Revista Segurador Brasil - Edição 152

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Ano 19 | NĂşmero 152 | 2019

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LGPD O Impacto no Setor de Seguros


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Carta ao Leitor

Atividade volta à casa de dois dígitos com crescimento de 11,3% A arrecadação do setor segurador foi de R$ 151 bilhões (sem Saúde e DPVAT) de janeiro a julho de 2019, alta de 11,3% sobre o mesmo período do ano passado. Foi a primeira vez que a taxa no ano voltou a crescer dois dígitos desde 2015, segundo a Confederação das Seguradoras. Se comparado ao mês de junho de 2019, a receita evoluiu 16,8% e, em relação a julho de 2018, a expansão foi de 29,2%. Marcio Coriolano, presidente da CNseg, ressalta que, na série anualizada(*) de agosto de 2018 a julho de 2019, o mercado registrou avanço de 5,5%, na comparação com o mesmo período até junho, de 3,1%. “O crescimento do setor segurador tem se mostrado desigual, com os seus segmentos e ramos respondendo diversamente ao ciclo econômico e à preferência dos clientes”, afirma. Esse comportamento é ratificado pelo desempenho desigual dos ramos de Benefícios (Vida, Previdência etc) e de Danos e Responsabilidades. No segmento de Cobertura de Pessoas, houve alta de 13,7% no acumulado do ano. “Desta vez, além dos Planos de Risco – Vida e Prestamista terem mais uma vez se destacado, ocorreu recuperação expressiva da taxa de crescimento dos Planos de Acumulação da Família VGBL (14,6%)”, assinala Coriolano. No segmento de Danos e Responsabilidades, a evolução foi menor, de 6%, e a contribuição mais expressiva partiu do ramo Patrimonial, de grande participação relativa no segmento com alta 12% no acumulado. Os ramos de Seguros Marítimos e Aeronáuticos, de Crédito e Garantias, de Responsabilidade Civil e o Seguro Rural também registraram avanços de dois dígitos. Outro desempenho positivo foi apresentado por títulos de Capitalização, que avançaram 12,7% nos sete primeiros meses do ano. (*) Anualização: Agosto/2018 a Julho/2019 sobre Agosto/2017 a Julho/2018 O Editor

EXPEDIENTE Editor-Executivo: João Carlos Labruna labruna@revistaseguradorbrasil.com.br brasilempresarial@uol.com.br Comercial: Mauricio Dias (mauricio@revistaseguradorbrasil.com.br) Paula Merigo (paula@revistaseguradorbrasil.com.br) Diagramação: Propósitto Soluções Visuais (rodrigo@propositto.com.br)

ANO 19 | NÚMERO 152 | 2019

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Capa

Setor segurador enfrenta o desafio da LGPD

Os impactos da Lei Geral de Proteção de Dados na atuação das empresas

Produção Editorial João Carlos Labruna Inspirada na General Data Protection Regulation (GDPR), da União Europeia, a LGPD (Lei nº 13.709/2018) inaugura uma nova realidade no contexto do tratamento de dados pessoais no Brasil, “não só em termos jurídicos, mas sobretudo com relação a aspectos culturais e comportamentais”, explica Fabrício Mota, consultor da Comissão Europeia e ex-assessor parlamentar do Senado Federal. Fabrício Mota acompanhou a formulação da nova legislação no Senado. No 13º Seminário de Controles Internos & Compliance - Auditoria e Gestão de Riscos, na CONSEGURO 2019, realizado pela CNseg, em Brasília, Fabricio Mota apresentou aspectos gerais da lei de proteção de dados brasileira. Ele garantiu que a LGPD “não é um fator impeditivo para o 6

tratamento dos dados e não busca dificultar os negócios, ela apenas quer um novo patamar de segurança para o titular dos dados”. O especialista afirmou que o Brasil já vivencia um “efeito LGPD”, apesar de a regulação entrar em vigor apenas em agosto de 2020. “A lei não está em vigor, mas a cultura jurídica de proteção de dados já está presente”, disse. Como exemplo, relatou a aplicação de duas multas, pelo Procon-SP, às empresas Google e Apple, por terem comercializado, em suas lojas de aplicativo, o FaceApp, um software russo de reconhecimento facial. De acordo com Fabricio Mota, a ação movida pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) avaliou que a política de privacidade do aplicativo é obscura, o que justificou a aplicação das sanções. Na opinião de Glauce Carvalhal, superintendente Jurídica da Confede-

ração Nacional das Seguradoras (CNseg), a LGPD “é uma lei complexa, mas, ao mesmo tempo, extremamente necessária. Como o setor segurador tem a informação como insumo, agora enfrenta o desafio da nova legislação. Mas ela é também a oportunidade para assegurar mais segurança em suas operações com clientes, fornecedores e demais participantes”. A superintendente da CNseg listou uma série de desafios apresentados pela LGPD que devem ser observados pelo mercado de seguros, especialmente relativos ao que consta das dez bases legais para tratamento e compartilhamento de dados. Entre eles, Glauce apontou as regras que vedam a discriminação e o compartilhamento de dados, sem o consentimento do titular, na saúde suplementar, como também o trecho que estipula o livre acesso dos dados ao titular, caso solicite.


Fotos: CNSEG

Glauce Carvalhal: “LGPD é uma lei complexa, mas, ao mesmo tempo, extremamente necessária”

João Decio: “A principal preocupação das empresas, em um primeiro momento, não deve ser a multa pecuniária, mas sim a sua transparência com o cliente” liação, assessoria e conhecimento. Ele defende que, embora também tenha um viés fiscalizador, este não deve ser preponderante em sua atuação.

Perspectivas

“Eu vejo que temos que dar acesso ao titular, mas evidentemente cotejando com o segredo comercial e empresarial, que é algo que a própria lei protege. Precisamos refletir sobre como essa informação será disponibilizada para o segurado, a fim de garantir o direito dele, mas, ao mesmo tempo, garantir também o direito das seguradoras”, argumentou. O consultor Assízio Oliveira, da empresa LR, afirmou que, embora a LGPD entre em vigor em agosto de 2020, os setores de auditoria interna não devem aguardar sua vigência para iniciar as mudanças. “Não há

nenhuma necessidade de esperarmos uma regulamentação da lei, pela autoridade ou por quem for, para que comecemos a atuar. A hora de atuar é agora”, defendeu. Ele acredita que, se a lei não é um impeditivo para os negócios da companhia seguradora, a auditoria interna “também não deve assumir o papel de impedir que os negócios sejam feitos exatamente por causa dessa lei. É preciso ter isso como foco”. O consultor ressaltou que a auditoria interna é uma atividade independente e objetiva de garantia e consultoria e que sua missão é fornecer ava-

O coordenador do Comitê de Auditoria da Brasilseg, João Decio, informou que a União Europeia analisou os impactos pecuniários da GDPR, após um ano de sua implantação, contabilizando um montante de 59 milhões de euros com multas aplicadas a empresas europeias por descumprimento à legislação. Destes, 50 milhões de euros correspondiam a uma única infração, do Google na França. O restante estava distribuído entre dezenas de empresas de toda a Europa. “Ou seja, as penalizações foram até insignificantes na Europa inteira”, afirmou João Decio. Diante disso, ele defende que “a principal preocupação das empresas, em um primeiro momento, não deve ser a multa pecuniária, mas sim a sua transparência com o cliente”. (Fonte CNseg) 7


Alexandra Krastins Lopes

As seguradoras compõem um dos principais nichos empresariais interessados em aplicar políticas eficientes e eficazes para a proteção de dados pessoais, visto o grande número de informações colhidas para a prestação de diferentes serviços e produtos. Demonstrar o “legítimo interesse” – uma das bases legais trazidas pela LGPD, que entra em vigor em agosto de 2020 – será um dos principais desafios das seguradoras. A sua comprovação vai determinar, por exemplo, a manutenção ou o descarte dos dados pessoais de seus clientes e para as seguradoras, que manipulam uma vasta quantidade de dados pessoais, os cuidados para preservação ou descarte de dados de clientes devem ser observados com muita cautela. Dentre os principais pontos de atenção para as seguradoras também estão a coleta de dados relacionados ao serviço oferecido, assim como o tratamento de dados sensíveis (ori8

Rogério Lourenço

Divulgação

Rogério Lourenço

Seguradoras terão maior controle no compartilhamento de dados

Lívia Mathiazi

Maria Cibele Crepaldi

gem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico), que devem estar em consonância com a necessidade da atividade desenvolvida pela seguradora. A advogada Alexandra Krastins Lopes, integrante da equipe de Prote-

ção de Dados do escritório Costa Tavares Paes, falou sobre a aplicabilidade da LGPD, de suas bases legais para o tratamento de dados pessoais, das hipóteses para conservação ou descarte desses dados e das penalidades que poderão ser aplicadas às empresas que não cumprirem com a devida proteção de dados. De acordo como a LGPD, as penalidades passam por advertências, publicidade das infrações cometidas, bloqueio de dados até a efetiva regularização da infração, a eliminação dos dados e multa diária que pode chegar a 2% do faturamento da empresa, limitada ao valor de R$ 50 milhões. Outro ponto levantado pela advogada Lívia Mathiazi, responsável pela área de Seguros e Resseguros do Costa Tavares Paes, é a atenção que a seguradoras devem dispensar ao compliance da empresa, criando uma política de privacidade interna, atenta aos principais preceitos da LGPD.

As penalidades passam por advertências, publicidade das infrações cometidas, bloqueio de dados até a efetiva regularização da infração, a eliminação dos dados e multa diária que pode chegar a 2% do faturamento da empresa, limitada ao valor de R$ 50 milhões


Ela observa que será imprescindível o mapeamento do ciclo de vida dos dados pessoais. Perguntas como: que dado será coletado?; com quem serão compartilhados?; por quanto tempo precisarão estar disponíveis nos arquivos?, irão nortear as políticas internas de proteção de dados das seguradoras. Como as seguradoras movimentam muitas informações de pessoas naturais, será preciso estabelecer

níveis de acesso e responsabilidades aos colaboradores que detenham esses acessos, uma vez que para cada de serviço precisa-se de informações específicas. Da mesma forma, apontam as advogadas, a revisão de contratos firmados com fornecedores e prestadores de serviço, tais como corretores e reguladores de sinistros, será importante para a conformidade das segu-

radoras com as disposições da LGPD. “Mais do que ser condição para o ingresso do país na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a LGPD efetivamente torna o Brasil mais competitivo no mercado internacional e atrativo para investidores estrangeiros”, aponta a advogada Maria Cibele Crepaldi, sócia-gestora do Costa Tavares Paes Advogados.

O que acontece com as empresas que descumprirem a Lei 13.709/2018 A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) visa regulamentar as operações com os dados pessoais, como nome e sobrenome, CPF, RG, além de dados pessoais sensíveis. Todas as empresas tratam dados pessoais, por isso precisam buscar as soluções para se adequarem, evitando penalidades, que podem chegar, entre outras, à multa de 2% do faturamento anual da empresa, limitado a R$ 50 milhões por infração. As punições para quem descumprir a lei passam por advertências, bloqueio dos dados pessoais ou ainda, suspensão e exclusão dos dados dos usuários regulares. Além das penalizações em casos específicos, outros entraves econômicos podem ocorrer: as empresas deverão estar em compliance com a legislação, pois haverá uma exigência cada vez maior da própria cadeia de clientes e fornecedores sobre a proteção de dados pessoais, ou seja, as empresas que não observarem esse novo momento poderão ter problemas para serem contratadas, a depender das exigências de clientes preocupados

com a nova legislação. Rafael Reis, advogado especialista em Direito Digital, Proteção de Dados e Privacidade no escritório Becker Direito Empresarial, explica que as empresas terão mais a ganhar do que perder com a LGPD. “Com a melhoria preventiva, as empresas precisarão fazer um investimento, porém, a médio prazo, esse custo será revertido, já que haverá uma melhoria interna de processos e estarão adequados à legislação, correndo um menor risco de futuros processos judiciais e a aplicação de penalidades pela ANPD), além de se posicionar no mercado como uma empresa preocupada com a proteção de dados pessoais, um requisito cada vez mais valorizado por consumidores, fornecedores e acionistas”. A entidade responsável pela fiscalização das práticas empresariais e de órgãos públicos em relação à proteção de dados e aplicação das penalidades é a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão da administração pública direta, recém-criado no âmbito do poder executivo federal.

E as Companhias. Estão se preparando? A LGPD exigirá das empresas ampla adaptação. Mas de acordo com a Esther Cunha, sócia do L.O. Baptista Advogados, as empresas não estão se preparando para as mudanças que virão e isso poderá acarretar penalidades no futuro. A percepção do escritório é confirmada por uma pesquisa feita pela Serasa Experian, ao mostrar que cerca de 85% das empresas brasileiras ainda não estão preparadas para atender às exigências da Lei 13.709/18. A pesquisa do Serasa foi feita em março deste ano e ouviu executivos de 508 empresas do país, divididas entre 18 setores de atuação e dos mais variados portes. A lei demandará adaptação não somente das empresas como também dos cidadãos, órgãos públicos e autoridades regulatórias. 9


Novos produtos

Mercado segurador para riscos cibernéticos cresce com LGPD O mercado para riscos cibernéticos está aquecido. A demanda já tem crescido bastante por conta da LGPD e as expectativas são de que esse crescimento significativo venha de maneira bem rápida

O aumento do número de ataques de hackers veiculados na mídia e o recente endurecimento das leis de proteção de dados preocupam segurados e seguradoras. Diversas pesquisas de mercado apontam que os riscos cibernéticos são uma das maiores preocupações da atualidade. “A Lei Geral de Proteção de Dados e os Impactos nos Diversos Produtos”. Temas como este têm sido constantemente debatidos nos últimos tempos, como o do encontro promovido recentemente pela FenSeg (Federação Nacional dos Seguros Gerais). Luiz Fonseca, diretor da entidade, destacou que a vida atual, cada vez mais tecnológica, desafia o mercado segurador a pensar em novos produtos. “Trata-se de um ritmo intenso de mudanças. Com isso, nossos produtos precisam evoluir e ter cada vez mais dinamismo para lidar com 10

novos cenários, entre eles, o de riscos cibernéticos”, disse. Para Flávio Sá, também do setor, o avanço da tecnologia e dos meios digitais são um desafio, mas também uma oportunidade para o mercado de seguros. Para os presentes no encontro da FenSeg, o mercado de seguros investe em tecnologia e busca sempre a inovação. Nesse sentido, a LGPD corrobora para mais investimentos visando o atendimento da legislação. As apólices devem prever danos decorrentes de riscos cibernéticos em razão da própria evolução tecnológica e “robótica”. Por isso, é necessário o mapeamento dos riscos em cada carteira para o devido tratamento. Mapear eventos, checar sua magnitude e seus danos foi destacado como processo desafiador para os presentes no evento. A partir de 20 de agosto de

2020, todas as empresas deverão se enquadrar à LGPD (Lei nº 13.709/2018, de Proteção de Dados). “Estar numa conduta adequada a lei ajudará na proteção de ataques hackers. E também na manutenção de sua reputação frente aos clientes, sem danos à receita destas companhias”, avalia Fabio Protássio, um dos debatedores do painel “Impacto dos Riscos Cibernéticos no Mercado de Seguros”. Mediador do mesmo painel, Gustavo Galrão disse que o mercado para riscos cibernéticos está aquecido. “A demanda já tem crescido bastante por conta da LGPD e as expectativas são de que esse crescimento significativo venha de maneira bem rápida. Esse movimento vem em linha com as exigências da nova lei e alinha também em uma maior celeridade na cultura e criação desse mercado”, avalia o executivo.


Oportunidades para os corretores Claudio Macedo Pinto, proprietário da Clamapi Seguros Cibernéticos, a primeira corretora de seguros do Brasil dedicada prioritariamente ao Seguro de Proteção Digital, disse que atualmente o mercado global de seguros cibernéticos é de US$ 3 bilhões de prêmios e a previsão é chegar a US$ 20 bilhões em 2025. “No Brasil há aproximadamente 150 apólices, gerando cerca de R$ 2 milhões de prêmio”, ressaltou ele em encontro com a categoria na União dos Corretores de Seguros, em São Paulo. O especialista falou sobre como o gerenciamento de risco cibernético atende as demandas da nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Segundo ele, são mitos da segurança da informação pensamentos como: “ninguém vai querer nos atacar”, “não vai acontecer com a nossa empresa”, “é um problema da área de TI”, “é possível eliminar todas as vulnerabilidades nos sistemas”, e “um ataque cibernético não vai afetar as operações”. Também apresentou dados sobre os riscos cibernéticos. De acordo com pesquisa de 2018 do World Economic Forum, o Brasil é o segundo no ranking de ataques cibernéticos. Os prejuízos causados por ataques no Brasil, em 2016, foram de US$ 10 bilhões, já em 2017 foram US$ 22 bilhões. Em todo o mundo, ciberataques comprometeram mais de 4,5 bilhões de dados em 2018. Para o presidente da UCS, Ezaqueu Bueno, os novos

seguros têm grande potencial de crescimento na era digital. “Precisamos estar atentos e atualizados para bem atender nossos clientes, diversificando a carteira e tendo visão empreendedora para novas atuações”.

Potencial Segundo José Adalberto Ferrara, presidente da seguradora Tokio Marine, há estudos que comprovam que em dez anos o mercado securitário no mundo terá como carro-chefe os seguros de riscos cibernéticos. “Entendemos que esse produto tem um potencial enorme de atingir, em especial, as pequenas e médias empresas. Essa é uma dica para os corretores e assessorias”, ressaltou no programa Panorama do Seguro. “Hoje, na América do Norte, os seguros contra os ataques cibernéticos já movimentam US$ 4 bilhões de dólares por ano e estão entre os principais itens das carteiras das seguradoras. No Brasil, esse é um segmento que só agora começa a ser visto com atenção, mas é inevitável que venha a crescer”, disse Alvaro Eyler, diretor de Risk Management da Marsh/JLT, em evento ao lado das seguradoras AIG, Zurich, Generali e Chubb. Os seguros para riscos cibernéticos começaram a ser oferecidos no país em 2012. Adotados inicialmente por multinacionais alinhadas com as estratégias de suas matrizes europeias e americanas, ganharam nova

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Artigo

LGPD: origem e questionamentos

Conhecer os desejos dos clientes para aprimorar sua experiência de compra e garantir sua fidelização virou questão de sobrevivência. Neste novo mundo, os dados pessoais passaram a ser extraídos como um recurso natural, pois, ao serem analisados através do uso de inteligência artificial (AI), permitem que as empresas sejam mais assertivas em suas ofertas, ampliando os ganhos futuros. “À medida em que a importância da gestão de dados cresce, aumentam também os riscos de rompimento das barreiras éticas para sua obtenção. Tornou-se, portanto, prioridade abordar questões sobre quem os controla, quem são os beneficiários e, acima de tudo, quem é responsável por proteger a privacidade e as informações pessoais. Diversos países lançaram mão de novas legislações neste sentido, como é o caso do Brasil, com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)”, ressalta Sérgio Junqueira, diretor de Operações de Software da Sinqia. Junqueira explica que a “LGPD é baseada na legislação europeia, e tem como objetivo de aumentar a privacidade de dados pessoais e o poder das 12

entidades reguladoras para fiscalizar organizações. Por dado pessoal, a lei entende como toda e qualquer informação, que permita identificar diretamente uma pessoa, ou se cruzada com outros dados, permita sua identificação. O tratamento e uso destes dados devem seguir dez princípios que envolvem desde a transparência na coleta e finalidade de uso à segurança e prestação de contas”. E acrescenta: “Uma das principais questões é finalidade. A coleta do dado deve ter um propósito legítimo, específico, como, por exemplo, a concessão de crédito. Ao mesmo tempo, é preciso ter em mente que não se deve exigir mais dados do que o necessário para o cumprimento daquela finalidade (adequação e utilização). A lei envolve também a prevenção, não discriminação e responsabilização. Ainda há a necessidade de garantir o livre acesso do titular dos dados, caso ele queira saber o que foi feito com as informações que concedeu”. “A lei abrange a necessidade de segurança e tratamento dos dados e exige das empresas as melhores práticas. No entanto, a regulamentação, que entrará em vigor a partir de 2020,

é complementada pela criação da Autoridade Nacional de Proteção aos Dados”, afirma Sérgio Junqueira. “Outro questionamento é que, mesmo com a autarquia em pleno funcionamento, a definição de melhores práticas é subjetiva. Por conta da evolução da tecnologia, torna-se difícil ao legislador elencar quais medidas as empresas serão obrigadas a adotar. Legislar em cima de algo tão mutável, é um processo contínuo. Na prática, a lei exigirá que as empresas zelem pela segurança dos dados, mas a cada nova medida de proteção que as instituições adotam, alguém está trabalhando para quebrar a barreira e outras precisam serem elaboradas”, acrescenta o diretor de Operações de Software. Ele ainda declara: “Como garantir então que as instituições estão de acordo com as melhores práticas? A autoridade que vai regulamentar saberá quais são? Ao mesmo tempo que a legislação não tem condições para especificar quais as medidas de segurança exigidas, há uma série de sanções previstas. Como aplicar uma multa bilionária em uma empresa atacada por um hacker que poderia invadir os sistemas mais seguros?” E conclui: “Não há dúvidas sobre a importância da LGPD, pois, no mundo atual, dados são o novo petróleo. Exigir o mínimo de transparência e responsabilidade das empresas, como a divulgação de um plano de contingência, a definição de plano de segurança, a capacitação dos colaboradores já é um movimento positivo. Entretanto, a subjetividade é o grande calcanhar de Aquiles”.


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Ética

Análise de Riscos, Política de Compliance e Controles Internos

Fotos: CNSEG

Desafios para uma cultura empresarial

Vinícius Brandi

Tatiana Aranovich

Tornar o setor mais eficiente, incorporando a gestão de risco à cultura das empresas e aumentando a produtividade, é um dos grandes desafios atuais para a área de seguros no Brasil. Esse foi um dos pontos abordados no painel “Análise de Riscos, Política de Compliance e Controles Internos” do 13º Seminário Controles Internos & Compliance - Auditoria e Gestão de Riscos, na CONSEGURO 2019, realizado em Brasília, pela CNseg. Tatiana Aranovich, assessora da Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), lembrou que a partir de 2023, a margem de solvência será substituída pelo capital baseado em riscos. A norma está prevista na Resolução Normativa (RN) nº 443, de 25 de janeiro de 2019, que dispõe sobre a adoção de práticas mínimas de governança corporativa, com ênfase 14

em controles internos e gestão de riscos, para fins de solvência das operadoras de planos de assistência à saúde. “A governança é o timoneiro no processo de conhecimento e domínio dos riscos”, ressaltou Tatiana. Ela destacou que, entre 2012 a 2018, 119

empresas do setor foram liquidadas e, em 100% dos casos, havia problemas de governança. “Em 98% dessas empresas, verificamos pendências na confiabilidade de dados e, em 82%, havia fragilidade dos controles internos”, completou.

Simone Negrão


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O que é ética e o que estamos fazendo, realmente, sobre ética? Como conciliar a ética com o lucro das organizações? Essas foram algumas das reflexões do painel “Compliance – ética e integridade”, também abordado noo 13º Seminário de Controles Internos, parte da programação da CONSEGURO 2019. Lidar com dilemas e conflitos complexos envolvendo a ética é um grande desafio. O jornalista e escritor Caco Barcelos, um dos palestrantes, citou como exemplo a desigualdade social do Brasil, um dos países mais violentos do planeta, com 65 mil pessoas mortas por ano. “Somos economicamente um país injusto, com 71 mil pessoas endinheiradas e 107 milhões de pessoas na linha da pobreza. Nesse sentido, é importante falar de ética como um dos caminhos para tentar mudar tal desigualdade”, defendeu. O palestrante Richard Fonseca, consultor e professor de Ética da Universidade Federal Fluminense (UFF), destacou que a ética é a espinha dorsal de programas de compliance e de integridade e precisa ser estimulada pelos líderes dos negócios. Segundo o professor, a ética surge a partir de problemas humanos, que se refletem nas empresas. “Se chegarmos em qualquer conversa de botequim, ou mesmo numa organização, e perguntarmos como está o Brasil, todos vão dizer que está ruim em consequência da corrupção. Mas, se perguntarmos se ele é corrupto, vai dizer que não. Ou seja, o brasileiro é sempre o outro, não o 16

CNSEG

Como respeito e coerência aos princípios éticos podem ser importantes aliados de líderes nas empresas

eu, o que requer mais consciência e entendimento da cultura social e empresarial”, explica Fonseca. Então, como mudar? De acordo com o professor, “é preciso entender quais são os problemas para, então, agir na disseminação da ética, que pode ser estimulada tanto pela punição como pelo exemplo”. Ele cita o respeito e a coerência aos princípios dos líderes para que a cultura da ética seja realmente exemplo de disseminação dentro da empresa. “As regras institucionais têm que valer para todos, inclusive para aqueles que contrato, sejam agentes públicos ou privados”. Para Luis Gutiérrez, CEO da Mapfre Seguros no Brasil, o papel do líder é importante para determinar a cultura da empresa. “Líderes viram farol para o bem e para o mal. É

“... se perguntarmos como está o Brasil, dizem que está ruim em consequência da corrupção. Mas, se perguntarmos se ele é corrupto, vai dizer que não. Ou seja, o brasileiro é sempre o outro, não o eu, o que requer mais consciência e entendimento da cultura social e empresarial” Richard Fonseca, consultor e professor de Ética da Universidade Federal Fluminense

preciso ter coerência, pensar e falar a mesma coisa com atitudes que reflitam a nossa verdadeira fala. Cada um de nós é responsável por criar um sistema sob bases éticas”. Fonte CNseg


CNSEG CNSEG

Laurindo Anjos

CNSEG

Luís André Blanco

Luis Gutiérrez Continuação da pág. 14

Vinícius Brandi, diretor da Superintendência de Seguros Privados (Susep), lembrou que o Brasil tem uma das mais baixas coberturas per capita no mundo. “Buscamos uma

supervisão mais eficiente para que isso se reflita no mercado e tenhamos a ampliação da cobertura e da concorrência, o reforço da credibilidade e o melhor uso da tecnologia, ferramenta essencial”, afirmou. Simone Negrão, presidente da Co-

missão de Governança e Compliance da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), defendeu a adesão ao que chamou de “pratique e explique”. “As empresas precisam ter argumentos sobre o que fazem e por que fazem. Haverá tempo para adequação e fortalecimento das linhas de defesa”, disse, em referência à RN 443. “As empresas devem prezar pela eficiência, focando em resultados e mostrando que geram valor agregado”. Laurindo Anjos, presidente da Comissão de Gestão de Risco da CNseg, enfatizou que o mercado precisa se adequar e buscar alinhamento. “Veja esse exemplo das empresas liquidadas, citado por Tatiana Aranovich. Isso representa um ponto para a conscientização do setor sobre a importância dos processos internos e da busca pela eficiência”, declarou. Luís André Blanco, presidente da Comissão de Solvência da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), deu destaque à Consulta Pública nº 73, proposta de Resolução Normativa. A proposta, aguardando aprovação, disciplina os critérios para definição do capital regulatório das operadoras de planos de assistência à saúde. Essa consulta tem o objetivo de colher subsídios para a proposta de modificação das regras que definem o limite mínimo de patrimônio líquido ajustado que as operadoras devem observar (capital regulatório). A proposta visa implementar, de forma gradual, modelo de capital baseado em riscos na saúde suplementar, em substituição à margem de solvência. “As empresas enfrentam restrições no orçamento que podem ser melhoradas”, ponderou. “Porém, a gestão de risco precisa ser incorporada à cultura das empresas”, concluiu Blanco. Fonte CNseg 17


Pesquisa

Empresas se preocupam com risco de incêndio, mas ainda faltam planos de contingência As empresas com operações no Brasil atribuem alta relevância a riscos de incêndio para suas operações, mas é pequeno o número das companhias que já conta com sistemas mais avançados de combate às chamas em suas instalações. Os dados constam de pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos junto a empresas multinacionais e de capital nacional com mais de 250 funcionários a pedido do Instituto Sprinkler Brasil, entidade sem fins lucrativos que trabalha para disseminar a cultura de sistemas de prevenção e combate a incêndios no ambiente empresarial. Foram realizadas 300 entrevistas telefônicas com o responsável ou que participa diretamente na tomada de decisão de investimentos de sistemas prediais das empresas entre os dias 01 e 28 de maio com margem de erro de 5,7 p.p. em todas as regiões do Brasil. Os dados do levantamento mostram que 77% das empresas consideram muito importante o risco de incêndio para seus negócios e que 82% dizem ter clareza do impacto que este tipo de ocorrência pode gerar para suas operações. A pesquisa mostra ainda que 85% das companhias dizem levar em consideração as condições de prevenção a incêndio na hora de contratar um espaço (prédio ou galpão) para abrir unidades de produção ou distribuição. O discurso, entretanto, não bate com a prática. O levantamento mostrou que das 300 empresas entrevistadas pelo Ipsos, apenas 36% contam com sprinklers (chuveirinhos automáticos para combate às chamas) em suas instalações. 18

O levantamento mostrou que apenas 14% das empresas entrevistadas dizem contar com sistema deste tipo em todas as suas unidades e 22% declararam contar com o sistema em apenas algumas unidades operacionais. Ainda segundo o levantamento, o uso de sprinklers é maior entre as multinacionais. Quarenta e oito por cento das empresas estrangeiras, com operações no país, ouvidas pelo levantamento, disseram ter sprinklers em suas operações. Entre as empresas nacionais, o índice é de 34%. O porte também influi na decisão. O índice de uso sprinklers em empresas com mais de 500 funcionários é de 45%. Entre empresas menores, com 250 a 499 funcionários, o percentual é de 28%.

Gestão “Os dados mostram que há sensibilidade para o tema, mas as empresas não estão de fato preparadas para enfrentar grandes incêndios, que podem afetar a viabilidade do negócio”, diz Marcelo Lima, diretor-geral do Instituto Sprinkler Brasil. As fragilidades não estão somente nas instalações. A pesquisa mostra que a gestão das empresas ainda não absorveu integralmente o risco de incêndio em seu planejamento estratégico. O levantamento mostrou, por exemplo, que apenas 54% das empresas entrevistadas afirmam categoricamente que contam com plano estruturado de retomada de negócios em caso de incêndio. O índice é de 51% entre as empresas de capital nacional e de 65% entre as empresas multinacionais. O controle da cadeia de suprimen-

tos também apresenta fragilidades. A pesquisa mostra que 57% das empresas afirmam categoricamente que solicitam planos de prevenção para seus parceiros de negócios e fornecedores de insumos. Neste caso, a prática e adotada de forma mais consistente (59%) entre as empresas de capital nacional que nas multinacionais (51%). “A maioria das empresas não vivenciou um grande incêndio e isso torna o risco um pouco distante de sua realidade”, avalia Lima. Segundo o levantamento, 30% das empresas (a minoria) disseram já ter sido afetadas por um incêndio em sua história. E destas, 46% disseram que o impacto foi baixo e 35% avaliaram como moderado. Apenas 16% dos respondentes disseram que a ocorrência prejudicou as operações e levou à interrupção do trabalho. O levantamento Ipsos avaliou ainda o perfil de investimentos em sistemas de combate a incêndio nas empresas. De acordo com a pesquisa, 71% dos respondentes gastam exclusivamente o previsto em lei. Apenas 22% investem acima do exigido pelas autoridades. Entre as empresas brasileiras esse índice é de 19%. Entre as multinacionais, sujeitas a controles globais mais rígidos, 35% das empresas investem acima do que prevê a legislação brasileira de prevenção e combate a incêndio. “O Brasil vem avançando em protocolos para este tipo de risco, mas ainda há deficiências na legislação. Isso explica o investimento maior das multinacionais, que têm que prestar contas aos controladores lá fora”, avalia Lima.


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Infraestrutura

Alternativas para destravar os investimentos em infraestrutura, como a exigência de contratação de seguros para obras, foram destaque na CONSEGURO 2019, realizado pela Confederação Nacional das Seguradoras - CNseg, em Brasília. O jornalista e economista George Vidor apresentou dados do estudo do Banco Mundial que apontam queda vertiginosa de investimento em obras devido a questões regulatórias complexas, intervenção estatal e falta de segurança jurídica, entre outros. “O Brasil chegou a investir 5% do PIB em obras. Hoje, esse indicador caiu para menos de 1%”, explicou. Segundo ele, tais fatores fizeram o investidor recu20

CNseg

Reprodução

O seguro na agenda para o crescimento

Leonardo Boguszewski, CEO da Junto Seguros: “Deixar com a expressão ‘até 30%’, que pode ser zero, traz um fardo imenso de responsabilidade sem contrapartidas”


CNseg

Renato Sucupira, presidente da BF Capital: “Se for para alterar o limite do teto, se aumente para 100%. O credor quer proteção e vai buscar garantias”

ar e resistir em aportar recursos para projetos que são necessários para garantir o crescimento de um país. Para reverter esse cenário, o setor segurador tem o desafio de ofertar garantias que reduzam riscos, atraindo o olhar do investidor para projetos com risco e retorno mais interessantes e protegidos. Leonardo Boguszewski, CEO da Junto Seguros, destacou que a solução passa por investimentos do setor privado e por seguros. “Na Colômbia, participamos como seguradores do projeto 4G, que teve o Goldman Sacks com financiamento de US$ 400 milhões e o projeto garantido por nós, em parceria com a Travelers. Deu tudo certo e as rodovias e concessões estão em pleno funcionamento”, exemplificou. Segundo Boguszewski, a principal lição deste caso foi a comunicação: “É preciso intensificar o diálogo e o gerenciamento de riscos para que cada parte assuma responsabilidades e, assim, possamos avançar na infraestrutura, que tem recebido investimentos mínimos”.

O diálogo também é peça-chave para aprovação do Projeto de Lei 1.262/95, que trata de mudanças na Lei de Licitações. O PL determina que obras acima de R$ 200 milhões contratem seguro para garantir indenização de até 30% do valor inicial do contrato, caso não seja possível a retomada do empreendimento. A flexibilização do teto para até 30% do valor da obra, porém, gerou polêmica no setor. Bogusezwski, por exemplo, discordou do novo texto e sugeriu manter a obrigatoriedade do patamar de 30% do valor da obra em seguro garantia. “Deixar com a expressão ‘até 30%’, que pode ser zero, traz um fardo imenso de responsabilidade sem contrapartidas”, afirmou. Já o presidente da BF Capital, Renato Sucupira, defendeu que se for para alterar o limite do teto, se aumente para 100%: “O credor quer proteção e vai buscar garantias para reduzir o custo do capital e garantir a entrega do projeto. São capitais de longo prazo e financiamentos baseados na garantia”. Antônio Trindade, presidente da

Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), considerou que a solução para contornar o problema deve estar no edital de licitação. “Ganha quem oferecer o seguro mais completo. Se o contratante quiser 5% ou 10%, as seguradoras podem não ter apetite”, disse, complementando que a auto-regulação entre os players pode ser o ponto de equilíbrio para a polêmica. Outro ponto de discussão são as exigências dos resseguradores, que garantem as seguradoras envolvidas em operações de grandes riscos. Segundo Rodrigo Belloube, diretor da Fenaber e CEO da Munich Re no Brasil, há oferta abundante de capital no mundo para o país, mas é preciso considerar variáveis importantes para se manter atraente, como a questão ambiental. “Existe, hoje, uma preocupação muito grande em relação à cobrança de aspectos de sustentabilidade das empresas. Isso também tem ganhado força no Brasil com os acidentes dramáticos que tivemos recentemente”, esclareceu. (Fonte CDN/CNseg) 21


Consumo

Reforma da Previdência e Seguro Intermitente

O mercado brasileiro de seguros abre uma nova fronteira com duas grandes novidades: a reforma da Previdência e a regulamentação dos seguros intermitentes e por prazo definido. Os dois temas foram debatidos na CONSEGURO 2019, o congresso bianual do mercado de seguros, realizado pela Confederação Nacional das Seguradoras - CNseg, em Brasília. Com o aumento da expectativa de vida, o envelhecimento da população e o Estado assumindo papel secundário no amparo e proteção de parcela da sociedade, o hábito de poupar precisará ser incorporado à rotina de 22

CNseg

Perspectivas para o mercado segurador

Naercio Menezes Filho: “Não houve efeito no aumento da produtividade, estagnada há três décadas”


CNseg

Seguro intermitente inaugura nova fase de relações de consumo no País

Leonardo Rolim: “Não estamos enriquecendo antes de envelhecer. Então, teremos de ficar ricos após envelhecer, o que é desafio mais complexo” toda a população nas próximas décadas. A educação financeira será um gatilho para preparar as diversas gerações para a construção de um futuro mais seguro. Com a necessidade de planejamento, a adesão aos planos de previdência deve ganhar ainda mais destaque após a conclusão da reforma constitucional. As mudanças aumentarão o tempo para que trabalhadores cumpram exigências como idade mínima e tempo de contribuição. O professor do Insper (instituto de ensino superior e pesquisa), Naercio Menezes Filho, mostrou como a evolução da expectativa de vida, as falhas da educação no Brasil, e a estagnação na produtividade, empurram cada vez mais jovens para o mercado informal ou aquele trabalho “por conta própria”, reduzindo uma fonte de receita importante para a Previdência Social. “Apesar de os gastos por alu-

Depois que a Superintendência de Seguros Privados (Susep) regulamentou a comercialização de seguros com vigência reduzida de contrato e período intermitente, foi dada a largada para uma corrida que pode mudar as relações de consumo no Brasil. “No momento, o pódio está completamente vazio. Esse mercado ainda é um bebê. Alguém vai vencer essa corrida e ninguém sabe quem é. Talvez alguns vencedores estejam nessa sala”, disse o executivo e membro do Comitê LATAM do Society of Actuaries (SOA), Ronald Poon-Affat, para a plateia da CONSEGURO 2019. Foi com irreverência e otimismo que Poon-Affat falou sobre desafios no Brasil e tendências no setor de seguros em países desenvolvidos, principalmente nos Estados Unidos. No telão, ele exibiu a foto de um chocolate e de um brócolis. Em seguida, concluiu: “É mais fácil vender chocolate. E seguros não é chocolate”. Para os futuros agentes e operadores de seguros intermitentes ficou a lição de que a criatividade irá nortear o caminho de sucesso nesse novo ramo. Poon-Affat deu exemplos de produtos inovadores que movimentam o mercado norte-americano. A seguradora digital Lemonade (estilo turn on/ turn off), por exemplo, arrecada cerca de U$ 18 milhões a cada trimestre. A empresa é acionada para cobrir temporariamente casas alugadas pelo Airbnb. Segundo ele, esse tipo de produto tem sucesso quando os números são grandes. “O Brasil tem esses números”, disse o executivo ao mostrar um gráfico do ecommerce brasileiro, em que o país aparece acima da média mundial. Sobre o caminho a ser percorrido pelas empresas nessa nova fase, o superintendente Atuarial da Mitsui Sumitomo Seguros, Gustavo Genovez, destacou a flexibilidade que a regulamentação da Susep permitiu ao setor e que, agora, há uma preocupação para manter a atratividade do que já existe no mercado de seguros. “Estamos vivendo em um universo com tecnologia avançada e facilidades em nossas vidas, além de mudanças sensíveis no comportamento de consumo”, afirmou em sua fala, que também abordou os riscos de fraude nas novas operações intermitentes e uso de inteligência artificial. Marcos Spieguel, presidente da Comissão Atuarial da Confederação Nacional de Seguradoras (CNSeg) e moderador do painel, frisou que o desafio é grande e que o setor não pode ter medo de errar. “Processo de lançamento de produtos vai ser um desafio para todos nós. Vai ser preciso agilidade. Brigamos tanto por normas que nos dessem essa flexibilidade, então agora temos que responder ao regulador, ao consumidor de forma rápida”, concluiu. (Fonte – CDN/CNseg) 23


CNseg

Jorge Nasser: planos de previdência entre as soluções para atenuar os riscos de um envelhecimento sem qualidade de vida Social do Ministério da Economia, Leonardo Rolim, a educação é estratégica para garantir melhoras reais do País, um mercado de trabalho mais saudável e um sistema de previdência social mais equilibrado. Segundo ele, a reforma da Previdência tornou-se prioritária porque o país caminha para estar entre as dez nações mais envelhecidas até o fim do século, e as despesas hoje já equivalem à de países maduros.

CNseg

no do ensino fundamental terem triplicado entre 2000 e 2014, não houve efeito no aumento da produtividade, que está estagnada há três décadas”, lembrou o professor. A estagnação da produtividade brasileira, comprometida pela falta de qualidade do ensino, pode representar uma ameaça ao desafio de custear as despesas quando na chegada da terceira idade. De acordo com o secretário de Políticas de Previdência

“O Brasil convive com uma rápida transição demográfica. Antes, era um dos países mais jovens do mundo. Agora, mudou sua trajetória e estará entre os 10 países mais envelhecidos. E, ao contrário da Europa, nós não estamos enriquecendo antes de envelhecer. Então, teremos de ficar ricos após envelhecer, o que é desafio mais complexo”, explicou Rolim. O presidente da Federação Nacional de Previdência Privada (FenaPrevi), Jorge Nasser, apontou os planos de previdência entre as soluções para atenuar os riscos de um envelhecimento sem qualidade de vida. Segundo ele, é preciso desmistificar a ideia de que o Estado terá condições de arcar com o pagamento de vinte salários mínimos, quando elas se aposentarem pelo regime geral. Já o presidente da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), Marcelo Farinha, ponderou que, apesar de necessário, “os trabalhadores não poderão poupar todos os excedentes para a aposentadoria e, na realização de sonhos, poderão comprar títulos de capitalização, de acordo com seus objetivos”.

Marcelo Farinha: apesar de necessário, “os trabalhadores não poderão poupar todos os excedentes para a aposentadoria”

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Renovação

A Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR), entidade sem fins lucrativos que reúne os grandes risk managers às grandes seguradoras, anunciou oficialmente o lançamento da EXPO ABGR 2019, maior evento do setor na América Latina. Na ocasião, foram anunciadas também as ações que irão oxigenar os processos internos da ABGR, aproximá-la ainda mais dos players da área de seguros, resseguros e corretagem, e internacionalizar os padrões do setor. A atual presidente da ABGR, Cristiane França Alves, afirma que a ideia com o reposicionamento é estarem mais próximos dos gestores de riscos e mais atualizados com os temas que estão em voga. “Estamos com um olhar mais 360º, pensando no meio-ambiente, no social, e não só economicamente”, completa, dizendo que os seguros não mudam, mas o olhar e o cuidado que antes não eram tidos como prioridades, agora são. Rodrigo Paiva Ávila, 1º vice-presidente da instituição, que assume a presidência em 2020, último ano da atual diretoria, faz coro para a importância das mudanças: “Temos uma equipe nova, com novas mentalidades e novos perfis. O próprio evento ressurge com uma pegada mais sustentável e tecnológica porque é o que o mercado e os associados pedem”. A expectativa de público para o evento deste ano, que acontece no World Trade Center São Paulo, nos dias 12 e 13 de novembro, é de mais de três mil pessoas ao longo do XIII

Divulgação

Expo ABGR 2019 anuncia nova marca e lança maior evento do setor na América Latina

Seminário Internacional da ABGR (que continua a existir, porém com mais assertividade no temário e na abordagem do conteúdo) e da feira de negócios EXPO ABGR 2019. No encontro, o público terá acesso total às principais seguradoras e corretoras da atualidade. “Conhecimento é um dos pilares para formar bons profissionais no mercado”, enfatiza Ávila. Para Marcelo D’Alessandro, diretor administrativo executivo da ABGR, a acessibilidade promovida aos profissionais do setor é um ponto alto. “A ABGR está saindo de uma postura considerada ‘para alguns’ e partindo para uma postura ‘para todos’”, coloca o executivo.

“O que a ABGR está fazendo não é nada diferente do que o universo está fazendo”, comenta Ida Patrícia de Sá, 2ª vice-presidente. “Hoje se fala muito em tecnologia, que mudou nosso comportamento, nosso jeito de comprar de fazer tudo. São muitas as mudanças que estão acontecendo e a intenção dessa nova diretoria é se preparar para elas”, enfatiza. Para o diretor financeiro da ABGR, Jabor Descio Sobrinho, a expectativa para a EXPO ABGR 2019 é grande, e será atendida. “Esperamos que este 13º evento seja o maior da história da ABGR em todos os sentidos”, ressalta.

Alguns temas que serão debatidos • PL – Projeto de Lei de Barragens – Garantias Contratuais • Cyber Risks e LGPD e caso prático de sinistro • Mudanças climáticas e Agro – Seguro Ambiental • MP – Medida Provisória – Liberdade Econômica • M&A (Merge & Acquisition) Risks – Benefícios – Previdência • O futuro e tendências do Setor Logístico – Benefícios – Saúde • Engenharia de Risco – Recomendações x Obrigações Legais/LP e BCP • Estruturação de Políticas de Seguros, incluindo política para salvados • P & C – Property & Casualty – Transportes - Logística 25


Ponto de Vista | ANTONIO PENTEADO MENDONÇA

Mudanças à vista

Amazon, Apple e Google estudam a entrada no ordens de grandeza inimagináveis poucos anos mercado de seguros. As seguradoras parecem satisfeitas com o cenário atual, como se não tivessem

atrás. Como se não bastasse o atraso e a consequen-

se dado conta das sérias ameaças que pairam sobre te desconexão do setor com as necessidades da seus negócios

sociedade, um movimento inesperado das gigan-

Uma pesquisa acaba de mostrar alguns pontos tes de tecnologia pode ser a maior de todas as negativos do setor de seguros internacional. O pri- ameaças para as seguradoras que demorarem a meiro, e com certeza mais grave, é que as segura- reagir. doras não entraram no século 21 e insistem em ofe-

Amazon, Apple e Google estão estudando se-

recer os mesmos produtos com que trabalhavam na riamente entrarem no mercado de seguros, inicialsegunda metade do século passado.

mente, nos Estados Unidos. A principal motivação

O resultado é que nos países ricos menos de 25% é o retorno de 24% que o setor vem dando para os das empresas consideram seus seguros satisfató-

acionistas. E o grande diferencial – e força – que

rios e, no campo dos seguros individuais, o núme- elas têm são seus canais de distribuição, já monro cai para menos de 15%. E a coisa fica pior ainda tados e com capilaridade para atingir centenas de quando as avaliações entram nos planos de saúde e milhões de pessoas praticamente em todos os paseguros para riscos cibernéticos.

íses, colocando à disposição delas seguros mais

Em relação aos riscos de origem natural, como as baratos e mais fáceis de serem contratados. mudanças climáticas, o quadro não é melhor. Entre

Curiosamente, as seguradoras parecem satis-

1970 e 2018 as catástrofes naturais causaram preju- feitas com o cenário atual, como se não tivessem ízos de 400 bilhões de dólares dos quais apenas 120 se dado conta das sérias ameaças que pairam sobilhões estavam segurados.

bre seus negócios. As apólices oferecidas seguem

O que a pesquisa enfatiza é que é necessária no padrão tradicional, os riscos continuam sendo uma revisão profunda das formas de fazer negócio

recusados e aceitos levando em conta as mesmas

em praticamente todo o mundo. As exceções ficam

premissas de trinta anos atrás, enfim, as segurado-

por conta das seguradoras chinesas, que devem se ras tocam a vida como se a revolução que vai chatornar as maiores companhias do planeta, e as resseguradoras internacionais, que acordaram para o novo

coalhando o mundo não afetasse o seu negócio. Ainda que discutindo as mudanças introduzi-

cenário faz tempo e estão buscando soluções para das pelos novos valores sociais e suas consequênos novos desafios, que podem inclusive alcançar

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cias, como a utilização de transportes alternativos


enorme gama de seguros será contratada através dos ce-

...é necessária uma revisão profunda das formas de fazer negócio em praticamente todo o mundo. As exceções ficam por conta das seguradoras chinesas, que devem se tornar as maiores companhias do planeta, e as resseguradoras internacionais, que acordaram para o novo cenário faz tempo e estão buscando soluções para os novos desafios como solução para o automóvel, o mercado segue com

lulares, incluídos seguros para veículos, viagem, acidentes pessoais e até vida com resgate ou capitalização. É aí que as gigantes de tecnologia levam uma enorme vantagem. O uso de celulares acontece através delas e, consequentemente, a contratação de seguros através de suas plataformas e em suas seguradoras tem tudo para ser o novo grande canal do setor. Imaginar que isso não vai acontecer e que meia dúzia de regulamentações quase que desconhecidas vão trancar o mercado e impedir a chegada do novo é não ver o que aconteceu com os táxis depois da entrada em cena dos veículos por aplicativos. Eles são a realidade. Estão aí para ficar, da mesma for-

as apólices tradicionais de seguros de veículos, investin- ma que os aplicativos de viagens e reservas de hotéis se do pouco no novo cenário representado pelo compartilha- impuseram como a forma mais utilizada pelos milhões de mento, uso de aplicativos, veículos sem motorista, carros viajantes que atualmente se valem deles em vez de usar elétricos, drones, transporte público etc.

companhias aéreas, redes de hotéis e, principalmente,

As novas gerações se habituaram a usar seus celula- agentes de viagem. res como ferramentas multiuso, através das quais fazem

Nos dias de hoje, o cliente é o dono da bola, do campo

praticamente todas as transações necessárias às suas e da torcida. Quem não entender e atender suas necessirotinas. Isto quer dizer que, em muito pouco tempo, uma dades está com os dias contados.

A cidade do Rio de Janeiro foi escolhida para sediar a 38ª Conferência Hemisférica de Seguros da Fides, em 2021. Pela terceira vez na história da Fides (Federação Interamericana de Empresas de Seguros), fundada em 1946, o Brasil abrigará esse importante evento internacional do mercado segurador, que reunirá três mil participantes - entre delegações de resseguradoras e seguradoras globais. O evento da Fides ocorre a cada dois anos, e a edição de 2019 foi realizada em Santa Cruz, na Bolívia (8 a 11 de setembro). A CNseg, a Confederação das Seguradoras, ficará responsável pela organização do evento, que ocorrerá de 9 a 12 de maio de 2021, no Windsor Expor Center, na Barra da Tijuca. Um vídeo sobre a cidade do Rio, produzido pela CNseg, foi exibido aos participantes da conferência Fides 2019, anunciando, além das belezas do Rio, a abertura imediata das inscrições para o próximo encontro Fides 2021 (www.fidesrio2021.com). O Brasil é líder em arrecadação de prêmios na América Latina e 12º lugar do ranking mundial. No ano passado, a receita do setor representou 6,5% do PIB, incluindo Saúde Suplementar, e os chamados ativos financeiros ad-

Arquivo SB

Brasil sediará a Conferência Hemisférica de Seguros da Fides em 2021

ministrados pelas seguradoras, R$ 1,3 trilhão. A primeira Conferência Hemisférica de Seguros, realizada em Nova York, em maio de 1946, foi o passo inicial para a constituição da Fides, para quem “não é possível alcançar um desenvolvimento amplo da indústria e do comércio, sem o seguro”. A Fides agrega entidades de seguros privados de 19 países das Américas, incluindo os Estados Unidos e Espanha e, entre outras atribuições, cabe-lhe cuidar da imagem institucional do seguro e do resseguro, de estimular seu desenvolvimento, de promover o intercâmbio entre os mercados regionais, realizar pesquisas e programas de educação em seguros. 27


Economia

Apesar do Brasil ter sido apontado pelo Country Risk Report (Relatório Risco País), realizado pela Euler Hermes, como um país sensível quanto ao risco de inadimplência, o Sector Risk (Relatório Setorial) demonstra uma recuperação cíclica e expectativa de diminuição de 6% em insolvências no país – taxa que vai na contramão da tendência mundial, mais pessimista. Felipe Tanus, diretor de Riscos da Euler Hermes - seguro de crédito e especialista em seguro garantia -, explica que o pico de altos custos ficou para trás. “Apesar da taxa de desemprego estar na casa dos 12%, as pressões salariais devem permanecer limitadas. Além disso, o choque dos preços de insumos de 2018, dado o efeito combinado dos preços do petróleo com a greve dos caminhoneiros, está enfraquecendo esse ano”. Sem a alta do valor do petróleo, uma tendência de desaceleração do índice de preços para o produtor é esperada ao mesmo tempo que a taxa de inflação permanece silenciada. O relatório também aponta uma diminuição no custo de financiamento, uma vez que as taxas de juros estão em uma baixa de quatro anos. “A taxa soberana está em uma baixa histórica de 8,7% contra 12,5% de 2018. Essa é uma grande ajuda na redução de custos de empréstimos corporativos”, comenta Tanus. “Somamos isso ao fato de a taxa de juros também estar em baixa recorde de 6,5% e a expectativa 28

Unsplash

Brasil vive momento de recuperação cíclica, com diminuição de 6% em inadimplências

de o Banco Central não apertar sua política monetária esse ano”. No que diz respeito à receita, o relatório aponta uma aceleração modesta mas gradual, e o crescimento da taxa de crédito para empresas não financeiras é positivo novamente após três anos de contração.

Cautela é recomendada Apesar do otimismo em relação às insolvências no mercado brasileiro em 2019, a pesquisa da Euler Hermes ressalta que dúvidas ainda permanecem em relação à sustentabilidade desse declínio. Mesmo com uma notável melhora desde o último trimestre de 2017, Felipe Tanus ressalta que “o risco para a indústria brasileira continua relativamente alto”. Onze dos 18 setores brasileiros ainda são classificados como sensíveis, em comparação com a média de 4 de 18 setores no mundo. “Nenhum setor é classificado como ‘de baixo risco’ em comparação com a

A pesquisa ressalta que dúvidas ainda permanecem em relação à sustentabilidade desse declínio. Mesmo com uma notável melhora desde o último trimestre de 2017, “o risco para a indústria brasileira continua relativamente alto” média de 2 dos 18 setores nos demais países da América Latina”. E apesar da economia brasileira ainda não ter se recuperado da pior recessão de sua história, o relatório aponta que esse é o momento de as empresas colherem os frutos dessa recuperação econômica cíclica. “Reformas serão necessárias para melhorar o ambiente de negócios e restaurar o clima de confiança de forma duradoura. Isso ajudaria a colocar as insolvências em uma tendência de queda sustentável”, finaliza o diretor.


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Estudo

Mais do que atrair e reter talentos, a oferta de benefícios para funcionários também se tornou um meio de motivar e aumentar a produtividade. Um retrato dessa evolução está no Estudo da MetLife sobre Tendências de Benefícios para Funcionários – Brasil/2018, apresentado no debate promovido pelo CVG-SP, no auditório da Fecap, em São Paulo. Em sua terceira edição no país, o estudo expôs diversas tendências, como a personalização, compartilhamento e a flexibilização de benefícios, além de insights importantes, como a necessidade de comunicar os funcionários sobre os benefícios oferecidos. Sob a coordenação de Gustavo Toledo, diretor de Relações com o Mercado do CVG-SP, e mediação do presidente Silas Kasahaya, o debate contou com a apresentação de Leonardo Stivanin, Head de Estratégia na MetLife. A análise do tema coube aos debatedores Guilherme Hinrichsen, vice-presidente Comercial na Icatu Seguros, Carlindo Boaventura, diretor Executivo na CBJR Boaventura, e Francisco Toledo, diretor Executivo na Scor Brasil Re e vice-presidente Regional na Scor Global Life Américas. Realizado em 2017, com 300 empresas de diversos segmentos e portes e 500 funcionários, o estudo comparou os resultados com a edição anterior de 2013. No quesito lealdade, por exemplo, divergem as visões de empregados e empregadores. Entre 2013 e 2017, caiu de 72% para 54% o número de empregados que se diziam 30

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Tendência de personalização de benefícios

Leonardo Stivanin : “A indústria de seguros deve pensar em oferecer coberturas diferenciadas”

leais às empresas. Por outro lado, entre os empregadores, esse número aumentou no mesmo período, de 43% para 49%. Já em relação à satisfação dos funcionários com os benefícios, houve uma queda de 40% para 30%. De acordo com o estudo, quase 95% dos empregados não sabiam do benefício seguro de vida. “Com exceção do plano de saúde, cuja utilização é mais tangível, os demais benefícios não são percebidos pela maioria dos funcionários. Por isso, o principal insumo da pesquisa é a necessidade de a empresa sempre comunicar ao funcionário o benefício que oferece”, disse.

A pesquisa mostrou, ainda, a tendência de benefícios cada vez mais direcionados ao equilíbrio entre a vida profissional e pessoal dos funcionários. Para Leonardo Stivanin, essa tendência tem a ver com flexibilidade. Mas, apenas 42% dos empregados brasileiros disseram que seus empregadores oferecem jornada de trabalho flexível. No Chile, esse percentual é de 84% e no México de 70%. Para 58% dos empregados brasileiros, a jornada flexível conta muito na hora de escolher uma proposta de trabalho. Continua na pág. 32


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Silas Kasahaya: “Todos os dias somos bombardeados com diversas informações. Por isso, a comunicação da empresa em relação ao benefício deve ser assertiva”

Personalização No Brasil, de acordo com cálculos de Stivanin, os benefícios correspondem à média de múltiplo salarial de 24 vezes, o dobro do que é praticado nos Estados Unidos. A diferença, segundo ele, é que os empregados americanos têm a possibilidade de permanecerem com o benefício depois de se desligarem das empresas por meio da contratação de benefícios voluntários. No Brasil, começa a ser desenvolvido esse modelo em que os funcionários podem escolher benefícios adicionais. Para 84% dos empregadores, o benefício voluntário é uma maneira econômica de agregar valor. “A indústria de seguros deve pensar em oferecer coberturas diferenciadas”, disse. Os benefícios voluntários são uma opção para se criar programas de benefícios personalizáveis. A pesquisa mostrou que 51% dos funcionários concordam em pagar parte desse custo. “Isso é muito relevante porque o funcionário está disposto a tirar dinheiro do próprio bolso para bancar o benefício”, disse. A pesquisa comprova essa tendência ao mostrar os benefícios que os 32

funcionários estão dispostos a compartilhar: seguro hospitalar (73%), check up (67%), seguro de invalidez (69%), seguro resgatável (58%) e perda de renda (58%). Outra tendência é a oferta de programas de bem-estar, uma expectativa de 65% dos entrevistados. Nesse sentido, o estudo revelou que a preferência de programas de benefícios varia de acordo com a faixa etária. A oferta de exame médico, por exemplo, é importante para 36% dos jovens e para 54% dos mais velhos “Existe espaço para todo tipo de benefício, mas é preciso entender o público para oferecer aqueles que podem ter maior adesão dentro da empresa”, ressaltou.

De acordo com o estudo, quase 95% dos empregados não sabiam do benefício seguro de vida. Com exceção do plano de saúde, cuja utilização é mais tangível, os demais benefícios não são percebidos pela maioria dos funcionários

Opinião dos especialistas Em relação às conclusões do estudo da MetLife, o presidente do CVG-SP, Silas Kasahaya, chamou a atenção para a dicotomia entre a visão de empregados e empregadores sobre os benefícios. Para ele, a solução está na comunicação. “Todos os dias somos bombardeados com diversas informações. Por isso, a comunicação da empresa em relação ao benefício deve ser assertiva”, disse. Francisco Toledo, diretor Executivo na Scor Brasil Re e vice-presidente Regional na Scor Global Life Américas, aposta no benefício personalizado como a grande tendência. “As pessoas precisam de benefícios corporativos, mas querem se sentir responsáveis pela escolha”, disse. Guilherme Hinrichsen, vice-presidente Comercial na Icatu Seguros, concorda. “Com o fenômeno da uberização, a tendência é a individualização do benefício. Vejo o empoderamento do funcionário por meio do benefício”, ressaltou. Carlindo Boaventura, diretor Executivo na CBJR Boaventura, enxerga nos sindicatos um nicho para o canal de distribuição de benefícios. “Hoje, o funcionário sai da empresa e no dia seguinte não tem mais nenhum benefício. Nesse aspecto, o sindicato poderia ser um provedor de benefícios, inclusive, contributários. Nós, distribuidores, temos de buscar esses nichos”, afirmou. Leonardo Stivanin lembrou que o seguro de vida no Brasil tem baixa penetração, cerca 0,5% do PIB. Por isso, ele acredita no potencial do segmento de benefícios. “Existe muito mercado para ser explorado, mas, talvez, não da forma como estamos fazendo. É um desafio”, disse o Head de Estratégia na MetLife.


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Análise | DILMO BANTIM MOREIRA

Corretor X Seguro Necessidade ou Anacronismo

Muito se tem comentado sobre o futuro da profissão de corretor de seguros. Projeta-se desde a manutenção da atividade por décadas até sua extinção em menos de dez anos, dependendo de qual ponto de vista o analisa. Atualmente, o futuro da profissão versus a informatização da atividade, conforme alguns preveem, leva à discussão sobre corretores e robôs. São caminhos mutuamente excludentes ou podem coexistir? É certo que o avanço da informática, com seus “bots” e sistemas de análises interconectadas, tem muito a oferecer em termos de dados e resultados, mas o relacionamento pessoal e confiabilidade no trabalho de consultoria oferecida pelo corretor também é entendido como de relevância 34

imprescindível. E ainda, sobre os segurados, pode-se dizer que muitas de suas necessidades não são percebidas por eles mesmos, por motivos variados como desconhecimento de opções de tipos de seguros, de princípios sobre gestão de risco ou, projeção equivocada de necessidades presentes ou futuras de proteção. É certo que o contato direto com o segurado, de forma profissional e objetiva, produz resultados de definição dos riscos expostos que permitem a visualização de um panorama abrangente, inclusive quanto às eventuais impossibilidades de securitização. De toda forma, em todo ambiente de mercado, inclusive o de seguro, sempre há mudanças, pois o


desenvolvimento da própria sociedade as impõe. Assim, se eventualmente o corretor já foi tido como um “vendedor de seguros”, trazendo o que estava disponível no mercado ao seu cliente, hoje, esse profissional mergulha na realidade e estilo de vida de seus clientes para atendê-lo de forma pró ativa e, ainda, impulsiona as companhias seguradoras para a criação de novos produtos, atuando na adequada e esperada figura de consultor de seguros. De fato, essa mudança de estilo é necessária, pois as necessidades são dinâmicas e não esperam o momento ideal para serem satisfeitas, afinal, evolução é a chave para a adaptação e sucesso! Embora a relação presencial entre corretor e segurado ainda seja a grande mola propulsora de negócios, novas possibilidades de acesso à contratos de seguros por meios virtuais são uma realidade cada vez mais presente. Desde o surgimento dos cotadores de seguros para automóveis até os atuais desenvolvimentos informatizados para avaliação de riscos pessoais, muito se obteve em termos de eficiência e confiabilidade de análise de riscos, possibilitando variadas simulações e contratação dos seguros de forma automatizada. A tecnologia é uma vantagem competitiva e estratégica e, ainda assim, as máquinas e softwares aprendem a partir da inteligência humana que os instrui. O uso da tecnologia torna os mercados, inclusive o de seguros, mais rápido e preciso, contudo, isto não pode e não deve gerar distanciamento em relação ao cliente. A indústria de seguros, incluído neste ambiente o corretor, deve consolidar novos canais e não os temer como ameaças, pois do contrário será relegada como algo que passou de seu tempo de utilidade.

Independentemente do canal ou meio de levar o seguro ao consumidor, é preciso lembrar que esse serviço depende do que o consumidor precisa. Então, no fim das contas, a venda baseada na experiência do consumidor é o que de fato conta. Essa experiência orienta os movimentos da oferta de contratos de seguro no mercado, seja pelo caminho da consultoria ou da venda automatizada. Unir a experiência dos corretores de seguros com as novas tecnologias, gerando um novo e promissor caminho, no qual mais pessoas poderão conhecer e utilizar os benefícios do seguro, deve ser o objetivo. Avançar nessa simbiose parece ser o fator determinante para acertar a equação do sucesso nesse novo ambiente. O corretor ou o robô? Dizer qual análise está certa ou errada, depende de fato do único elemento desta equação que realmente define seu resultado: o Segurado! É ele, para quem são destinados todos os esforços do mercado de seguros desde quase cinco mil anos atrás, que sempre determinou e continuará a definir quais, quando e como serão consumidos os seguros que existirem.

Dilmo Bantim Moreira Presidente do Conselho Consultivo do CVG/SP, diretor de Relacionamento com o segmento de Pessoas da ANSP, administrador pós-graduado em Gestão de Seguros e Previdência Privada, atuário, membro da Comissão Técnica de Produtos de Risco da FenaPrevi e de Seguro Habitacional da FenSeg, docente em Seguros de Pessoas, Previdência Complementar, Saúde, Capitalização, Atendimento ao Público e colunista em mídias de seguros.

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SEU TEMP

Empreender no Exterior

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Portugal está se mostrando um forte concorrente aos grandes queridinhos dos brasileiros, como Estados Unidos

O ano de 2018 não foi favorável aos negócios conforme pesquisa “Expectativa para a economia e para a empresa”, realizada pelo Sebrae: 30% dos micro e pequenos empresários acreditam que a corrupção prejudicou suas empresas no último ano, 46% deles disseram que foi o pior ano para os mercados. Para 2019, 67% dos empreendedores estão bem mais otimistas, e acreditam que tende a melhorar. Mesmo assim, a crise dos últimos anos deixou muitos empresários desconfiados e alguns deles ainda almejam empreender no exterior. Em vista deste cenário insatisfatório, bem como buscando soluções que contemplem possibilidade de crescimento atrelada a qualidade de vida, os brasileiros têm cada vez mais buscado alternativas no estrangeiro seja para internacionalizar seus negócios, seja para firmar residência, seja para investir, etc. Portugal tem se mostrado um ótimo país para quem busca os objetivos citados, sem contar as facilidades de língua, cultura, clima, posição geográfica do país. Focado em se recuperar das inúmeras crises, Portugal adotou medidas que elevaram a demanda interna para impulsionar seu crescimento, oferecendo benefícios àqueles que investem em 36

seu país como o direito a residência, benefícios fiscais, benefícios trabalhistas e apoio ao investimento focado no desenvolvimento local através de concessão de crédito com juros “amigos”. Indubitavelmente, o país está se mostrando um forte concorrente aos grandes queridinhos dos brasileiros, como Estados Unidos. E traz ainda inúmeras outras vantagens e benefícios econômicos. Portugal foi eleito o país com a melhor qualidade de vida no mundo em 2017; 5º melhor país do mundo para ir, viver e trabalhar, sendo o primeiro a nível Europeu; 3º país em que as pessoas declaram sua “felicidade pessoal”; 14ª no quesito viagens e transporte; 9º no quesito saúde e 11º no quesito segurança (Expat Insider). Um dos seus principais diferenciais com relação aos EUA, por exemplo, é o acordo bilateral existente entre Brasil e Portugal que evita a dupla incidência tributária, o que tende a onerar os negócios/rendimentos e inviabilizar algumas operações. Não obstante, Portugal é um país que ainda está buscando desenvolvimento, assim oferece maiores benefícios aqueles que pretende investir no país. O primeiro passo para se investir no país é o planejamento PRÉVIO à imi-

gração ou a internacionalização. Esta medida é essencial para verificar se o resultado prático que pretende obter será ou não atingido. Ora, de que adianta querer ir à Portugal desenvolver o negócio sem conhecer os pormenores do mercado local? A legislação tributária que irá incidir sobre a minha operação? Os direitos trabalhistas etc.? Da mesma forma, de que adianta investir em um imóvel, sem saber a tributação que incidirá sobre a operação? Como separar os ganhos nacionais dos internacionais? Se planejando, não tem motivos para dar errado. (Artigo de Carolina Di Lullo, da Giugliani Advogados).

Turismo: Crescimento beneficia o mercado de seguros A atividade de Turismo apresenta um grande potencial de desenvolvimento e pode alcançar um crescimento de 4% ainda em 2019, de acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT). Em 2018, o setor registrou o segundo melhor resultado dos últimos 10 anos, atingindo a marca de 1,4 bilhão de chegadas internacionais no mundo todo, um aumento de 6% sobre 2017. Com a expansão, outros segmentos acabam sendo beneficiados, como o mercado de seguros. No Rio de Janeiro, um dos principais destinos dos turistas de lazer no Brasil, a Porto Seguro registrou um aumento de 16,95% nas contratações do Porto Seguro Viagem no primeiro semestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano passado.


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Dúvidas sobre seguros? Pergunta lá na Som.us

A Som.us Assessoria em Seguros desenvolveu uma websérie para responder as principais dúvidas dos corretores de seguros. O programa, que é divulgado todas as quartas-feiras nas redes sociais da empresa, pretende levar de forma objetiva e descontraída conteúdos relevantes para o público. “Nós queremos entregar para o corretor de seguros informações importantes do mercado, conceitos, dicas de vendas e oportunidades de negócios de maneira concisa e estruturada no formato de perguntas e respostas. O objetivo é criar conteúdos que ajudem o corretor a divulgar a importância do mercado e produtos de seguros para seus clientes”, diz Raquel Monteiro, Marketing da Som.us. As perguntas podem ser enviadas pelas redes sociais ou para o e-mail marketing@ som.us com o título #perguntalanasomus Confira o primeiro vídeo da série #perguntalanasomus: http://twixar.me/8nJ1 Dúvidas? Pergunta lá na Som.us: Instagram: @som.us Facebook: https://www.facebook.com/som.us.br/ Linkedin: https://www.linkedin.com/company/som.us SOBRE A SOM.US Som.us reúne em um único grupo a mais completa consultoria e um abrangente canal de distribuição de seguros e resseguros da América Latina. Oferece um completo portfólio de produtos e serviços, assessoria técnica, comercial e operacional simplificando e facilitando o acesso a produtos, aproximando ofertas e demandas e conectando clientes, corretores, seguradoras e resseguradoras. 37


PONTO FINAL LEILA NAVARRO

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Aceite a diversidade

Sevocêestárealmentedispostoaaprendercomseusrelacionamentos, comece por aceitar a diversidade humana. Respeite os gostos, as opções, as crenças, a aparência, até mesmo as manias dos outros. Aceite cada um como é e estará aprendendo a se aceitar e a se amar também. Não é só você que é único: todos são, cada um a seu modo. Para nós, brasileiros, isso talvez seja mais fácil do que para muitos outros povos. Em alguns países, infelizmente, há pessoas que se matam porque não têm o mesmo credo, não se casam com gente de outra nacionalidade nem deixam forasteiros morar em seu país. No Brasil não é assim: existemtantasraças,credos,coresenacionalidadesqueconvivem no mesmo solo. Se qualquer estrangeiro constituir família aqui, seus filhos já serão brasileiros. Há um pouco da diversidade humana em nosso DNA. O mais desafiador, no entanto, não é aceitar o modo de ser e as opções das pessoas com quem mal convivemos: é fazê-lo com aquelas que nos são mais próximas. Você cria sua filha única com todo o mimo, com todo o carinho, dá a ela o melhor estudo e o melhor preparo para a vida que está ao seu alcance. Sonha com a formatura dela, com o casamento, com sua casa cheia de netinhos corados e saltitantes. Um belo dia, sua adorada filha lhe comunica a decisãodeabandonarosestudosemudar-separaaPatagônia, onde trabalhará numa ONG que atua na preservação

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do ambiente reprodutivo dos pinguins. Que tal? Será que você vai ter um infarto ou vai respirar fundo e conseguir aceitar a escolha dela? Talvez nunca lhe aconteça coisa tão extrema, mas mesmo assim você terá sempre de enfrentar situações que exigirão muito de sua capacidade de aceitar o modo de ser dos outros. Quem não tem uma pessoa difícil, uma “casca de ferida” em sua vida? Certo dia, perguntaram-me o que faria para me relacionar com uma pessoa indelicada e temperamental, que me tratasse mal. Bem, se eu acredito não ter o direito nem a autoridade de tentar mudar ninguém, cabe a mim tomar umaatitudeparaqueorelacionamentomude.Euseriagentil com essa pessoa, daria um presentinho a ela, por exemplo. Eu a trataria bem independentemente de seus berros. Tentaria mudar o jogo para dar a ela uma oportunidade de mudartambém.Mas,senadadissoadiantasse,paciência,eu deixariadeconvivercomela.Temosdereconhecerquando échegadoomomentodefecharumaportaporqueàsvezes é só isso que nos cabe fazer. Há quem tenha sérios problemas de relacionamento com o chefe, por exemplo, mas insiste em ficar no emprego. Em vez de simplesmente entregar sua carta de demissão e partir para outra, mantém-se no trabalho e torce, intimamente, para ser demitido. Quando a demissão finalmente ocorre,apessoadesabafa:“Estávendo?Eunãodissequeele era um chefe cruel? Acabou me demitindo, o desgraçado!” Pensecomigo:porqueseráqueencontramospessoasdifíceisemnossocaminho?Porquetambémtemosaquiloque nos incomoda nelas, e Deus faz as coisas de maneira tão integradaemaravilhosaquenoscolocaunsnavidadosoutros paraquetenhamosaoportunidadedecrescer.Quantomais cedopercebermosisso,assumirmosaresponsabilidadepela maneiracomonosrelacionamosenosconscientizarmosde que essa história é nossa, melhor para nós. Leila Navarro é palestrante motivacional há 20 anos. Top 5 na categoria “Palestrante” no Top ofMind de RH 2019. Autora de 16 livros, especialista em comportamento humano, influenciadora motivacional e atitudinal.


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