Ano 19 | Número 153 | 2019
INSUBS TITUÍVEL Com o progresso tecnológico irrefreável, a analogia do corretor com o médico é mais pertinente do que nunca. O corretor é o profissional que na “consulta” faz o “diagnóstico” e recomenda a “medicação” precisa. Uma espécie de “médico de família”, pois conhece também esposa, filhos e outros parentes do cliente. Essa familiaridade não é possível com um relacionamento 100% online
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TOKIO MARINE SEGURADORA
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Carta ao Leitor
Segurador X Corretor Em painel realizado no 21º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, promovido pela Fenacor, executivos do setor trouxeram suas visões sobre o futuro do mercado segurador e a relação Segurador X Corretor. Eles foram unânimes: o setor passa por uma transformação, mas, juntos, seguradoras e corretores de seguros seguirão fortes, alavancando o crescimento do mercado. O desenho é claro: As mudanças vão acontecer. Não há como não acontecer! Mas isso não quer dizer que o corretor vai acabar ou a seguradora passa a ser inimiga do corretor, nem que vai haver uma guerra. Ao contrário, mais do que nunca, é um momento de descobrir caminhos conjuntos e de cooperação. Ou seja, um trabalho coordenado, de forma ordenada, entre as partes envolvidas, para atingir um objetivo, que é desenvolver o mercado de seguros. O corretor é um personagem fundamental do mercado, que tem o papel de oferecer o melhor produto, educar e aconselhar o consumidor, com uma capilaridade essencial para as seguradoras. É um profissional que está presente nos mercados mais maduros, como da Europa, dos Estados Unidos e da Ásia. Segundo os seguradores, é fundamental fortalecer essa parceria estratégica com o corretor, principal canal de distribuição, desenvolver, cada vez mais, o papel de consultores e uma estrutura adequada para os parceiros de negócios. Aliado a isso, concluíram: “Precisamos oferecer uma grade de produtos para que possamos ampliar o mercado, ampliar as coberturas, sempre buscando entender o momento de vida do consumidor, a sua realidade, e estando presente nas horas certas”. O Editor
EXPEDIENTE Editor-Executivo: João Carlos Labruna labruna@revistaseguradorbrasil.com.br brasilempresarial@uol.com.br Comercial: Mauricio Dias (mauricio@revistaseguradorbrasil.com.br) Paula Merigo (paula@revistaseguradorbrasil.com.br) Diagramação: Propósitto Soluções Visuais (rodrigo@propositto.com.br)
ANO 19 | NÚMERO 153 | 2019
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Capa/Especial
Novas Tecnologias
Ferramentas parceiras ou adversárias do corretor?
Haverá um dia em que o progresso tecnológico substituirá o ser humano? Até o presente momento pelo menos a resposta é não. O surgimento do cinema há pouco mais de cem anos colocou em dúvida a sobrevivência do teatro, uma arte de mais de dois milênios e que continua lotando auditórios de todo o mundo. Hoje as duas formas de expressão artística, cinema e teatro, convivem em perfeita harmonia e, mais do que isso, se retroalimentam! O mesmo aconteceu com o advento da televisão algumas décadas depois, já em meados do século XX. Seria o fim do rádio? A resposta, como se sabe, também é não. E os exemplos não param! Na área de transportes a chegada do avião poderia ter decre4
tado o fim dos trens, por exemplo. Mas nos últimos anos o transporte ferroviário só tem crescido, caso da China que em menos de uma década construiu uma super malha ferroviária com trens que atingem velocidades superiores às maiores aeronaves. Hoje, na China, você faz uma viagem equivalente a São Paulo e Buenos Aires em pouco mais de duas horas. Menos que um vôo! A verdade é que o progresso tecnológico é irrefreável e o melhor a fazer é se adaptar às novas ferramentas ao invés de combatê-las como Dom Quixote fazia com seus moinhos de ventos. Afinal, as novíssimas tecnologias estão diante de nossos olhos a cada momento do dia: basta uma viagem de metrô para constatarmos
o fascínio que um smartphone exerce sobre os passageiros com seus olhares sempre grudados na telinha. NO SETOR DE SEGUROS, O FENÔMENO TECNOLÓGICO NÃO É DIFERENTE O corretor de seguros que quer competir (e sobreviver!) terá neces-
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Edson Motta Especial para Segurador Brasil
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sariamente que fazer uso das novas tecnologias que estão revolucionando o mercado com a agilidade de informações em velocidade que permite cotações de seguros em segundos. Em tempos de insurtechs, o corretor corre o risco de ser substituído por robôs e outros tipos de máquinas? Segurador Brasil fez essa pergunta a Marcelo Blay, da Minuto Seguro, um entusiasta e pioneiro das novas tecnologias, atual coordenador da Comissão de Inovação, do Sincor -SP. Blay é otimista quanto ao futuro do corretor em tempos de ultra tecnologia e lembra que “o corretor terá sempre um papel de protagonista na relação com o segurado”. Mas, alerta: “se o corretor se posicionar como um mero comparador de preços, provavelmente o cliente preferirá negociar com um robô, por mais frio e impessoal que seja essa negociação, até porque será mais simples e mais rápida”. Em outras palavras: o atendimento humano é insubstituível. E quando o assunto é seguros, atendimento é tudo. Para um robô é simplesmente impossível entender o estágio de vida do cliente, nos níveis pessoal e profissional. O robô pode ter dados informativos do cliente, mas a natureza humana é bem mais complexa do que dados obtidos por meios cibernéticos. Vejamos o cliente de seguro Auto, por exemplo. Sim, ele quer um bom preço, mas ele quer se sentir seguro de que está fazendo a melhor opção de seguradora. Afinal, ele vai usufruir de um bem tão importante como é o automóvel, um bem que vai influir na sua vida e na de terceiros por um bom período. E isso não é pouca coisa. Por isso, Marcelo Blay afirma que vender seguro auto “é mais que simplesmente fazer uma cotação”.
Marcelo Blay, entusiasta e pioneiro das novas tecnologias: “O corretor terá sempre um papel de protagonista na relação com o segurado”
COM AS NOVAS TECNOLOGIAS, DIMINUI O VÍNCULO DO CORRETOR COM AS SEGURADORAS? Tradicionalmente, um dos principais patrimônios e motivo de orgulho do corretor sempre foi o vínculo construído ao longo de anos e anos com uma ou mais seguradoras de sua preferência. Até que ponto essa relação fica ameaçada com os atuais recursos tecnológicos que permitem cotações múltiplas envolvendo dezenas de companhias? Segundo Marcelo Blay, são vários os fatores que levam um corretor a se afastar de uma seguradora, ou seja, comprometer o seu vínculo. “O corretor não pode apenas vender preço, é preciso uma postura consultiva. Isso significa zelar pela saúde da carteira em termos de sinistralidade e rentabilidade para a seguradora. É fundamental que haja trans-
parência na relação com a seguradora e sinceridade com seus clientes, quando entender que está pedindo uma compensação não correta. Defender os interesses do cliente, sim, mas sem esquecer de fazer justiça com a seguradora”, afirma Blay. Na realidade, o vínculo corretor/ seguradora ganha até mais facilidade com as novas tecnologias. Comunicando-se online com uma seguradora, o corretor será imediatamente informado sobre eventos, novos produtos, mudanças no organograma da companhia e uma série de outras informações úteis. Ao mesmo tempo, o corretor “tecnologicamente adaptado” tenderá a ser visto como um parceiro moderno e sintonizado com os novos tempos. Em matéria de vínculos saudáveis, corretor e seguradora só têm a ganhar com o advento das novas ferramentas de comunicação. 5
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bem: recente pesquisa da AMB – Associação Médica Brasileira revelou que há uma tendência de clientes voltarem a valorizar o médico de clínica geral a quem o cliente recorre após uma bateria de sofisticados exames. Isso não significa o fim da medicina digital, evidentemente, mas mostra o quanto o olho do clínico geral é importante para avaliar um determinado exame. Uma determinada ressonância magnética é um dado frio, mas uma conversa com um clínico geral de confiança sempre será calorosa e esclarecedora. A analogia do corretor com o médico é mais pertinente do que nunca. O corretor é o profissional que na “consulta” faz o diagnóstico e recomenda a medicação precisa. Não fosse assim, bastaria um acesso ao Google (Dr.
Google, como é ironicamente chamado) para recebermos orientação. “Médico” que conhece o histórico e a realidade de seu “cliente-paciente”, o corretor é uma espécie de “médico de família” pois conhece também esposa, filhos e outros parentes do cliente. Essa familiaridade não é possível com um relacionamento 100% online. DE CELULARES A BICICLETAS, O SEGURO ONLINE DE BAIXO CUSTO AJUDA O MERCADO A CRESCER Na vida moderna é quase impossível viver sem um bom smartphone. Da mesma forma, seja por razões de trânsito, seja por consciência ambiental, é cada vez maior o número de adeptos de transporte alternativo por bike. Entretanto, os altos índices de Arquivo SB
COMO FICA A FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE AO CORRETOR? Para o corretor que não se comunica com o cliente apenas na hora da renovação, a fidelização é uma meta permanente a ser alcançada. E aqui surge uma nova questão relacionada com inovação tecnológica: o corretor não corre o risco de perder o cliente com o crescimento da venda 100% online? Marcelo Blay é categórico ao afirmar que “a venda 100% online não existe e provavelmente nunca existirá. Por uma razão simples: o Brasil ainda está longe da chamada ‘cultura do seguro’, o que significa que o cliente ainda não entende o produto seguro em toda sua complexidade”. Mais ainda: “O cliente mal sabe o que significa palavras como apólice e prêmio Não sabe, portanto, diferenciar cobertura”. Na opinião de Blay, “o cliente sempre vai precisar de apoio para fazer a melhor escolha com critérios de custo/ benefício. O cliente quer alguém que o leve pela mão e que passe o devido conforto que a recomendação do corretor está sendo feita para buscar o que é melhor para ele, cliente, não o que é melhor para o corretor”. Aqui cabe uma comparação com o que ocorre na medicina, hoje uma atividade super tecnologizada. Pois
A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR: AS NOVAS TECNOLOGIAS VÃO OCUPAR ESPAÇO DO CORRETOR? Os dados estatísticos respondem essa questão com precisão e de forma bastante favorável ao corretor. Basta considerar o fator “demanda reprimida” que existe no mercado segurador brasileiro.
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violência urbana em nossas cidades cobram um preço e nossa tranquilidade só é definitiva quando temos bens como esses devidamente segurados. Isso significa que a cada ano, milhares e milhares de jovens ingressam no mercado segurador por conta de seguros de baixo custo. Ao ingressarem, novas gerações de consumidores estão “degustando” o produto seguro e sendo conquistadas para seus benefícios. Em outras palavras: o cliente de hoje para uma simples apólice de celular é um futuro cliente para inúmeros outros ramos. É válido o canal online para seguros de baixo custo? Marcelo Blay não tem dúvida: “Uma viagem de cinco dias , por exemplo, não exige mais do que um simples seguro que pode, sim, ser feito de forma online”. Esse tipo de seguro de baixo custo cobre com eficiência roubo, furto, quebra acidental e diversas outras situações. Além de oferecer subprodutos, como assistência 24h. Existem plataformas digitais que utilizam intensamente a tecnologia de inteligência artificial. A Kakau, no caso, é uma insurtech típica! Opera até com uma assistente virtual, a Anna, que trabalha 24 horas por dia, sete dias por semana, ajudando não apenas na contratação, mas também em dúvidas sobre abertura de sinistro ou solicitação de assistência.
Automóvel, o ramo mais popular, não passa de 30% do mercado da frota de veículos que rodam em nossas cidades e estradas. 30%! Há, portanto, apenas nesse ramo, todo um espaço a ser ocupado. Com outros ramos a “demanda reprimida” é ainda maior. Quantas empresas fazem cobertura ideal de seu patrimônio industrial? Quantos médicos ou advogados fazem RC para se protegerem de danos morais? Quantas residências têm seu seguro contra incêndio? Quantos fazem seguros de jóias ou obras de arte? Se pensarmos em ramos emergentes como Seguro Rural e Seguro Ambiental, essa “demanda reprimida” é quase absoluta. Isso no momento em que o agronegócio assume o papel de carro-chefe da economia brasileira - e faz investimentos milionários em máquinas e equipamentos - e que na área ambiental as multas são cada vez mais pesadas e a fiscalização mais vigilante. Marcelo Blay afirma que sua corretora, criada há nove anos e com alto índice de tecnologia, “não está ocupando espaço de corretores tradicionais, mas abrindo novos espaços de negócios que irão beneficiar até corretores analógicos e resistentes à inovação, pois, com o mercado crescendo, crescemos todos”.
ÉTICA E TECNOLOGIA Finalmente, verifica-se uma justificada preocupação com o fator ético. Trocando em miúdos: até que ponto uma ferramenta tecnológica de cotação imediata não irá “atropelar” o corretor na hora de fazer uma proposta para o cliente? Se houver o atropelo, evidentemente, a culpa não será da tecnologia que é apenas uma ferramenta, mas do mau uso dessa ferramenta. Com tecnologia ou não sempre houve corretores éticos e corretores não-éticos. O melhor juiz para julgar esse tipo de comportamento é o próprio cliente. Sendo bem atendido, ele sempre dará prioridade ao corretor amigo que aos poucos vem conquistando sua confiança. É esse trabalho de “formiguinha” que o corretor presta de forma sincera e paciente, ano após ano, que lhe permite ter credibilidade suficiente para propor este ou aquele produto desta ou daquela seguradora. Nesse sentido, a mais avançada das tecnologias sempre será bem-vinda porque será um meio facilitador da relação corretor/cliente. Como está o nível de tecnologia de sua corretora? Qual o porte de sua corretora? Média? Pequena? Seja qual for o seu “formato” empresarial a tecnologia será sempre uma aliada. Pense nisso! 7
Congresso
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Ajustes necessários para o setor de seguros avançar
Marcio Coriolano: elogios ao papel relevante do corretor de seguros 8
Conceitos como desburocratização, desregulamentação, enxugamento e eficiência do Estado são mantras que, se materializados, poderão colocar o mercado segurador no protagonismo da recuperação econômica. Essa foi a mensagem transmitida pelo presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Marcio Coriolano, em prognóstico apresentado no painel “Os caminhos para a retomada do crescimento e a reforma da Previdência”, do 21º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, realizado na Bahia pela Fenacor. Ele lembrou que o novo ciclo de investimentos em infraestrutura no Brasil, a democratização do sistema financeiro, as novas fronteiras tecnológicas e um novo ambiente de
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Solange Vieira: Estado como o maior segurador do Brasil
negócios em linha com os padrões de economias maduras criam as precondições para alavancar o desenvolvimento e, em consequência, novos negócios para o mercado segurador. Coriolano destacou o fato de a equipe econômica, em vez de apostar em uma “bala de prata”, como já ocorreu no passado, vem adotando medidas que historicamente o País precisava. Como exemplos, citou o ajuste fiscal e “a manutenção obsessiva dos fundamentos econômicos, ancorados em boas políticas fiscal, monetária e cambial, entre as ações do cordão sanitário criado que reúne as melhores práticas”. O presidente da CNseg fez questão de lembrar uma questão no mercado que não está restrita e nem ficará restrita à Susep, mas que permeará todo o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, que é o mercado marginal oferecendo proteção. “A questão é muito grave. Não se trata de concorrência e de que é preciso que o nosso mercado formal de seguros se ajuste a preços. Essa concorrência não está se fazendo com base em cálculos técnicos, nem de margens nem de carregamentos, mas está se fazendo pela ausência absoluta de recolhimento de impostos aos cofres públicos, entre
outras práticas danosas”, assinalou. Concluindo esse ponto pediu que a Susep coordene, no Executivo, os instrumentos de combate ao mercado marginal. Em sua fala, Marcio Coriolano elogiou o papel relevante do corretor de seguros e deixou claro que sem esses profissionais – ao lado da adesão voluntária da sociedade brasileira aos diversos planos de seguros – não seria possível ao mercado manter sua resiliência durante os piores anos da crise ou do baixo crescimento, alcançando taxas sempre melhores que a do PIB e atingido os R$ 1,3 trilhão em poupança nacional. O painel contou também com a participação da superintendente da Susep, Solange Vieira. Ela ressaltou que, independentemente de gostarmos ou não, o mundo está mudando muito rapidamente e nós precisamos também mudar nessa direção, utilizando a tecnologia como aliada. “No futuro, não existirá mais setor de vendas se o produto não estiver no celular e precisamos estar preparados para esse novo processo produtivo que se coloca”, afirmou. E para acelerar esse processo, disse que a apólice eletrônica e os seguros tem-
porários e intermitentes serão importantes aliados. Identificando o Estado como o maior segurador do Brasil, visto ser o fornecedor do seguro saúde (por meio do SUS), do seguro desemprego, do seguro de acidente de trabalho e de previdência, entre outros, afirmou que está na hora de se começar a incentivar o setor privado a suprir esses seguros. “O governo só deve estar onde o setor privado não consegue estar ou onde precisa estar por questões sociais”. A superintendente da Susep identifica espaço para que a penetração do seguro chegue a dobrar em nosso País. E, para justificar, lembrou que, apesar de o PIB per capita brasileiro ser seis vezes menor que o dos Estados Unidos, o prêmio per capita é 12 vezes menor, e um trabalho de educação securitária junto à população poderia muito contribuir para esse crescimento. O secretário Especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, afirmou que, este ano, o Brasil alcançará um déficit em seu sistema previdenciário beirando R$ 300 bilhões e que há um nexo causal entre a reforma da Previdência e o crescimen9
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Jorge Nasser: “Enquanto houver o contato humano, continuaremos a precisar do corretor de seguros”
to econômico. E “quando há crescimento econômico, há crescimento de empregos, de renda e de negócios e o negócio do seguro se integra perfeitamente neste ambiente”, disse. No debate, o presidente da FenaPrevi, Jorge Nasser, afirmou que a reforma da Previdência propiciará a diminuição da dívida pública e a retomada dos investimentos estrangeiros, destravando o crescimento do País. Entretanto, ele acredita que um dos maiores benefícios dessa discussão seja fazer a população entender que o Governo não opera milagres,
como a falta de cultura sobre educação financeira leva a crer. Afirmando que a reforma em curso é a possível, disse acreditar que será o primeiro grande passo para a transformação do sistema como um todo e para que seja retomada a crença dos brasileiros no País. Dirigindo-se aos corretores de seguro, afirmou que estes devem continuar acreditando na evolução do mercado segurador e na importante e indiscutível missão que têm de proteger. Falando de tecnologia, Nasser defendeu que os processos digitais me-
lhorarão os processos e o atendimento, gerando mais fluidez e conveniência. Entretanto, disse ele, continuaremos fundamentalmente analógicos na figura do corretor de seguros e seu contato indispensável com os clientes. “Enquanto houver o contato humano, continuaremos a precisar do corretor de seguros”, concluiu. Também esteve presente no painel o presidente da Fenacor, Armando Vergílio, que mediou os debates, comentando e endereçando as principais questões abordadas pelos palestrantes e debatedores. Fonte - CNseg
A GRANDE JORNADA PELO MUNDO DOS SEGUROS Patrocinadores: Escola Nacional de Seguros, Bradesco Seguros, HDI, Icatu, Porto Seguro, Tokio Marine, Sompo Seguros, Sindseg-SP
Toda segunda-feira, das 7hs às 8hs Apresentação – Pedro Barbato Filho Rádio Imprensa FM 102,5 O programa pode ser ouvido em tempo real, pelo portal www.pbfproducoes.com.br
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Congresso
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Seguradoras entram no combate ao mercado marginal
Robert Bittar, ENS: “tema sensível ao setor” “Até que enfim as seguradoras se importam com esse problema. Sempre achei que o corretor estava sozinho nessa luta”, afirmou o deputado federal Lucas Vergilio durante o painel “Mercado Marginal”, no 21º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, realizado pela Fenacor na Bahia. O deputado lembrou que no evento realizado em Foz do Iguaçu já havia feito uma fala contundente sobre a atuação das associações de proteção veicular (APV’s). O painel na Bahia foi mediado por Robert Bittar, presidente da ENS 12
(Escola de Negócios e Seguros). “O tema é sensível ao setor e uma série de esclarecimentos precisa ser feita. O mercado marginal não é seguro, eles atuam à margem da lei”. Há tempos o mercado marginal vem preocupando os corretores de seguros e natural que o assunto fosse debatido no congresso da categoria”, disse. O primeiro executivo a falar foi Murilo Riedel, CEO da HDI. “Esse é um assunto bastante nervoso”, disse. Ele abordou a origem do problema e disse que há um ambiente que facilitou a atuação de um mercado mar-
ginal. “Acho que o assunto deve ser tratado como estelionato. Falamos de uma estrutura muito simples de pirâmide que encontrou no nosso cenário de seguros um ambiente facilitador”, ressaltou. Luis Guitérrez, CEO da Mapfre e vice-presidente da FenSeg, disse que é preciso tratar o assunto com seriedade e inteligência “porque estamos em uma situação bem complicada”. Ele afirmou que são 4,5 milhões de pessoas que não estão protegidas e não estão conscientes disso. “Não estamos contra ninguém, mas devem seguir as mesmas normas dos seguradores e proteger os consumidores. Devemos estar juntos”, afirmou. Riedel lembrou que o mercado financeiro já enfrentou problema semelhante, mas que as empresas de proteção veicular encontraram um ambiente facilitado no setor de seguros. “Temos uma mudança radical
“O assunto deve ser tratado como estelionato. Falamos de uma estrutura muito simples de pirâmide que encontrou no cenário de seguros um ambiente facilitador”
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berto Santos, que também é presidente do SindSeg-RJ, apresentou o resultado de uma pesquisa feita em agosto de 2019 no programa “Pateo Legal” que acontece no Estado. Segundo a pesquisa, dos 1.896 veículos recuperados, 37% são de proteção veicular e 23% são de seguradoras. “É assustador”, reagiu. O executivo sugeriu que uma forma de “quebrar” as empresas seria se os bancos não emitissem boleto. “Isso quebraria o sistema. A pesquisa mostrou que 87% de quem compra proteção é através de boleto e 8% em dinheiro”, disse.
Murilo Riedel, HDI: “assunto bastante nervoso” sistemas de proteção que têm mais atrativos a carros mais velhos. Daqui pra frente mais veículos antigos estarão no mercado. Precisamos regras do regulador que sejam compatíveis com essa frota mais antiga”, afirmou. O presidente da Porto Seguro, Ro-
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do cenário que vínhamos tendo. Temos uma frota que envelheceu, vai se recuperar lentamente e precisamos dar uma solução para essa categoria. Essa frota envelhecida começa a sair dos nossos produtos tradicionais e acabamos oferecendo a oportunistas
Luis Guitérrez, Mapfre: “situação bem complicada”
“A frota envelhecida começa a sair dos nossos produtos tradicionais e acabamos oferecendo a oportunistas sistemas de proteção que têm mais atrativos a carros mais velhos” Roberto Santos disse ainda que a comunicação é o ponto forte das empresas de proteção veicular. “A comunicação deles é mais eficiente que a nossa”, ressaltou. Ele contou ainda que o SindSeg-RJ passou a fazer no páteo uma comunicação explicando a diferença entre proteção e seguradoras mostrando que o poder público fiscaliza as seguradoras. “Recebemos uma notificação extrajudicial da associação de proteção veicular para retirar as placas. A comunicação é a arma para combater”, disse. “Precisamos mostrar as diferenças para a sociedade. Só isso. O seguro 13
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não é mais caro. Tenho amigos corretores que não perdem negócio para proteção veicular”, acrescentou o presidente da Porto Seguro. Luis Guitérrez disse que o mercado deve tratar o assunto com “seriedade e inteligência porque estamos em uma situação bem complicada. Fazer seguro significa proteger a realidade de hoje e sonhos do futuro. Temos 4,5 milhões de pessoas que não estão protegidas e não estão conscientes disso”, reforçou.
Ligação ao tráfico
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Roberto Santos, Porto Seguro: “quebrar” as empresas Arquivo SB
O deputado Lucas Vergílio – autor da PLP 519, que trata dessa questão, disse que não deveria se falar de seguro como um produto financeiro. Ele lembrou que na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, as APV’s estão ligadas ao tráfico. “Estamos buscando no Congresso Nacional para que tenha um arcabouço legal para proteger o consumidor”, disse. Lucas disse que a aceitação do risco é um dos problemas das APV’s. “É preciso que o órgão regulador permita que as seguradoras criem novos produtos para haver redução nos preços. Não adianta achar que mostrar a comissão do corretor vai reduzir preço, isso é balela”, opinou. O deputado disse ainda que é preciso apoio do poder público e que a solução está dentro da lei. Ele lembrou que está em contato constante com a Susep, visitou o ministro Sergio Moro, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli. Lucas Vergílio foi muito aplaudido pela plenária ao criticar os corretores que comercializam APV´s e pediu apoio das seguradoras para descredenciar esses corretores. “Se eles querem ir pro outro lado, que vão”, sentenciou. Fonte: CQCS
Lucas Vergílio: “é preciso apoio do poder público”
Mercado que atua à margem da lei já fatura R$ 9,4 bilhões Estudo realizado pela Ernest Young, por encomenda da FenSeg, indica que o faturamento anual das associações que atuam à margem da lei, comercializando a proteção veicular, varia de R$ 7,1 bilhões a R$ 9,4 bilhões. O levantamento identificou 687 associações de proteção veicular (APVs) em atividade no Brasil, número que chega a 1.090 unidades, se forem consideradas as sucursais. Ainda de acordo com o estudo, tais associações já contam com 4,5 milhões de associados. E mais: estimase que 20% das pessoas com algum tipo de cobertura de veículos são associadas das APVs. A Ernest Young apurou também que os associados são mais jovens e de menor renda. Cerca de 30% têm idade variando entre 18 e 45 anos e 35% declaram renda abaixo de R$ 7 mil. O principal canal de comercialização da proteção
veicular é formado por agentes. “As comissões variam entre 7% e 30%”, revelou o sócio da Ernest Young, Nuno Vieira, ao apresentar uma síntese do estudo no painel que discutiu o mercado marginal no 21º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, realizado pela Fenacor no resort Costa do Sauípe (Bahia). Ele acrescentou que o trabalho teve como objetivo “entender o que é esse mercado, quanto vale e onde está e quantas empresas existem”. O estudo também revela que a vantagem comparativa das APVs é a oferta de preços mais competitivos, principalmente para veículos abaixo de R$ 40 mil, com serviços e coberturas veiculares. “Há rateio de sinistros; se der lucro, fica para a associação; o prejuízo é distribuído entre os associados”, explicou Nuno Vieira.
O mercado marginal está avançando rapidamente para além do ramo Auto. O alerta foi feito pelo presidente da Fenacor, Armando Vergilio, em entrevista para a imprensa no último dia do 21º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros. realizado pela Federação. Segundo ele, as associações que atuam à margem da lei já estão comercializando produtos correlatos ao seguro em modalidades como a Fiança Locatícia e o RCO (seguro de Responsabilidade Civil obrigatório para empresas de transporte de passageiros interestadual). “O mercado marginal já tem muitos clientes que são donos de carro zero e de luxo”, assinalou. Para ele, a boa notícia é que as seguradoras estão se posicionando “com mais firmeza”, o que permite uma ação sinérgica do mercado legal contra aquelas associações. Na visão do presidente da Fenacor, o mercado peca por não se comunicar adequa-
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Alerta sobre mercado marginal
damente com a sociedade a respeito dos riscos inerentes ao mercado marginal. Nesse contexto, ele defende a adoção de uma estratégia uniforme, em várias frentes, visando a informar o consumidor sobre os riscos aos quais está sujeito ao contratar a proteção veicular. Vergilio disse ainda que, entre outras propostas para combater essa irregularidade, a Fenacor sugeriu à
Susep que passe a multar os donos das associações de proteção veicular e não mais a “pessoa jurídica”. Contudo, enfatizou que o mais importante é aprovar o projeto de lei que regulamenta essas associações para que tenham as mesmas obrigações exigidas do mercado legal. “Temos que estar unidos para aprovar o PLP 519, que trata dessa questão”, conclamou. Fonte Fenacor/CQCS 15
Artigo
por Newton Queiroz (*) Recentemente, a Superintendência de Seguros Privados regulamentou a comercialização de seguros com vigência reduzida de contrato e período intermitente. Isso vai ampliar as possibilidades de proteção dos consumidores brasileiros, garantindo a oferta de produtos mais adequados às suas necessidades. Já para as seguradoras, abrirá novos nichos de mercado que poderão ser explorados futuramente. Para quem ainda não sabe o que são os chamados ‘seguros intermitentes’, acredito que a melhor maneira de explicar é fazer um contraponto aos planos de telefonia celular. Antigamente só tínhamos o plano pós-pago, ou seja, você pagava mensalmente, independentemente de quanto você usava. Hoje, com os planos pré-pagos, os clientes pagam apenas o que efetivamente utilizam. Com essa regulamentação da Susep, vai ser possível fazer a mesma coisa no seguro. Então, por exemplo, ao invés de você contratar um seguro de residência anual, você poderá optar em ter a cobertura apenas quando estiver em viagem. Quando você estiver em casa, não estará coberto. O mesmo poderá ser feito em seguros de automóvel. Com a modalidade intermitente, será possível a cobertura vigorar somente quando você sair com seu carro, por exemplo. Se ele passa o dia na garagem, automaticamente o seguro ficará desabilitado. 16
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Os desafios e oportunidades do seguro intermitente
Acredito que isso deve abrir um leque bem interessante, principalmente no segmento de microsseguros. Apesar de ainda estar em desenvolvimento no Brasil – e ser o mercado que mais cresce atualmente no país – a nova regulamentação da Susep vai ajudar a ter uma maior penetração dentro do Delivered Duty Paid (DDP), como parte do seguro. Claro que, por ainda se tratar de uma novidade, tem que ver como isso vai realmente funcionar na prática. Em outros países, a modalidade intermitente é mais comum no ramo Automóvel, no pay-as-you-go (PAYG) e no seguro viagem. Então, talvez, a gente consiga também ter um espaço para isso aqui no Brasil. Penso que sua maior aplicação será na área de seguros para pessoas. Talvez seja possível criar algo voltado para pay-as-you-go (PAYG).
Pode ser interessante, principalmente num país como o nosso. Por outro lado, ainda temos algumas barreiras a serem superadas, como a questão de clausulado, como ficarão as indenizações, os valores cobrados, a regulamentação e criação de produtos... sem falar na tecnologia – que sempre foi e continuará sendo um desafio para a nossa indústria. Produtos assim são muito tecnológicos, já que tudo tem que ser basicamente automatizado. O fato é que toda essa questão deve trazer uma onda de inovação para os nossos produtos, aumentará as ofertas para os nossos clientes, ajudará a indústria a se desenvolver e a criar conceitos, além de aumentar a penetração e a cultura do seguro em toda sociedade brasileira. (*) CEO e presidente da Argo Seguros
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Baseada no conceito de open insurance, plataforma busca apoiar a transformação digital do setor. Com mais integração do mercado, base de segurados no país pode crescer 20% em cinco anos “Com a GR1D Insurance, as empresas não precisam desenvolver as soluções, mas utilizam, adaptam e transformam as já disponíveis no mercado de acordo com necessidades específicas, manipulando e ajustando as funcionalidades e produtos existentes como peças, que montam um quebra-cabeça a cada serviço prestado” “Oferecemos dezenas de soluções, entre produtos e serviços, que atendem a diferentes demandas do mercado, para venda e pósvendas. E já temos visto uma evolução na oferta das empresas” Renato Terzi, CEO da GR1D
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Pioneira ao colocar em prática 010100101011010010110110110101010011010 o conceito de open insurance no Brasil, 010101010110100101101100101001011011010 a GR1D Insurance é a primeira pla1101010100110101011010010101001010110101 010100101011010010110110010100101011010 taforma de soluções e ferramentas 1101010100110101011010011011010101101001 digitais para o mercado de seguros. 0101001010110100101101101010110100101101 O acesso a soluções tecnológicas 11010101001101010110111010101001101010110 inovadoras em um só lugar permite 010100101011010010110110101001010110101 a empresas do setor reduzir custos 110101010011010101101010100101011010010 e prazos na elaboração de sistemas 010100101011010010110110101001011011010 próprios, ajudando-as a realizar sua 110101010011010101010100101101100100110 jornada de transformação digital e010101010010110110010101101001011011010 a 1101010100110101011010011010101001101010 adequar suas ofertas às novas exigên010100101011010010110110010100101011010 cias dos consumidores. 1101010100110101011010011001101001011010 A plataforma da GR1D está 010100101011010011001101001011010110110 operacional desde o início de 2019 1101010101001101001011010110101011010011 e é destinada a seguradoras, corre010010101101001011011010011010010110101 toras de seguros, distribuidoras de 010100101011010011001101001011010110110 010100101011010010110110010100101011010 seguros e empresas de tecnologia 010100101011010010110110110101010011010 de diversos portes, como usuárias 18
010101010110100101101100101001011011010 1101010100110101011010010101001010110101
(buscando soluções) ou parceiras (disponibilizando soluções. A GR1D Insurance nasceu com o objetivo de conectar todo o ecossistema da indústria na busca por inovação na oferta de produtos e serviços. Ao final, todos ganham: quem usa e quem desenvolve soluções. Por exemplo, com a plataforma da GR1D Insurance, um número maior de distribuidores de seguros pode ingressar no mercado, criando e comercializando produtos diferentes, personalizados e mais atrativos às necessidades de seu público. Com isso, a partir da utilização das soluções disponibilizadas pela empresa, a expectativa é que a base de segurados no país cresça em torno de 20% nos próximos cinco anos. Outro exemplo são as corretoras de pequeno e médio portes que, ao
utilizar ferramentas que não dispunham antes, passam a ter acesso a soluções de ponta, podendo concorrer com grandes players, diversificando suas ofertas e seus mercados. A plataforma da GR1D Insurance possibilita também a desburocratização das relações em dois níveis, seja no trato B2B (entre companhias) ou no relacionamento B2C (com os consumidores), ao permitir o uso e o desenvolvimento de soluções mais amigáveis, ágeis e diretas, com redução de etapas nos processos e mais eficiência na criação, gestão e atualização das soluções de seguros. As aplicações e ferramentas digitais têm formatos padronizados e de fácil utilização, favorecendo o compartilhamento, integração de sistemas e a criação de inúmeras soluções. Consumindo os mais de 80 ser-
viços ou microsserviços prontos e atualmente disponíveis na GR1D, as empresas se tornam mais ágeis, atualizadas e flexíveis, acompanhando a rápida evolução do mercado na era digital. Com a GR1D, é possível não só criar soluções, produtos e serviços, mas também substituir com rapidez e facilidade qualquer parte delas que tenha ficado obsoleta. “Oferecemos dezenas de soluções, entre produtos e serviços, que atendem a diferentes demandas do mercado, para venda e pós-vendas. E já temos visto uma evolução na oferta das empresas”, acrescenta Terzi. A GR1D Insurance iniciou sua operação aberta ao público em junho de 2019 e é um braço da GR1D, plataforma para criação de negócios digitais fundada pelo empresário Guga Stocco em 2018.
Sandbox regulatório em seguros Reprodução
antes de implantar as regras, Segurador Brasil ouviu um executivo com mais de 20 anos de experiência no mercado de seguros. Trata-se de Renato Terzi, CEO da GR1D Insurance, primeira plataforma de soluções digitais para o mercado de seguros.
Em ação conjunta, a Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários e a Superintendência de Seguros Privados (Susep) pretendem regular o modelo de sandbox no Brasil. Muito utilizado nos Estados Uni-
dos e Reino Unido, o termo sandbox diz respeito à flexibilização de normas regulatórias vigentes, com a finalidade de permitir que empresas de tecnologia inovadoras se desenvolvam sem desrespeitar as regras. Sobre o assunto, e em plena consulta pública elaborada pela Susep,
Segurador Brasil - A Susep abriu consulta pública para ouvir o mercado de seguros sobre o sandbox regulatório, que instituirá um ambiente experimental para negócios inovadores no País. Ainda há pouca informação e muitos questionamentos acerca do modelo que será adotado efetivamente pelo órgão. Renato Terzi - A legislação proposta pela Susep é um enorme passo no nosso ambiente de negócios. Há detalhes importantes em discussão, 19
Segurador Brasil – E em relação à norma objetivamente proposta? Renato Terzi - Algumas questões ainda serão objeto de refinamento no processo de audiência pública, mas o conceito é muito simples. Seguradoras que queiram fazer uma nova oferta, em meio remoto, usando de novas tecnologias ou tecnologias existentes aplicadas de nova forma, poderão operar com uma exigência menor de capital, documentos e procedimentos. Ou seja, foi criada uma forma facilitada de novos entrantes, que tenham uma abordagem inovadora dos negócios de seguros, iniciarem suas operações. Alguns pontos da proposta ainda podem melhorar no processo de audiência pública. Por exemplo, a norma prevê um capital mínimo reduzido, mas que ainda não é baixo – R$ 1 milhão. Embora faça sentido este valor, para fazer frente aos riscos as20
Reprodução
mas é crítico entender que o regulador fez um esforço consistente e robusto em direção às inovações do mercado. Colocando o Brasil em um seleto grupo de países com regulamentação inovadora, a Susep se antecipa ao mercado e gera um espaço de desenvolvimento de negócios determinado pelo direcionamento da inovação, em lugar do oposto. Um rompimento com o padrão histórico. Se esta não for uma iniciativa pontual e isolada, vai motivar a criação de novos modelos por parte das seguradoras e insurtechs, com a certeza de que terão espaço de teste junto ao regulador. Não obstante detalhes possam limitar o alcance deste primeiro movimento, trata-se de uma verdadeira revolução positiva na forma de regulamentar o setor.
sumidos, a norma poderia flexibilizar a adoção de parcerias para que insurtechs possam se utilizar do balanço de seguradoras e não precisem, efetivamente, dispor deste valor, irreal para a maioria das startups brasileiras. Além disso, dado que o número de apólices que pode ser emitido sob esta legislação é limitado, a remuneração da reserva também fica limitada. O rol de produtos não é pequeno, mas parece que foi definido para uso da nova norma de emissões com prazo menor que um ano. A adição de outros produtos da linha Vida poderia fazer sentido e adicionar interessados. Segurador Brasil - Existem riscos à operação? Renato Terzi - O prazo de duração curto – 3 anos – combinado com a determinação clara de extinção do benefício ao final, também adicionam risco à operação para as empresas que resolverem participar. Isso porque, caso a experiência seja positiva, haverá de se confiar que a Susep gerará outra regulamentação permitindo sua operação de forma perene após este prazo, sob risco de ter de cancelar as apólices e não renovar nenhuma ao
final do prazo. Além disso, este tipo de informação provida ao público no momento da contratação tende a afastar potenciais consumidores, o que dificultará o sucesso. Segurador Brasil – Quais são suas considerações finais? Renato Terzi - A regra estabelece que os 10 primeiros projetos inscritos serão avaliados. Claramente não há como saber sequer se haverá 10 candidatos. Mas a proposta poderia estabelecer critérios para escolha dos 10 melhores projetos, para que uma concessão pública não seja mérito apenas de quem esperou a virada da meia-noite para estar entre os dez primeiros a apertar send. Reafirmo minha visão do valor deste movimento que a Susep faz. Mesmo que pouco do que acredito que pode ser melhorado na norma efetivamente seja, mesmo que não haja todos os dez candidatos, ainda assim, acredito que este é um passo na direção correta e, provavelmente, sem volta. Vai dar um enorme impulso para as forças inovadoras do mercado, que saberão aproveitar a oportunidade e levarão a indústria a outro patamar.
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Análise
Desempenho do mercado segurador latino-americano A última edição do relatório “O mercado latino-americano de seguros”, produzido pelo Serviço de Estudos da MAPFRE e publicado pela Fundación MAPFRE, aponta que apesar da evolução positiva do setor de 2008 a 2018, ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar um nível de segurança considerado economicamente necessário e benéfico para a sociedade. A análise foi feita em 19 países, incluindo o Brasil. No ano passado, o volume de prêmios na região totalizou 150,6 bilhões de dólares, 3% do mercado global - uma queda de 5,5%, frente ao crescimento de 8,6% de 2017. A contratação de seguros de Vida representou 44,6% desse montante, queda de 7,2% em dólares, enquanto a de Não Vida (55,4% dos prêmios totais da região) experimentou redução de 4%. Esses retrocessos estão relacionados com depreciações do câmbio (em especial, o peso argentino e o real). Quando o mercado segurador é medido nas moedas locais, uma vez corrigido o efeito da inflação, o comportamento se mostra positivo, principalmente no México, na Colômbia, no Peru e no Chile. O Brasil, entretanto, é um dos destaques negativos, com queda em Vida e Não Vida, com uma diminuição relevante em Automóveis (- 7,4%). Na América Latina, o índice de inserção (prêmios/PIB) foi de 2,9% em 2018, igual ao ano anterior. O número também se manteve estável em Vida 22
(1,3%) e Não Vida (1,6%). Ao longo da década 2008-2018, a inserção total na região cresceu 24,4%. O indicador de densidade (prêmios per capita) ficou em 246,6 dólares, 6,4% abaixo do registrado em 2017, rompendo a série de dois anos de aumentos consecutivos, novamente resultado da depreciação de algumas moedas locais (real e peso argentino) frente ao dólar e também, de forma mais estrutural, da queda do mercado de seguros de Vida no Brasil. A Abertura de Proteção do Seguro para o mercado latino-americano ficou em 254,3 bilhões de dólares no ano passado, 1,9% menor que a estimada em 2017. Desta forma, o mercado potencial de seguros na América Latina em 2018 (soma do mercado de seguros real e o potencial de seguros) foi de 404,9 bilhões de dólares, 2,7 vezes o mercado atual na região. Durante o período 2008-2018, o mercado de seguros da região registrou uma taxa de crescimento anual média (em dólares) de 4%, integrada por uma alta de 6,2% em Vida e de 2,6% em Não Vida. Se for mantida essa dinâmica ao longo da próxima década, a taxa de crescimento será insuficiente (- 6,4 p.p.) para cobrir a abertura de seguros determinada em 2018. O relatório inclui uma nova estimativa do Índice de Evolução do Mercado (IEM), que aponta tendência e maturidade do setor de seguros. Esse indicador mostra avanços anuais sustentados ao longo da última déca-
Arquivo SB
Relatório mostra retração do setor no Brasil, impactado pelo cenário econômico. Seguros de Vida ainda possuem maiores prêmios
Fernando Pérez-Serrabona: “Muitos fatores podem contribuir para ampliar a penetração do seguro”
da, embora com um leve retrocesso em 2014 e novamente em 2018. “Muitos fatores podem contribuir para ampliar a penetração do seguro, além do caráter econômico, como ter um marco regulatório eficiente, o que já aconteceu no Brasil, e a promoção da educação financeira, um trabalho que realizamos por meio da Fundación MAPFRE”, avalia afirma Fernando Pérez-Serrabona, CEO da MAPFRE Regional Brasil e representante da instituição no país. “Além disso, a iniciativa privada também pode contribuir com a difusão do conhecimento do seguro e a melhoria de sua percepção por parte da sociedade, como também viemos fazendo há anos, por meio da publicação de estudos e pesquisas como este.” discorre Manuel Aguilera, diretor geral de Serviços de Estudos da MAPFRE.
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Mercado segurador no Brasil
No ano passado, o mercado brasileiro de seguros teve queda nominal de 0,9% e real de 4,4%, chegando a 210.319 bilhões de reais (57.567 bilhões de dólares), impactado pelo momento econômico. Esse comportamento é devido à queda dos prêmios do segmento de Vida. Os produtos VGBL reduziram 8,5% nominalmente, após a moderação registrada em 2017, devido à queda dos juros, bem como à forte apreciação e atratividade dos ativos financeiros no mercado de capitais. Já os seguros de Vida individual e coletivo, juntos, tiveram aumento nominal de 11,3% e real de 7,4%. Ao todo, os prêmios do segmento de Vida cresceram 129.975 bilhões de reais (35.576 bilhões de dólares), redução nominal de 4,2% e real de 7,6% real em relação a 2017. No ano passado, o volume de prêmios dos seguros Não Vida em 2018 foi de 80.344 bilhões de reais (21.991 bilhões de dólares), um aumento nominal de 5,1% (superior aos 2,3% do ano anterior) e real de 1,4% (-1,1% em 2017). Em valores absolutos, os segmentos de Automóveis e Incêndios foram os que mais contribuíram
para o crescimento, e em termos relativos deve-se adicionar Transportes, com alta de 15,2%. Se fossem consideradas as contribuições de Previdência Privada, seguros de Saúde e Capitalização, as receitas totais do mercado segurador em 2018 seriam de 287.783 bilhões de reais (78.770 bilhões de dólares), com um leve aumento nominal de 0,5% em relação ao ano anterior. Em 2018, as provisões técnicas totalizaram 965.974 bilhões de reais (249.316 bilhões de dólares), com o negócio de Vida representando aproximadamente 92,1% do total, caso seja considerado o negócio de previdência. A taxa combinada total do setor brasileiro de seguros melhorou 1,9 p.p. em 2018 em relação ao ano anterior (91,8% frente a 93,7% em 2017), devido à melhora da taxa de sinistralidade em 2,6 p.p.. Em linhas gerais, os indicadores de rentabilidade do mercado segurador nacional melhoraram em 2018. O resultado líquido das empresas do setor aumentou 8,7% em 2018 - 18.818 bilhões de reais (5.151 bilhões de dólares), com um aporte positivo dos investimentos.
O índice de inserção foi de 3,1%, superior em 0,9 p.p. ao de 2008 e menor em 0,1 p.p. em relação a 2017, influenciado pelo menor valor dos prêmios de Vida. Por outro lado, o nível de densidade do seguro foi de 1.004,1 reais (274,8 dólares), 1,6% menor que em 2017. Finalmente, o nível de aprofundamento, em 2018, foi posicionado em 61,8%, 12,5 p.p. acima do observado em 2008 na América Latina), porém com uma queda de 2,2 pp no último ano. A Estimativa da Abertura de Proteção do Seguro (BPS), em 2018, ficou em 314,5 bilhões de reais (86.082 bilhões de dólares), equivalente a 1,5 vezes o mercado de seguros reais no Brasil no fim do ano passado, sendo que 51,6% desse valor correspondeu a seguros de Vida (162,4 bilhões de reais); e 48,4%, de Não Vida (152,1 bilhões de reais). De 2008 a 2018 a participação dos seguros de Vida caiu quase 11 p.p. O mercado potencial de seguros no Brasil em 2018 (a soma do mercado real e da BPS) foi estimado em 524,8 bilhões de reais (143,649 bilhões de dólares); ou seja, 2,5 vezes o mercado de seguro total. O IEM mostra uma tendência geral positiva na década pesquisada, que faz inclusive com que o indicador seja positivamente divergente da tendência média dos mercados latino-americanos. Contudo, entre 2017 e 2018 foi observado um recuo.
Ranking total Em 2018, 122 entidades seguradoras atuavam no país, duas a mais que em 2017. O mercado nacional apresenta uma tendência ascendente nos níveis de concentração. 23
Reprodução
Ponto de Vista | ANTONIO PENTEADO MENDONÇA
Prevenir é melhor que remediar
Nos idos de 1966, o maestro João Carlos Martins haver comentado sobre a importância dele condespontava como um dos grandes talentos da músi- tratar um seguro, João Carlos Martins sofreu um ca clássica no mundo. Não é preciso contar sua carreira vitoriosa para que a maioria dos leitores saiba
acidente e quebrou o braço. Quem quebrou o braço até o final do século 20
de quem estou falando. Sua história de superação se sabe o desconforto do gesso, da imobilização, da iguala ao seu extraordinário talento e o coloca no alto
coceira, invariavelmente num lugar de difícil aces-
do pedestal dos maiores nomes da música.
so, até para a salvadora agulha de tricô, que é a
Voltando a 1966, contado por ele numa sessão única coisa capaz de colocar fim ao drama. da Academia Paulista de Letras, o jovem pianista
Além de sofrer os suplícios da situação, o jovem
chamava a atenção da crítica e do público, iniciando pianista descobriu um outro problema: como ele a consolidação de uma carreira que se estenderia pe- havia quebrado o braço, as seguradoras não aceitalas décadas seguintes, até os dias de hoje, razão pela vam mais o seguro de suas mãos. E o maior patriqual seu empresário, um belo dia, o procurou e suge- mônio de um pianista são, justamente, suas mãos. riu que ele contratasse um seguro para suas mãos.
Importante frisar que a negativa não era das
Jovem, brasileiro, relativamente imprevidente, seguradoras brasileiras, mas de seguradoras norJoão Carlos Martins adiou a decisão. “Depois vemos te-americanas. Naquela época, as seguradoras naisso”. E tocou em frente. Afinal, em pouco tempo ele cionais não faziam esse tipo de seguro. Assim, a voltaria ao assunto e contrataria o seguro. Nestes contratação deveria ser feita nos Estados Unidos poucos dias com certeza não lhe aconteceria nada ou na Europa, onde a cobertura existia e o interesque pudesse prejudicar a carreira ou a contratação sado podia contratá-la sem maiores dificuldades, da apólice.
exceto se tivesse sofrido algum acidente que pu-
Mas nem sempre o que nós queremos é o que desse comprometer, ainda que indiretamente, a os deuses querem. Quinze dias após seu empresário capacidade de utilizar as mãos.
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João Carlos Martins, no lapso de tempo entre a su-
Numa situação dessas, a indenização do acidente,
gestão de seu empresário e a decisão de efetivamente representada por uma quantia em dinheiro, estipulacontratar o seguro, quebrou o braço. Daí para frente esta- da numa apólice de seguro, é o consolo que minimiza va enquadrado na regra de não aceitação do risco e não materialmente o prejuízo decorrente da interrupção da conseguiu mais contratar a proteção para acidentes que carreira. atingissem suas mãos.
Mas a “Lei de Murphy” não vale apenas para as mãos
Resumo da história: prevenir é melhor do que remediar. dos grandes pianistas, ou para a voz dos grandes cantoSeguro existe para garantir a recomposição do patrimô- res, ou para os seios das atrizes. Ela se aplica a todos os nio ou da capacidade de atuação do segurado no caso de momentos da vida cotidiana de pessoas ou empresas. É curioso, mas é justamente quando estamos sem acontecer um determinado evento que cause um prejuízo.
A “Lei de Murphy” anda meio fora de moda, mas ela seguro que os acidentes acontecem. É na janela de temé absolutamente real: “Se alguma coisa pode dar errado, po entre alguns dias sem cobertura e a contratação da dará”. E, se não tiver seguro, o interessado ficará com o apólice que ocorre a batida do automóvel. Ou um curtoprejuízo, como aconteceu com o grande maestro brasileiro. -circuito queima o novo televisor. O seguro é uma ferramenta para ser utilizada num Ainda que ele não tenha, ao longo da carreira, sofrido prejuízos maiores por causa do acidente que lhe quebrou momento delicado, no qual aconteceu um prejuízo. Nino braço em 1966, daí para frente ele não conseguiu mais guém gosta de pensar que isso pode acontecer com ele,
contratar a melhor proteção para o caso dele não poder mas acidentes acontecem. Então, é melhor prevenir do que remediar. mais tocar por problemas nas mãos.
Brasileiros contratam mais seguros de proteção pessoal O mercado de seguros pessoais, que engloba produtos como seguro e vida, prestamista, acidentes pessoais, seguro viagem e educacional, entre outros, registrou crescimento de 17,47% em julho frente ao mesmo mês do ano anterior. No total, o mercado contabilizou R$ 4 bilhões em prêmios (valor pago pelos clientes para contratar coberturas para seus riscos pessoais) frente a R$ 3,4 bilhões registrados em julho de 2018. Os dados são da FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), entidade que representa 67 seguradoras e entidades abertas de previdência complementar no país. No período analisado, as seguradoras pagaram R$ 952,5 milhões em indenizações aos segurados, valor 9,2% maior que o verificado em julho do ano passado (R$ 872 milhões). O seguro prestamista foi a carteira com o segundo maior crescimento no mês, com R$ 1,2 bilhão em prêmios emitidos e expansão de 28,25% frente a julho do ano passado. A modalidade cobre o pagamento de prestações de compras feitas a prazo pelo do titular da apólice, em caso de morte, invalidez ou perda involuntária do emprego. Também tiveram desempenho positivo as carteiras
de acidentes pessoais (volume de R$ 542,9 milhões e crescimento de 15,20%), doenças graves e terminais (volume de R$89,57 milhões e crescimento de 23,49%), auxílio funeral (volume de R$ 59,28 milhões e crescimento de 24,89%). Registram expansão ainda as carteiras de seguro viagem, com R$ 61,6 milhões e crescimento de 12,83%; e seguro educacional, com prêmios 3,1 milhões em prêmios e expansão de 4%. Acumulado Jan-Jul No acumulado dos sete primeiros meses do ano, o segmento de seguros de pessoas movimentou R$ 26,6 bilhões em prêmios, valor 13,87% maior que verificado em igual intervalo do ano anterior. O seguro prestamista foi a carteira que movimentou o maior volume de contratações, somando R$ 8 bilhões no período e crescimento de 24,72% no ano. O seguro de vida em grupo, segunda maior carteira de seguros pessoais, movimentou R$ 6,8 bilhões em prêmios, com expansão de 5,2% no período. O maior crescimento relativo ficou com carteira de seguro de vida individual, com R$ 3,1 bilhões em prêmios e expansão de 62,47%. 25
PONTO FINAL LEILA NAVARRO
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Nadando contra a corrente
Por que falar de confiança em um mundo onde reina a desconfiança? Pelo mesmo motivo porque se fala de água quando se está com sede ou de saúde quando se está doente. Muitas vezes, só falamos de alguma coisa quando sentimos que ela nos falta. Assim acontece com a confiança. Tem sido complicado viver sem ela. O mundo parece cada vez mais ameaçador à nossa segurança, e precisamos tomar uma série de precauções para nos defender. Não atendemos telefonemas a cobrar, suspeitamos das mensagens de e-mail, andamos em
A desconfiança isola as pessoas, impede que experimentem e arrisquem, restringe sua expansão. Ao limitar o crescimento pessoal e profissional dos indivíduos, acaba também comprometendo os resultados das organizações 26
carros de vidros escuros, precisamos saber com quem nossos filhos saem. Em tudo que se refere a pessoas desconhecidas, desconfiar é a regra – e essa regra também se volta contra nós. Incontáveis olhos eletrônicos nos espreitam aonde estivermos: no supermercado, no elevador do prédio, no posto de gasolina, na rua. Somos revistados nos aeroportos, passamos por detectores de metais nas portas dos bancos. Há muito deixamos de ser cidadãos acima de qualquer suspeita. Aliás, hoje todos são cidadãos sob suspeita. Ocorre que tanta falta de confiança, que se expressa na atitude da desconfiança, tem sérios efeitos colaterais. A desconfiança isola as pessoas, impede que experimentem e arrisquem, restringe sua expansão. Ao limitar o crescimento pessoal e profissional dos indivíduos, acaba também compro-
Seguir na vida sem confiança é impossível. É como estar aprisionado na pior de todas as celas – você mesmo. Graham Greene (*)
metendo os resultados das organizações, que cada vez mais necessitam de pessoas dispostas a assumir riscos, abertas a novas experiências, criativas, entusiasmadas e com iniciativa. Desconfiança é, enfim, um jogo de soma negativa, no qual não há ganhadores. Ou melhor, no qual todos perdem: perde quem desconfia, perde quem é alvo de desconfiança. Mas será que as coisas podem continuar assim? Nós dois estamos convictos de que não. Ante a realidade que vivemos, confiar é o oposto daquilo que o senso comum nos aconselha a fazer, é nadar contra a corrente. Mas por incrível que possa parecer, é justamente nadando contra a corrente que podemos chegar mais rápido e com menos esforço aos nossos objetivos. (*) Henry Graham Greene mais conhecido como Graham Greene, jornalista e escritor inglês, com uma obra composta de romances, contos, peças teatrais e críticas literárias e de cinema Leila Navarro é palestrante motivacional há 20 anos. Top 5 na categoria “Palestrante” no Top ofMind de RH 2019. Autora de 16 livros, especialista em comportamento humano, influenciadora motivacional e atitudinal.
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