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TECNOLOGIA DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA IDENTIFICA QUALIDADE DE FIOS E TECIDOS
from REVISTA TÊXTIL 774
TECNOLOGIA DE RESSONÂNCIA
MAGNÉTICA IDENTIFICA QUALIDADE DE FIOS E TECIDOS
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Aressonância magnética nuclear (RMN) é sempre lembrada como uma tecnologia utilizada em diagnósticos médicos. Mas a tecnologia já comprovou sua eficácia na agricultura, na indústria de alimentos e agora, também, na indústria têxtil, para o controle do processo da produção de fios dos tecidos sintéticos como poliéster, polipropileno, poliamida, acrílico, entre outros. É o que tem demonstrado a startup FIT (Fine Instrument Technology), que desenvolveu o equipamento de Ressonância Magnética SpecFit, em parceria com a Embrapa Instrumentação ( São Carlos, SP) O aparelho é capaz de analisar os fios utilizados nos tecidos em 60 segundos, sem gerar resíduos, uma vez que não utiliza produtos químicos, e sem a destruição da amostra.
Os fios utilizados nos tecidos sintéticos precisam ser hidratados com um óleo (um revestimento chamado spin finish) em várias etapas do processo de fabricação para controlar o atrito da fibra, tornar a fibra mais flexível e, ainda, reduzir a carga estática da fibra. Se a hidratação for excessiva, o custo de fabricação do fio aumenta e, além disso, a absorção da coloração do tecido fica prejudicada. Se for insuficiente, o atrito aumenta e o fio pode até quebrar. “A hidratação dos fios é essencial e deve ser precisa”, explica Silvia Azevedo, CEO da FIT. “Com a tecnologia de ressonância magnética conseguimos fazer a avaliação de forma rápida, dando ao fabricante a possibilidade de fazer todos os ajustes de processo necessários para garantir a qualidade dos fios, além de tecido ajudar na tomada de decisão quanto à liberação de um lote para venda dos fios ou para o recebimento destes pelos fabricantes de tecidos”, complementa.
Países da Europa têm sido o principal mercado de atuação da FIT para essa aplicação. No Brasil, apesar de já terem sido comprovados os benefícios e ganhos da adoção da tecnologia, os fabricantes ainda resistem a esta inovação. “Ainda não há uma cultura de análise do teor de óleo nos fios para controle do processo. Os fabricantes que fazem este controle, utilizam um método demorado que impossibilita monitorar e realizar o controle, contudo, certamente, poderia ser uma vantagem competitiva para os fabricantes nacionais”, ressalta Silvia Azevedo
A ressonância magnética tem vantagens sobre as técnicas tradicionais por fazer a análise em 60 segundos, sem uso de reagentes tóxicos e sem a necessidade de técnicos especializados. Os métodos tradicionais para estas análises são bem mais demorados e custosos e exigem uma estrutura laboratorial complexa, assim como mão de obra qualificada e, infelizmente, geram resíduos tóxicos”, avalia o diretor de tecnologia da FIT, Daniel Consalter. Ele lembra que a tecnologia é reconhecida por normas como a ISSO, AOCS e AOAC para outras medidas, o que comprova a precisão e acurácia da técnica. Além disso o equipamento requer pouca ou nenhuma preparação para o manuseio.