Ano 16 | Número 136 | 2017
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Práticas Sustentáveis Ações de sustentabilidade impactam no momento da decisão de compra do consumidor. Em seguros, existem iniciativas em prol da plantação de mudas de árvores para compensar a emissão de CO2 em evento do setor, reflorestamento de matas, menos consumo de luz, água e combustível. E até mesmo a substituição de copos descartáveis por squeezes
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Carta ao Leitor Brasileiro, dono de uma atitude mais “mãos à obra”
Um indivíduo mais consciente da responsabilidade por seus próprios problemas e menos ligado à lógica do paternalismo. Dono de uma atitude mais “mãos à obra” e menos “Deus proverá”. Mais consciente das dificuldades enfrentadas por seu País e desejoso de viver em uma sociedade onde valores como a ética e o compromisso sejam tangíveis. Ao mesmo tempo, continua a valorizar a amizade, a família, acredita ser feliz, humilde e se vê como um cidadão honesto, mas que contraditoriamente entende ser a corrupção o principal entrave ao desenvolvimento, seguido pela violência, pobreza e degradação do meio ambiente. Essas são algumas das principais características do perfil do brasileiro médio desenhado pela Pesquisa Nacional de Valores 2017, realizada pela consultoria paulistana de recursos humanos Crescimentum. A pesquisa utilizou metodologia do instituto inglês Barrett Values Centre e foi executada pelo DataFolha, que entrevistou 2.422 pessoas acima de 16 anos, em todas as regiões. O Editor
EXPEDIENTE Editor-Executivo: João Carlos Labruna labruna@revistaseguradorbrasil.com.br brasilempresarial@uol.com.br Comercial: Mauricio Dias (mauricio@revistaseguradorbrasil.com.br) Paula Merigo (paula@revistaseguradorbrasil.com.br) Dagoberto Orelhana (dagoberto@revistaseguradorbrasil.com.br) Diagramação: Propósitto Soluções Visuais (rodrigo@propositto.com.br)
ANO 16 | NÚMERO 136 | 2017
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IBDN
Sumário Ações de sustentabilidade
Corretores reunidos
Vida longeva O Grupo Bradesco Seguros realizou, em São Paulo, o XII Fórum da Longevidade. A programação foi baseada nos quatro pilares essenciais para governos, empresas e cidadãos se unirem em favor de projetos de qualidade de vida ativa: saúde, social, conhecimento e finanças. E a palavra que serviu de mote para diversas palestras e debates foi resiliência. Na foto, Circuito da Longevidade, promovido pelo Grupo. Págs. 25 a 28
Estudo do mercado Análise elaborada pela Silcon Estudos Econômicos, sob liderança do economista Claudio Contador (foto), um dos mais respeitados do setor, trata do assunto “Um olhar para o mercado de seguros com indicadores antecedentes”. Especial para SEGURADOR BRASIL - Págs. 22 a 24
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Arquivo SB
Adam Tavares/Lívia Gossi
Um tom de otimismo e ousadia, mas sem deixar de lado o realismo, dominou o Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, em Goiânia. Segundo resultado apurado, “foi o mais provocativo da história”. A vigésima edição do evento levou para seguradoras, corretores e demais profissionais do setor discussões sobre “O setor de seguros na era digital”. A atuação do setor de seguros durante o período recessivo no Brasil também foi amplamente debatida. Cobertura do evento - Págs. 12 a 19
Gabriel Heusi
Ações de sustentabilidade são cada vez mais evidentes. A Sompo Seguros, por exemplo, estabeleceu uma ação diferenciada. Como parte de seu programa de neutralização de carbono, a Companhia vai viabilizar as iniciativas que devem compensar a emissão de dióxido de carbono (CO2) no encontro nacional dos corretores em Goiânia. Toda a emissão resultante do evento será compensada por meio de mudas a serem plantadas no Parque Ecológico do Tietê, em São Paulo. Matéria Especial - Págs. 6 a 11
Consumidores dão preferência para empresas sustentáveis
Com uma proposta de proteger o meio ambiente, sem deixar de se importar com o lucro, as empresas têm investido gradativamente em tecnologia verde. No decorrer dos últimos anos, bilhões de dólares foram empregados em inovação e modernização de recursos sustentáveis, entre eles, energia eólica, solar, energia ondomotriz e geotérmica. As tecnologias sustentáveis vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado e, em pouco tempo, devem se tornar a nova tendência à medida que o governo vem oferecendo e disponibilizando mais incentivo para esses recursos. Este é o momento que indústrias e empresas devem se reinventar e aderirem a onda verde. Para aqueles que ainda não se convenceram da importância de uma política sustentável, confira 10 motivos para a empresa investir em sustentabilidade. 6
Empresas que não investem em preservação ambiental são mal vistas e perdem a preferência do consumidor Estudos apontam que as ações de sustentabilidade promovidas por empresas impactam no momento da decisão de compra do consumidor. Aspectos como não maltratar os animais e ter selos de proteção ambiental são alguns dos motivadores de preferência ou admiração por determinada empresa apontados pelo público, de acordo com pesquisa realizada pela Instituição Akatu, em 2013. Como exemplos disso, vale apontar o caso do vazamento de petróleo no Golfo do México em uma plataforma da empresa BP. No dia seguinte suas ações despencaram. Mais próximo aos brasileiros, o caso de Mariana, onde uma barragem da mineradora Samarco se rompeu e contaminou todo o Rio Doce. Ambas foram as vi-
lãs da história por não pensarem no meio ambiente. Grandes empresas investem em tecnologia sustentável Para se manter competitivo e vivo no mercado de trabalho, pequenas e médias empresas devem investir cada vez mais em tecnologia verde. Muitas das corporações mundiais, como Sompo, Panasonic, Honda, entre outras, investem anualmente altas quantias de dinheiro em recursos sustentáveis. Elas aplicam grandes valores, pois a sustentabilidade é um investimento menos arriscado e possuem capital para desenvolver e usufruir dessa nova tecnologia. Produtos sustentáveis custam menos Em comparação com as tecnologias disponíveis no mercado, os recursos sustentáveis geram produtos mais baratos. Além de ser menos danoso para o meio ambiente,
IBDN
Capa
Seguradora neutraliza carbono do Congresso Brasileiro de Corretores de Seguros A Sompo Seguros estabeleceu
Divulgação
os investimentos verdes tendem a ser duráveis e mais rentáveis. Como exemplo pode-se indicar os carros elétricos. Com os valores de combustíveis em alta, os consumidores identificam as soluções ecológicas como as mais viáveis. Energia limpa Uma das vantagens de se investir em tecnologia verde é a busca por alternativas de energia que não dependem tanto da natureza. Essa tendência já se mostra em alta nas companhias de energia elétrica, que estão investindo em inovação e tem refletido na competitividade de mercado e em renovação de recursos humanos, tecnológicos e até mesmo naturais. Outras empresas também apostam em geradores, motores de combustíveis eficientes e painéis solares. A sustentabilidade reflete benefícios à longo prazo Nem só a inovação é a preocupação das empresas. Outro ponto importante é a escassez de recursos naturais não renováveis. Indústrias têm investido na renovação de seus recursos, pensando no futuro, uma vez que estudos apontam uma redução significativa de recursos naturais não renováveis, tornando a competitividade comercial cada vez mais acirrada e comprometendo empresas que não investem em alternativas sustentáveis. Procura por produtos verdes Assim como consumidores estão mais conscientes e exigindo uma posição mais sustentável das empresas, a demanda por produtos sustentáveis também aumenta, proporcionalmente. O público consumidor procura por produtos que tenham certificação verde e um equilíbrio entre o valor real e o valor social. À longo prazo, essa exigência será cada vez maior no mercado.
uma ação diferenciada entre as iniciativas que marcaram sua participação no 20º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, que aconteceu entre os dias 12 e 14 de Outubro, no Centro de Convenções de Goiânia. Como parte de seu programa de neutralização de carbono, a Companhia vai viabilizar as iniciativas que devem compensar a emissão de dióxido de carbono (CO2) do evento, garantindo o selo Evento Neutro de Carbono ao Congresso.
Francisco Grossi: promoção do bem-estar e da sustentabilidade
Por meio de uma parceria com o IBDN - Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza, toda a emissão resultante do evento será compensada por meio de mudas a serem plantadas na floresta Sompo Seguros, localizada no Parque Ecológico do Tietê, em São Paulo. Para isso, o IBDN vem realizando um levantamento da queima de combustível fóssil e gás liberados durante o evento, que incluem todo o trabalho de organização, equipe de segurança e de apoio, bem como consumo de energia elétrica, produção e descarte de resíduos. Para se ter uma dimensão da iniciativa, vale considerar que durante os três dias de evento, mais de cinco mil pessoas devem ter passado pelo Centro de Convenções de Goiânia para participar das palestras e seminários, além de visitar os 30 expositores. A área do evento contemplou 3,5 mil m² do Pavilhão Verde (área de almoço, jantar e show), cinco mil m² no Pavilhão Azul (dedicado à Exposeg) e mais 2,5 mil m² reservados à plenária, credenciamento e salas de apoio. A estimativa é de que tenham sido consumidos mais de 385 KVAs de energia, além de mais de 20 mil materiais gráficos (programação, crachás, blocos, cartas de boas-vindas e tíquetes de chapelaria, por exemplo). Dessa forma, a floresta Sompo Seguros deve ganhar cerca de 250 novas mudas de espécies nativas, que devem ser plantadas numa área de 1,5 mil m² e com potencial de neutralizar 45 toneladas de carbono. “O Congresso é um evento imprescindível, no qual todo o mercado segurador se reúne para trocar ideias, debater sobre perspectivas de futuro e analisar panoramas e tendências. Por conta disso, decidimos contribuir neste ano implementando uma iniciativa que está na política da Companhia de promoção do bem-estar e da sustentabilidade. Nada mais justo, portanto, do que viabilizar a neutralização de carbono do evento”, disse Francisco Grossi diretor Executivo Comercial da Sompo Seguros:
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Fonte-IBDN
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Programa de Neutralização de Carbono da Sompo O Programa de Neutralização de Carbono da Sompo Seguros existe desde 2015, quando a Companhia investiu para obter a certificação de Frota Neutra de Carbono, como parte do esforço em minimizar os efeitos dos poluentes emitidos por sua frota de veículos. A disposição em investir na ação de neutralidade de carbono faz parte da política global da Sompo Seguros, que contribui para promover a realização de uma sociedade resiliente e sustentável, abordando questões ambientais em seu negócio, bem como junto aos seus diversos públicos de interesse. O Programa de Neutralização de Carbono da Sompo Seguros já viabilizou o plantio de 15 mil mudas numa área de 200 mil m², que constitui a floresta Sompo Seguros, localizada no Parque Ecológico do Tietê, em São Paulo. As 15 mil árvores já plantadas correspondem à neutralização de 2,7 mil TCO2eq (toneladas de carbono equivalente). Só para se ter uma ideia, essa quantidade de árvores equivale à recuperação de 11 campos de futebol. Além disso, as 2,7 mil COeq. correspondem à neutralização equivalente a cinco mil carros à gasolina percorrendo o trajeto entre São Paulo e Rio de Janeiro.
O Parque O PET (Parque Ecológico do Tietê), criado em 1976 e inaugurado em 1982, possui uma área de 14,1 milhões de m², uma área equivalente a cinco Central Parks ou a 11 parques do Ibirapuera. O parque foi instituído com o objetivo de preservar o rio Tietê e um pouco de suas várzeas, além de possibilitar uma área de lazer para a população da Região Metropolitana de São Paulo. Sompo - Divulgação
Economia Investir em tecnologia sustentável é sinônimo de não depender de fontes externas, consequentemente, reduzindo custos. Por exemplo, Google utiliza data centers sustentáveis para armazenar seus dados. Na prática, empresas que investem no verde, futuramente, obtém lucros maiores por menores custos. Fortalecimento da agricultura e pecuária responsável As notícias sobre desmatamento no Pantanal e na Amazônia tornam-se cada dia mais frequentes. O grande culpado dessas atitudes contra a natureza é o investimento que empresas ainda recebem. Com a diminuição do financiamento para empresas que executam essas atividades, cria-se uma nova geração de agricultores e pecuaristas mais responsáveis. Inovação Uma empresa que investe em constante inovação dificilmente tem problemas em se adaptar as mudanças e tendências do mercado. Empresas sustentáveis buscam a constante inovação. Portanto, empresas sustentáveis conservam o mesmo espírito do empreendedorismo, aquecendo as economias ao redor de todo mundo. Investir em sustentabilidade é investir no futuro O motivo mais importante com certeza é esse! Investir em sustentabilidade é pensar no futuro de gerações e do planeta. O que é abrir mão de algum lucro para investir em qualidade de vida? Sem dúvida, essa é a maior responsabilidade e legado que uma empresa deve se esforçar para alcançar e cumprir.
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Pixabay
A SulAmérica vem aprimorando de forma significativa os indicadores de impacto socioambiental de suas operações. Em apenas dois anos, entre 2014 e 2016, a Companhia conseguiu reduzir o consumo de água em 43% e o de energia elétrica em 24,3%, resultados conquistados por meio de iniciativas voltadas à eficiência predial, além do engajamento de colaboradores. O uso de combustível por veículos corporativos também diminuiu no período, em 35%. Os três índices integram um conjunto de cinco metas de ecoeficiência estipuladas pela seguradora para o período entre 2014 e 2023. Os outros dois princípios tratam da gestão de resíduos sólidos: aumento do volume de lixo reciclado e redução de geração de lixo comum. “A SulAmérica tem adotado as melhores práticas de consumo racional de recursos, incluindo a instalação de sistemas prediais inteligentes para iluminação, refrigeração e elevadores, além de descarte adequado de resíduos e racionalização no uso de
água, dentre outras. Além disso, promovemos campanhas para conscientização de colaboradores de modo a atingir as metas estabelecidas”, afirma o vice-presidente de Operações e Tecnologia, Marco Antunes. Os indicadores são referentes a ações desenvolvidas na matriz da Companhia, no Rio de Janeiro, e também na sede em São Paulo. Os resultados parciais são avaliados como satisfatórios pela diretora de Recursos Humanos e Sustentabilidade da seguradora, Patricia Coimbra. “A ecoeficiência é um instrumento fundamental para que empresas desenvolvam e implementem com sucesso uma estratégia de negócios sustentável. Pelos dados do relatório, podemos constatar que esse conceito já está disseminado na Companhia”, afirma a executiva.
Resíduos eletrônicos
Outra frente que integra as ações de sustentabilidade da SulAmérica é a de destinação ambientalmente correta de equipamentos eletrônicos e de informática. Desde 2013 até agora, foram descartadas 53,2 toneladas de resíduos. Parte do material foi reparado e destinado a ações sociais, impactando 320 pessoas ao ano. Como a vida útil de cada dispositivo pode ser de até 12 anos, estima-se em 3,8 mil o total de pessoas beneficiadas no período.
Alternativa para diminuição de custos Ações simples de sustentabilidade podem fazer uma grande diferença para pequenas e médias empresas Arquivo SB
Redução do consumo de energia, água e combustível
Adotar medidas de sustentabilidade pode ser uma alternativa para empresas que estão buscando reduzir os seus custos em meio à crise. Além de uma tendência constante, as práticas sustentáveis como coleta seletiva e economia de água, podem trazer benefícios para empresas e estimular o comportamento até mesmo nos colaboradores. Uma das empresas que vem estimulando essa prática é a Ikê Assistência, companhia especializada em serviços de assistência 24 horas. A empresa, que está presente no Brasil e na América Latina, viu na sustentabilidade uma maneira de reduzir os seus custos, por meio da distribuição de squeezes de acrílico personalizadas para todos os colaboradores. “Conseguimos reduzir o consumo dos copos descartáveis ao implementar as squeezes para os nossos colaboradores. É uma prática simples, mas que vem surgindo efeitos na diminuição do nosso custo, além de colaborar com a preservação do nosso planeta, já que um copo descartável demora cerca de 50 anos para se decompor na natureza”, afirma Marusia Gomez (foto), CEO da Ikê Assistência no Brasil. 9
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Fotos Reprodução
Desmatamento da Mata Atlântica cresce quase 60% em um ano
Estudo divulgado no primeiro semestre deste ano pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) - referente aos novos dados do Atlas da Mata Atlântica, período de 2015 a 2016 - aponta o desmatamento de 29.075 hectares (ha), ou 290 Km2, nos 17 Estados do bioma Mata Atlântica – representando aumento de 57,7% em relação ao período anterior (20142015), referente a 18.433 ha. A diretoria executiva da SOS Mata Atlântica observa que há 10 anos não era registrado no bioma um desmatamento nessas proporções. “O que mais impressionou foi o enorme aumento no desmatamento no último período. Tivemos um retrocesso muito grande, com índices comparáveis aos de 2005”, informou. No período de 2005 a 2008 a destruição foi de 102.938 ha, ou seja, média anual de 34.313 ha. Neste levantamento, a Bahia foi o Estado que liderou o desmatamento com decréscimo de 12.288 ha – alta de 207% em relação ao ano anterior, 10
quando foram destruídos 3.997 ha. Um sobrevoo realizado por técnicos da SOS Mata Atlântica, em 16 de maio deste ano sobre os municípios de Santa Cruz Cabrália e Belmonte, constatou queimadas em floresta, conversão da floresta em pastagens e processos de limpeza de áreas onde o entorno apresenta forte atividade de
silvicultura. A vice-liderança do ranking do desmatamento da Mata Atlântica ficou com Minas Gerais, com 7.410 ha desmatados, seguido por Paraná (3.453 ha) e Piauí (3.125 ha). A Mata Atlântica possui 3.429 municípios e mais de 72% da população vive nesse bioma.
Os projetos de restauração florestal da Fundação SOS Mata Atlântica já se destacam entre os que mais contribuíram para a reabilitação do bioma no País. Com a proposta de promover a integração entre produção rural e conservação do meio ambiente, a ONG foi responsável pelo plantio de mais de 36 milhões de mudas de árvores nativas, equivalente a uma área de 21.228 hectares, aproximadamen-
nio de mais de 30 milhões do total
te o tamanho da cidade de Recife
de mudas plantadas. Atualmente,
(PE). Bradesco Seguros e Bradesco
a ONG é uma das poucas organiza-
Cartões são as principais empresas
ções brasileiras com capacidade de
parceiras dos projetos de restaura-
concretizar projetos de larga escala
ção da Fundação, com o patrocí-
nessa área.
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“Árvore de Sugestões Ecológicas” reúne ideias de colaboradores para redução de desperdícios Plantar boas ideias para colher resultados sustentáveis. Com essa ideia em mente, a Brasilcap lançou a iniciativa Árvore de Sugestões Ecológicas, que estimula o consumo consciente, em ação voltada para os colaboradores da empresa. Eles terão um ponto de coleta de sugestões para compartilhar propostas que ajudem a reduzir o desperdício de recursos naturais, materiais e financeiros. Dessa forma, contribuem para a preservação do meio ambiente, além de ajudarem na redução de custos da Companhia, com gastos mais planejados. A árvore simbólica - na recepção da
Brasilcap - funciona como um lembrete para os colaboradores. As sugestões, enviadas até o dia 10 de novembro, serão selecionadas e a melhor delas será adotada pela empresa. A ação faz parte do Programa de Meio Ambiente da Companhia, que engloba temas como otimização de recursos, redução de desperdício, uso sustentável de tecnologia, educação ambiental, bom senso e responsabilidade na adoção de boas práticas ambientais. “Responsabilidade ambiental e consumo consciente são ingredientes importantes em nosso dia a dia. A Bra-
silcap quer incentivar ideias que ajudem a tornar essas práticas parte de nossa cultura corporativa”, explica Elena Korpusenko, gerente de Comunicação e Marketing da Brasilcap.
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Especial
Gabriel Heusi
“Setor de seguros rima com reformas estruturais que a Nação precisa e deseja”
O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Marcio Serôa de Araujo Coriolano, ressaltou na abertura do 20º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, em Goiânia, a resiliência do setor de seguros durante o período recessivo recente no Brasil. Coriolano também destacou que o momento é de retomada do crescimento sustentado e inclusivo. Mas deixou claro que o setor hoje se mostra maduro o suficiente para requerer um assento nos órgãos deliberativos do sistema securitário e ocupar espaço no centro das políticas públicas do país, defendendo um papel institucional que seja proporcional à importância do seguro para a sociedade brasileira. 12
”Queremos estar no centro das políticas públicas que conduzam o país a uma nova fronteira civilizatória, sustentável, porque a proteção do seguro rima com sustentabilidade. Rima com a economia de gastos do governo. Rima com as reformas estruturais que a nação precisa e deseja. Rima com progresso. Portanto, temos o direito de requerer um assento nos órgãos deliberativos do sistema securitário, no CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados) e no Consu (Conselho Nacional de Saúde Suplementar). Estamos maduros para tanto”, disse Coriolano, que completou: “E essa resistência do setor de seguros não é fruto do acaso, mas é resultado da crescente
preferência da população pela proteção securitária. e é também fruto da confiança de seguradores e corretores no futuro do país, com estabilidade, ética e progresso”. O presidente da CNseg frisou sobre a importância de uma proposta junto aos três Poderes articulada e assertiva de medidas que permitam liberar a contribuição decisiva do sistema de seguros para a recuperação da economia e para o suporte à sociedade, em novas bases. “Essas medidas já são consensualmente conhecidas e equacionadas”, ponderou Coriolano, que, segundo ele, são as seguintes: a privatização do seguro de acidentes do trabalho; o destravamento das
Joaquim Mendanha: a palavra que melhor se encaixa e está faltando para este mercado é ousadia
Fotos – Arquivo SB
Marcio Coriolano: setor precisa ser inserido nas políticas públicas que conduzam o País a uma nova fronteira sustentável
representar uma ameaça, saberemos reconhecer aqui uma oportunidade de unir as novas tecnologias já abraçadas pelos cidadãos e uni-las com o papel indispensável do corretor de seguros de orientar e dar suporte para as melhores escolhas dos consumidores”, finalizou. Joaquim Mendanha de Ataídes, em seu discurso, exaltou a relevância do evento para o setor de seguros e o papel do corretor para o desenvolvimento do mercado. O superintendente da Susep também assinalou a necessidade de a autarquia também trabalhar como agente para a evolução do setor, criando inclusive produtos. “A palavra que melhor se encaixa e está faltando para este mercado é ousadia. Este mercado precisa voltar às suas origens para que ele possa responder às neces-
sidades desse consumidor final”, disse ele, que ressaltou ainda o amplo diálogo que vem empregando com todos os atores do mercado securitário. “Temos trabalhado muito para esse ambiente aqui favorável”. Realizado de 12 a 14 de outubro, o Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros foi organizado pela Federação Nacional dos Corretores de Seguros (FenaCor) e pelo Sindicato dos Corretores e Corretoras de Seguros no Estado de Goiás (Sincor-GO). A vigésima edição do evento levou para seguradoras, corretores e demais profissionais do setor discussões sobre “O Setor de Seguros na Era Digital”. Paralelamente, aconteceram no mesmo espaço a 19ª Exposeg e o 4º Congresso Brasileiro de Saúde Suplementar. Gabriel Heusi
normas subsidiárias para o seguro de vida universal e dos novos VGBL e PGBL; a conclusão da nova Lei de licitações e do seguro de garantia de obras; a criação do tão almejado Previsaúde; o novo modelo de garantias do seguro rural e a regulamentação inclusiva do microsseguro e da livre escolha de oficinas referenciadas no seguro de Auto Popular. Coriolano sinalizou também para a importância de um regime especial de agência para a Superintendência de Seguros Privados (Susep). “Temos o direito de apoiar firmemente o fortalecimento da Susep como autarquia blindada e com regime especial de agência. Ela está madura para tanto”, afirmou ele, que elogiou o empenho do superintendente da Susep, Joaquim Mendanha de Ataídes, na adoção de medidas urgentes para que o setor suportasse a crise econômica do país com ações e respostas precisas ao mercado e aos consumidores de seguros. Coriolano também destacou o trabalho conjunto com a Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), que tem como presidente Armando Vergílio, na busca contínua de uma agenda comum produtiva para o setor. O presidente da CNseg concluiu seu discurso elogiando a Fenacor por eleger como tema central do Congresso “O mundo digital”. “Longe de
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Especial
Fotos – Miriam Jeske
Frente a frente com a realidade
Painel do último dia do 20º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, que debateu a realidade e os desafios do setor, começou com uma boa notícia. De acordo com a jornalista especializada em economia da GloboNews, Denise Barbosa, a recessão já passou. Ela alertou que a situação econômica do país ainda é difícil, principalmente em relação às contas públicas, porém, as taxas de desemprego começaram a cair e as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) são de crescimento. Para Denise, é preciso acertas as contas e os gastos do Governo para garantir um crescimento sustentável. Ela também observou que o mercado de seguros registrou uma evolução mesmo com a economia em baixa. “Quando o país voltar a crescer, isso vai dar um gás no segmento e será preciso ter gente boa e qualificada trabalhando. Esse é o caminho para crescer como profissional e também para ajudar o país a crescer”, afirmou. O deputado federal e presidente da 14
Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviço da Câmara dos Deputados, Lucas Vergilio, também comemorou a recuperação econômica do país. Entretanto, de acordo com ele, ainda assim o mercado de seguros não tem o espaço que merece na pauta do Governo. “É preciso destacar o impacto social do mercado de seguros para o país e mostrar que o setor gera riqueza e empregos. Temos que nos unir
para chamar atenção dos demais deputados”, concluiu. O presidente da Bradesco Seguros, Octavio de Lazari, reiterou a afirmação de que os corretores são fundamentais para o crescimento do mercado. Ele acrescentou que esses profissionais são o elo mais forte na cadeia, já que são eles que conhecem os clientes e os aconselham, mantendo assim uma relação duradoura e de confiança.
Especial
Fotos – Arquivo SB
Mudança de cultura e de processos são fundamentais para a digitalização na distribuição de seguros presidente da Escola Nacional de Seguros, Robert Bittar: seguros Robert Bittar, abriu obrigatórios são o painel, traçando apólices mais um panorama sobre atraentes para contratação a regulamentação da on-line profissão e a atuação digital de corretores e seguradoras no Brasil e em outros países como Argentina, Chile, Estados Unidos, Inglaterra e México. Nesse passeio, ele apresentou comporO terceiro e último dia do 20º tamentos distintos do consumidor Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros foi iniciado com o deba- na aquisição do seguro via internet. te sobre os impactos da digitalização Dados curiosos como, por exemplo, a na distribuição de seguros e o pa- guerra predatória de preços na Inglapel dos corretores nesse processo. O terra, que reduziu drasticamente as
margens dos corretores, e o baixo índice de fechamento de negócios pela internet nos EUA para seguros mais complexos mostram que há muito a se aprender com as experiências externas. “Seguros obrigatórios são apólices mais atraentes para contratação on-line, pois não existe desconfiança por parte da população sobre a contratação. Outros ramos de seguro com potencial de apólices desmaterializadas vão exigir maior divulgação aos consumidores para angariar confiança, ante a absoluta necessidade de clareza dos direitos e obrigações”, observou. Para o presidente da Icatu Seguros, Luciano Snel, que há dois anos está mergulhado em discussões sobre esse novo ecossistema, ser digital é muito mais do que simplesmente
Marco Antônio Gonçalves: inovação não é usar tecnologia e sim conseguir agregar
Luciano Snel: ser digital é muito mais do que simplesmente usar tecnologia
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Edson Franco: que tipo de intermediação os corretores devem exercer
usar tecnologia, é rever processos. “Não adianta aceitarmos receber uma identidade digitalizada para facilitar a venda, se levamos 20 dias para dar retorno ao cliente de que falta um documento”, afirmou Snel, sendo bastante aplaudido pelos corretores que lotaram o auditório Utilizando-se do conceito de como atuar num mundo VUCA (sigla
em inglês para Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo), o diretor-Geral da Bradesco Seguros, Marco Antônio Gonçalves, salientou que “inovação não é usar tecnologia e sim conseguir agregar para o cliente uma experiência cada vez melhor”. Ele citou o exemplo do seguro pirata de carros para mostrar a responsabilidade do corretor nessa mudança. “Quem dei-
xou o seguro pirata acontecer fomos nós e vamos mudar isso. Em breve, todos os carros estarão com alta conectividade e temos que ter informações mais precisas sobre os nossos clientes para que a indústria de carros não nos supere” alertou. Edson Franco, presidente da FenaPrevi e CEO Brasil da Zurich Seguros, ressaltou que “a questão não é discutir ou não se haverá intermediação. A questão é que tipo de intermediação os corretores devem exercer para se tornarem indispensáveis aos clientes”. Para mostrar o potencial de crescimento do mercado no país, ele citou pesquisa encomendada pela Zurich que mostra que 72% das pessoas não têm reservas para seis meses em caso de perda de renda e 28% para um mês no Brasil, o pior resultado entre os 12 países pesquisados. Deste grupo, 58% não conhecem proteção de renda e estariam dispostas a adquiri-la.
Corretores devem aproveitar as mudanças provocadas pela tecnologia Especialistas em inovação trouxeram uma mensagem clara para os corretores de seguros: a tecnologia veio para mudar comportamentos e a indústria de seguros, como todas as outras, deve se unir a ela. As palestras feitas durante o 20º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros e mediadas pelo vice-presidente Regional da Fenacor – Nordeste, Juvenal Vilanova, inspiraram a plateia a refletir sobre as transformações pelas quais a sociedade vem passando, cada vez mais rápidas e disruptivas. Martha Gabriel, escritora e palestrante internacional nas áreas de Marketing, Inovação e Educação, usou duas imagens para ilustrar a evolução das relações de trabalho, dentro e fora das empresas. A pirâmide representava o passado, onde o conhecimento era concentrado nos níveis mais altos, e a ampulheta para mostrar o presente, significando a quase
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inexistência de intermediários, onde o conhecimento é pro-
Rivaldo Leite: corretor que ficar preso somente
duzido por pessoas capacitadas. A também professora deu
aos produtos de carro terá certamente problema
Sou corretor de seguros na era digital, e agora? Esse questionamento norteou o de- atender às necessidades dos corretobate promovido durante o 20º Congres- res. Ele lembrou de uma pesquisa reaso Brasileiro dos Corretores de Seguros. lizada com corretoras em todo o Brasil,
guros e oferece todas as garantias de
O diretor de Comunicação da Fenacor, que mostrou que os profissionais gasÉrico Melo, mediador da mesa, desta- tavam 65% do seu tempo com ativida-
retor receba leads e aumente suas ven-
cou que a entidade vem acompanhan- des fim e apenas 35% com tarefas relado as transformações geradas pela cionadas à venda e ao relacionamento
seguradoras sem burocracia, se relacio-
tecnologia e, para isso, criou o Comitê com o cliente. de Inovação. “Entendemos a importância de A CEO da Ragaz Assessoria de Trei- acelerar a transformação digital para
por meio digital. Tudo isso pode ser feito
namentos, Claudia Simplico, também todos os corretores. Desta forma, apontou as principais mudanças da era buscamos uma solução que colocas-
preservação e segurança aos usuários. “Essa ferramenta permite que o cordas, se conecte diretamente com suas ne com os clientes e cuide da carteira de qualquer lugar e a qualquer hora, seja do celular ou do computador”, concluiu. O CEO da WIZ, João Silveira, fechou o painel e reforçou o compromisso da
digital e ressaltou que os corretores de se esse profissional na vanguarda, seguros precisam estar atentos e se mas que tivesse uma posição igual a
empresa em atender aos corretores e
adaptar a esse novo cenário. Para ela, a nossa, ou seja, seguro só com o cortecnologia vem para somar e ajudar na retor”, observou.
era digital. “Acreditamos em um novo
otimização dos processos.
Vergilio apresentou mais detalhes Já o presidente da Fenacor, Arman- sobre a parceria com a empresa Wiz, do Vergilio, afirmou que esse assunto que resultou na criação da plataforma
papel fundamental nessa nova era
sempre esteve no radar da entidade, Zim. Segundo ele, a solução foi feita que foi buscar uma solução digital para sob medida para os corretores de se-
consequentemente, sua performance
contribuir para que todos operem na jeito de fazer negócio e o corretor tem digital. O Zim vai ajudar a melhorar a produtividade desse profissional e, de vendas”, afirmou.
exemplos de aplicativos e empresas que vieram para revolucionar a relação com o consumidor, entre os quais Waze, Uber e Netflix, só para citar alguns. “O que está ameaçando as relações comerciais hoje não é a tecnologia e, sim, a mudança de comportamento que ela traz. Se o corretor de seguros quiser continuar intermediando
Ser digital não é fazer venda direta sem intermediação. É utilizar a tecnologia para agregar valor ao produto
a relação com o consumidor, terá que agregar valor que o diferencie da internet”, ressaltou.
“Ser digital não é fazer venda direta sem intermedia-
O jornalista Pedro Doria, editor do Canal Meio, trouxe ção. É utilizar a tecnologia para agregar valor ao nosso dados sombrios do mercado de trabalho americano com o produto. A digitalização é um processo que vem de fora advento da machine learning (computadores que adquirem para dentro e o corretor tem que lidar com isso”, enfatiza conhecimento pela repetição). Segundo Doria, 38% dos em- Bueno. pregos serão extintos naquele país nos próximos anos, entre eles os de corretor de seguro. Em contraposição, o consultor da McKinsey, João Bueno,
O diretor-geral da Porto Seguro, Rivaldo Leite, reforçou o discurso da apropriação da tecnologia em prol do setor, mostrando que é preciso aproveitar as oportunidades surgi-
apresentou gráficos do crescimento da indústria de seguros das com estas transformações. “O corretor que ficar preso brasileira, nos últimos anos, ressaltando que mesmo em pa- somente aos produtos de carro terá certamente problema. íses onde a tecnologia está bastante avançada, o setor se- É preciso diversificar, oferecer outras opções de seguros”. gue em crescimento. Ele cita, por exemplo, países da Europa Leite citou o apoio que a Porto Seguros tem dado aos profiscomo Itália, Espanha e Portugal, onde apenas 20% das ven- sionais que desejam se digitalizar com o desenvolvimento das são feitas de forma direta, embora o sistema seja bem de cinco programas: CRM GO, Venda online, Multicanal, Proconhecido da sociedade.
modigital e On corretor 2.0.
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Especial
A proteção veicular, que atua sem regulação no mercado de seguros, avança mais rapidamente que a promulgação de uma legislação que a proíba ou, no mínimo, regularize-a como uma proteção ao consumidor. Enquanto isso não se torna realidade, quem mais sente os efeitos perniciosos da ação ilegal de associações e cooperativas de proteção veicular são os mercados automotivo e securitário e o próprio consumidor. Segundo o presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), João Francisco Borges, a série recessiva pela qual passou o país afetou o setor automotivo mais que outros mercados, propiciando o surgimento da proteção veicular. Durante palestra no 20º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, em Goiânia, Borges definiu os negociadores do serviço ilegal como “vendedores de falsas ilusões”. Para Borges, o seguro de auto é um pilar fundamental para o mercado securitário. Permitir o avanço indiscriminado de serviços não regulados pela autarquia federal que fiscaliza e regula o setor poderá ocasionar em perdas irreparáveis para toda a sociedade, pois, destacou o presidente da FenSeg, sem regulação até mesmo o crime organizado terá espaço para infiltrar-se em associações ou cooperativas que negociam ilegalmente o produto, caso nada seja feito imediatamente para coibi18
Fotos – Arquivo SB
“É preciso um basta aos vendedores de falsas ilusões”
João Francisco Borges: quem mexe com poupança popular tem os olhos do Estado sobre si
-las. “Quem mexe com poupança popular tem os olhos do Estado sobre si”, exemplificou, referindo-se à maciça regulação que norteia o setor de seguros, um dos mais fiscalizados e regulados pelo Governo Federal. “O segurador está ficando desamparado com o avanço da proteção veicular”, reforçou Borges, para quem o momento exige a união dos principais atores que representam mercados, governo e consumidores.
Seguradoras permanecem firmes
As seguradoras não se afastaram do risco e, portanto, não foram elas que permitiram o avanço da proteção veicular. Pelo contrário, são elas uma das principais porta-vozes do merca-
do contra o mal que associações e cooperativas de proteção veicular vêm causando ao consumidor brasileiro. Após a manifestação, Marcio Serôa de Araujo Coriolano, presidente da CNseg, foi efusivamente aplaudido pela plateia no painel “O Setor de Seguros frente a frente com a realidade”, que fechou a programação do 20º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, em Goiânia. “A proteção veicular não surgiu em suposto espaço deixado pelas seguradoras. Há várias interpretações equivocadas sobre a proteção veicular de que ela veio por um espaço deixado pelas seguradoras. Não considero que seja isso, até porque os produtos oferecido pelas associações são os mesmos nossos”, ponderou. E
complementou: “se são mais baratos é porque as tais associações não são registradas, não constituem reservas, e não tem atuários e pessoal treinado e qualificado como nós temos”. Há, na Superintendência de Seguros Privados (Susep), 180 ações civis públicas e 200 processos administrativos que apuram irregularidades praticadas por associações e cooperativas que atuam no mercado marginal.
Audiências do PL 3139/15
Corretores de seguros de todo o Brasil ocuparam três salas (plenários) da Câmara dos Deputados, em 24 de outubro, na primeira audiência pública sobre o PL 3139/15, de autoria do
deputado Lucas Vergílio (SD-GO), que proíbe associações e cooperativas de comercializarem contratos de natureza securitária. Vestindo camisetas azuis, os corretores, acompanhados por lideranças da categoria – incluindo membros da diretoria da Fenacor - eram ampla maioria na comparação com os partidários da proteção pirata (de camisas amarelas), muito embora nessa audiência tenham sido ouvidos apenas os defensores das cooperativas e associações. Na segunda audiência pública, marcada para 9 de novembro, foram ouvidos os representantes e lideranças do mercado de seguros.
Campanha de esclarecimento
As principais instituições representativas do mercado brasileiro de seguros se uniram para lançar uma campanha de esclarecimento ao consumidor sobre os riscos da proteção veicular. A iniciativa, desenvolvida pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) em conjunto com a Federação Nacional dos Seguros Gerais (FenSeg), a Escola Nacional de Seguros (ENS), a Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) e sindicatos regionais, inclui a divulgação de um hotsite e de conteúdos informativos em diversas plataformas de mídia.
“Corretor é importante para evolução da saúde suplementar” O presidente da SulAmérica, Gabriel Portella, ressaltou o papel do corretor de seguros no desenvolvimento da saúde suplementar, que atualmente protege 47 milhões de brasileiros. “O futuro da saúde suplementar traz desafios que requerem amplas discussões, e o corretor tem muito a contribuir”, pontuou o executivo. “Os parceiros comerciais são uma rica fonte de informações e conhecimento para quem quer evoluir neste mercado”, acrescentou. A declaração foi feita durante o painel “Seguro saúde: realidade e perspectivas”, ocorrido durante o 20º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, em Goiânia. Durante o painel, a gestão de saúde foi lembrada como um dos pilares do desenvolvimento sustentável do setor. “É preciso pensar em prevenção e em gestão integrada de saúde. São investimentos que beneficiam a todos e transformam a relação do benefici-
Sucesso dos corretores que se capacitaram e hoje atuam no segmento “Eles entenderam que seguro saúde não é um bicho de sete cabeças e estão colhendo resultados bastante positivos”. Gabriel Portela
ário com o seguro”, afirmou Portella. Desde 2002, a SulAmérica oferece aos segurados o programa Saúde Ativa, um conjunto de iniciativas de incentivo à saúde e ao bem-estar com o objetivo de estimular hábitos de vida
mais saudáveis e, consequentemente, prevenir doenças. Esse trabalho é feito em parceria com a Healthways, uma empresa Sharecare, maior provedora independente de soluções em saúde e bem-estar do mundo. 19
Ponto de Vista | ANTONIO PENTEADO MENDONÇA
Cláusulas da apólice O contrato de seguro é um contrato formal, escri-
rido bebida alcoólica. Ou seja, nos casos em que o aci-
to, oneroso e de adesão parcial do segurado. Diante
dente for causado por qualquer outra pessoa que não
disto, a redação das apólices, realizada pela segura-
o segurado, em que o motorista houver ingerido bebida
dora, deve exprimir a vontade dela contratar nos exa-
alcoólica, a seguradora deve pagar a indenização.
tos termos da redação dada ao contrato.
Foi ela que limitou a exclusão da apólice, substituin-
O segurado pode ter dúvidas ou interpretação
do o “motorista” pelo “segurado”. Se a cláusula dispu-
diversa da seguradora. Esta não pode, em hipótese
sesse que não haverá o pagamento da indenização nos
alguma, ter visão diferente da escrita na apólice e que
casos em que o motorista do veículo segurado houver
deve ser sempre interpretada da forma mais favorável
ingerido bebida alcoólica, independentemente de ser ou
ao segurado.
não o segurado, a seguradora estaria desobrigada do
O texto da apólice, desde que não fira a lei, é lei
pagamento. Ao definir que o alvo da exclusão é expres-
entre as partes e prevalece sobre qualquer outra in-
samente apenas o segurado, a seguradora abre mão de
terpretação ou versão, com base na boa-fé bilateral
exercer um direito mais amplo, restringindo a exclusão
exigida três vezes pela lei para o contrato de seguro.
aplicável apenas ao segurado que houver ingerido be-
Mas a exigência legal vai além. Na medida em que a
bida alcoólica.
seguradora é a especialista, a conhecedora do assun-
É uma ação dela e não há que se dizer que a defini-
to, a interpretação do contrato, em caso de divergên-
ção da apólice foi feita sem querer. Não há sem querer
cia consistente, deve ser feita sempre em favor do se-
na lei, nem nos contratos. As palavras valem pela própria
gurado. Daí a importância da clareza do texto, porque
definição. Segurado é segurado e motorista é motorista.
é ele que será adotado, literalmente, para a definição
Se a seguradora escreve uma coisa pensando em outra,
das obrigações das partes na execução da avença.
isso é problema dela. No caso, prevalece o escrito, aliás,
Entre as cláusulas mais importantes para o segu-
como já foi julgado pelo Superior Tribunal de Justiça.
rado estão as que definem as exclusões de cobertu-
Na mesma linha, se a seguradora inserir na apólice
ra, os bens não cobertos e as perdas de direito. Daí a
cláusula de exclusão determinando que não haverá o
importância de sua leitura e o questionamento prévio
pagamento da indenização no caso de o segurado não
em caso de dúvidas. Como nem sempre estes clau-
ser habilitado, a regra será considerada abusiva todas
sulados são disponibilizados pela seguradora no mo-
as vezes que o motorista do veículo segurado envolvi-
mento da contratação do seguro, tão logo o segurado
do no acidente for habilitado. O fato do segurado ser ou
receba a apólice, deve tomar as medidas necessárias
não habilitado não tem qualquer interferência nos fatos,
para esclarecer os pontos pouco claros ou situações
nem pode justificar a negativa do pagamento da indeni-
de desvantagem evidente. É a forma legal de se prote-
zação, justamente porque impediria a consecução final
ger no caso de eventuais diferenças futuras com base
do negócio do seguro, que prevê, em última instância, o
no clausulado do seguro.
pagamento da indenização em caso de sinistro coberto.
De seu lado, a seguradora deve ter claro que pre-
Estas situações são os exemplos mais fáceis de
valece sempre o que está escrito, ainda que o texto
serem mostrados. Existem outras em que o clausulado
modifique ou limite situação em que, por força de lei,
pode não ser tão evidente, dificultando a determinação
a seguradora poderia ser beneficiada. É o caso, por
da cobertura, da exclusão, ou de interpretação divergen-
exemplo, de uma exclusão de cobertura para seguro
te entre segurado e seguradora. Vale lembrar que, nes-
de veículo em que esteja escrito que, nos casos de
tes casos, a lei determina que a interpretação deverá ser
acidente em que ficar provado que o segurado con-
sempre a que for mais favorável ao segurado.
sumiu bebida alcoólica, a seguradora não pagará a
Publicado na “Tribuna do Direito”
indenização. Há uma limitação expressa pela apólice. O texto
20
define que não haverá cobertura para o acidente en-
Antonio Penteado Mendonça é sócio da Penteado Men-
volvendo o veículo em que o segurado houver inge-
donça e Char Advocacia
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Análise
Um olhar para o mercado de seguros com indicadores antecedentes por Claudio Contador (foto), Silcon Estudos Econômicos Artigo elaborado em setembro/2017
I – 2016: o ponto de partida Em 2016, o faturamento dos prêmios de seguro atingiu R$ 217 bilhões, crescendo 18% em termos nominais e 1,6% em termos reais, enquanto a maioria dos setores da economia amargava os efeitos da queda do PIB. O setor demonstrava resiliência à recessão iniciada em 2015. Mas em março de 2017, após atingir uma taxa de crescimento de 6,4% no acumulado em 12 meses, o faturamento real dos prêmios ingressa numa fase de desaquecimento. Em julho de 2017, o crescimento real atingia 5,7% e parecia que o ritmo seria ainda menos generoso no restante de 2017 e início de 2018. Extrapolando a fase de desaquecimento atual, os resultados previstos para 2017 seriam ingratos, sem 22
a chance de uma reversão no ritmo de crescimento. As previsões obtidas com os modelos mais simples não têm condições de captar e prever as mudanças nas fases cíclicas, e tendem a extrapolar as tendências de crescimento – tanto nas fases de taxas positivas como nas de taxas negativas de variação. II – A alternativa dos sistemas de indicadores antecedentes O princípio da metodologia dos indicadores antecedentes compostos é simples e intuitivo. Algumas variáveis têm a propriedade de resumir informações capazes de sinalizar com antecedência de vários meses o início de uma recessão ou de uma recuperação, tanto para a atividade agregada como para setores específicos. Por exemplo, um aumento na insolvência de empresas e de consumidores significa que o ritmo de atividade e de consumo de inúmeros bens e serviços, dentre eles o seguro, deve sofrer uma queda nos meses futuros. Mudanças nas encomendas de máquinas, das licenças para novas construções, do salário real e do nível de emprego, juros reais e outras medidas de política econômica são outras variáveis capazes de prever ou de gerar uma mudança na fase cíclica. Desta forma, através de testes estatísticos, é possível identificar o conjunto de variáveis que antecipam, com significância estatística, as flutuações do mercado de seguros. Agregando estas variáveis, obtemos um índice que reflete as informações das variáveis componentes, que por construção antecedem as flutuações do mercado. Portanto, o indicador antecedente composto para o mercado de seguros simplesmente retrata o conteúdo futuro das suas variáveis-
-insumo. A nossa experiência mostra que o sistema de indicadores antecedentes é mais confiável para previsão cíclica de curto prazo que qualquer outro método. Com este instrumental, as empresas podem aperfeiçoar os esforços de comercialização, gerenciar vendas, definir estratégias de promoções e de marketing, estabelecer políticas de preços etc. Outra vantagem é integrar as áreas de marketing, finanças e planejamento estratégico, centradas no acompanhamento e da previsão do comportamento do mercado. No caso de indicadores antecedentes para setores específicos, para o qual existe uma federação, associação representativa que congrega as empresas do setor, e agencia de regulação/supervisão, como o setor de seguro, a previsão dos indicadores antecedentes depende também das mudanças geradas pela instituição, como campanhas de propaganda, melhoria
da qualidade da gestão institucional, mudanças de regras etc. São fatores sob controle do setor, que afetam o seu desempenho. Nestes casos, os indicadores antecedentes podem assumir a função adicional de avaliar o desempenho e o efeito das mudanças induzidas pelas instituições do setor. Assim, se o desempenho do faturamento dos prêmios supera a previsão do indicador antecedente, que em geral reflete as informações da atividade macroeconômica, renda e mercado de trabalho, juros etc., pode significar que utilizou com mais eficiência os fatores específicos. III - Alguns resultados A metodologia dos indicadores antecedentes é aplicada em duas variáveis bem representativas do mercado de seguros: os prêmios totais e o faturamento com o VGBL. Para o mercado total, as estimativas do indicador antecedente composto, for-
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Pixabay
Reprodução
mado por sete variáveis-insumo e com avanço estatístico médio de sete meses, apontam que o crescimento real do faturamento do setor de seguros diminui ao longo do segundo semestre de 2017, mas deve fechar o ano com expansão real de 2,2-2,5 %. É um resultado modesto, mas ainda assim excelente em comparação com os demais setores de atividade da economia em 2017. O outro segmento retratado é o VGBL, que teve um faturamento de R$ 100 bilhões em 2016, e crescimento real de 6,5% sobre 2015. Neste segmento, as previsões do indicador antecedente composto apontam taxas reais de crescimento fechando 2017 com expansão de 8-8,5 %. As ilustrações reproduzem as flutuações observadas no faturamento real (em linha preta ou azul) e as previstas (em linha vermelha) com os indicadores antecedentes.
A GRANDE JORNADA PELO MUNDO DOS SEGUROS Patrocinadores: Escola Nacional de Seguros, Sincor-SP, Bradesco Seguros, HDI, Icatu, Porto Seguro, Tokio Marine, Sompo Seguros, Sindseg-SP
Toda segunda-feira, das 7hs às 8hs Apresentação – Pedro Barbato Filho Rádio Imprensa FM 102,5 O programa pode ser ouvido em tempo real, pelo portal www.pbfproducoes.com.br
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Qualidade de vida
Arquivo SB
Fórum da Longevidade debate os pilares que influenciam o bom envelhecer
“Em vez de combater o envelhecimento, algo que faz parte da vida de quem avança em idade, devemos procurar vivê-lo de maneira sustentável e com qualidade”
Octavio de Lazari Jr.: queremos ser agentes desse processo e estimular as pessoas à reflexão
Com o tema “Construindo a Qualidade da Vida Longeva”, o Grupo Bradesco Seguros realizou, em São Paulo, o XII Fórum da Longevidade. A programação foi baseada nos quatro pilares essenciais para governos, empresas e cidadãos se unirem em favor de projetos de qualidade de vida ativa: saúde, social, conhecimento e finanças. E a palavra que serviu de mote para diversas palestras e debates foi resiliência: nossa capacidade de recuperar a normalidade após sofrer as adversidades da vida, como o envelhecimento, uma condição inexorável. A abertura oficial do evento foi
feita pelo presidente do Grupo Bradesco Seguros, Octavio de Lazari Jr., que destacou a importância do tema para o Grupo. “Nós não nos conformamos com a ideia de que não podemos prever o futuro. Isso, de fato, é impossível, mas se não podemos parar o tempo, podemos, ao menos, escrever com nossas próprias mãos o livro de nossa história de vida. Por isso, abraçamos essa causa, apresentamos as novidades e promovemos esse encontro há 12 anos. Queremos ser agentes desse processo e estimular as pessoas à reflexão”. O arquiteto alemão Matthias Hollfich, autor dos mais renomados
projetos arquitetônicos mundiais que contemplam áreas sociais, destacou a importância de viver a longevidade em grupo. “Vivemos juntos e, de repente, nos colocam fora da sociedade, mas nós queremos fazer parte dela. A ideia da New Aging é mudar essa lógica. O que propomos é uma revolução de costumes e comportamento. E essa revolução começa em nossas próprias vidas. Em vez de combater o envelhecimento, algo que faz parte da vida de quem avança em idade, devemos procurar vivê-lo de maneira sustentável e com qualidade, integrando os mais jovens e os mais velhos em ambientes que estimulem as trocas e não o isolamento”.
Pilares essenciais
Dando início ao pilar saúde, Alexandre Kalache, médico especialista em envelhecimento e longevidade, abordou diretamente a resiliência.“É preciso construir a nossa capacidade de recuperar a normalidade após enfrentar as adversidades. Além de cuidar dos nossos capitais fundamentais 25
Arquivo SB
Alexandre Kalache: temos que acordar no dia seguinte com mil coisas para fazer, e não reclamando da velhice — a saúde, o social, o conhecimento e as finanças — precisamos de um propósito na vida. Temos que acordar no dia seguinte com mil coisas para fazer, e não reclamando da velhice”. Juntamente com a médica especialista em geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Cláudia Burlá, e a médica e docente do Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, Marilia Louivision, Kalache debateu
acerca dos caminhos para prolongar a vida saudável. Segundo ele, precisamos do ‘Wake-up call’, ou seja, o chamado individual e diário diante do espelho para que você reflita se seu comportamento, atitudes e escolhas são favoráveis ao seu envelhecimento com qualidade. É o ‘comece agora’, pois “quanto mais cedo melhor, mas nunca é tarde demais”, destacou. Para Marília, todo mundo já tem mais ou menos a ideia do que é preciso ser feito. Mas isso envolve escolhas diá-
rias. “O importante não é tanto saber o que vai acontecer com a gente, mas o que fazemos com as coisas que nos acontecem”, acrescentou. Para isso, também é preciso estar atento aos sinais, conforme explicou Cláudia. “Os órgãos declinam sua função ao longo do tempo, mas é possível se adaptar. O problema é quando a doença se instala. Portanto, é preciso aprender a ouvir nosso corpo, para se antecipar e prevenir. E quando não for possível, agir para a doença não se instalar de maneira mais agressiva”.
“O importante não é tanto saber o que vai acontecer com a gente, mas o que fazemos com as coisas que nos acontecem”
Circuito da Longevidade Em sua segunda vitória na temporada, Altobeli Santos conquistou o lugar mais alto do pódio da etapa Campinas (SP) do Circuito da Longevidade, promovido pelo Grupo Bradesco Seguros no Parque Portugal, com o tempo de 17’10”. O atleta Bradesco Seguros Ederson Pereira, vencedor das três primeiras provas do ano, ficou em segundo lugar, com 17’27’’. A terceira colocação foi de Carlos dos Santos, com 17’39’’. “Foi uma corrida bem disputada. A maior dificuldade desse percurso são as curvas menos abertas, que exigem bastante foco do atleta para não perder a intensidade. Por isso, estou feliz com meu resultado”, co26
mentou Altobeli Santos. Completaram o pódio masculino, com o quarto e quinto lugares, respectivamente, os atletas Gladson Barbosa (17’50’’) e o atleta Bradesco Seguros Leandro Prates (18’06’’). Entre as mulheres, a vencedora foi Emily Chepkemoi, com o tempo de 20’12’’, seguida de Tatiana Araújo, com 20’32’’. Completaram o pódio Maria Aparecida Ferraz (20’52’’), a atleta Bradesco Seguros Adriana Luz (21’27’’) e Graziele Zarri (22’56’’). Após a corrida, saiu o grupo da caminhada, que percorreu 3 km no Parque Portugal. Ao todo, mais de quatro mil pessoas participaram da etapa Campinas, sexta da temporada
do Circuito da Longevidade 2017. Este foi o nono ano que Campinas recebeu o Circuito da Longevidade, criado em 2007 com o objetivo de sensibilizar o público para a prática de atividade física como um dos pilares para a conquista da longevidade com saúde, bem-estar e qualidade de vida. O Circuito é promovido pelo Grupo Bradesco Seguros na Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Desde a primeira edição, o evento já foi realizado em 19 cidades, reunindo mais de 410 mil inscritos. A próxima etapa do Circuito será em Ribeirão Preto (SP).
Adam Tavares e Lívia Gossi
No pilar social, a fundadora e diretora do Centro de Bem-Estar e Resiliência da Austrália, Gabrielle Kelly, apresentou as estratégias para ampliar e fortalecer as relações humanas, ratificando a ideia de que nunca é tarde para começar. “Cada conhecimento que adquirimos pode nos levar a mudar hábitos e padrões de comportamento. O que precisamos é ensinar as pessoas a fazer isso, dar a elas a consciência de que o aprendizado é a chave para uma vida melhor”. Em seguida, a diretora do Instituto de Gerontologia, Departamento de Ciências Sociais, Saúde e Medicina da King’s College London, Karen Glaser, trouxe a visão a respeito da demografia com a palestra “a longevidade remodelando o mundo”. Ela mostrou algumas estatísticas que deram uma ideia do tamanho do desafio enfrentado pelo Brasil: se a França
levou 115 anos para ver o percentual da população de idosos crescer 14%, os brasileiros levaram apenas 21 anos para atingir a marca. “Nesse cenário, não se pode pensar em se aposentar aos 53 anos, tendo uma expectativa de vida de 75 anos. Isso não é sustentável”, afirmou Glaser. O pilar financeiro foi abordado pelo economista Paulo Tafner, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), e pela jornalista Mara Luquet, que falaram sobre o desafio de equilibrar as contas numa vida longeva. O economista alertou para o fato de o Brasil estar envelhecendo muito rapidamente e mostrou como nossa “pirâmide” demográfica, de base bem mais larga do que o topo, se transformou numa “camiseta”, mais larga no topo do que na base, em 40 anos. “O maior problema disso é que houve uma explosão de gastos com a previdência,
LONGEVOS SÃO HOMENAGEADOS Os mais longevos da corrida e da caminhada receberam troféus e homenagens no palco. Emanoel Antônio da Silva Neto, de 77 anos, foi o participante mais longevo da etapa Campinas do Circuito da Longevidade
sem a geração de receita correspondente. Nossa taxa de envelhecimento foi de 86%, enquanto a dos gastos chegou a 256% entre 1988 e 2015”. Já o pesquisador do Laboratório de Neurociência Clinicas (LinC) da escola Paulista de Medicina da UNIFEST, Pedro Calabrez, representou o pilar do conhecimento, abordando os processos de aprendizagem para manter a mente ativa. Em sua apresentação, criticou o imediatismo de nossa sociedade. “É preciso promover a consistência. Se hoje as pessoas têm preguiça, às vezes, de fazer atividade física, existe preguiça também para se adquirir conhecimento, que é fundamental para ajudar nosso cérebro a funcionar melhor. Fazer nosso cérebro construir “novas estradas”, como aprender outro idioma ou música, por exemplo, pode atrasar em até cinco anos a manifestação do Alzheimer”.
O evento foi encerrado pelo cantor e compositor Toquinho (foto), que completou 71 anos em julho. O compositor lembrou parceiros e parcerias num bate-papo descontraído com Astrid Fontenelle, mestre de cerimônia do evento. Ele disse que se mantém ativo e criativo até hoje, e toca, pelo menos, duas horas de
violão por dia. “Treino muito para poder tocar sempre melhor no dia seguinte”, revelou o cantor, que não escondeu seu segredo para mais de 50 anos de carreira: “Humor. Sem humor, não dá para envelhecer legal”. Após inúmeras canjas com trechos de seus sucessos, brindou os participantes com “Aquarela”.
Divulgação
Sem humor, não dá para envelhecer legal
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Aumento da expectativa de vida no País
Mundial de Saúde apontam que, em 2050, esse número chegará a 64 milhões, o que significa que, de cada dez brasileiros, três serão idosos. “Nosso principal objetivo é difundir para a sociedade brasileira a importância da conquista da longevidade em seu conceito mais amplo. Se “Hoje no Brasil temos mais de 30 mil pessoas com 100 anos ou
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serva Jorge Nasser, diretor Geral da vamos viver mais, nada mais lógico Bradesco Vida e Previdência.
do que nos prepararmos para situa-
mais. É uma turma cada vez mais
Atualmente, no Brasil, 24 mi- ções que são mais do que previstas,
saudável, que mostra o aumento da
lhões de pessoas têm mais de 60 como a necessidade de se planejar
expectativa de vida no país. O dado
anos, o que representa quase 13% financeiramente para ter um envelhe-
mostra a necessidade da rediscus-
da população, segundo o Instituto cimento ativo e saudável”, destaca
são de vários temas pela socieda-
Brasileiro de Geografia e Estatística Alexandre Nogueira (foto), diretor do
de, para atender esses idosos”, ob-
(IBGE). Estimativas da Organização Grupo Bradesco Seguros.
Memória
Fotos APTS
Reprodução
Luis López Vázquez, exemplo de perseverança
Ícone do setor, foi defensor incansável do desenvolvimento técnico do mercado de seguros O mercado de seguros amanheceu triste na segunda-feira, 2 de outubro. A dois dias de completar 82 anos de idade, Luis López Vázquez partiu. Nos últimos anos, ainda lutando bravamente contra a Doença de Parkinson, ele se tornou um exemplo de perseverança ao frequentar os eventos do setor, às vezes de cadeira de rodas, às vezes com andador. Gostava de reencontrar os amigos e de se pronunciar ao microfone, ainda que a voz prejudicada pela doença impedisse que todos o entendessem. Dizia sempre que sua vida era o seguro e que se sentia realizado ao lado dos amigos. Figura dócil, Vázquez era um verdadeiro cavalheiro. Inteligente e idealista, defendeu com maestria inúmeras teses, como a independência dos corretores de seguros; a preservação da prática técnica em seguros; a união das entidades do setor; e o subsídio do governo para a viabilização do microsseguro, entre outras. Corretor de seguros, ele fez diferença em sua trajetória na vida associativa, com
passagens pela diretoria do Sincor-SP, da Sociedade Brasileira de Ciências do Seguro, mentoria do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo e a presidência da Associação Paulista dos Técnicos de Seguro, entidade que fundou para defender a técnica de seguros e a disseminação do conhecimento técnico no setor. A APTS é, sem dúvida, o seu maior legado. Mas, a sua história no setor de seguros começou em maio de 1954. Nossa época, chega ao país o jovem espanhol de 19 anos, em busca de oportunidade no mercado de trabalho. Certamente, naquela ocasião, ele jamais poderia imaginar que, em terras brasileiras, sua história seria escrita para sempre na galeria dos grandes nomes que atuaram em prol do desenvolvimento do seguro. Aliás, no seguro, Vázquez começou por acaso. Meses depois de sua chegada, falando regularmente o português, eis que decide atender ao anúncio dos classificados, que solicitava profissionais com determinadas qualificações. 29
A empresa em busca de profissionais era nada menos do que a Ajax Corretora de Seguros, uma verdadeira potência que naquele tempo dominava o maior ramo de seguro, o incêndio. Concorrendo com outros profissionais, para conseguir o emprego, ele deveria passar pelo teste da redação. Como fazer se mal falava o idioma? Não fosse a generosidade de Roberto Rondon, então presidente da Ajax, talvez a história tomasse outro rumo. Sem perda de tempo, permitiu que o jovem estrangeiro escrevesse sua redação em espanhol mesmo, afinal, lembrou que seu avô, Marechal Rondon, era descendente de uruguaios. Na técnica de seguro incêndio, Vázquez aprofundou seu conhecimento nessa época pelas mãos de Jayme Menezes (que mais tarde viria a fundar a Delphos). Todos os dias pela manhã, durante dois meses, Menezes lhe ministrou aulas de técnica de seguro, preparando-o para conduzir o departamento de incêndio da Ajax. Oportunidade e determinação fizeram o jovem Vázquez galgar rapidamente os mais altos pontos da empresa. Depois de construir uma bela carreira na Ajax, em 1961, ele fundou a Expert Corretora de Seguros e mais tarde a Eleven Corretora de Seguros. Na década de 80, a inflação alta e baixos investimentos em produção emperravam o desenvolvimento do seguro, desvalorizando a técnica de seguros. A insatisfação tomava conta dos técnicos de seguros – entre eles o já experiente Vázquez. Inspirado no exemplo de outras categorias que atuavam no mercado, como médicos, engenheiros e advogados, que contavam, cada qual, com a sua respectiva associação, ele pensou que também os técnicos poderiam ter uma entidade. Com essa ideia em mente, Vázquez começa a lançar as sementes no mercado para fundar uma associação de técnicos de seguro. Nascia assim um ideal. Em abril de 1983, Vázquez fundou a APTS e a presidiu por diversas gestões. Sob seu comando, a entidade realizou grandes eventos e inovou com os eventos do meio-dia, disseminando o conhecimento técnico para várias gerações de profissionais. Em setembro de 2015 ele concluiu sua última gestão. Osmar Bertacini, seu sucessor, fez questão de reconhecer a importância do seu trabalho na entidade, nomeando-o para o cargo de Presidente Emérito. Com a morte de Vázquez, o mercado de seguros perde um dos seus grandes ícones. Defensor incansável do desenvolvimento técnico do mercado de seguros, seus ideais permanecerão vivos na memória de todos que o conheceram e servirão de exemplo e inspiração para as novas gerações. Que ele tenha muita luz em sua nova jornada. Reprodução PORTAL APTS (Márcia Alves)
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