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# 474 problemas brasileiros CONTEÚDO EXCLUSIVO DA REVISTA PB
hidrogênio verde desponta como alternativa aos combustíveis fósseis, mas o alto custo de produção retarda a expansão em escala josé goldemberg, presidente do conselho de sustentabilidade e do comitê energia, ambos da fecomercio-sp
CConsiderado o combustível do futuro, o hidrogênio verde (H2V) é apontado como o substituto dos combustíveis fósseis. Por ter cerca de 80% de sua energia gerada por meio de fontes renováveis, principal insumo para a produção de H2V, o Brasil pode ser o grande player deste cenário. Contudo, a expansão esbarra em fatores como o custo alto de produção, até cinco vezes maior do que os concorrentes fósseis.
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O H 2 V tem se tornado prioridade na estratégia climática ao garantir a substituição dos derivados de fontes fósseis – como a gasolina, o diesel, o gás e o carvão – por opções sustentáveis.
O Brasil tende a ocupar um importante papel dentro deste “futuro verde”, mas a expansão do mercado depende de fatores essenciais...
Redu O Dos Custos
Os equipamentos utilizados no processo de obtenção do H2V ainda são caros e precisam ser testados para a aplicação em larga escala.
MELHORA DA COMPETITIVIDADE São necessárias políticas públicas de incentivo, desenvolvimento de infraestrutura tecnológica de produção, armazenamento e transporte de H2V.
DESAFIOS REGULATÓRIOS
> Política de incentivo à exportação
> Política de produção de H 2 V
> Política ambiental
> Créditos de carbono para quem produz H 2 V às diferentes aplicações, como fertilizante, amônia verde para exportação e produção de aço verde
O PAPEL DAS ZPES
Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) são áreas de livre-comércio com o exterior destinadas à instalação de empresas voltadas à produção de bens a serem comercializados em outros países, sendo consideradas espaços primários para efeito de controle aduaneiro.
As empresas que se instalam nestas localidades têm acesso a tratamentos tributários e administrativos específicos. Atualmente, o Brasil conta com 14 ZPEs autorizadas, mas apenas a do Porto do Pecém (Ceará) está ativa.
“PARA O MERCADO DE EXPORTAÇÃO, A UTILIZAÇÃO DAS ZPES É DE EXTREMA IMPORTÂNCIA E PODE
REDUZIR CUSTOS, ALÉM DE CONTRIBUIR MUITO PARA A MELHORIA DA BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA.”
HUGO ALBUQUERQUE , diretor de Hidrogênio Verde da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD)
Principais
De H2v No Brasil
BAHIA, SÃO PAULO, PARANÁ, MINAS GERAIS, MATO GROSSO DO SUL, MATO GROSSO, GOIÁS E MARANHÃO são potenciais produtores e consumidores de H2V na área da Indústria
PORTO DO PECÉM (CEARÁ)
> considerado a casa do H2V no Brasil
> abriga os primeiros projetos da área no País
> joint venture entre o Governo do Estado do Ceará e o Porto de Roterdã (Alemanha), importante hub mundial de H2V
PORTO DE SUAPE (PERNAMBUCO)
> abriga um espaço de pesquisa e inovação com foco no combustível do futuro
> lançou o programa TechHub Hidrogênio Verde em julho de 2022
FÁBRICA DA UNIGEL (BAHIA)
> uma das maiores empresas químicas da América Latina e uma das principais fabricantes de fertilizantes nitrogenados do País
Localizado no Ceará, o Porto do Pecém investe em combustível renovável. Foi entregue ao Banco Mundial uma carta-consulta à operação de crédito de cerca de US$ 100 milhões para investimentos no Programa de Transição Energética Justa para o Estado do Ceará – Ceará Verde.
Tem mais de 19 mil hectares de área e desponta como a casa do H2V no Brasil, uma vez que abriga os primeiros projetos da área no País.
O Estado cearense é pioneiro na geração eólica e, por isso, já conta com uma importante expertise para ampliar a matriz de energia limpa.
Contamos com uma
O QUE É: fonte de energia que pode ser usada na forma líquida ou gasosa.
COMO SE PRODUZ: a partir de uma molécula de água, que é composta de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Por meio do processo de eletrólise, essa molécula é dividida, separando-se o hidrogênio do oxigênio.
PODE SER USADO PARA: substituir combustíveis derivados de fontes fósseis, como a gasolina, o diesel, o gás e o carvão.
Localiza Es Estrat Gicas
NORDESTE vantagem Elevada capacidade de geração de energias renováveis.
Região mais estratégica do Brasil para explorar os potenciais de produção e distribuição do H 2 V.
BAHIA, SÃO PAULO, PARANÁ, MINAS GERAIS, MATO GROSSO DO SUL, MATO GROSSO, GOIÁS E MARANHÃO vantagem São os que mais importam fertilizantes e os que mais possuem siderúrgicas, que poderiam se beneficiar da produção do aço verde.
Principais candidatos a desenvolver infraestrutura para a produção de H 2 V.
Principal Gargalo
Falta de capacidade de escoamento que permita que todos estes projetos em andamento (atualmente, mais de 15 GW) sejam concretizados.
Poss Vel Solu O
O marco legal da eólica offshore , PL 576/ 2021 em curso, pode expandir o escoamento da energia e a geração próxima aos portos.
Contudo...
... Estes parques não devem ser concluídos antes de cinco anos.
Ainda não existe nenhuma iniciativa em larga escala em uso.
A estimativa é que os projetos de H2V em todo o mundo iniciem a produção em massa em um período entre 24 e 36 meses.
Atualmente, o G7, grupo dos países mais industrializados, é o maior mercado consumidor do hidrogênio verde.
Na América do Sul, Chile e Brasil emergem como grandes expoentes do H2V, dispondo dos maiores potenciais do Hemisfério Sul.
A expectativa é que 2023 seja um ano de consolidação das políticas públicas, da regulamentação e da formalização de acordos que garantam que todos os investimentos realizados contem com mercado consumidor.
O Brasil é único, pois tem vocação tanto para exportação quanto para atendimento ao mercado interno.
A transição energética se impõe para os setores produtivos. Elemento crucial para o desenvolvimento de uma economia sustentável, o hidrogênio verde (H2V) abre oportunidades ao Brasil no desenvolvimento de uma agenda ambiental de longo prazo.
Um trabalho multidisciplinar que envolve meio ambiente, energia, tributos, economia, políticas públicas, infraestrutura e sociedade civil.