Revista Segurador Brasil - Edição 134

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Ano 16 | Número 134 | 2017

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Riscos Acidentes em gravações de cinema e TV reforçam a importância do gerenciamento de riscos. Produções da Europa e EUA contam com esse tipo de proteção contra impactos financeiros que os acontecimentos podem causar. No Brasil, é preciso quebrar alguns paradigmas


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Carta ao Leitor Resiliência, palavra que define o desempenho do setor de seguros

Em meio a um cenário marcado por incertezas no País, com arrecadação de R$ 117,9 bilhões, o crescimento do mercado de seguros no primeiro semestre, contra igual período de 2016, foi de 3,5%. Descontando a arrecadação do Seguro DPVAT, cujo volume de prêmios foi reduzido neste ano por norma do Conselho Nacional de Seguros Privados, a evolução alcançou 5,3%, como informam dados divulgados pela Susep, reunidos pela CNseg e publicados no boletim conjuntural Carta do Seguro. Dado relevante no semestre: a sinistralidade geral não sofreu impacto significativo. As provisões técnicas do setor permaneceram superando com expressiva margem o crescimento da arrecadação, alcançando 17,3% e encerrando junho com montante de R$ 840,8 bilhões. As maiores taxas, também pela ordem dos ramos de maior contribuição absoluta, assim se apresentaram: Automóveis, com 5,8%; PGBL, com 12,7%; Vida Coletiva, com 7,2%; Vida Individual, com 26%; Habitacional, com 11,7%; Crédito e Garantias, com 29,3%; Vida Risco Tradicional, com 19,1%, e Rural, com 17,7%. Contrastando com a recuperação do ramo de Automóveis, os Planos de Acumulação VGBL diminuíram seu ritmo de crescimento, mostrando agora evolução de 4,3%, após taxas superlativas em 2016 e no primeiro trimestre deste ano. Todas as atenções agora se voltam para o comportamento do terceiro trimestre, na esteira dos fundamentos da economia do País. O Editor

EXPEDIENTE Editor-Executivo: João Carlos Labruna labruna@revistaseguradorbrasil.com.br brasilempresarial@uol.com.br Comercial: Mauricio Dias (mauricio@revistaseguradorbrasil.com.br) Paula Merigo (paula@revistaseguradorbrasil.com.br) Dagoberto Orelhana (dagoberto@revistaseguradorbrasil.com.br) Diagramação: Propósitto Soluções Visuais (rodrigo@propositto.com.br)

ANO 16 | NÚMERO 134 | 2017

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Divulgação

Sumário Riscos

JRS

Na medida em que a indústria amadurece, seus riscos vão se tornando mais complexos. A produção audiovisual brasileira está em transformação e agora precisa desenvolver um olhar de gerenciamento de riscos. No Exterior, o ator Tom Cruise (foto) sofreu um acidente nas gravações do filme “Missão Impossível 6”. Esse tipo de acontecimento reforça a importância do setor nas produções televisivas e cinematográficas. Matéria de Capa – Págs. 6 a 8 e 26

Seguro na Internet No 12º Encor, em Bento Gonçalves, ao tratar do tema “Venda de seguro na Internet: uma experiência prática”, o sócio-diretor da Minuto Seguros, Marcelo Blay (foto), contou sobre os motivos que o levaram a criar uma corretora que denomina de “multicanal”. Blay conseguiu desmistificar o funcionamento de uma corretora online e até a mudar o conceito negativo, sobretudo na visão dos corretores, das empresas pontocom. Especial Encor - Págs. 10 a 13

Divulgação

Retomada econômica A recuperação da economia, ainda que a passos lentos, sinaliza que alguns setores devem apresentar um crescimento mais consistente à medida que o País desengavetar projetos, sobretudo nas áreas de engenharia e infraestrutura. Executar obras país a fora é fundamental para o desenvolvimento econômico e para a geração de emprego, inclusive no mercado segurador. Entrevista – Págs. 18 e 19

SEU TEMP

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Falta menos de um ano para a realização da Copa do Mundo da Rússia e, para quem pretende assistir de perto os jogos, é melhor começar a planejar a viagem com antecedência, referencialmente ainda em 2017. Esta é a primeira vez que a Rússia será anfitriã do mundial de futebol e terá 11 cidades-sede. Entretenimento – Págs. 27 a 29

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D E

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Reprodução

Capa

Tom Cruise, em “Missão Impossível 6”

Uma dublê morreu no último dia 14 de agosto durante as gravações do filme “Deadpool 2”. Ela sofreu um acidente enquanto participava de uma cena em uma motocicleta. O estúdio não divulgou a identidade da vítima. O ator Ryan Reynolds, que interpreta o anti-herói, lamentou a morte da colega. Também recentemente, o dublê John Bernecker sofreu um acidente fatal na cabeça durante as filmagens da série “The Walking Dead”. Ele caiu de uma altura de sete metros. Depois do acidente, a produção da oitava temporada da série foi adiada. Além deles, o ator Tom Cruise se machucou durante as gravações do 6

Produções de Hollywood contam com esse tipo de proteção. Consciência está se desenvolvendo no segmento televisivo e cinematográfico nacional

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Acidentes em gravações reforçam a importância do gerenciamento de riscos

Especialista Midiã Borges: “É preciso quebrar alguns paradigmas e desenvolver uma cultura de seguros no segmento audiovisual brasileiro”


filme “Missão Impossível 6”. Conhecido por dispensar dublês nas cenas de ação, Tom não conseguiu realizar um salto entre dois prédios. O ator, que estava equipado com cabos de segurança, conseguiu se segurar na beirada do prédio, mas ao se levantar, saiu mancando. Esse tipo de acontecimento reforça a importância do gerenciamento de riscos nas produções televisivas e cinematográficas. Existem consultorias especializadas que podem avaliar a exposição aos riscos e proteger os profissionais envolvidos. Há também corretoras de seguros e seguradoras para proteger os produtores dos impactos financeiros que esses acontecimentos podem causar. Em geral, as produções de Hollywood já contam com esse tipo de proteção. Agora, essa consciência está se desenvolvendo também no cinema nacional.

Com um elenco brasileiro, representado por Selton Mello e Seu Jorge, e internacional, liderado pelo britânico Ralph Ineson (o Dagmer Cleftjaw, da série “Game of Thrones”), em julho entrou em cartaz nos cinemas brasileiros o filme “Soundtrack”. A obra tem o apoio da consultoria e corretora de seguros Aon. Ao invés de oferecer apenas um apoio financeiro para a realização do filme, a Aon fez um estudo dos riscos envolvidos nas etapas de pré-produção, produção e pós-produção e desenhou o pacote de seguros. A seguradora escolhida foi a Chubb, uma das pioneiras no segmento. “Nossa primeira preocupação foi entender, em termos gerais, como os diretores pretendiam executar o filme. Precisávamos conhecer o cenário de riscos, a equipe envolvida, equipamentos, objetos cenográficos, condições e locações onde as cenas

seriam filmadas. Todo o briefing da produção, desde a pré-produção até a pós-produção”, explica Midiã Borges, especialista em Riscos e Seguros para Entretenimento e Eventos na Aon Brasil.

Pacote de seguros O desenho do pacote de seguros do filme reuniu coberturas como seguro de acidentes pessoais para a equipe e os prestadores de serviço, morte acidental e por qualquer causa, invalidez permanente total ou parcial, além de assistência médica e odontológica. “Diante de um projeto cinematográfico, do seu gênesis até seu último momento, que é após o seu lançamento, nós estamos sempre administrando riscos”, analisa Julio Uchoa, produtor Executivo do “Soundtrack”. Com o objetivo de dar tranquilidade aos produtores, também foram

Reprodução

Pagamento de grandes indenizações Algumas das principais empresas cinematográficas do mundo compilaram dados de acidentes em estúdios desde o ano 2000 até hoje. Ao todo, foram registradas 37 mortes. “Mesmo que a produção seja muito cuidadosa e os riscos extremamente bem gerenciados, acidentes acontecem”, diz Midiã. De fato, existem diversas histórias públicas de acidentes em grandes produções. Durante a filmagem de Harrison Ford, em “Guerra nas Estrelas”

“Guerra nas Estrelas: O Despertar da Força”, uma porta hidráulica da nave espacial Millenium Falcon foi fechada

Infelizmente, acidentes no estúdio são relativamente no momento errado e quebrou a perna esquerda do ator comuns e podem resultar em ferimentos e fatalidades, Harrison Ford. O evento desencadeou uma investigação multas e indenizações. “Nos Estados Unidos e Europa,

do departamento de Saúde e Segurança do Reino Unido,

poucas produtoras se arriscam a iniciar projetos sem que aplicou uma multa de £ 1,6 milhão na produtora do coberturas completas para as mais variadas situações. filme. Na época, o responsável pela apuração disse que

Com o amadurecimento do cinema nacional, essa per- havia “risco de morte”. O ator britânico Roy Kinnear não teve a mesma sorte cepção também está se desenvolvendo no Brasil”, afirma Midiã Borges, especialista em Riscos e Seguros para En- na filmagem de “O Retorno dos Mosqueteiros”. Ao filmar uma cena com um cavalo, ele sofreu uma queda, quebrou tretenimento e Eventos da Aon Brasil.

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Reprodução

a bacia, teve uma hemorragia interna e morreu no dia seguinte em um hospital em Madri. A família do ator processou a produtora e recebeu £ 650 mil de indenização. Durante a gravação de uma sequência de ação para o filme “Cyborg”, de 1989, o ator Jean-Claude Van Damme acidentalmente acertou o colega Jason Rock Pinckney no olho esquerdo. Pinckney perdeu a visão daquele olho e Van Damme pagou uma indenização de quase US$ 500 mil.

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Cartaz de “Cyborg”, com Jean-Claude Van Damme

Selton Mello, em cena de “Soundtrack”

cuidar dos riscos dando tranquilidade para os produtores realizarem sua arte”, acredita Midiã, acrescentando: “Na medida em que a indústria amadurece, seus riscos vão se

tornando mais complexos. A produção audiovisual brasileira está em transformação e agora precisa desenvolver um olhar de gerenciamento de riscos”.

Reprodução

consideradas outras coberturas importantes que muitos não se atentam na hora da contratação como: o seguro de responsabilidade civil, que cobre reembolso por danos involuntários, materiais e corporais, causados a terceiros, decorrentes de acidentes relacionados com as atividades exercidas para produção e realização da filmagem; o seguro de não comparecimento, que serve para reembolsar os custos de produção caso um artista fundamental, ou até mesmo o diretor do filme, não possa comparecer à gravação em um determinado dia; o seguro designado como suporte, para indenizar o segurado caso algum acidente provoque a perda do HD onde o filme está armazenado; e proteção de equipamentos cinematográficos, para ressarcir o valor de equipamentos de gravação, sonorização e projeção, objetos cenográficos, figurinos ou veículos de cena que por algum motivo sejam danificados durante as filmagens ou até mesmo roubados. “Proporcionalmente, o custo do seguro é tão barato comparado ao custo da produção cinematográfica, que a exposição aos riscos não compensa, mas ainda é preciso quebrar alguns paradigmas e desenvolver uma cultura de seguros no segmento audiovisual brasileiro. Esse é o nosso papel como consultoria: analisar e



Corretores

O 12º Encor atingiu seu objetivo. O auditório do Hotel Dall’Onder, em Bento Gonçalves, esteve sempre lotado durante todas as palestras e painéis nos dias 3 e 4 de agosto, datas do maior evento do mercado segurador do Sul do Brasil, promovido pelo Sincor-RS. Ricardo Pansera, presidente do Sindicato, comentou: “Participo desde o primeiro Encor, em 1992, e digo sem medo de errar: nunca vi um encontro com tanta qualidade”. O evento contou com a presença de 15 presidentes de sindicatos de corretores. No pronunciamento na cerimônia de abertura do 12º Encor, Pansera também destacou que os participantes buscam capacitação, negócios e oportunidades: “Somos um sindicato de empresários, de profissionais cor10

Na abertura do evento, ocorreu o anúncio do retorno do Brasesul em 2018, destinado aos três Estados do Sul do País Divulgação

12º Encor atinge metas de público e conteúdo

retores de seguros. Nossa missão profissional é defender e qualificar estes profissionais”. Já Robert Bittar, presidente da Escola Nacional de Seguros, ressaltou:

“Esta é uma prova que podemos fazer encontros entre corretores e seguradores, sem antagonismos. Este é um espaço para colher dados e prosperar. Eventos como este servem para reno-


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JRS

var conhecimentos, fundamentais na nossa área”. Na ocasião, ao lado dos presidentes do Sincor-SC, Auri Berteli, e do Sincor-PR, José Antônio de Castro, Ricardo Pansera anunciou o retorno, em 2018, do Brasesul – Encontro Sul Brasileiro de Corretores de Seguros, destinado aos três Estados. A cidade escolhida é Florianópolis, com data a ser definida. O Rio Grande do Sul sediou o primeiro Brasesul , em 1994, na cidade de Gramado, na Serra Gaúcha. O 12º Encor teve o patrocínio da Autoglass, Axa, Berkley, Bradesco, GBOEX, Icatu, Infocap, Ituran, Liberty, Mapfre, Porto Seguro, Previsul, Sancor, Sompo, SulAmérica, Sura, Tokio Marine e Unimed Seguros, além do apoio da Escola Nacional de Seguros, Fenacor e Sindseg-RS.

Palestras e Painéis Na programação de palestras de painéis do 12º Encor, com o tema “O Brasil que queremos”, o historiador Marco Antonio Villa (foto) fez um panorama da corrupção no Brasil, desde a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, pelo marechal Deodoro da Fonseca. Mostrou como ela começou tímida, com poucas ocorrências e cresceu com o passar dos anos. Para superar o quadro atual, o palestrante deixou uma recomendação: “É decisiva a participação da sociedade civil no controle do Estado. Não podemos cair no pessimismo e assistir ao que se passa. Devemos incomodar a classe política, cobrar atitudes, mudar o Brasil. E, principalmente, não pense saída pelo autoritarismo. A solução é sempre pela democracia”.

prática”, o sócio-diretor da Minuto Seguros, Marcelo Blay, contou sobre o motivos que o levaram a criar uma corretora que denomina de “multicanal”, já que opera tanto pela Internet como pelo modelo tradicional, e os resultados alcançados. Blay conseguiu desmistificar o funcionamento de uma corretora online e até a mudar o conceito negativo, sobretudo na visão dos corretores, das empresas pontocom. O palestrante revelou que desde a criação da corretora, em 2011, jamais Venda pela Internet realizou uma venda 100% online: Ao tratar do tema “Venda de se- “Tentamos, até porque isso traria reguro na Internet: uma experiência dução de custos, mas não aconteceu.

Em todo o processo de venda existe a interação humana”. Apesar do depoimento surpreendente, o próprio Blay declarou que por sua experiência no mercado de seguros - foi executivo de grandes seguradoras -, já esperava esse resultado. Antes de iniciar o negócio, Blay teve o cuidado de encomendar uma pesquisa de mercado, apurando que 50% dos entrevistados comprariam pela Internet, e também recorreu à ajuda de uma consultoria no planejamento, a qual estudou a experiência do mercado estrangeiro. Com base no modelo americano, ele observou que há espaço para todo o tipo de venda, 11


Divulgação

inclusive a online feita por corretores. O sucesso da corretora, ou o “pulo do gato”, como Blay classifica, foi entender “que o atendimento online só funciona com o atendimento humano, por mais paradoxal que seja”. O palestrante revelou que 70% dos que procuram o site não têm nenhum seguro. Entram na página da Internet, preenchem os dados, fazem um multicálculo, mas a apólice acertada é sempre fechada com um contato telefônico: “Não fechamos negócios pela Internet. O contato humano é sempre o momento final”. Blay também ressaltou que sua empresa, e demais corretoras, precisam se adaptar aos novos tempos, e passar a usar multiplataformas como twitter, whatsApp e outras redes sociais. Sua palestra foi intermediada pelo corretor Breno Kor.

Perspectivas O economista presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças no Rio Grande do Sul, Ademar Schardong, explicou como a eco12

nomia brasileira pode reagir no futuro próximo e quais são as perspectivas para o mercado segurador. Ele mostrou como nos anos 1960 e 1970 (período militar), a economia brasileira foi estatizada, modelo que sucumbiu por volta 1980, com a redemocratização. Apontou como a Constituição Nacional fala em livre-iniciativa e redução da influência estatal como importante para a nova visão. O palestrante ressaltou o surgimento do “Estado-Provedor e de Bem Estar Social”, que também fracassou: “Recessão, PIB negativo, inflação elevada e juros elevados. Estas são as características econômicas do Brasil. Em 2017, deve haver crescimento positivo, mas não superior a 0,5% ao ano, o dólar deve continuar valorizado e os juros devem encerrar 2017 mais baixos”. Segundo Schardong, o mercado de seguros é um setor muito estruturado, as companhias de seguros estão muito bem capitalizadas e com patrimônio de referência, cuja garantia é

muito estável para os segurados. Há uma oportunidade neste momento, em demonstrar para as pessoas que como o setor público deverá refazer o modelo de previdência, podem as seguradoras ser o complemento necessário. E recomendou: “Para isto, é preciso vender imagem, por o coração na negociação”.

Painel das Seguradoras Tendo como mediador o diretor de Marketing do Sincor-RS, André Thozeski, principais dirigentes de seis companhias líderes do mercado brasileiro participaram do Painel das Seguradoras, com o tema “Retomando o caminho do crescimento”. Eles deram suas visões de como anda o setor nos dias de hoje. O presidente da HDI Seguros, Murilo Setti Riedel, lembrou o crescimento da indústria automobilística, o que deu impulso à carteira no seguro, e a inversão do cenário com a crise econômica: “O desafio para os próximos anos será vender seguros para quem não tem e, especialmente, para


uma frota envelhecida. E creio que a recuperação da economia não vai refletir na venda de carros”. Luis Guitiérrez, presidente do Grupo Segurador BB-Mapfre nas áreas de Auto, Seguros Gerais e Affinities, acredita nas grandes possibilidades de crescimento da economia brasileira e do mercado e, principalmente, ouvir e oferecer o que o cliente quer: “E vocês, corretores de seguros, serão imprescindíveis para alcançarmos o sucesso”. Marco Antônio Gonçalves, diretor geral do Grupo Bradesco Seguros, previu que em dez anos não faremos seguros de auto, como hoje. Haverá uma adaptação necessária. “A atividade seguradora é desenvolvimentista. O seguro é uma instituição poderosa na garantia de bens e vidas”. José Adalberto Ferrara, presidente da Tokyo Marine, acredita que nos próximos três anos o mercado segurador possa chegar a 7% de participação no PIB (Produto Interno Bruto). “Para isto, vamos contar com campanhas publicitárias, vamos educar o consumidor. E neste cenário, o corretor terá que fazer a venda consultiva”. “Em sua intervenção, Rivaldo Leite, diretor da Porto Seguro, citou o jogador Neymar, vendido pelo Barcelona para o Paris Saint-Germain, como

o jogador mais “carona” da história do futebol: “ Ele disse numa entrevista que tinha o objetivo de ser o melhor jogador do mundo e está seguindo este ideal. Todos nós devemos seguir uma meta”.

Painel das Lideranças O vice-presidente do Sincor-RS, Celso Marini, foi o intermediador do Painel das Lideranças, que contou com a participação de Armando Vergílio dos Santos Júnior, presidente da Fenacor. O dirigente da entidade nacional centrou sua fala nos pontos seguradoras piratas, SuperSimples, Ibracor e plataformas digitais. Vergílio lembrou que há uma batalha na Câmara dos Deputados e Senado em torno das seguradoras piratas. Advertiu que estas contam o apoio da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), que tenta legalizar esta forma irregular. “Nossa categoria conta com o apoio da CNseg e FenSeg, e esta sinergia vai ser decisiva. Os corretores precisam denunciar, apresentar provas e fazer um esforço muito grande para combater as associações e cooperativas de proteção veicular. Se não houver mobilização, vamos perder esta batalha”. O presidente também destacou a

importância da inclusão dos corretores de seguros na tabela 3 do SuperSimples, o que desonera a categoria da fúria fiscal do Governo Federal. Armando avisou que a categoria não será atingida pelas mudanças no SuperSimples, que começam a vigorar em janeiro de 2018. Acrescentou que muitos corretores poderão ser beneficiados pelo aumento do teto para inclusão no SuperSimples, que passa a ser de R$ 4,8 milhões. O dirigente ressaltou o Ibracor (Instituto Brasileiro de Autorregulação de Corretagem de Seguros), criado diante da decisão de Estado de não mais permitir o surgimento de Conselhos profissionais: “O Ibracor é um órgão auxiliar da Susep. Não tem poder de polícia e fiscalização. Seu papel é zelar pelas boas práticas profissionais, cuidar da imagem dos bons corretores de seguros”. O último ponto destacado por Armando Vergílio foi as plataformas digitais, como a Youse. O dirigente afirmou que a Fenacor aceita a disrupção, não o desrespeito na concorrência dentro da atividade. “Estamos na busca de solução para o pequeno e médio corretor enfrentar as plataformas digitais. Formamos uma comissão de formação profissional neste sentido”. (Fonte Informações – Paulo Burd)

A GRANDE JORNADA PELO MUNDO DOS SEGUROS Patrocinadores: Escola Nacional de Seguros, Sincor-SP, Bradesco Seguros, HDI, Icatu, Porto Seguro, Tokio Marine, Sompo Seguros, Sindseg-SP

Toda segunda-feira, das 7hs às 8hs Apresentação – Pedro Barbato Filho Rádio Imprensa FM 102,5 O programa pode ser ouvido em tempo real, pelo portal www.pbfproducoes.com.br

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Ponto de Vista | ANTONIO PENTEADO MENDONÇA

Considerações sobre o seguro A genialidade da operação de seguro, que faz com

por uma pessoa é repartida proporcionalmente, de

que, há mais de quatro mil anos, seja a mais eficiente

acordo com a capacidade de custeio e o risco de

forma de proteção social desenvolvida pelo homem,

cada um, pelos integrantes do grupo ou, levando-se à

é a simplicidade. Hoje, com as tabelas e cálculos

última consequência, é a sociedade repartindo entre

atuariais, equações de computador, estatísticas

si as perdas individuais, de forma a não penalizar

sofisticadas, gráficos, imagens virtuais e outras

excessivamente os seus integrantes atingidos pelos

ferramentas utilizadas para chegar ao preço de uma

azares da vida e assim viabilizar o seu desenvolvimento

apólice, é difícil entender, mas na base da eficiência

harmonioso e equilibrado.

do seguro estão as quatro operações aritméticas.

Mas, além de garantirem a proteção do patrimônio

Seguro é soma, multiplicação, subtração e divisão.

através do pagamento das indenizações, as seguradoras

E sua função é a proteção da sociedade. Não há

atuam como financiadoras do desenvolvimento.

outra forma de se entender a operação. O único

Através da aplicação de suas reservas elas possibilitam

sentido do seguro é a preservação dos integrantes

o uso de recursos bastante significativos para custear

e da capacidade de atuação de um determinado

investimentos de longo prazo, notadamente as obras

grupo social. E isso é conseguido de duas formas:

de infraestrutura, essenciais para o desenvolvimento

através do pagamento das indenizações e da

social.

utilização dos recursos da seguradora para o

Atualmente, a operação de seguros é feita através de

financiamento dos investimentos necessários ao

companhias específicas, normalmente sociedades

desenvolvimento social.

anônimas, ou mútuos com autorização para assumir

A operação de seguro se baseia na soma da

riscos. Essas empresas são fortemente fiscalizadas

contribuição proporcional aos riscos de cada

e o mercado de seguros é um dos mais regulados do

participante do grupo para a criação de um fundo

mundo, o que faz todo o sentido, na medida em que as

destinado a fazer frente aos prejuízos que alguns

seguradoras movimentam somas vultosas de recursos

integrantes irão sofrer, em função da ocorrência de

nem sempre seus.

eventos pré-determinados.

Importante salientar que as reservas técnicas das

Através da adesão ao fundo, a força de cada

seguradoras pertencem aos segurados e só podem ser

participante se multiplica várias vezes, passando

apropriadas pelas companhias depois do fechamento

a ser suficiente para fazer frente a prejuízos que

do balanço do período, quando a seguradora afere se

individualmente a pessoa não teria condições de

ganhou ou perdeu dinheiro e transfere para si o saldo

suportar.

da operação.

A subtração acontece no momento do sinistro, do

Em função dos avanços tecnológicos, as seguradoras

evento que causa prejuízo a um ou mais integrantes

se valem cada vez mais de ferramentas de gestão que

do grupo. A perda sofrida representa uma diminuição

lhes permitem precificar com incrível exatidão o prêmio

patrimonial ou da capacidade de atuação da vítima

de cada apólice.

do evento.

Por conta da incrível sofisticação das diferentes

É aqui que o seguro mostra sua genialidade: os

atividades empresariais, do aprimoramento dos bancos

prejuízos sofridos não são suportados apenas pela

de dados e da capacidade de processamento das

vítima direta do evento, mas divididos entre todos

informações sobre cada setor, sobre o segurado e sobre

os integrantes do grupo, de forma proporcional aos

o objeto do seguro, a seguradora chega ao preço puro

riscos de cada um.

correto para cada risco, cabendo a ela adicionar ou

Em outras palavras, o seguro pode ser definido pelo

não outras variáveis que determinarão o preço final do

grito de guerra dos “Três Mosqueteiros”: um por

seguro.

Publicado no Jornal o “Estado de S.Paulo” em 31/07/2017

todos, todos por um. É a mais inteligente forma de proteção social desenvolvida pelo homem porque a perda sofrida

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Antonio Penteado Mendonça é sócio da Penteado Mendonça e Char Advocacia


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Análise | DILMO BANTIM MOREIRA

Contratar um Seguro de Vida?

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Contratar um seguro de vida deve fazer parte das

Claro, também é importante levar em conta a renda

prioridades de todos!

e a disponibilidade para investir em um seguro de

Ele é a garantia do equilíbrio financeiro em caso

Pessoas. De acordo com valores médios estima-

de morte, invalidez e outros casos fortuitos da

dos, é aconselhável que o gasto seja de até 5% do

vida humana.

orçamento.

Mas como saber quando o seguro oferece a pro-

Mas, quais são as razões para contratar um seguro

teção adequada e necessária?

desse tipo?

O seguro de Vida (que é apenas um entre vários

Vamos elencar alguns bons motivos:

tipos de seguros de Pessoas) deve ser pensado

- Ter um seguro de Pessoas, por exemplo um

com base na dificuldade de se fazer frente às obri-

seguro de Vida, é ter a tranquilidade de que sua

gações financeiras, sobretudo, para quem tem de-

família terá apoio financeiro para se reequilibrar

pendente e/ou dívidas de longo prazo, como pa-

caso aconteça uma morte.

gamento de imóvel ou escola do filho, enfim, obri-

Os dependentes poderão manter o padrão de vida

gações que podem ser prejudicadas com base

usual, sabendo que terão suas preocupações fi-

em uma nova realidade financeira que signifique

nanceiras imediatas atendidas.

menos disponibilidade de dinheiro.

- O próprio segurado pode contar com uma inde-

As garantias usualmente disponíveis no mercado

nização no caso de invalidez por doença ou aci-

de seguro abrangem a morte, morte acidental, in-

dente. Dependendo da configuração do plano,

validez permanente parcial ou total por acidente,

podem ser contratadas diárias de incapacidade

invalidez funcional permanente total por doença,

e/ou de internação em hospitais, despesas mé-

invalidez laboral permanente total por doença,

dico-hospitalares e odontológicas por acidente

despesas médico-hospitalares e odontológicas,

e, ainda, doenças graves.

diárias de incapacidade temporária, diárias de in-

- A contratação de um seguro permite a continui-

ternação hospitalar e doenças graves.

dade do planejamento financeiro familiar e/ou

No sentido de atender a demanda atual e de ofe-

pessoal, evitando atrasos em planos já traçados.

recer mais opções, o mercado tem desenvolvido

- No caso de uma sociedade empresarial, em

novos produtos de forma contínua.

ocorrendo o falecimento de uma das partes, o


seguro pode ser direcionado para

internacional, descontos para a

o potencial de prejudicar mais inten-

cobrir a participação do sócio fal-

compra de medicamentos e, até,

samente nesse período.

tante, reduzindo o risco de endivi-

assistência residencial.

A meta do seguro é a de restabele-

damento da empresa, protegendo

- Apesar de diversos empregadores

cer o equilíbrio econômico perturba-

a sociedade e o próprio empresá-

oferecerem o benefício do um segu-

do, assim, a contratação de seguros

rio, pois permitirá o pagamento das

ro de vida/acidentes aos seus em-

de Pessoas deve ser realizada com

cotas do sócio falecido.

pregados, muitas vezes os capitais

planejamento (e conte com um cor-

- O seguro de Pessoas, no caso de

segurados são baixos para a real

retor de Seguros para isso), objeti-

morte, não se caracteriza como

situação financeira destes, então,

vando nossa proteção e a de todos

herança e pode ser destinado a

é importante que cada indivíduo o

que bem queremos.

qualquer beneficiário legalmente

complemente com um seguro par-

válido, por exemplo, para cobrir as

ticular, uma vez que não há limite

Dilmo Bantim Moreira

despesas imediatas com inventá-

para a contratação do produto, ade-

Presidente do Conselho Consultivo

rio, com um procedimento de in-

quando assim o valor total à sua do CVG/SP, Diretor de Relacionamento

denização de pouca burocracia e

respectiva necessidade.

com pagamento rápido.

- Os valores pagos (ou prêmios) para administrador pós-graduado em Ges-

- Além das coberturas tradicionais,

se ter um seguro de Pessoas são ba- tão de Seguros e Previdência Privada,

os seguros de Pessoas podem

seados em alguns fatores, entre eles atuário, membro da Comissão Técnica

agregar outros itens como por

a idade e condições de saúde, as- de Produtos de Risco da FenaPrevi e de

exemplo cobertura de despesas

sim, quanto mais cedo contratar me- Seguro Habitacional da FenSeg, docen-

com funeral.

nos se irá pagar por ele, lembrando te em Seguros de Pessoas, Previdência

- Vários produtos disponibilizam

que nas fases mais jovens da vida é Complementar, Saúde, Capitalização,

serviços agregados, como por

que temos menos valores acumula- Atendimento ao Público e colunista em

exemplo segunda opinião médica

dos, ou seja, um evento danoso tem mídias de seguros

com o segmento de Pessoas da ANSP,

O mercado de seguros de pessoas, que inclui seguros de vida, de acidentes pessoais, viagem, educacional, entre outras modalidades de proteção, registrou R$ 16,68 bilhões em prêmios no primeiro semestre de 2017. O valor, que se refere ao montante pago pelos segurados para contratação de coberturas de seus riscos pessoais, foi 10,96% superior em relação aos R$ 15,03 bilhões nos primeiros seis meses do ano passado, de acordo com dados da FenaPrevi(Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), entidade que representa 67 seguradoras e entidades abertas de previdência complementar no País. No primeiro semestre, de acordo com a Federação, o valor das indenizações pagas pelas seguradoras aos segura-

COBERTURAS VIDA PRESTAMISTA ACIDENTES PESSOAIS DOTAIS DOENÇAS GRAVES / TERMINAIS AUXÍLIO FUNERAL VIAGEM EDUCACIONAL OUTROS TOTAL

dos (ou aos seus beneficiários) totalizou R$ 4,27 bilhões, 1,6% superior ao registrado no mesmo período de 2016. Os seguros coletivos de empresas oferecidos em forma de benefícios aos colaboradores, de sindicatos e associações de classes para adesão de seus associados, responderam por 77,01% do total pago pelos segurados para contratação de coberturas de seus riscos

Jan - Jun/16

Jan - Jun/17

6.288,20 3.670,49 2.595,41 1.097,85 343,96 235,78 178,95 22,04 604,58 15.037,26

6.612,17 4.444,22 2.643,09 1.404,78 371,26 274,35 273,66 27,34 635,17 16.686,04

Variação (%) 5,15% 21,08% 1,84% 27,96% 7,94% 16,36% 52,93% 24,03% 5,06% 10,96%

Fenaprevi

Seguros de pessoas crescem 10,96% no primeiro semestre

pessoais. Os planos individuais, contratados por pessoa física, representaram 22,99%. Na análise de desempenho por modalidade de produto, o seguro de vida tem maior representatividade no setor com 39,6% do resultado, e registrou R$ 6,61 bilhões em prêmios, correspondendo a um aumento de 5,15% em relação ao primeiro semestre de 2016. 17


Entrevista

Espera-se que, em algum momento ainda em 2017, o mercado comece a reagir de forma mais enfática

Reprodução

“Qualquer política que beneficie o investimento aumenta a demanda por seguro”

A recuperação da economia, ainda que a passos lentos, sinaliza que alguns setores devem apresentar um crescimento mais consistente à medida que o País desengavetar projetos, sobretudo nas áreas de engenharia e infraestrutura. Executar obras país a fora é fundamental para o desenvolvimento econômico e para a geração de emprego, inclusive no mercado segurador. Em tramitação na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei nº 6814/2017, que institui normas de licitações em 18

contratos da administração pública, prevê alterações relativas à exigência do seguro garantia, por exemplo. Para analisar esse cenário, e as implicâncias no setor de seguros, acompanhe a entrevista com Eduardo Cruci, gerente de Linhas de Crédito da AIG Brasil. Com os primeiros sinais da retomada econômica, quais têm sido as demandas em termos de obras públicas ou privadas? Temos observado certa demanda

para obras relacionadas a concessões aeroportuárias, saneamento e rodovias, no âmbito do PPI (Programa de Parceria de Investimento), mas a contratação direta pelos governos está sujeita à arrecadação e ao endividamento e, da mesma forma, as empresas esperam mais previsibilidade para voltar a investir. Acreditamos que, se houver a efetiva retomada da economia neste segundo semestre, isso irá favorecer os indicadores de confiança da indústria e dos consumidores, com potencial crescimento em 2018.


Reprodução

E como se comporta a demanda pelos seguros de risco de engenharia e garantia? O seguro garantia relacionado a projetos continuam a se concentrar em Bid e Performance Bond, mas, por conta da situação atual, a representatividade em volume ficou atrás das garantias judiciais.As empresas atualmente estão mais focadas em caixa e liquidez no curto prazo, enquanto esperam um cenário mais previsível para redefinir sua estratégia. Neste ponto, as garantias judiciais estão ga- cutivo e de uma matriz de risco, mas nhando espaço, à medida que redu- é preciso que as partes continuem a zem o custo financeiro das empresas. dialogar para que o produto mantenha-se interessante para a seguradora Em fevereiro deste ano, o Go- e para o mercado. Os corretores, por verno Federal sinalizou a retomada sua vez, são peça fundamental neste de 436 obras em todo o País, que quebra-cabeça, e têm que garantir integram 1,1 mil projetos. Quais as que seus clientes estejam preparados, expectativas com esse movimento ou seja, as empresas brasileiras precie como ele impacta diretamente no sarão fornecer mais informações às mercado de seguros? seguradoras para que sua capacidade No cenário econômico atual, seja aprovada. qualquer sinalização de retomada de obras deve ser vista de forma positiva. Qual é o potencial do seguro de Todavia, estamos falando de projetos garantia no Brasil? de baixo valor (entre R$ 500 mil e R$ O potencial é enorme, sobre todos 10 milhões). Dessa maneira, a reto- os aspectos, e está refletido no cresmada de tais obras tende a contribuir cimento médio ponderado (CAGR) de forma modesta, tanto no setor de do setor, em torno de 15% a.a. desde seguros como na economia em geral, 2010. Em 2016, o mercado atingiu R$ à medida que o orçamento anual para 2 bilhões em prêmio, um crescimento esses projetos, segundo o Ministério de 21% comparado ao ano anterior, do Planejamento, é da ordem de R$ de acordo com a Susep. Sob a ótica de 840 milhões. O mercado ainda aguar- garantias contratuais, qualquer polída esse aquecimento, que depende de tica que beneficie o investimento aufinanciamento de longo prazo e pre- menta a demanda por seguro, e espevisibilidade regulatória. ra-se que, em algum momento ainda em 2017, o mercado comece a reagir Sobre a nova Lei das Licitações, de forma mais enfática. Quanto às quais são as principais mudanças garantias judiciais, seu potencial será que beneficiarão os corretores e as limitado à capacidade dos entes do seguradoras? mercado em fornecer o apoio às emA Lei traz avanços importantes, presas e a seus balanços, pois o procomo a exigência de um projeto exe- duto foi beneficiado, tanto pela evo-

lução da Lei de Execuções como pelo Código de Processo Civil. Segundo o Banco Mundial, o Brasil é uma das economias com maior complexidade do sistema tributário, tornando a garantia judicial um recurso importante para a realização de negócios. E qual o potencial para o seguro de riscos de engenharia? Tendo em vista uma possível retomada da economia, acreditamos que nos próximos meses também poderemos observar um crescimento deste ramo. Por fim, quais são os principais desafios para este mercado? Os desafios são muitos, mas os principais atualmente estão relacionados à gestão e ao monitoramento de riscos. Sob a ótica de gestão de risco, as seguradoras estão fortalecendo seus times de subscrição e crédito, uma vez que o cenário atual trouxe impactos severos nos balanços de todas as empresas, sejam as maiores (que contratam diretamente as grandes obras), como as de menor porte (que geralmente são subcontratadas do primeiro conjunto). Assim, notamos o fortalecimento do processo de subscrição, monitoramento e gestão de projetos. 19


O que vai pelo mundo dos seguros Vivemos tempos de grandes mudanças e novos desafios para todos, incluindo a indústria do seguro. mercados e ampliação dos negócios.

Internacional | CARLOS BARROS DE MOURA

ção em áreas de risco. E a tecnologia? Em primeiro lugar, podemos ver

Novas situações e condições na disputa por Entre os novos desafios temos o crescimento da necessidade de proteção dos seguros para:

que junto com as novas tecnologias do mundo digital, estamos vivendo alterações profundas na gestão e atuação das atividades econômicas. No setor de seguros, estamos sentindo essas

• Terrorismo

mudanças que começam nas atividades das se-

Crime Organizado

guradoras.

Fenômenos ou Desastres Naturais

As relações de negócios ocorrem via eletrônica,

• Tecnologia

isso provoca uma revolução nos quadros funcionais

Vale registrar que no caso do terrorismo, te-

das empresas do setor e no relacionamento com os

mos o fator “fanatismo exacerbado”, que complica muito mais a aplicação das práticas atuais, para elaboração dos termos e condições das coberturas do seguro.

segurados. O Mundo Digital traz consigo muitos fatores positivos. Isso é óbvio! Para a indústria do seguro, além dos avanços em

Quando passamos para o “crime organizado”,

produtividade dos processos, que podem resultar em

comandado pelo tráfico de drogas, que também

melhores lucros, temos que esse novo mundo traz em

pode atuar no tráfico de pessoas: prostituição,

seu bojo mais um universo de riscos para a vida das

incluindo menores de idade, trabalho escravo, en-

pessoas, governos, empresas etc.

fim um leque enorme de crimes. Essa realidade é mais uma geradora de muita incerteza.

Refiro-me aos crimes cibernéticos, que já geraram grandes prejuízos às empresas. Basta acompanhar

A Natureza, também, está cobrando caro os

nos meios de comunicação as notícias sobre ataques

danos causados pelos excessos dos humanos.

de hackers e assemelhados aos sistemas privados e

Infelizmente, as pessoas mais atingidas são as

estatais, provocando inquietude nas pessoas, que so-

que estão longe da proteção do seguro. Falo das

frem a quebra do sigilo de suas informações.

áreas mais pobres do planeta, vitimadas por ter-

Como são milhões de pessoas, que estão nos

remotos, inundações, furacões, tornados e outros

mais variados bancos de dados, privados ou gover-

desastres naturais.

namentais, fica fácil entender a gravidade das inva-

Vejamos exemplo vindo da Austrália: o Sun-

sões de hackers. Bom exemplo vem da Índia, pois

corp Group tornou público que pagou 9.845 sinis-

há notícias que nas empresas não financeiras e de

tros de um total de 18.921 reclamações, provoca-

TI há uma crescente demanda por “seguros ciberné-

das pelo ciclone Debbie, informou News.com.au.

ticos”, temendo o crescimento dos ataques crimino-

As reclamações finalizadas incluem 7.777 pa-

sos pelo mundo.

gamentos totais ou parciais. O Suncorp diz que

Ainda falando de mundo digital, vemos os pro-

tem encerrado cerca de 100 sinistros por dia, des-

gressos dos carros sem motorista. Como ficarão

de a ocorrência do ciclone na costa de Queens-

os afetados por esse projeto? O que a sociedade

land em março passado. Nesse caso australiano,

poderá fazer para realocar a mão de obra dos se-

a quantidade de processos pede atenção dos

tores atingidos?

operadores de seguros. Nos Estados Unidos, há um forte movimento para a implantação de políticas incentivando os proprietários de imóveis a investir em constru-

20

ções mais resistentes e desencorajando a constru-

Para a indústria do seguro mundial, a tecnologia digital significa a maior transformação da sua história. Carlos Barros de Moura, corretor de seguros


Saúde

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) divulgou o estudo ‘Estimativas de Custo e Impacto de Tecnologias na Despesa Assistencial’, que analisa 16 das 26 novas tecnologias (medicamentos, terapias e exames) propostas para a incorporação, que podem se somar aos 3.287 procedimentos já cobertos no Rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar, para oferecimento obrigatório pelos planos de saúde a partir de 2018. O resultado mostrou que, caso incluídas, o custo adicional poderá ser de R$ 5,4 bilhões, o equivalente a aproximadamente 4% do total das despesas assistenciais em 2016. Por conta de um longo período de recessão econômica, que resulta atualmente em 13,5 milhões de desempregados, a presidente da FenaSaúde, Solange Beatriz Palheiro Mendes (foto), alerta que o processo de incorporação de novas tecnologias precisa incluir o impacto financeiro e considerar as condições dos compradores de plano de saúde de arcar com mais despesas. O custo dos planos de saúde na folha de pagamento das empresas já representa aproximadamente 12%, perdendo apenas para o pagamento de salários. Ao mesmo tempo, crescem as despesas assistenciais por beneficiário geridas pelas operadoras a cada ano – em 2016, esse aumento foi de 19,2%, segundo a FenaSaúde.

Divulgação

Impacto com o novo Rol da ANS pode chegar a R$ 5,4 bilhões

Capacidade de pagamento “Hoje, o Rol para cobertura mínima obrigatória já contempla 91% da lista de procedimentos da Associação Médica Brasileira. Em paralelo, levando-se em consideração a atual conjuntura econômica do País e o orçamento das famílias e empresas contratantes de planos de saúde, é preciso questionar sobre se há capacidade de pagamento por parte da sociedade. É equivocado achar que essas despesas são das operadoras. Na verdade, a conta é de todos os compradores – pessoas físicas e empresas. Somos nós que pagamos essa conta. A sociedade precisa fazer escolhas entre mais cobertura é maior preço ou a assistência à saúde que caiba no seu bolso”, pondera a presidente da FenaSaúde.

Dentre as tecnologias propostas, o implante Urológico Injetável Vantris para o refluxo vesico-ureteral é o item de maior impacto em 12 meses: R$ 2,5 bilhões para 209 mil beneficiários. Considerando os custos das tecnologias já cobertas para o mesmo tratamento, a diferença é de R$ 1,36 bilhão. Já os quatro medicamentos antineoplásicos orais para tratamento do câncer e o imunobiológico para a esclerose múltipla são os itens de maior custo anual por paciente: Dabrafenibe (R$ 500 mil); Crizotinibe (R$ 468 mil); Ruxolitinibe (R$ 295 mil); Afatinibe (R$ 76 mil); Natalizumabe(R$ 87 mil). O Dabrafenibe é uma alternativa mais barata à tecnologia já coberta no Rol. 21


Visã Brasil Regras firmes contra políticos corruptos O que o Brasil mais precisa para superar a atual crise política? Esta é uma das questões que a pesquisa Pulso Brasil de julho, realizada pela Ipsos, abordou com 1.200 entrevistados. No estudo, três soluções foram apresentadas aos brasileiros: colocar no poder líderes fortes para instituir a ordem, criar regras firmes contra políticos corruptos e aplicar efetivamente as regras já existentes contra corrupção. Comparando todas as ideias entre si, para a ampla maioria dos brasileiros, a melhor opção é a criação de regras firmes contra políticos corruptos. Quando confrontando os líderes fortes versus as regras firmes, a porcentagem de favorabilidade de cada proposta é de 25% e 71%, respectivamente. Já quando questionados se a melhor solução é a criação das regras ou a aplicação efetiva das normas já existentes, os índices de aceitação de cada uma são 67% e 28%, respectivamente.

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Envolvidos em infrações socioambientais

Serviços públicos com pior avaliação

A AML Consulting, bureau reputacional e líder nacional no mercado de soluções e serviços de prevenção à lavagem de dinheiro, reúne informações de pessoas físicas e jurídicas relacionadas ao descumprimento da legislação socioambiental. Os dados são capturados, analisados e compilados no Risk Money, plataforma que atualmente conta com cerca de 44 mil perfis identificados em crimes ou infrações socioambientais. Desse total, 85% se referem a informações desabonadoras. “É possível saber se a lei foi infringida com o histórico socioambiental que disponibilizamos e esses dados permitem a avaliação dos impactos reputacionais, financeiros e legais. As empresas precisam fazer a gestão dos seus riscos, principalmente ao contratar fornecedores, pois elas se tornam corresponsáveis pelo que eles fazem a partir da assinatura do contrato”, aponta Alexandre Botelho, sócio-fundador da AML Consulting.

Pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) revela que saúde (3,2) e segurança (3,6) são os serviços públicos com pior qualidade, de acordo com a percepção dos moradores das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, as duas maiores do País. A pesquisa também avaliou a qualidade do transporte (4,7), universidades (4,6) e escolas e creches (4,6), em notas que iam de 0 a 10 pontos. A Sondagem de Serviços Públicos foi realizada em dois momentos: antes dos Jogos Olímpicos (junho e julho), e logo após o evento (outubro e novembro). Depois das Olimpíadas houve ligeira melhora na avaliação da qualidade de todos os serviços, um efeito temporário, considerando a melhora do ânimo da população com o sucesso da realização do evento. Diferente foi a avaliação sobre o transporte, que teve ganhos reais no Rio de Janeiro, especificamente no local de investimentos de obras de infraestrutura.


Visã Brasil

Setor de serviços cria empregos Depois de quatro meses de saldo positivo no mercado de trabalho formal, o setor de serviços do Estado de São Paulo voltou a apontar retração na movimentação da mão de obra celetista. Em junho, foram perdidos 2.468 trabalhadores formais, resultado de 169.922 admissões contra 172.390 desligamentos. Em contrapartida, no acumulado do primeiro semestre do ano, foram criados 42.981 postos de trabalho, o que demonstra recuperação do setor após o pior primeiro semestre desde 2007, quando foram perdidos 33.126 empregos em 2016. No somatório dos últimos 12 meses, porém, foram perdidos 54.404 postos de trabalho - segunda vez consecutiva que se registra saldo negativo para o mesmo período. Com isso, o estoque ativo atingiu 7.337.097 de trabalhadores em junho, queda de 07% na comparação com o mesmo de 2016. Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no

Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho.


Tecnologia

A transformação digital no mercado de seguros Por Oliver Börner (foto), gerente glo- crucial que as empresas do setor cabal de Customer Intelligence do SAS pacitem seus times de corretores e de marketing para gerenciar, de forma Dentre as transformações provo- integrada, todos os canais digitais de cadas em todos os aspectos de nossas interação a disposição dos segurados. vidas, o avanço tecnológico da última Dessa forma, é possível melhorar as década tem gerado mudanças rele- vendas, por meio de campanhas autovantes nos padrões de comportamen- matizadas, e garantir as respostas neto dos consumidores. A relação que cessárias com a mesma rapidez com eles mantêm com as marcas ou seus que recebem as demandas. produtos e serviços mostra um cliente menos fiel e cada vez mais exigente Foco total na de boas experiências, desde a compra melhor experiência até o pós-venda. No omni-channel, o cliente pasA chamada Quarta Revolução In- sa a integrar um hub que concentra dustrial trouxe com ela uma possibi- todas as informações compartilidade real de crescimento e evolução lhadas com a seguradora, mas de de diversos mercados, resultante do maneira integrada. Dessa forma, é uso de conceitos como Inteligência possível obter uma visão ampla de Artificial e Internet das Coisas, para todas as suas ações. Com o uso das citar alguns. Essas tecnologias colo- tecnologias analíticas avançadas, as cam também a indústria de seguros seguradoras passam a contar com diante de uma nova realidade. Com benefícios que englobam não só os clientes gerando dados a todo ins- uma comunicação mais eficiente em tante e conectados em diversos ca- cada canal – por meio do marketing nais, como call center, website e redes contextual -, mas também novas sociais – o chamado omni-channel -, oportunidades de vendas. essas informações passam a ter um Tudo isso se traduz na oferta, em papel cada vez mais importante na tempo real, de produtos personalitomada de decisões, seja na aquisição zados e adequados ao perfil de cada de um novo produto ou na renovação cliente, proporcionando uma experide um serviço do qual já são usuários. ência única ao segurado, com resulFoi-se o tempo em que, para lidar tados mais efetivos, desde o aumento com qualquer situação corriquei- do lucro até o nível de satisfação. ra, o cliente dependia apenas do seu O mesmo pode ser feito com pocorretor de seguros, bastando hoje tenciais clientes, por meio de insights recorrer aos serviços disponíveis nas gerados pela análise preditiva dos daplataformas online. Por essa razão, é dos. Outra grande vantagem é poder 24

É crucial que as empresas do setor capacitem seus times de corretores e de marketing para gerenciar, de forma integrada, todos os canais digitais de interação a disposição dos segurados contar com o registro histórico de todas as interações aplicadas durante a jornada do cliente, levando a novos insights e a novas estratégias de vendas nos momentos oportunos. As tecnologias analíticas podem proporcionar uma transformação significativa para o setor de seguros, de modo que os negócios passem a ser conduzidos com 100% do foco na melhor experiência possível para o cliente, dando a ele total poder para tomar as melhores decisões. É apenas questão de tempo para que este cenário se consolide e o setor possa tirar o melhor proveito dessas transformações.


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Riscos

Reprodução

Evento ABGR promove maior eficiência das grandes empresas

O 12º Seminário Internacional de Gerência de Riscos e Seguros promovido pela ABGR aprimorou, junto ao público presente, regras em vigor e consequentemente um melhor funcionamento da sociedade, através da maior eficiência das grandes empresas. O evento aconteceu nos dias 22 e 23 de agosto, em São Paulo. A abertura, na véspera da exposição dos painéis, foi feita pelo navegador Amyr Klink (foto). Dentro dos inúmeros desafios colocados à frente da sociedade e que afetam diretamente as operações das grandes empresas estão problemas relacionados à execução das obras de infraestrutura, inovação, TI (tecnologia da informação), riscos logísticos, riscos políticos, programas mundiais de proteção de riscos, responsabilidade civil, agrobusiness e boas práticas empresariais. Um rol de temas foi exposto com 26

profissionais com experiência de campo, que discutiram problemas e dificuldades que afetam diferentes etapas e setores da cadeia produtiva, apresentando soluções importantes para a evolução dos negócios e a busca do aperfeiçoamento necessário para a otimização do desempenho das empresas, com o máximo de segurança para a sociedade e o meio ambiente. Mas o evento foi além dos painéis técnicos e inovou, ao misturar com as palestras aulas de seguros, tendo como público universitários sem qualquer familiaridade com a gerência de riscos ou a atividade seguradora. O superintendente de Garantia da AXA Brasil, Rogério Gonçalves, participou do painel Seguro Garantia: As soluções e os desafios deste produto que pode ser o grande aliado dos Gerentes de Riscos. Segundo ele, o Seguro Garantia Judicial, uma das modalidades do produto, vem sendo um dos carros-

-chefes da área na AXA Brasil. “Isso é fruto do amadurecimento do mercado brasileiro que está explorando o seguro garantia para além das garantias de contratos para grandes obras”, avaliou. A área de Garantia da AXA começou a operar no Brasil no segundo semestre de 2016. Até julho deste ano, o segmento de Garantia da empresa alcançou R$ 31 milhões em prêmios. Flavio Sá, gerente de Linhas Financeiras da AIG, participou do painel D&O: Caso Prático, e falou sobre as coberturas e vantagens do seguro. “Nos últimos anos, com o cenário econômico mais instável e o aumento de litígios, as empresas têm enxergado o D&O como um produto de extrema importância”, comentou. Nathália Gallinari, gerente de Seguro Ambiental da AIG, esteve no painel Gerência de Riscos e o Seguro Ambiental. “Até alguns anos atrás, as empresas contratavam basicamente a apólice de Responsabilidade Civil Geral, com cláusula de poluição súbita, que apresenta certas limitações com relação aos diversos riscos ambientais existentes. Hoje, em função dos grandes sinistros ocorridos no Brasil, a demanda por apólices específicas tem evoluído bastante”, explicou Nathália. No painel Gerências de Riscos e Compliance, Luciano Calheiros, CEO da seguradora Swiss Re Corporate Solutions, propôs uma reflexão sobre os benefícios da integridade para as organizações, destacando a importância de processos e de atitudes na cultura organizacional. Em pouco mais de uma hora de conversa, o executivo conduziu um percurso sobre as conexões entre gestão de riscos e compliance, seus benefícios para empresas, prejuízos causados por fraudes e a expertise do mercado segurador em atender essas demandas.


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SEUTEMP TEMP SEU

Copa do Mundo na Rússia

Planejamento da viagem requer antecipação para conhecer um dos países mais exóticos do mundo durante a realização do maior campeonato esportivo do planeta Falta menos de um ano para a realização da Copa do Mundo da Rússia e, para quem pretende assistir de perto os jogos, é melhor começar a planejar a viagem com antecedência, referencialmente ainda em 2017. Quanto antes o turista comprar passagens aéreas e reservar hotéis, mais chances terá de pagar barato, podendo inclusive economizar para adquirir ingressos e passeios posteriormente, mais próximo do evento. E em se tratando de Rússia, opções de passeios não vão faltar! Esta é a primeira vez que a Rússia será anfitriã do mundial de futebol e terá 11 cidades-sede. O campeonato será disputado entre 14 de junho e 15 de julho de 2018. Em preços pesquisados em julho, a passagem aérea de ida e volta para Moscou, com saída de São Paulo, estava saindo a partir de R$ 3.941 por pessoa (CVC Viagens), em classe econômica. A tendência é que os preços fiquem mais caros conforme a proximidade do dia da viagem. Isso vale também para a hospedagem na Rússia. Uma pesquisa feita no mesmo período em hotéis parceiros da CVC em Moscou revelou diárias a partir de R$ 98,19, na região central da cidade. Já uma busca por hotéis em São Petersburgo indicavam preços de diárias a partir de R$ 148,58, também em apartamento duplo. SEU TEMP

Transporte Em Moscou, a melhor maneira de se locomover é por meio de transporte público. O metrô da capital russa é eficiente, mas é preciso um certo jogo de cintura para entender a sinalização devido ao idioma que usa o alfabeto cirílico. Uma dica importante é ter sempre aplicativos de transporte local à mão como o “Metro Moscou Mapa”, com mapa e nomes de estações em português, ou contratar serviço opcional oferecido por agências, que oferece ao turista duas possibilidades: de viajar com assistência de guia especializado na região e que fale português (exclusivo para as viagens em formato de Circuitos) ou inglês (que pode ser contratado para suporte nos principais passeios). E se o assunto é viajar entre cidades, existem duas opções: trem ou avião. As passagens aéreas costumam ser mais baratas do que as de trem, mas os aeroportos ficam distantes dos centros. Os valores das passagens de trem na Rússia variam conforme o dia e o tempo de viagem. Os estádios de Moscou e São Petersburgo ficam longe do centro e, por isso, a dica é ir para os jogos de metrô e trem, pagando cerca de R$ 10. Uma das vantagens é que Moscou e São Petersburgo são ligadas por um trem-bala que percorre a distância en27


SEU TEMP Sugestões de Passeio pela Rússia Entre um jogo e outro, não vai faltar oportunidades para fazer passeios inesquecíveis pelas cidades-sede. A começar por Moscou, a capital russa, cujo principal ponto turístico é a Praça Vermelha, onde ficam ícones como a colorida Catedral de São Basílio, o Kremlin e o Mausoléu de Lenin. Aproveite e conheça o belo Teatro Bolshoi, sede da famosa companhia de balé, além das

tre as duas cidades em cerca de 4 horas. Quanto aos táxis, na Rússia esse tipo de veículo não tem taxímetro e é preciso negociar o valor com o motorista (em russo!). Vale utilizar aplicativos como Uber, GetTaxi ou Yandex Taxi para evitar exploração nos preços das corridas. Uma das alternativas é alugar um carro para os deslocamentos. Nesse caso, a carteira de motorista brasileira tem validade no país europeu (mas deve ser traduzida para o russo e autenticada em consulados da Rússia no Brasil) ou ter a carteira de habilitação internacional. A reserva da locação do carro pode ser feita no Brasil.

catedrais da Assunção e a de Cristo Salvador. Em São Petersburgo, a ex-capital do Império Russo, o luxo e a riqueza dos antigos czares pode ser visto em cada canto da cidade. Igrejas majestosas como as catedrais de Santo Isaac, de Santo Nicolas e a Igreja do Sangue Derramado impressionam com sua arquitetura rica e cheia de cor. Entre os museus, o destaque fica para o Hermitage, com cinco edifícios interligados e mais de três milhões de obras de arte. Não deixe de visitar o Forte de São Pedro e Paulo, fundado em 1703 e que abriga a Prisão de Trubetskoy e o Museu da Ex-

Dicas importantes Voos com escalas - Não há opções de voos diretos para Moscou a partir do Brasil, então um voo longo será inevitável, com conexões na Europa ou Estados Unidos. O tempo de viagem fica entre 13h e 16h, em voos com apenas uma parada. Visto - Brasileiros não precisam de visto para entrar na Rússia durante um período de 90 dias, sendo necessário apenas passaporte válido. Telefonia - Assim que desembarcar no país compre um chip de telefone russo, evitando gastos com serviço de roaming e usar para os aplicativos. Moeda - A moeda utilizada no país é o Rublo Russo. Fuso horário - A Rússia possui, no total, 11 fusos horários diferentes. As sedes da Copa do Mundo ficam concentradas apenas em quatro deles: Caliningrado está 5 horas à frente do Brasil; Moscou, São Petersburgo, Níjni Novgorod, Kazan, Saransk, Rostov, Sochi e Volgogrado estão 6 horas à frente. Samara fica 7 horas adiante e Iecaterimburgo, 8 horas.

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ploração Espacial. Explore outras cidades A cidade de Kazan, que vai sediar seis jogos do Mundial, é uma das mais antigas da Rússia e possui construções milenares e muralhas. Níjni Novgorod, cidade que fica próxima à capital, possui um zoológico e o monastério Pechersky Ascension. Já Saransk, fundada em 1641, conta com diversos museus: Museu da Cultura Folk de Mordóvia, o Kraevedcheskiy e o Museu de Arte Fina S.D. Erzia, além do parque Gorodskoy. Caliningrado, localizada fora do território russo, a cerca de 600 km do resto do país – fica no litoral, com belas praias. No entanto, mesmo no verão as temperaturas não ultrapassam 20°C. Por fim, Iecaterimburgo é a única das cidades-sede que fica na Ásia. É conhecida por ser palco da execução da família Romanov durante a revolução bolchevique, no local onde hoje é a Igreja do Sangue. Fonte: “Blog Dicas de Viagem / CVC Viagens” http://www.cvc.com.br/dicas-de-viagem/copa-domundo-na-russia.aspx

SEU TEMP


Reprodução

Alimentação

Clima

A culinária russa é vasta e repleta de sabores. Aproveite a viagem para conhecer pratos típicos como a Borsh (sopa com beterraba), kotleti (bolinho de carne moída), blini (panqueca), Salada Olivier (salada russa no Brasil) e o Frango à Kiev (peito de frango desossado e recheado). Quanto às bebidas, não saia da Rússia sem provar a autêntica vodka e a cerveja báltica. Se preferir as bebidas sem álcool, fique com o Kvass, um refrigerante à base de trigo. Nas grandes cidades é fácil encontrar opções de restaurantes de culinária internacional, além de especializados em comida italiana, japonesa e ucraniana. Existem restaurantes para todos os tipos de bolsos, desde os mais sofisticados até os fastfoods.

Quando pensamos em Rússia, a primeira coisa que nos vem à cabeça é neve e muito frio. Mas durante a Copa do Mundo o país estará em pleno verão. Isso não quer dizer que você encontrará o calor escaldante com o qual estamos acostumados, mas sim temperaturas máximas de 25°. Fique atento às grandes variações de temperatura em um mesmo dia e sempre tenha um casaco a tiracolo!

SEU TEMP

Ingressos Os ingressos para os jogos da Copa estarão disponíveis neste segundo semestre de 2017. A venda será exclusivamente pelo site oficial da Fifa. Serão três categorias disponíveis para os torcedores (uma categoria especial será vendida somente para torcedores russos).

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PONTO FINAL LEILA NAVARRO

Você está preparado para enfrentar adversidades?

“Nada do que foi será, de novo, do jeito que já foi um dia....”. Não faço ideia do que se passava na mente do compositor e cantor brasileiro Lulu Santos quando criou a canção “Como uma onda”, mas posso garantir que ela tem tudo a ver com os tempos de crise e incerteza que vivemos. As mudanças sociais, econômicas, políticas têm desencadeado um clima de incerteza numa proporção nunca vista antes. Ondas pequenas têm formado grandes tsunamis. Antes de continuar, faço aqui duas perguntas instigantes: - Você tem ideia de onde vão desaguar as carreiras tradicionais, os relacionamentos profissionais e os negócios daqui 2, 5 ou 10 anos? - A sua atuação profissional, a sua carreira ou o seu negócio corre risco no contexto atual das inovações e mudanças aceleradas? Estão aí questões para as quais não se encontram respostas seguras, mas que temos que pensar seriamente a respeito. Aliás, segurança é uma palavra cada vez mais fora do contexto atual. Mais que em qualquer outro tempo, temos que aprender, como malabaristas, a equilibrar diversos pratos ao mesmo tempo e lidar com as incertezas. Ao observar o cenário corporativo tanto no Brasil como no 30

Exterior, percebo que os anseios no mundo são semelhantes e as pessoas mais antenadas, dos mais variados segmentos econômicos – líderes, gestores, administradores e empreendedores -, vêm se atentando à necessidade de reinventarem suas próprias competências e habilidades. Vou perguntar novamente: você consegue prever como estará a sua área de atuação profissional daqui alguns anos? A ciência mostra que as mudanças constituem os seres vivos e aqueles que foram capazes de se adaptar garantiram longevidade à própria espécie. No que diz respeito à carreira profissional e a gestão de negócios, não tem sido diferente. Profissional com passado brilhante, mas sem atitudes inovadoras e ações criativas para o futuro, corre o risco de cair na teia do esquecimento. O movimento de mudança é irreversível e, cada vez mais, é necessário desenvolver competências e habilidades para encarar as adversidades. Reclamar não vai mudar o rumo das coisas. Aliás, pode até piorar para o seu

lado se essa for a sua opção. O negócio é agir de modo coerente, assertivo e consciente. O autoquestionamento ajuda muito nesse processo. Pense comigo e seja franco: as competências que você tem desenvolvido correspondem às necessidades do mundo moderno? Elas estão associadas ao seu repertório técnico para transformar ou manter-se um passo adiante na sua carreira e os seus negócios? Você está preparado para correr riscos? Arriscar faz parte da composição do cenário atual. Os mais notáveis nomes que fizeram história não foram os que nunca se equivocaram, tampouco os que sempre ganharam, mas sim aqueles que foram capazes de enfrentar as adversidades para seguir adiante. É importante aprendermos a avançar em um propósito independentemente das circunstâncias. Ao agir dessa maneira enfrentamos e superamos os medos, saímos da zona de conforto, e exercitamos nossas próprias competências. Encarar a adversidade é um desafio que nos fortalece e aumenta as chances de conquistas. Segundo o filósofo Horácio, “a adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas.” Você já pensou sobre isso? Leila Navarro é palestrante motivacional reconhecida no Brasil e no Exterior. Autora de 15 livros e primeira mulher destaque no Top of Mind, na categoria palestrante


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