Edição 155

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Ano 19 | Número 155 | 2019

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MAIOR COMPETITIVIDADE MENOR CONCENTRAÇÃO A tônica é a busca de um mercado mais competitivo e menos concentrado: desafios que as empresas do mercado de seguros terão que enfrentar com mais denodo a partir de 2020

Claudio Contador, economista


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Prêmio Segurador Brasil

Termômetro para o mercado de seguros do Brasil Referência na área de seguros, além dos aspectos positivos de organização e produção, a 17ª Edição do Prêmio Segurador Brasil acontece no final do primeiro trimestre/início do segundo trimestre de 2020. Os estudos, num comparativo entre os períodos de 2018 e 2019, já estão sendo preparados e serão encaminhados aos presidentes e principais dirigentes das seguradoras das empresas classificadas, reforçando o sinônimo de credibilidade e transparência da premiação. E, pelo quarto ano consecutivo, sob a análise da renomada equipe de economistas da Silcon Estudos Econômicos, com base no Rio de Janeiro, responsável pela prestação de serviços na área de estudos e planejamento econômico-financeiro, estratégico e tático-operacional de empresas de diversos ramos. O Prêmio Segurador Brasil continua com o propósito de classificar as empresas do setor de seguros nas Categorias “Melhor Desempenho” (Conglomerados de Médio e Grande porte), “Liderança de Mercado” e “Maior Crescimento de Vendas”, em todos os segmentos. Na 17ª Edição, a premiação faz um balanço de mais de 30 subdivisões de atividades, além dos resultados constituídos por Seguros globais, Capitalização, Previdência Privada e Resseguros. “Os avanços e a rápida modernização do setor convergindo para o mercado internacional exigem critérios severos, capazes de identificar os destaques do mercado: as empresas que se sobressaem pela qualidade da gestão e estratégia, que se refletem nos seus resultados”, informa o economista Claudio Contador, Ph.D, responsável pela Silcon Estudos Econômicos (ver artigo do autor nesta edição). Paralelamente, o Prêmio Segurador Brasil traça um panorama ressaltando a relevância das empresas prestadoras de serviço e das entidades do setor na implantação e desenvolvimento de conceitos, produtos e serviços para o mercado segurador brasileiro.

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2020: os limites para a economia brasileira

(*) Claudio Contador, economista do Prêmio Segurador Brasil Percalços e avanços políticos O segundo semestre de 2019 foi pródigo em notícias no campo político, econômico e internacional, que moldam o futuro de 2020. A presença das notícias políticas na mídia superou às econômicas, e trouxeram incerteza – muitas exageradas - sobre o futuro próximo. Dentre as mais excitantes está a soltura do ex-presidente, que continua condenado e é questão de tempo para que novas acusações apareçam. Há muita discussão sobre os efeitos no ambiente e agenda econômica, mas com ou sem Lula, a política econômica e a agenda liberal, apesar da letargia, não sofrem mudanças de rumo em 2020, pelo menos. Em resposta às reformas (incompletas e parte ainda no campo das promessas), a economia mostra sinais mais visíveis de reativação da atividade e do mercado de trabalho, o que promete dias melhores para o consumo. No pacote de resultados estão as contas públicas caminhando para o alinhamento, a melhoria da gestão da máquina e das empresas públicas, um programa de privatização em andamento, a recuperação do mercado privado de risco e de renda a baixa inflação, o spread de risco em queda, as condições de crédito para consumo e investimento mais favorecidas, e contas externas tranquilas. Estamos a um passo de recuperar o grau de investimento das demais agências de rating. A pauta de maior liberdade econômica, reforma do Estado, reforma tributária, concessões em infraestrutura e do alívio fiscal aos estados avançam no Congresso, o que vai permitir resultados melhores nos próximos anos, se interesses mesquinhos ficarem de lado. Muitos percalços poderiam ter sido 6

evitados com falas mais comedidas do Executivo, melhor comportamento dos seus familiares, e – principalmente – maior empenho e apoio do Congresso. Com mais atenção às lições, às causas dos tropeços com o Congresso, serenidade e com a ajuda de bons eventos internacionais, o ambiente político tende a se acalmar, até mesmo por ausência de oposição organizada - lembrando que Lula é inelegível, e os partidos de esquerda estão confusos e não oferecem propostas estratégicas criveis que interessem os eleitores.

Um quadro do ambiente internacional A percepção internacional em relação ao Brasil está melhorando, apesar dos arranhões na nossa imagem, causados pelos incêndios na Amazônia, pelas denúncias do acobertamento do caso Marielle, e pelas atrapalhadas no alinhamento com Trump. O spread de risco e os juros em CDS convergem para os níveis da época em que o Brasil detinha o grau de investimento, perdido em fevereiro de 2016 com os desatinos da gestão Dilma. E a taxa básica de juros segue a rota de queda, que viabiliza uns 4 - 4,25% em 2020, o que sem dúvida favorece as contas públicas e o ânimo de investir. Salvo choques de oferta – fora do radar – a inflação se mentem controlada, até mesmo devido ao excesso de capacidade ociosa. O ambiente internacional é marcado pela desaceleração econômica e pelo aumento da incerteza. A novela do Brexit, o affair comercial EUA-China, e, no caso do Brasil, a confusa situação dos países vizinhos e o Chile, terão efeitos pontuais na economia brasileira, mas os vetores domésticos favoráveis podem amortecer os danos. Por outro lado, os acordos comerciais e de investimentos com a China abrem oportunidades generosas para o Brasil, desde que o governo insista na agenda das reformas, sem retrocessos e desvios com pendengas menores. O governo encaminhou ao Congresso três PECs para consolidar o esforço fiscal, centradas na implantação de gatilhos automáticos de cortes nas despesas em caso de descumprimento dos limites fiscais, a desindexação dos orçamentos e a destinação de recursos públicos não utilizados para abatimento


da dívida. Se aprovadas sem maior desfiguração, estas propostas serão pilares importantes para a consolidação fiscal e a reforma do Estado. A desaceleração do crescimento econômico é generalizada nas economias mais ricas. A América do Norte sai de uma taxa média de 2,8% em 2018 para 2,2% em 2019 e 1,8 % em 2020. Na Europa Ocidental, a expansão fica em 1,1%, e na Ásia/Pacífico, pouco mais de 4%. A América Latina segue o ritmo e espera taxas também menores de crescimento em 2019, com leve melhoria em 2020. No geral, os países da região mostram crescimento

positivo, exceto Venezuela e a Argentina. Os dois países enfrentam sérios problemas políticos e inflação elevada, que destoa das demais economias da região. De interesse e preocupações para o Brasil, a Argentina ingressa lamentavelmente numa fase de crises, com o retorno do populismo, que não favorece os ajustes fiscais e a racionalidade da política econômica. A Venezuela prossegue no caos, com queda no PIB real de 28% em 2019 e outros 9% em 2020. A inflação projetada para 2019 é de 130 mil por cento, uma grande queda em comparação com os 947 mil observados em 2018!

Tabela 1 - Ambiente internacional, países selecionados Prod. Interno Bruto, %

Inflação, IPC, %

América Latina, total: Exclusive Venezuela Exclusive Venezuela e Argentina Argentina Chile Colômbia México Paraguai Peru Uruguai Venezuela

2018 1,2 1,4 2,0 -2,5 4,0 2,6 2,0 4,0 4,0 1,6 -19,6

2019 0,5 0,7 1,2 -2,7 2,5 3,2 0,4 1,1 2,5 0,5 -27,5

2020 1,5 1,6 2,0 -1,4 3,0 3,2 1,3 3,4 3,3 1,3 -9,3

2018 7.397 9,5 3,6 47,6 2,6 3,2 4,8 3,2 2,2 8,0 947 mil

2019 1.021 9,9 3,2 54,4 2,6 3,7 3,1 3,0 2,0 7,8 130 mil

2020 195 8,2 3,4 40,2 2,8 3,4 3,5 3,0 2,2 6,9 24 mil

América do Norte: Estados Unidos Canadá

2,8 2,9 1,9

2,2 2,3 1,5

1,8 1,8 1,.6

2,4 2,4 2,3

1,8 1,8 2,0

2,1 2,1 1,9

Europa Ocidental Zona do Euro Alemanha Reino Unido França Itália Holanda Espanha Portugal

1,8 1,9 1,5 1,4 1,7 0,8 2,6 2,4 2,1

1,1 1,1 0,5 1,2 1,3 0,1 1,6 2,1 1,8

1,1 0,9 0,8 1,0 1,2 0,4 1,4 1,7 1,5

1,8 1,8 1,8 2,4 1,9 1,2 1,7 1,7 1,0

1,4 1,2 1,4 1,9 1,2 0,7 2,6 0,8 0,4

1,4 1,2 1,5 2,1 1,3 1,0 1,6 1,1 1,0

Europa Oriental Rússia

3,3 1,7

2,0 1,1

2,5 1,9

6,1 10,0

6,0 9,0

5,3 8,0

Ásia/Pacífico China Coréia do Sul Índia Japão

4,7 6,4 2,7 7,3 0,8

4,2 6,1 2,9 6,2 1,0

4,1 5,8 2,7 7,0 0,2

2,0 2,2 1,1 5,0 1,0

2,0 3,1 1,3 5,3 0,6

2,1 3,8 1,6 5,0 0,7

Mundo

3,2

2,5

2,5

2,9

2,7

2,7

Fontes : Consensus Forecasts/Londres, FMI e SILCON ESTUDOS ECONÔMICOS 7


A atividade econômica geral em 2019 No front doméstico, os dados apresentados no início de dezembro das Contas Nacionais para o terceiro trimestre permitem uma avaliação preliminar do primeiro ano do Governo Bolsonaro. Os últimos anos foram marcados por taxas de crescimento oscilando entorno de 1 % e esperava-se mais com a guinada da política econômica para a agenda liberal. Com os dados do terceiro trimestre, a frustração permanece, e os números contrastam com as promessas. Nas estatísticas divulgadas no início de dezembro, o PIB real teve variação positiva de 0,6% sobre o segundo trimestre e 1,2%, sobre o mesmo período de 2018. No acumulado em quatro trimestres, o crescimento foi 1%. Em resumo, as estatísticas confirmaram a lenta recuperação econômica, com números não diferentes do passado recente. Os últimos anos foram marcados por taxas de crescimento oscilando entorno de 1%.

Na decomposição setorial, o produto real da agropecuária expandiu 2% no acumulado em quatro trimestres, e 1,3%, em relação ao trimestre anterior. A Indústria ficou com produto real estagnado no acumulado em quatro trimestres e apenas 0,8% contra o período anterior. O setor de Serviços cresceu 1,1% no acumulado em quatro trimestres e outros 1,1% nos três trimestres contra o mesmo período de 2018. Pela ótica da demanda, o destaque é dado pela formação bruta de capital fixo, com expansão de 3%, o consumo das famílias com 1,7% e queda de 0,8% do governo. Nas contas comerciais com o exterior: as exportações cresceram 1,3% e as importações, 2,4%, no acumulado em quatro períodos. Como ponto positivo para o longo prazo, os investimentos fixos gradualmente respondem aos estímulos, e a taxa de investimento se aproxima dos 16% do PIB. Os investimentos fixos tiveram a oitava variação positiva após 14 trimestres de queda continua.

Tabela 2 - Contas Nacionais e ambiente macroeconômico Acumulado em quatro trimestres 2018

2019

I

II

III

IV

I

II

III

Produto Interno Bruto: R$ bilhões Variação real, %

6.651,9 1,6

6.723,0 1,6

6.812,2 1,6

6.889,2 1,3

6.957,0 1,1

7.048,1 1,1

7.153,3 1,0

Ótica da oferta: Agropecuária Indústria Construção civil Serviços

6,6 0,2 -7,8 1,6

2,5 1,0 -6,0 1,8

1,4 1,3 -4,0 1,7

1,4 0,5 -3,8 1,5

2,5 0,1 -2,7 1,2

2,7 -0,1 -1,1 1,2

2,0 0,0 0,4 1,1

Ótica da demanda: Consumo famílias Consumo governo Formação de capital Exportações Importações

2,9 -0,2 -0,7 5,7 6,0

3,0 0,2 1,9 4,4 7,9

2,6 0,7 4,1 3,1 9,6

2,1 0,4 3,9 4,0 8,3

1,6 0,2 3,6 2,4 5,7

1,6 -0,1 4,3 3,4 5,3

1,7 -0,8 3,0 1,3 2,4

Investimento, % PIB

14,6

14,7

15,1

15,2

15,3

15,5

15,5

Deflator implícito, %

3,0

2,8

3,1

3,3

3,3

3,7

3,9

Fonte: IBGE. Elaboração SILCON ESTUDOS ECONÔMICOS 8


O que esperar em 2020? Sem apelar para o “achismo”, a melhor forma de enxergar o futuro próximo é por meio de indicadores antecedentes. Com testes estatísticos, é possível identificar um conjunto de variáveis – denominadas variáveis-insumo – que antecipam, com significância estatística, as flutuações da atividade econômica. Agregando estas variáveis num índice temos o chamado indicador antecedente composto que sintetiza as informações sobre o futuro da atividade econômica1. Portanto, o indicador antecedente composto para uma determinada atividade simplesmente retrata o conteúdo futuro das suas variáveis-insumo. A nossa experiência mostra que o sistema de indicadores antecedentes é mais confiável para previsão cíclica de curto prazo que qualquer outro método. O indicador antecedente composto do crescimento do PIB real tem um avanço estatístico médio de três trimestres e reforça a previsão de que a economia mantém a lenta recuperação. O crescimento do PIB atinge 1,2% em 2019, avançando para 2% no final do primeiro semestre de 2020. Poderia ser melhor se a política não atrapalhasse a gestão da política econômica e as reformas estruturais avançassem mais rápido. As Figuras 1 e 2 retratam a taxa de crescimento do PIB no acumulado em quatro trimestres em linha contínua preta para os dados observados do IBGE e em vermelha tracejada, a previsão com o indicador antecedente composto (IAC). Devido ao avanço médio de três trimestres, as previsões alcançam apenas o final do primeiro semestre de 2020. No ritmo atual, o crescimento do PIB em 2020 deve ficar nos 2,5-2,7%, mas é cedo para estas conjecturas sem o apoio dos indicadores antecedentes atualizados no final do primeiro trimestre de 2020.

Figura 2 – O período mais recente, crescimento do PIB Crescimento do PIB, em quatro trimestres % 4 2

IAC IBGE

0 -2 -4 SILCON

-6 jan/16

jul/16

jan/17

jul/17

jan/18

jul/18

jan/19

jul/19

jan/20

jul/20

Para completar o quadro macroeconômico, é interessante examinar o que se espera para o consumo das famílias. Desde 2015, o consumo privado deixou de ser um dos pilares na sustentação da atividade econômica e fechou aquele ano com queda de 4%. Em 2018, o consumo das famílias cresceu 1,9%, e no terceiro trimestre de 2019, 1,7%, no acumulado em quatro trimestres. A deterioração do mercado de trabalho, tanto no nível de emprego, como nos salários reais; a oferta de crédito em condições menos favoráveis; a perda da confiança nas condições futuras e a inadimplência alta explicam o quadro desfavorável dos últimos anos. A partir de 2019, com a lenta recuperação do mercado de trabalho e do de crédito, as perspectivas são mais favoráveis e o consumo das famílias pode reassumir o pilar do crescimento. A previsão é de que o crescimento do consumo das famílias atinja 2,5% em 2019. O indicador antecedente composto sinaliza que o início de 2020 terá recuperação mais intensa, fechando o primeiro semestre de 2020 com crescimento pouco acima de 3%. O indicador antecedente é formado por 12 variáveis-insumo, com avanço estatístico médio de dois trimestres.

Figura 1 – O indicador antecedente para o PIB desde 1999 Crescimento do PIB, em quatro trimestres, % 10,0 IAC IBGE

7,5 5,0 2,5 0,0 -2,5 -5,0 1999

SILCON

2001

2003

2005

2007

2009

2011

2013

2015

2017

2019

1) Para detalhes e informações, consulte os relatórios da SILCON ESTUDOS ECONÔMICOS (www.silcon.ecn.br), com previsões de variáveis macroeconômicas e setoriais importantes baseadas na técnica de indicadores antecedentes, divulgados em março, junho, setembro e dezembro, e Carta Setorial dos Mercados de Seguros e Previdência, divulgada em janeiro, abril, julho e outubro de cada ano.

9


Figura 3 - O indicador antecedente para o consumo das famílias desde 1999

15

Em resumo... Pelo lado da atividade econômica, os prospectos para 2020 apontam que a atividade prossegue em ritmo mais acelerado, embora em taxas abaixo da nossa história. Mas já é uma melhoria, considerando o legado caótico de 2018. Outros fatores – não cobertos neste artigo – reforçam um quadro bem mais generoso para os próximos anos. A baixa inflação permite que a taxas de juros caiam, o que pode estimular os investimentos fixos, diminuir os gastos com a dívida pública, e favorecer o crédito e as vendas. Por enquanto, a capacidade ociosa existente permite aumento da produção sem maiores pressões nos preços, mas novos investimentos fixos são fundamentais para aumento da produtividade, com a incorporação de novas tecnologias nos equipamentos. Pelo lado positivo, os investimentos fixos devem crescer 4-5% em 2020. Mas ainda é pouco para tirar a taxa de investimento fixo dos 16% e alcançar os desejados 22% do PIB.

Crescimento do consumo de famílias, % IBGE

10

IAC

5 0 -5

SILCON

-10 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019

Figura 4 - O período mais recente do indicador antecedente para o consumo das famílias Crescimento do consumo de famílias, % 4,0 2,0 0,0 -2,0

jan/17

SILCON

jul/17

jan/18

jul/18

jan/19

jul/19

jan/20

jul/20

E como ficam os mercados de seguros – aí incluída a previdência privada aberta e fechada, capitalização e o resseguro? Inúmeras mudanças estão sendo implementadas pela Susep, como a classificação das empresas em quatro grupos de risco (algo já utilizado nos mercados bancários), novas regras para diversos ramos, em especial o seguro rural, mudanças nas operações de resseguro, com o aumento da cessão às resseguradoras eventuais, flexibilização no setor de intermediação, e outras que estão a caminho. A tônica é a busca de um mercado mais competitivo e menos concentrado. Estas mudanças são desafios que as empresas dos mercados de seguros terão que enfrentar com mais denodo a partir de 2020. Pelo lado da macroeconomia, a baixa inflação e a melhoria das rendas das famílias favorecem a demanda pelo seguro e os resultados industriais das empresas. As empresas mais eficientes serão as grandes beneficiarias neste novo ambiente. Mas, por outro lado, os resultados financeiros das aplicações das reservas concentradas em títulos públicos vão cair, e com eles a rentabilidade total da empresa. As empresas menos eficientes na gestão do risco do seguro e na do risco financeiro certamente terão dificuldade em suportar os prejuízos. Estamos a caminho de transformar, finalmente, as seguradoras e 10

empresas do setor em investidores institucionais para o setor privado e as aplicações de risco, ao invés do conforto das aplicações em títulos públicos. Sem dúvida, teremos muitas emoções e desafios em 2020!

Reprodução

-4,0


11


Análise | DILMO BANTIM MOREIRA

Seguros, Saúde, Capitalização e Previdência Mudanças e Crescimento em 2019

O ano de 2019 tem sido um período cheio de novos acontecimentos no mercado de seguros, tanto em termos de regras, já vigentes ou ainda a serem cristalizadas, quanto em termos de novas iniciativas, como por exemplo as Insurtechs (... e Fintechs). Todos esses fatores vêm alterando tradicionais comportamentos da indústria de seguros, afetando todos os players de mercado de diversas formas e intensidades. Apesar disto, previsões variadas no ano passado apontavam crescimento para o mercado segurador em 2019, sendo que tais projeções indicavam entre 6,9% e 10,6%, com variações ainda acerca de inclusão ou não de DPVAT, mas com uma coisa em comum: Pessoas e Previdência seriam os setores que figurariam como carros-chefes, previsão essa que se concretiza. Utilizando-se dados estatísticos combinados, abrangendo o Mercado Segurador até o mês de outubro e Saúde Suplementar até junho, apresenta-se o seguinte quadro de arrecadação, em R$ bilhões: Ramo

2018

2019

Variação

Capitalização

17,4

19,6

+ 12,6 %

Ramos Elementares sem DPVAT*

58,3

61,6

+ 5,7 %

Ramos Elementares com DPVAT*

62,5

63,3

+ 1,3 %

Pessoas (risco)

34,1

38,3

+ 12,3 %

Saúde Suplementar

96,9

104,2

+ 7,5 %

VGBL / Previdência Complementar*

12

89,0

103,8

+ 16,6 %

Total s/ DPVAT

295,7

327,5

+ 10,8 %

Total c/ DPVAT

358,2

390,8

+ 9,1 %

Obs.: o DPVAT apresentou decrescimento entre 2018 e 2019, razão pela qual se verifica uma razão de evolução menor nos ramos Elementares quando se acrescenta aquele tipo de seguro. (bases CNSeg e Carta de Conjuntura do Setor de Seguros – Sindseg-SP/ Sincor-SP)


Essa constatação de crescimento mais uma vez mostra que, ainda que permaneça pequena a contratação de seguros pelos brasileiros em relação a mercados mais desenvolvidos no segmento, a indústria securitária nacional continua firme no sentido da evolução positiva. À exemplo das mudanças na matriz de distribuição de comercialização de seguros no mercado, como já vimos desde 2018, ano que em ocorreu a inversão de posicionamento entre o ramo de Automóvel, tradicional líder do mercado, e o seguro de Pessoas, esta situação deverá se repetir até o final deste ano. Segundo dados da Susep (base SES), o valor de prêmio de seguros de 2019, até o mês de outubro, soma R$ 26,2 bilhões para os ramos de seguros de Pessoas (sem VGBL), contra R$ 22,8 bilhões para os ramos de Automóvel. Para os dez primeiros meses deste ano em relação a 2018, o crescimento na contratação de seguros de Pessoas foi de 12,6 %. Verifica-se também, conforme o quadro já apresentado, que entre 2018 e 2019 os ramos de seguros de Pessoas cresceram mais do que duas vezes o crescimento dos ramos Elementares (sem DPVAT), devendo apresentar resultados positivos mesmo após a dedução da taxa de inflação. Esses números apontam para uma mudança importante a ser devidamente estudada, objetivando o entendimento dos motivos que a levaram a acontecer. Importante registrar que no segmento de Previdência Complementar, segundo estudo executado este ano pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), 58% dos brasileiros

não possuem nenhum tipo de reserva financeira. Considerando as modificações em curso nas regras da Previdência Social, isto tem o potencial de aquecer ainda mais os planos privados de aposentadoria. Somando-se à essas informações positivas, verifica-se nos dados acumulados até o momento a recuperação das margens de rentabilidade agregadas das seguradoras, para as quais nos dois últimos anos observou-se queda. Com esse resultado, poderá haver inclusive novos investimentos que provavelmente afetarão de modo positivo os vários setores desse mercado. De toda forma, o mais importante é registrar que o crescimento do mercado de seguros, incluindo Previdência Complementar e Saúde, tem sido resiliente e demonstrado não somente sua força, como também uma mudança positiva do perfil de consumo em termos de busca do apoio e segurança econômica que esses contratos, em seus vários ramos e coberturas, podem oferecer aos indivíduos, às famílias, à sociedade e à economia do país. Dilmo Bantim Moreira Presidente do Conselho Consultivo do CVG/SP, diretor de Relacionamento com o segmento de Pessoas e acadêmico da ANSP, administrador pós-graduado em Gestão de Seguros e Previdência Privada, atuário, membro da Comissão Técnica de Produtos de Risco da FenaPrevi e de Seguro Habitacional da FenSeg, docente em Seguros de Pessoas, Previdência Complementar, Saúde, Capitalização, Atendimento ao Público e colunista em mídias de seguros

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Especial

Copart: eficiência em leilões de veículos com foco em seguradoras

Dar agilidade, eficiência e transparência a todo o processo que envolve os leilões extrajudiciais (presencial e on-line) de veículos. Esse é o negócio que a multinacional norte-americana Copart vem desenvolvendo no Brasil desde 2012. Com dez pátios nos Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, a operação da empresa vai além da venda de veículos salvados. A companhia oferece uma gestão completa dos bens, desde o sinistro até a entrega ao novo proprietário. O que diferencia a Copart do modelo de negócio de outras empresas de leilão que atuam no Brasil é o uso de tecnologias, como leilão online, inteligência artificial e machine learning em benefício direto aos seus clientes. Assim, a empresa promete otimizar consideravelmente o processo em relação ao mercado, o que se traduz em menor tempo de veículos no pátio (cycle time), custos reduzidos na operação e agilidade no retorno do investimento. Em entrevista à Revista Segurador Brasil, Adiel Avelar, presidente da Copart do Brasil, explica a atuação da empresa que já negocia dezenas de milhares de veículos salvados por ano e tem em sua carteira de clientes as principais empresas seguradoras, bancos e locadoras de veículos. 14

Arquivo SB

Tendo como principal aliada a tecnologia, atuação da empresa é sustentada pelo tripé modernização, benefícios e legitimidade. A Copart iniciou suas atividades com um único estabelecimento na Califórnia (EUA). Hoje, a companhia possui mais de 200 pátios ao redor do mundo, dez no Brasil

“Eficiência, melhoria constante de processo e profissionalização são os nossos conceitos-base”, afirma Adiel Avelar, presidente da Copart do Brasil. Na foto, o executivo mostra o Prêmio Segurador Brasil 2019, quando a Copart foi homenageada na categoria “Mérito na Prestação de Serviços”- Destaques em Leilões


sessorar nossos clientes na decisão de perda total e na definição do valor do bem para venda, por exemplo. As plataformas eletrônicas desenvolvidas pela Copart também contribuem para modernizar o mercado em escala mundial e têm possibilitado o acesso de milhões de vendedores e compradores aos certames com maior transparência, segurança e credibilidade. SB - A cada ano, milhares de veículos são leiloados. Quais são os diferenciais do modelo de gestão da Copart? Adiel Avelar – A Copart é uma empresa de tecnologia de prestação de serviço e conta com 200 colaboradores e um total de dez pátios, que estão presentes nas regiões Sudeste e Sul. Como eu disse, a tecnologia é a nossa grande aliada nesse processo. Com um abrangente banco de dados de veículos, atuamos para oferecer para seguradoras, bancos e locadoras de veículos uma consultoria com ferramentas que auxiliam na tomada de decisões, além

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SB - Economia é a palavra da vez. Nunca se falou tanto em redução de custos e melhoria de processos. Como você analisa essa tendência de mercado e de que maneira a Copart busca se adequar? Adiel Avelar - De fato, o mercado tem exigido cada vez mais eficiência de equipes e fornecedores. O modelo de negócio da Copart surge a partir dessa demanda, na verdade. Atuamos de ponta a ponta, ou seja, não somente na venda do veículo, mas também no suporte à gestão do sinistro. Oferecemos aos nossos clientes, seguradoras, bancos e até locadoras de veículos, consultoria completa com o objetivo de monetizar o quanto antes o bem ao cliente e, para isso, eficiência, melhoria constante de processo e profissionalização são os nossos conceitos-base. SB - Como a companhia, que possui grande parte dos seus negócios voltados para as seguradoras, vem impulsionando o mercado de leilões extrajudiciais on-line de veículos em meio à grande revolução digital presenciada nos últimos anos? Adiel Avelar - Nós somos a maior empresa no país com foco em leilão para as seguradoras e investimos em tecnologia. Inteligência artificial e machine learning são algumas das ferramentas que utilizamos para as-

do serviço que inclui remoção, transferência, preparação e exposição dos veículos aos compradores por meio do leilão presencial e on-line. SB - A Copart está presente nas regiões Sudeste e Sul. Essas são as regiões com a maior frota do país. Há perspectivas de expansão para outras regiões? Adiel Avelar – O Brasil representa o maior investimento da Copart para entrar no mercado na última década e a nossa expectativa é de continuidade nos investimentos para atender ainda mais clientes no país. Isso porque enxergamos muito potencial no mercado brasileiro e, por isso, temos um plano robusto de expansão para transformamos a Copart em uma empresa de abrangência nacional. Para atender melhor aos nossos clientes, essa expansão é fundamental e deve acontecer com a instalação de mais pátios em outras regiões. SB - Atualmente, estima-se que menos de 30% da frota brasileira é segurada. Como a Copart enxerga essa realidade? Adiel Avelar – Esse dado deixa claro o potencial do mercado brasileiro. Enquanto alguns países chegam a 100% da frota segurada, saber que menos de um terço da frota brasileira circula sem seguro nos motiva a ampliar nossos negócios e buscar a par-

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ceria das seguradoras para crescermos juntos. O modelo de negócio da Copart, voltado à gestão de veículo salvados, permite a redução do cycle time e do prazo de monetização do bem. Ao considerarmos que a cada dia o bem sofre depreciação, quanto mais rápido o monetizarmos, melhor serão os resultados para as seguradoras que poderão reduzir o valor de seus custos e baratear o valor da apólice para o consumidor final. É uma relação ganha-ganha que beneficia a Copart, as seguradoras e os nossos clientes, o consumidor final, além de contribuir com o meio ambiente. SB - Você tocou no tema da sustentabilidade e do meio ambiente. Poderia explicar como a empresa contribui com essa temática tão urgente para a sociedade? Adiel Avelar – Nós sempre prezamos pela preservação do meio ambiente e, pensando nisso, todos os veículos considerados irrecuperáveis são vendidos de maneira correta para desmanches e recicladoras. Assim, nós viabilizamos para que eles sejam adquiridos por quem for fazer o uso de peças, com exceção aos itens de segurança que precisam receber destinação final. Inclusive, a Copart nas16

ceu como um desmanche antes de se tornar uma empresa gestora de leilão e nós temos muita consideração por este mercado. Participamos ativamente também do projeto de regulamentação dos desmanches no Estado de São Paulo, o que originou a Lei do Desmonte (15.276/14) e, posteriormente, se expandiu para todo o país. SB - A atuação da Copart está lastreada na prestação de serviços acessórios para a realização dos leilões – atividades que devem ser exercidas exclusivamente pelo leiloeiro, conforme prevê o Decreto 21.981/32. Você imagina que o modelo de negócio praticado pela empresa tem recebido a devida compreensão por parte do mercado? Adiel Avelar – A atuação da Copart está totalmente adequada à legislação brasileira. Assim tem sido desde que a empresa iniciou suas atividades no país, há sete anos. O Decreto 21.981/32, que é a lei que regulamenta a profissão do leiloeiro, em momento algum impede a prestação de todo e qualquer serviço voltado ao segmento da leiloaria, especialmente se preservadas as funções privativas e personalíssimas dos leiloeiros, que é o nosso exemplo. Portanto, entendo que estamos num ponto em que já estão claros para o mercado os benefícios de atuar em parceria com empresas como a Copart, que conta com alta tecnologia e confere retorno mais rápido para os comitentes. E esperamos continuar contribuindo para o aprimoramento do mercado, seja por meio dos diversos recursos que conferem melhoria constante ao serviço prestado ou pelos investimentos nos centros tecnológicos na Copart nos EUA, na Índia e no Brasil. As soluções desenvolvidas

têm nos permitido criar bancos de dados que alimentam as ferramentas usadas pelas seguradoras para gerir o sinistro e agilizar todo o processo, desde a definição de gravidade da monta até a realização de leilões para monetizar a seguradora no menor intervalo de tempo. SB - Quais são suas expectativas para o mercado segurador 2020 e como a Copart pretende seguir com a sua operação no Brasil? Adiel Avelar – Eu sou um otimista por natureza e mantenho minhas esperanças de que viveremos tempos melhores, principalmente neste momento, em que a economia começa a apresentar sinais de recuperação e reformas importantíssimas foram concluídas ou começaram a tramitar no Congresso, como nos casos das reformas previdenciária e tributária. Nesse cenário, a tendência é de que o mercado de trabalho também se aqueça, o que deve contribuir para a venda de seguros, movimento salutar para a cadeia da qual a Copart faz parte. Acerca de nossa operação, prosseguiremos com o modelo de negócio que tem consolidado nossa atuação e que é sustentada pelo tripé modernização, benefícios e legitimidade, de forma a ampliar o acesso de milhares de vendedores e compradores aos certames com mais transparência, segurança e credibilidade. Dessa forma, pretendemos continuar contribuindo para a ampliação e desenvolvimento do mercado de salvados, com geração de empregos, celebração de parcerias e contribuição aos cofres públicos, por meio de arrecadação de impostos, como IRPJ, CSLL, ISS, PIS, COFINS, bem como ISS e IRPF sobre os rendimentos fixos do leiloeiro.


Para ter proteção e reserva financeira, basta ter Equilíbrio O Equilíbrio é o primeiro produto do país inspirado no Universal Life, o segmento que representa cerca de 44% do mercado de seguros americano1. É um seguro de vida que oferece acumulação e flexibilidade para os seus clientes. Além de proteger quem mais ama, o seu cliente pode decidir quando pagar e realizar resgates sem impactar no valor da indenização. CONFIRA AS VANTAGENS DO EQUILÍBRIO Vigência flexível Indenização ilimitada Flexibilidade no pagamento Valor das parcelas não aumenta com a idade Acumulação de reserva financeira Beneficiários recebem indenização + saldo das reservas

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¹(Fonte: LIMRA, 2018). SAC Seguros e Previdência: 0800 286 0110 | SAC Capitalização: 0800 286 0109 | Ouvidoria: 0800 286 0047, de segunda a sexta, das 8h às 18h, exceto feriados. A aceitação do seguro estará sujeita à análise de risco. Seguro de Vida Individual administrado por Icatu Seguros S/A, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 42.283.770/0001-39, aprovado pela SUSEP sob o nº 15414.901041/2014-34. O registro deste plano na SUSEP não implica, por parte da Autarquia, incentivo ou recomendação à sua comercialização. Serviço de Informação ao Cidadão SUSEP 0800 021 84 84 (dias úteis, das 9h30 às 17h) ou www.susep.gov.br. As informações contidas neste material são resumidas. Para total conhecimento das características deste seguro, consulte sua proposta de contratação e regulamento.


Perspectiva

Fotos Arquivo SB

Seguro a céu aberto

O futuro para o seguro rural é promissor e amplo para conquistas. Dados do Ministério da Agricultura mostram que apenas seis por cento das lavouras do Brasil foram asseguradas ano passado. Mais de 80% estão na região Sul e interior de São Paulo, locais onde predomina o plantio de grão. Assim, são favoráveis as perspectivas para o seguro no setor de agronegócios. O segmento tem uma expressiva participação na economia do País e representou aproximadamente 22,15% do PIB em 2012. Atualmente, o Brasil ocupa notável posição mundial na produção agroindustrial. 18

Problemas climáticos, pragas, queda de preço. Tudo isso torna a agricultura, a pecuária - uma indústria a céu aberto - setores com muitos altos e baixos. Uma das formas de amenizar essa instabilidade é por meio de seguro rural. O Plano Safra 2019/2020 do Governo Federal dobrou o valor destinado ao programa de subvenção do seguro rural e vai chegar a R$ 1 bilhão. “No futuro, produtores sem seguro certamente não estarão na atividade agrícola dada essa condição de risco cada vez mais presente em função das alterações de clima, e também de oscilação de preços in-

ternacionais que interferem e muito na renda dos produtores”, explica o especialista em administração rural e engenheiro agrônomo do Instituto de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper), Ênio Bergoli. O cafeicultor Ivan Alto, por exemplo, lembra que a produção nas lavouras da família, na região Noroeste do Espírito Santo, caiu entre 60% e 80% num período de longa estiagem. O seguro rural garantiu a permanência deles na produção de café. “Senão teria que partir para outro ramo”, explica Ivan. A relevância do seguro rural no país se deu a partir da instituição da


política de subsídios. Em dezembro de 2003, a Lei 10.823 criou o chamado “Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR)”, assumindo a promessa de auxiliar o produtor rural no pagamento de uma parte do valor da apólice do seguro. O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) oferece ao agricultor a oportunidade de segurar sua produção com custo reduzido, por meio de auxílio financeiro do Governo Federal. A subvenção econômica concedida pelo Ministério da Agricultura pode ser pleiteada por qualquer pessoa física ou jurídica que cultive ou produza espécies contempladas pelo Programa e permite, ainda, a complementação dos valores por subvenções concedidas por estados e municípios. Para contratar o seguro rural, o produtor deve procurar uma seguradora habilitada pelo Ministério da Agricultura no Programa de Subvenção. Caso o produtor já tenha cobertura do Proagro ou do Proagro Mais para uma lavoura, o mesmo não será beneficiado pelo PSR na mesma área.

Subsídios para seguro safra são surpreendentes Subsídios para seguro safra podem atingir índices surpreendentes em 2020. Esse tipo de seguro é responsável por indenizações em caso de mudanças climáticas e até mesmo alta de preços. Durante lançamento do Plano Safra, o Governo Federal anuncio a injeção de R$ 1 bilhão com o objetivo de ajudar os agricultores a pagarem o seguro rural em 2020. Esse é considerado o major volume de recursos

De que maneira o seguro para agronegócios pode ajudar

Acompanhe a seguir, o que respondem as empresas seguradoras às perguntas feitas pelos produtores rurais. São várias seguradoras em operação na carteira no território nacional. É possível contratar o seguro rural para qualquer produtor e localidade? Não. Esse seguro é disponibilizado apenas a produtores rurais que estejam em regiões consideradas economicamente viáveis. Para saber dessa viabilidade é utilizado o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) da cultura e da região. Ele visa avaliar se existem condições de solo e clima para que seja feita uma plantação no local ou a criação de animais. São levadas em considerações estudos de curto, médio e longo prazo. Os pequenos produtores também utilizam o seguro para agronegócios? Normalmente esse tipo de seguro é utilizado por médios e grandes produtores, os pequenos muitas vezes preferem optar por programas de governo para pagamento do custeio agrícola. Entretanto, essa é uma escolha que cabe ao produtor podendo ele escolher entre ambos. Quais são as coberturas básicas para o seguro? As coberturas mais comuns são para incêndio, raio, ventos fortes, granizo, chuva excessiva, seca, geada, tromba d’água e variação excessiva de temperatura. Algumas seguradoras oferecem coberturas adicionais que podem ser contratadas conforme a necessidade de cada produtor. E as modalidades do seguro para agronegócios? As modalidades são criadas de acordo com o tipo de produção ou finalidade de reparação dos danos. Dentre algumas ofertadas pelas seguradoras: Grãos; Pomar; Horta; Cafezal; Máquinas agrícolas; Agricultura familiar; Produtor rural; Agrícola faturamento; Florestas; Penhor rural; Custeio agrícola. Quais as vantagens em optar pelo seguro agrícola? Estabilidade financeira para o produtor até a próxima colheita; Valor acessível; Estímulo a adoção de novas tecnologia para impulsionar a produção; Geração de empregos no campo; Possibilidade de receber o valor do prejuízo em dobro. 19


já orçado para o programa. Dependendo da aprovação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do próximo ano, que está em tramitação no Congresso Nacional. Porém, para compreender a importância desse tipo de iniciativa, é crucial compreender o quão indispensável para a economia e para o próprio produtor é recorrer para essa colaboração. “Tem por objetivo cobrir perdas e/ou danos causados aos bens, diretamente relacionados às atividades agrícolas. Protege o produtor contra perdas causadas por fenômenos adversos da natureza até o limite máximo de indenização contratado. Além da atividade agrícola, o seguro rural abrange também a atividade pecuária, o patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito para comercializar a produção e ainda o risco de morte dos produtores”, esclarece Rogério Moisés, sócio-diretor da corretora Visafran. Ou seja, as mudanças climáticas inesperadas não devem submeter a produção e a economia como um todo à estagnação. É uma forma de prever as adversidades e resguardar o seu negócio através dessa ação. Ainda assim, essa modalidade de seguro não abrange apenas as áreas de plantio, mas também o maquinário, recursos de valor para o trabalho no campo e que, em muitos casos, possuem preços altos. “Essa proteção é essencial, já que grande parte da produção é financiada, assim como os equipamentos da propriedade, podendo causar uma perda inclusive para o mercado. Afinal, não há garantia de reposição do bem para continuar honrando o financiamento concedido”, destaca Moisés. 20

Neste ano, graças ao contingenciamento, o valor disponível foi de apenas R$ 420 milhões. Na média, o governo fica responsável por arcar com 35% do curto da apólice. Os últimos dados divulgados sobre esse cenário revelam, ainda, que em 2018 esse mercado conseguiu movimentar R$ 2 bilhões em apólices apenas no Brasil. “É, sem dúvida, uma ajuda bem vinda para fomentar a venda desse seguro, que hoje está engatinhando

no Brasil, mas é um mercado muito promissor se não for o maior junto com a previdência privada”, afirma Rogério Moisés. Segundo ele, as áreas que mais demandam esse tipo de ação são as regiões Sudeste e Centro-Oeste, com safras de soja, café, milho e algodão. De acordo com as expectativas do Ministério da Agricultura, o financiamento será suficiente para ampliar a área coberta para mais de 15,6 milhões de hectares.

Primeiro seguro avícola do mundo O Estado do Mato Grosso passou a aderir ao primeiro seguro contra eventos sanitários do mundo, o que inclui a proteção à Influenza Aviária (gripe aviária) e Doença de Newcastle (peste aviária, com sinais respiratórios). A assinatura aconteceu em solenidade com a presença da ministra da Agricultura (Mapa), Tereza Cristina, em Brasília. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a iniciativa foi criada com o objetivo de garantir fundos privados de defesa sanitária para indenização. Para o diretor de Relações Institucionais da ABPA e um dos idealizadores do seguro, Ariel Antônio Mendes, esse é um instrumento de transferência de riscos dos produtores, reduzindo as contribuições e incrementando a capacidade financeira dos fundos indenizatórios hoje existentes no Brasil. A existência de recursos com este objetivo é fundamental para a rápida recomposição do polo de produção em eventuais ocorrências sanitárias. Também é importante para reforçar as boas práticas, além dos protocolos de prevenção. Após a adesão do Mato Grosso, outros Estados deverão aderir ao seguro, que é válido para todo o Brasil”, diz Mendes. Coordenação Editorial – João Carlos Labruna


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Ponto de Vista | ANTONIO PENTEADO MENDONÇA

Querem acabar com o corretor de seguros

A Medida Provisória 905/19 tem como objetivo

A Fenacor (Federação Nacional dos Corretores

a criação de um novo contrato de trabalho, destina- de Seguros) emitiu uma nota e seu presidente grado a incrementar o emprego formal. Seu foco é re- vou um vídeo para o YouTube, externando sua irregular o “Contrato de Trabalho Verde Amarelo”, mas, signação e discordância quanto aos termos da Mejunto, foram baixadas disposições que vão muito dida Provisória 905/19. além deste objetivo.

A Fenacor está absolutamente correta. Uma coi-

Entre elas, uma causou espanto. O Governo sa é a proposta da auto-regulamentação da atividaacabou com a regulamentação da profissão do de do corretor de seguros que vinha sendo defendicorretor de seguros e, na sequência, excluiu a ca- da pela Susep (Superintendência de Seguros Privategoria do Sistema Nacional de Seguros Privados.

dos), outra completamente diferente é a revogação

No artigo 51 da Medida Provisória 905/19, foi da lei que regula a profissão do corretor de seguros revogada a Lei 4.594/64, que regula a profissão de e a sua exclusão do Sistema Nacional de Seguros corretor de seguros. Além disso, foram revogados Privados. os artigos do Decreto-Lei 73/66 (que regulamenta

Em direito, boa intenção não vale, o que vale é o

o Sistema Nacional de Seguros Privados) que in- que está escrito no texto legal. No caso, a Medida Procluem os corretores de seguros entre os integran- visória 905/19, expressamente revoga a lei que regula tes do Sistema.

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a profissão e exclui o corretor de seguros do Sistema


Nacional de Seguros Privados. Ou seja, natura do contrato. Ao contrário, É o corretor quem defende o seguse a Medida Provisória for aprovada ela começa bem antes e só termina rado durante todo o andamento da sem que estas regras sejam modifica- quando o contrato de seguro vence, regulação, desde o aviso do sinistro das, a corretagem de seguros deixa de normalmente um ano depois de sua até o pagamento da indenização. existir como profissão regulamentada assinatura. por lei.

E ele o faz porque é o especialista

Para ser corretor de seguros o in- que tem condições de negociar com

Este cenário, hoje, coloca em teressado deve ter uma série de co- a seguradora a melhor solução para risco a sociedade brasileira, já que nhecimentos técnicos indispensáveis o seu cliente. qualquer pessoa estará autorizada para assessorar o segurado durante

É evidente que o corretor de se-

a intermediar seguros, derrubando toda a vigência da relação contratual guros não é o único canal de venda a qualidade profissional exigida de com a seguradora. quem exerce a atividade.

de seguros. Aliás, a lei revogada não

Cabe ao corretor de seguros iden- dava a ele este monopólio, permitin-

Sem lei que regulamente a profis- tificar e quantificar as necessidades do a venda direta pela seguradora. são e com a possibilidade de qual- de proteção do segurado. Cabe a ele

Ele se transformou no principal

quer cidadão entrar no negócio, nas- apresentar as melhores apólices para canal de distribuição de seguros porce a ameaça concreta do segurado o risco, tanto no que diz respeito às que é profissionalmente competente não receber a indenização de forma garantias, como ao preço. correta, em prazo razoável e sem

e sua competência é aferida, depois

Mas, principalmente, cabe ao cor- dele participar de um curso obriga-

maiores complicações, como aconte- retor de seguros acompanhar todo tório, através de uma prova rigorosa ce nos dias de hoje.

o andamento do contrato, apresen- para testar seus conhecimentos.

O corretor de seguros não é um tando inclusive as opções para sua mero intermediário que oferece renovação. algo para ser comprado por alguém

A aplicação da prova e a fiscalização da profissão não serem com-

Ao longo desse caminho, sua petência da Susep faz todo o sentido,

que tem interesse no negócio. Sua principal missão é assessorar o se- mas isso é completamente diferente ação não se extingue com a assi- gurado quando ele sofre um sinistro. da extinção da profissão.

A GRANDE JORNADA PELO MUNDO DOS SEGUROS Patrocinadores: Escola Nacional de Seguros, Bradesco Seguros, HDI, Icatu, Porto Seguro, Tokio Marine, Sompo Seguros, Sindseg-SP

Toda segunda-feira, das 7hs às 8hs Apresentação – Pedro Barbato Filho Rádio Imprensa FM 102,5 O programa pode ser ouvido em tempo real, pelo portal www.pbfproducoes.com.br

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Liderança

Quebrando paradigmas

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Inclusão e diversidade são fundamentais para a sobrevivência das empresas

Coordenação Editorial : João Carlos Labruna É preciso acelerar as políticas de inclusão por gênero, raça ou orientação sexual, sob o risco de o processo de representatividade nas corporações colocar o próprio negócio em risco. Caso contrário, os programas de inovação, tradicionalmente a cargo de profissionais mais jovens, podem sofrer apagões e comprometer a sobrevivência das empresas nos próximos anos ou décadas. O alerta foi feito no painel “Como (e por que) integrar a diversidade nos negócios” que ocorreu na 1ª Conferência de Sustentabilidade e Diversidade, na CONSEGURO, realizado pela Confederação Nacional das Seguradores (CNseg), em Brasília. A consultora de inclusão financeira e apresentadora do podcast Finance Feminist, Alice Merry, pe24

diu engajamento das seguradoras no combate ao abuso econômico cometido contra mulheres por seus parceiros e assinalou que podem se inspirar nas ações já realizadas por bancos britânicos para reduzir vulnerabilidades das mulheres assediadas. “Treinamento de pessoal, mudanças na forma de comunicação de sinistros e documentação alternativa para comprovar a identidade de vítimas de abusos, por exemplo, podem constar das cartilhas de seguradoras. No mercado londrino, bancos já aceitam o fechamento de contas conjuntas sem aprovação de parceiros agressores e cancelam apólices solicitadas pelas vítimas de relacionamentos abusivos”, disse a especialista. Vinicius Mercado, subscritor (avaliador de riscos) sênior da AIG, relatou ações da seguradora multinacional para proteger minorias

mais expostas a riscos de ódio, como LGBT. Em parceria com a associação internacional LGBT, a seguradora criou uma cartilha para indicar locais nos quais mais correm riscos em viagens internacionais, mantendo um call center para atendê-los em casos de incidente. A seguradora, que também oferece uma cobertura adicional por práticas de ações indevidas nas empresas no âmbito do D&O, avalia as políticas de diversidades desses clientes e afere taxas diferenciadas, o que é um claro indicativo de que discriminação pode custar cada vez mais caro ao negócio. “As empresas não podem ficar de fora e precisam ter um ambiente inclusivo. Isso é essencial. Não é só mais uma questão social, mas sobretudo econômica”, advertiu Ana Paula de Almeida Santos, moderadora do painel. A vice-presidente da Comis-


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Desafiar o status quo! Essa foi a mensagem do encontro que debateu como as empresas podem quebrar paradigmas e promover uma maior igualdade de gênero. O evento - realizado em São Paulo pela Allianz Global Corporate Speciality (AGCS), da área de consultoria de risco e soluções em seguros Property-Casualty, e a Associação das Mulheres do Mercado de Seguros (AMMS) - contou com a presença de participantes de diversos setores do mercado segurador como corretores, seguradores, escritórios de advocacia e outros parceiros de negócio. O encontro conduzido por Gláucia Smithson, CEO da AGCS América do Sul, contou com a participação de Sinéad Browne, Chief Regions & Markets Officer e Board Member AGCS, Karine Barros, Diretora de Linhas Corporativas da Allianz Brasil e Paula Lopes, Managing Director da Marsh Brazil e Consultora na AMMS. As executivas abordaram sobre os desafios de estarem em postos de liderança, as dificuldades em equalizar carreira e vida pessoal e, principalmente, a responsabilidade de ajudar a desafiar o status quo das companhias criando ambientes mais diversos e inclusivos. “Se você vê líderes ou membros de times que não estão abraçando o tema de diversidade e inclusão, você tem que estar pronta para desafiá-los, porque de outra forma, a cultura nunca irá mu-

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são de Capital Humano, Administrativo e Sustentabilidade da SulAmérica Seguros, Patrícia Coimbra, defendeu que “quanto mais diverso é um grupo, mais soluções inovadoras são encontradas, algo que é comprovado cientificamente”.

dar”, explicou Sinéad, acrescentando: “As empresas precisam dar oportunidades iguais para homens e mulheres relembrando que mais importante do que o gênero é se aquela pessoa é a certa para aquele cargo”. Em complemento, Karine Barros destacou a força das mulheres em acreditarem nelas e estarem felizes com o que fazem. “Precisamos trabalhar duro e fazer o nosso melhor, e acreditar que somos a pessoa certa para estar naquela posição. Não é por uma questão de agenda de gênero que estamos nesse ou naquele cargo. E se estamos em determinado cargo é porque merecemos”. Paula Lopes destacou o papel da inclusão nas empresas. “Mais do que

a diversidade, precisamos trabalhar a inclusão dos diferentes grupos no ambiente de trabalho. Precisamos respeitar os outros, respeitar o que eles querem, o que eles gostam o que eles buscam para o futuro. Capacitar as pessoas a lidarem com o diferente”. As executivas pontuaram também que já veem uma mudança nas empresas e na cabeça das pessoas, mas que ainda existe um longo caminho para que de fato a presença da mulher no ambiente de trabalho seja igualmente reconhecida em todos os setores da economia. “Não mudamos a cultura de uma empresa em um dia. É uma jornada longa mas estamos no caminho certo”, complementa Glaucia. 25


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Mulher e Economia

Eis um trecho do 3º estudo “Mulheres no Mercado de Seguros no Brasil”: “Nos dias de hoje, existem cada vez mais estudos e iniciativas para discutir a participação da mulher na economia e na sociedade. Os exemplos são inúmeros, com destaque para o Centro de Pesquisas das Nações Unidas sobre a Mulher (UN Women), criado há menos de dez anos”. “Em termos acadêmicos, os temas abordados também são diversos, mas têm, como traço de união, a importância dos ganhos da sociedade, em vários sentidos, como consequência de uma maior presença da mulher. Apesar disso, os desafios enfrentados ainda são grandes. Persiste a dificuldade de a mulher atingir postos mais altos na carreira, ou até mesmo obter uma melhor qualificação nos estudos. Dependendo da situação, ela sequer consegue acessar determinado setor empresarial ou, se o fizer, tenderá a permanecer estacionada em uma carreira intermediária”. “Conforme ressaltado em estudos anteriores, essa desigualdade de gêne26

ro pode ser explicada por vários motivos: fatores históricos, questões culturais, educação diferenciada, cultura empresarial etc. Para combater essa tendência, é pertinente lembrar até mesmo iniciativas simples e criativas, como a criada no Twitter, com a mensagem #womeninSTEM (significando “Mulheres em Ciências” (Science), “Tecnologia” (Technology), “Engenharia” (Engineering) e “Matemática” (Math)), ressaltando quando as mulheres entram ou têm alguma conquista em carreiras científicas. Nesse caso, toda vez que uma mulher consegue um ganho nessa área, tal “hashtag” pode ser citada”. A questão em destaque avalia a relação entre os salários da mulher e do homem, que tem estado historicamente entre 70% e 75%. Um ponto interessante é que tal relação, muitas vezes, não é uniforme. Por exemplo, na América Latina, para as mulheres com escolaridade menor, com um máximo de cinco anos de estudo, esse mesmo número é maior, em torno de 80%”.

“Ou seja, menor diferença de salário. De qualquer maneira, ao longo das últimas décadas, um aspecto positivo: os dados têm mostrado uma redução dessa desigualdade. Outro tipo de estudo avalia a educação como fator de distinção salarial. Numa avaliação histórica dos números, análises indicam que, no passado, as mulheres, nos primeiros anos escolares, mostravam muitas vezes rendimento superior. O grande problema é que costumavam abandonar os estudos mais cedo, fazendo com que os homens, ao final, alcançassem um maior grau de escolaridade. Um texto clássico no mercado brasileiro é o que avalia a quantidade de famílias chefiadas por mulheres, as quais, hoje, já chegam a mais de 40% do total dos lares”. “Com uma mudança rápida nos últimos anos, esse crescimento é associado a diversos fatores: queda da taxa de fecundidade, redução do tamanho das famílias, maior expectativa de vida para as mulheres em relação aos homens, envelhecimento populacional e processos de


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individualização dos sujeitos (ou seja, a tendência de morar sozinho), entre outros aspectos”. “Tal perspectiva foi comentada detalhadamente nos estudos anteriores da ENS sobre as mulheres e o mercado de seguros. Outro enfoque relevante é o que aborda a participação da mulher no mercado de trabalho. Na década de 70 do século passado, esse número era inferior a 40%. Hoje, tal percentual chega perto da casa dos 60%. É interessante verificar que tal participação se dá em função da renda da família”. “Quanto mais baixa a renda, maior a participação. Nesse caso, a classe média apresentaria a proporção com taxas mais baixas. Recentemente, o IPEA lançou texto avaliando as desigualdades por raça e sexo, trabalho este que é atualizado regularmente. Nesse caso, umas das conclusões relevantes apontadas é que as mulheres recebem 76% dos salários dos homens. Ou seja, dentro dos mesmos patamares já citados. Enfim, a variedade das linhas de texto é grande, mostrando cionais, que disponibilizam, por exemque o assunto permanece atual e me- plo, exames de saúde específicos para o público feminino. Outra diferença diz rece continuar a ser estudado”. respeito ao fato de que, em média, os homens vivem menos. Assim, para deMulher e Seguros Segundo ainda o estudo, “a rela- terminados tipos de seguros, a parcela ção das mulheres com o mercado de paga por estes é maior”. “Devido à importância desse seguros mostra-se bem diversificada. A primeira e mais direta é a dos pro- mercado para as mulheres, já exisdutos de seguros configurados para tem diversas estimativas para avaliar o sexo feminino. No seguro de auto- a relevância desse segmento, com sumóvel, as mulheres usualmente têm gestões de como o setor pode alcanmenores taxas de sinistralidade, o que çar um maior sucesso. Há também iniciativas empresariais na área de leva a prêmios finais mais baixos”. “Na área de seguro saúde são ofe- seguros, empresas atuando com foco recidos produtos que cobrem as do- específico nas mulheres. Essa aborenças ou eventos mais comuns às mu- dagem ainda não chegou ao Brasil lheres (por exemplo, gravidez). Já no de forma definida e, nesse sentido, segmento de vida, além das próprias as seguradoras devem ficar atentas, coberturas tradicionais, são atrelados tendo em vista oportunidades cotambém produtos com serviços adi- merciais para o futuro”.

“O site “Insurance Information Institute” traz um levantamento importante sobre a mão de obra dos EUA que atua diretamente na área de seguros. Em 2018, havia 2,7 milhões de funcionários no setor, com aproximadamente 60% trabalhando em seguradoras, 30% atuando em distribuição dos produtos (agentes e corretores) e 10% dedicados a outras atividades (como regulação de sinistros etc.)”. Do total de funcionários existentes, aproximadamente 60% são mulheres. Dependendo do tipo de operação, esse percentual é maior ou menor. Por exemplo, em regulação de sinistros e trabalhos de processamentos das apólices, o valor chega a quase 80%. Esses dados são referências significativas, quando comparados ao mercado brasileiro”. 27


Visã Brasil Aumenta número de mulheres que negociam na Bolsa de Valores

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No último mês do ano, expectativa do varejo em São Paulo é de R$ 76,6 bilhões

A Fecomercio SP estimou que o faturamento das vendas do comércio varejista paulista deva chegar a R$ 76,7 bilhões em dezembro desde ano, o que representa alta de 7% em relação ao mesmo período de 2018, acréscimo de R$ 5 bilhões. Os destaques devem ser os setores de materiais de construção (15%), farmácias e perfumarias (14%) e lojas de móveis e decoração (14%). A entidade afirma que na escolha dos presentes, os eletrônicos são boas opções, já que os aparelhos de TV estão 13,84% mais baratos que em dezembro do ano passado e os preços dos aparelhos de som caíram 0,85%, segundo dados da entidade. Os perfumes registram alta de 8,43%, calçados e acessórios tiveram aumento de 0,29% e vestuário feminino aumentou apenas 0,22%.

Com o passar do tempo, a mulher tem buscado se inserir cada vez mais em nichos que até então eram dominados pelo público masculino. Um destes é o mercado financeiro. Só neste ano, o aumento no número de pessoas físicas investindo foi de aproximadamente 700 mil. Segundo dados da B3, a população feminina representa cerca de 23% dos investidores cadastrados. Atualmente, após o “boom” no número de investidores na renda variável, cada vez mais pessoas têm buscado profissionalização na área, e deixam os trabalhos tradicionais para operar na Bolsa de Valores. Diversas empresas oferecem cursos para que traders possam se tornar profissionais. Com isso, a busca por esses cursos tem sido cada vez maior por parte do público feminino.

O Brasil já tem 151 milhões de celulares 4G, segundo balanço de outubro da Telebrasil. No período de 12 meses, de novembro de 2018 a outubro de 2019, 25 milhões de novos chips 4G foram ativados, o que representa um crescimento de 20%, no período. O avanço também se deu na cobertura do 4G. Ao todo já são 4.651 municípios com 4G, onde moram 96,5% da população. Em um ano, 382 novos municípios brasileiros foram conectados com a infraestrutura de quarta geração. 28

As redes de 3G também se ampliaram, alcançando 5.454 municípios, onde moram 99,7% da população brasileira. De novembro de 2018 a outubro de 2019, 99 novos municípios foram conectados com 3G. No total, o Brasil conta com 197 milhões de acessos à internet pela rede móvel. Considerados os acessos fixos e móveis, o Brasil fechou outubro com um total de 230 milhões de acessos no País. Destes, 33 milhões são em banda larga fixa.

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Brasil já tem mais de 151 milhões de celulares 4G


PONTO FINAL LEILA NAVARRO

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Não acredito em motivação. Acredito em AUTOMOTIVAÇÃO!

Não espere que te motivem! Motive-se! Aja em prol de si mesmo! Permita-se experimentar A flexibilidade necessária para contornar os obstáculos que você encontra no caminho da realização tem muito a ver com a permissão que dá a si mesmo de experimentar. Geralmente batemos cabeça para contornar uma situação porque não arriscamos uma nova maneira de agir, diferente do que estamos acostumados a fazer. Percorrer caminhos conhecidos, porém, não nos levará a lugares novos. Para experimentar, precisamos ter coragem. Coragem não é a ausência de medo, é o enfrentamento

do medo. O medo nos encastela em nossos limites e nos impede de viver aquilo que mais desejamos. Muitos desses medos nem sequer são reais, e sim ilusórios, baseados em suposições do que de mais desastroso pode acontecer – pensamentos que criam barreiras emocionais em nosso íntimo. Mas, da mesma forma como criamos nossos medos, podemos vencê-los. Não é preciso envergonhar-se de seus medos. Reconheça-os para você mesmo e já terá dado o primeiro passo para vencê-los. Permita-se experimentar! Ninguém pode garantir que dará certo, mas, se você errar o alvo, poderá experimentar de novo. É aquilo que eu sempre digo: ou acertamos, ou aprendemos!

Cultive o bom humor Acho que não preciso convencer você da importância que o bom humor e o riso têm na vida da gente. Afinal, há sempre muitas reportagens sobre estudos científicos que comprovam que o riso diminui o estresse, estimula o sistema imunológico, protege contra doenças (ou favorece a cura), acelera o coração, oxigena o corpo todo e até queima calorias! O riso provoca a liberação de endorfina, substância orgânica que produz a sensação física de prazer e bem-estar. A vibração do riso é uma massagem para o corpo! É claro que há situações e lugares que não combinam com brincadeiras e risadas. Mas, se a ocasião permite, não vejo motivo para reprimir 29


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o riso e a espontaneidade de nossa criança interior, aquela parte de nós que é autêntica, que expressa seus sentimentos sem pudor, que pula de alegria, que grita de prazer, que pede colo, que chora quando está triste. Começa-se a valorizar as pequenas coisas da vida e a ver o lado bom de tudo o que acontece, o que dá motivos de sobra para viver com bom humor.

Aprenda a dizer não Ter as qualidades da tolerância e da paciência bem desenvolvidas não significa que você deva dizer amém a tudo. Não se pode confundir paciência e tolerância com a atitude passiva de engolir sapos, deixar de defender seus direitos e de dizer o que pensa e fazer tudo para agradar, assumindo coisas que não são suas ou contrariando a própria vontade. Quem diz amém a tudo, na verdade, tem problemas de auto-estima. É o medo de ser rejeitado que o impede de dizer não. O que nos dá clareza para dizer 30

sim e para dizer não é a assertividade. Mas muita gente confunde assertividade com agressividade. E quem tem a qualidade da assertividade, sabe dizer não àquilo que fere sua integridade e contraria seus valores, mas faz isso sem agredir nem desrespeitar o outro. O assertivo simplesmente defende suas opiniões e vontades com honestidade. Da mesma maneira, sabe ouvir as opiniões e respeitar as posições dos outros. Ele tem, enfim, muito bem definida a fronteira entre seus direitos e os direitos dos outros. Ser assertivo significa não aceitar menos do que você merece, não ceder àquilo que o desvia de seu propósito, não permitir o que fere seus princípios. A assertividade nos permite seguir o caminho que escolhemos, exercendo nossos valores e fazendo as escolhas que são relevan-

tes para nós. Isso é muito importante, pois muitas vezes é preciso dizer não ao que não é importante ou bate de frente com nosso propósito.

É preciso ter fé Uma coisa que nos fortalece muito na vida é a espiritualidade. Independentemente da religião de cada um, acho que um fator comum a todas as pessoas que cultivam a espiritualidade é a crença de que a vida é uma experiência espiritual num corpo material. Crer nisso é fundamental, pois nos ajuda a compreender o porquê de certas coisas que nos acontecem, a tirar o devido aprendizado

Leila Navarro é palestrante motivacional há 20 anos. Top 5 na categoria “Palestrante” no Top of Mind de RH 2019. Autora de 16 livros, especialista em comportamento humano, influenciadora motivacional e atitudinal.


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