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Por que crianças são alfabetizadas com letra de forma?
Por que as crianças passam tanto tempo aprendendo as letras imprensa, ou de forma, se, no futuro, precisarão aprender a letra cursiva? Não seria mais fácil ensinar logo a segunda maneira?
Ler e escrever são processos muito importantes para conectar as pessoas ao restante do mundo. Mas esses dois processos, que parecem um m em si mesmos, são, na verdade, o produto nal de vários outros processos subjacentes que precisam acontecer antes e que são extremamente complexos. A especialista em Educação Infantil e coordenadora de evolução de conteúdo do Sistema Positivo de Ensino, Anna Baratieri, explica que esses outros processos têm a ver com representações, com as formas que temos de representar o mundo. E a escrita não é a única dessas formas. Há a pintura, o desenho, a dança e até mesmo a própria fala. “Partindo daí, a escrita é um sistema de representação da representação. O alfabeto representa os sons da nossa fala, cada letra pode representar um ou mais sons”, detalha.
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Assim como acontece com todos os outros sistemas de representação, ler e escrever são processos abstratos. E, na idade em que começam a aprender esses processos, as crianças ainda têm uma mentalidade muito concreta, apegada àquilo que é possível ver e tocar. “A criança precisa entender primeiro que o que ela fala é um sistema de representação, que a fala é um som encadeado no outro e que as letras do alfabeto representam cada um desses sons. Para ela, fazer esse primeiro movimento é difícil porque o cérebro dela ainda está muito ligado ao que é material”, completa a especialista.
O Mundo Como Ele
Esse processo de abstração, que é fundamental para que os pequenos comecem a compreender que podem representar aquilo que falam por meio de letras, sílabas e palavras completas, é muito complexo. Para evitar trazer mais complexidade ao aprendizado, pode-se iniciar a introdução a essa representação com a letra imprensa - ou letra de forma. Em termos de coordenação motora, é muito mais simples fazer o registro desse tipo de letra que o da letra cursiva, porque ela é menos rebuscada e tem traços curtos e simples. Além disso, o fato de que cada letra é desenhada isoladamente, não articulada com as demais, ajuda a criança a entender a articulação da fala. “É prestando atenção ao registro escrito de letra por letra que ela começa a fazer uma transposição para o que ela fala. Como, na escrita, ela está escrevendo uma letra depois da outra, sem articular, ela vai conseguir entender que o processo inverso é possível. Ou seja, ela pode pegar uma palavra falada de forma uida e quebrar em pequenos sons. E é a partir disso que ela vai fazer relação entre uma letra, um som; outra letra, outro som”, destaca Anna.
Outro motivo é que o mundo é um lugar repleto de letras de forma. Nas placas de trânsito, nas embalagens de produtos, nas legendas de lmes e séries, nos livros, a maior parte do que está escrito, está escrito em letra imprensa. Então, a chance de que as crianças tenham contato com esse tipo de letra é muito maior, quando comparada à letra cursiva. Assim, o reconhecimento que elas têm da letra imprensa é muito mais acelerado e o processo de aprendizagem é suavizado, uma vez que o que está sendo apresentado pelos professores são letras já familiares.
Por m, a letra imprensa é menos variável que a cursiva. “Cada um tem seu jeito de escrever e, ainda que nas pré-escolas a gente veja uma letra mais desenhada, porque os professores têm esse cuidado de desenhar melhor as letras cursivas, a letra de forma é muito mais estática. Mesmo que as fontes sejam diferentes, o formato das letras é praticamente sempre o mesmo”, completa. A nal, é com essas letrinhas que os pequenos poderão ter contato com o registro da cultura, das histórias e de tudo o que é importante para a sociedade.
Sobre o Sistema Positivo de Ensino
É o maior sistema voltado ao ensino particular no Brasil. Oferece às escolas particulares diversos recursos que abrangem alunos, professores, gestores e também a família do aluno com conteúdo diferenciado. Para os estudantes, são ofertadas atividades integradas entre o livro didático e plataformas educacionais que auxiliam na aprendizagem. A família participa do processo de aprendizagem do aluno recebendo conteúdo especí co, em forma de revistas e videoconferências.
Foto: Nadezhda1906 / Depositphotos.com
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Na primeira infância a criança começa a desenvolver seu sistema motor e cognitivo. Muitos pais acreditam que algumas atitudes podem ser inofensivas nessa fase e utilizam recursos para entreter, acalmar e distrair a criança, como o uso de telas. Embora ofereçam inúmeras programações para ajudá-los nesse processo, podem ser extremamente prejudiciais para a criança nesse período, inclusive no processo de desenvolvimento da fala e da linguagem.
Quem alerta é a fonoaudióloga Camilla Guarnieri (CRFa 2 – 18977): graduada pela USP, mestre pelo Programa de Pós-graduação em Fonoaudiologia pela USP, doutora pelo Programa de Pós-graduação em Fonoaudiologia pela USP. Durante o doutorado, realizou estágio pesquisa na University of South Florida (USF – EUA). É responsável pelas áreas de fala e linguagem na Clínica Care Materno Infantil.
Segundo ela, boa parte dos conhecimentos adquiridos acontece até os dois anos, quando a criança está tomando consciência de suas habilidades. “Por essa razão, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que crianças até dois anos não tenham contato com telas e televisores, uma vez que elas podem in uenciar no atraso do desenvolvimento de diversas habilidades, incluindo a linguagem e até mesmo as sociais da criança”, a rma.
De acordo com a fonoaudióloga, o