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DE COMER E CHORAR POR

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A NÃO SER

A NÃO SER

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Com uma forte ligação ao mar e à terra, a cozinha gandaresa é marcada pelos dois ambientes. A Taberna da Vila Maria, na Praia da Mira, preserva, até hoje, esses sabores. A ementa varia de acordo com o que chega de fresco ao restaurante. Pedro Simãozinho, cozinheiro por influência dos seus avós Maria Fernanda e José, que começaram por ter uma taberna e depois montaram ali um restaurante, é uma das caras principais deste delicioso espaço. Línguas de bacalhau panadas e amêijoas, para entrada, arroz de lingueirão, massada de garoupa ou bochechas de porco preto grelhadas a carvão são algumas das iguarias que podemos encontrar, a completar com as sobremesas da mãe Maria Bonina, onde se destacam o bolo de bolacha e o folhado de abóbora.

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Depois da uma refeição nada melhor que uma caminhada. Rumo, por exemplo, à loja Gândara, um espaço da responsabilidade de Nicola Cravo e Cátia Teles. Decorado com utensílios agrícolas, o espaço privilegia produtos portugueses, muitos deles pensados para oferecer, como cabazes personalizados. Há cervejas artesanais, vinhos e hidromel, produtos alimentares biológicos, veganos e sem glúten. Há também cosmética natural, brinquedos de madeira e artesanato com reaproveitamento de materiais. Alguns trabalhos de costura são feitos pela própria Cátia, que em criança passava férias na Praia de Mira, a única zona balnear do mundo com Bandeira Azul desde 1987.

Mas há muito mais em Mira e não é só à beira-mar. Muitos dos que chegam à Quinta da Mafalda, na localidade de Lentisqueira, vão atrás do sossego e do contacto com a natureza. Localizada numa área de cinco hectares, tem trilhos, um lago, gamos, patos, gansos e outros animais à solta. Nos meses mais quentes, este alojamento recebe sessões e retiros de ioga, e, ao longo de todo o ano, há massagens de relaxamento disponíveis por marcação e uma piscina interior aquecida.

Na Quinta da Mafalda, pode ser a própria pessoa a cozinhar ou pode pedir refeições de fora, através de uma parceria com o restaurante Primavera. Conhecido, principalmente, pelo bacalhau grelhado com batatas a murro, é possível ao fim de semana e por encomenda, no mínimo para seis pessoas, pedir galo de chanfana ou vitela de chanfana. Com mais de meio século de história, é agora liderado por João Santos, neto dos fundadores Lídio e Leontina, mas mantém a sua localização numa casa gandaresa na aldeia do Colmeal. Porque, por mais que os tempos mudem, é a beleza da tradição que continua a mover a Gândara.

No Restaurante Primavera, o bacalhau grelhado com babatas a murro é um dos atrativos

Depois de uma boa refeição, nada como uma caminhada pela zona em busca de produtos tradicionais-

POR MAIS QUE OS TEMPOS MUDEM, É A BELEZA DA TRADIÇÃO QUE CONTINUA A MOVER A GÂNDARA

Ficar

Casa da Lagoa

Rua das Palmeiras, 74, Lagoa

Tel.: 914 178 013

Preço: quarto duplo desde 70 euros (com pequeno-almoço)

Forja

Rua da Forja, 9, Lagoa

Tel.: 914 178 013

Preço: quarto duplo desde 70 euros (com pequeno-almoço)

Quinta da Mafalda

Rua da Sobreira, 42, Lentisqueira

Tel.: 915 427 559

Preço: quarto duplo desde 60 euros (reserva direta, com pequeno-almoço); massagens desde 40 euros (uma hora)

Comer

A Taberna da Vila Maria

Avenida Cidade de Coimbra, 7, Praia de Mira

Tel.: 912 484 212

Sexta, das 19h às 24h; sábado, das 12h às 14h e das 19h às 24h (nos restantes dias, abre por marcação e para um mínimo de cinco pessoas)

Preço médio: 25 euros

Restaurante Primavera

Rua Principal, 84, Colmeal

Tel.: 915 707 542

Das 12h às 16h e das 20h às 22h30. Encerra domingo ao jantar e terça todo o dia

Preço: menus desde 12 euros

Visitar

Museu do Território da Gândara

Avenida 25 de Abril

Tel.: 231 480 550

Segunda a sexta, das 9h às 13h e das 14h às 17h. Ao fim de semana, só por marcação.

Preço: entrada livre

Comprar

Gândara

Avenida Arrais Batista Cera, 7A, Praia de Mira

Tel: 912 005 196

Das 10h às 19h. Encerra à segunda

A joia natural que leva Carapelhos ao Mundo

Carapelhos, uma das três freguesias do concelho de Mira, sempre se destacou pela produção de grelos de nabo, que continuam a ser apanhados à mão e exportados para países como França ou Suíça. Esse produto é um ex-líbris da região e dá nome à Confraria Nabos e Companhia, um espaço criado para “defender a gastronomia da Gândara, que fazemos obrigatoriamente acompanhar de nabos, ou grelos ou respectiva rama”, como se pode ler na página de apresentação da confraria.

Este produto é versátil e está muito presente na cozinha gandaresa, que vive muito dos sabores da terra e do mar. Carnes de galinha e porco, peixes da costa e enguias da ria são as proteínas mais utilizadas. Destacando-se, entre os pratos tradicionais, a caldeirada de enguias, o pitéu de raia ou a sardinha na telha. Este último costuma ser confecionado durante a Feira dos Grelos, que se realiza sempre no terceiro fim de semana de maio.

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