Desde 1992
Ano 14 | Número 128 | 2016
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r e s e d a i c n ê s s Ae s o r u g e s e d r o t e corr
Corretores de seguros buscam a qualificação profissional e ampliam a rede de relacionamentos, fatores imprescindíveis para o desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional
PORTO SEGURO VIDA MAIS MULHER. SUAS CLIENTES PRECISAM É DE MAIS ATENÇÃO, MAIS SEGURANÇA E MAIS TRANQUILIDADE.
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Carta ao leitor Retomada do crescimento Edição da Carta de Conjuntura do Setor de Seguros lista alguns indicadores que permitem reforçar a expectativa de crescimento econômico em 2017. De acordo com a publicação, assinada pelo Sincor-SP, com elaboração da Rating de Seguros Consultoria, a queda do dólar comercial, a bolsa de valores operando em alta e o PIB para o ano de 2016 são os principais fatores para essa confiança. As projeções apontam um crescimento de 6% a 7% para a indústria do seguro. Valores superiores ao resultado do exercício anterior, quando o setor registrou um crescimento de 5%. A expectativa dos agentes econômicos é que essa melhora seja acelerada para resolver o problema de outras variáveis, como a taxa de emprego. Há muito, o mercado de seguros vem se alinhando como um dos esteios para retomada do crescimento. Demonstrando ser mais forte que a crise, o setor segue em alta, representa hoje 6,2% do PIB do Brasil, segundo o Relatório de Sustentabilidade do Setor de Seguros, divulgado pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNseg). Em 2011, a representatividade do setor na economia era de 4,98%. O Editor
Fotos Capa: 17º Conec, em São Paulo Crédito Fotos/Sincor/SP
SEGURAD R BRASIL
Expediente
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Ano 14 | Número 127 | 2016
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Sumário Seguro online A evolução da tecnologia obriga os profissionais liberais a se atualizarem em suas atividades sob pena de perderem mercado. Essa regra vale evidentemente para os corretores de seguros, que precisam paulatinamente se adequar às novas mudanças no setor. Pág. 6 Capa Corretores de seguros buscam a qualificação profissional e ampliam a rede de relacionamentos, fatores imprescindíveis para o desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional. Veja o que aconteceu no 17º Conec. Pág. 12 Seguros Pessoais Por iniciativa da SBCS – Sociedade Brasileira de Ciências do Seguro e a i2S, líder de mercado, em Portugal, de soluções de software para a indústria seguradora, foi realizado em São Paulo o Seminário Internacional de Inovação em Seguros Pessoais. Cinco renomados palestrantes falaram sobre as tendências no mercado e tecnologia. Pág. 26 Microsseguros O Play Pet, aplicativo que utiliza a tecnologia da realidade aumentada, a mesma do Pokémon Go, é o primeiro produto integrado às técnicas de gamificação e geolocalização para venda de microsseguros e títulos de capitalização. Trata-se de de uma inovação na venda remota de produtos financeiros ao utilizar o cartão pré-pago e recarregável como instrumento de pagamentos. Pág. 29 Salário da mulher O salário médio das mulheres no setor de seguros corresponde a 72% dos ganhos obtidos pelos homens. Nas seguradoras, eles recebem salário médio de R$ 5.371, enquanto o delas gira em torno de R$ 3.858. Os números fazem parte do 2º Estudo Mulheres no Mercado de Seguros no Brasil, realizado pela Escola Nacional de Seguros. Pág. 32 Artigos Previdência Complementar ou Seguro de Vida. O que contratar?, por Dilmo Bantim Moreira (foto). Responsabilidade legal do corretor de seguros, escrito por Antonio Penteado Mendonça. Estes são os temas dos nossos articulistas nesta edição. Pág. 24 e 28
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especial
Seguros online é caminho sem volta
Carlos Alberto Pacheco A evolução da tecnologia obriga os profissionais liberais a se atualizarem em suas atividades sob pena de perderem mercado. Essa regra vale evidentemente para os corretores de seguros, que precisam paulatinamente se adequar às novas mudanças no setor. De um modo geral, os consumidores, sobretudo aqueles da geração “Y”, desejam ser atendidos pelos canais digitais – Facebook, Twitter e WhatsApp. Isso sem falar que as compras de produtos pela internet já são uma realidade palpável em todo o país. Em suma: o corretor que não se atualizar ficará para trás. “Acredito que ainda estejamos numa fase muito embrionária do uso de tecnologias pelo corretor. Antes mesmo de pensarmos na aplicação de ferramentas tecnológicas para o processo de venda, tanto na aquisição como na manutenção da carteira, os correto6
res deveriam pensar muito seriamente em aplicar a tecnologia para otimizar o processo de gestão de sua empresa”, adverte o coordenador da Comissão de Tecnologia do Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo (Sincor-SP), Marcelo Blay. Além deste aspecto, será que o profissional está devidamente aparelhado em lidar com as novas ferramentas? Há um grande caminho, porém, a ser pavimentado. Na visão de Blay, não basta apenas focar na prospecção e fidelização dos clientes, pois tal tarefa obrigará o corretor a atendê-los numa escala bem maior, de forma personalizada. O problema é a falta de estrutura. Para o coordenador do Sincor-SP, o problema pode colocar em risco a qualidade do serviço, “dado que todo o processo de gestão da efetivação da proposta em apólice e o pós-venda terá de ser feito manualmente ou com sistemas não
Divulgação
Revista JRS
A venda de produtos no mundo digital exigirá do corretor conhecimento, estrutura de comercialização e domínios dos canais específicos de comunicação
Blay: corretores devem pensar seriamente em aplicar a tecnologia para otimizar a gestão de sua empresa
Escola Nacional de Seguros/Divulgação
Cláudia: internet traz o potencial cliente para dentro da corretora
apropriados ou modernos”. Mediante esse quadro, as corretoras online procuram aproximar-se do cliente para captar as suas necessidades. Via de regra, tais corretoras se
apresentam em vários canais, como o Facebook e WhatsApp, facilitando esta aproximação. O consumidor pede esclarecimento de dúvidas e envia sugestões na plataforma de sua preferência.
Embora nem todos os corretores tenham esse modus operandi, o caminho é inevitável. A Bidu Corretora sugere ao profissional que divulgue conteúdos sobre seguro, desmistificando-o num determinado perfil, como, por exemplo, o blog. É uma das estratégias para estreitar a relação. “O mercado de seguros é, fundamentalmente, um mercado de relacionamento. O cliente quer saber se pode contar com o seu corretor sempre que precisar - a tecnologia apenas torna esse processo mais dinâmico”, esclarece Marcella Ewerton, da área de Comunicação Institucional da Bidu Corretora. Embora o atendimento por telefone continue sendo muito utilizado no meio, especialistas alertam para a questão da otimização do tempo. Indiscuti-
“Quem não se inserir no mercado digital, estará morto” APTS realizou o seminário “O Seguro na era do e-commerce: A viabilidade e o futuro do canal online”
Quando se fala em seguros online obviamente a referência direta é o e-commerce. Esta é considerada uma operação complexa? É fato que os bancos e o varejo monopolizam o interesse do consumidor porque ocupam espaços de empresas do canal online. Dias antes de participar de seminário promovido pela Associação Paulista dos Técnicos de Seguro (APTS), que apresentou o tema “O Seguro na era do e-commerce: A viabilidade e o futuro do canal online”, o CEO da Minuto Seguro, Milton Blay, comentou sobre a ferramenta do e-commerce para a reportagem de Segurador Brasil. “No que se refere ao mundo online, as grandes dificuldades estão nos processos operacionais em si, dado que as
atividades para concretização da venda dependem de uma grande quantidade de intervenções”, adverte Blay. No seu entendimento, no seguro de automóvel, por exemplo, em que é possível obter cotação online, caso o risco necessite de uma vistoria e/ou alguma pendência documental, “a venda é interrompida até o entrave se resolver”. Blay cita um segundo exemplo: o endosso. Para ele, nos dias de hoje é impossível ter uma operação 100% online para a emissão de um endosso com devolução de prêmio. O CEO aconselha que haja um debate no mercado “para a busca de padronização de tarefas não estratégicas, basicamente operacionais”. O objetivo final seria o de facilitar a vida de segurados, corretoras e seguradoras, permitindo inclusive reduções de custos nas transações. Dificuldades à parte, o corretor foi provavelmente o primeiro a descobrir as potencialidades do e-commerce no setor dos seguros e as vantagens da rede mundial de computadores neste campo. “Num mundo que vive conectado e com as mudanças de hábitos dos consumidores, os corretores vislumbram a internet, atualmente, como uma ferramenta de trabalho indispensável ao seu negócio”, 7
enfatiza a consultora Solange Vasconcelos, do Comitê de Seguros da camara-e.net. Segundo a consultora, a internet pode influenciar positivamente de muitas maneiras no trabalho do profissional e não só no e-commerce. E enumera algumas destas formas, como no contato com o cliente, na velocidade das respostas, na maior oportunidade de conhecimento das necessidades das pessoas e empresas, em relação aos riscos a segurar, e, sobretudo, “na melhoria de processos, que se traduz, em última instância, em economia de tempo e de recursos”.
Novas tecnologias Durante o evento realizado pela APTS, o CEO da Thinkseg, André Gregori, destacou mudanças importantes no âmbito dos seguros com a incorporação de novas tecnologias, cujo fenômeno definiu como “caminho sem volta”. Na avaliação de Gregori, o Brasil está atrasado em matéria de operações online em relação aos países que visitou nos últimos anos. Um dos mecanismos que estabelece essa diferença de realidades são os chats comandados por robôs no atendimento ao cliente. Além disso, Gregori reconhece que há desafios a serem vencidos pelos corretores como a pouca familiaridade do consumidor velmente, consumidores seguem a tendência observada em outros segmentos do mercado de desejar serem atendidos pelos canais digitais. Nada substitui o contato físico – é certo, mas os mecanismos online consolidam o início de uma relação que pode ser próspera e duradoura. “No Brasil, as pessoas físicas basicamente compram seguros de automóveis e as jurídicas, os de saúde. A grande questão é a disseminação da cultura de seguros como um todo”, emenda Blay.
Fomento às vendas A corretora de seguros, coaching e empresária Cláudia Simplicio ministrou recentemente uma palestra online pela Escola Nacional de Seguros com o tema “Saiba como utilizar a internet para facilitar vendas, captar e persuadir potenciais clientes, criando relacionamento on-line para fomentar o processo de vendas de qualquer corretora 8
de seguros com o canal online e a sua preferência pelo contato telefônico. Já o CEO da H&H Corretora de Seguros, Richard Hessler Furck, afirmou sua convicção de que os seguros oferecidos por meio eletrônico estão distantes do cotidiano de pequenos e médios corretores. Há seis anos fundou a corretora Seguro Barato, mas fracassou. “O universo digital era mais complexo do que eu pensava”, afirmou. Furck descobriu novos conceitos no mundo digital, confirmando as observações feitas por Claudia Simplício na palestra online ministrada na Escola Nacional de Seguros. Estes conceitos se resumiriam a cookies, gestão de sites, design responsivo e um que ganha cada vez mais espaço nas vendas automatizadas: o SEO – otimização de sites. Na visão do CEO da H&H Corretora, a prospecção de prospects (leads) na internet é “cara e a retenção de clientes é menor”. O executivo pondera que a conversão de leads em negócios exige investimentos em manutenção de uma equipe específica, mais onerosa comparada à montagem de um grupo convencional de profissionais. Apesar do grau de dificuldade encontrado nesse meio, Furck é taxativo: “O mercado digital é o futuro e quem não se inserir nele estará morto”.
de seguros”. Cláudia não tem dúvidas: a internet traz o potencial cliente para dentro da corretora. Segundo ela, a venda pode ser tanto online ou off-line pela rede, dependendo da natureza do produto, e o trabalho automatizado viabiliza o ato do pós-venda. Antes, contudo, deve se superar alguns gargalos. Por que a internet não funciona para alguns corretores? A palestrante reuniu cinco fatores que determinam este impedimento. O primeiro deles diz respeito à falta de uma estratégia, tanto na abordagem quanto no contato presencial. O segundo e terceiro item estão integrados. Não bastar ter apenas um site sem que haja uma mediação específica. “É preciso medir o analytics do site, o seu tráfego – ele por si só não vende”, alerta. Os dois últimos obstáculos se referem à ausência de controle do ROI (Retorno Sobre Investimento) e a ideia de que montar um site, por exemplo, é mais difícil que
verdadeiramente é. “Ninguém fica rico sentado no sofá”, ressalta a corretora. Em termos de estratégia, Cláudia salienta que há “infinitas possibilidades” de escolha e cada qual pode criar a sua. Há alguns cuidados a seguir. O primeiro deles é identificar o público-alvo de acordo com o grau de interesse de um produto específico. Em seguida, deve-se mensurar o tráfego mediante o acesso do público ao portal. Depois, faz-se a captura do lead, ou seja, identificar o potencial cliente (prospect) com base no seu nome, telefone e e-mail. Estreitar o relacionamento, ser persuasivo ao transmitir o conhecimento sobre seguros e agregar valor aos produtos complementam a estratégia. A corretora de seguros adverte ainda sobre alguns questionamentos sobre a venda pela internet. “Como vou dispor de dinheiro ou atuar de forma enxuta em face do volume de recursos? Dá para trabalhar na inter-
net com orçamento próximo de zero”, garante. É fundamental estabelecer – segundo a empresária – as ferramentas. “Há bastante conteúdo no YouTube e em alguns blogs”, diz. E emenda: “É possível conseguir clientes no LinkedIn, Twitter e Facebook”. Este último ela define como uma “mina de ouro”. Em sua opinião, o custo de
tais ferramentas por prospect é muito pequeno em comparação a outras disponíveis na rede. De um modo geral, os corretores brasileiros já sabem que o processo de venda pela internet, se, por um lado, exige trabalho e dedicação no passo a passo na elaboração de um plano, por outro, é uma tendência irreversível e
adaptável a determinados cenários. A vontade de aprender e dominar a técnica de prospecção no mundo digital já faz a diferença no mercado. “É preciso atitude e ações bem delineadas”, ressalta Cláudia. “Os canais digitais são um trunfo indiscutível para o profissional”, acrescenta o corretor paulista Paulo dos Santos.
Sincor-SP/Divulgação
Consumidor na era digital Palestrantes abordaram os diferentes perfis do cliente e a forma ideal de atendê-lo
Durante a 17ª edição do Congresso dos Corretores de Seguros (Conec), em São Paulo, um dos painéis que atraiu mais a atenção dos participantes foi “Tecnologia – o consumidor no comando”. Os palestrantes avaliaram o perfil de potenciais clientes que têm forte presença online. O head do setor de Finance no Google Brasil, Guilhermo Bressane, revelou que, mensalmente, são feitas 12 milhões de pesquisas relativas a seguros. Segundo ele, o consumidor que consulta o Google está interessado na compra, portanto, cabe aos fornecedores conhecer esse público e saber como conquistá-lo. Já Rafael Caetano, diretor de marketing da Porto Seguro, disse que cada geração lida com a tecnologia de forma diferente. É preciso conhecer o impacto de cada uma no seu perfil de compra. “A cada geração, mudam os valores, a relação com o seguro, a maneira como fazem negócios e a voz de cada um”, reiterou.
Dino Draghi, executivo líder de seguros para mercado financeiro da IBM, por sua vez, ofereceu sugestões para se aproximar do público-alvo, entre as quais, a personalização – “o cliente espera algo direcionado a ele. Ser genérico não é mais uma opção” – e novos conteúdos – “é preciso transmitir conteúdos que agregam valor e que não serão simplesmente encontrados em uma busca na internet”. Na visão de Marcelo Blay (Sincor-SP), a maneira de evoluir as soluções online e conquistar esse público envolve maior integração de sistemas entre seguradoras e corretores. Uma surpresa: os corretores presentes no painel mostraram que estão atualizados no uso de tecnologias para atender a seus clientes conectados. Em enquete feita durante a palestra, 76,3% dos participantes informaram que já fazem algo relacionado a tecnologias. Os que ainda não fazem nada a respeito e pretendem fazê-lo em breve somaram 23,7%. 9
Indústria será transformada pela tecnologia O economista e diretor da Rating de Seguros, Francisco Galiza, divulgou recentemente relatório publicado pela Insurance Networking News – noticiário do setor veiculado em celulares – intitulado 13 EmergingTechs: HowInsurers Are Progressing (Treze novas tecnologias: como as seguradoras estão progredindo). Este estudo foi preparado pela consultoria norte-americana StrategyMeetsAction (SMA). O relatório apresenta tecnologias, tais como drones, internet das Coisas eblockchain e avalia como as seguradoras estão fazendo em incorporá-las em seus negócios. “Embora as novas oportunidades envolvam a combinação de várias tecnologias, é preciso avaliá-las individualmente e entender quais são as que contribuem para a transformação da indústria; quais áreas as seguradoras estão ativas e os planos de investimento para o futuro”, explica o consultor Mark Breading. Galiza citou as 13 tecnologias, agregando a cada uma rápido comentário:
6 – Gamification. “Mecanismos lúdicos que aumentam a interação com a empresa. Pode ter um crescimento mais lento no setor”. 7 – Inteligência artificial. “Será usado inicialmente nos processos internos das empresas, antes de vir ao público”. 8 – Web semântica. “Modelo sofisticado de internet que irá facilitar a busca e análise das informações. Para o futuro apenas, talvez, daqui a dez anos”. 9 – Blockchain. “Tecnologia a ser utilizada troca de informações da empresa. Efeito interno”. 10 – Biotecnologia e estudo de genomas. “A serem usados, sobretudo, em seguro de vida”. 11 – Impressão 3D. “Utilização na área médica ou na reposição de bens. Disponibilizado na liquidação de sinistros”. 12 – Robótica avançada. Útil em trabalhos mais perigosos. Isso poderá afetar os riscos destes processos. 13 – Realidade virtual. “A ser usada em regulação ou gerenciamento de ris1 – Internet das Coisas (Internet of cos, por exemplo”. Things – IoT). “Maior crescimento em seguros de ramos elementares”. Segundo Mark Breading, as com2 – Drones. “De alguma forma, 6% panhias mundiais, sobretudo as da das seguradoras já utilizam essa tecno- América do Norte, devem considerar logia”. de que forma tais inovações irão afetar 3 – Veículos sem motorista. “Em o risco, a experiência do cliente e as uma década, os seus efeitos já serão operações. “As seguradoras acreditam sentidos no setor de seguros”. que muitas destas tecnologias têm o 4 – Novas formas de pagamento poder de transformar a indústria den(tipo bitcoins). “Em cinco anos, o setor tro de três a cinco anos”. Contudo faz de seguros já estará utilizando”. uma ressalva: “A atividade, os níveis de 5 – Wearabledevice. “Dispositivos investimento e urgência são elevados tecnológicos que o usuário utiliza,como aos padrões da indústria e insuficientes pulseiras ou relógios, terão um cresci- para manter o ritmo com as mudanças mento rápido nos seguros”. que estão se desenrolando”. 10
Galiza comentou as 13 tecnologias de relatório preparado pela consultoria SMA
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capa
Fotos/ textos - Sincor-SP
Elo entre o seguro e o consumidor
O papel fundamental do corretor de seguros reforça a importância da capacitação profissional e conhecimento para um melhor atendimento ao consumidor O 17º Conec (Congresso dos Corretores de Seguros) cumpriu seu principal objetivo: o de proporcionar aos corretores de seguros o acesso direto à qualificação profissional e ampliação da rede de relacionamentos, fatores imprescindíveis para o desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional. Promovido pelo Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo (Sincor-SP), no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, o evento reuniu de 6 a 8 de outubro quase seis mil congressistas. Fazendo jus ao seu tema: “Aprender, Empreender e Ser – Corretor de seguros, o caminho seguro da distribuição”, o evento apresentou mais de 30 horas de palestras voltadas à quali12
ficação profissional e pessoal. Além da oportunidade ímpar de um contato direto com as principais lideranças do setor e os maiores players do mercado. Em seu discurso de abertura, o presidente do Sincor-SP, Alexandre Camillo, exaltou a força da categoria. “Aqui temos a melhor e a maior demonstração da pujança dos corretores de seguros. Em plena retração econômica, o setor continua crescendo. O corretor é o fiel da balança, o responsável pela manutenção do equilíbrio do mercado de seguros”. A retomada da economia e os rumos políticos no Brasil estiveram no foco das análises e reflexões no bate-papo que reuniu os jornalistas William Waack e Mara Luquet e o historiador
e professor Marco Antonio Villa. Conciliar o rápido crescimento econômico com as grandes demandas da sociedade, o contínuo e intenso combate à corrupção e a impunidade deflagrados com a Operação Lava Jato foram caminhos apontados como via de saída para os problemas do País. Temas relevantes como os rumos da saúde suplementar, o agronegócio, tecnologia, certificação digital e a distribuição de seguros estiveram no centro dos debates. As conclusões e certezas finais convergiram de forma unânime para a existência de um amplo território a ser explorado. Paralelamente ao evento, aconteceu a Exposeg, com a exposição das maiores seguradoras do Brasil.
Política e o setor de seguros devem andar de mãos dadas É num momento atual como o que vive o País – onde a atividade política é repudiada por boa parte da população –, que não podemos nos distanciar da política e de seus atores, sobretudo para brigar por transformações necessárias para a sociedade e, também, para representar lutas de setores importantes como o do mercado de seguros. A opinião firme é do presidente do Sincor-SP, Alexandre Camillo, apontada no painel “Nosso negócio seguro em conjunto com uma nova política”, durante o 17º Conec. Citando o quanto a política séria e comprometida com a ética pode engrandecer uma determinada categoria, Camillo citou o exemplo do trabalho realizado à frente do Sincor-SP nestes últimos dois anos. “Hoje, vivemos um
momento de integração e isso renova nossas esperanças para o que podemos fazer ao nosso setor, especialmente aos corretores de seguros”, afirmou. O presidente da Fenacor, Armando Vergílio dos Santos Junior, também acredita que a política deve ser usada
para transformar a realidade. “É nesse momento que deveríamos reagir e nos interessar mais pela política. Você participa da política quer queira ou não. Ou ativamente ou de forma omissa. Melhor, então, que seja ativamente. Uma forma delas é participar do Sindicato. Não é 13
O que falta para nossa sociedade é que ela deixe de ver mais o mercado de seguros como um gasto e aprenda a enxergá-lo como um investimento
adequado que se culpe todo o meio político, mas que se cobre dele a solução que tem que existir”, concordou. Mediado pelo advogado e consultor do Sincor-SP, Antonio Penteado Mendonça, o objetivo do painel era aproximar mais os corretores de seguros com os bastidores e os debates que ocorrem no Congresso Federal em relação ao setor de seguros. “Alexandre foi feliz em escolher esse tema e me considero feliz por moderar”, emendou. Depois, foi a vez de Evaldir Barboza de Paula, coordenador da Comissão Político-Parlamentar do Sincor-SP, explicar em linhas bem gerais aos congressistas um pouco do trabalho interno da comissão que ele integra no sindicato paulista. “Recebemos projeto de lei via mídia ou através de pesquisa e, quando eles vêm à comissão, avaliamos a matéria pertinente, se tem relevância ou não. Nossa comissão faz essa avaliação prévia. Se estamos lidando com seguro de automóvel, por exemplo, encaminho para comissão de automóvel fazer essa decisão. Esse é o trabalho”, contou. Uma novidade apresentada durante o painel foi uma parceria, ainda em processo de discussão e fechamento, de 14
levar um curso de seguro para crianças e adolescentes das escolas do Estado de São Paulo. Quem revelou a novidade foi o próprio secretário de Educação do Estado presente no evento, José Renato Nalini. “Fico contente que o setor de seguros tenha despertado para essa realidade. Estamos esperançosos em trazer a educação securitária e noções éticas de seguro para infância e juventude”, ressaltou. O deputado federal Lucas Vergílio, do partido Solidariedade e um dos responsáveis em defender o setor de seguros na Câmara dos Deputados, explicou que falar de uma nova política para o mercado de seguros envolve o aspecto legal e o político. O primeiro, explicou, é propor novas leis e projetos e estar atento às discussões que ocorrem na Câmara. “E o aspecto político é falar e inserir o mercado de seguros para a sociedade brasileira sempre que surge uma oportunidade”, disse. O que falta para nossa sociedade, defende o deputado, é que ela deixe de ver mais o mercado de seguros como um gasto e aprenda a enxergá-lo como um investimento. “Esse é um dos grandes desafios em termos de educação”,
ressaltou, acrescentando: “Tem corretores do Brasil inteiro aqui e fica o chamado para que possamos cobrar dos nossos representantes políticos um olhar a nosso segmento, aquele que, sim, faz com que as famílias durmam e acordem bem”. Corretores, na visão do também deputado federal Floriano Pesaro, do PSDB, são pessoas que dão paz e tranquilidade à população, porque são agentes de proteção social. Os novos tempos, ressaltou o parlamentar, exigem novos modelos de gestão e o Estado deve e pode participar dessa construção com políticas públicas. “Há uma possibilidade imensa de contribuição do corretor na área social. O Estado deve criar políticas públicas que incrementem novos produtos de seguros”, defendeu. Essa caminhada entre política e setor de seguros, ressaltou Lucas Vergílio, encontrou mais eco com o atual Governo Federal. Para confirmar isso, o deputado mostrou que o atual governo colocou um corretor de seguros para dirigir a Susep, o que mostra interesse da atual gestão em abrir mais portas para diálogos com a categoria.
Retomada da economia e corrupção Refletir sobre os rumos políticos e econômicos para o Brasil nos próximos anos foi a reflexão proposta no Conec na palestra “Passando o Brasil a limpo“. Corrupção, impunidade, sucesso da Lava Jato e a retomada do crescimento econômico foram os temas abordados no bate-papo entre o jornalista William Waack, a especialista em finanças pessoais, Mara Luquet, e o historiador, professor e comentarista da rádio Jovem Pan (SP), Marco Antonio Villa. Para Waack, essa crise e o momento político do País têm um componente importante, que é o da população acordar para as decisões que são tomadas na política. Além disso, ele observou que não dá para falar de política sem se referir à economia e que boa parte dessa crise é, entre outros fatores, devido ao crescimento dos gastos públicos, que jogou o Brasil num “buraco fiscal”. Na avaliação de Villa, o Brasil mudou nos últimos dois anos e as manifestações organizadas pela sociedade civil atestam essa mudança. Segundo o historiador, as pessoas estão aprendendo a construir uma democracia e devem fazer marcação cerrada em cima dos três poderes. Uma questão bastante ressaltada por ele é que não tem como se falar em crescimento econômico sem tratar do problema da corrupção e da impunidade. Por isso, Villa entende que o eixo central para crescer é o Congresso aprovar as 10 medidas contra a corrupção encaminhadas pelo Ministério Público Federal. “É a coisa mais importante, a mãe de todas as reformas. Temos que acabar com impunidade. No Brasil, o crime compensa e, para não compensar, tem que aprovar essas medidas. O Brasil mudou a partir desses últimos dois anos”, opinou Villa, que ressaltou ainda os feitos inéditos e benéficos que a operação Lava Jato
“Nesse momento da economia, uma figura que está sendo muito bem requisitada é a do corretor. Todas essas incertezas criam oportunidades para que vocês sejam os protagonistas nesse momento. Na reforma da previdência, corretores terão um papel fundamental em assessorar as famílias” Mara Luquet, especialista em finanças pessoais
e o papel desempenhado pelo juiz Sérgio Moro trouxeram para o Brasil. A questão econômica ficou a cargo da especialista Mara Luquet. Uma das perguntas feitas pela plateia era saber se o atual momento da economia poderia favorecer os corretores. De acordo com Mara, este é um momento interessante para a categoria por conta da expectativa da reforma da previdência. “Nesse momento da economia, uma figura que está sendo muito bem requisitada é a do corretor. Recebo uma avalanche de perguntas preocupadas com a reforma. Esse mercado está tranquilo e favorável. Todas essas incertezas criam oportunidades para que vocês sejam os protagonistas nesse momento. Na reforma da previdência, corretores terão um papel fundamental em assessorar as famílias”, garantiu Mara, que também faz comentários na rádio CBN e no Jornal da Globo. Outra questão levantada pela especialista em finanças pessoais é a aprova-
ção de medidas impopulares que o atual Governo Federal precisa tomar, como a proposta de emenda constitucional que segura os gastos públicos, tema em discussão pelo Congresso Federal. “O atual governo precisa realizar um ciclo de reajustes para ativar a economia. Para que isso acontecer, é importante que o Congresso trabalhe. É importante que essa PEC de contenção de gastos passe”, apontou. Por fim, Villa considerou que o grande desafio do País é equilibrar o crescimento rápido da economia com as grandes demandas da sociedade. O segredo, garantiu o historiador, é o combate intenso à corrupção. “Os males da corrupção são tão devastadores, que os problemas demoram para serem sanados. Precisamos de instrumentos eficazes de controle e punição para corruptos. Esta é a questão central. Vamos crescer pouco, porque a corrupção desestimula a economia e acaba com a democracia”, pontuou. 15
Um campo a ser explorado
Para entrar nesse mercado, dado as muitas peculiaridades, é preciso estudar e entender bem o negócio. “É necessário persistência, é uma área complexa, mas que pode trazer importantes retornos” Hoje, a agricultura brasileira representa 46% das exportações e 21,5% do PIB nacional. E atuar no setor pode ser uma ótima alternativa para os corretores que desejam trabalhar em um ramo promissor no mercado de seguros. Essa foi a indicação do “Fórum de Agronegócios“, no Conec. “O Brasil hoje é o primeiro produtor e exportador de açúcar, café, suco de laranja. Estamos muito bem situados no mercado agrícola mundial, o governo tem investido no Programa de Subvenção, e o seguro é um dos principais instrumentos de política agrícola”, explicou Celio Porto, coordenador de políticas agrícolas do Instituto Pensar e membro da Frente Parlamentar de Agropecuária. “Por isso, queremos neste painel justamente mostrar uma opção a mais para o negócio de vocês. Existem muitas oportunidades”, diz Álvaro Bucceroni, membro da Comissão 16
Wady Cury, Grupo BB-Mapfre Rural do Sincor SP. Mas, atenção: para entrar nesse mercado, dado as muitas peculiaridades, é preciso estudar e entender bem o negócio. “É necessário persistência, é uma área complexa, mas que pode trazer importantes retornos”, disse Wady Cury, executivo do Grupo BB-Mapfre. Foi o que fez David Elias, corretor de seguros e especialista em seguro rural, que atua na região de Ibiúna e tem o seguro agrícola como principal produto de seu negócio. “Não é do dia para a noite que se entra nesse ramo, mas tenho muitos amigos que estudaram e tiveram êxito. Tem muito campo para ser trabalhado”, afirmou. E essa situação pode ser comprovada pelos números. Em todo o Brasil, em um universo de cerca de 90 mil correto-
res, existem apenas 270 especialistas em seguro agrícola, com a grande maioria concentrada no Sudeste e Sul. “Queremos ajudar os corretores a atuarem em todo o Brasil, devemos ensinar e aculturar os outros Estados”, afirmou Antonio Americo de Aquino, coordenador da Comissão Rural do Sincor-SP. Para isso, a entidade planeja realizar seminários e treinamentos sobre o produto nas regiões em que atua. Para Karen Regina Rodante, congressista da região de Araras, interior de São Paulo, e que também atua com seguro de animais de corte e de leite, o fórum foi muito importante por contar com painelistas de peso e tratar desse tema “que tem muito a ser explorado, mas poucos profissionais se especializando no ramo”.
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Seguro de transportes, um novo rumo para as corretoras
Investir em novas estratégias de negócios, abraçando nichos pouco explorados, pode alavancar os resultados das empresas corretoras de seguros, colocando-as, inclusive, em posição de destaque frente à concorrência. O assunto foi discutido no Conec durante o “Fórum de Transportes“. Entre a gama de seguros que pode significar novas oportunidades e negócios está o de transportes. “Este é um nicho de mercado com imenso potencial, pois é grande a demanda e ainda são poucos os corretores especializados”, disse Edson Fecher, conselheiro fiscal do Sincor-SP. Hoje, em todo o Estado de São Paulo, apenas 500 corretores são totalmente especializados no segmento. De fato, uma das grandes vantagens deste tipo de seguro é a alta demanda pelo produto. O seguro de transportes é obrigatório, o que o coloca à frente de outras modalidades. Além disso, o modal rodoviário transporta 60% do PIB brasileiro, sendo o transporte de cargas estratégico e vital para a economia. “E é um mercado dinâmico e extremamente vulnerável, principalmente devido aos riscos 18
de roubos e acidentes.”, explicou Artur Santos, vice-presidente do GPS Pamcary. José Geraldo da Silva, coordenador da Comissão de Transportes do Sincor-SP, também enumerou as vantagens deste setor: o seguro de transportes serve como ferramenta de fidelização de clientes, o comissionamento é mensal – o que contribui com a sustentabilidade financeira da empresa, e principalmente a maior remuneração, quando comparado ao seguro de auto. “A comissão de corretagem por negócio pode equivaler até a 12 vezes o ganho obtido no seguro de automóvel”, explicou. Outra boa notícia é que as seguradoras estão dispostas a colaborar para que os corretores entrem nesse segmento. “As seguradoras estão totalmente interessadas nesse ramo e em ter novos corretores, até mesmo investindo na oferta de serviços e produtos para os nichos deste mercado”, afirmou Claudinei Costa, superintendente técnico da Seguros Sura. De acordo com enquete realizada durante a apresentação, cerca de 52% dos congressistas que participaram do
Fórum não trabalham com seguro de transportes. “Muitos de nós temos receio, mas hoje mudei o meu pensamento. Os especialistas daqui acabaram de ganhar um novo concorrente no ramo de seguro de transportes”, disse Ezaqueu Antonio Bueno, da Comissão de Riscos Patrimoniais do Sincor-SP.
Uma das grandes vantagens deste tipo de seguro é a alta demanda pelo produto. O seguro de transportes é obrigatório, o que o coloca à frente de outras modalidades Para Wilson Taveshi, congressista de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o Fórum foi importante para incentivar a participação nesse mercado. “Por isso vim aqui, atualizar meu conhecimento sobre esse produto, o que pode ajudar a mim e ao meu negócio”, afirmou.
Saúde tem remédio?
A saúde suplementar privada hoje, no Brasil, supera, em termos de orçamento, a saúde pública. O orçamento anunciado para o Sistema Único de Saúde (SUS) em 2017 é de R$ 102 bilhões, enquanto o privado será de 187 bilhões. Se por um lado esse número fortalece o setor de seguros, ele gera um alto número de atendimentos e procedimentos. A abordagem foi trabalhada no Conec durante o painel “Saúde tem remédio“. Solange Mendes, presidente da FenaSaúde, comentou que, ao ano, são feitos mais de 1,4 bilhão de procedimentos diversos. Ela explicou que esse é um dos desafios do setor e é preciso se questionar se esses recursos estão sendo usados de maneira eficiente ou sendo apenas desperdiçados. Cássio Zandoná, diretor Nacional de Vendas da Amil, informou que 70% dos exames têm resultado normal, e 30% nem chegam a ser retirados. Ele reiterou a importância de evitar desperdícios, por meio de uma reeducação do sistema, incluindo todos os seus players. E citou ainda o custo como um entrave para alcançar
“Do ponto de vista de sustentabilidade do sistema, é preciso enfrentar o desafio de ser um País em desenvolvimento, com custo de primeiro mundo” Cássio Zandoná, diretor Nacional de Vendas da Amil uma cobertura maior. “Do ponto de vista de sustentabilidade do sistema, é preciso enfrentar o desafio de ser um País em desenvolvimento, com custo de primeiro mundo”, afirmou. Dentro dos custos, Solange mostrou a disparidade de valores, que precisa ser equilibrada. Ela exemplifica que um marcapasso no mercado brasileiro tem preço mínimo de R$ 29 mil e máximo de R$ 90 mil. Outro desafio comentado por Solange é o alto número de ações jurídicas no setor. Nessa linha, Raquel Giglio, diretora Técnica e de Relacionamento com Clientes da SulAmérica Saúde, comentou o que pode ser feito para melhorar esse índice. De acordo com ela, os custos com ações judiciais cresceu 700% entre 2010 e 2016. Mas ela propõe soluções para evitar esse número no futuro: juízes especializados em saúde, ferramentas de suporte para
consultas e núcleos de apoio técnico. “Esse é um tema relevante e custoso que não é problema só das seguradoras, ou do governo. É um problema de todos”, completou. Mas qual deve ser o papel do corretor nisso? Ariovaldo Bracco, coordenador da Comissão de Saúde do Sincor-SP, destacou a importância de conhecer muito bem o produto e conscientizar os clientes. Para ele, existe uma responsabilidade implícita na saúde e essa venda deve ser qualificada. “É responsabilidade de todos orientar o cliente, se aprofundar e conhecer o produto para passar as informações corretas”, disse. Assistindo ao painel, a corretora Ligia Engels, de São Paulo, recebeu o recado que o remédio para o setor de saúde é de orientar. “Cabe ao corretor passar as informações exatas para que o cliente saiba seus direitos”, comentou. 19
Por que não seguro de vida?
Dica para aumentar o negócio (Seguro de Vida): conhecer o cliente e fazer a revisão periódica de coberturas e produtos Raphael de Carvalho, CEO da MetLife De acordo com dados divulgados no Conec durante o painel “Vida – a longevidade do nosso negócio“, apenas 10% da população brasileira tem seguro de vida atualmente, sendo que a maior parte é oferecido por empregadores. Se contar apenas pessoas físicas, esse número diminui para menos de 1%. A oportunidade, então, existe. Então por que os corretores não estão focando nisso? Ricardo Iglesias Teixeira, presidente executivo da Centauro-ON Vida e Previdência, comentou que o corretor é o único que está próximo o suficiente do cliente para entender o que ele está passando e o que precisa. Ele afirma o potencial desse mercado, contabilizando R$ 20 bilhões em apólices não vendidas no último ano. Para mostrar aos corretores as possibilidades de vida, Guilherme Hinrichsen, vice-presidente Comercial Regional
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São Paulo da Icatu Seguros, calcula que a remuneração do produto pode render no primeiro ano até R$ 100 mil, além de requerer esforço operacional baixo. “Acreditamos que o seguro de vida será o futuro do corretor de seguros”, declarou Guilherme. Raphael de Carvalho, CEO da MetLife, aposta na especialização em uma indústria, mais do que em um produto. Ele deu dicas para aumentar o negócio: conhecendo o cliente e fazendo a revisão periódica de coberturas e produtos. Confiante no mercado de seguros de vida, Carvalho crê que o corretor é o principal meio de aumentar a penetração e subir a porcentagem citada. “A vida das pessoas evolui, e com ela suas necessidades”, declarou. Outro ponto levantado é sobre o papel das seguradoras em incentivar os corretores. Elas devem
auxiliar fornecendo informações sobre o mercado, além de dar suporte comercial especializado, treinamento, ferramentas digitais e materiais sobre os produtos. Em nome dos corretores, o coordenador da Comissão de Vida, Previdência e Capitalização do Sincor-SP, João Carlos de Oliveira Junior, deixou o recado: ofereça! João acredita que disseminar e oferecer para suas carteiras é a única maneira de quebrar o paradigma do seguro de vida como algo que “não é necessário”. Na plateia, o corretor de seguros Leonardo Freitas, de Contagem-MG, também defendeu a especialização. Atuando exclusivamente no ramo, acredita que não há um perfil específico e adquirir contatos é mais fácil, o que aumenta as possibilidades de venda. Ele ainda exemplificou: vendeu um seguro de vida no táxi, a caminho do evento.
Novidades para o seguro de automóveis Este ano trouxe algumas novidades para o seguro de automóvel, com a aprovação do auto popular, um produto que possui regras próprias e inclui a permissão do uso de peças usadas em consertos. Além disso, agregar a tecnologia ao negócio é uma realidade que as seguradoras já estão vivendo, e precisam aprender a aperfeiçoar. Com isso em mente, no Conec, o painel “Auto – Quais caminhos percorreremos” incluiu tecnologia no debate sobre os rumos do seguro de automóvel. “A internet deve ser utilizada como um meio, não como fim”, comentou Luiz Pomarole, diretor Geral da Porto Seguro. Ele apontou que o cliente deve se conectar com o corretor pela internet, mas a decisão da melhor cobertura tem que se dar pelo corretor de seguros. “O cliente decidir sozinho descaracteriza o conhecimento técnico do corretor que sabe o produto adequado para cada necessidade”, ressaltou. Seguindo no contexto da tecnologia, a mesa debateu as vantagens de ferramentas de cálculo de seguros. No 17º Conec, o Sincor-SP passou a disponibilizar um novo benefício com ferramentas de gestão, CRM e cálculo
de seguro, como lembrou o mediador Marcos Abarca, 1º secretário do Sindicato. Murilo Setti Riedel, vice-presidente da HDI Seguros, comentou a importância de ferramentas. Para ele, elas vieram para ficar. Isso permite ao corretor fazer diversas cotações para os clientes, e a seguradora tem acesso a isso, podendo ampliar as ofertas. Sergio Barros, diretor de Produtos e Subscrição de Automóvel do Grupo BB e Mapfre, também enfatizou as ferramentas, dizendo que elas devem receber o mesmo olhar que as mídias sociais e a internet.
Cross-selling Eduardo Dal Ri, vice-presidente de Auto e Massificados da SulAmérica, falou sobre a importância das ferramentas online para conhecer os clientes e agregar outros produtos à carteira de automóvel. Ele disse que o corretor deve “tomar conta da palavra ‘seguro’ do cliente”, ou seja, ele deve ser o primeiro a ser acionado quando o cliente deseja fazer uma nova apólice. Os participantes debateram ainda assuntos polêmicos, como a regulamentação de cooperativas para oferta de segu-
“A Internet deve ser utilizada como um meio, não como fim” Luiz Pomarole, diretor Geral da Porto Seguro
ros. Os especialistas, que também estão ligados a instituições federais, têm buscado alternativas junto ao governo para gerar uma concorrência adequada com as cooperativas. Porém, Marco Antônio Gonçalves, diretor Geral da Bradesco Seguros, foi enfático: é preciso evoluir e criar produtos que possam combater essas associações. Salvador Edison Jacintho, coordenador da Comissão de Automóvel do Sincor-SP, destacou a presença da instituição nesse debate. Rubens de Almeida, vice-presidente de Relações com o Mercado do Sincor-SP, concluiu com uma provocação: “será que conhecemos todo o potencial dos nossos clientes?”. Para ele, é importante fazer uma venda consultiva: pra vender bem, tem que conhecer bem o cliente e já fazer o cross-selling.
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Mitos e verdades na distribuição de seguros Multicanal é a tendência, pois “agrega a conveniência do consumidor, gerando novos negócios e atendendo às suas expectativas” Tendo como plano de fundo questionamentos como: “a profissão de corretor irá acabar?” e “com a internet, vai sofrer impactos?”, a palestra “Mitos e verdades sobre a distribuição de seguros no Brasil” mostrou que não, pelo contrário: A internet tem tudo para ser uma aliada do corretor. Matias Ávila, vice-presidente Comercial da SulAmérica Seguros, comentou no Conec que as seguradoras precisam oferecer ferramentas eficientes ao corretor, para que ele tenha mais agilidade na venda. Afinal, o papel do profissional vai muito além da contratação de um seguro, sendo um agente essencial de ligação entre os clientes e as seguradoras. Rivaldo Leite, diretor de Produção da Porto Seguro, acrescentou que pensar que o cliente não precisa do corretor e pode comprar um seguro sozinho é um mito. “O cliente, independente do canal, quer ser bem orientado”, comenta, completando que um bom corretor deve oferecer uma solução adequada. Isair Paulo Lazzarotto, diretor Comercial da Bradesco Seguros, comentou que o multicanal é a tendência, pois “agrega a conveniência do consumidor, gerando novos negócios e atendendo às suas expectativas”. Ricardo Ricci, coordenador da 22
Comissão Interesses do Corretor de Seguros do Sincor-SP, apontou que o corretor ainda é o que oferece mais rentabilidade para a seguradora. E ele deve usar as novas ferramentas online como aliadas em seu trabalho. Ricci falou que essas ferramentas auxiliam na relação com seus clientes, agilizando o contato e conhecendo melhor seu perfil. Os congressistas que acompanharam a palestra concordaram. O corretor Daniel Degani afirmou que não há como fugir das tecnologias, e que elas devem somar ao seu trabalho. O coordenador da Comissão Social do Sincor-SP, Luiz Alvarez Morales, esquentou o debate, sugerindo um diálogo mais amplo entre seguradora e corretores, para que o cliente não sofra as consequências. Morales acredita que as seguradoras devem trabalhar para garantir que os produtos existam para
Isair Paulo Lazzarotto, diretor Comercial da Bradesco Seguros os clientes. Ele também aproveitou a ocasião para destacar o trabalho do Sindicato para ampliar esse diálogo. Edison Ferreira, corretor de Atibaia, no interior de São Paulo, disse que quer ver na prática se os pontos sugeridos na palestra serão levados a diante. “O Sindicato tem feito um ótimo trabalho em abrir os olhos dos corretores”, comentou. Sobre a distribuição de seguros, Ricci declarou que os corretores devem tirar proveito do cenário atual como, por exemplo, a venda de seguros por meio de varejistas. “O varejo não vai acabar com o corretor, mas ele deve buscar novos produtos, novas oportunidade de negócios por meio deles”, concluiu.
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“Temos que reaprender a trabalhar”, diz palestrante “Nunca houve adultos iguais a nós. Somos os primeiros adultos que teremos que mudar. Os velhos do passado não precisaram mudar, mas a gente vai precisar. Mudar é aceitar o novo” Dado Schneider, doutor em Comunicação, especialista em marketing Com seu bom-humor e o jeito divertido de contar e emendar histórias, o palestrante Dado Schneider arrancou muitas risadas dos congressistas durante a palestra “Aprender a Empreender”. O recado do doutor em Comunicação, especialista em marketing e pesquisador da chamada geração Z, aquela com 16 anos para baixo, foi claro: mudar é essencial para o corretor de seguros se adequar às novas demandas, necessidades e desafios propostos pelo Século 21. “Se a gente não mudar nossa maneira de pensar e agir no Século 21, não vamos conseguir vender. O comprador de hoje não é o comprador do Século 20, que não tinha informação a respeito de nada. Nós temos que mudar nossa maneira de pensar e, muitas vezes, temos que fazer muitas mudanças. Mudar nossa maneira de ver o mundo, de agir no trabalho”, advertiu. Usando fatos da sua vida com recortes sobre a geração Z, Dado reforçou a necessidade dos adultos do século passado aprenderem com essa nova geração, sobretudo no aspecto digital, para não caírem na categoria do que ele classifica 24
como “imigrantes digitais”. “Vimos entrar o computador em nossas vidas. Lembram da primeira vez que pesquisaram no Google? Não somos que nem eles, que são ativos digitais. Somos, no máximo, imigrantes digitais. E nossa vida não será fácil porque vida de imigrante não é fácil. Eu tenho que me adaptar aos jovens”, assegurou. Palavras como mudança, linguagem e aprendizado permearam toda a palestra. Para quem tem uma cabeça formatada no século 20, garante Dado, é preciso aprender a trocar de era, a aprender a linguagem desse tempo, o fluxo, a rapidez, a acessibilidade dessa geração que nasceu conectada. “Temos que aprender a trocar de dimensão. Nossa cabeça foi formatada no século 20. O bom é o agora. Adoraria ter 20 anos agora com a minha cabeça de 55. Já que não posso, vou tentar ter os melhores 55 anos possíveis, vou lidar com a linguagem do meu tempo, com a tecnologia do meu tempo”, disse. Para um adulto nascido no século passado e que vive no século atual, assegu-
ra Dado Schneider, mudar não é necessariamente gostar do que está acontecendo, mas sim entender o que está acontecendo para ver se consegue entender o novo. “Prestem atenção, ‘adultos inéditos’: nunca houve adultos iguais a nós. Somos os primeiros adultos que teremos que mudar. Os velhos do passado não precisaram mudar, mas a gente vai precisar. Mudar é aceitar o novo”, diz. Diferentemente da geração de adultos hoje, onde a carreira e busca de profissionais é ainda feita e pensada de forma horizontal, o crescimento profissional dos jovens da geração Z é em espiral, ou seja, elas não se reconhecem nas atuais hierarquias de trabalho e não se submetem a condições de trabalho que os desagradem. “A nova geração não foi criada para o emprego como nós, que fomos criados para arranjar um. Essa nova geração empreende ao natural, irão ser empreendedores e serão nossos chefes ou sócios. Precisamos reaprender a trabalhar e aprender a empreender no Século 21”, garante o autor do livro “O mundo mudou… bem na minha vez” (Ed. Integrare).
Um momento especial para a trajetória do corretor e consultor Sergio Zaveri, sócio-proprietário da Links Life Corretora de Seguros e Previdência. Durante a 17ª edição do Conec ele recebeu o Prêmio Sincor-SP – Corretor de Seguros Empreendedor por figurar entre os três melhores cases de empreendedorismo. O reconhecimento do seu trabalho aconteceu no “Fórum de Oportunidades – Vencedores do Prêmio Corretor de Seguros Empreendedor”. Zaveri alcançou o segundo lugar na premiação. A ação proposta pelo corretor é voltada à gestão de pessoas e processos, implantação de novas técnicas como coaching e investimento em recursos humanos. “É preciso saber tirar o melhor das pessoas. Assim todo mundo cresce”, afirmou. Em sua opinião, o segredo do sucesso reside justamente na gestão de processos atrelada a de pessoas. Segundo Zaveri, a Links Life investe na educação contínua dos colaboradores, em ferramentas como avaliação de desempenho e feedback e também na consultoria de uma coaching. “Não se trata
Sincor/SP
Prêmio ao empreendedorismo
Servio Zaveri, na foto, quinto, da esquerda para a direita
de despesa. Conhecimento e gestão trazem retorno. Nos últimos dois anos, quadruplicamos o nosso faturamento”, comemora o corretor. Para coroar ainda mais a participação no Conec, Sergio Zaveri foi um dos sorteados com um automóvel Renault. Felicidade completa!
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encontro
Seminário debate inovação dos seguros pessoais
A Sociedade Brasileira de Ciências do Seguro (SBCS) e a i2S, líder de mercado de soluções de software para a indústria seguradora em Portugal realizaram, recentemente, o Seminário Internacional de Inovação em Seguros Pessoais. O evento reuniu mais de 80 participantes no Hotel Braston, em São Paulo/SP. Com café da manhã de recepção aos convidados, cinco renomados palestrantes falaram sobre as tendências no mercado e tecnologia. Affonso Fausto, presidente da SBCS, abriu o seminário contando que a entidade surgiu com o propósito de ensino, pesquisa e divulgação da cultura do seguro. “Esperamos que ao final deste ano tenhamos a inclusão dos jovens no quadro associativo”, enfatizou Fausto. Gastão Taveira, administrador exe26
Na foto, da esquerda para direita: Luiz Eduardo Fraga, head Of Sales Brasil da i2S Portugal, Agostinho Gonçalves, secretário geral da SBCS, Gastão Taveira, administrador executivo da i2S, Affonso Fausto, presidente da SBCS, Paulo Padilha, head of PreSales i2S Portugal, Raul Rodrigues, diretor internacional da i2S, e Renato Gonçalves, diretor da Movida Seguros.
cutivo da i2S ressaltou durante a sua apresentação que os seguros não são amados pela sociedade pelo motivo de que as pessoas pensam neles nos momentos difíceis, de desastre, porém, têm papel fundamental na educação, promovem educação financeira, estabilidade e investimento de longo prazo. Segundo o executivo, 32% dos prêmios no mundo estão no mercado europeu e 3% na América Latina. “O que significa um alto mercado a ser explorado”, ressaltou. Já o palestrante Nilton Molina, presidente do Conselho de Administração da Mongeral Aegon, com muito bom humor falou sobre o momento
econômico do país. “O brasileiro está treinado para enfrentar crises. Em 30 anos enfrentamos dois impeachments, turbulências econômicas e até cenário de inflação a 80%”, comentou. Sobre seguro de Pessoas, Molina alertou que muito poucas pessoas são procuradas por profissionais do ramo para adquirirem uma apólice. No entanto, segundo ele, há muito a ser explorado e conquistado. Na ocasião, citou como exemplo o Instituto de Longevidade da Mongeral, que discute o futuro da população idosa que será ativa e com mais expectativa de vida. “Seremos experientes, ativos, em boa forma física e capazes”, preconizou Molina.
Novos produtos Na terceira palestra do dia, o público presente acompanhou José de Faria Loureiro, diretor de Tecnologia, Projetos e Novos Negócios da Icatu Seguros falar sobre como o mercado segurador brasileiro está se preparando para novos produtos. “Em 2050 a população idosa será nativa digital, por isso precisamos olhar para frente. É importante respeitar modelos de negócios anteriores que deram certo? Sim. Mas são as empresas de tecnologia, startups e outras que estão fazendo a diferença no mercado oferecendo soluções e inovações.” Paulo Padilha, head of Pre Sales e Luiz Eduardo Fraga, head of Sales Brasil, ambos da i2S, fecharam a manhã de
palestrantes. Os executivos abordaram evolução da tecnologia para os novos produtos de seguros de Vida. Padilha reforçou em sua fala que as mudanças de comportamento do consumidor são uma realidade. “A tecnologia trouxe novas formas de pagamento e exigência de experiência na nova forma de pensar. Com o cruzamento de dados tecnológicos, as seguradoras podem programar um seguro de vida com preço, prazo e coberturas apenas vendo as atividades e comportamentos que uma pessoa tem no facebook, por exemplo”. “O core do futuro precisa ser moderno para funcionar rapidamente no lançamento de produtos”, enfatizou o executivo que veio de Portugal espe-
cialmente para participar do evento. Já Luiz Eduardo Fraga comentou que o produto i2S Universal Life mostra soluções todos os dias com velocidade. “No cenário brasileiro acontece um momento de mudança com a regulamentação do Universal Life e estamos acompanhando tudo para ajudar as seguradoras com as nossas soluções. Queremos vender nosso sistema para seguradoras sim, mas queremos viabilizar negócios para os clientes. Se a Susep (Superintendência de Seguros Privados) solicita mudanças nos produtos, podemos rapidamente alterar no sistema, o que antigamente levava muito tempo”, afirmou e finalizou Fraga.
Gustavo Sodré é nomeado diretor Técnico-Comercial do GBOEX Gustavo Luiz Sodré de Almeida foi nomeado Diretor da Diretoria Técnica-Comercial do GBOEX. Sodré, que já exerceu o cargo de Superintendente, é pós-graduado em Gerência de Projetos e Inteligência Empresaial, ambas pela Fundação Getúlio Vargas. Possui vasta experiência em planejamento estratégico, gestão de projetos e processos negociais. Suas atividades desde que assumiu, ainda como Superintendente, são focadas em aprimorar o relacionamento com corretores, ampliar os canais de vendas, ofertar novos produtos e propor ações que tornem os processos mais ágeis e simples. O GBOEX é uma empresa com tradição, que tem atuação nacional e é a primeira no ranking das Entidades Aberta de Previdência Complementar Sem Fins Lucrativos. Possui mais de 100 anos de existência. 27
Análise | dilmo bantim moreira
Previdência complementar ou Seguro de Vida. O que contratar? Na busca de proteção à desequilíbrios financeiros que podem afetar nossas vidas, muitos tem-se deparado com esses instrumentos e com muitas dúvidas sobre qual tem o maior potencial de trazer segurança e estabilidade. Como regra geral, quanto menor a idade da pessoa, mais barato será a contratação de qualquer dos dois produtos. No caso do seguro de vida esse fator está conectado com a idade da pessoa, pois como sua expectativa de morte é menor, o custo segue nessa proporção. Outro aspecto importante para se considerar no caso do seguro de vida é de que o capital segurado necessário à segurança pessoal e/ou da família deve ser maior no princípio, quando se tem pouco patrimônio e/ou há (mais) pessoas dependendo economicamente do segurado, tendo em vista o valor necessário à garantia de segurança para educação e manutenção dos dependentes até que se tornem autossuficientes. À medida que essa dependência se reduza, pode-se diminuir progressivamente o capital segurado, para que este se adeque à necessidade de proteção de cada fase da vida. Em todo caso, o seguro de vida destina-se à proteção contra riscos que abrangem situações extremas como por exemplo a morte, invalidez, incapacidade temporária e até mesmo a perda do emprego, sendo aplicável a pessoas de todas as idades. Destaque-se que no seguro de vida, o valor do capital segurado é liberado de forma total no caso da ocorrência de um risco coberto pelo seguro que determine esse tipo de indenização (como morte ou invalidez total), independentemente da quantidade de parcelas de prêmio pagas. Nos planos de previdência complementar (ou previdência privada) o participante do plano escolhe o valor dos aportes que deseja realizar. O valor da aposentadoria será o resultado do montante acumulado e capitalizado das contribuições realizadas. Para o plano de previdência (conhecidos genericamente como PGBL e VGBL), quando se trata de pessoa jovem e com muitos anos faltando ainda para se aposentar, o valor a pagar para atingir o montante necessário a esse fim pode ser diluído em uma quantidade maior de parcelas, tornando cada uma delas menor. No caso de um indivíduo mais idoso, o qual por estar mais próxima da idade de se aposentar dispõe 28
de menos tempo para atingir o mesmo montante, acontece exatamente o oposto. As formas de acessar o benefício a ser pago pela previdência complementar são o resgate (restituição do montante acumulado na provisão matemática de benefícios a conceder constituída); o pecúlio (pagamento único por morte ou invalidez); a pensão (pagamento parcelado por morte ou invalidez) e; a renda (pagamento em parcelas) de forma temporária ou vitalícia. De toda forma, previdência complementar e seguro de vida são caminhos diferentes para conseguir o mesmo objetivo: a segurança financeira para o futuro! Nota-se que são dois instrumentos bem diferentes, mas não concorrentes. De fato, ambos podem ser combinados de forma a gerar um escudo financeiro bastante eficiente e garantir muita tranquilidade, ou seja, imaginando uma pessoa que iniciou cedo a utilização dessa proteção conjunta, poderá começar com um alto capital segurado de vida e um baixo valor de parcela para a acumulação da previdência, no final das contas, pagando pouco por ambos. Recentemente um novo produto, que combina elementos de seguro de vida e previdência complementar vem ganhando a atenção de todos. Conhecido como Universal Life, esse novo tipo de proteção financeira está prestes a ser regulamentado pela Susep. Ele combina a acumulação da previdência (similar ao VGBL/PGBL) com o seguro de vida, mas deverá ser capaz de grande flexibilidade para criar diferentes planos de coberturas a variados e também ser resgatável, inclusive durante o período de constituição de reservas (de benefícios a conceder). A idéia é de que ele possa atender à variadas necessidades durante a vida das pessoas, podendo as reservas constituídas destinarem-se, por exemplo, ao pagamentos de despesas com educação, saúde ou como recurso para a aposentadoria. Como se pode verificar, há disponibilidade atual para contratação de produtos capazes de levar mais segurança às pessoas e também às famílias. E o mercado continua a desenvolver opções para atendimento de uma demanda crescente e sempre mais exigente.
Dilmo Bantim Moreira- Presidente do CVG/SP, Diretor de Relacionamento com o segmento de Pessoas da ANSP
tecnologia
Realidade aumentada Divulgação
Aplicativo que utiliza mecânica do Pokémon Go pode alavancar vendas de microsseguros e capitalização
O Play Pet, aplicativo que utiliza a tecnologia da realidade aumentada, a mesma do Pokémon Go, é o primeiro produto integrado às técnicas de gamificação e geolocalização para venda de microsseguros e títulos de capitalização. Lançado pela Dualk, fintech brasileira de pagamentos e produtos financeiros que atua na exploração de jogos eletrônicos e máquinas automáticas, o app oferece moedas virtuais como premiação em mini games que podem ser convertidas em reais para a ativação de microsseguros premiáveis, ou uso em lojas físicas e comércio eletrônico por meio de cartões de crédito pré-pagos. No app, os desafios dos games concedem pontuações conforme o desempenho dos jogadores, que são conduzidos até ‘cercas virtuais’, chamadas de PetStops, podendo resgatar recompensas virtuais e adquirir os cartões pré-pagos necessários para a conversão das moedas em reais para uso em lojas físicas e comércio eletrônico. Nos PetStops, os jogadores também são estimulados por meio
da atmosfera lúdica a adquirir produtos financeiros, como os microsseguros. “A nossa ideia foi criar um modelo de negócio baseado na tecnologia da realidade aumentada que não fosse apenas marqueteiro, mas que também fosse rentável em faturamento e que servisse de plataforma para o setor de microsseguros. Com o crescimento desse mercado, apontado em todos os últimos relatórios, chegamos a cenários que se mostraram extremamente favoráveis e incluem, também, os estabelecimentos comerciais com PetStops, que por sua vez ganham com a circulação de jogadores que ali capturam personagens dos games, resgatam recompensas e liberam novas partidas”, comenta Rodrigo Pereira, CEO da empresa. De acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados - Susep, a comercialização de microsseguros dobrou durante o primeiro semestre de 2016 em relação ao mesmo período do ano passado, representando um salto de 108,7% e projetando um fatu-
ramento superior a R$ 120 milhões até o final do ano. O Play Pet representa uma inovação na venda remota de produtos financeiros ao utilizar o cartão pré-pago e recarregável como instrumento de pagamentos para a parcela da população brasileira não bancarizada e que, também, não possui cartão de crédito. Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos - Febraban, atualmente esse número é de 39,5 milhões de pessoas. O app permite às seguradoras e aos bancos alcançarem esse público que, até então, era inacessível, considerando as dificuldades em se estabelecer um meio de pagamento recorrente. “Acreditamos que iremos potencializar o uso do game com um conjunto de ações coordenadas com a aquisição de usuários, credenciamento de pontos de venda acessíveis e ativação de cartões recarregáveis, atingindo assim lucratividade para toda a cadeia: usuários, seguradoras e PDVs”, completa Roberto Machado, COO da Play Pet. 29
INFORME ESPECIAL
CARIBE: A NOVA ONDA DA AMEPLAN CAMPANHA DA OPERADORA ENTRA NA RETA FINAL Está chegando à reta final mais uma Campanha de Incentivo a Vendas da Ameplan Saúde, intitulada “Caribe, a nova onda da Ameplan”. Lançada em janeiro deste ano, em evento para mais de 500 convidados especiais, a campanha tem seu término previsto para este mês de novembro, e contemplará vendedores, supervisores, gerentes, funcionários administrativos e empresários das corretoras parceiras da operadora, com um maravilhoso cruzeiro de oito dias em águas caribenhas, já reservado para abril/2017. Além dos campeões de vendas dos produtos PME da Ameplan, também serão contemplados os campeões de vendas das Administradoras de Benefícios parceiras da operadora - Corpore, Divicom, Quântica e a Dentalpar, parceira de odontologia. Além deste incrível cruzeiro, com direito a acompanhante e tudo incluído, um valor estimado de R$ 200 mil em dinheiro será entregue aos vencedores, de acordo com o ranking dos campeões de vendas confirmadas em planos PME Ameplan. Marcelo Belber (foto), gerente de Vendas da Operadora e idealizador da campanha “Caribe, a nova onda da Ameplan”, informa que no início de comenta que poderá haver mudan- quanto este, e aproveita para deixar novembro será divulgado um ranking ças nos rankings de vendas e faz um registrado que o Departamento Coparcial dos possíveis contemplados, convite aos corretores que acreditem mercial da Ameplan Saúde estará para que todos já deixem suas docu- em si mesmos e corram atrás de seus sempre à disposição para alavancar mentações preparadas, inclusive os objetivos, sempre contando com a os negócios das suas corretoras parpassaportes em dia. Na ocasião, tam- Ameplan Saúde. E comenta que es- ceiras. A campanha já atingiu todos obbém será anunciada a data do evento tas campanhas são uma forma da jetivos da operadora, que já está prede premiação, prevista para a terceira operadora mostrar o reconhecimento e o merecido valor para esses profis- parando uma outra para 2017 que semana de janeiro/2017. Com mais algumas semanas da sionais que contribuem e perseve- promete ser muito mais ousada e campanha, Marcelo Belber também ram em um mercado tão competitivo emocionante.
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estudo
Maioria no setor de seguros, mulheres recebem 72% dos salários dos homens O salário médio das mulheres no setor de seguros corresponde a 72% dos ganhos obtidos pelos homens. Nas seguradoras, eles recebem salário médio de R$ 5.371, enquanto o delas gira em torno de R$ 3.858. Os números fazem parte do 2º Estudo Mulheres no Mercado de Seguros no Brasil, realizado pela Escola Nacional de Seguros. As atividades foram conduzidas pelos coordenadores da pesquisa, Maria Helena Monteiro – foto - (diretora de Ensino Técnico da Escola) e Francisco Galiza (economista e consultor). Com o objetivo de mensurar a evolução da mulher no mercado de seguros, a primeira edição da pesquisa foi realizada em 2013 e teve grande repercussão. A boa receptividade pode ser vista pelo número de entrevistadas, que passou de 76 para 316 mulheres. O estudo completo traz dados sobre a condição feminina e o contexto econômico, cenário mundial e brasileiro, comportamento, produtos e números do mercado. O trabalho utilizou questionários e entrevistas, avaliações de indicadores sociais e econômicos, e comparações com outros setores. No ano 2000, a participação feminina em seguradoras era de 49% e, em 2015, subiu para 56%. Além da discrepância salarial, a pesquisa também evidenciou a diferença de cargos entre os gêneros. Apesar de serem maioria no mercado, as mulheres ocupam apenas 28% dos cargos executivos. Em nível de gerência, 61% são homens e 39% são mulheres. Nas seguradoras, os homens têm 3,5 vezes mais chances de ocupar um cargo executivo. De acordo com Maria Helena Monteiro, o trabalho apontou que a diferença entre os gêneros não é determinada pela maternidade e nem por questões de formação educacional. “Há
até uma maior qualificação das mulheres, mas elas escolhem profissões menos arrojadas, com menos propensão ao risco”. A executiva destacou que a situação continua similar à do estudo anterior. Ela acredita que o cenário demonstra estagnação e pode estar chegando ao limite, porque as mulheres assumem responsabilidade desproporcional em atividades não remuneradas. De acordo com o consultor Francisco Galiza, as mulheres são boas vendedoras de seguros, devido à capacidade de desenvolver relacionamentos de longo prazo. Outro dado importante revelado pelo estudo é que as mulheres são importantes consumidoras de seguros, porque compram proteção para si mesmas, maridos, filhos e pais. “Em 2013, os prêmios de seguros para mulheres foram de US$ 770 bilhões. Até 2030 esse valor deve dobrar. No Brasil, o potencial de crescimento nesse mercado é elevado”, explicou. Mais informações em www.funenseg.org.br/2estudomulheres.
A GRANDE JORNADA PELO MUNDO DOS SEGUROS Patrocinadores: Escola Nacional de Seguros, Sincor-SP, Bradesco Seguros, HDI, Icatu, Porto Seguro, Tokio Marine, Sompo Seguros
Toda segunda-feira, das 7hs às 8hs Apresentação – Pedro Barbato Filho Rádio Imprensa FM 102,5 O programa pode ser ouvido em tempo real, pelo portal www.pbfproducoes.com.br
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O grande Sucesso
Camille & Rodin
Enquanto esperam na coxia sua vez de entrar em cena, um grupo de artistas discorre de maneira filosófica e muito bem-humorada sobre sucesso e fracasso. Uma aventura criativa coletiva, com trilha original cantada e tocada ao vivo.
Ao chegar à cidade de Paris, Camille Claudel se torna aluna, discípula e amante de Auguste Rodin. Depois de quinze anos de tortuoso relacionamento, o rompimento definitivo marca a vida e a obra de ambos para sempre. Elenco: Leopoldo Pacheco e Melissa Vettore | Gênero: drama
Elenco: Alexandre Nero e elenco | Gênero: comédia musical
Grande Auditório do MASP Temporada: 03 a 13 de novembro. Quintas, sextas e sábados, às 21h; domingos, às 19h30 Venda online: www.ingressorapido.com.br/portoseguro
Teatro Ademir Rosa - Centro Integrado de Cultura Temporada: 05 e 06 de novembro. Sábado, às 20h; domingo, às 18h
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Salvador | BA
Cuiabá | MT
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O Topo da Montanha
Remontando à última noite antes do assassinato de Luther King, o espetáculo apresenta um jogo repleto de suspense para lembrar que este ícone da luta contra a segregação racial nos EUA é também frágil e, sobretudo, humano. Elenco: Lázaro Ramos e Taís Araújo | Gênero: comédia dramática Teatro Castro Alves Temporada: 29 e 30 de outubro. Sábado, às 21h; domingo, às 17h
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Maria Gadú – “Guelã”
Em turnê de seu quarto álbum, trabalho em que, além dos vocais, assumiu a guitarra e o violão e ainda assina a produção, a cantora mescla os singles “Obloco” e “Tecnopapiro” com os sucessos “Shimbalaiê” e muitos outros. Gênero: MPB Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros Temporada: 04 de novembro, sexta. Abertura da casa às 19h, início do show às 20h30
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* Promoção válida para cliente Porto Seguro mais um acompanhante, somente para compras efetuadas nas bilheterias ou locais autorizados, mediante apresentação obrigatória do Cartão do Segurado (também disponível na versão mobile em celulares com comprovante de pagamento. Funcionários e prestadores de serviço devem, obrigatoriamente, apresentar o crachá. Esta oferta não é válida para clientes Porto Seguro Saúde e Portomed. Desconto não cumulativo com outras promoções. Sujeito à lotação.
Ponto de Vista | antonio penteado mendonça
Responsabilidade legal do corretor de seguros A lei determina que o corretor de seguros é responsável pelos prejuízos que cause no exercício da profissão. A disposição encontra guarida no Decreto-Lei 73/66, na Lei dos Corretores de Seguros, no Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor. Quer dizer, a matéria é pacífica: o corretor de seguros é responsável pelos prejuízos que causar no exercício da profissão. Isto posto, cumpre analisar qual a extensão desta responsabilidade. Se o corretor de seguros é ilimitadamente responsável pelos prejuízos que alguém venha a sofrer em função do contrato de seguro ou se há limites que balizam não só a possibilidade da responsabilização do corretor de seguros, mas também a abrangência desta responsabilidade. Para se entender o quadro, é necessária a análise da conceituação legal do corretor de seguros. Quem ele é diante da lei. Esta definição está na Lei dos Corretores de Seguros e no Decreto-Lei 73/66 e reza: “O corretor de seguros, pessoa física ou jurídica, é o intermediário legalmente autorizado a angariar e promover contratos de seguros entre Sociedades Seguradoras e pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.” (Decreto-Lei73/66 – Art. 122). Mas a lei vai além. Para o exercício da atividade, o corretor de seguros deve ser legalmente habilitado e registrado. A habilitação e o registro são feitos perante a Susep (Superintendência de Seguros Privados), nos moldes das disposições baixadas pelo CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados). Como se vê, não basta alguém desejar atuar como corretor de seguros. É fundamental o preenchimento de determinados requisitos legais, sem os quais estará havendo uma infração que descaracteriza a atuação do profissional não registrado na Susep. Acontecendo a descaracterização, ou seja, não sendo a pessoa em tela um corretor de seguros habilitado, não há que se falar na aplicação das previsões legais atinentes, caso ela cause danos fingindo ser um corretor de seguros. Assim, nestes casos, devem ser aplicados outros dispositivos legais destinados a ressarcir os prejuízos causados e a punir o falso corretor por prática indevida da profissão. Já no que tange ao corretor de seguros regularmente habilitado, é a lei quem dispõe que ele é o profissional autorizado a angariar e promover contratos de seguros entre as seguradoras e os segurados. Ele é um intermediário, o que leva à conclusão 34
que os prejuízos profissionais que ele pode causar, tanto ao segurado, como à seguradora, devem ser necessariamente decorrentes de sua atuação dentro deste limite. O corretor de seguros não pode ser responsabilizado por falhas da seguradora ou do segurado. Não cabe a ele o preenchimento de questionários de risco ou, se o fizer, não cabe a ele garantir as informações dadas pelo segurado. Caso o faça, estará correndo o risco de ser responsabilizado pela seguradora, se estas informações se mostrarem incorretas e causarem a ela algum tipo de prejuízo. Da mesma forma, o corretor não pode ser responsabilizado pelas falhas da seguradora. O corretor não pode responder pela não emissão da apólice ou pela negativa dos sinistros, nem pelos valores indenizados. Todas estas ações são privativas e de exclusiva responsabilidade da seguradora, não cabendo ao corretor interferir, exceto na defesa do segurado, mas sem poder obrigar a seguradora a cumprir o contrato. A responsabilidade do corretor é adstrita ao escopo da corretagem do seguro. Ele pode ser responsabilizado caso informe incorretamente o segurado ou a seguradora sobre fato importante para a contratação do seguro. Em caso de prejuízo, tanto um como outro pode exigir a reparação correspondente. Da mesma forma, ele pode responder por prejuízos resultantes do envio incorreto da documentação e da proposta do seguro para a seguradora. Como pode ser responsabilizado pelas informações incorretas que passar para o segurado sobre o seguro em contratação. Entre elas, os riscos excluídos, os bens não cobertos e as perdas de direito. Para que fique caracterizada a culpa é necessário que haja prova insofismável. Não basta o segurado alegar que sofreu um prejuízo por falha profissional do corretor para fazer jus ao ressarcimento. É fundamental provar que houve a falha e o valor do prejuízo reclamado. Vale salientar que a responsabilidade objetiva, no caso, é de difícil aplicação. Artigo publicado na “Tribuna do Direito” Antonio Penteado Mendonça é sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia, secretário-geral da Academia Paulista de Letras, comentarista da Rádio Estadão e da Band News TV
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