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MIRA

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A NÃO SER

A NÃO SER

Um Para So Espera De Ser Descoberto

A história de Gândara é gigante e o seu território tem imenso por revelar.Mira é o seu cerne. Não é por acaso que à entrada deste concelho podemos ler: “O coração da Gândara”.

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Mira é o coração da Gândara. A região engloba ainda partes dos concelhos de Vagos, Cantanhede, Montemor-o-Velho e Figueira da Foz. Como vizinhos, o concelho de Mira tem a ria de Aveiro, a Bairrada e o Vale do Mondego e é constituído por quatro freguesias, cada uma com muito para descobrir: Mira, Praia de Mira, Carapelhos e Seixo. As paisagens deste concelho cheio de pinhais e campos de cultivo eram outrora terrenos desertos, com pântanos. A pequena revolução que alterou a paisagem arrancou em 1917, com um plano de drenagem e de fixação e arborização das dunas. Se quisermos perceber melhor como todo esse processo decorreu, o melhor é visitar o M Museu do Território da Gândara, localizado no centro de Mira, uma viagem pelo património natural e cultural da região. Através de um documentário, da autoria de António Nazareth, denominado “Onde os bois lavram o mar”, pode-se acompanhar a faina e a vida dos pescadores, os barcos em forma de meia-lua e os bois a puxar as redes na arte xávega, que apesar de ainda existir, tem agora auxílio mecânico. Noutro registo filmíco, viajamos até ao tempo em que parte do território era ocupado pelos tradicionais palheiros de Mira.

É recuar até um tempo de pobreza onde tudo era aproveitado para fertilizar os campos. A arte de utilizar o que a terra dá aplicava-se também à construção: as habitações das populações assentavam em tijolos de adobe, uma mistura feita de areia, cal e água. Os adobes eram feitos no local onde ia ser feita a construção, ou perto, num processo que implicava escavar o solo à procura de matéria-prima, amassar, moldar e, por fim, deixar secar. Com eles faziam-se poços, muros e as tradicionais casas gandaresas, espalhadas pelas ruas e, ainda hoje, facilmente identificáveis a quem visita esta região.

Quem quiser melhor conhecer esta região nada como ficar alojado numa típica casa gandaresa, caracterizada pela sua fachada , composta por uma janela, uma porta ao centro e outra janela. Ao lado um portão de serventia para os animais, Hoje é possível ficar numa destas casas restauradas com todo o conforto. João Luís Pinho e Sofia Sousa abriram, em 2015, a C Casa da lagoa, que pertenceu aos avós de João. Mais tarde recuperaram outra construção a que chamaram C Casa da Forja, como homenagem ao bisavô de João, que era ferreiro. As duas casas comunicam entre si e partilham um pomar de onde sai a fruta para as compotas servidas ao pequeno-almoço.

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