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Câncer Colon e Reto, fatores de risco e prevenção
Câncer colorretal representa aproximadamente 10% de todos os diagnósticos anuais e mortes relacionados a câncer.
Na população em geral o risco de desenvolver câncer colorretal ao longo da vida é de 4 a 5%.
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A maioria dos cânceres colorretais é esporádica (95%), o que quer dizer que alterações genéticas ocorrem ao acaso e não há risco de passar para seus descendentes. O câncer colorretal hereditário é menos comum (5 a 7%) e ocorre em uma família que passa de uma geração para outra.
Frequentemente a causa de câncer colorretal não é conhecida, entretanto alguns fatores podem aumentar o risco da doença.
Estudos epidemiológicos, tem consistentemente mostrado que é mais frequente em homens que em mulheres e que o risco da doença aumenta com a idade, sendo a maioria dos casos em pessoas acima de 50 anos. É importante saber que em 2020 em torno de 12% dos diagnósticos nos Estados unidos ocorreram em pessoas abaixo dos 50 anos, também é importante notar que a incidência tem reduzido de 1,5 a 5% ao ano na população acima de 50 anos e aumentado aproximadamente 2% ao ano na população abaixo dos 50 anos.
História família positiva é um fator importante e a associação com síndromes hereditárias é encontrada em 5 a 7% dos casos. Para conhecimento:
Adenomatose polipose familiar FAP, Síndrome de Gardner, Síndrome de polipose juvenil, Síndrome de Lynch, Síndrome de Muir-Torre, Síndrome de Peutz Jeghers e Síndrome de Turcot são exemplos dessas sindromes.
História prévia de retirada de pólipo (lesão benigna) em exame de colonoscopia, especialmente pólipos adenomatosos conferem risco aumentado para desenvolvimento de novos pólipos e câncer colorretal.
Doença inflamatória intestinal como Colite Ulcerativa e Doença de Crohn podem desenvolver inflamação crônica do intestino e aumentar o risco de câncer colorretal.
Fatores dietéticos e comportamentais, tem papel fundamental na probabilidade de desenvolvimento da doença.
Obesidade, sobrepeso, fumo, ingestão de álcool (300 ml de vinho ao dia para homens e 150 ml ao dia para mulheres) são fatores que aumentam o risco.
Uma dieta com elevada quantidade de gordura saturada (acima de 10% de calorias diárias) e pouca fibra favorecem inflamação da mucosa intestinal.
Dieta com carnes processadas / embutidos (salsicha, bacon, hambúrguer, salame...), e excesso de carne vermelha possuem grandes quantidades de ferro, heme, nutriente essencial ao corpo, mas que em excesso, pode ter efeito tóxico sobre as células (recomendável até 500 gr por semana), contribuindo assim para
DR. AIUKA JOSÉ ALMEIDA
aumentar o risco da doença.
Dietas com alto teor de gordura promovem a síntese hepática de ácidos biliares e aumentam sua concentração no cólon estimulando o crescimento e a atividade de 7α-desidroxilase das bactérias, que converte ácidos biliares primários em ácidos biliares secundários. Estes ácidos tem atividade tumorigênica, especialmente o ácido desoxicólico (DCA).
Cada vez mais estudos relacionam a dieta ao desenvolvimento do câncer colorretal e muitos mecanismos ainda estão sendo identificados. Estudos sugerem que bactérias como Fusobacterium nucleatum e Bacterdioides fragilis podem aumentar o risco de câncer colorretal.
O que você pode fazer para reduzir o risco de câncer colorretal: 1.Realizar colonoscopia preventivamente, que pode identificar a doença em uma fase pré-maligna e tratar na forma inicial, antes que apresente sinais ou sintomas. Procure seu médico para aconselhamento; 2.Comer bastante vegetais, frutas e grãos integrais, evitar comidas gordurosas, excesso de carne vermelha e embutidos. Prefira carnes brancas como peixes e aves; 3.Fazer exercícios físicos regularmente. 4.Não fumar; 5.Evitar consumo excessivo de álcool (300 ml de vinho ao dia para homens e 150 ml ao dia para mulheres – ou o equivalente em outras bebidas alcoólicas); 6.Tratar obesidade e sobrepeso.
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