revista Touché Julho/2010

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editorial

a Mônica Tozetto, editor .br om e.c uch ato ist editora@rev

A importância DA ESCOLHA Caros amigos. Sim, já os considero meus amigos, agora que nosso relacionamento está completando seis meses. E, acreditem, essa amizade está me trazendo imensa alegria, quase como uma redescoberta. Mas, feitas as devidas confissões, vamos à touché! de julho. Fiquei um pouco amedrontada com a reação de meu público quando decidimos publicar as propostas dos candidatos da nossa região. Esse não era nosso objetivo inicial. Optamos, no começo, em manter a política longe das páginas da revista. Mas

o tempo amadurece os pensamentos e este mês a touché! circula com as bandeiras de alguns deles. Topamos esse desafio por acreditarmos na liberdade da escolha de todos nós e também, no direito deles de se mostrarem. Como disse nosso entrevistado desse mês, o candidato a deputado federal pelo PT, Gerson Sartori, em todas as atividades existem o joio e o trigo. E, para podermos decidir por este ou aquele, é necessário conhecer, analisar e também participar. Por isso, a tribuna está aberta.

Esse mês trazemos também uma reportagem especial sobre a cidade de Socorro, onde nossa repórter, Luciana Sanfins, conheceu o turismo de aventura. O mais legal disso tudo é que algumas atividades são adaptadas para pessoas portadoras de deficiência. Um exemplo de dedicação e oportunidades a todos. Finalmente, mais uma vez, quero agradecer o constante apoio e as palavras de carinho que venho recebendo de um público leitor cada vez mais presente em nossas páginas. Touché!

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no SITE ORGÂNICOS Não se engane: para um produto ser considerado orgânico, é preciso seguir algumas regras.

DESAFIO TOUCHÉ! No Espaço Agir, as meninas continuam firmes e fortes no propósito de emagrecer, apesar dos desafios.

ITÁLIA Acompanhe o roteiro completo da viagem enogastronômica para a Itália.

SOCORRO Veja no site opções da gastronomia de Socorro: um jantar caipira inusitado e tilápia ao molho de manga . Conheça também a Gruta do Anjo e outras atrações. Não perca o vídeo das aventuras da nossa jornalista, Luciana Sanfins.

Comentários, críticas, elogios e outras sugestões são bem vindos. No site, acesse “Fale conosco” para dar sua palavra.

Distribuição Gratuita

expediente Produção: Laser Press Comunicação Integrada www.laserpress.net – 11 4587-6499 Diretor Executivo: André Luiz de Barros Leite Editora: Mônica Tozetto

CARTAS DO LEITOR

Textos: Mônica Tozetto (MTB 33.120) e Luciana Sanfins (MTB 57.245) Designer: Alexandra Torricelli Depto. Comercial: Carla Mulinari Impressão: Rip Editores - (19) 2121.7188 Tiragem: 6.000 exemplares


gente

É PRECISO SABER de que lado se está Por Mônica Tozetto

Dia de jogo da seleção. O candidato a deputado federal pelo PT, Gerson Sartori, chega para a entrevista vestindo a camiseta do Brasil. Entra cantando o jingle que preparou para mostrar suas propostas à população. Alegre, bem humorado, o ex-vereador faz o estilo bonachão. Mas que ninguém se engane: se for preciso, também radicaliza. Tanto na política como em casa, onde não admite mentiras. Cercado de mulheres – duas filhas, esposa, gata e cachorras – já viu de perto Rebeldes e Isa TKM pra agradar as meninas. Elas, por outro lado, sempre que podem acompanham o pai a estádios de futebol. Conheça um pouco da vida de Sartori e saiba como suas ideias foram sendo construídas.

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OS PRIMEIROS ANOS “Nasci em Jundiaí, no Hospital São Vicente de Paulo. Desde os meus 27 anos morei na Colônia. Aos sete, perdi meu pai, o que acredito ter sido um dos períodos mais difíceis da minha vida. Até a oitava série, estudei na Escola Barão de Jundiaí, na Colônia. Depois, Ana Paes e Economia, no Anchieta, que não cheguei a terminar. Recentemente, concluí o curso de Recursos Humanos. Com 14 anos já trabalhava, através da guardinha, num escritório de contabilidade. Em seguida, fui pra Kanebo e Van Melle, onde sou funcionário até hoje, licenciado por conta de ser dirigente sindical”. A LEMBRANÇA DO PAI “Lembro muito dele, porque, como ele estava doente, passava bastante tempo em casa. Meu pai me levava até o Largo São José e comprava pastel de carne com fanta, que eu adorava. Quando ele estava disposto, íamos de ônibus até Itatiba pra tomar sorvete “Skibon”. São detalhes que ficaram na minha me-

mória. De conselhos, não me recordo muita coisa, porque era pequeno. Mas ele dizia pra gente estudar muito, pra ser alguma coisa na vida”.

De dirigente sindical para entrar na vida política foi um pulo. Aliás, sempre gostei de estar nesse meio, organizar um time do futebol, estar no centro cívico da escola ou participar da ADC das empresas.

A PERDA “Com a perda do meu pai, começou uma questão de responsabilidade na minha vida. No dia em que o caixão estava seguindo para o enterro, já me falavam que eu, a partir daquele momento, era o homem da família. Então, com sete anos me davam uma responsabilidade

que não era pra eu ter. Foi uma carga muito grande e acredito que devemos ter cuidado com esse tipo de fardo que colocamos nos ombros de quem ainda não está preparado para determinadas tarefas.” O PAPEL DA MÃE “Dizem quem as mulheres tem dupla jornada. A dela era tripla. Merendeira aposentada, foi uma referência. Criou eu e meu irmão (cinco anos mais novo), mostrando que a união era essencial. Nunca foi de ficar reclamando. Ela batalhava e não deixava transparecer as dificuldades. Sempre nos falou da importância de ter responsabilidade e jamais admitiu mentira dentro de casa. Até hoje ela nos dá conselhos e se tiver que chamar nossa atenção, não pensa duas vezes. Na sua simplicidade, tem uma grande vivência e experiência, o que nos ajuda muito, eu e meu irmão, Márcio”. A RELAÇÃO COM O IRMÃO “Nós somos muito mais que irmãos. Somos amigos de verdade. Convivemos intensamente eu, ele

e meu pai. Quando meu pai morreu, Márcio tinha dois anos e ficou doente. Mas esse tempo foi muito rico em nossa relação”. AS BRINCADEIRAS DA INFÂNCIA “Brinquei muito! Toda a família da minha mãe morava na mesma rua, na Colônia. Eu, meu irmão e meus primos brincávamos de taco, pega-pega. Joguei muito futebol. E minha nona fazia grandes festas de São João” O DIRIGENTE SINDICAL “Em 1991, era supervisor da área de tella (Frutella) na Van Melle, a maior turma da empresa. Tinha uma relação muito boa com meu pessoal, de grande respeito. Tudo aquilo que fosse justo eu ajudava a reivindicar. Uma das minhas funcionárias, Isaura, observando esse tipo de relacionamento, me convidou para integrar a chapa do Sindicato dos Alimentícios. Havia um grupo que queria renovar. Isaura já era diretora (é até hoje). Acabei aceitando e ganhamos. No outro mandato já fui eleito presidente, cargo que ocu-

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pei por duas vezes, além de ter sido diretor da CUT.” NASCE O POLÍTICO “De dirigente sindical para entrar na vida política foi um pulo. Aliás, sempre gostei de estar nesse meio, organizar um time do futebol, estar no centro cívico da escola ou participar da ADC das empresas. Certo dia, uma diretora do sindicato, a Nice, me falou do PT. Eu já pensava em ingressar em algum partido. Marquei uma reunião com Mauro Menuchi, que acabou não indo porque seu filho estava pra nascer. Conversei com o Tacão. Ambos do Sindicato dos Bancários. Minha questão partidária começou ali, com esse pessoal, um grupo muito atuante, onde aprendi muita coisa. Depois disso, fui candidato a vice-prefeito, prefeito e vereador, cargo que cumpri mandato”. É PRECISO SOMAR ESFORÇOS “Meu estilo político é de negociador. Acho que o diálogo é sempre a maneira mais fácil de resolver as questões. Claro que, quando é preciso radicalizar, por um motivo ou outro, a gente também radicaliza. Mas dialogar, compor, trazer as pessoas para o seu lado é mais frutífero. Precisamos somar esforços. À medida que avançamos nesse sentido, conseguimos mais apoio para defender uma ideia ou projeto”. O VALOR DO PARTIDO “Uma vez, ouvi de José Genoíno (deputado federal pelo PT), uma pessoa que respeito e tenho enorme relação, que podemos sentar e conversar com

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todo mundo, mas precisamos saber o lado da mesa que estamos. Por isso, defendo os ideais do partido que faço parte, mas convencer outras pessoas também é um ideal enorme. Porque, quando no Legislativo, precisamos ter a maioria dos votos para aprovar um projeto. E isso só somando esforços, através das conversas. E muitas vezes, a pessoa do outro lado também pode ter uma ideia muito melhor que a sua. Ter compreensão e humildade para aceitar isso também é importante. Se é para prevalecer só uma opinião, então é melhor nem sair de casa. O APOIO DA COMPANHEIRA “A Adriana (esposa) foi minha primeira namorada. Antes disso, era só paquerador. Estamos juntos desde 1992. Temos, é claro, como todo casal, algumas discussões. Afinal, casamento a gente sabe, um lado sempre tem que ceder. Mas nunca nenhum dos dois foi pra casa da mãe. Sempre que brigamos, procuramos resolver no mesmo dia, dormir em paz. Optamos pelo diálogo, o que tem fortalecido cada vez mais nossa relação. Se eu saio de casa brigado, seja com ela ou com as meninas, o dia fica complicado”. GERSON, O PAI “Temos a Isabela, com 15 anos e a Roberta, com 10. Sou rodeado de mulheres. Além delas e a Adriana, temos as cachorras Dona e Penélope e a gata, Ágata. Então, não é fácil. Mesmo assim, procuro sempre envolvê-las no meu dia a dia.

Em época de campanha, elas estão sempre comigo e sabem tudo que acontece. Conversamos bastante, aconselho muito. Como minha mãe, não admito mentira em casa. Se mentir dentro de casa, imagine o que vai fazer fora. Sempre

Fazer campanha é uma coisa que eu gosto. Claro, tem toda aquela coisa da ansiedade e tensão. Mas faço tudo com alegria. A vida política me deixa feliz. Tem muita gente que fala que quando ganhar na sena vai parar de fazer o que faz. Eu não.

que podemos vamos a estádios de futebol. Cheguei a assistir Rebeldes com a mais velha, no Morumbi e, recentemente, ISA TKM, que eu nem sabia o que era. A fase atual é de buscar Isabela em festas, de madrugada. É duro, mas é a fase. Esse é outro conselho que eu dou pra elas: não pular fase, cumprir todas”. O CANDIDATO “Fazer campanha é uma coisa que eu gosto. Claro, tem toda aquela coisa da ansiedade e tensão. Mas faço tudo com alegria. A vida política me deixa feliz. Tem muita gente que fala que quando ganhar na sena vai parar de fazer o que faz. Eu não. Eu continuaria fazendo política e ainda com mais tranquilidade. Essa é a vida que escolhi. É muito importante construir re-

lações, defender ideias e objetivos. Encontrar saídas para os dilemas. A questão do relacionamento me atrai, a articulação. O desafio de convencer outras pessoas, agentes políticos e até a sociedade, para vencer uma barreira”. A BANDEIRA PARA DEPUTADO FEDERAL “Acredito que vivemos o apagão da mão de obra. Temos vagas e não temos indivíduos qualificados para preenchê-las. Por isso, pretendo trabalhar para trazer à região o CEFEPS, um núcleo de cursos técnicos do governo federal. Penso também numa universidade pública, mas tenho convicção que essa formação rápida pode suprir o que nossa região necessita. Não podemos esquecer também de temas como a segurança e saúde. Enfim, tenho certeza, que, com a articulação que possuo dentro do Partido, será possível trazer para cá muitas iniciativas. E é isso que vou buscar fazer com muito afinco”. RECADO PARA OS NOSSOS LEITORES “Em primeiro lugar, acho muito legal estar falando com os leitores da touché!. Sei também que não é todo mundo que gosta de falar sobre política, o que fizemos um pouco aqui. Mas isso é importante e, como qualquer atividade, há o joio e o trigo. É preciso analisar e participar, mesmo que minimamente, entender o que acontece com a sociedade. E quero dizer também que vale a pena a gente fazer na vida aquilo que gosta, ao lado das pessoas que acreditamos”.


turismo Vista do mirante do Cristo

FOTOS: LUCIANA SANFINS E IVENS DIAZ

SOCORRO:

um destino, muitas aventuras FOTO: DIVULGAÇÃO

Por Luciana Sanfins

Caminhos sinuosos, cercados pelo verde da Serra da Mantiqueira e banhados pelo Rio do Peixe, levam à cidade de Socorro, no interior de São Paulo. A hospitalidade generosa recebe turistas que buscam os mais diversos roteiros: Ecoturismo, Turismo Rural, de Aventura e Social. Seu grande diferencial está ligado à acessibilidade, pois grande parte de seus espaços são adaptados para receber pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. O município integra o Circuito das Águas Paulistas, pois seu solo possui substâncias químicas que torna a sua água mineral. A economia local é baseada na agricultura, malharias e turismo. Passear pelos Corredores Turísticos é poder apreciar constantemente o céu azul, as montanhas e o gado que pasta calmamente nos sítios e fazendas da cidade.

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Passeios para todos Casarão de 1892

Espaços adaptados Socorro oferece opções de roteiros para todas as idades e gostos, inclusive para portadores de necessidades especiais e pessoas com dificuldade de locomoção. A cidade é pioneira em acessibilidade e turismo de aventura. Seguindo as medidas previstas na legislação, mantém vagas específicas em estacionamentos, piso tátil, placas de localização em alto relevo e braile, entre outros. Todos os destinos têm em comum o contato com a natureza e a hospitalidade do interior. O Parque do Horto Municipal é aberto ao público diariamente e adaptado para receber portadores de necessidades especiais. Um jardim sensorial permite que pessoas com dificuldades de visão possam se

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locomover guiadas pelo piso tátil. Ainda é possível conhecer a variedade de plantas do jardim, sentindo o toque e o perfume de cada uma delas, além de identificá-las pelos nomes, através de placas informativas em alto relevo e braile. O playground permite que crianças cadeirantes utilizem alguns brinquedos com segurança, pois balanças e gira-gira também são adaptados. Pintura em tecido, artigos de crochê e artesanato em madeira estão entre os produtos apresentados pelos artesãos socorrenses na feira de artesanato que acontece todo o final de semana. O Parque fica na Avenida Antônio S. Cunha Bueno. As mais de 400 malharias em funcionamento na cidade re-

fletem uma tradição secular. Especialmente no inverno, turistas lotam os corredores da Feira Permanente de Malhas, que reúne mais de 50 lojas, a maioria fabricante local. O Moda Shopping também é uma das opções para compra de diversos tipos de malhas, no atacado ou varejo. Ambos estão localizados na Avenida Antônio S. Cunha Bueno. O mirante do Cristo Redentor é outro ponto turístico de Socorro. Erguido em 1986, permite uma visão panorâmica da cidade: de um lado está o Estado de São Paulo e, do outro, Minas Gerais. O céu azul parece estar mais próximo e o verde das montanhas predomina. Possui lanchonete, playground e sanitários. Fica próximo ao Portal Lyons e a entrada é franca. As ruas do centro de So-

corro fazem parte do roteiro do Turismo Histórico, são estreitas e decoradas por coloridas casas antigas. Cada uma delas está devidamente identificada com a data de sua construção. O casarão cor de rosa do Largo da Matriz, datado de 1892, ainda hoje hospeda um membro da família que o construiu. Alcindo de Oliveira Santos Júnior, o único morador da casa, viveu grande parte da sua vida em São Paulo, mas atualmente pode ser visto com maior frequência em Socorro. Após uma reforma no telhado do casarão, o artista decidiu reaproveitar as telhas antigas, aplicar imagens religiosas e comercializá-las como artesanato. O Largo ainda abriga a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que dá nome a cidade.

Parque do Horto Municipal e abaixo, Feira Permanente de Malhas


Adrenalina no interior O município é um dos principais pólos de turismo de aventura do Brasil, com diversos parques, operadoras e agências receptivas. Quem visita a cidade pode escolher entre 24 diferentes atividades de aventura em água, terra ou ar, sendo 15 delas adaptadas a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Uma das atividades mais praticadas é o rafting, que se aproveita das corredeiras naturais do Rio do Peixe. Tirolesa, arvorismo, rapel, eco boat, acqua ride, canoagem, quadriciclo, cavalgada também estão entre as modalidades mais pedidas. O Parque Ecológico do Monjolinho fica no Corredor Turístico Rio do Peixe, oferece opções de aventura e hospedagem. O proprietário Sebastião Ginghini e a cachorrinha “Vamp” são uns dos responsáveis pela hospitalidade no local. O local possui sete hectares de área verde e trilhas que colocam o visitante em contato direto com a natureza. Rafting no Monjolinho

Um voo sob o Rio do Peixe

Márcia em mais uma aventura

O Parque dos Sonhos está entre os mais visitados nos roteiros de aventura. Encravado aos pés das montanhas no Corredor Turístico Rio do Peixe, além das muitas opções de atividades e hospedagem (inclusive para cães guia), possui cachoeiras e trilhas no meio da mata. O circuito de tirolesas é a melhor opção para quem deseja sentir fortes emoções. A subida até um dos pontos mais altos do Parque é feita a bordo de um 4x4. O trajeto tem início na tirolesa do Pânico, com um quilômetro de extensão, na divisa de Socorro (SP) e Bueno Brandão (MG). A novidade neste trecho do circuito é a tirolesa voadora, onde os mais corajosos podem “voar” sob o Rio do Peixe, com um equipamento diferenciado, de barriga para baixo e com os braços abertos. De olhos abertos pode-se conferir a beleza do verde da região e as corredeiras do rio. A sensação é única e a vontade de repetir a dose é certa. Na sequência, a tirolesa do Espanto leva o aventureiro a um percurso de 400 metros de extensão, agora na modalidade tradicional. Antes de chegar ao ponto final, há ainda mais uma descida pela tirolesa do Calafrio, com 200 metros de comprimento. Márcia Aparecida Botacim, de 32 anos, há cinco encara o turismo de aventura em Socorro. Cadeirante, ela diz que alguns equipamentos foram adaptados para atender deficientes e pessoas com mobilidade reduzida. “Não tenho medo, me sinto segura quanto estou lá em cima”, afirma. Confira o depoimento da aventureira no site www.revistatouche.com.br.

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Culinária com sabor de fazenda Para começar bem o dia, nada melhor do que um tradicional café caipira. Aromas, gostos e lembranças do tempo de nossos avós se tornam presentes. O Rancho Pompeia, instalado em uma tradicional casa de

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colonos do ano de 1928, oferece uma mesa farta e deliciosa. Tudo rodeado por uma paisagem verde de encher os olhos. O fogão a lenha tem lugar de destaque na cozinha e ampara caldeirões com milho verde

cozido, canjica e mandioca. Nas mesas antigas, leite fresco, pães caseiros, bolos, biscoitos, doces, queijos, geleias, antepastos. O aroma do café “de coador” se espalha pelo local. Tudo feito ali mesmo, pelas mãos da proprie-

tária Márcia Menegheli e suas companheiras. A geleia de jabuticaba, o queijo mineiro com orégano e o pão com tomate seco são irresistíveis. “Ovos mexidos e outros pedidos são atendidos e preparados na hora”, comenta Márcia. O local conta ainda com um empório, que comercializa todos os produtos oferecidos no café, além de mel, pimentas, cachaças, licores, doces de leite, cocadas, frutas e hortaliças produzidas no próprio sítio. Segundo o proprietário Flávio Menegheli, a intenção do Rancho Pompeia é fazer com que os visitantes sintam-se em um ambiente típico de fazenda. Passeios a cavalo e ordenha de vacas também são boas opções para famílias e crianças. O Rancho Pompeia, que faz parte do roteiro de Turismo Rural da região, fica no Corredor Turístico Pompeia. Mais informações pelo telefone (19) 3895-1426. Saiba mais no site da revista: www.revistatouche.com.br.


Cachaça da boa e orgânica Quem visita a região não pode deixar de provar as cachaças e licores orgânicos do Alambique Pioneira, no Corredor Turístico Pereiras. Considerada a primeira cachaça orgânica do Estado de São Paulo e a terceira do país, os produtos são certificados nacional e internacionalmente pelo Instituto Biodinâmico - IBD. De acordo com Wellen Mazzolini de Lima, uma das administradoras da empresa familiar, a busca por um produto que os diferenciassem da concorrên-

cia foi um dos principais motivos para aderirem a produção artesanal, ou orgânica. “Tudo é reaproveitado. O bagaço serve de combustível para a caldeira. O caldo é utilizado para fazer melado, rapadura e açúcar mascavo. A cinza volta para o solo como adubo”, explica. Hoje, a Pioneira tem produtos espalhados pelo Brasil e exportados para os Estados Unidos, como a Canelinha, que lá fora recebe o nome de Ciranda e é consumida no café da manhã pelos americanos com a intenção de esquen-

tar as manhãs mais frias. É impossível não provar os licores de frutas, de leite, as branquinhas e a Canelinha. A rapadura é o melhor sabor entre os doces. Alguns empórios em Jundiaí já recebem os produtos orgânicos da Pioneira. Mais informações pelo telefone (19) 3855-2647. Conheça um pouco mais sobre os produtos orgânicos no site da revista touché! www.revistatouche.com.br.

Acordar ao canto das maritacas Os chalés do Refúgio das Maritacas, localizado no Parque Ecológico do Monjolinho, são simples, aconchegantes e parcialmente adaptados para receber cadeirantes. Lareira e café da manhã na porta são apenas alguns dos atrativos. Os destaques ficam para o cheiro de mato ao anoitecer, o verde e os pássaros que recebem os hóspedes todas as manhãs, em especial, as maritacas.

No site

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Confira no site mais dicas de culinária, hospedagem, aventuras e vídeos exclusivos. Saiba também como chegar até Socorro. touché! 11


Ary Fossen com a esposa Marialice, os filhos, genro, noras e netos: “família e amigos são os tesouros mais simples e mais valiosos de um homem”

Simplicidade proporciona

GRANDES FEITOS Por Ary Fossen* Simplicidade é uma das palavras que aprendi o significado deste garoto. Filho do ferroviário Arderico Fossen e da costureira dona Gioconda Maria Callegaro, tive a oportunidade de desfrutar de uma infância bucólica de acordo com os recursos financeiros dos meus pais. No entanto, a situação permitiu ter

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os dois maiores tesouros que uma pessoa pode almejar: amor familiar e amigos. E estas conquistas foram com base em uma educação simples que me inspirou em investir no conhecimento para mim e depois para muitos outros jovens. Quando lembro as dificuldades financeiras enfrentadas por meus pais, a reação não é de frustração. É de reconhecimento

pelo o que fizeram com sacrifício em proporcionar de maneira simples e digna a educação dos filhos e desta forma nos preparar para a realidade da vida. Optei em ter objetivos sem esquecer da simplicidade. Encontrei na ação social uma oportunidade de manter os fundamentos familiares e ainda somar força entre a comunidade, iniciativa privada e Poder Público.

Em uma rápida reflexão pelos valores de antigamente e os atuais, não acredito que a simplicidade foi colocada de lado. Da mesma maneira constituemse famílias, filhos nascem, nos dão orgulho, crescem e seguem, em muitos momentos, reflexos do que deixamos para eles. A saúde que herdam, bem como a educação, além da segurança em estarem protegidos, refletem a


semente que plantamos e a maneira de como cuidamos para germinarem. Participar da construção proporciona um universo complexo. Quando estendemos esta preocupação para fora do lar, a complexidade é ampliada e a responsabilidade torna-se uma companheira da simplicidade. Ambas em minha vida sempre caminharam lado a lado. O público tem a necessidade de ações concretas e rápidas e sem nomenclaturas complicadas que dificultam, além do entendimento, até mesmo a pronúncia. Este ensinamento, que aprendi observando a atenção dos meus pais comigo e com meus irmãos, levei para o meu casamento com Marialice e na educação dos meus filhos, Maurício, Marcelo e

Josele. Com este ensaio tão bem orquestrado que Deus me proporcionou, a dádiva de ser pai, ampliei pelos cargos que ocupei associado à profissão de Economista graduada pela Universidade Católica de Campinas (PUC). Realizações com o pensamento simplista fazem parte de discursos que soam demagogos quando não se há fundamentos nas realizações. A vida profissional é uma maneira de observar e aprender sobre necessidades e investir em capacitações. A vinda, por exemplo, do “Sesão” - Serviço Social da Indústria para Jundiaí foi uma das primeiras realizações em benefício de muitos jovens. Uma ideia simples em seu objetivo, educar, e complexa na elaboração estrutural que proporcionou educação e tornou-se referência dentro de uma cidade que estava em franco crescimento. Com o passar dos anos e na constante interação pública, muito me alegrou o crescimento prático em outras áreas na cidade de Jundiaí. Os conjuntos habitacionais populares ganharam uma nova identidade. Deram espaço como o Morada das Vinhas, Vista Alegre,

Fazenda Grande, entre outros projetos que proporcionaram dignidade por intermédio de projetos simples de conformidade com os investimentos do município e parcerias com os governos Federal e Estadual. E entre as necessidades da cidade com a implantação de escolas municipais, fornecimento de merendas, música (do Projeto Guri), me permito ficar contente com o investimento para a terceira idade. Auxílio para quem começa a vida e para quem agora descansa os longos anos vividos. No período que estive a frente como prefeito de Jundiaí, administrei projetos como o Centro de Referência do Idoso, Condomínio do Idoso, Pronto Socorro do Idoso e a Creche do Idoso. São três iniciativas que rendem ótimos frutos para esta comunidade que merece todo o nosso respeito. Desfrutam de instalações modernas, simples e longe de modestas pelo carinho que foram planejados em sua concepção. Ações práticas fazem a diferença e Jundiaí é exemplo claro disso. Ainda há o que ser feito e trabalho exige dedicação, bons exemplos sem perder a simplicidade. O progresso é uma consequência, mas precisa ter fundamentos sólidos para se sustentar.

(*) Ary Fossen é economista e foi deputado estadual por duas vezes, além de ex-prefeito da cidade de Jundiaí (2005 a 2008) touché! 13


saúde

Conheça alguns detalhes dessa produção artesanal, saudável e comprometida com a natureza e a sociedade

PRODUTOS ORGÂNICOS: qualidade de vida e meio ambiente O consumo de produtos orgânicos tem aumentado nos últimos anos e esse hábito reflete uma nova filosofia de vida: alimentação mais saudável e comprometida com questões ambientais e sociais. Mas algumas pessoas ainda têm uma visão equivocada de como esses produtos são cultivados e de todos

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os fatores que envolvem essa produção. Carlos André Amorim Souza, um dos proprietários do delivery de produtos orgânicos Vida do Campo, explica que todo o processo é estritamente artesanal, não sendo empregados adubos sintéticos, pesticidas, herbicidas ou fungicidas tóxicos.

“Quem produz alimentos orgânicos utiliza, por exemplo, adubos orgânicos, terra livre de contaminação, sementes não transgênicas e água potável”, comenta. No caso dos horti-frutis, trata-se de um tipo de agricultura que preserva o ecossistema do local, respeitando os ciclos e atividades biológicas do solo.

Marisa Bronzatti, sócia do delivery, acrescenta que a qualidade de vida do homem no campo também é preservada neste tipo de produção. “Os orgânicos contemplam as boas condições de vida, como a não utilização de trabalho escravo e infantil, entre outras exigências”, afirma.


Outra característica é a oferta de produtos de acordo com a época de colheita. Por isso, alguns itens podem estar indisponíveis em determinados meses do ano. “As frutas ou legumes não são tão robustos e uniformes, mas são muito mais saborosos e saudáveis do que os convencionais”, comenta ela. Ovos, carne de frango e de boi requerem ainda mais cuidados, pois a alimentação dos animais e os tratamentos médicos também influenciam no produto final. Em alguns casos, por exemplo, são tratados apenas com medicamentos naturais, como a homeopatia. Assim, quando o consumidor adquire um produto orgânico, também colabora para um im-

portante sistema de produção, com etapas que não são visíveis no produto final, mas que fazem a diferença, como: Onde foi cultivado, que cuidados foram tomados para evitar a degradação do solo, reutilização dos resíduos, bem como os cuidados tomados durante o uso de agrotóxicos com relação à contaminação do ambiente, dos produtos e dos manipuladores; Observar os direitos dos trabalhadores baseados em leis trabalhistas, saúde e segurança no trabalho; Assegurar a saúde e higiene dos trabalhadores, a qualidade da água, os cuidados com a área de produção e com os procedimentos de colheita e pós-colheita.

Todos os produtores de orgânicos precisam de uma certificação, que pode ser emitida por vários órgãos certificadores, com base na legislação federal sobre orgânicos. O delivery Vida do Campo possui parcerias com fornecedores espalhados por todo o país, inclusive na região de Jundiaí. “A papinha orgânica para bebês é nosso carro chefe e representa uma mudança de conceito, pois as pessoas já começam a associar alimentação saudável a praticidade”, comenta Marisa. Para conhecer a ampla linha de produtos oferecidos basta acessar www.vidadocampo.com.br. As listas de produtos disponíveis são enviadas semanalmente.

serviço Vida do Campo Orgânicos e Naturais (11) 7347-7577 e (11) 9839-9116 contato@vidadocampo.com.br www.vidadocampo.com.br

sociais

A Rua do Retiro ganhou mais uma loja feminina, a Bella Paco. São peças modernas, num estilo clássico, repaginado, para todas as idades. Há opções masculinas também. Na foto, as proprietárias Fabiana Pedrassi e Sílvia Baqueta.

O cabeleireiro Paulo Freitas, coiffure star da L’oreal Paris, inovou mais uma vez. As premiadas foram suas clientes, que ganharam escova, maquiagem e um ensaio fotográfico. O resultado pode ser visto na exposição “Mulheres de Branco”, que acontece no dia 9 de agosto, no Multi Moda Center. O evento acontece em parceria com o fotógrafo John Jackson.

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viagem

Vá para a Itália em setembro E experimente um roteiro rico em vinhos e gastronomia toscanas Florença, ou Firenze, como é chamada pelos italianos, é uma das cidades mais belas do mundo. Capital da região da Toscana, é berço do renascimento. Espalhados pelos quatro cantos, obras de Michelângelo, Leonardo da Vinci, Giotto, Botticelli, Raphael e Donatello. Dizem que lá são tantos os trabalhos de arte, que é impossível conhecê-la e não chorar de emoção. Sem contar com as paisagens, deslumbrantes, como tem inclusive mostrado a novela da Rede Globo, Passione. É esse o cenário do Roteiro Enogastronômico proposto pela Escola Apicius, especializada em gastronomia. Com início no dia 8 de setembro, promete mostrar aos participantes que Flo-

rença também é famosa pela sua culinária. O primeiro passeio do grupo será ao Mercado Central de San Lorenzo. Fundado há 150 anos, exibe barracas de carne, peixes, frutas e legumes e outras delícias. Começa aí a introdução aos produtos típicos italianos, como salumes (frios), queijos, vinagres, azeites e vinhos. Ainda na cidade de Dante Alighieri, recantos de descoberta de tartufos (trufas), vinho e sorvetes. Para aprender os segredos da massa italiana, os alunos participarão de uma oficina com direito a jantar criado por eles. Outras oficinas estão previstas, como a da culinária regional. No roteiro, uma visita à Parma, para conhecer a produção do pro-

dução do Parmiggiano Reggiano e do presunto de Parma. Depois, um tour pelo local onde é produzido o Aceto Balsâmico di Modena. Um passeio em Volpaia revela segredos da produção de vinho, azeite e fermentações. Essa visita será finalizada com jantar acompanhado do excelentes vinhos. Em Pienza, localizada no Vale d’Orcia, os exploradores degustarão o mundialmente famoso queijo Pecorino, feito de leite de cabra. Nesse dia irão ainda a Montepulciano, onde será visitada a casa Salcheto, propriedade do Vinho Nobile di Montepulciano. Fechando com chave de ouro, um jantar harmonizado com as bebidas típicas. Os mistérios do azeite os alu-

nos aprendem em um workshop, que ensinará as diferenças regionais. A palestra será acompanhada de parte prática, com algumas receitas à base desse azeites de oliva extra-virgem, que faz tanta diferença nos pratos. O almoço produzido pelos alunos. Os alunos participarão ainda de um workshop sobre a arte do vinho e suas harmonizações. Todos os programas serão acompanhados pelos professores de gastronomia da universidade de Florença, APICIUS (WWW.apicius.it). Para descobrir ainda mais as belezas de Firenze, e das belíssismas cidades dos arredores, o roteiro inclui dois finais de semana livres. O passeio acontece nos meses de maio e setembro.

No site Para conhecer o roteiro completo e saber o que está incluído no passeio, acesse o site www.revistatouche.com.br ou solicite à florence@florenceuniversity.com.br

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moda

Usando as roupas

A SEU FAVOR

De repente, uma festa de última hora. Você abre as portas do seu guarda-roupa e, oh, mundo cruel, nada para vestir. Essa sensação não é exclusividade sua. Muitas mulheres - e homens também - ficam inseguros quando o assunto é moda ou, até mesmo, estilo. Às vezes, o closet está repleto de roupas caras, peças lindíssimas. Mas, ou elas não lhe caem bem ou você não sabe como montar um look legal. É aí que entra as mãos de fada da Personal Stylist. Liandra Mello, com formação em Negócios da Moda pela Universidade Anhembi Morumbi, afirma que vestir-se bem e sair de casa com a roupa certa, além de muitos elogios, podem desencadear boas surpresas. “Além, é claro, de uma grande dose de confiança e auto-estima”, fala ela. Para Liandra, o serviço de consultoria é um investimento. “Afinal, quanto você gastou comprando uma peça errada? E quanto pode economizar com-

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prando a certa?”, diz. É ver para crer. A mudança da sua imagem, através do olhar da Personal Stylist, vai acontecer em diversas etapas. A primeira delas será uma entrevista minuciosa, onde a personalidade será devastada. O que gosta de fazer, cores preferidas, estilo. O que não gosta também é importante. Nesta fase o biotipo será avaliado, a fim de escolher as peças que mais valorizarão certos aspectos. “Ter estilo não é vestir grifes ou ser vítima da moda, mas saber investir no visual, expressando o melhor da personalidade”, ensina Liandra. Depois de conhecer melhor seu cliente, Liandra parte para a auditoria do guarda-roupa. Essa etapa pode ser um pouco dolorida para algumas pessoas, mas extremamente necessária. “Muitas vezes, gostamos de um intem que definitivamente não nos cai cai bem. É preciso abrir mão, olhando para as novas pos-

sibilidades”, destaca. Na garimpagem do armário, deve ser dado adeus para algumas roupas, mesmo se ainda estiver com etiqueta. Algumas podem ser reformadas. Nesse caso, a própria Liandra se encarrega de marcar as mudanças necessárias e encaminhar para uma costureira de sua confiança. E - acredite, Deus existe alguns modelitos ficarão, sim senhor. Afinal, você não pode ter errado em TODAS as compras. Pelo crivo de Liandra passam também os acessórios, bolsas e sapatos. Pronto. Tudo organizado, limpo e arrumado. Agora, a ordem é a montagem dos looks, que serão fotografados. Enquanto constroi cada estilo - trabalho, festa, lazer - Liandra vai ensinando e mostrando o motivo de cada combinação. O que será valorizado e o que será disfarçado. Afinal, você não precisa se preocupar em ter um corpo de modelo. Deixe esse estresse

para elas, que ganham para isso. “É preciso aprender a destacar aquilo que nos foi generosamente ofertado”, brinca a Personal. Juntamente com o estilo das roupas, Liandra vai ensinar algumas técnicas simples de maquiagem, que qualquer um pode fazer. As cores que valorizam os vários tons de pele serão discutidos. O melhor corte de cabelo, coloração, enfim, o conjunto da obra. “O objetivo do meu trabalho, sempre, é valorizar os pontos fortes, deixando a imagem tinindo”. Ao final desse trabalho, você ganha um CD com todas as combinações. As peças que faltaram virão numa lista de itens para compras futuras. Assim, o guarda roupa vai sendo reabastecido de maneira organizada e consciente. “O espantoso, para muitos, é que com apenas uma peça, consegue-se montar três ou quatro looks. É a compra certa, na cor certa”, enfatiza. Depois de um árduo proces-


manutenção”, diz ela. Daí, é mais rápido e o preço, menor. Liandra oferece também um serviço de compras mensal, acompanhando a cliente na “difícil” tarefa de adquirir novas peças. Para os meninos O serviço de Personal Stylist não é restrito às mulheres. Homens que desejam estar sempre bem vestidos também podem dar esse passo e surpreender. Liandra oferece consultoria para políticos e empresas que desejam harmonizar sua equipe, ensinando as posturas adequadas, maquiagem e oferecendo uma palestra sobre a moda do dia-a-dia.

PROMOÇÃO LEITORES TOUCHÉ A revista Touché e a personal stylist Liandra Mello darão de presente a um leitor, ou leitora, uma total reformulação do seu guarda roupa. Para participar envie um e-mail para consultoriademoda@liandramello.com.br, com o assunto MODA e responda às perguntas: 1 - Com que roupa eu vou para um churrasco? 2 - Para a balada? 3 - Para uma reunião de negócios? Mas lembre-se: o seu novo visual será matéria na Touché!

serviço

so de desapego e aprendizado, vem a recompensa. Hora de comprar! De posse da lista, mãos à obra. Ops! A grana tá curta? Liandra pode acompanhar você num delicioso “bater pernas”, procurando fazer milagres com aquele valor. Ah, você prefere ir sozinha? Tudo bem. Ela indica algumas lojas que condizem com seu estilo. Você tem dinheiro e quer companhia? Falou com a pessoa certa. Especialista em compras de Varejo, a Personal vai direto no ponto. Você vai chegar em casa com as sacolas cheias e o que é melhor: de itens corretos. O trabalho Todo o processo - da entrevista até a elaboração dos looks - leva de 8 a 10 horas. Isso pode ser feito num dia ou dividido, conforme a necessidade de cada um. Nesse tempo, Liandra pretende mostrar que o menos é mais. Com técnicas e dicas básicas, podemos atingir o máximo da sofisticação. “É preciso ter em mente que exagero é ruim em qualquer estilo”, ensina. Nesse tempo passado junto à cliente, Liandra passa dicas que poderão ser seguidas pela vida toda. Para quem gostar desse processo - e parece difícil não gostar - há outras alternativas. O armário poderá ser repaginado a cada estação. “Fazemos uma

LIANDRA MELLO

Formada pela Universidade Anhembi Morumbi, em Negócios da Moda. Especialização em Compras de Varejo e curso de Personal Stylist com Titta Aguiar. consultoriademoda@liandramello.com.br Telefones: 19 7811-6333 ID 99*7366 - 19 9601-8288

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saúde

Ouvir, sentir, mas não invadir

A decoração do consultório é clean. Muitos livros, algumas pedras e fotos dos netos. Nada de computador. O médico clínico Jaime Orsi Savazoni é do tempo do papel e nele pretende permanecer. Anota as queixas à mão e faz consultas nos seus vários exemplares reunidos ao longo do tempo. Especializado em acupuntura e homeopatia, oferece aos pacientes o que todos buscam: paciência, carinho e ouvidos. Além, claro, da cura. Mas, para chegar a esse ponto, a trajetória foi permeada de muitos aprendizados e auto-conhecimento. Ser médico não era um sonho de criança do dr. Jaime, como é conhecido. Gostava muito de química e ia bem na matéria. Portanto, quando chegou a época da universidade, essa era sua escolha mais lógica. O irmão mais velho, autoritário,

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questionou. Fazer química pra trabalhar em quê? Ora, dar aulas, pesquisas, alguma coisa. Acabou convencido a desistir e optar pela profissão de Hipócrates. Não conseguiu passar de primeira, logo que acabou o “Científico”, um tipo de Ensino Médio da época. No ano seguinte, cursinho. Foram tempos difíceis. Os pais estavam separando-se e havia muita confusão em casa. “Sabia que USP, por exemplo, estava fora de cogitação, não ia entrar nunca”, disse. Acabou passando em Santos. Muito bem. O agora estudante de medicina tinha uma dúvida cruel. Como ia pagar a faculdade? Lugar para morar tinha. A kitnet do nono em São Vicente. A mensalidade era 500 cruzeiros. Sua renda: zero. Ligou para o pai, que garantiu o montante. Depositou o primeiro mês e depois nunca

mais. Novamente o nono foi a salvação. Até o primeiro mês depois de formado, Jaime recebeu de suas mãos 800 cruzeiros. Os 300 que sobravam iam para livros, ônibus, comida. “Foi um ano que não sei bem como as coisas aconteciam. Quando queria comprar um jornal, por exemplo, não podia almoçar”, lembra. Depois, o irmão se formou e começou a ajudar também. Em 1977, estava diplomado. Casado desde 1974, estava decidido a ficar em Santos, onde teve uma excelente formação. Mas as portas não se abriram como ele desejava e veio um convite para trabalhar no antigo Hospital Santa Rita, hoje Hospital Universitário. Já em Jundiaí, prestou concurso e conseguiu uma vaga na Prefeitura. Depois de um curso de pós-graduação em Medicina do Trabalho, ou-

O médico clínico Jaime Orsi Savazoni


tro emprego, dessa vez no então Jundiaí Clínicas. De repente, quatro empregos registrados. “Era tudo muito corrido e a remuneração, não tão alta”, fala. Cinco anos depois de formado, resolveu saber mais sobre homeopatia e acupuntura. Em 1983, fez alguns cursos em São Paulo. Para se aperfeiçoar, foi ajudar um colega numa clínica também na capital. “Foi uma fase de grande aprendizado”, conta. Nos anos 90, os questionamentos começaram a tomar conta do diaa-dia do médico. E então, aconteceu uma mudança radical: abandonou tudo e abriu um consultório para atender da maneira que acreditava. “Hoje talvez não fizesse isso.

Tentaria uma transição gradativa. Na época era o que me parecia certo”. Depois de alguns sufocos financeiros, os clientes foram chegando, muitos deles indicados por colegas que não conheciam as ciências praticadas por Jaime, mas acreditavam em sua capacidade. Em 1994, sentiu necessidade de aprofundar-se novamente. Ouvira falar da Antroposofia. Um curso de três anos, numa carga horária intensa juntou tudo que tinha lido desde criança. “Esse conhecimento dava consistência para minha parte clínica. Entender o que acontece com a gente, qual o processo de adoecimento”, disse. Durante o curso, os estudantes participaram de um módulo sobre Terapia Biográfica. Encantado com o conteúdo, decidiu tornarse paciente e durante uma semana, construiu seu perfil biográfico numa clínica em São Paulo. “Foi uma experiência que adorei, um trabalho de auto-conhecimento”, falou. Foi o que faltava para ele decidir fazer o curso de formação, capacitando-se a ajudar as pessoas na descoberta do próprio eu.

A filosofia Para o médico, a homeopatia complementa a acupuntura. Quando o paciente chega, o atendimento é semanal e o conhecimento vai se aprofundando. Nesse processo, a indicação do remédio torna-se mais certeira. “As duas coisas andam melhor clinicamente, dá mais segurança”, explica. Em seu pensar, estão presentes os conceitos da medicina chinesa, que trabalha os cinco elementos: madeira, fogo, terra, metal e água. Na comparação com nosso corpo, respectivamente fígado, coração, baço, pulmão e rim. O processo de adoecimento passa pelo desequilíbrio desses órgãos. “Muitas vezes não vemos nada no exame, porque o que está doente, ainda, é a energia. Nós somos matéria e energia”, explica. Mas as pessoas podem ficar tranquilas, porque seu método de trabalho é baseado na Clínica Médica. Claro que de uma forma muito atenta. “Se o paciente precisar, vai fazer exame e tomar remédio alopático”, afirma. Mas o fato de conhecer bem cada um é importante. Pres-

tar atenção. Entender o processo de cada um, sabendo quando algo não se encaixa. “Pratico simplesmente um outro olhar”, define. Inclusive, assim que chega em seu consultório, a pessoa passa pela tradicional anamnese. Dr. Jaime atende diversos tipos de pacientes. Desde aqueles com uma certa abertura para o auto conhecimento até os que estão lá simplesmente para se tratar. Para ele, é preciso ouvir, sentir e nunca invadir. “Posso sugerir algumas coisas, mas a decisão é sempre de quem está do outro lado”, epxlica. As possíveis consequências são abordadas, porém a mudança depende do outro. O processo de adoecimento e o modo como se conduz a vida, pode potencializar o aparecimento de alguma doença. Por isso, ele aconselha: invista com certeza na prevenção.

A partir de agosto, o médio Jaime Orsi Savazoni integrará a equipe de articulistas da revista touché!

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PAULISTA,

de novo

Por Eduardo Palhares

Dizem que um bom desempenho da seleção brasileira numa copa tem mais efeito sobre os negócios do Brasil no exterior do que anos de diplomacia. Difícil duvidar. Afinal o esporte parece agir de forma precisa na construção da imagem de um país, derrubando barreiras culturais e não raro tornando simpática a bandeira de outros povos. Guardadas as devidas proporções, a ascensão do Paulista em anos recentes levou o nome de Jundiaí para muitos

Jundiaí, infelizmente, não faz parte desta lista.

outro lugares, contribuindo também para a expansão da cidade. Muitos municípios já enxergaram isso e conseguiram contribuir de forma decisiva na construção de equipes competitivas sem tirarem um tostão sequer do orçamento. Jundiaí, infelizmente, não faz parte desta lista. Não se trata de um passe de mágica. Mas sim de envolvimento e disposição daqueles que estão no poder. Oportunidades não faltaram. Bons desempenhos da equipe no início deste século levaram o Paulista a disputar de forma inédita a Copa do Brasil, da qual saiu campeão, fruto de uma vaga conquistada com o vice campeonato paulista em 2004. O feito nos projetou ainda mais longe, e disputamos, também pela pri-

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meira vez, a Libertadores da América, um dos campeonatos mais vistos, comentados e badalados do planeta. Tudo, com auxílio de parceiros privados, como a Sobam, São João Turismo, Passarela, entre outros. O sucesso da equipe reflete de forma inequívoca a presença do público nos estádios. Juntese a isso outros desafios impostos para manter o Paulista em envidência. Entre eles o fato de nossos torcedores levantarem bandeiras para outros clubes, com predominancia para os grandes como Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos. Sei que no coração do torcedor de cada uma dessas agremiações também cabe o Paulista, mas não podemos negar o fato de como isso divide as atenções. Contra a presença dos torcedores no estádio existe ainda as TVs abertas e os canais pagos. Aí duas forças se movem. A primeira é o horário que jogos importantes são realizados, obedecendo a lógica comercial das TVs mas inviabilizando para muitos o jogo ao vivo. Além disso, as transmissões estabelecem uma concorrência quase desleal, jogando luz em altletas de primeira grandeza e transmitindo campeonatos milionários como o espanhol, italiano e inglês. Mesmo não levando nada disso em consideração, as razões para explicar os maus momentos vividos pelo Paulista são inúmeras e, como é comum no futebol, não faltam críticos apontando os defeitos aqui e ali que, se corrigidos, levariam a equipe as alturas. Mas, eu posso assegurar, não é uma tarefa sim-

ples. Se de um lado não é possível debitar essa conta nas costas dos torcedores, igualmente não o é acusar a falta de empenho de nossos empresários. Má administração ou a recorrente acusação de interesses escusos me parecem igualmente longe da realidade. Na verdade esse é um caso onde o sucesso é que demonstra o que é nosso defeito ou solução. No auge, o Paulista foi apontado como modelo, visto como exemplo de parceria e muitos pais se apresentaram para reivindicar a criança. No fracasso houve uma debandada, acusações partiram de todos os lados e falou-se do abandono do torcedor e desinteresse dos empresários. Quando conquistamos a Copa do Brasil, o Paulista havia atingido seu ápice em 100 anos de história. Cabe aqui um parên-

Para fazer toda essa engrenagem girar é preciso dar sustentação aos gestores, resgatar torcedores e empresários.

tese, para dizer que numa visão oportunista, era o momento de sair, incontestado por um título dessa natureza. Mas eu sabia que aquele era um momento de calmaria, antes de encararmos um mar de tormentas cujas negras nuvens financeiras já podiam ser vistas no horizonte. Insisto na tese que todos de-

vemos novamente olhar para o Paulista como um excelente negócio para cidade, uma forma de lazer envolvente onde, em nosso caso, a família é bem vinda e uma oportunidade única de promoção para produtos e serviços. Para fazer toda essa engrenagem girar é preciso dar sustentação aos gestores, resgatar torcedores e empresários. Talvez quando novamente o Paulista estiver em ascendência o poder público se agregue ao projeto. Embora a história recente nos contradiga.

Eduardo Palhares foi o presidente do Paulista que mais títulos conquistou para o clube. Em sua gestão a equipe de Jundiaí foi campeã da série A2 do Paulista (2001), conquistou o Brasileiro da série C (2001), vice-campeã da série A do Paulista (2004) e campeão da Copa do Brasil (2005). Em 2006 disputou a Libertadores da America. Eduardo Palhares, que atualmente é conselheiro vitalítico do Paulista, deixou a disposição na secretaria do clube, no estádio Jayme Cintra todos os documentos que mostram as contas durante o período em que o presidiu, balanço e transações de jogadores. O acesso é franqueado a qualquer cidadão.



tecnologia

COPA PÕE EM CAMPO o que a imprensa tem de pior

A discussão sobre o uso de recursos tecnológicos a serviço do futebol foi incendiada após erros grotescos da arbitragem na Copa da África. As faíscas surgiram após lances bizarros como o que invalidou o gol legítimo da Inglaterra sobre a Alemanha, o impedimento de Tevez ou aquele genial de Luiz Fabiano, que lembrou a genialidade de Pelé e a mão de Maradona. O arsenal tecnológico pode ajudar o futebol, mas dificilmente vai melhorar a cobertura jornalística. O quase irritante monopólio do noticiário sobre a Copa da África coloca a nu aquilo que a imprensa tem de pior – narradores inflamados, comentaristas de uma nota só, ex-atletas com ares professorais e apresentadores que são uma graçinha. Ou-

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vindo esse batalhão a serviço das emissoras, o futebol ganha contornos de importância que rivalizam com teorias acadêmicas profundas, com debates seculares ou com dogmas religioso. Mas, não se enganem, é tudo bobagem. Das muitas coisas que me incomodam, um das que mais me irrita é o uso extremado do lugar comum, do chavão, do desgastado jargão futebolístico. Sim, já sabemos que a bola foi criticada. Sim, já entendemos que o futebol hoje é retranca e, não é necessário dizer mais uma vez, que há vuvuzelas nos estádios. Na falta do que dizer, falase mais uma vez de tudo o que já foi dito. O futebol é espetáculo sim. Não o espetáculo da bola bem jogada, dos lances geniais, do

imprevisível. É um espetáculo tal qual um show de pagode, um novela ou um programa humorístico. Seria mais correto afirmar que é tratado como espetáculo, divertimento e não passa disso. Assim, pode-se até discordar de Dunga e sua lista de convocados, mas é difícil deixar de admirá-lo da forma corajosa como enfrentou a Globo, tratando-a, espanto, como a mesma deferência reservada as demais emissoras. A tecnologia minimizará os erros da arbitragem, na mesma proporção em que deverá aumentar a quantidade de comentários, sugestões e conselhos gerados pelos comentaristas da TV, que tem deixado claro o quanto entendem de futebol nos palpites que cometem jogo a jogo. Vuvuzelas neles!

André Barros assistiu a maioria dos jogos da Copa com a TV em modo mudo dividindo a tela com o Playstation III, onde pode brincar de técnico sem ser criticado. tecnologia@revistatouche.com.br


viver bem

Qualidade de vida depende da nossa capacidade de celebrar acontecimentos A vida é construída de momentos. Somos o resultado de nossas escolhas e dos acontecimentos inerentes aos 6,8 bilhões de habitantes com os quais dividimos este planeta. No decorrer de nossa trajetória, vamos “acumulando” memórias que formam nossa identidade. Se por um lado não controlamos tudo o que nos influencia, da nossa postura e entendimento dos fatos restará nossa personalidade.

Sabemos da tristeza inerente às doenças degenerativas da memória, normalmente associadas a idades mais avançadas, que muitas vezes nos rouba a lembrança da riqueza do que foi vivido, apagando amores e saudades que se gosta de ter, extirpando parte do nosso “eu”. Se qualquer ausência é muito triste, a perda de qualquer recordação é muito dolorosa. Cada instante é único e não volta jamais. Por tudo isto, e muito mais, é necessário marcar e registrar os bons momentos da vida. Comemorar tudo o que for possível, cada batalha e a grande dádiva que é estar vivo: jamais abdique de criar eventos em que se possa estar junto das pessoas queridas, nem que seja para brindar o início de uma nova estação do ano, o início das férias ou retorno ao trabalho,

tudo pode ser motivo, até mesmo para um café “especial”. Como as águas do rio que nunca são as mesmas, nada será como já foi um dia, portanto, devemos valorizar os sentimentos e relacionamentos atuais. Precisamos transformar fatos em acontecimentos, realizações em vitórias e o presente no melhor período da vida. A modernidade contrapõe erroneamente razão e paixão, confrontando o trabalho e o prazer, defendendo que momentos de produtividade são estéreis para a alegria. É imperioso entender que nossa existência é espaço de ação entre as articulações e contradições de passado e futuro e que o sentimento, o bem estar, a alegria, o sorriso, o prazer são fundamentais para a construção da nossa história de vida. Sem

esta compreensão a vida fica empobrecida. O personagem Fausto, de Goethe, sofreu várias reinterpretações criativas através dos anos. Autores do tamanho de Fernando Pessoa aproveitam desta alegoria da problemática humana, para realizar suas interpretações criativas acerca do homem que se dedica exageradamente ao trabalho e não se preocupa com a afetividade ou com o amor: como é de se esperar o resultado final deste enredo não é nada bom, e nos resta sublime mensagem de que focar apenas no trabalho ou na produção, pode nos levar a sentimentos de morte e desânimo de viver. Existem profissionais especialistas em transformar um fato em um grande acontecimento. Servem de exemplo para lembrar que cada ocasião com a fa-

mília, com filhos ou amigos pode ser um episódio maravilhoso, o que comumente apenas depende da nossa capacidade de organização e algum empenho. Devemos estar atentos às cores e tinturas que queremos usar para pintar a tela de nossa existência. Vamos agregar mais valor para os diferentes eventos que ocorrem em nossa existência. Não podemos deixar de beber cada gole do prazer de estar vivo, de estar junto, de avançar. Se você é daqueles para quem tudo é motivo de celebração, continue. Se você não tem o hábito da comemoração, convoque seu time e comece agora, afinal, a vida é uma dádiva.

Fernando Balbino Graduado em Educação Física pela UNESP de Rio Claro, mestre em Filosofia da Educação pela UNIMEP, doutor em Ciências Sociais pela PUC de São Paulo. viverbem@revistatouche.com.br

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taste

Acenda a lareira, escolha o vinho e harmonize com QUEIJOS Se existe um alimento com o modelo mais próximo do valor nutritivo ideal, certamente esse é o queijo. É um produto completo, com alto teor de gordura, proteínas, cálcio e fósforo, compacto e de longa durabilidade. A origem do queijo data da pré-história, cerca de 8000 a.C., provavelmente pelas mãos de turcos nômades. Para a mitologia grega, foi Aristeu, rei da Arcádia, quem descobriu e propagou esse alimento. Aristeu é considerado o protetor dos caçadores, pastores e dos rebanhos, um Deus benevolente. Desde a Idade Média que o queijo tem sido um dos principais alimentos para várias civilizações. Sua produção passou da manufatura para a escala industrial, atingindo todas as culturas. A primeira fábrica nos moldes modernos foi criada na Suíça em 1815, e hoje é produzido nos mais diversos países. É um derivado do leite, concentrado através da coagulação e da eliminação do soro (parte líquida). Os processos utilizados para a coagulação e eliminação do soro é que caracterizam a produção de todas as espécies de queijo. Os principais países produtores disponibilizam variedades próprias, com características especiais. Se você é adepto à harmonização tradicional de queijos e vinhos, deve ficar atento para as combinações aqui sugeridas. Os franceses são produtores de inúmeros queijos diferentes, porém alguns são de distribuição global, e apresentam como característica comum o sabor

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forte. Os mais conhecidos são: Camembert, Brie e Roquefort. O Camembert é um queijo que quando amadurecido se torna macio e cremoso, com sabor marcante, que combina com vinhos tintos leves (jovens com graduação alcoólica entre 7 e 9,9 G.L.). O Brie tem uma cor pálida, é bem macio e tem sabor forte, que acompanha vinho tinto encorpado e envelhecido (Cabernet Sauvignon, Syrah ou Touriga). O Roquefort é um queijo do sul da França, com sabor forte de leite de ovelha, odor intenso, não tem casca e é levemente salgado. Harmoniza com vinhos tintos encorpados da mesma forma que o Brie. Na produção inglesa, destacase o Cheddar, um queijo pálido com sabor pronunciado que combina com vinho branco ou rosado seco (Sauvignon Blanc, Chardonnay, Sangiovese e Malbec). O Gruyére é de origem suíça, feito com massa cozida prensada, tem sabor de ave-

lã, textura lisa com pequenos buracos, que harmoniza com vinhos tintos leves ou brancos secos (Bordeaux, Sauvignon Blanc e Chardonnay). Outro queijo suíço de destaque é o Emmental, também de massa cozida a partir do leite de vaca, de textura firme, sabor frutado e aroma intenso, que pede vinhos Chardonnay e Merlot. O Gouda é de origem holandesa, tem sabor suave, ligeiramente frutado e adocicado, e combina com vinhos Chardonnay e Cabernet Sauvignon, além de Espumante Brut. Dois queijos italianos merecem destaque na questão de harmonização com vinhos. O Gorgonzola, que é feito com leite de vaca, é um queijo firme, amanteigado e bem salgado, que pede vinhos encorpados (Cabernet Sauvignon, Syrah). O Grana Padano (Parmesão) é feito com leite de vaca imediatamente após a ordenha e desnatado pela gravidade. Apresenta pequenos grãos de lactose cristalizada na massa e possui

sabor forte. Também deve ser acompanhado de vinhos tintos encorpados. Para montar uma mesa, coloque os queijos em tábuas separadas, em pedaços e sem embalagem. Cada tábua deve ter uma faca para que não haja mistura de sabores. As melhores opções para acompanhar os queijos são os frios e os pães. Arrume os frios com espetinhos curtos ou palitos. Os pães devem ser acondicionados em cestas, acompanhadas de facas especiais e tábuas para o corte. Em uma mesa auxiliar, arrume os pratos, talheres, guardanapos e copos apropriados para cada um dos vinhos. Decore a mesa com frutas que também servem para harmonizar com os queijos. Escolha pêra, uva branca e maçã, que são as mais apropriadas. Calcule um consumo médio de 200g por pessoa, somando todos os tipos de queijo que vai servir. O ideal é distribuir da seguinte forma: 20% de queijo de mofo branco (Brie), 10% de queijo de mofo azul (Gorgonzola), 10% de queijo tipo suíço (Gruyére), 30% de queijo suave (Gouda), 15% de queijo forte (Grana Padano), e 15% de queijo cremoso. Os queijos devem ser comprados o mais próximo possível da montagem da mesa, no máximo na véspera. Mantenha-os sob refrigeração até uma ou duas horas antes de servi-los. Agora, falta apenas convidar os amigos e fazer um brinde pela benevolência de Aristeu.

Godofrêdo Sampaio Médico, escritor e aficionado por vinhos, charutos e boa mesa. Membro e ex-presidente da Academia Jundiaiense de Letras.

bonvivant@revistatouche.com.br




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