O que não é falado, é somatizado

Se você se considera uma pessoa fechada, que costuma guardar tudo para si, que não costuma falar o que sente, que ao invés de falar prefere calar. Cuidado, pois o que não é falado, é somatizado!

Quando costumamos guardar o que sentimos frente a algum momento difícil que estamos vivendo, ou quando temos que lidar com alguma situação desconfortável e, até mesmo quando ouvimos algo que tenha nos entristecido, se não falamos a respeito do que está nos angustiando, por alguma via, essas emoções precisarão sair. Não é à toa que, sentimos aquela dor de cabeça “do nada”, um enjoo sem ter ingerido nada diferente na alimentação, além de vômitos, diarreia, entre outros. Mas, esses sintomas, podemos dizer, que são leves.

Diante de uma situação de estresse, por exemplo, conseguimos perceber claramente que somatizamos, pois logo que o mal-estar passa, nossas emoções naturalmente se reequilibram. Com isso, encaramos essa situação como algo natural, porém, quando os sintomas persistem e não conseguimos perceber o que pode ter nos afetado emocionalmente, por ser de ordem inconsciente, fica mais difícil identificar que estamos sob somatização.

Acontece que, quando os sintomas perduram por um tempo maior, muitas pessoas procuram atendimento médico em busca de resposta para seus sintomas por achar que se trata de alguma doença física. Algumas vezes, chegam a ir a vários profissionais por não confiarem no diagnóstico recebido.

Antes de afirmar que os sintomas são de origem emocional, é necessário o profissional descartar todas as possíveis causas físicas, qualquer evidência patológica e, só assim, encaminhar o paciente à ajuda psicológica.

O psicólogo com sua técnica e escuta qualificada levará o paciente a trazer à consciência alguma situação da qual não se recordava, visto que, direcionará o mesmo aos questionamentos propícios para que ele consiga identificar dentro de si suas emoções para que elas não venham se manifestar através de sintomas físicos.

Cabe dizer, que esses sintomas físicos acima citados, são gerados pelo processo psicológico, emocional não sendo detectada nenhuma doença física, como alguns exemplos mencionados no início do artigo. Mas, vale dizer que, o próprio psicológico também pode agravar uma doença física instalada, pois mente e corpo estão interligados e, quando esses processos de somatização costumam ser recorrentes dá-se o nome de transtorno de somatização.

Na psicoterapia, o paciente irá simbolizar e elaborar sua dor, levando-o a mudanças profundas que ocorrerão de dentro para fora tendo o mesmo um novo olhar sobre si e os que o cercam, contribuindo para melhor qualidade de vida.

Então, se você tem guardado emoções, tem somatizado e não está conseguindo resolver suas questões sozinho, busque ajuda, cuide da sua mente. Procure logo um psicólogo!

ADRIANA MONTEIRO TAVARES

CRP 05\40833 | Psicóloga/Psicanalista

CURRÍCULO

• Graduada em Psicologia, com formação de Psicóloga-UFF; • Pós-Graduada em Teoria Psicanalítica e Prática Clínico Institucional-UVA; • Avaliação e Tratamento de Transtornos Alimentares e Obesidade e Cirurgia Bariátrica-GOTA-IPUB/UFRJ; • A Psicossomática na Clínica Contemporânea-UFF; • Sonho e Inconsciente-Ambiente Privilegiado do Sonho Noturno-Ciclo Ceap; • Avaliação, Acompanhamento Infantil e Orientação aos Pais- CEPSI; • Avaliação Psicológica e Elaboração de Laudos e Pareceres-Re-Cursos.

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