Revista touché! Fev 2011

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editorial

a Mônica Tozetto, editor .br om e.c uch ato editora@revist

touché!, um ano Essa é a edição de número 12 da touché! No fim de janeiro do ano passado, o primeiro número saía da gráfica forjado em uma porção de ideias à respeito do que uma boa publicação necessitaria para poder cair no gosto de seus leitores. Foi um ano de aprendizado e boas surpresas. Nesse tempo a touché! conquistou leitores, ampliou seus colaboradores e fez muitos amigos. Um ano de touché! já é história. Mas, e o futuro? Bem, temos muitas novidades

programadas para 2011. A começar pelos roteiros regionais que ajudaram a revista a se consolidar como uma publicação de lazer, com um quê de prestação de serviço. Novos perfis, mostrando o lado humano, sensível e pouco conhecido de várias personalidades de Jundiaí e região e a ampliação de matérias sobre qualidade de vida. Nosso site (www.revistatouche.com.br) que recebeu um número impressionante de visitas durante esse período também terá

novidades. Por isso temos falado que, se 12 edições da revista touché! trouxeram tanta energia positiva, o que farão outras 12? Esperamos que muito mais saúde para nossos leitores, boas ideias e o nosso compromisso em levar cada vez mais informação de qualidade, com serviço que de fato ajudam a tomar decisões para que nossa vida fique cada dia mais bacana. Abraços e que mais um ano seja permitido entre a gente.

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SITE

Acompanhe a touché! pelo site www.revistatouche.com.br e veja as dicas para aproveitar suas férias. Ainda nas páginas dos antigos exemplares, muitos artigos e outros assuntos. Acesse já!

Participe Comentários, críticas, elogios e outras sugestões são bem vindos. No site, acesse “Fale conosco” para dar sua palavra.

Distribuição Gratuita

expediente Produção: Laser Press Comunicação Integrada www.laserpress.net – 11 4587-6499 Diretor Executivo: André Luiz de Barros Leite Editora: Mônica Tozetto

Textos: Mônica Tozetto (MTB 33.120) Designer: Alexandra Torricelli Depto. Comercial: Carla Mulinari Tiragem: 6.000 exemplares


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Ana Tonelli: “Não me deixem sem trabalho!”

No dia 9 de janeiro de 2011, completou-se 52 anos que a radialista e vereadora Ana Vicentina Tonelli trabalha sem parar um único dia. Mulher arrojada e dinâmica, com determinação ferrenha, pede a Deus que, enquanto tiver vida e saúde, jamais fique sem trabalho.

Por Mônica Tozetto

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grande orgulho da vereadora. “Mamãe trabalhava nas casas, ajudando a servir a ceia”, conta. As conquistas vieram, mas com grandes sacrifícios. Criança, cuidava da casa, fazia o almoço e levava para o pai, com sua bicicleta. “Era preciso ajudar”, lembra. Por conta disso, estudou até o atual nono ano. Depois, com o auxílio de aulas particulares, fez supletivo. O curso superior não foi possível.

Os jovens deveriam começar a trabalhar cedo, aprender a levar a vida a sério

Maria Tonelli entrou em trabalho de parto em casa, e era lá mesmo que o bebê ia nascer. Uma complicação, porém, determinou que recorresse a uma cesárea. O marido, José Tonelli, estava desempregado. Muito fragilizada, deu entrada no hospital prometendo que seu pai pagaria a conta. A enfermeira, sensibilizada com seu estado, sugere que prometa ao Pai Celestial o nome Vicente para o bebê. Depois de horas de esforço, com o uso inclusive do recurso do fórceps, vinha ao mundo Ana Tonelli, que pela promessa, ganhou o Vicentina no meio. Machucada, a criança não se fez de rogada e sobreviveu. Sob o signo de Sagitário, o nascimento foi a primeira prova de sua determinação. Para enfrentar a vida que vinha pela frente, sua força fez a diferença. Ana nasceu numa família muito humilde. Carne e refrigerante, só aos domingos. Os pais compravam uma garrafa de cerveja e tomavam metade em cada refeição. À noite, era sem gelo. A mãe trabalhou além dos 60 anos como empregada doméstica e faxineira. Nas festas de Natal, ficavam sozinhos a menina e o pai,

O primeiro emprego Aos 14 anos, Ana começou a trabalhar numa loja de móveis. Lá fazia a folha de pagamentos, faturamento, serviço de bancos e de quebra, vendia móveis. Tinha que limpar a loja e, a cada dois dias, o banheiro. Aprendeu o valor de lidar com o público e da responsabilidade. “Sentava perto do dono e do

gerente. Não tinha tempo para brincadeiras”, conta ela. A vereadora acredita que teve uma excelente formação. “Os jovens deveriam começar a trabalhar cedo, aprender a levar a vida a sério”, enfatiza. Depois de quatro anos, foi admitida como secretária administrativa do Sindicato dos Metalúrgicos, cargo que ocupou durante 24 anos. Para ela, foi ali que nasceu sua vontade política. Se aprofundou nas leis de férias, fundo de garantia, PIS. “Gostei tanto que acabei decorando. As pessoas iam até lá e me procuravam para saber mais”, lembra. Um dos processos que mais a deixava feliz era a contagem da aposentadoria. Adorava ligar para as pessoas e informar que estavam aposentadas. “Lembro de um senhor que, dias depois, apareceu com uma caixa de bombons Garoto. Era minha obrigação fazer aquele trabalho, mas uma obrigação extremamente gratificantes. Era tão grande a confiança que Ana passava que começou a ser procurada também para aconselhamento. Certo dia, estava fazendo a homologação de um menor de idade e encontrou um erro. Sanado, o mon-

tante a ser recebido foi bem maior. Depois de um tempo, vem o garoto com um rolinho de dinheiro, dizendo que era a parte dela. “Claro que não aceitei, imagine”. Qual não foi sua surpresa quando o menino reapareceu, de braço engessado. “Dona Ana, meu braço “tá” coçando. Será que eu posso tirar o gesso?” A rádio Enquanto dizia os valores cabidos numa certa homologação, Ana notou que, ao invés de escutar, seu ouvinte olhava para ela atentamente. “Você nunca pensou em ser radialista? Tem um timbre de voz muito”. Surpresa, agradeceu e voltou ao trabalho. Chegando em casa, contou ao pai o ocorrido. Ele, por sua vez, comunicou que o Jornal de Jundiaí havia anunciado, naquele dia, uma vaga para locutor na Rádio Difusora. O assunto não saía da cabeça da vereadora. Ligou procurando pela vaga. Quem atendeu foi Hélio Luiz. “É pra você? Gostei da sua voz. Venha fazer um teste hoje”. Assim que chegou, já foi colocado um papel de propaganda das Casas Pernambucanas em suas mãos. Leu. “Perfeito. Você fará parte de um

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Entre surpresa e encantada, Ana conta a novidade para seu Archimedes, que era vereador e cuidava da farmácia dos metalúrgicos por meio período. “Ele estava cansado da vereança e queria encerrar a carreira”, conta ela. Ele pára o que está fazendo e questiona: “Você trabalha no Sindicato e vai sair por um partido de rico? Se quer ser candidata, tudo bem. Tem que ser pelo meu partido (MDB). Estou deixando a política e vou te apoiar”. Ligou para o presidente do partido da época, André Benassi, que foi até eles na mesma hora. Ana assinou a ficha do partido. Era candidata. A campanha Ana Tonelli não tinha nem experiência nem dinheiro. Apenas uma vontade tremenda. Diz que deve muito a André Benassi, que foi quem a orientou no início. Ele dizia que o vereador nunca deve prometer nada, porque não faz, legisla. “Tem que dizer: represento a população, vou pedir para que seja feito”, lembra. Nada de dizer que vai asfaltar rua e sim que vai pedir pra asfaltar. Outra coisa: para ser eleito, tem que bater de porta em porta e fazer reu-

niões nas casas das pessoas. E assim foi. Trabalhava no Sindicato durante o dia e à noite, participava de comícios e fazia visitas. Era sempre a primeira a falar. Dava seu recado e depois descia até o público, distribuindo pessoalmente os santinhos. Uma de suas falas preferidas dizia que ela iria para a cozinha, faria aquela comida gostosa para a família, mas na hora da sessão,

Não perdi um dia de sessão e minha filha, pra me ajudar, nasceu na época do recesso

novo programa”, diz Hélio. Era o “Hora H da notícia”, que a vereadora apresenta até hoje, há 35 anos, ao lado de Roque Esportes, das 5 às 6 da manhã, de segunda a sexta-feira. “Meu pai tinha muito orgulho desse meu trabalho”, conta ela. A vida política Numa certa tarde de 1982, a mãe de Ana Tonelli liga para a filha. Revoltada, conta que pleiteava uma vaga para uma conhecida numa escola da cidade. Precisava ser à noite, porque a menina tinha que trabalhar. O diretor, porém, negou. Só tinha para o período da manhã. Ela que ficasse sem estudar. A então secretária do Sindicato dos Metalúrgicos saca do telefone e liga para a Delegacia de Ensino. Revoltada, explica que, se a criança quer estudar e não tem lugar, fica no canto da sala. Quando sobrar um espaço, ela senta. Mas tem que estudar. Depois do discurso, é convidada para uma reunião, naquela mesma noite. Surpresa: era um grupo da ARENA que pretendia escolher candidatos a vereador. Ana Tonelli era uma das indicadas.

tirava o avental e ia discutir os problemas da cidade. Ganhou com 1581 votos. A vereadora não acredita em discriminação. Sempre teve muitos votos masculinos. Até hoje chega a fazer campanhas em porta de fábricas, herança da época em que trabalhava no Sindicato dos Metalúrgicos. Ana Tonelli está em seu sétimo

mandato. Foi eleita em 1982, 1988, 1996, 2000, 2004 e 2008. Em 1992 saiu como vice-prefeita ao lado de Clemente. Perderam. Depois, como deputada estadual. Também não deu. Foi duas vezes presidente da Câmara – 2000 e 2005. A primeira mulher a ocupar a cadeira. Não pensa em abandonar a vida política. Adora o que faz e está na Câmara mesmo em épocas de recesso. Como segunda vereadora mais antiga em atividade, ficou muitos anos como única mulher na edilidade. Com orgulho, afirma que sempre teve apoio dos companheiros. “Sempre fui muito respeitada em reuniões e projetos, até falando mais alto quando necessário”, conta. Durona, mantém constantemente uma postura firme. Mostrar fraqueza não é com ela. Afirma que gostaria muito de sair como candidata a deputada estadual, mas para isso é preciso o apoio da máquina. “Sem apoio e sem dinheiro, esquece, não tem como se eleger”, diz. Casamento e maternidade O primeiro casamento durou pouco – de 1970 a 1975. Não trouxe filhos. O segundo, porém, che-


gou na hora certa. E, de acordo com Ana, foi amor à primeira vista. O ano era 1982, o mesmo que a elegeu vereadora. Dentro de sua Brasília amarela, parada numa vaga ilegal em Campinas, aguardando uma colega, foi surpreendida por uma piscadela. “Pensei: esse daí ainda é desse tempo?” Mas, o rapaz bom de lábia conseguiu sair com o número do telefone dela. Ana e Roberto conheceram-se no dia 1º de abril. Depois de algumas tentativas, ela cedeu e combinaram de se encontrar na antiga rodoviária. “Minha mãe fazia marcação cerrada”, conta. Na época, ela tinha entre 37 e 38 anos. A vereadora vestia uma saia de veludo cotelê, pra cima do joelho. O local escolhido para selar o relacionamento foi a saudosa Blue Lake. Neste dia, Ana conta que conversaram muito. Ela contou sobre a proposta de ser candidata. Ele disse: “Vai que eu te apoio”. E até hoje, ele mantém essa parceria. Quando as sessões eram à noite, ele ficava até o final. “Lembro que nosso maior público era de um lado o Roberto e do outro a Maria Rita (na época

noiva do prefeito da cidade, Miguel Haddad). Por essas e outras, ela acredita em amor à primeira vista. “Nossa convivência sempre foi maravilhosa”, comemora. Como se não bastassem todas as surpresas que caíram em seu colo, já com 40 anos Ana descobriuse grávida. Ana Maria nasceu no dia 19 de dezembro de 1985. A gestação foi muito tranquila e bem acolhida entre seus pares. “Não perdi um dia de sessão e minha filha, pra me ajudar, nasceu na época do recesso”, lembra. Para ela, a vinda de uma criança foi a bênção que faltava. Mãe aos 41, continuou em sua luta, unindo os vários papéis. “Quando a gente gosta do que faz, vai em frente”, enfatiza. Da vida, Ana pede saúde. Do que faltou, cursar Direito. “Sempre me interessei pelas Leis Trabalhistas, mas não deu”. Os pais nunca souberam desse sonho. Não queria entristecê-los. Já adulta, trabalho, marido e filha impediu de ir adiante no projeto. Não lamenta. “Fazer o quê, não deu”. Do futuro, continuar trabalhando, ajudando as pessoas. “Nasci pra isso”.

Ela no poder Apesar de não ter votado na presidente eleita, Dilma Roussef, Ana Tonelli aposta em seu trabalho. Acredita que, quando se ocupa esse tipo de papel, o Partido deve ser esquecido no trato com os demais. “Não ajudei e não votei para Dilma, mas é uma alegria muito grande ter uma mulher na presidência”, fala. Em se pensando que a mulher, não muito tempo atrás, era considerada retardada, sem direito ao voto, chegar à presidência é uma grande vitória. Pelo fato de acreditar que a mulher pensa com a razão e a sensibilidade, Dilma tem tudo pra fazer um bom governo. “A mulher luta até o final, é muito determinada”, avalia. Além disso, esse governo deverá ser encarado com grande responsabilidade. Afinal, se Dilma não for bem, será difícil colocarmos outra figura feminina no posto. “Mas ela está empenhada, vi isso em seu pronunciamento de posse”, diz. Ana espera que a nova presidente pense bastante nos aposentados e pensionistas, a fim de que tenham uma vida melhor. “Não que precise se aposentar cedo, mas aposentar bem, com tranquilidade e recursos para uma vida confortável”, analisa. Afinal, para a vereadora, a mulher tem a capacidade de carregar um filho no colo e outro na barriga, mexer o arroz e, com os pés, ninar um terceiro que está no carrinho. “E Dilma me parece esse tipo de mulher”.

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( ensino )

Pós graduação da ESEF vai discutir comunicação aplicada ao esporte A Escola Superior de Educação Física de Jundiaí vai incluir nesse ano o curso de Comunicação Aplicada ao Esporte em sua grade de pós-graduação. A proposta surgiu diante do cenário esportivo do País, que deve receber nessa década nada menos que dois dos maiores

eventos do planeta: Olimpíadas e Copa do Mundo. Além disso, milhares de outros eventos na área devem ganhar visibilidade com o mundo inteiro acompanhando os passos do Brasil nos próximos anos. “É um cenário onde os profissionais deverão ter habilidades para não só conduzir os espetáculos como também entenderem de que forma podem ser mais bem divulgados”, explica o prof.Dr. Fernando Balbino, diretor da Esef. Segundo ele, o curso também deve interessar a profissionais da comunicação. “Num raciocínio inverso, profissionais da comunicação como jornalistas, relações públi-

cas ou mesmo pessoas ligadas ao marketing poderão conhecer melhor as engrenagens do setor esportivo e também darem mais qualidade para suas atuações”, continua Balbino. Pós Alem do curso Comunicação Aplicada ao Esporte, a ESEF oferece outros sete cursos (veja quadro). Todos com duração de 18 meses (360 horas), com aulas aos finais de semana. Para saber mais basta acessar www.esef.br.

Veja os cursos oferecidos na grade de

pós-graduação

9 Educação Física Escolar 9 Dança 9 Treinamento Resistido 9 Administração e Marketing Esportivo 9 Handebol 9 Tênis de Campo 9 Comunicação Aplicada ao Esporte 9 Ginástica Laboral e Qualidade de Vida

Desmistificando a Bolsa de Valores

Por que investir

Não eram poucos os investidores, principalmente os mais conservadores, que ficavam arrepiados quando o assunto era Bolsa de Valores. Esse terror, no entanto, vem caindo por terra, principalmente porque fundos de renda fixa e poupança não vêm apresentando rentabilidades agradáveis. Em 2010, para se ter uma ideia, a tradicional caderneta de poupança mostrou ser o pior rendimento do ano e 2011 não deve ser muito melhor. Um dos maiores mitos que afastam os potenciais investidores da bolsa

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é a crença de que seja necessário o dispêndio de um grande capital. Na verdade, isso vai depender muito do preço da ação que se quer comprar. Dependendo a empresa, a partir de R$ 100,00 já dá pra começar. Encarar a bolsa como “jogo” é outro mito. Investir com prudência e orientação ajuda na obtenção de lucros maiores que o mercado de renda fixa. E o agente de investimentos vai trabalhar de acordo com o perfil do investimento, dando suporte e garantindo um ingresso saudável e promissor nesta aventu-

ra. Afinal, quando não se olha dos lados, até mesmo atravessar a rua pode ser fatal. Tempo livre também não é primordial. A tarefa de acompanhar os rendimentos é outro papel do agente de investimentos, que fornecerá as informações do mercado e indicações, todos os dias. Com quem investir A Itrade Investimento é um agente autônomo credenciado na Link Trade, maior corretora de BM&F e considerada a melhor corretora na categoria desempenho

pela Infomoney no ano de 2010. É licenciada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão regulador do mercado de ações. Agende uma visita em nosso escritório ou mesmo em sua residência. Teremos o maior prazer em ir até você para apresentar diversas opções de investimentos para maximizar seus lucros em 2011. Av. Comandante Videlmo Munhoz, 279 - Anhangabaú Jundiaí - SP - Fones: (11) 2449.0608 / 2449.0613 Por Marcio Pinto Francisco

Ações são títulos lastreados em empresas que defendem o investidor de surtos inflacionários; O Brasil encontra-se bem colocado no ranking investment grade, com queda significativa do risco de investir nas suas empresas; z O Brasil tende a crescer anualmente 5% nos próximos anos e as empresas listadas na bolsa irão refletir em lucros esse crescimento; z É possível viver de dividendos aplicando em ações; z A Bolsa atualmente tem produtos para qualquer bolso, com investimentos competitivos a partir de R$ 100,00; z As aplicações hoje em dia são transparentes, rápidas e rigidamente fiscalizadas pela CVM e pelo Banco Central; z O Brasil é o destino preferido da maior parte dos investidores estrangeiros; z As empresas listadas na bolsa irão se beneficiar dos investimentos de infraestrutura vinculados aos jogos Olímpicos de 2016 e a Copa do Mundo de 2014. z z


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( destino )

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Parque Hopi Hari com Alice e seus

ersonagens Por Mônica Tozetto

Alice e seus amigos aguardam abrir as catracas

O portão ainda não abriu, mas a “troupe” de Alice, do lado de dentro do parque, já está a postos. Os personagens interagem com o público, deixando crianças e adultos excitados. Quando as catracas são liberadas, a correria para fotos é geral. Nesse momento, todos esquecem a idade imposta pelo RG e se postam ao lado da Rainha de Copas, Chapeleiro Maluco, Flamingo. Ah, e não podemos esquecer do irmão da Alice. Como assim? Ela não tem irmão! Ah, mas no Hopi Hari tem e ele veio conhecer o País mais Divertido do Mundo.

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Dudu ao lado dos personagens mágicos

Eduardo Robadel, o Dudu, que faz parte da equipe de conteúdo do Parque – responsável pela criação e execução dos eventos – conta que até chegar aos olhos do público, a atração percorre um longo processo. Para se criar a ideia, são usadas referências de filmes e tendências. Muita pesquisa está envolvida neste desenvolvimento, inclusive através da internet, orkuts e twitters. “Temos uma comunidade do Hopi Hari no Orkut com 145 mil membros. Eles inclusive vêm ao parque para dar sugestões do que gostariam de ver”, conta Dudu. Cada preparação leva cerca de três meses. No início, envolve uma equipe de 200 pessoas, entre figurinistas, maquiadores, contratação de artistas etc. Depois, esse número se mantém em cerca de 80 pessoas. Alguns profissionais são do parque e outros, de agências contratadas. “Boa parte do elenco de Alice é de São Paulo”, explica ele. O Parque exibe atrações o ano todo. Além do Hopi Verão – com Alice – há o Hopi Night, voltado para o público adolescente, composto por balada temática e muitos efeitos. O carro chefe é a Hora do Horror. Há ainda as Férias Mágicas e o Hopi Niver, que celebra o aniversário do parque. Há para todos os gostos, sempre com temáticas diferentes, dependendo do público. “Para saber o que o público está buscando, participamos de feiras nacionais e internacionais”, ressalta Dudu.

Durante o dia, o público é surpreendido com os personagens passeando de bicicleta motorizada

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Alice no Hopi A menina já foi sucesso no verão passado. Este ano, ela volta com nova fórmula. Com ela, vem o irmão e outros personagens, como Flamingo, que, na história, joga críquete com a rainha. A lebre e o coelho apresentam nova versão: bonecos fofinhos. Da outra vez eram atores caracterizados. O gato, que vem desmontado no

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contexto do tema, chega inteiro. “Trabalhamos a referência de Disney e Tim Burton”, fala Dudu. Durante o dia, os personagens realizam alguns “pocket shows” musicais, onde param para fotos e autógrafos. Às 17h30 e 18h15 são realizadas duas Paradas Encantadas, com carros tematizados e todo o elenco do

parque. Os carros param e os artistas cantam ao vivo, junto ao corpo de balé. “O momento é mágico. Há um grande encantamento por parte do público”, diz Dudu. No final, todos são convidados a fazerem parte da parada. “É o formato da Disney, mas com o jeito Hopi Hari e a alma brasileira”, conclui ele.


Momento de encantamento

Atração

Alice no país mais divertido do mundo Até 20 de março Consulte dias e horários de funcionamento

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www.hopihari.com.br

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Repaginado, site da Laser Press é para fãs da comunicação A agência de comunicação Laser Press, cujo braço editorial edita a revista touché!, colocou no ar no início de janeiro o seu site repaginado. Com muito mais informações, divisões claras e quase sem efeitos, o projeto, assinado pelo departamento de mídias digitais, busca um público não só de potenciais clientes como também de pessoas interessadas na área de comunicação, estudantes e profissionais. “Informação é um bem que precisa ser distribuído de forma igualitária. Vivemos um período parecido com a renascença, onde as trevas da Idade Média deram lugar às manifestações culturais de longo alcance”, explica André Barros, diretor de Novas Contas da Laser Press. Segundo ele, mídias onde poucas pessoas decidem o que um grande número de consumidores devem ler, ver ou ouvir estão com os dias contados. “Vi-

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vemos um momento onde muitos falam para poucos, contrário do mundo onde poucos falavam para muitos. A internet implodiu o poder dos editores e deu voz a um número ilimitado de pessoas que antes apenas podiam ver a tudo de forma passiva”. Alem de informações sobre os produtos da agência, áreas para novidades e discussões sobre o avanço da comunicação, o novo site foi feito com a opção de poucos recursos animados. “É uma tendência”, explica Barros. De acordo com o diretor, efeitos que antes eram as grandes estrelas dos sites, com aberturas rebuscadas, movimentos, cores e sons deram lugar a uma linguagem muito mais minimalista, direta e leve. “É um site sem frescuras, mas com muita informação e dados que de fato importam para quem está atrás de informações sobre comunicação”.


Sob medida para cada paladar, as cozinhas são entregues completas,incluindo pedras e acompanhamento nas obras.

Cozinha do sonho Cozinha, área gourmet, serviços, banheiro. Na New Kitchen o cliente não precisa se preocupar com nada. O conceito da loja, de acordo com seu proprietário, o designer Maurício Moreno, não é oferecer armários planejados e sim, um espaço integrado, unindo armários, acessórios e eletrodomésticos. Com um serviço de consultoria, a New Kitchen faz orientações, inclusive, na obra. Escolhe e acompanha a instalação das pedras também. “Procuramos oferecer itens diferenciados e planejar, para cada cliente, um local que se adéqüe às suas necessidades, preferências e gostos. Nosso objetivo é que ele não precise se preocupar com nada”, explica Maurício. Apesar de ser especializada em cozinha, área gourmet, serviço e banheiros, a New Kitchen dá consultoria e planeja outros cômodos, como quarto e home theater.

A “menina dos olhos” da New Kitchen, a linha de churrasqueiras americanas Char-broil, exclusividade da loja. O designer Maurício Moreno garante: a loja é única na cidade.

Serviço

Av. Nove de Julho, 1997 - Jundiaí-SP newkitchen@nkitchen.com.br Fone: 11 3963-7137 * Cel: 11 7803-4483 Organizadores e uma linha especial de madeira podem fazer parte do seu espaço

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As torneiras dão um toque charmoso aos projetos oferecidos pela loja

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( biodiversidade)

Insetos ganham livro virtual Depois de ler o livro “Insetos: uma aventura pela biodiversidade”, você vai pensar duas vezes antes de pisar raivosamente numa barata. Produzido pela Fundação Oswaldo Cruz, o exemplar, disponível na Internet foi escrito em comemoração ao Ano Internacional da Biodiversidade, celebrado em 2010. De acordo com uma das autoras, a bióloga Jane Costa (veja Box), o projeto pretende ser educativo e de longo alcance. “Toda uma equipe de cientistas experientes e jovens pesquisadores entrou no desenvol-

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vimento do livro, que foi baseado em observações apuradas”, explicou ela. O tema “insetos” foi escolhido pelo fato dos bichinhos serem um grupo dominante no planeta. “É a melhor opção para explicar a biodiversidade em todos os ambientes”, ensina Jane. Além disso, possuem adaptações interessantes, diferentes formas de locomoção e habitat. Mesmo as baratas, hoje consideradas pragas, são essenciais ao equilíbrio da biodiversidade. “Elas tornaram-se pragas porque precisaram se adaptar a um meio artificial, desenvolvido pelo homem”, disse a bióloga.

Na natureza, elas comem folhas e servem de alimentos para outros animais. “Procuramos desmistificar os insetos, que são maravilhosos e muito úteis quando inseridos em seu habitat”, ressaltou. Layout Pelo trabalho ser basicamente voltado a estudantes de Ensino Médio e professores, o layout colorido e dinâmico foi uma das preocupações. Todas as páginas são diferentes e vibrantes. De acordo com a bióloga, a Entomologia é uma das ciências mais antigas da humanidade e, como os adolescentes, é colorida, instigante e dinâmica. A linguagem é precisa e despojada, com uma abordagem leve para elucidar questões complexas. O capítulo “Pulgas” é um dos mais interessantes. O inseto já foi responsável por dizimar milhões de pessoas no mundo todo, caso da peste bubônica, por exemplo. Por outro lado, promovem entretenimento em histórias em quadrinhos, por exemplo. São famosas as pulgas adestradas que se apresentam em circos pela Europa. Para seus hospedeiros – cães e gatos – tra-

zem dermatites alérgicas e parasitoses. O capítulo que fala sobre moscas traz informações curiosas e relevantes, diminuindo um pouco nossa antipatia por esse inseto irritante, que passeia pelos nossos doces e enfeitam nossos churrascos. Depois de ler o livro todo – é muito divertido – e se apaixonar pelos bichinhos, é possível iniciar e manter uma coleção de insetos. E, se você não souber algum tema, consulte o glossário e descubra que as Ninfas de fato habitam os bosques. Na verdade, são apenas indivíduos em fase jovem. ÁFRICA O livro traz uma ordem nova, descoberta em 2002, na África do Sul. A coleção está presente no Museu de História Natural de Washington e pode ser o elo perdido entre o Louva Deus e o Bicho Pau.


Jane Costa A bióloga Jane Costa é pesquisadora titular da Fundação Oswaldo Cruz. Tem doutorado pelo Instituto Oswaldo Cruz e pósdoutorado pelo Centers for Desease Control and Prevention (EUA). Atua na área de Entomologia e coleções científicas há mais de 30 anos. Realizou curso de gerenciamento e modernização de acervos científicos no National Museum of Natural History – Smithsonian Institution (EUA). É Curadora da Coleção Entomológica do Instituto Oswaldo Cruz e chefe do Laboratório de Biodiversidade Entomológica. Publicou mais de cinquenta trabalhos na área de entomologia médica e entomologia geral.

LEIA O LIVRO http://www.ioc.fiocruz.br/livroinsetos/

OS INSETOS

BIODIVERSIDADE

O número de espécies descritas fica perto de 1 milhão. Estimativas apontam a existência entre 2,5 e 10 milhões. Para a espécie humana, os insetos são essenciais à produção de alimentos como o mel. Um terço das colheitas de todo o mundo dependem de insetos polinizadores. De acordo com o livro, o “ser humano não pode viver sem os insetos, mas os insetos podem viver sem os seres humanos”.

A palavra BIODIVERSIDADE significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens. Sua conservação é vital para o desenvolvimento adequado dos seres. Alguns fatores, porém, estão ameaçando esse sistema, como o aumento populacional, poluição, perda de habitats entre outros. A ONU escolheu 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade.

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Nas prateleiras

Novas cores nas unhas Rasteirinha, Musa, Picolé e Bikini são as novas cores de esmaltes oferecidas pela Avon. A coleção Delicinhas da Estação acompanham as tendências do verão. Os produtos prometem longa duração, secagem rápida e cobertura uniforme e brilhante. O diferencial é um pincel maior, que facilita a aplicação e não deixa a cor desbotar nem descascar. Valor: R$ 2,60 cada. Procure sua revendedora ou: 0800-708-2866 / Loja Virtual: www.avon.com.br / www.folhetoavon.com.br / www.colortrend.com.br

Efeito refrescante Para ajudar a driblar os dias e noites quentes do verão, a Avon lançou o batom Ultra Color Rich Cool Bliss, com FPS 15. A formulação deixa uma sensação de lábios gelados, com sabor de hortelã. A hidratação é de longa duração, cobertura uniforme e aplicação cremosa. São cinco cores: Rosa, Vinho, Vermelho, Néctar e Nude. Valor sugerido: R$ 17,00. Procure sua revendedora ou: 0800-7082866 / Loja Virtual: www.avon.com.br / www.folhetoavon.com.br / www.maquiagemavon.com.br

Mais jovem Ativos naturais como colágeno, extrato ginkgo biloba e isoflavonas da proteína da soja é a fórmula do novo creme da Scraiber. Os ingredientes prometem atenuar os sinais do envelhecimento, proporcionando firmeza e elasticidade à pele. Preço médio: R$ 21,00. Para adquirir: www.schraiber.com.br / 0800 12 4522

PARA ELES

Loção com filtro solar Pensando na pele masculina, a Adcos oferece a Loção Pós-Barba com Filtro Solar FPS 18. O produto possui textura leve, não oleoso e de rápida absorção, que pode ser aplicado em todo rosto e pescoço. Além disso, minimiza irritações e previne o aparecimento de pelos encravados, ressecamento e envelhecimento precoce. A empresa possui outras opções na linha Adcos for men. Valor: R$ 68,00. Para comprar: SAC: 0800 722 1123 / www.adcos.com.br

Para os baixinhos Em edição limitada, a Natura Naturé relança o Lalalá Shampoo e Bambambã Condicionador. Os produtos são testados dermato e oftalmologicamente. Além disso, formam filme protetor contra a ação do cloro e evitam o ressecamento, deixando os cabelos hidratados, macios e fáceis de pentear. Rua Engenheiro Monlevade, esquina com a Avenida União dos Ferroviários, Centro - Jundiaí. Telefone: (11) 4587.0649

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( turismo )

Sabores de Viagem I

As lembranças de uma boa viagem ficam marcadas em nossa memória... paisagens, cheiros, sons e sabores resultam numa deliciosa composição sempre presente em nossas recordações . Qual foi o melhor jantar de sua vida? A melhor sobremesa? Chocolate? Sanduíche? Batatinha frita? Acarajé? Unir as delícias da boa mesa com o prazer de viajar é perfeito. Cada país e região tem na culinária um reflexo do ambiente, tradições, de seu refinamento ou rusticidade, enfim, de sua própria Cultura. BRASIL - Nas dimensões continentais, de Norte a Sul, Leste a Oeste, o que vemos e comemos vem de caldeirões antigos, ervas e temperos locais e outros que atravessaram Oceanos. Vejam o que se cozinha no Brasil: São Paulo: Cozinha gourmet? Japonesa, italiana, francesa, vietnamita? É aqui mesmo! São Paulo é a grande mesa servida aos brasileiros e estrangeiros que nos visitam cada vez mais... Cozinha italiana de primeiríssima como a do Fasano; japonesa como Jun Sakamoto; bacalhau no Antiquarius; são o atrativo comestível da capital. Mas a comida simples também tem vez no polpettone, nas pizzas variadas, no churrasquinho no pão. E as casas de carnes? Com fama internacional temos o Fogo de Chão, Rodeio, Rubayat, Vento Aragano... delícias fartas e de qualidade. Rio de Janeiro: Os bares e botecos frequentados por garotas de Ipanema e meninos do Rio tem seus campeões de paladar: empa-

dinhas que desmancham na boca, caldinho de feijão no ponto, sanduíches naturais servidos de frente para o mar. A música de fundo tem Cartola, Zeca Pagodinho, Paulinho da Viola e tantos outros. Santa Catarina: marreco recheado e repolho roxo do Vale do Itajaí se rivalizam com as cidadezinhas da Alemanha. O chopp, kassler e eisbein poderiam estar nas mesas da Floresta Negra, mas aqui nos trópicos pegam o turista pelo estômago. Bahia: Moqueca de peixe com dendê e leite de côco, vatapá, sarapatel, bobó de camarão, a Bahia come com sotaque africano! Para delícias assim, o Varal da Dadá ou O Trapiche da Adelaide (cardápio assinado por Luciano Boseggia), ambos em Salvador. O vatapá está nas ruas, apimentado ou não, deixando turistas satisfeitos. NO MUNDO: Como diz Olivier Anquier, comer bem é comer com emoção! Misturando-se aos nativos e frequentando seus bares e restaurantes, experimentando e observando, você pode descobrir sabores fantásticos. Veja onde: França: Impossível falar de comida sem começar pela França. Cozinha elaborada e sofisticada, seus sabores chegam (acredite!) aos bistrôs mais populares: steak au poivre, confit de pato, beef bourguignone, crepes, são degustados em Paris e no interior. Se estiver na Borgonha não deixe de provar as “quenelles”, espécie de bolinho fofíssimo à base de peixe servido com molho-creme de lagosta. O vinho? Pode ser o da casa,

acompanhado da excelente água mineral . Argentina: Argentina lembra “carne”. Uma das melhores do mundo, macia e suculenta, você encontra em Puerto Madero, antigas docas restauradas com imensa variedade de restaurantes e churrascarias. Uma melhor que a outra, entre elas a Cabaña Las Lilas e La Caballeriza. Entre as sobremesas mais populares estão os “alfajores”, o biscoito suave, coberto de chocolate (ou açúcar) recheado de doce de leite... ideal para acompanhar o café expresso cheiroso do meio da manhã ! México: a pintora Frida Khalo, admiradora da cozinha de seu país, adorava os tacos de feijão. Aliás, o feijão, milho, cebola e carne de porco se transformam em deliciosa comida mexicana. A pimenta ? É sevida à parte, de acordo com o seu paladar. Entre as iguarias exóticas estão os tamales (espécie de pamonha salgada), mole poblano (molho escuro à base de chocolate) e a incrível sopa de huitlacoche (um delicioso fungo do milho verde...). Para os aventureiros e corajosos há a bebida dos “machos”: o mezcal, um destilado fortíssimo que vem com um gordo bigato dentro da garrafa! É isso mesmo, um gordo bigato. Espanha: Nem só de paella vive a culinária espanhola... a vanguarda gastronômica do país é respeitável: o queridinho das panelas, Ferrán Adriá vive meio que encastelado em seu restaurante El Bulli e o chef Santi Santamaria, o todopoderoso do “El Racó de Can Fabes”, está em Sant Celoni, perto de Bar-

celona. Deliciosos são: o presunto “Pata Negra” autêntico jamón ibérico, e os leitões do El Botín (o restaurante mais antigo da Europa, em Madrid, favorito do rei Juan Carlos e da Rainha Sophia). Vinhos, azeites de oliva extra virgem, açafrão, se encontram em toda a Espanha. Quer simplificar? Visite a sessão gourmet do “El Corte Ingles” e saia com a cestinha cheia... Turquia: Quer melhor que um belo carneiro? uma cremosa beringela? O premiado restaurante ASITANE após pesquisas nos livros de receitas do Palácio de Topkapi serve hoje alguns pratos que foram servidos nas bodas do filho do sultão Suleimã, o Magnífico em 1532... é comida com História! Comer e viajar, é só começar... Uma maneira deliciosa de aprender sobre povos, costumes e tradições, principalmente se a paisagem ajudar: um bistrô em Paris, um café de calçada em Barcelona, um boteco no Rio, a rua em Salvador, o mundo!

Rosa Massoti Realizando sonhos pelo mundo

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viver bem

Recomeçar é preciso: não fique apenas contando as primaveras! Como cavalheiros da Idade Média, ao final de mais um ano de batalhas paramos para recompor forças. A armadura, mais ou menos avariada devido aos embates do ano, precisa de consertos e polimentos. Corpos tensos devido aos embates precisam relaxar. Cavalos e animais pedem descanso. Existe urgência em dar um tempo. O corpo clama por menos afazeres ou mudança de rotina. Afinal é o fim de um ciclo. Se máquinas fôssemos, circuitos precisariam de reparos. Talvez algum tempo, e somente o tempo, para recompor sentimentos, cansaços físicos e mentais. Vale brindar o fato de se ter chegado. Comemorar o percurso! O tempo! O finito tempo. Sabemos que há certa finitude em tudo. Temos necessidade de delimitar ciclos. Precisamos estabelecer temporalidade aos acontecimentos. De alguma forma nossas estruturas se organizam conforme contamos o tempo. Existe um relógio biológico em cada ser. A natureza é mais florida em determinadas estações e parece que se recolhe em outras. Da exuberância conhecida das árvores que rebentam em quantidade de flores acima do comum, na cidade de São Paulo, especialistas atribuem ao estresse e a poluição. De alguma maneira as árvores descobrem que seus ciclos serão menores devido ao estresse gerado pela cidade grande. Por terem menos tempo não poupam esforços em toda plenitude que lhes é possível. Dão tudo o que podem. E isto é lindo. Finitude! Precisamos levar a sério o fato de que nossas prima-

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veras são limitadas. Para a maioria dos adultos o início do ano causa certo espanto pelo transcorrer desenfreado da existência. Poetas escreveram que a vida é um “momento emprestado”. Recomeçar! Como tudo tem um tempo, um novo ano começa. Somos os mesmos, evidentemente, cada qual com sua trajetória, cada qual com sua história de vida. É o recomeço. Alguns diriam ano novo, vida nova! Bordão, expressão de sentimentos que nos inundam referentes aos ciclos da vida! O Homem, nas mais diferentes culturas de todas as épocas, sempre demarcou seu próprio tempo. Estão livres disto as crianças! Para elas o atropelo do tempo parece não exercer qualquer domínio ou fascínio. Por ainda não terem esta consciência vivem intensamente cada momento. Qual estado de espírito nos toma a cada início de um novo ano? Vontade de viver novos desafios? Resignação? Indife-

rença? Apreensão quanto às dificuldades? Desânimo? Felicidade devido a conquistas tangíveis e intangíveis? Coragem? Medo? Pois avalie a predominância dos teus sentimentos e subtraia as experiências que lhe foram possíveis até este cruzamento em que nos encontramos. Aproveite o início de mais uma jornada para pensar sobre a vida, a sua vida. Mais um ano se foi! Aproveite a viagem. Todo caminho deve levar a algum lugar da mesma forma que toda história tem um começo e um fim. A existência é única e por isso nossos dias devem ser vividos com a máxima intensidade a que temos direito e que nos seja possível. Vida Plena! Amor, alegria e satisfação! Como uma música que muda nosso estado de espírito, a palavra certa funciona como chave que abre determinados baús de sentimentos. É possível escolher ou reforçar sentimentos que queremos.

Dia destes, em conversa com um bom amigo e mestre, o mesmo me disse que a vida lhe transcorreu muito rápido, como um piscar de olhos e, quando se deu conta estava com idade avançada. Conhecendo-o há mais de 30 anos sei que não desperdiçou experiências. Que foi positivo com o que a vida lhe deu ou que lhe roubou. Perceba que apesar da loucura de nossas vidas e do mundo que vivemos, se avaliarmos as batalhas que travamos, os desafios que enfrentamos, entre conquistas e derrotas sempre valeu a pena. Desejo a você um bom recomeço! Muita força e novos desafios. Antes de partir, muito temos por fazer. Muitos mundos por conhecer. Viva instantes e primaveras.

Fernando Balbino Graduado em Educação Física pela UNESP de Rio Claro, mestre em Filosofia da Educação pela UNIMEP, doutor em Ciências Sociais pela PUC de São Paulo. viverbem@revistatouche.com.br


tecnologia

Envelhecimento precoce Quando a web surgiu, ter um endereço de email era tão raro quanto sofisticado. Você podia sentir os olhares constrangidos quando alguém dizia que não, não tinha um endereço de email. Popularizados e gratuitos, os emails banalizaram-se e na verdade, envelheceram a ponto de as novas gerações darem muito pouca importância a eles. Veio uma nova, os blogs. Parecia que aqueles sites com postagens comandariam o mun-

do digital. Mais uma vez, estar fora, dizer que não, não tinha um blog era motivo de vergonha. Mas eis que os blogs parecem também terem caído no esquecimento. Conforme o relatório da Pew Internet, desde 2006, quando os blogs iniciaram sua meteórica carreira, até o presente momento, pelo menos metade daqueles lançados deixaram de funcionar. Na mesma velocidade caiu o interesse pelas postagem neste tipo de mídia.

Mas, para onde foi todo esse tráfego? As pessoas perderam o interesse na internet? Naturalmente essa é uma pergunta retórica. Novos espaços ocupam agora o coração e mente dos navegadores. O Facebook atingiu impressionantes 500 milhões de usuários. O twitter vale algo em torno de U$ 4 bilhões e continua a crescer. Seria insano afirmar que emails ou blogs não possuem uma responsabilidade direta

pelos novos fenômenos midiáticos. Precursores em transformar o privado em público, a mania por manifestar pensamentos, dar detalhes da vida pessoal, piadas, links são frutos da geração nascida sobre emails e crescida na selva de blogs. Facebook, twitter também passarão? Difícil dizer. Porém o mundo digital parece não respeitar leis que funcionam tão bem no mundo físico. Tenha o tamanho que tiver, as novidades vivem enquanto tal. A maldição é que não basta manter a inovação. À medida que surge uma nova mídia, uma nova forma de se comunicar, a migração tem início, inflando o novo e condenando ao esquecimento formas consagradas. Envelhecimento precoce num mundo que não pára de se renovar.

André Barros tem vários emails, já tentou criar blogs e atualmente mantém-se instável no twitter e Facebook. tecnologia@revistatouche.com.br

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taste

LOURAÇA

BRASIL

Nenhuma bebida tem mais a cara do brasileiro que uma cerveja pilsen. A caipirinha é uma de nossas invenções, mas fica distante quando falamos na predileção nacional. A “louraça”, como costuma ser chamada por muitos, bem que podia substituir Kátia Flávia na música de Fausto Fawcett: “é uma louraça belzebu, provocante / louraça Lúcifer, gostosona / uma louraça Satanás, gostosona e provocante”. A cerveja pilsen é o próprio sabor do Brasil. Mesmo sendo ideal para o clima quente, em nosso meio é consumida em qualquer época e de todas as formas possíveis. É uma verdadeira gostosona e provocante que o brasileiro resolveu combinar com tudo. Por definição, cerveja é uma variedade de bebida alcoólica produzida pela fermentação de cereais e outras fontes vegetais, sendo conhecida desde 4.000 a.C., quando era consumida pelos sumérios, egípcios e mesopotâmios. A cerveja pilsen é classificada como Lager, sendo o tipo mais comum e mais consumida no mundo. O armazenamento em baixas temperaturas aumenta a quantidade de dióxido de carbono, além de ampliar o clareamento. Existem dúvidas quanto sua origem. Alguns acreditam que a pilsen surgiu na Alemanha, enquanto outros atribuem seu aparecimento à região de Pils, República Checa (1842). Tem como principal característica a coloração clara, de tonalidade

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dourada brilhante, produzida pelo processo de fermentação profunda. Outro aspecto importante é o baixo teor alcoólico, algo entre 3 e 5%. No Brasil, o consumo de cerveja pilsen corresponde a 98% do mercado, divididos entre as quatro grandes cervejarias (AB InBev – AnBev e AnheuserBusch, Schincariol, Cervejaria Petrópolis e Heineken Brasil), e diversas outras menores (Baden Baden, Backer, Saint Bier, Devassa, Belco, Bamberg, Therezópolis Gold, Eisenbahn, entre outras). Para o brasileiro, marcas como Brahma, Antártica, Skol, Bohemia e Original são sinônimo de diversão, entretenimento, boa conversa e amizade. É importante observar que as cervejas devem ser guarda-

das em pé e consumidas jovens, no máximo em três meses. Apesar da preferência popular pelo produto bem gelado, as características da bebida são melhores avaliadas entre 4 e 7 graus; se conservada abaixo de 3 graus perde muito do seu aroma e sabor. Quando uma cerveja tem o selo de Premium significa que ela é a melhor do portfólio daquela cervejaria, não servindo como comparação com cervejas de outras fábricas. No Brasil a cerveja tem que ter no mínimo 20% de malte de cevada, enquanto que em alguns países da Europa esse teor é de 50%. A maioria das pilsens brasileiras é do tipo Standard American Lager (clara, leve, de aroma discreto), porém existem diversos outros tipos, com carac-

terísticas próprias. As mais comuns são: Pilsner Urquell pilsen original, a primeira do mundo (pura, sem conservantes ou estabilizantes); Bohemian Pilsener - feita na Republica Checa (densa, cremosa e dourada); German Pilsner – “irmã” da Bohemian, porém produzida na Alemanha (leve, seca, clara e de sabor amargo); Premium American Lager - geralmente disponíveis em garrafas verdes (bom corpo e excelente aroma). Seja de uma grande cervejaria ou de um pequeno produtor, geladíssima ou na temperatura certa, a cerveja é uma unanimidade nacional. O sabor das quatro estações, que combina com a alma brasileira, qualquer que seja o estilo do consumidor. Parafraseando a música de Fawcett, é a louraça Brasil, gostosona e provocante, bem ao gosto de cada freguês. Um Exocet!

Godofrêdo Sampaio Médico, escritor e aficionado por vinhos, charutos e boa mesa. Membro e ex-presidente da Academia Jundiaiense de Letras.

bonvivant@revistatouche.com.br




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