1992 - 2015
Ano 15 | Número 130 | 2017
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ESPECIAL AUTO
NOVO HORIZONTE Diversificação do mix da carteira, distribuição regional de produtos e a implantação do Seguro Auto Popular sinalizam caminhos alternativos de proteção. Interação entre corretoras e seguradoras de forma digital é defendida. Uma revolução tecnológica está a caminho
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UMA EMPRESA DO GRUPO
Carta ao leitor Confiança no setor de seguros sobe
O setor de seguros voltou a acreditar na recuperação da economia brasileira. Pesquisa da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) aponta que as seguradoras, as corretoras e as resseguradoras têm expectativas positivas para o semestre. Depois de quatro meses consecutivos em queda, o Índice de Confiança do Setor de Seguros (ICSS) – um dos principais termômetros do mercado – voltou a subir e marcou 105,5 pontos em janeiro de 2017. Para o presidente da Fenacor, Armando Vergílio, esse resultado é fruto da percepção do mercado de que a economia começa a dar sinais de recuperação e que o setor de seguros tem, mais uma vez, a chance de superar
SEGURAD R BRASIL
expectativas e também colaborar com a retomada do crescimento, especialmente lançando produtos voltados para as classes B e C. É o caso, por exemplo, do Seguro Auto Popular (assunto de Capa desta edição de Segurador Brasil), que possibilita aos proprietários de carros usados protegerem o seu veículo, pagando valores mais compatíveis com a sua renda. Além do ICSS, também são calculados mensalmente o ICES (Índice de Confiança das Seguradoras), ICER (Índice de Confiança e Expectativas das Resseguradoras) e ICGC (Índice de Confiança das Grandes Corretoras) que recebem pontuação de 0 a 200. Todos esses dados também registraram alta em comparação a última medição, realizada em dezembro de 2016. A pesquisa da Fenacor também apura a expectativa das empresas em relação ao faturamento para os próximos seis meses. O estudo mostrou que 89% das corretoras, 89% das seguradoras e 71% das resseguradoras apostam na manutenção ou melhora dos índices atuais. Na análise da rentabilidade, 78% das corretoras; 66% das seguradoras e 71% das resseguradoras esperam que os resultados cresçam ou fiquem estáveis. O Editor
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Editor-Executivo: João Carlos Labruna labruna@revistaseguradorbrasil.com.br brasilempresarial@uol.com.br Comercial: Mauricio Dias (mauricio@revistaseguradorbrasil.com.br), Paula Merigo (paula@revistaseguradorbrasil.com.br) Dagoberto Orelhana (dagoberto@revistaseguradorbrasil.com.br) Redação: Carlos Alberto Pacheco (pacheco@revistaseguradorbrasil.com.br) Diagramação: Propósitto Soluções Visuais (rodrigo@propositto.com.br)
Ano 15 | Número 130 | 2017
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Sumário Especial Seguro Auto Na matéria de capa desta edição, Segurador Brasil traz um mix de informações, colhidas pelo repórter especial Carlos Alberto Pacheco. A diversificação da carteira de auto, distribuição regional de produtos e a implantação do Seguro Auto Popular sinalizam caminhos alternativos de proteção. A interação entre corretoras e seguradoras de forma digital é defendida. E ainda, uma revolução tecnológica está a caminho. Páginas 6 a 9 Artigos da edição “DPVAT – Uma medida sem sentido”, por Antonio Penteado Mendonça; “Um novo Seguro de Vida”, escrito por Dilmo Bantim Moreira; “O preço do seguro Auto no Brasil e nos EUA”, autoria Carlos Barros de Moura; “Legislação: Seguro Auto Popular e o dever de informação”, elaborado pela advogada Cilene Silva Siqueira (foto), “O amor na construção da confiança”, da palestrante e escritora Leila Navarro. Estes são os articulistas desta edição. Acompanhe, respectivamente, nas Páginas 11, 18 e 19, 15, 10 e 30
Ramos de Pessoas e os corretores “Se antes não estava clara a importância de o corretor de seguros apostar nos ramos de pessoas, conhecer melhor e oferecer os produtos de vida e previdência para seus clientes, chegou a hora”, defende o presidente do SincorSP, Alexandre Camillo (foto). Além da longevidade, o aumento da confiança em diversos setores, em conjunto com a previsão da reforma da previdência, sinalizam um momento de avanço que levará implicações diretas nos setores de seguros de vida e previdência privada. Pág. 16 Problemas brasileiros Encontro de Líderes debate reformas estruturais como caminho para tirar o Brasil da crise. Evento da CNseg (foto) em Florianópolis teve palestras sobre Economia, Política e Sociedade, que discutiram os principais problemas brasileiros. Para o presidente da CNseg, Marcio Serôa de Araujo Coriolano , “independentemente de coloração partidária, o futuro do Brasil, com ética na política, depende da aprovação das reformas”. Páginas 22 e 23
Detecção de Risco Fraudes crescem no mundo, mas recuam no Brasil em 2016. Executivos do país entrevistados para o Relatório Global de Fraude e Risco 2016/2017 da Kroll reportaram menor incidência de irregularidades e incidentes cibernéticos do que a média global. Para consultoria, fato sugere sério problema de detecção de riscos. Roubo de ativos e funcionários representam as principais vulnerabilidades locais, mas medidas de combate prioritárias não mitigam diretamente essas ameaças. Pág. 24 4
capa
Novo horizonte para o seguro auto por Carlos Alberto Pacheco Especial para Segurador Brasil Um setor que já viveu um cenário de “céu de brigadeiro” precisa se reinventar. Até pouco tempo atrás era comum o seguro de automóvel figurar como negócio prioritário e insubstituível na carteira dos corretores de seguros brasileiros. Hoje, não se pode dizer a mesma coisa: este seguro continua obviamente na liderança das vendas, mas a necessidade de ampliação do portfólio veio acompanhada de um novo perfil de consumidores, ávidos por diversificar seu leque de proteção. De um modo geral, a expectativa é de que o mercado sinalize recuperação das vendas a partir do segundo semestre deste ano em função de dois fatores básicos: a melhora da economia e a queda mais acentuada das taxas de juros. A recuperação anunciada em 2016 é considerada tímida, longe do auge do setor, em 2012: naquele ano, as vendas de veículos leves no Brasil somaram 3,6 milhões de unidades. Segundo fontes oficiais, o índice de comercialização de automóveis e de comerciais leves recuou quase 10% em dezembro último, provocando uma queda anual de 20% em 2016. Especialistas não têm dúvidas em dizer que este será o quarto ano seguido de retrocesso nas vendas de carros. Em 2016, as vendas totais somaram 1,989 milhão de unidades, baixa de 19,8% sobre o ano imediatamente anterior. Em dezembro, as concessionárias comercializaram 119,2 mil unidades. Na margem, o resultado mensal subiu 14,7% sobre novembro, o que fez de6
zembro fechar com o melhor resultado após os 22% obtidos na transição de fevereiro para março. Tal cenário já foi enfatizado à opinião pública pelo vice-presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Luiz Pomarole. “No ano passado, o seguro de automóvel enfrentou sérios problemas com a queda das vendas de veículos, ponto de partida dos seguros novos”, ressaltou. Contudo, segundo ele, 2017 aponta desafios importantes como a estratégia de distribuição regional a partir da criação de novos produtos, sobretudo descentralizar a oferta fora do eixo Rio-São Paulo. A criação de novos pro“É preciso entender que as novas dutos, na ótica de Pomarole, gerações querem interação com deve ser trabalhada em regicorretoras e seguradoras de forma ões com menos problemas digital, sobretudo pela internet, de furto e roubo e carente de que acelera o processo outras necessidades, como de comunicação” a de reparação e de serviços diferenciados. O fato é que Luiz Pomarole apenas um terço da frota FenSeg nacional possui seguro. É um número que persiste há alguns anos. Uma boa alternativa é o principais dirigentes do setor acrediseguro popular, propiciando a tão so- tam piamente na recuperação deste nhada proteção a consumidores de tão importante mercado em 2017. Na menor poder aquisitivo e abrindo um análise do presidente do Sindicato dos mercado de reposição de peças e de Corretores de Seguros no Estado de oficinas referenciadas e adequadas ao São Paulo (Sincor-SP), Alexandre Caatendimento deste usuário (veja maté- millo, o decréscimo de apenas 1,6% no volume de prêmios do seguro auto no ria nesta edição). De qualquer maneira, alguns dos último ano é um “feito da categoria”.
Fotos: Banco de Dados SB
Diversificação do mix da carteira, distribuição regional de produtos e a implantação do Seguro Auto Popular sinalizam caminhos alternativos de proteção
Mas, na avaliação do presidente Márcio Coriolano, a preocupação é passageira: “Com a provável recuperação de renda e baixa da inflação, devemos ter maior produção e venda de automóveis, fora o Seguro Auto Popular, regulamentado no ano passado. Esses dois fatores devem ajudar o mercado de seguros de automóveis a voltar a crescer”.
Mudar e modernizar
Coriolano: provável recuperação de renda e baixa da inflação podem propiciar maior produção e venda de automóveis
Até porque, em sua opinião, no mesmo período, a venda de veículos caiu 40%. No entanto, ele reconheceu, em recente almoço no Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP), que, no momento, algumas opções para a diversificação da carteira estão prejudicadas pela crise.
Cálculos da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) apontam também redução no volume de prêmios no ano passado, da ordem de 2,4% em relação a 2015, somando R$ 31,7 bilhões. Com isso, a participação do seguro no setor caiu de 14,6%, no ano retrasado, para 13,3% em 2016.
O diretor de marketing do Sincor de Amazonas e Roraima (Sincor AM-RR), Victor Sergio Pereira do Nascimento, acredita que, no âmbito macroeconômico, a recuperação da economia em 2017 não determinará um aumento na contratação do seguro de automóvel. Há duas razões que explicam a posição de Nascimento: a economia cíclica – “tanto o declínio e o apogeu econômico têm um tempo, são como as marés” – e a “comoditização” da carteira incorporada anualmente no rol de despesas do consumidor.
Proteção para 20 milhões de veículos Diante da recuperação da economia brasileira e a previsão na queda do volume de prêmios no seguro tradicional, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) anunciou em abril de 2016 as regras e os critérios para a operação do Seguro Auto Popular no país, por meio da Resolução nº 336 do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). A implementação da norma, segundo estimativas da CNseg, representa a possibilidade de suprir um mercado potencial de cerca de 20 milhões de veículos (carros, motocicletas, ônibus e caminhões), com idades entre cinco e 20 anos de uso, sem qualquer tipo de cobertura. A principal virtude desta modalidade de seguro popular reside na utilização de peças usadas, provenientes de empresas de desmontagem para reparo dos veículos, o que torna o preço mais atrativo. Isso só foi possível graças à Lei 12.977, de maio de 2014, que regulamentou os desmontes de veículos em todo o território nacional. “Por este seguro ser mais abrangente, esperamos uma diminuição no valor das apólices e, com isso, mais veículos e consumidores estariam contemplados pela cobertura”,
Milagres: Utilização de peças de desmontagem e das novas não originais pelas seguradoras deve ser comunicada aos segurados
explica o responsável pelas operações no Brasil do Grupo Dekra, Mario Cassio Mauricio. Estima-se que o preço do novo produto deva ser 30% menor em comparação ao seguro tradicional e a economia se deve ao uso das peças usadas. Para entender a necessidade dessa redução de preço, sobretudo para carros com mais 7
Goldman: Numa configuração inicial, o seguro pode ficar até 50% mais barato do que os seguros tradicionais
de cinco anos, observa-se o seguinte: enquanto um seguro para um carro novo custa em torno de 5% a 6% do valor do automóvel, este índice sobe para 15% no caso dos veículos com cinco anos de uso. O presidente da FenSeg, João Francisco Borges da Costa, ressalta que o mercado e a federação veem no Seguro Auto Popular “a alternativa que permitirá o acesso da parte da população que não possui condições financeiras para contratar um seguro normal de automóveis”, e admite: “O desafio é significativo”. Na sua visão, são necessários ajustes que devem ser realizados na Resolução 336 e que estão sendo analisadas pela Susep. João Francisco enfatiza a necessidade de ampliação da base de peças a serem utilizadas pelo mercado, incluindo, além das usadas, as peças novas que atendam às especificações dos fabricantes de veículos, uma vez que ainda não existe volume de peças 8
usadas disponíveis para atender às futuras demandas.
O produto e as seguradoras Um ano após o anúncio das regras para operação do seguro, apenas duas empresas operam o produto. Uma delas é a Azul Seguros, que lançou, em dezembro passado, o Azul Seguro Auto Popular – modalidade que propicia redução de um terço, em média, do valor do seguro tradicional. É destinado aos automóveis com importância segurada de até R$ 60 mil, com data de fabricação a partir de 2012 ou mais. O produto, que pode ser parcelado em até dez vezes iguais, oferece cobertura básica para colisão, roubo, furto, indenização de 80% a 90% da tabela Fipe, assistência 24 horas e guincho em até 100 quilômetros. A Azul também oferece coberturas de Responsabilidade Civil Facultativa (RCF), com indenização
de R$ 25 mil; e opcional de Danos Morais e Estéticos Facultativo, com indenização de R$ 5 mil ou R$ 10 mil. A utilização de peças de desmontagem e das novas não originais pelas seguradoras deve ser comunicada aos segurados. “A comunicação será clara, com informações suficientes sobre a procedência e a adequação da peça no reparo do automóvel”, orienta o diretor da Azul Seguros, Felipe Milagres. A Tokio Marine também já começou a trabalhar com este nicho. A companhia lançou, em dezembro, sua linha de seguros populares: Tokio Marine Auto Popular, Utilitário Carga Popular e Caminhão Popular, que chegam para ampliar o portfólio. Além de veículos de passeio, também estão disponíveis veículos utilitários de carga e caminhões nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro e futuramente para as demais regiões. “O foco do Auto Popular Tokio Marine é a cobertura de colisão e incêndio para danos totais ou parciais e assistência 24h completa. Nesta configuração inicial o seguro pode ficar até 50% mais barato do que os seguros tradicionais. Como opcionais, a seguradora disponibiliza ainda a cobertura compreensiva (roubo e furto, colisão e incêndio), danos a terceiros (RCF-V materiais e corporais), acidentes pessoais de passageiros (APP), além das diversas opções de carro reserva e serviços de vidros, que incluem até reparo de parachoque e arranhões na pintura, entre outros benefícios”, explica o diretorexecutivo de Produtos Massificados Marcelo Goldman.Além de todos os diferenciais, os clientes poderão contratar o percentual da tabela Fipe entre 80% e 90%, com a facilidade no pagamento em até seis vezes sem juros ou 12 vezes fixas.
Para o presidente da União dos Corretores de Seguros (UCS), Marcelo Guirao, está na hora de mudar, descomplicar e modernizar este tipo de proteção. “Hoje, a maneira de se contratar o seguro de automóvel está atrelada a formas arcaicas de preenchimento de complicados formulários, cláusulas complexas e, muitas vezes, contraditórias, e a utilização de sistemas lentos e custosos. Além disto, a tarifação leva em conta mais a análise financeira do que o hábito de condução da pessoa”, salienta Guirao. Nascimento, por outro lado, faz o seguinte questionamento: “Quando exatamente
corretores e seguradoras irão otimizar os demais ramos (pessoais e patrimoniais) com maior valor agregado, distanciando estes das commodities?” Já o presidente da UCS raciocina em outra direção: mesmo no seguro tradicional é preciso pensar em mudanças radicais. “Com o avanço da tecnologia, as seguradoras precisam solicitar menos informações, trabalhar com no máximo cinco ou seis questões essenciais como, por exemplo, CPF, chassi, placa, CEP de pernoite/utilização diária, e as coberturas desejadas. Neste caso, a telemetria também seria um bom avaliador de hábitos para tarifação”.
Há certa unanimidade quanto aos benefícios da tecnologia incorporada ao seguro. O vice-presidente da FenSeg, Luiz Pomarole, menciona a digitalização. “É preciso entender que as novas gerações querem interação com corretoras e seguradoras de forma digital, sobretudo pela internet, que acelera o processo de comunicação”, lembra Pomarole, acrescentando a importância da fluidez no fluxo das informações. Guirao reitera que o investimento em tecnologia facilita a tarifação, incluindo o corretor em sistemas de prospecção digital e simplificando processos transferidos para dentro das corretoras.
A tecnologia está revolucionando o mercado de seguradoras e promete personalizar ainda mais os seguros de carros. Hoje, as empresas consideram idade, sexo, tempo de habilitação, infrações de trânsito e histórico de acidentes do motorista na hora de precificar o produto, mas, em um futuro próximo, o panorama mudará radicalmente. Segundo a consultoria Gartner, até 2020, 250 milhões de automóveis estarão conectados à chamada Internet das Coisas ou, em inglês, Internet of Things (IoT), o que fornecerá às companhias um rico universo de dados para analisar riscos e perfis de contratação, precificar de maneira mais específica e oferecer coberturas altamente personalizadas. E, com isso, baratear o seguro de acordo com cada perfil. A instalação de rastreadores, por exemplo, exigida por algumas seguradoras, tende a se tornar desnecessária, uma vez que veículos com tecnologia de geolocalização já permitem o seu rastreamento. Além da eliminação desse custo, será possível rastrear toda a frota segurada, e não apenas automóveis com perfil de maior risco. A tecnologia em-
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Uma revolução está a caminho
pregada em larga escala não só facilitará a localização de veículos roubados, mas também o combate às fraudes. Para o presidente da Aconseg-RJ, Luiz Philipe Baeta Neves, é importante pensar sobre o que o mercado de seguros está fazendo para se antecipar à nova realidade. “Há o desafio de adequar e desenvolver produtos utilizando essas informações. Algumas seguradoras já estão atentas às novas tecnologias e utilizam dados, por exemplo, como as rotas por onde o motorista dirige. É uma vantagem para o cliente, já que o valor da apólice se torna mais preciso e não determinado apenas pela faixa etária ou sexo
do motorista”, explica. Ainda não se conhece a fundo o potencial da Internet das Coisas, mas ela promete ser um divisor de águas no modo de vida das pessoas, segundo uma corrente de opinião. A expectativa é de que, com a consolidação dessas tecnologias, o caminho estará aberto para a ampla adoção dos carros autônomos, embarcados com os chamados dispositivosVehicle-to-Vehicle (V2V), capazes de se comunicar entre si e com estradas inteligentes. O advento deverá provocar uma revolução na subscrição de riscos dos veículos, já que não haverá motorista e novos parâmetros precisarão ser estabelecidos. 9
Artigo | Cilene silva siqueira (*)
Legislação: Seguro Auto Popular e o dever de informação O dever de informar corretamente o consumidor será essencial na hora da contratação Recentemente foram estabelecidas as regras do Seguro Popular de Automóvel pela Resolução CNSP nº 336 e 340 de 2016, determinando uma série de critérios delineadores de suas coberturas. Essa modalidade de seguro prevê um desconto de até 30% no valor do prêmio em comparação com o seguro tradicional, permitindo em contrapartida que a seguradora utilize, na reparação dos veículos sinistrados, peças usadas provenientes de desmontagem de veículos ou peças não originais com garantia dos fabricantes (genéricas). Dentre as principais coberturas do seguro popular estão: - cobertura para danos causados por colisão, sendo vedada cobertura exclusiva para indenização integral por colisão; - oficinas de livre escolha ou pertencentes à rede referenciada específica do produto, discriminando, nesta hipótese, as vantagens auferidas pelo segurado; - opção para coberturas agregadas de Assistência e Outras Coberturas, Acidentes Pessoais de Passageiros e Responsabilidade Civil Facultativa Veículos; - poderão ser oferecidas coberturas de “valor de mercado referenciado” e/ou “valor determinado”; Contudo, as peças usadas ou recondicionadas não poderão ser utilizadas em sistemas que envolvam a segurança dos usuários, como freios, suspensão etc. Poderão as companhias de seguros incluir outras coberturas e assistências opcionais, além de determinar limitações para contratação, como idade e valor do veículo.
Contornos do negócio Para esta nova modalidade de seguro, em especial, as seguradoras devem estar atentas às formas de comercialização, cuidando para que o consumidor compreenda de maneira adequada os contornos do negócio. O contrato de seguro deve ser redigido de forma clara, cumprindo com o dever de informar em obediência à máxima boa-fé, com transparência e veracidade. 10
Daí entende-se a necessidade de que na hora da contratação do seguro o consumidor seja informado claramente sobre as condições de cobertura ou, do contrário, poderia afetar a legitimidade do consentimento. O segurado deve ter total conhecimento de todas as características do seguro popular de automóvel, especialmente de suas garantias e riscos excluídos de maneira correta, clara, precisa, legível e indelével, conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor. Nessa linha, o artigo 7º, alínea “b” da Resolução CNSP nº 336, determina que a apólice ou bilhete deve conter “informação ao segurado, em destaque, sobre a utilização de peças usadas, conforme a Lei n.º 12.977, de 20 de maio de 2014”. A utilização de peças usadas na reparação do veículo somente poderá ser concretizada se o consumidor estiver anuído com o estabelecido. Sendo assim, previamente à assinatura da proposta, deve ser disponibilizado ao segurado as condições gerais e especiais da apólice na íntegra, com clausulado redigido de maneira clara. Ademais, deve constar declaração assinada que o proponente tomou ciência das condições contratuais, conforme estabelecido no §1º do artigo 7º da Resolução. Vale lembrar que o Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 21 dispõe que “na reparação de qualquer produto o fornecedor deverá empregar componentes de reposição originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo autorização em contrário do consumidor”. Portanto, a fim de evitar transtornos e até mesmo a judicialização do produto, é importante que no momento da contratação sejam observados os princípios norteadores do direito do consumidor, especialmente o dever/direito da informação na relação fornecedor/consumidor. (*) Advogada no escritório Nascimento, Oliveira e Siqueira Advogados, Membro da Associação Internacional de Direito do Seguro, Especialista em Direito Civil e Processo Civil
Ponto de Vista | antonio penteado mendonça
DPVAT - Uma medida sem sentido Não existe almoço de graça. Se o DPVAT, o seguro obrigatório de veículos automotores terrestres teve uma redução no preço da ordem de 39%, quer dizer que alguém vai pagar a conta. E, dependendo da análise, a redução no preço, de verdade, vai custar mais caro. Afinal, o SUS perde um bilhão e meio de reais. Se havia margem de lucro acima do razoável, será que não seria mais interessante aumentar os valores das indenizações em vez de reduzir o preço do seguro? A grande queixa sobre o DPVAT não é sobre seu funcionamento, é sobre os valores pagos a título de indenização, atualmente na casa dos treze mil e quinhentos reais para morte e invalidez total permanente e dois mil e setecentos reais para despesas médico-hospitalares. Estes valores estão defasados porque não sofrem reajuste faz alguns anos. Eles poderiam ser corrigidos pela variação da inflação. Mas o Governo, em vez de corrigir os valores das indenizações, optou pela redução do preço do seguro. A decisão é no mínimo sem sentido. Com ela perdem todos: o SUS, porque perde receita; as vítimas dos acidentes, que continuam recebendo pouco; a Seguradora Líder, que corre o risco de ficar sem reservas técnicas para pagar sinistros; e a sociedade, pela redução dos programas de treinamento de mão de obra. De outro lado, a redução é insignificante para o bolso dos proprietários de veículos que já tinham assimilado a despesa. Por conta da redução perde, em primeiro lugar, o sistema de saúde público, que recebe 45% do faturamento do DPVAT e que, com a redução no preço do seguro, receberá algo próximo de um bilhão e meio de reais a menos. Será que o SUS está em condições de abrir mão de um bilhão e meio de reais? Pelo estado lamentável da saúde pública a resposta é não. De acordo com informações oficiais, esta perda será compensada pelo repasse deste valor pelo Governo Federal. Mesmo que o Governo faça isto, a redução beira a irresponsabilidade. O país tem um rombo de mais de cento e cinquenta bilhões de reais nas contas públicas. Por que aumentá-lo em mais um bilhão e meio de reais, num momento em que perto de 20 milhões de brasileiros estão desempregados?
A equipe econômica é tida como altamente competente, o que torna a decisão ainda mais estranha, a não ser que haja um motivo secreto que ninguém consegue atinar qual seja. A medida não era esperada, não havia pressão para a redução do preço. Todos os movimentos eram no sentido do aumento dos valores das indenizações. Então, o que aconteceu? O Governo deve esta resposta. Mas a redução do preço do seguro tem outros impactos importantes, inclusive sobre as campanhas de prevenção de acidentes e educação no trânsito, para as quais são destinados 5% do seu faturamento. É estranho o país que, anualmente, mata cinquenta mil pessoas e deixa permanentemente inválidas outras seiscentas mil, em função de acidentes de trânsito, cortar 39% da verba destinada às campanhas para a redução destes números. Será que pouco mais de trinta reais por ano fará diferença no bolso do proprietário de um carro? De outro lado, será que tem base atuarial para a redução no preço do seguro para motocicletas, ou aí é só demagogia? Os acidentes com motos continuam crescendo, principalmente no nordeste, e já são os responsáveis pela maioria das indenizações. O seguro é a mais eficiente forma de proteção social. Ao longo da história, ele tem prestado serviços inestimáveis para o equilíbrio das sociedades. Mas seguro não é instituição de caridade, nem tem o preço baseado em achismos, politicagem ou demagogia. O que dá sustentação a ele é a feliz soma de um contrato com cláusulas impositivas e tábuas atuariais que definem com precisão o preço da apólice. Quando estas premissas são deixadas de lado, em pouco tempo o seguro começa a fazer água. As despesas passam a ser maiores do que o faturamento e o produto simplesmente não se sustenta. Basta ver o que aconteceu com os planos de saúde privados individuais para se ter certeza que não dá certo. A pergunta que fica é aonde o Governo pretende chegar. Publicado no jornal “O Estado de S.Paulo” Antonio Penteado Mendonça é sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia, secretário-geral da Academia Paulista de Letras, comentarista da Rádio Estadão e da Band News TV 11
segurança
Por que a blindagem de veículos cresce no Brasil? Crise socioeconômica, aumento da violência urbana e sentimento de insegurança são apontados como fatores críticos pelo especialista em blindagem veicular, Glauco Splendore (foto) Apesar de o setor de carros leves amargar consequentes retrações na venda de veículos, ocasionando crise na produção e demissões em massa, o segmento de blindagem de veículos permanece em plena ascensão. Segundo dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), em 1995, a frota de blindados no país somava 388 veículos. Mais de vinte anos depois, esse montante ultrapassa, com folga, os 160 mil. Um crescimento bastante significativo, responsável por alçar o Brasil à liderança mundial neste tipo de processo, ultrapassando países tradicionais como Estados Unidos e México. Paralelamente a estes dados, crescem de forma acelerada, em território nacional, os índices de violência urbana, com aumento nos números de homicídios e roubos de veículos. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, há mais assassinatos no Brasil do que em países que estão em guerra. Na Síria, por exemplo, em quatro anos, morreram 256 mil pessoas. No Brasil, no mesmo período, quase 279 mil. E os casos que mais crescem são aqueles ligados ao latrocínio – roubos seguidos de morte (crescimento de 7,8% em 2015). Para o especialista em segurança e blindagem de veículos automotivos, Glauco Splendore, a busca por proteção particular é, cada vez mais, uma preocupação das famílias brasileiras, que têm deixado de investir em outras frentes para garantir este tipo de segurança. “Temos notado que o 12
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crescimento da violência e a sensação de insegurança vêm acompanhando o desejo de se criar alternativas de proteção. As pessoas, muitas vezes, deixam de fazer viagens ou investir na compra de um veículo zero quilômetro para realizar a blindagem”. Splendore chama a atenção, ainda, para um outro fator que vem marcando esta crescente busca – o maior envolvimento da classe média. “Se antes quem blindava o veículo era o grande empresário, o artista e o político, hoje, pelo que tenho notado, a classe média vem sendo um dos maiores consumidores deste serviço”. Com mais de mil blindagens realizadas e uma vasta experiência em todo o processo, o especialista destaca, no entanto, que não só por tratar-se de um investimento significativo – custa, em média R$ 57 mil – é preciso garantir a efetiva segurança ao optar pela blindadora parceira. “Estamos lidando com vidas. E vida só tem uma. Não
Se antes quem blindava o veículo era o grande empresário, o artista e o político, hoje, a classe média vem sendo um dos maiores consumidores deste serviço
existe margem para erros ou jeitinho”, ressalta. Obter referências documentais da blindadora, conferir minunciosamente o material utilizado e acabamento interno, conhecer o sistema de testagem e obter garantias de que todos os itens, como vidro, portas, ar-condicionado e comandos do veículo estão funcionando perfeitamente ao sair da fábrica são algumas das orientações do especialista. Além de todos estes cuidados, o profissional destaca que é, literalmente, vital para garantir a tranquilidade do cliente, conhecer as certificações da empresa e saber se ela segue todas as normas, exigidas pelo Exército Brasileiro para obtenção da licença de blindagem. “Se houve uma falha na blindagem, por mínima que seja já não há garantia da proteção”, ressalta Splendore, que inaugura, em São Paulo, a empresa Splendore Blindagem. “É um segmento que deverá ter um crescimento entre 15% a 20% neste ano”, enaltece.
serviços
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Bradesco Auto Center faz mais de 600 mil atendimentos
O Grupo Bradesco Seguros comemorou em fevereiro os 10 anos do Bradesco Auto Center (BAC), a sua rede de centros automotivos que hoje conta com 30 unidades, em 16 Estados. Os números dão uma dimensão da importância do BAC perante os clientes e os corretores. Desde fevereiro de 2007, quando a empresa começou a operar o primeiro BAC, em Porto Alegre/RS, foram contabilizados mais de 600 mil atendimentos aos segurados do Bradesco Seguro Auto e a terceiros. Somente em 2016, foram registrados cerca de 75 mil atendimentos. Para José Sergio Bordin, diretor-geral de Auto/RE do Grupo Bradesco Seguros, a principal facilidade proporcionada pelo BAC é a integração de serviços. “Ao longo desta década, o diferencial dos nossos centros automotivos tem sido o atendimento rápido, completo e integrado proporcionado pela qualidade dos serviços em um mesmo lugar”, explica o executivo. Nos Centros Automotivos, os clientes contam ainda com diferenciais importantes, como: parcelamento e desconto em franquia para reparo na oficina referencia-
da BAC; serviço de leva e traz para segurado que deixa o veículo no BAC (retirada e devolução do carro reserva, bem como do veículo encaminhado para reparo na oficina referenciada); extensão de cinco dias no carro reserva (para contratações de 7 ou 10 dias) para segurados que utilizam as oficinas referenciadas; mediação entre terceiros envolvidos em acidentes e os segurados Bradesco Seguro Auto, em casos de prejuízo apurado de até R$ 5.000,00 (agilidade na solução do caso); acompanhamento detalhado de sinistro e aluguel de veículo com tabela diferenciada (disponível para clientes segurados e não segurados). As unidades do Bradesco Auto Center sediam ainda encontros da área comercial com os principais corretores das regiões, além de prestadores de serviço. O crescente número de atendimentos nas unidades do Bradesco Auto Center em todo o País reflete o grau de satisfação dos usuários. Pesquisa realizada pelo Grupo Segurador com mais de 1.000 clientes e terceiros apontou índice de satisfação geral de 85% dos entrevistados. Postu-
ra, segurança e interesse do profissional; clareza nas informações repassadas; conforto; praticidade e facilidade de comunicação foram os atributos mais valorizados pelos entrevistados. O resultado do estudo mostrou também uma padronização de atendimento entre todas as unidades. A pesquisa apurou ainda que o corretor é a principal fonte de indicação dos centros automotivos, o que reforça a política do Grupo Bradesco Seguros de ter a distribuição de seus produtos alicerçada nos corretores de seguros. O Grupo Bradesco Seguros conta com unidades do BAC em Belo Horizonte/MG, Brasília/DF, Campinas/ SP, Caxias do Sul/RS, Curitiba/PR, Cuiabá/MT, Florianópolis/SC, Fortaleza/CE, Goiânia/GO, João Pessoa/PB, Joinville/SC, Maceió/AL, Natal/RN, Osasco/SP, Porto Alegre/RS, Recife/ PE, Ribeirão Preto/SP, Rio de Janeiro/ RJ (Botafogo e Barra da Tijuca), Salvador/BA, Santo André/SP, Santos/SP, Vitória/ES e São Paulo/SP (Indianápolis, Ipiranga, Lapa, Santana, Santo Amaro, São Miguel e Tatuapé). 13
alternativa
Rastreador com seguro para motos As vendas de motos devem aumentar 4,4% em 2017, segundo a Fenabrave. A tendência de troca de carros por motos nas grandes cidades é ainda maior, devido à facilidade de locomoção e menor investimento. Mas o grande problema enfrentado pelos usuários é o maior risco de roubo e furto. Afinal, há no mercado poucas opções de seguro para motos. Atenta a essa demanda, a Ituran, líder no setor de rastreamento automotivo, acaba de ampliar a cobertura do Ituran com Seguro (ICS), no mês de fevereiro: agora, motos de qualquer modelo podem contratar os serviços da empresa. A Ituran trabalhará com seu rastreador para motos com vendas na Grande São Paulo, Campinas e Baixada Santista, tendo a garantia da seguradora QBE Brasil. “Caso a sua moto seja roubada e não localizada (recuperada), a QBE Brasil fará a indenização de 90% do valor da tabela FIPE”, destacou Roberto Posternak, diretor comercial da Ituran, explicando que “a cobertura contempla motos a partir 250 cilindradas, de até dez anos e R$ 50 mil”.
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Parceria é entre Ituran e QBE Brasil; aceitação de 100% dos modelos e cobertura FIPE de 90%
Outro detalhe muito relevante na hora da escolha de um bom serviço de segurança, segundo Posternak, é a assistência. A solução da Ituran oferece socorro eletromecânico, troca de pneu, transporte alterativo e guincho até 100 km. “Temos mensalidade a partir de R$ 99,90. O lançamento do produto, além de atender bem nossos usuários e proporcionar segurança patrimonial, incrementa o crescimento de nossa carteira de clientes
aumentando a cesta de produtos da empresa”, finaliza Posternak. “A QBE Brasil Seguros valoriza a expansão da parceria já existente com a Ituran, que é marcada agora pela retomada das operações da rastreadora no segmento de motocicletas. Com essa parceria, esperamos atingir um crescimento expressivo de nossa atuação nesta modalidade”, disse Pedro Gutemberg, diretor comercial Personal Lines.
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Internacional | Carlos barros de moura
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O preço do seguro Auto no Brasil e nos EUA
No Brasil, para o Seguro de Automóvel, há quase uma unanimidade de entendimento que seu custo é muito caro. É verdade e, talvez isso ocorra, por haver, pelos segurados, pouco conhecimento sobre os fatores utilizados, para se chegar ao preço final. Feliz ou infelizmente essa questão não é exclusiva do Brasil. Nos EUA, quase 19 milhões de americanos vivem em áreas, onde o seguro de automóvel tem preços incessíveis. Esses números incluem uma grande quantidade de residentes na região de Nova York, conforme estudo feito pelo Departamento do Tesouro. O estudo comandado pelo Federal Insurance Office (FIO) concluiu que o seguro de automóvel tem preços acima das disponibilidades dos cidadãos. Vale dizer que esses números estão em 845 CEPs, que são habitados por minorias e pessoas de renda de baixa para moderada. Além disso, mais de 40% dos americanos, residentes em áreas onde o seguro de automóvel é incessível, estão em Nova York, New Jersey e Connecticut. Os estados com os maiores números de residentes com custos inacessíveis do seguro automóvel são Nova York (5,2 milhões), Florida (2,8 milhões), New Jersey (2,0 milhões), Michigan (1,7 milhões), Pennsylvania (1,1 milhão) e Texas (83 mil). O Congresso Federal estabeleceu, em 2010, como parte da lei de reforma financeira Dodd-Frank, que o FIO monitorasse o acesso pelas comunidades carentes a seguros gerais, tais como vida e patrimonial. O estudo, publicado no final de janeiro, foi a primeira incursão na acessibilidade financeira do seguro automóvel. Foi destacado que os americanos, que não conseguem
cobertura do seguro automóvel, estão em desvantagem, porque quem dirige carros, tem mais oportunidades econômicas, incluindo empregos. Quase todos os estados exigem a compra de algum tipo de seguro automóvel. J.Robert Hunter, diretor de Seguros da Federação de Consumidores da América, comentou que “o governo não pode forçar as pessoas a comprarem nada no mercado privado, sem atentar se os preços são acessíveis de modo a permitir que a população possa cumprir com tais obrigações.” Seguro incessível, no caso de automóveis, é definido pelo FIO, aquele com custo maior a 2% da renda média das residências dentro da área de um código postal. O estudo analisou dados de população e custos de seguro, para criar uma fonte de informações, que consumidores, legisladores e outros possam acompanhar a acessibilidade ao longo do tempo. Nem tudo é festa! O estudo e suas propostas foram duramente criticados por seguradores. Dizem que há muita subjetividade! Resumindo, o estudo é mais outro exemplo de uma tarefa desnecessária e má-concebida, que deve levar os legisladores a questionar o propósito e a utilidade de órgãos como o FIO. No nosso Brasil, conhecemos muitos casos semelhantes de órgãos públicos cuja existência não serve para nada e que não resistem a 10 minutos de auditoria! Carlos Barros de Moura, da Barros de Moura & Associados, Corretagem de Seguros, é diretor da Associação Comercial de São Paulo 15
nicho
Ramos de Pessoas e os corretores. Chegou a hora!, defende dirigente sindical
O aumento da confiança em diversos setores, em conjunto com a previsão da reforma da previdência, sinalizam um momento de avanço que levará implicações diretas nos setores de seguros de vida e previdência privada. “Se antes não estava clara a importância de o corretor de seguros apostar nos ramos de pessoas, conhecer melhor e oferecer os produtos de vida e previdência para seus clientes, chegou a hora. A longevidade é assunto recorrente e facilita a formação da cultura do seguro no brasileiro”, defende o presidente do Sincor-SP, Alexandre Camillo (foto). Para o Sincor-SP, a melhora no comportamento da economia brasileira em 2017 gera boas expectativas. As expectativas positivas do setor já são refletidas no aumento do número de corretores no Estado. De acordo com o estudo, o número de profissionais passou de 36 mil em janeiro de 2016 para mais de 40 mil no mesmo período deste ano. Em média, são dois mil novos corretores ou corretoras por ano trabalhando para o crescimento do mercado. A atuação desses profissionais nos ramos de vida, saúde e previdência correspondem a 20% de toda atuação do mercado. Nos ramos típicos de seguros (por exemplo, automóvel, pessoas, residencial, empresarial, etc.), ainda sem considerar as operações de saúde suplementar, a variação acumulada foi positiva em 2%. Como comparação, em todo ano de 2015, esse mesmo número foi 5%, também positivo. Já nos 16
Divulgação
Após uma variação de 4% ao ano, em 2016, a evolução do seguro de pessoas apresenta projeções melhores para 2017. A informação é o destaque da edição de janeiro da Carta Conjuntura do Setor de Seguros, publicação mensal assinada pelo Sincor-SP
produtos do tipo VGBL, a variação acumulada no ano, em comparação ao mesmo período de 2015, é mais de 18%. Em 2016, o patamar ultrapassou R$ 780 bilhões, com variação 20% no exercício. O estudo apresenta ainda um declínio na rentabilidade acumulada das empresas desde 2014. Os números de 2013 a 2015 indicam que houve queda na rentabilidade acumulada das empresas (17% para 10%, respectivamente). Em seguradoras, a variação foi um pouco menos intensa, de 13% para 11%. Apesar dessa variação, pode-se dizer que o lucro líquido ficou parcial-
mente satisfatório, sobretudo devido às circunstâncias em que vivia a economia. Como houve diminuição no patrimônio líquido acumulado do setor, isso acabou proporcionando uma taxa de rentabilidade (lucro líquido/patrimônio líquido) até mais favorável, nos valores totais das companhias. Na análise parcial de 2016, chegou-se à conclusão que a rentabilidade do setor sofreu de forma mais intensa e, em termos nominais, quebrou a tendência de crescimento de anos anteriores. Por exemplo, o montante acumulado de lucro líquido caiu 9%, de R$ 22,2 bilhões para R$ 20,2 bilhões.
previdência
Aportes somaram R$ 114,72 bilhões em 2016 Os aportes efetuados por titulares dos planos abertos de caráter previdenciário somaram R$ 114,72 bilhões no acumulado de janeiro a dezembro de 2016, representando crescimento de 19,93% em relação aos aportes registrados em 2015, quando foram aplicados R$ 95,65 bilhões, de acordo com dados informados pela FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), que representa 67 seguradoras e entidades abertas de previdência complementar. De acordo com Edson Franco, presidente da FenaPrevi, não houve mudança no ritmo de expansão quando comparado ao crescimento de 2015. Atualmente, um total de 81.492 mil pessoas já usu-
fruem dos benefícios dos planos abertos de caráter previdenciário (aposentadorias; pecúlios, por morte e por invalidez; e pensões, por morte e por invalidez). O sistema contabiliza 13.059.671 indivíduos com planos, sendo que deste total 9.918.783 são participantes de planos individuais (já computados os planos para menores) e 3.140.888 de planos empresariais. Ainda de acordo com dados do balanço, a captação líquida dos planos (diferença entre captação e resgates) registrou saldo positivo de R$ 60,83 bilhões em 2016, volume 24,14% superior aos R$ 49,00 bilhões registrados no ano anterior.
Os planos individuais foram os que mais receberam recursos dos titulares dos planos em 2016. No total, foram aportados (contribuições e prêmios) R$ 98,03 bilhões na modalidade, representando aumento de 15,77% em relação aos R$ 84,68 bilhões computados no ano anterior. Já os recursos destinados a planos empresariais somaram R$ 14,74 bilhões em aportes. No acumulado de 2015, foram registrados R$ 9,14 bilhões. Os planos para menores, por sua vez, acumularam R$ 1,95 bilhão em aportes, representando alta de 6,56% em relação ao valor de R$ 1,83 bilhão arrecadado em 2015.
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Análise | dilmo bantim moreira
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Um novo Seguro de Vida
No final de abril de 2017 entra em vigor a Resolução CNSP 344/16, que trata do Seguro de Vida Universal. A partir da inclusão obrigatória da cobertura de Morte por Causas Naturais ou Acidentais, os planos poderão oferecer outras coberturas de risco. Contudo, é vedado o oferecimento de cobertura por sobrevivência. A exemplo dos seguros tradicionais de Vida, podem ser beneficiários pessoas físicas e/ou jurídicas. Mas, diferentemente do habitualmente praticado no Seguro de Vida, a indenização garantida pelo capital segurado contratado poderá ser composta pelo Capital Segurado de Risco, equivalente àqueles pagos pelas garantias dos tradicionais Seguros de Vida e, também, pelo Capital Segurado de Acumulação, este último similar ao que é oferecido em Planos Previdenciários, ou seja, pela valorização de pagamentos específicos realizados ao plano. A grande vantagem desta nova modalidade é que o consumidor pode receber de volta parte dos prêmios pagos, no caso de não ocorrência do sinistro, embora o seguro de Vida Universal não deva ser considerado como um produto de investimento. O plano poderá ser contratado de forma individual ou coletiva, inclusive com a utilização de meios remotos, devendo ter obrigatoriamente prazo de vigência maior ou igual a cinco anos completos, sendo proibida a renovação do seguro. Assim como um produto de previdência, esse novo tipo de seguro tem regras de acesso aos benefícios conhecidas 18
como Vesting, além de um fundo de investimento especialmente constituído (FIE). O plano de seguro, assim, combina valores de Risco e de Acumulação, estes últimos podendo ser resgatados. A remuneração dos valores destinados ao resgate é realizada por meio de Provisão de Excedentes Financeiros (PEF) e da Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (PMBaC). Contudo, o capital de risco não sofre remuneração. Em outros países há seguros parecidos com o que agora temos no mercado nacional, por exemplo, nos quais o valor do prêmio é depositado em uma conta com a apólice, deduzidas despesas e comissões incidentes na mensalidade, rendendo juros. A cada mês, abatimentos tais como os relativos à proteção do seguro são feitos no valor da conta. O segurado pode fazer empréstimos ou sacar uma quantia do valor da conta da sua apólice para fins pessoais ou comerciais. Os empréstimos acumularão juros e os empréstimos não pagos, acrescidos de juros e saques, diminuirão o benefício por morte e o valor em dinheiro. A apólice permanece em vigor, contanto que o valor em dinheiro seja suficiente para cobrir as despesas e os abatimentos incidentes na apólice. As utilizações desse tipo de seguro comercializado em outros lugares do mundo podem objetivar substituição de renda, cobertura de dívidas, liquidez ou substituição patrimonial, auxiliar em casos de sucessão empresarial, ser destinadas a doações de caridade ou, ainda, servirem de
reforço para fins de aposentadoria. No seguro que agora dispomos no mercado nacional, o capital segurado de cada uma das coberturas do plano será composto pela soma do capital segurado de risco com o capital segurado de acumulação e, os interessados na aquisição do produto, terão à disposição duas modalidades de capital para o seguro: - Capital Segurado Constante: o capital de risco é recalculado ao longo da vigência do seguro, em função da evolução do capital segurado de acumulação, com o objetivo de que a soma de ambas as parcelas de capital se mantenha equivalente ao valor do capital segurado inicial; e - Capital Segurado Variável: o capital é variável ao longo da vigência do seguro e igual à soma do capital segurado de acumulação e do capital segurado de risco, este último, igual ao capital segurado inicial. No que se refere à atualização anual de valores, esta será aplicada, no caso da modalidade de Capital Segurado Constante, ao capital segurado e prêmio regular e, no caso da modalidade Capital Segurado Variável, ao capital segurado de risco e ao prêmio de risco. O custeio do plano se dará exclusivamente por meio de prêmios regulares. A indenização será paga sob a forma de renda ou de pagamento único podendo o segurado solicitar resgate, total ou parcial, de recursos disponíveis da PMBaC. Na ocorrência de evento coberto, para fins de cálculo do valor a ser indenizado, serão considerados o saldo da PMBaC e, quando cabível, o saldo da PEF. Na ocorrência de evento coberto durante o prazo de tolerância (ou seja, inadimplência sem ter ocorrido cancelamento), a seguradora poderá abater do valor da indenização a quantia correspondente aos prêmios de risco que deixaram de ser pagos. Quando não for devido o pagamento da indenização, por exemplo, por sinistro ocorrido durante o prazo de carência, o segurado ou os beneficiários não terão direito ao recebimento da indenização referente ao capital segurado de risco. Para sinistros decorrentes de acidentes pessoais, não poderá ser estabelecido prazo de carência, exceto no caso de suicídio ou de tentativa de suicídio. Ocorrendo negativa do pagamento de indenização relacionada a cobertura contratada, o saldo da PMBaC e, quando for o caso, da PEF, será posto à disposição do segurado ou de seu beneficiário, conforme o caso, para
recebimento à vista ou para pagamento de renda ou, em caso de contratação coletiva, no contrato, não se aplicando qualquer período de carência para efetivação do pagamento. A solicitação de resgate total implicará no automático cancelamento do plano, na data em que o valor do resgate for disponibilizado ao segurado e, se o plano contemplar a reversão de resultados financeiros, o saldo da PEF será pago concomitantemente ao saldo da PMBaC. Em caso de rescisão do contrato entre o estipulante e a seguradora, será garantida aos segurados a opção de resgatar os recursos, independentemente do prazo de carência. No caso de cancelamento do plano por inadimplência, a seguradora disponibilizará ao segurado o saldo da PMBaC e, quando for o caso, o da PEF. No caso de desligamento do segurado sem o cumprimento das cláusulas do contrato que regem o vesting, o saldo de provisões originado de prêmios pagos pelo estipulante poderá, a seu critério, ser revertido em favor do próprio segurado ou do grupo de segurados remanescente, conforme definido no contrato. Os planos com vigência por prazo determinado poderão prever a extensão do fim de vigência das coberturas, em função do saldo da PMBaC existente, ao final da vigência original, sendo tal extensão facultativa para às partes. Ao final da vigência e não tendo ocorrido evento coberto pelo seguro, o saldo da PMBaC, e quando for o caso, da PEF, será posto à disposição do segurado. Os planos de seguro Vida Universal servirão como um interessante incremento no leque de opções para a proteção das pessoas e suas famílias, tanto no aspecto de risco quanto da proteção financeira, garantindo benefícios mais amplos a todos.
A grande vantagem desta nova modalidade é que o consumidor pode receber de volta parte dos prêmios pagos, no caso de não ocorrência do sinistro
Dilmo Bantim Moreira Presidente do Conselho Consultivo do CVG/SP, Diretor de Relacionamento com o segmento de Pessoas da ANSP, administrador pós-graduado em Gestão de Seguros e Previdência Privada, atuário, membro da Comissão Técnica de Produtos de Risco da FenaPrevi e de Seguro Habitacional da FenSeg, docente em Seguros de Pessoas, Previdência Complementar, Saúde, Capitalização, Atendimento ao Público e colunista em mídias de seguros 19
inovação
Mercado de seguros e o uso da tecnologia Cada vez mais, surgem no mercado aplicativos e sites para facilitar a contratação e o acompanhamento de apólices de seguros O uso da tecnologia vem realizando uma transformação digital no mercado de seguros. Alguns sites e aplicativos lançados recentemente prometem facilitar a vida de quem contratou ou quer contratar um seguro. A empresa de tecnologia Delphos, por exemplo, criou um aplicativo que permite o acompanhamento dos processos da apólice de mercado do Seguro Habitacional. Em tempo real, no tablet ou no smartphone, é possível ter acesso a informações referentes ao segurado como cálculos das indenizações, dados das apólices e o andamento do processo de sinistro. Disponível para download gratuito no Google Play, a ferramenta é direcionada não só as seguradoras, mas também ao cliente, segurado por algum contrato deste tipo. “Criamos esta aplicação para facilitar ao máximo o dia a dia de quem acionou o Seguro Habitacional. O aplicativo é fácil de usar e permite a pesquisa através do número do sinistro, número do contrato ou pelo nome do segurado”, explica o diretor de Operações da Delphos, Henrique Macieira. Existe, ainda, no Brasil, o surgimento de insurtechs - empresas de tecnologia para seguros. A Segurize, lançado no final de 2016, é uma dessas startups e recebeu mais de 20 mil cadastros em apenas três meses dando uma roupagem tecnológica a um mecanismo muito utilizado pelos corretores tradicionais: a indicação. Funciona da seguinte forma: Após o cadastro no site e a aprovação pela Segurize, o usuário, chamado de “segurizer”, pode indicar os produtos disponíveis a fami20
liares, amigos ou conhecidos para que a Corretora Segurize faça a venda. “É uma forma de tornar o seguro mais acessível a todos, de informar, e também de despertar o interesse da sociedade para a importância dos produtos de seguros”, explica um dos criadores, Keyton Pedreira. Cada indicação que se converter em negócio pela Segurize, que é uma corretora de seguros autorizada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), valerá pontos que poderão ser trocados por prêmios ou dinheiro pelo usuário. “Para o cidadão, é uma forma de complementar renda e, para o corretor de seguros, um impulso às vendas”, completa.
O BuscaPrev, site referência de comparação online de planos de previdência privada no país, foi uma das ferramentas pioneiras de tecnologia voltada para o público no mercado de seguros. Criado há cinco anos, oferece a possibilidade de comparação e contratação dos principais planos de previdência privada do mercado, de acordo com o perfil, disponibilidade financeira e necessidade de investimento do internauta, que pode escolher se contratará seu plano pelo próprio site, com o apoio de especialistas, pelo seu corretor de confiança ou até mesmo por meio do banco em que ele possua sua conta corrente.
panorama
Mercados emergentes vão liderar o crescimento econômico
A política fiscal assumirá mundialmente o lugar da política monetária em 2017 para combater o cenário de baixo crescimento econômico global. A conclusão está presente no “Panorama Econômico e Setorial 2017” elaborado pela área de Serviços e Estudos da Mapfre, o primeiro desenvolvido pela nova unidade de análise da companhia. O material tem como objetivo oferecer sua contribuição em debates públicos sobre macroeconomia e finanças, seguros e previsão social e regulação. O estudo aponta que haverá efeitos assimétricos para essa política fiscal expansiva de juros, já que nem todos os países estarão em condições de implementá-la e nem se considerariam beneficiados. “A aceleração do crescimento econômico nos Estados Unidos estará ligada ao aumento das trajetórias das taxas de juros e ao enrijecimento da política monetária, o que poderia afetar o desempenho das economias emergentes”, diz Manuel Aguilera, diretor geral do Serviço de Estudos da Mapfre. Em relação à evolução econômica global, o biênio 2017-2018 oferece
uma perspectiva de aceleração do crescimento, que continuará sendo moderado, divergente e frágil. Em relação à economia nacional, o relatório aponta que em 2017 o desempenho econômico tem baixas perspectivas de recuperação em curto prazo, e que a inflação se manterá elevada. O país pode sair da recessão apoiado na demanda doméstica, o que poderá levar o crescimento a atingir até 2,4% em 2018. Os juros ficariam em torno de 9% nessa data e a recessão faria com que o déficit em conta corrente se reduzisse muito durante esses dois anos o que, juntamente com reservas atuais, proporcionaria uma margem ampla ao Banco Central para suportar de melhor maneira o efeito dos choques externos. O Banco Central também deverá baixar os juros de maneira mais agressiva em 2017 para estimular a economia. De acordo com o levantamento realizado pela Mapfre, a recuperação dependerá da credibilidade do Banco Central e do governo. O material conclui que o trabalho-chave consistirá em conter a deterioração do prêmio de risco e da
depreciação do Real brasileiro.
Setor de seguros No caso do setor de seguros global, o período de 2017 a 2018 prevê uma aceleração do negócio nos mercados desenvolvidos e também nos emergentes. Este último bloco é o que deverá estar à frente da trajetória de crescimento na medida em que, nesses países, a brecha de proteção dos seguros continua sendo grande, e as necessidades de convergência resultarão em crescimentos maiores. Finalmente, é importante salientar que a previsão de desempenho do negócio de Não Vida não seja tão vigorosa (embora permaneça positiva) quanto o desempenho total do setor ao longo dos próximos dois anos. Isto sugere que boa parte do impulso de crescimento dos prêmios em nível global estará intimamente relacionada com o negócio de seguro de Vida com base no crescimento previsível das taxas de juros de longo prazo globalmente em 2017 e 2018, principalmente entre os países desenvolvidos. 21
perspectivas
Fotos: CNSeg
Líderes debatem reformas estruturais como caminho para tirar o Brasil da crise
Os principais problemas e desafios brasileiros no âmbito da economia, da política e da sociedade foram debatidos no 22º Encontro de Líderes do Mercado Segurador, realizado no Costão do Santinho, em Florianópolis, pela CNseg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização). Como destacou o presidente da CNseg, Marcio Serôa de Araujo Coriolano, o evento deste ano procurou discutir os três temas por haver uma “interdependência óbvia” entre eles no atual momento brasileiro. De modo geral, os economistas, cientistas sociais e políticos presentes concordaram que persistir no rumo das reformas estruturais é o único caminho para o país conseguir superar suas graves dificuldades 22
econômicas e sociais. Para o presidente da CNseg, “independentemente de coloração partidária, o futuro do Brasil, com ética na política, depende da aprovação das reformas”. O Encontro foi encerrado na manhã de sábado, com um debate sobre Reforma Política. O cientista político Fernando Abrucio, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), afirmou que reforma política não se resume a uma mera reforma eleitoral e que diversos aspectos do sistema político precisam ser aperfeiçoados, como a pouca participação social na vida partidária e o fato de o controle institucional dos governos muitas vezes dificultar a ação dos governantes. Ele destacou ainda o que chamou de “20 anos dourados” vividos pelo Brasil de 1993 a 2013, nos quais o país viveu um raro período de
estabilidade política e econômica e de inclusão social. No mesmo painel, o ex-deputado federal Paulo Delgado disse que a origem da crise econômica atual é política. “O que falta ao Brasil é inaugurar o capitalismo, inserir-se na ordem econômica internacional. O desafio brasileiro é se tornar competitivo.” Em sua palestra, o senador Aloysio Nunes (PSDB) declarou que a fragmentação partidária característica do sistema político brasileiro torna a governabilidade muito custosa do ponto de vista ético, pois os governantes acabam tendo que negociar apoio e cargos com muitas legendas diferentes. Mas ele ressaltou que “o Congresso é vivo e consegue captar o sentimento popular”. Os painéis também abordaram os temas “Sociedade” e “Economia”.
No primeiro, o economista Samuel Pessoa, da FGV, o cientista político Carlos Melo, do Insper, e o economista Sergio Besserman destacaram que o Brasil tem avançado do ponto de vista institucional, mas que o país continua socialmente muito desigual e que é necessário estar atento para que o corporativismo não prejudique a implementação das reformas. “Interesses corporativos estão no nosso DNA desde sempre”, afirmou Carlos Melo. Para Samuel Pessoa, “qualquer democracia tem um problema grave: a sensibilidade à lógica dos grupos de pressão”. “Não basta fazer o dever de casa e resolver esta crise”, disse Besserman, para quem “a educação é a solução, só que leva uma geração”. O painel “Economia” reuniu Alexandre Schwartsman, do Insper, Sérgio Vale, da MB Associados, e Luiz Roberto Cunha, da PUC-RJ. As previsões para o crescimento do PIB deste ano variaram de 0,5% a 1%, mas houve consenso de que medidas estruturantes como a aprovação da PEC do Teto dos Gastos e a proposta de reforma da Previdência enviada o Congresso são o caminho para a superação das dificuldades. Sérgio Vale destacou a volta da previsibilidade como um aspecto fundamental da política econômica do atual governo. “O caminho para retomar o crescimento não permite desvios. A margem para erro é minúscula”, afirmou Schwartsman. Ao final do evento, Marcio Coriolano afirmou que o mercado segurador tem mostrado resiliência em meio à crise econômica, mas que não há nenhuma mudança estrutural à vista em que o setor esteja podendo se apoiar para crescer. Coriolano enfatizou o apoio do mercado às reformas estruturais. “Tão importante quanto as coisas acontecerem é preparar as condições para que aconteçam melhor no futuro”, disse.
País avança, mas é preciso deter o corporativismo
O Brasil começa a trilhar um caminho que lhe permitirá superar sua grave crise econômica, mas é preciso evitar que interesses corporativos prejudiquem as reformas do governo Michel Temer e o avanço econômico e social. A opinião é de economistas e cientistas políticos reunidos no Costão do Santinho, em Florianópolis, para o 22º Encontro de Líderes do Mercado Segurador, promovido pela CNseg. “O corporativismo substituiu a ideia de sociedade civil e talvez seja a parte mais forte das nossas instituições”, afirmou o cientista político Carlos Melo, do Insper, em palestra no painel “Sociedade”. Para ele, porém, do ponto de vista institucional do Brasil é o país mais saudável dos BRICs e vive um relativo avanço institucional, inclusive pela pulverização dos meios de comunicação, que produz uma sociedade mais informada e inibe retrocessos. “O governo Temer está agindo, mas ainda não vamos ter todas as respostas.” O economista Samuel Pessoa, da FGV, disse que a evolução do desenho institucional brasileiro é muito melhor que a melhoria da economia. Para ele, é preciso persistir no ajuste fiscal de modo a deter os grupos de pressão corporativistas contrários às reformas. “O inferno somos nós. Temos que abrir a economia e nos ligar ao mundo.” Para o mediador, o economista Sergio Besserman, “os imensos desafios que temos pela frente não são conjunturais”. “Nossa desigualdade não é só de renda. Somos uma sociedade profundamente hierárquica e patrimonialista”, afirmou. No painel “Economia”, também na sexta-feira, Luiz Roberto Cunha, Sérgio Vale e Alexandre Schwartsman enfatizaram a necessidade de o governo persistir no rumo das reformas, já encaminhadas com a aprovação da PEC do Teto dos Gastos e com o projeto de reforma da Previdência, entre outras medidas. Para Vale, da MB Associados, a ação do governo permitiu o retorno a uma normalidade econômica. “A previsibilidade é extremamente positiva. Teremos um crescimento previsível, mas ainda medíocre”, disse ele, que aposta em uma expansão do PIB de 1% este ano, puxado pela boa previsão para a safra agrícola. Schwartsman, do Insper, aposta num crescimento mais próximo a 0,5%. Segundo ele, “o caminho para o retorno do crescimento não permite desvios”. “Mas há um senão: estamos implantando uma política econômica que não passou pelo teste das urnas. Nas eleições de 2018 e 2022 ela vai ser avaliada de novo”, alertou. Já para Cunha, da PUC-RJ, o governo Temer é caracterizado por “incertezas e oportunidades”. 23
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Fraudes crescem no mundo, mas recuam no Brasil
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Executivos do país entrevistados para o Relatório Global de Fraude & Risco reportaram menor incidência de irregularidades e incidentes cibernéticos do que a média global
Na contramão do que é apresentado regularmente no noticiário nacional, as ocorrências de fraude nas empresas diminuíram durante o último ano no Brasil. Isto é pelo menos o que se conclui a partir das entrevistas com executivos do país que responderam à pesquisa do Relatório Global de Fraude & Risco 2016/2017 da Kroll, consultoria em gestão de riscos corporativos e investigações. Realizado anualmente, o estudo ouve gestores de diferentes setores em todo o mundo que influenciam ou respondem por estratégias de combate ao risco e a irregularidades em suas empresas. Na edição atual, participaram cerca de 550 profissionais. 24
ridade sugere problemas de detecção pelas organizações brasileiras e cria uma falsa sensação de segurança. “Mesmo com uma trajetória de amadurecimento, ainda se atribui pouca importância ao compliance no país e, consequentemente, demora-se mais para identificar erros e fraudes do que em nações onde programas de conformidade são melhor estruturados”, comenta. O Brasil, contudo, não está sozinho. Itália (77%) e Índia (68%) igualmente reportaram menos ocorrências. Maior do que o de fraudes, o índice de incidentes cibernéticos também surge em desalinho. Enquanto a média global dessa categoria é de 85%, por aqui ela alcançou 76%, posicionando o país em situação melhor que a de nações mais desenvolvidas em segurança e tecnologia da informação, como EsEmbora nove a cada 10 responden- tados Unidos (88%) e Reino Unido tes brasileiros (94%) admitam que a (92%). Ameaça interna exposição à fraude aumentou, apenas Apesar das preocupações genera68% relataram ter sido vítimas de más-práticas no período, índice nove pon- lizadas com ataques externos, os resultados revelam que os autores mais tos menor do que a edição de 2015. O número surpreende ainda mais comuns de fraudes e incidentes ciberà luz da experiência internacional. néticos, dentro e fora do país, foram os Globalmente, a média de empresas colaboradores (insiders). Cerca de seis a cada 10 irregularidaafetadas foi de 82% - 14 pontos superior, portanto. Além disso, a tendência des relatadas no país foram cometidas mundial é de crescimento nos registros por autônomos/temporários (26%), de fraude desde 2012 – a incidência funcionários juniores (22%) e de médio partiu, respectivamente, de 61% na- ou baixo escalão (9%), portanto, por quele ano, a 70% (2013), 75% (2015) gente de casa, soma que supera a de ex-funcionários (43%). Já um quinto dos até a marca atual. Para Fernanda Barroso, diretora da incidentes cibernéticos foi associada a operação brasileira da Kroll, essa dispa- agentes e intermediários (19%).
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41% das brasileiras sentem medo de defender seus direitos; país está em terceiro no ranking
No mês do Dia Internacional da Mulher, celebrado dia 8 de março, a Ipsos apresentou os dados da pesquisa Global Advisor sobre feminismo e igualdade de gênero. O estudo, realizado em 24 países e que abordou vários temas, aponta que 41% das brasileiras sentem medo de defender seus direitos por temer o que possa acontecer com elas. Esse resultado faz com que o Brasil ocupe a terceira colocação do ranking, sendo as indianas as mais receosas (54%) e as turcas em segundo lugar (47%). O consolidado global
é bem menor: 26% das mulheres têm medo de se expressar e de defender a igualdade de direitos. Outra questão levantada entre a população global (mulheres e homens) é se “As mulheres são inferiores aos homens?”. A média mundial apontou que 18% acreditam que sim. O resultado do Brasil (16%) é muito próximo da média mundial. Mas Rússia e Índia divergem do número global, ficando empatados no top da lista, com 46%. Analisando os dados separadamente das mulheres e homens, percebe-se que os entrevistados do sexo masculino são mais propensos a concordar com a suposta inferioridade feminina do que as mulheres, e a crença é particularmente alta na Rússia (49%) e Índia (44%). O mesmo acontece com os brasileiros, visto que 19% dos homens brasileiros acreditam na inferioridade feminina contra 14% das mulheres. Quando os participantes foram questionados se as mulheres devem cuidar dos filhos e famílias, não trabalhando fora de casa, 17% dos entrevistados globais concordaram com a premissa. Avaliando os resultados de cada sexo, 14% das mulheres são a favor contra 19% dos homens. Neste quesito, o Brasil está em linha com a tendência mundial e somente 15% aprovam essa situação, sendo que os homens brasileiros concordam mais que as mulheres (17% e 14%, respectivamente).
Alternativa na crise, aumenta número de candidatos a vagas de estágio Os programas de estágio, além de estarem em ascensão entre as empresas privadas e órgãos públicos do país, estão atraindo cada vez mais estudantes, especialmente diante do cenário conturbado que o mercado de trabalho nacional enfrenta. A crise econômica fez com que as empresas cortassem investimentos e reduzissem o número de funcionários, o que afetou, principalmente, a faixa etária entre 14 e 24 anos – a taxa de desemprego chegou a 25,6% – justamente a parcela da população com menos experiência, e que, muitas vezes, está iniciando a vida profissional. Em vista disso, os mais jovens têm migrado suas buscas do mercado formal para os programas de aprendizagem, que vem apresentando números expressivos nos últimos anos. 26
Animo no campo. Após tombo provocado pelo clima, agricultura se recupera e bate recorde Tudo vai vem com a agricultura. Esse cenário é bem diverso do de 2016, quando o clima provocou fortes retrações na produção. Com isso, as previsões são que o setor vá injetar R$ 546 bilhões na economia neste ano, R$ 15 bilhões a mais do que no ano passado. E, quando a agricultura vai bem, a injeção de ânimo e de renda é imediata por todo o país, das pequenas às grandes cidades. Sorriso, cidade de Mato Grosso considerada a maior produtora de soja do mundo, pode voltar a honrar seu nome, após um 2016 difícil. Já a pequena Urupema (SC), com apenas 2.400 habitantes, espera pela colheita da maça, sua fonte de renda, cuja safra promete ser boa. Mais ao sul, a Serra Gaúcha espera retomar o ritmo perdido na safra passada, elevando em pelo menos 120% a produção de uva. Após sair das fazendas, os produtos vão movimentar os setores de frete, industrialização, exportação e financeiro.
Dois carros-chefes do agronegócio brasileiro a – a soja e o milho – estão fazendo a sua parte. Com perspectivas de produção recorde, esses produtos já deixam suas marcas. O setor de máquinas agrícolas vendeu 75% mais em janeiro do que em igual período do ano passado. Já a indústria de adubos espera repetir o recorde de vendas de 2016.
Número de beneficiários de planos de saúde volta a crescer
Depois de 22 meses de queda, país cria 35,6 mil vagas com carteira
O setor de saúde suplementar incorporou, em fevereiro, aproximadamente, 144 mil beneficiários em planos de assistência médica e 143,1 mil em planos exclusivamente odontológicos, de acordo com os dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O aumento de consumidores de planos de saúde interrompe sequência de 19 meses de queda desse indicador. Segundo a ANS, os planos de assistência médica assinalaram maior crescimento de número de beneficiários no segmento empresarial. Na comparação com o primeiro mês de 2017, o setor registrou 158,9 mil beneficiários a mais neste tipo de contrato – crescimento de meio ponto percentual. Esse número é maior do que o total registrado, já que nas demais modalidades de contratação – planos coletivos por adesão e individuais/ familiares – houve saída de beneficiários. No total, 23 estados e o Distrito Federal apresentaram crescimento de beneficiários em planos de assistência médica na comparação com janeiro. Somente Acre, Rondônia e Santa Catarina obtiveram retração.
Após 22 meses seguidos de resultado negativo, o Brasil voltou a criar vagas de emprego com carteira em fevereiro, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desembregados) divulgados recentemente. Em fevereiro, foram criadas 35.612 vagas formais. A última vez em que o país havia registrado resultado positivo foi em março de 2015, quando criou 19.282 empregos com carteira. O número de empregos criados é o saldo, ou seja, o total de contratações menos o de demissões no período. Em fevereiro, foram 1.250.831 contratações e 1.215.219 demissões, resultando na abertura de 35,6 mil vagas. O total de trabalhadores com carteira assinada no Brasil caiu para 38,3 milhões em fevereiro. No mesmo mês de 2016, o número de empregados formais era de 39,6 milhões. Dos oito setores da economia pesquisados, cinco registraram saldo positivo de contratações, com o setor de serviços na ponta, e três tiveram saldo negativo (Comércio, Construção Civil e Extrativa Mineral).
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incentivo
A Liberty Seguros anunciou o lançamento de uma iniciativa destinada a mulheres de todo o Brasil, com o objetivo de incentivar o espírito empreendedor. A ação, que acontecerá até maio no LinkedIn, oferecerá cem mentorias individuais para participantes selecionadas e premiará três projetos com valores de R$ 5 mil, R$ 10 mil e R$ 15 mil. Para a ação, a seguradora reunirá mulheres empreendedoras em um grupo do LinkedIn. Lá, elas terão acesso a artigos e vídeos enviados pela consultora Viviane Duarte, fundadora do site Plano Feminino, uma plataforma que promove um novo jeito de fazer conteúdo para o público feminino. As participantes também poderão trocar experiências que as ajudem a desenvolver seus negócios. Podem se inscrever para participar da ação mulheres maiores de 18 anos, que tenham um perfil no LinkedIn e um cadastro ativo no Mulheres Seguras, a plataforma digital da Liberty Seguros com foco no empreendedorismo feminino. O regulamento completo pode ser acessado no link: http://mulheresseguras.com.br/mulheres-seguras-regulamento/. “Desde o lançamento do Mulheres Seguras, em 2015, a Liberty Seguros tem estreitado seu relacionamento e
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aprendido muito com as mulheres empreendedoras”, diz Patricia Chacon, diretora de Marketing e Estratégia da Liberty Seguros. “Acreditamos na força dessas mulheres, que enfrentam diariamente os desafios de ter o próprio negócio, e essa iniciativa é uma maneira de apoiá-las para que realizem seus sonhos e conquistem ainda mais sucesso.” Ao final da ação, 20 participantes do grupo serão convidadas para um evento presencial, em São Paulo, no dia 12 de maio. Durante esse encontro serão escolhidas as três vencedoras, que receberão prêmios de R$ 5 mil, R$ 10 mil e R$ 15 mil, de acordo com a sua colocação. A premiação levará em conta o histórico de participação na etapa virtual e no evento presencial.
Patricia Chacon: seguradora tem aprendido muito com as mulheres empreendedoras
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Negócios liderados por mulheres empreendedoras
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Aumenta o número de brasileiros dispostos a viajar este ano
Nordeste, destino que mantém a primeira posição na preferência dos entrevistados
Pelo segundo mês consecutivo houve crescimento na intenção de viagem do brasileiro, no comparativo com o mesmo mês do ano passado, em todas as faixas de renda pesquisadas. Segundo sondagem realizada pelo Ministério do Turismo em sete capitais, 21,1% dos brasileiros disseram que pretendem viajar nos próximos seis meses, percentual que supera os 18,7% de respostas positivas em fevereiro de 2016. Houve aumento na intenção de viagem em cinco das sete capitais pesquisadas. Brasilia apresentou o maior crescimento, de 5.3 pontos percentuais. Assim como, o aumento mais significativo da disposição de viajar até agosto deste ano se deu na faixa de renda entre R$ 4.801 e R$ 9.600, ficando na segunda posição o grupo que ganha até R$ 2.100. O Nordeste, destino que mantém a primeira posição na preferência dos entrevistados, deverá receber mais da metade dos potenciais viajantes do período. Como não acontecia há, pelo menos, dois anos a intenção de viagem para a região ultrapassou a marca dos 50%. De acordo com a sondagem do MTur os estados nordestinos vão receber, em maior número, moradores do Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo. Os de Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre
preferem o Sudeste, enquanto que os de Salvador apontam para o Sul. A opção por hospedagem em hotéis e pousadas cresceu em fevereiro, na comparação com o ano passado. No entanto, houve redução nas indicações sobre hospedagem em casa de parentes e amigos, de 39,7% para 36,9%. Em relação ao meio de transporte escolhido para as viagens que serão realizadas até agosto de 2017, houve crescimento na escolha pelo avião, de 51,9% para 57%. O brasileiro também deverá usar mais o automóvel, com aumento de 26,1% para 29,5%. Somente no item ônibus, houve decréscimo, de 14,6% para 11,6%. Embora 75,8% dos potenciais viajantes tenham dito que viajarão pelo Brasil, a Sondagem do Consumidor – Intenção de Viagem (MTur/FGV) registrou aumento no desejo de viagens para o exterior, de 17,1% para 23,3%. Comportamento que pode ser atribuído à queda na cotação do dólar em relação ao real. A Sondagem do Consumidor – Intenção de Viagem é uma pesquisa realizada em mais de 2 mil famílias em sete capitais brasileiras: Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. 29
ponto final Leila naVarro
O amor na construção da confiança
Entender as raízes da confiança (e da falta dela) em nossa vida me levou a estudar textos de psicólogos do século XX que lançaram as bases para a compreensão do nosso comportamento. Entre as várias teorias e abordagens que existem, adotei a do psicólogo alemão Erik Erikson (1902-1994) para fazer um paralelo com minhas ideias e percepções. Ele identificou oito fases no processo de amadurecimento do ser humano, sendo as cinco primeiras essenciais para o desenvolvimento do senso de confiança no meu modo de ver. Erikson chamou o período do nascimento até 18 meses de fase da confiança básica x desconfiança básica. Como somos incapazes de entender racionalmente o que se passa à nossa volta, apenas reagimos emocionalmente. Para nós, a realidade é polarizada: ou estamos no prazer ou na angústia, no aconchego ou no desconforto, na segurança ou no medo. Assim, se vivemos em um ambiente acolhedor, somos logo atendidos quando choramos, bem cuidados, amados e nutridos por nossa mãe, entenderemos instintivamente que podemos confiar nela e teremos nossas necessidades satisfeitas. Recebemos dessa forma os primeiros estímulos para projetar confiança nas pessoas e no mundo. Por outro lado, na medida em que não recebemos a atenção, o carinho nem os cuidados desejados, desenvolvemos sentimentos de insegurança, rejeição e desmerecimento, descrença na vida e no futuro. Psicólogos dizem que em situações extremas de falta de confiança básica, as pessoas são levadas a cometer suicídio. Na época de Erikson, a psicologia ainda não havia investigado muito as influências da vida intrauterina no comportamento humano. Se ele ainda estivesse vivo, talvez diria 30
que a confiança básica começa a se desenvolver dentro do útero, pois hoje sabe-se que algumas experiências que temos nessa fase podem influir em nosso comportamento, como explica a psicóloga clínica Odila Weighand. “Se a mãe passa uma gravidez tranquila, o feto se sente ótimo; se ela passa por um stress, doença ou problema mais sério, ele sente esse mal-estar também. A química da mãe afeta o filho, gerando desconforto, e como ele não é capaz de compreender isso, registra o desconforto como perigo”. O que chama atenção na maneira como Erikson descreve o desenvolvimento da confiança básica é a relação direta que ela tem com o amor. Afinal, atenção, cuidado, nutrição e aconchego nada mais são do que manifestações amorosas daqueles que nos cercam. Bem no começo da vida, o amor nos faz acreditar que as outras pessoas não nos prejudicarão e a vida nos trará o que precisarmos: é o que nos ensina a confiar! Defendo a tese de que a confiança precisa ser resgatada, pois ela é fator decisivo para a performance dos profissionais e das organizações no mundo globalizado. Na dimensão individual, a confiança predispõe a sonhar com objetivos mais elevados, ousar, enfrentar desafios, assumir riscos, desenvolver-se, expandir-se. Na dimensão organizacional, estimula as pessoas a relacionar-se de maneira mais aberta e franca, compartilhar experiências e conhecimentos, comprometer-se com os objetivos da empresa, engajar-se na solução de problemas e participar dos processos decisórios. Para transformar o nosso meio, a sociedade e até o mundo precisamos, no plano individual, alinhar o alicerce da confiança em nossas vidas e isso naturalmente se refletirá ao nosso redor! Pense nisso! Leila Navarro é palestrante motivacional com reconhecimento no Brasil e no exterior. Autora de 15 livros, entre eles, Talento para ser Feliz, Talento à prova de crise e A vida não precisa ser tão complicada e, mais recentemente, O poder da superação e Obrigado, equipe. Saiba mais em www.leilanavarro.com.br
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