionais de saúde ou que cuidam de idosos ou doentes

Contra-indicações » Pessoas com história de reacção alérgica à vacina » Pessoas alérgicas ao ovo » Crianças com menos de seis meses

Texto de Jaime Pina Fotografia de Tiago Machado


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Consultório

Doenças respiratórias Uma agenda para o Outono

Direitos reservados

Fale com o seu médico e vacine-se.

Jaime Pina Fundação Portuguesa do Pulmão fundacaoportuguesadopulmao.org O Outono é um período do ano muito importante para os doentes respiratórios. Aproxima-se o tempo frio e com ele todo o cortejo de infecções que tanto estrago fazem. É preciso, pois, estar atento. A que infecções nos estamos a referir? São sobretudo as seguintes: a gripe, infecção provocada por um vírus Influenza, que pode ser extremamente grave em determinados grupos de risco; as pneumonias,

infecções do pulmão que se acompanham de elevada taxa de mortalidade, sobretudo nos idosos; as infecções respiratórias das vias aéreas superiores, sobretudo em crianças, quase sempre inicialmente originadas por vírus mas que se complicam, posteriormente, devido a infecção por bactérias; infecções brônquicas que, em determinados contextos, sobretudo em doentes com patologia prévia (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica ou bronquiectasias, por exemplo), podem dar origem a graves descompensações respiratórias que obrigam, muitas vezes, a internamento hospitalar. A prevenção das infecções respiratórias, para além da componente ambiental e comportamental, faz-se, sobretudo, por intermédio de três ferramentas: a vacina antigripal, a vacina antipneumocócica e os medicamentos que reforçam as defesas do organismo. A vacina da gripe está indicada para um vasto leque de pessoas, em que sobressaem os seguintes grupos de risco: idosos, pessoas com

doenças crónicas, doentes com baixa da imunidade, pessoas institucionalizadas e profissionais de saúde. Em virtude das frequentes mutações que o vírus da gripe sofre, a vacina antigripal deve ser administrada anualmente, no Outono. Pelo contrário, a vacina contra a pneumonia (antipneumocócica), nos adultos, em princípio, só se administra uma vez, e tem a sua principal indicação nos idosos, nas pessoas com doenças crónicas e nos doentes com baixa da imunidade. Por fim, os medicamentos que estimulam a imunidade têm a sua maior indicação nas crianças e nos adultos que sofrem de infecções de repetição, sobretudo nas vias respiratórias: nariz, adenóides, amígdalas, faringe, laringe, traqueia e brônquios. A sua administração faz-se por via oral, preferencialmente no Outono e de acordo com pautas estabelecidas pelo médico. Devido à importância destas infecções é imperiosa a sua prevenção. Vá, fale com o seu médico e vacine-se. •


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Automedicação

MNSRM... como? Os Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica destinam-se ao tratamento de problemas de saúde ligeiros e sem gravidade. Os medicamentos podem ser sujeitos a receita médica ou não. Esta classificação permite saber quais os medicamentos que exigem prescrição e utilização sob supervisão do seu médico e aqueles que pode adquirir sem necessidade de receita. Os medicamentos não sujeitos a receita médica – MNSRM – são utilizados há longos anos e têm um perfil de segurança bem conhecido, pelo que podem ser publicitados junto do público, escolhidos livremente e comprados sem receita médica. Todos os medicamentos, incluindo os MNSRM, têm de obedecer a critérios muito rigorosos de qualidade, segurança e eficácia para estarem disponíveis no mercado. Os MNSRM destinam-se ao tratamento de problemas de saúde ligeiros e sem gravidade. Mas devem sempre ser utilizados de acordo com a informação disponível na embalagem e no folheto

informativo. Em caso de dúvida, aconselhe-se com o seu médico ou farmacêutico. A lista das situações em que pode utilizar os MNSRM está disponível em www.apifarma.pt/tratardemim e em www.infarmed.pt • PRECAUÇÕES

Não utilize os medicamentos sem receita médica por mais de cinco dias

A automedicação não é aconselhável em crianças, grávidas e mães a amamentar

Se tiver uma doença crónica tenha em atenção outros medicamentos que esteja a tomar

O programa Tratar de Mim visa a utilização responsável e segura dos MNSRM. Promotores: Apifarma, Associação Nacional das Farmácias, Direcção-Geral da Saúde, Infarmed, Ordem dos Farmacêuticos, Ordem dos Médicos e Valormed.

Vantagens Os medicamentos não sujeitos a receita médica têm benefícios para as pessoas e para a sociedade: » resolvem problemas de saúde sem gravidade de forma mais rápida e com menor custo, evitam o tempo de espera para a consulta médica e faltas ao trabalho; » libertam recursos do Serviço Nacional de Saúde, que podem ser utilizados para tratar doentes mais graves, evitando, por exemplo, consultas de urgência desnecessárias.

Em exclusivo na farmácia Existem MNSRM só disponíveis na farmácia. Podem ser vendidos sem prescrição, mas a sua dispensa exige condições, avaliadas pelo farmacêutico.

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PROTEJA-SE CONTRA OS PROBLEMAS DE INVERNO

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MKT2015VIT41

Portugal*

Vitacê, Vitacê Efervescente e Vitacê Infantil são suplementos alimentares. Os suplementos alimentares não substituem uma dieta variada nem um estilo de vida saudável. O efeito benéfico é obtido com a toma diária de 1 comprimido de Vitacê ou 1 comprimido de Vitacê Efervescente, a partir dos 12 anos, ou 5ml (4-8 anos) ou 10ml (9-13 anos) de Vitacê Infantil por crianças. Não exceder a toma recomendada. Vitacê Infantil: recomendada proteção em indivíduos asmáticos e atópicos; contém açúcar e produtos apícolas. Os produtos não devem ser utilizados em caso de hipersensibilidade ou alergia a qualquer um dos seus constituintes. Manter fora da vista e do alcance das crianças. Ler atentamente as instruções de utilização no interior da embalagem. Aprovado em setembro 2015. * Fonte: HMR 2015


Cartão Saúda

Um cartão, todas as vantagens

O cartão Saúda é a resposta das farmácias portuguesas à sua vontade de ser mais feliz. Se deseja mudar de vida, melhorar o seu estado geral de saúde e o da sua família, o seu farmacêutico vai ajudá-lo. Como sempre, ele tem os conselhos certos sobre o bom uso dos medicamentos. Mas também pode ajudá-lo a alimentar-se melhor, a alcançar estilos de vida saudáveis, a livrar-se dos vícios e a praticar exercício físico sem riscos. O cartão Saúda é a chave de acesso a uma nova geração de produtos e serviços favoráveis à saúde, à vitalidade, ao equilíbrio e até à boa disposição. Por cada euro de compras na farmácia, acumula um ponto. Na primeira compra do dia superior a 32, tem direito a outro ponto extra.

O Saúda permite associar todos os membros de uma família numa única conta conjunta de acumulação de benefícios.Todos os cartões da mesma família acumulam pontos para uma só conta e todos podem utilizar os pontos nela disponíveis. Os pontos acumulados no Saúda podem ser trocados directamente por uma gama ampla de produtos ou transformados em vales de dinheiro que podem ser utilizados para pagar a conta da farmácia. Os vales Saúda são cumulativos, descontam na conta final da farmácia, depois de todas as promoções e comparticipações e têm a validade de um ano. O Saúda dá-lhe ainda acesso a benefícios adicionais e condições especiais em vários produtos e serviços da NOS e do grupo Pestana. Conheça-as no nosso site. >

A conversão dos pontos é feita do seguinte modo:

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Cartão Saúda

É como ter a farmácia no seu bolso O site e a APP Farmácias Portuguesas foram totalmente adaptados ao novo cartão Saúda para lhe trazer ainda maior proximidade à sua farmácia. Agora poderá gerir todos os seus pontos e vales no site ou na APP. É como ter a farmácia no seu bolso. Mas as novidades não acabam aqui.

» Registar dados biométricos medidos na farmácia e acompanhar a sua evolução recebendo indicações e alertas em função das medições; » Consultar o catálogo de pontos Saúda e produtos destacados pela farmácia;

Para aderir ao cartão Saúda e beneficiar de todas as suas vantagens, basta solicitá-lo na sua farmácia ou, se já tem o cartão Farmácias Portuguesas, apenas terá de o trocar pelo Saúda. E não se preocupe: todos os pontos e vantagens, que já tinha no cartão anterior, vão manter-se.

Muito em breve, poderá através do seu telemóvel:

» Ter acesso a conteúdos de saúde relevantes, com a credibilidade que o seu farmacêutico lhe pode dar;

Para qualquer dúvida, as Farmácias Portuguesas estão sempre disponíveis e agora ainda mais próximas de si. •

» Pesquisar pelas farmácias mais próximas ou na localidade, aceder à página da farmácia e obter direcções;

Saiba tudo em: farmaciasportuguesas.pt ou pela Linha Saúda 707 273 273.

» Comprar produtos ou reservar medicamentos a qualquer hora, em qualquer lugar para entrega ou levantamento na farmácia escolhida; » Ter acesso a promoções exclusivas e em primeira mão, bem como gerir os pontos e vales associados ao seu cartão Saúda;

» Configurar alertas de toma de medicamentos, com aviso para o final da embalagem e nova encomenda.



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Vitalidade

Desporto

A minha primeira A vida inteira em 42.195 metros. Um diálogo profundo e emotivo com aquilo que somos. «Vamos lá», suspira Fernando. «Atenção que hoje é para fazer a 5:30 o quilómetro», avisa Filomena. Às vozes dos mais velhos, Isabel responde com mais uma gargalhada do norte em pleno treino. «Somos uma família. Eles são os meus pais de Lisboa e quando chega a hora do aperto, na corrida, ou na vida, estamos cá uns para os outros». É aqui que começam os 42.195 metros para o trio que se conheceu no ginásio.

explica a benjamim do grupo. O treino corre, literalmente, mas o corpo começa a dar sinais. «É muito exigente. Sinto-me cansada e com desgaste muscular. Se estivesse nisto sozinha, acho que já tinha desistido. A carga de treino, a obrigação de cumprir o plano, o joelho que já dói, tudo isso é um peso que começa a afectar-me bastante», desabafa Filomena Martins. É nestes momentos que a “família” fecha o círculo.

A ideia surgiu há um ano. No dia em que soprou as 60 velas, Fernando Moreira lançou o desafio às duas amigas. «Claro que alinharam. Não são mulheres de virar a cara a desafios». Estava assumido o compromisso, fazerem juntos a prova rainha do atletismo. Foi nesse dia que a maratona começou. Filomena lançou-se na pesquisa de planos de treino, Isabel Silva organizou a logística. «A minha primeira maratona tem de ser no norte, a minha terra natal, foi por isso que optámos pelo Porto»,

«Há dias em que a auto-estima cai. Temos de nos agarrar uns aos outros e pensar que estamos nisto juntos. O meu objectivo é terminar a maratona feliz e com saúde, mas com a Filomena e o Fernando. Foram eles que me inspiraram e é graças a eles que já me sinto capaz de inspirar os outros». É assim que Isabel Silva resume o desígnio. Ninguém corre sozinho. No plano do grupo constam três treinos semanais, um dos quais é longo (entre 21 e 30 km). «Tento transmitir-lhes que quanto >


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maratona

Texto de Filipe Mendonรงa Fotografias de Tiago Machado

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Vitalidade

António Sousa Treinador Como pôr os pés no chão? A corrida é um gesto básico, que aprendemos na infância e adolescência. Para tentar aproximar esse gesto do padrão predefinido, o treinador tem de actuar nessa fase. Como respirar? No treino vamos optimizar a economia de corrida, ou seja, correr mais rápido com um gasto energético menor e potenciar a utilização da gordura como fonte de energia. melhor treinarmos, menos difícil será no dia da prova», explica Fernando, no tom de quem sabe ao que vai. Já fez uma maratona e não poupa nos conselhos. «Até aos 25, 30 km, corremos com prazer, mas depois disso não é bem assim. O dia da maratona é sempre uma incógnita. Tudo pode acontecer». É esse inesperado que lhe dá magia. «Há dias em que penso: porque

é que estou a fazer isto? Se está a ser um sofrimento, porque é que continuo? Mas depois, repito: vá, só mais uma tentativa. É um dia de cada vez». Um pé à frente do outro, um quilómetro mais. É a vida inteira em 42.195 metros. Um diálogo profundo e emotivo com aquilo que somos. Isabel Silva já percebeu: «A corrida desperta o melhor de mim». •

PREPARE OS MÚSCULOS João Ferreira Fisiologista do exercício Um maratonista deve desenvolver um trabalho de reforço muscular dos membros inferiores, bem como da zona do core (zona abdominal e lombar), de forma a evitar lesões e aumentar o desempenho. Este reforço deve ser feito numa vertente de força resistente, ou seja, mais repetições (15 a 20) de duas a três séries para cada grupo muscular. O treino de flexibilidade, velocidade, agilidade e equilíbrio é também preponderante. •

Quando começar? Para quem tem uma boa base de treino, aconselho o mínimo de 12 semanas. Quem acorda e resolve fazer uma maratona, sem histórico em desportos de resistência, é melhor procurar um treinador. Outros desportos? Não existe nada melhor para optimizar a corrida do que correr. O ciclismo, a natação, aulas de localizada e alongamento complementam o treino. Futebol ou basquetebol, por exemplo, são contraproducentes. Estou preparado? Uma meia-maratona cinco semanas antes e 10km a três semanas da prova ajudam a dar ritmo e a calcular a nossa ambição.


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Nutrição

Fotografia de Carla Bessa

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Os erros de um corredor

Diz-me o que comes, dir-te-ei como corres. Tiago Almeida Nutricionista e maratonista A prática da corrida tem evoluído, com os participantes a superarem as próprias limitações e a criarem objectivos mais ambiciosos. Esta dinâmica aumenta o impacto fisiológico no organismo, exigindo mais e melhores nutrientes… e é aqui que surgem os principais erros alimentares. Treinar em jejum ou com pouca energia. O desgaste energético de uma corrida de 60 minutos pode facilmente chegar às 600kcal. A refeição pré-treino deve fornecer bom aporte energético e disponibilidade nutricional completa: um pão de trigo com doce sem açúcar mais uma peça de fruta (à qual se podem acrescentar alguns frutos

secos) é uma solução prática, simples e eficaz! Fazer treinos longos sem ingestão intermédia. Após 45-50 minutos de esforço elevado, esgotamos as reservas de energia “imediata” e começamos a entrar no modo de “poupança energética”, o que limita o rendimento físico. Caso o treino ultrapasse os 70-80 minutos, deve ser ingerida uma barra ou um gel energético aos 45-50 minutos, para potenciar o desempenho. Não fazer a refeição de recuperação. A reposição do glicogénio muscular (o “combustível” das células

do músculo) ocorre até 45 minutos após o exercício. É muito importante aproveitar esta janela temporal para fazer a refeição de recuperação – um copo de leite magro com duas a três tostas, acompanhadas de uma fatia de queijo, por exemplo, garantem o aporte necessário de proteína e hidratos de carbono de absorção rápida. Reduzir calorias para perder peso. O peso corporal tem um impacto grande na corrida, mas sem uma correcta ingestão energética os músculos não têm o mesmo desempenho. Até é possível que haja um desgaste muscular como fonte de energia, contrariando o objectivo do treino. •


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Fotografia de Pedro Mensurado

Suplementação

Contra o desgaste e a fadiga Os suplementos são aliados fundamentais. Helena Amado Farmacêutica À medida que vamos treinando e adquirindo resistência cardiorrespiratória e física, a nossa motivação aumenta, queremos ir mais além. Sou uma das muitas farmacêuticas que se renderam à paixão do exercício e da corrida. A nossa formação profissional permite‑nos conhecer um sem número de suplementos vitamínicos, minerais, proteicos e outros, que podem ajudar a manter-nos saudáveis e activos e a melhorar o nosso desempenho. Desde logo, a prevenção do desgaste articular da anca, joelho e tornozelo, com a toma regular de glucosamina e condroitina. As vitaminas e

oligoelementos, que estando presentes na nossa alimentação não chegam para suprir as necessidades metabólicas de quem corre, têm uma importante função reguladora do metabolismo e são estimulantes imunitários e antioxidantes. A glutamina, aminoácido abundante no tecido muscular, quando tomada em suplementação protege a massa muscular e promove uma rápida recuperação. O magnésio, mineral essencial na síntese das proteínas e transporte de energia, é também fundamental para o funcionamento e regulação da contracção muscular e obrigatório na

suplementação de quem corre, tal como o selénio, zinco e silício. O aporte de proteína, na forma conjugada ou isolada, é também importante no sentido de preservar/ aumentar a massa muscular. O mundo da suplementação – nutracêuticos – é vasto, sério e com evidência científica comprovada. Tem de ser aconselhado por quem sabe e conhece os produtos, a sua qualidade e origem. As farmácias são o espaço de saúde de excelência, com competência profissional para aconselhar, esclarecer e acompanhar a prática desportiva na área da suplementação. •


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Mães, pais e filhos

Travar a gripe Mais do que pensar em cuidados especiais para evitar os contágios, o trabalho é feito na prevenção. Sílvia Bentes Farmacêutica Como mãe e farmacêutica, quero começar com um ponto prévio: os meus seis filhos são uns “todo-o-terreno”. Não vale a pena, por exemplo, dizer para não andarem descalços. Os avós ficam muito preocupados, mas eu já desisti. Eles andam sempre descalços. Optei por avançar com este ponto prévio para perceberem melhor o ambiente que se vive cá em casa. Não há dramas. Aliás, numa família numerosa não há espaço para dramas. Muito mais do que pensar em cuidados especiais para evitar os contágios quando a gripe aparece, o meu trabalho é feito na prevenção. É aí que faz sentido apostar. Não vale a pena ter ilusões. Quando um adoece, a probabilidade de outro

adoecer passada uma semana é enorme. Os meus filhos partilham os quartos. Seria impensável alguém ir dormir para a sala porque está doente. Cá em casa, toda a gente conhece as regras básicas para evitar os contágios: lavar as mãos frequentemente e, em particular, depois de espirrar, tossir ou assoar-se; cobrir o nariz ou a boca quando se espirra; evitar beber pelo copo do irmão e usar cada um a sua toalha. Apesar de todas as regras, a minha estratégia passa por reforçar o sistema imunitário antes de chegar o frio. Terminado o Verão, está na hora de preparar o Inverno. Há uns tempos, comecei a

trabalhar os medicamentos homeopáticos na farmácia e estou muito satisfeita com os resultados. É com eles que faço parte do trabalho de prevenção em casa, associado à tradicional vitamina C. Quando o frio aperta, o nosso batalhão está pronto para a guerra, ainda que seja sempre necessário tomar algumas medidas que não geram consenso. Por exemplo, arejar a casa. Vivendo em Serpa, no Inverno não é fácil convencer a família de que é preciso ter as janelas abertas. Os miúdos reclamam, mas tento negociar. Em troca da casa arejada, não lhes exijo grandes agasalhos. Eles não gostam de estar encasacados e eu agradeço: é meio caminho andado para não ficarem doentes. •


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em família Reforce a vitamina C

Fotografia de Júlio Lobo Pimentel

Areje a casa

Evite excesso de agasalhos

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Dermocosmética

SOS Pele

Recupere a epiderme das marcas deixadas pelo sol e proteja-a do frio. Sol, água do mar e cloro da piscina são apenas algumas das agressões a que a pele é sujeita no Verão e que a deixam com um aspecto menos saudável se não tivermos os devidos cuidados: fica áspera, seca, por vezes manchada, sem brilho e perde elasticidade. Os raios solares deixam a pele desidratada, ao mesmo tempo que marcam as zonas mais expostas do corpo com manchas que denunciam o fotoenvelhecimento precoce. O frio é igualmente agressivo. Com a descida das temperaturas, a pele fica mais seca e pode apresentar sinais de vermelhidão, irritação ou descamação, chegando mesmo a gretar em situações mais extremas. Se a sua pele estiver desidratada, tanto à superfície como em profundidade, com aspecto baço (devido à escassez de lípidos), tensa, descamativa e desconfortável, então está com a pele seca. Mas há forma de recuperar o conforto e a flexibilidade da pele: deve

aplicar diariamente um creme hidratante que restaure a barreira cutânea, protegendo da desidratação. Pode ser aplicado as vezes que forem necessárias. Existem na farmácia produtos que hidratam e restauram a pele seca, cremes que a nutrem, restabelecem o seu brilho natural e proporcionam uma maior flexibilidade, elasticidade e suavidade. Aconselhe-se com o dermatologista ou farmacêutico. •

SEQUE com pequenos toques, sem esfregar

HIDRATE com cremes de acção emoliente e reparadora

PROTEJA com filtro solar todo o ano

Manchas à distância As chamadas manchas de hiperpigmentação são marcas escuras causadas pelo excesso de pigmentação da pele, devido à acção intensa da radiação sobre a melanina:

C

M

Y

CM

MY

CY

» concentram-se nas zonas mais expostas (face, mãos, ombros, braços e decote); » surgem sobretudo em peles claras; » são mais comuns nas pessoas que se expõem excessivamente ao sol sem protecção. Se não houver alterações na cor e no tamanho, essas manchas são inofensivas para a saúde e é possível atenuá-las com recurso a produtos despigmentantes, que actuam sobre a melanina, reduzindo a sua produção e eliminando o excesso.

CMY

K


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Sexualidade

Preservativo

e disfunção eréctil Ana Guedes Rodrigues e Quintino Aires respondem a questões enviadas pelos telespectadores do programa Sexo à moda do Porto.

Ana Guedes Rodrigues (AGR) Esta espectadora começa a sua carta dizendo «Estou num casamento muito feliz de sete anos». Quintino Aires (QA) Que maravilha, não é? Agora, cuidado! Os sete anos são aquela idade em que às vezes surgem crises. AGR Pois... Dizem que é uma idade de crises. É de sete em sete anos, não é? São os ciclos da vida. QA É aos dois, aos sete, aos 14, aos 21. Sim, é de sete em sete. > Fotografias de Cristina Pinto e Carlos Castanheira


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AGR Aos dois também há? QA Os dois são logo a primeira crise. AGR É bom saber! «Eu e o meu marido usamos sempre preservativo. Nunca tivemos problemas nenhuns com isso, mas ultimamente, quando ele põe o preservativo, perde todo o "apetite". Estará ele a sofrer de disfunção eréctil?». AGR Nós já aqui abordámos esta questão do preservativo e do que isso pode… QA Atrapalhar. AGR Atrapalhar, sim. QA Sobretudo quando não há experiência. AGR Mas aqui é diferente. QA Pois. Neste caso, eles já tinham uma tradição de usar o preservativo e utilizá-lo de forma confortável, portanto, com certeza não é isso. E não me parece disfunção eréctil. A disfunção eréctil não está associada, especificamente, à utilização do preservativo. Provavelmente, há aqui qualquer outra coisa a atrapalhar a relação deles. Como acontece usarem sempre o preservativo – e como nós ouvimos muitas vezes falar que o preservativo atrapalha –, muito provavelmente a minha desconfiança (é só desconfiança, porque não temos mais dados sobre o caso), é que eles tenham, ou a nossa telespectadora tenha, de uma forma demasiado imediata, associado a colocação do preservativo à dificuldade da erecção, mas provavelmente não é isso que está a acontecer. Aquilo que eu acho que pode estar aqui a atrapalhar é falta de diálogo. Faça a sua própria pergunta: sexoamodadoporto@portocanal.pt

AGR Será? QA Como é que está a relação? Será que ele está aborrecido com alguma coisa dela? Será que ela está aborrecida com alguma coisa dele? Muitas vezes, não queremos dizer o que nos zanga, para o outro não ficar triste. Depois, ficamos ali com aquelas emoções a atrapalhar e só queremos que o tempo passe rápido, para que aquela emoção também desapareça, e não dizemos ao outro pequeninas coisas que nos estão a incomodar. E o não dizer ao outro o que nos está a incomodar faz com que essa pequenina coisa se transforme numa grande coisa, que domina o nosso sistema emocional. E quando isso acontece, essas partilhas, que são as mais íntimas, como a entrega sexual de uma mulher, que se oferece para que o homem a penetre, onde temos o ponto mais alto da partilha da intimidade, naturalmente, são afectadas porque o sistema emocional bloqueia. Neste caso em concreto não me parece que seja o preservativo. Parece‑me, sobretudo, falta de diálogo para descobrirem alguma coisa pequenina, que esteja a incomodar a relação. AGR Então o problema não está lá em baixo, está lá em cima? QA Como tantas vezes acontece! •

«A disfunção eréctil não está associada, especificamente, à utilização do preservativo»

Um tema que dá vontade AGR Em pleno século XXI, ainda há muita dificuldade em falar sobre sexo? QA Há, Ana, há. AGR Mesmo com o Facebook, as redes sociais...? QA Sim, porque para falarmos de assuntos, temos de ter algum conteúdo e só depois é que podemos explorar, dizer isto e aquilo. E nós não temos ainda educação sexual. Temos, com certeza, um apetite imenso para falar de sexo porque nós, portugueses, conseguimos muito bem brincar com sexo. Mas para falar de qualquer assunto precisamos de ter mais informação. Falta-nos informação para conseguirmos falar de sexo e por isso acabamos por nos atrapalhar. Repare que quando um grupo de amigos se junta em casa para jantar, se a conversa se encaminha mais para o tema sexo, a certa altura parece que fica uma necessidade de fugir para a brincadeira, não necessariamente porque as pessoas tenham medo de falar de sexo, mas porque faltam conteúdos para acompanhar. Falta-nos mais informação.

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Boa disposição


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Farmacêutico convida

Douro Conhecedor da região, José Barata apresenta um território de gente franca e generosa, que vive em comunhão com a terra e a natureza. Texto de Nuno Esteves Fotografias de Rui Manuel Ferreira «A gente entra, e já está no Reino Maravilhoso», escreveu Adolfo da Rocha. No Miradouro de S. Leonardo de Galafura, na Régua – um dos seus lugares preferidos – sentimos o que é a paz de espírito. Talvez tenha sido aqui que ficou impressionado com o caule firme da planta brava que acolheu como pseudónimo. Em 1977, foi nesta varanda de vista larga para o rio que Miguel Torga escreveu sobre o «Doiro sublimado», de «beleza absoluta», como agora se lê numa placa de pedra, gravada com um extracto do Diário XII.

José Barata, o farmacêutico que convida, só quis levar-nos ao miradouro no final da tarde, para ver o sol desaparecer do espelho de água do rio. «Setembro e Outubro é a melhor altura para visitar a região», garante o nosso cicerone. «A luz varia muito durante o dia, permitindo observações diferentes, mas sempre maravilhosas», descreve, como quem partilha um segredo. Mesmo que já conheça a região, vai surpreender-se com as escolhas do director técnico da Farmácia Douro, em Santa

Marta de Penaguião. Não poderia encontrar melhor guia. O rio até atordoa, pelo declive das margens e as curvas apertadas que se sucedem. Cravado nas montanhas, é o terceiro maior da Península Ibérica. Nas encostas a pique que marcam a paisagem encontramos as uvas mais preciosas nas vinhas em socalco, entre o xisto omnipresente. O petróleo desta terra é o Vinho do Porto, um dos melhores do mundo, produzido nas quintas da região. >

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Por mais barragens e auto-estradas, este continua a ser um meio rural, que entra em rebuliço na época das vindimas, e de rituais, como as romarias. Território de gente franca e generosa, que vive em comunhão com a terra e a natureza – assim é o Douro.

O petróleo desta terra é o Vinho do Porto, um dos melhores do mundo Os passeios de barco estão na moda, mas com José Barata embarcamos vestidos de alta-costura. O fato tem dez metros de comprimento e 14 de mastro. Falamos do veleiro da empresa Douro à Vela, que levanta âncora do Cais da Folgosa. Com lotação para 12, sobe e desce o rio indomável, mas em ambiente íntimo. O fato é à medida do sonho de cada um. Para estar a dois, pernoitando a bordo, ou com amigos. Aluga-se por uma hora ou por um fim-de-semana. De Miranda ao Araínho, como na canção de Rui Veloso e Carlos Tê, navegam as nossas emoções, serpenteando entre vinhas. Não pode haver relação mais intensa com o rio, nem melhor miradouro no Vale do Douro. A escolha gastronómica de José Barata bate certo com o Guia Michelin de 2014. O Castas & Pratos (ou CP) dá cinco fabulosos aproveitamentos a antigos armazéns da estação de comboios do Peso da Régua: restaurante, wine bar,

lounge, gourmet e wine shop. O chef aconselha o bacalhau em crosta de amêndoa de Vila Flor e presunto de Lamego, sobre brandade de bacalhau e camarão. Delicioso. Ainda mais gulosa é a carta de vinhos. Com mais de 700 escolhas, seria a lista telefónica do Deus Dionísio. Não espanta a colecção de prémios e elogios da imprensa especializada, da Revista de Vinhos à Wine Passion. Em Armamar, José Barata recomenda a Casa da Farmácia. Ideia de uma família de farmacêuticos, bem merece o nome que tem, como assinala o almofariz antigo de mármore à entrada, paredes meias

O Douro continua a ser um meio rural, que entra em rebuliço na época das vindimas, e de rituais, como as romarias com a farmácia que vende medicamentos. Neste turismo de habitação, cada uma das dez requintadas suites é dedicada a uma planta com propriedades medicinais e decorada em função disso. O hóspede fica a saber, por exemplo, que o alecrim é usado como estimulante, melhora a circulação sanguínea e combate o reumatismo. Genuína é a simpatia e hospitalidade que sentimos assim que franqueamos a Casa da Farmácia, que se apresenta como «O melhor remédio para o seu descanso». •

Bula Museu do Douro

Rua Marquês de Pombal, Peso da Régua www.museudodouro.pt geral@museudodouro.pt 254 310 190

Museu do Pão e do Vinho de Favaios Rua Direita, Favaios

museu.favaios@cm-alijo.pt 259 950 073

Museu do Côa

Rua do Museu, Vila Nova de Foz Côa

www.arte-coa.pt museu@arte-coa.pt 279 768 260/1

Douro à Vela Lamego

www.facebook.com/douroavela info@douro-a-vela.pt 918 793 792

Castas & Pratos

Av. José Vasques Osório, Peso da Régua www.castasepratos.com info@castasepratos.com 254 323 290

Casa da Farmácia

Rua Miguel Bombarda, n.º 8, Armamar www.casadafarmacia.com casadafarmacia@gmail.com 254 858 320

Quinta Maria Izabel

Lugar da Cruz, Armamar www.facebook.com/ QuintaMariaIzabel geral@quintamariaizabel.pt 254 105 633

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Espaço animal

Adeus às pulgas Para cada animal, deve ser estabelecido um plano de desparasitação. Carlos Godinho Veterinário, Globalvet Os parasitas aparecem nos animais e são um incómodo para eles e também para as pessoas. Além disso, podem provocar doenças mais ou menos graves, tanto a uns como a outros. As pulgas são os parasitas externos mais frequentes e causam grande aflição aos animais.

provocar anemia nos animais. As pulgas podem transmitir doenças aos animais, por exemplo algumas ténias. Podem também ser prejudiciais para os humanos, transmitindo outras doenças. Felizmente, as doenças provocadas por pulgas podem ser evitadas. Para cada animal, deve ser estabelecido

Sendo mais comuns durante os meses mais quentes – Março a Outubro – em ambientes onde as temperaturas lhes sejam favoráveis, as pulgas estão activas durante todo o ano. É o que acontece nas nossas casas, que se mantêm quentes mesmo no Inverno.

Sabia que agora pode combater pulgas e carraças com comprimidos? Que alguns têm efeito que dura até três meses? O farmacêutico pode esclarecer

Alguns animais são muito alérgicos às picadas e às fezes das pulgas, o que leva a que se cocem muito, se mordam insistentemente e arranhem violentamente, podendo provocar uma inflamação grave da pele e até fazer feridas. Em casos mais graves, chegam a

um plano de desparasitação. O médico veterinário poderá avaliar as condições de risco para cada situação e indicar os procedimentos adequados. Existem muitos medicamentos antiparasitários externos disponíveis no mercado. A maior parte não necessita de receita médico-veterinária para ser adquirida e todos eles estão

disponíveis na farmácia. Além dos medicamentos tradicionais, sabia que agora pode combater pulgas e carraças com comprimidos? Que alguns têm efeito que dura até três meses? O farmacêutico pode esclarecer sobre a sua utilização e quais as diferenças entre os medicamentos.

É importante não só tratar dos animais, como também a casa onde eles habitam, utilizando produtos próprios para eliminar pulgas e respectivos ovos e larvas do meio ambiente. Não se esqueça de se aconselhar na farmácia quando for adquirir os medicamentos. Utilize-os de forma adequada e diga adeus às pulgas! •


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Fotografia de David Oitavém

As pulgas podem transmitir doenças aos animais e também aos humanos


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Passatempos

FICHA TÉCNICA

www.puz.pt

Directora Sílvia Rodrigues Director Adjunto – Editorial Carlos Enes Director Adjunto – Marketing Hugo Maia Editora Executiva Ana Abrunhosa Responsável de Marketing Karine Ramos Redacção Carina Machado Filipe Mendonça José Luís Martins Nuno Esteves Publicidade Filipe Rebelo Gonçalo Pedro José Silva comercial@sauda.pt | 213 400 706

Sudoku

Sopa de Letras Descubra no quadro de letras abaixo todas as palavras que constam da lista e que podem estar escritas em todos os sentidos, incluindo na diagonal. CAIXEIRO CAVALITAS CIMOS DATES DIFUNDIDO DIVINA ESTUDO GARANTIR OPOENTE PERFIDO PRADARIA RAPADOURO REDATORES RUFAM TROTES

Projecto Editorial Departamento de Comunicação Departamento de Desenvolvimento do Negócio Associação Nacional das Farmácias Projecto Gráfico Brandia Central Capa Fotografia de Tiago Machado Periodicidade Mensal Tiragem 200.000 exemplares Propriedade Farminveste -Invest., Participações e Gestão, S.A. Trav. de Santa Catarina, n.º8, 1200-403 Lisboa ISSN 2183-640X Depósito Legal 399199/15 Impressão Typia-Grupo Monterreina Madrid, Espanha Distribuição Alloga Cabra Figa, Rio de Mouro

Edição gratuita para portadores do cartão Saúda. Oferta limitada à tiragem disponível.

Esta revista é escrita de acordo com a antiga ortografia.

Soluções na próxima edição.

Todos os direitos reservados.



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Saúde

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