Projeto O Tempo

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CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES – FEBASP

Hugo Germano Sigaud Neto Ricardo Bueno de Souza Lima

O TEMPO

São Paulo – 09 de Abril de 2011


Hugo Germano Sigaud Neto Ricardo Bueno de Souza Lima

O TEMPO

Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina Bases Metodológica do Design, no Curso de Design de Produto, no Centro Universitário Belas Artes; Turma AM1-DP. Professor Me. Luis Emiliano Costa Avendaño

São Paulo – 09 de Abril de 2011


RESUMO

Apresenta conteúdo de pesquisa informativa necessária para a concretização do projeto problema proposto, definido como o tempo. O objetivo é unir informações de fatos históricos a atuais, e informações cotidianas de forma a estabelecer um anteprojeto, tendo em vista uma boa definição do norte a ser tomado. Por fim, o tempo será explorado no ponto de vista do Designer de Produto, promovendo assim novas e diferentes ideias do já existente.

Palavras-chave: O tempo. Design. Relógio.


SUMÁRIO

1

INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4

2

METODOLOGIA UTILIZADA ..................................................................... 5 2.1

3

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ....................................................... 6

O TEMPO PENSADO ................................................................................. 7 3.1.1 A DIVISÃO DO TEMPO .................................................................. 8 3.1.2 O RELÓGIO NO TEMPO ................................................................ 8 3.2

FUNDAMENTAIS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS PELO TEMPO ..... 9

3.3

DESENVOLVIMENTO DOS PRODUTOS .......................................... 10

4

O TEMPO COMPOSTO POR IMAGENS ................................................. 12

5

CONCLUSÃO ........................................................................................... 15

6

REFERÊNCIAS ........................................................................................ 16


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1

INTRODUÇÃO

Entender e esclarecer o problema em si estabelecido é de fundamental importância para a concretização desse projeto, uma vez que um problema bem resolvido é um grande passo dado para o objetivo final: encontrar uma solução. O tempo como problema faz semear a idéia de um controlador universal, que dita paradas e partidas a partir do pré-estabelecido. O cotidiano formaliza as regras impostas pelo tempo em diferentes formas, já que no mundo, há diferentes tipos de cultura e formas de viver. Um grande momento esperado, alguns minutos de atenção, algumas horas de carinho, uma longa espera na fila do pão, a ansiedade, o medo, a pressão, a felicidade, a tristeza, a distância, a velhice e a juventude, todos os elementos e atos ligados a vida estão configurados ao que foi denominado como tempo, onde anos, meses, dias, horas, minutos e segundos representam a medição da passagem desse tempo. Despertador a soar, mais dez minutos adicionados ao alerta, um cochilo a mais, levantar, preparar o chá, escovar os dentes, sair em quinze minutos, chegar a dez, esperar, dar passagem, bocejar, destino em vinte minutos caminhados, passar o cartão de ponto antes das sete. Tudo e todos estão à mercê do tempo, onde esse é o responsável por conectar os objetivos de um longo dia de trabalho, a um merecido descanso de algumas horas. Horas e mais horas entre vidas e mortes sem entender o que está ao redor, e tudo que faz parte da vida, correndo atrás de um tempo perdido, de um minuto de atraso e alguns dez minutos que nunca passam, assim faz o tempo, consumindo com lentidão, e às vezes, depressa demais a todos, os abandonados ou confortados. O tempo não tem religião, não tem pré-conceito, não importa pra ele se é gordo ou magro, se é preto ou branco se é estranho ou normal, o tempo corre, e deixa pra trás aqueles que não o acompanham. “Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante vai ser diferente”. (Carlos Drummond de Andrade – Cortar o tempo).


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METODOLOGIA UTILIZADA

O projeto conceitual inicia-se por base no livro Das Coisas Nascem Coisas de Bruno Munari, onde é possível encontrar diretrizes que guiam o projeto de maneira a obter o resultado esperado, de modo organizado, assim como todo e qualquer projeto deve e deverá ser desenvolvido. Assim sendo, a solução de qualquer problema só se torna possível quando há um método, uma organização de ideias. Ser sensível aos problemas que surgem em nosso dia-a-dia é função fundamental do Designer. Saber compreender tais problemas e trazer soluções para facilitar a vida cotidiana é o desafio aplicado. Necessidades surgem todos os dias, trazer conforto e segurança é fundamental. O tempo será discutido a partir de então como um problema a ser solucionado, de tal maneira, resultará em um projeto conceitual, onde soluções e desenvolvimentos serão abordados a todo o momento, focando sempre no rompimento de padrões. A definição do problema elaborado surge quando, ao meio de conversas e leituras, percebemos o quão tal tema pode ser abordado e/ou desenvolvido de várias maneiras possíveis. De tal modo, buscamos em referencias os primeiros passos descritos sobre o tempo, assim conseqüentemente, decidimos variadas atividades que irão estruturar todo projeto. Tais atividades que serão desenvolvidas são: Problema; Definição do Problema; Desenvolvimento do Problema; Componentes do Problema; Pesquisa Inicial; Fotografia; Dados Teóricos; Dados Práticos; Entrevista; Análise de Dados; Criatividade; Materiais e Tecnologia; Modelo; Produção do Texto; Revisão do Texto; Finalização do Texto; Revisão Final; Criação do Produto (Esboços); Solução (Produto Final). A abordagem, de forma fixa, será fundamental a cada atividade para a consolidação do projeto. Por fim, a idéia será discutir e analisar outra maneira de perceber o tempo e através de um produto tentar expressá-la.


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2.1

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Atividades 1ª

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

Semana

Semana

Semana

Semana

Semana

Responsável 4ª

Hugo

Ricardo

1. Problema 2. Defin. do Probl. 3. Des. Problema 4. Compon. Probl. 5. Pesquisa Inicial 6. Fotografia 7. Dados Teóricos 8. Dados Práticos 9. Entrevista 10. Analise Dados 11. Prova 12. Entrega 13. Criatividade 14. Mat. e Tecn. 15. Modelo 16. Prod. Texto 17. Revisão Texto 18. Finaliz. Texto 19. Revisão Final 20. Criação Prod. 21. Solução Anotações: 11. Dia 01/04 – Prova do livro Das coisas nascem coisas de Bruno Munari, ler da página 01 a 102 e 126 a 133; 12. Dia 01/04 – Entrega do projeto “O Tempo” impresso; 21. Dia 03/06 – Entrega do Projeto Final.


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O TEMPO PENSADO

“O tempo não volta. O que pode parecer óbvio, para os físicos encerra uma das mais fascinantes facetas da natureza: a irreversibilidade dos fenômenos naturais. Mas será que estaremos sempre presos a essa assimetria entre o passado e o futuro?” (Sílvio Renato Dahmen, O que é o tempo?).

Sabemos que cada cultura percebe e interpreta o tempo de diferentes maneiras. O tempo já era discutido pelos grandes pensadores como Platão (427-347 a.C.) e Isaac Newton (1643 - 1727), que deixaram diversos pareceres sobre o tema. Platão pensava na circularidade do tempo, ou seja, tudo que está ocorrendo neste momento ocorrerá novamente em outro ciclo, como a repetição da posição dos planetas em torno do sol, toda a história repete-se indefinidamente. “O tempo é a imagem móvel da eternidade imóvel” (Platão). Já Newton, em uma de suas passagens, diz que:

"O tempo absoluto, verdadeiro e matemático, por si mesmo e da sua própria natureza, flui uniformemente sem relação com qualquer coisa externa e é também chamado de duração; o tempo relativo, aparente e comum é alguma medida de duração perceptível e externa (seja ela exata ou não uniforme) que é obtida através do movimento e que é normalmente usada no lugar do tempo verdadeiro, tal como uma hora, um dia, um mês, um ano” (Sir Isaac Newton).

Podemos inferir dos dois fragmentos que são cabíveis ao tema tempo diversas opiniões, filosóficas ou científicas, pois o tempo é relativo. Podemos medi-lo através da matemática, inserindo dias, meses e anos, mas também podemos pensálo de outro modo, como algo abstrato e circular. Nessa discussão, todo pensamento que segue uma linha de raciocínio lógico, com base no que observamos na natureza e no passar do tempo, é totalmente válido.


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3.1.1 A DIVISÃO DO TEMPO

O tempo, em formato 24 horas como conhecemos, foi primeiro dividido pelos egípcios e parte da Ásia ocidental- devido a necessidade de marcar encontros mais precisos devido ao comércio- mas, antes mesmo dessa forma ser pensada assim, acredita-se que o tempo começou a ser medido a cinco mil anos atrás, por meio da visualização do pôr-do-sol. A mais antiga citação que se tem sobre o quadrante solar é do Egito em 1400 a.C. e, em 950 a.C, Homero menciona em suas obras os períodos do dia e do ano solar. Hoje em dia, por meio de experimentações científicas, foi convencionado na Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM), que o segundo é a duração de 9.192.631.770 períodos da radiação correspondente aos dois níveis hiper-finos do estado básico dos átomos de Césio 133.

3.1.2 O RELÓGIO NO TEMPO

Acredita-se que o Bastão Relógio de Sol de 3000 a.C foi o primeiro medidor de tempo. Era simples e rústico, tendo um bastão cravado ao chão. A Clepsidra foi o primeiro relógio hidráulico, do ano 2979 a.C. Em 580 a.C, Anaximandro de Mileto introduz significante melhoria aos relógios de sol, o quadrante solar - placa com um marco em uma lateral que, iluminado pelo sol, projeta sua sombra sobre o quadrante convenientemente dividido - possibilitando melhor medição do tempo, porém sem poder perceber pequenas frações de hora. A “Torre dos Ventos” de Atenas utilizava diversos quadrantes solares e uma Clepsidra para medir o tempo. Em 250 d.C aparece o que conhecemos como ampulheta, um relógio de areia. No ano de 1380, na península itálica surgem os primeiros relógios domésticos, e desse momento em diante, a fita de aço como elemento motor (mola) e novos materiais são agregados aos relógios. Em 1500 é inventado o primeiro relógio portátil, em 1582, Galileu Galilei descobre o isosincronismo das oscilações


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do pêndulo, assim sendo, nesse mesmo ano foi construído um relógio com corda para três meses. Surge então na Suíça por volta de 1587 a iniciação de fabricação dos relógios, que acaba por ser generalizada para todo o mundo, tomando as mais diferenciadas formas. Inicia-se o uso do vidro para a proteção dos ponteiros, e começam a ser decoradas as tampas das caixas. Em 1670 o ponteiro de minutos começa a ser utilizado, e finalmente em 1765, surge o ponteiro dos segundos. Com a invenção da pilha elétrica e com o aperfeiçoamento de muitas diferenciadas técnicas, em 1900 a fábrica de relógios Omega produz o primeiro relógio de pulso, conhecido como Omega Policromado.

3.2

FUNDAMENTAIS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS PELO TEMPO

A desagregação do sistema feudal, com a consolidação do capitalismo, deu origem a novas situações nunca vistas antes na história: mulheres e crianças são submetidas a longas jornadas de trabalho, grandes transformações políticas, econômicas e culturais, novos métodos de produção, revoluções (industrial e francesa), eis que, se não o mais importante o mais plausível de todos os fatores surge: uma nova forma de organização da vida social. Cidades passam a comportar um grande número de pessoas em um curto período de tempo, acabando por não construir e desenvolver a infra-estrutura necessária para comportá-las de forma planejada, tudo acaba por acontecer de forma desorganizada. Nessa época, também é inaugurado por Max Weber (1864-1920) o pensamento de tratamento da sociedade por grupos. Por meio de cada indivíduo inserido em um grupo, formam-se blocos de classes, que podem ser mais facilmente estudadas por meio da experimentação. A relação com o tempo hoje em dia é totalmente diferente. Cada cultura se relaciona com os minutos de um modo distinto. Os conceitos de „Mono-cronía‟ e „Poli-cronía‟ são recentes, representando o modo como as culturas se relacionam com as tarefas ao longo das horas do dia. Franceses e americanos, por exemplo,


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tendem a ser poli-crônicos - realizando diversas tarefas ao mesmo tempo - enquanto os alemães, a ser mono-crônicos, fazendo uma tarefa por vez.

3.3

DESENVOLVIMENTO DOS PRODUTOS

A evolução dos produtos ocorreu de forma muito acelerada após a revolução industrial. Os novos objetos acompanharam em seu tempo o desenvolvimento tecnológico, e como conseqüência, podemos perceber que em um intervalo de 200 anos, o desenvolvimento e o surgimento de novos produtos rompeu fronteiras nunca imaginadas anteriormente. Essa evolução é algo muito interessante de ser observado, mostrando diversos fatores que influenciaram e continuam a influenciar na sociedade, entre eles, o apego pelo material, a brevidade de vida útil e a busca incessante pelo mais novo (em termos de tecnologia em aparelhos). A relação entre forma e função também deve ser muito bem compreendida, entendendo que é uma herança do homem paleolítico, que já começava a dar diferentes formas à pedra, para associar funções, como para a caça. Essa relação é percebida em todos os pontos da história, tendo fundamental importância para a história do Design e para o próprio desenvolvimento da humanidade. O imediatismo também é palavra-chave para entender esse desenvolvimento. Cada vez mais, as pessoas precisam de algo que as satisfaçam e torne sua relação com a tecnologia mais agradável. A praticidade e essa relação ergonômica entre homem-produto devem ser trabalhadas pelo Designer. Tomando como exemplo o produto rádio, percebemos que é uma invenção muito positivamente concebida pela sociedade, e foi aperfeiçoando-se ao longo dos anos para ir ao encontro do que as pessoas necessitavam com o passar do tempo. Primeiramente, a família toda se reunia em frente ao rádio, esse que ficava na sala, lugar onde normalmente cabiam todos. Depois, com seu avanço, diminuição de tamanho, o individualismo crescente e com a agregação da internet - também cabendo o exemplo da televisão - perdeu-se o valor de um único objeto que envolve


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e uni as pessoas em um momento do dia, o rádio familiar, passou a ser parte de um eu e eu mesmo. A tecnologia se apresenta para o homem de modo a tentar solucionar problemas com praticidade e comodidade, então, é inevitável tratar sobre o assunto analógico e digital nessa argumentação. O analógico é mais palpável do que o digital, tem maior vida útil, maiores dimensões e propõe uma relação direta entre o homem e o aparelho. Tendo como exemplo a TV, antigamente, precisava-se levantar e girar o botão para trocar de canal. Já o digital impõe sua praticidade por meio de um sistema que intermédia a relação homem-aparelho. Sem levantar-se, e com um simples toque, pode ser feita a operação que levaria algum tempo em um aparelho analógico. Conflitando ambas as tecnologias, o digital é sempre mais complexo, requerendo então conhecimentos prévios. O analógico não corresponde mais ao nosso cotidiano e a nossa realidade. A praticidade, como dito anteriormente, é a chave para não perder tempo. Sendo assim, a tendência é a digitalização do universo que conhecemos.


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4

O TEMPO COMPOSTO POR IMAGENS

Imagens são capazes de traduzir muitos dos conceitos estabelecidos pela sociedade. O tempo em questão, quando discutido, pode trazer de maneira abrangente o significado da comunhão entre ele e diferentes tipos sociais. A Imagem 1 captura um

dos

momentos

mais

chocantes na vida cotidiana, não só para o ser em si praticante

da

ação,

como

também a todos os indivíduos correspondentes

que

o

cercam. O tempo parece não passar, as horas são eternas, não existe uma configuração

Imagem 1 – O tempo como castigo inapropriado ao ser.

racional de datas, nem ao menos o compromisso com os minutos, a questão em evidência é única e exclusivamente dedicada a sobrevivência. O tempo é tido como nada a somar ou dividir em sua vida, o desespero, a desconsolação consomem-o, o tempo surge então como castigo inapropriado ao ser. A Imagem 2, mostra mais um dos milhares de problemas

das

chamadas

metrópoles, onde encontramse no dilema de um número assutador de automóveis em plena ação, problema que não será solucionado em alguns anos, já que mesmo com Imagem 2 – O tempo trancafiado sobre quatro rodas.

medidas adotadas – como o

tão famoso rodízeo – o caos todavia é intenso. A sensação é de estar perdendo um pedaço da vida ao enfrentar um transito como esse, são horas e mais horas, onde o indivíduo fica a mercê do tempo, trancafiado sobre quatro rodas.


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A Imagem 3 tem como expressão o alívio e o êxtase momentâneo

que

uma

tragada de um cigarro pode trazer.

Em

questões

de

segundos, o cérebro é capaz de perceber e liberar sinais elétricos e químicos a todo resto

do

corpo,

proporcionando

assim uma

Imagem 3 – O tempo como êxtase momentâneo.

distribuição momentânea de relaxamento, onde o stress é deixado de lado e as preocupações são, por fim, “esquecidas”. O nervosismo criado pela espera, pela tristeza, pela decepção vai-se, e o alívio vem. O tempo em algumas tragadas cria uma falsa sensação de perdurar em outro tempo, em outro espaço de vida, não no cru e real. A conseqüência na maior parte do tempo é ignorada, o momento presente é mais importante que o futuro, seria isso o rigor do tempo? Esquecer memórias futuras e ter o presente como êxtase total? A Imagem 4 revela algo peculiar

ao

cotidiano

corriqueiro de uma grande cidade como São Paulo, onde tudo é movimento e tempo, onde o emblema “Another Day, Another Dollar” é de comum vivência, já que tudo é tão caro, e os valores se Imagem 4 – O tempo como não regra ao cotidiano.

perdem em discussões de

balcões e em ruas famosas. O tempo disponível, nesse caso, mostra a alimentação de pássaros sendo praticada em plena tarde de segunda-feira em uma das praças de maior movimento de São Paulo, traduzindo que o tempo pode sim, ser desrespeitado e ignorado. O


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tempo, não como regra ao cotidiano, faz parte da vida de muitos, e ai há a certeza, quase que plena, de que a felicidade

esta

empregada

subjetivamente em pequenos atos não regrados. O tempo como a morte lenta sobre uma cadeira pode ser traduzido e representado pelo indivíduo da Imagem 5. Sobre

uma

cadeira

desconfortável, durante nove

Imagem 5 – O tempo como a morte lenta sobre uma cadeira.

horas diárias, em busca de algo que formalize uma renda, os esforços são imensos. Entre muitos tantos outros tipos de exercícios funcionais, encontram-se muitos indivíduos que carregam o tempo de forma negativa, onde os minutos parecem padecer de tristeza, e propositalmente castigam àqueles que não sabem aproveitálos ou utilizá-los de forma amigável. Talvez haja a vontade de sair correndo, gritando e implorando a volta de alguns anos de vida, ou ainda, o querer do adiantamento da única

certeza

universal,

a

morte. As paredes de concreto e os símbolos representativos incrustados perduram

no e

tempo repassam

mensagens a outras futuras gerações. A Imagem 6 mostra um pouco de toda história por Imagem 6 – O tempo em símbolos e construções.

trás de um tempo. A questão

religiosa representada pela cruz, da tecnologia pela antena, que, diga-se de passagem, foi uma das maiores evoluções mundiais no que diz respeito ao avanço da tecnologia da globalização – teorias de informação e conquista das barreiras impostas – e as construções, que simbolizam o momento de criação de um povo.


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5

CONCLUSÃO

O relógio, em seu desenvolvimento, sofreu um grande amadurecimento como idéia – assim como todo produto que virou um ícone e símbolo de objetos que não podem faltar no dia-a-dia – como o rádio, a televisão, o celular, entre outros. O desenvolvimento gradual bem pensado da solução de um problema, é a chave das grandes ideias. Nem sempre uma só pessoa é o suficiente para atingir o projeto genial dos sonhos ou o inimaginável. O conjunto, levando em consideração o trabalho focado no método, pode suprir as necessidades de um grupo. Esse magnífico objeto é um perfeito exemplo para compreendermos o assunto: em sua primeira versão, era mais do que necessário para acompanhar as necessidades do povo que o criou. Com a evolução da sociedade e novas necessidades, foi vista uma nova condição, fazendo-se preciso um novo projeto para acompanhar a evolução social. Enfim, com as devidas modificações em função do tempo de cada sociedade, chegamos ao modelo de relógio que conhecemos hoje. O tempo tem sua relatividade na sociedade poli-crônica, cada pessoa percebe-o de uma maneira, tendo para alguns a sensação de que o dia não tem horas o suficiente e para outros que as horas nunca passam. Para aqueles que o dia não tem horas suficientes, é altamente necessária a revisão da organização do tempo. O projeto do Design deve ter o valor social e, além disso, deve tentar ajudar a suprir o problema com uma solução adequada, confiável e confortável. Levando o exemplo ao contexto atual, na realidade em que vivemos com diversas heranças das características citadas, a necessidade de dividir o tempo para melhor aproveitá-lo, assim como a praticidade e a simplicidade da funcionalidade de um objeto, é fundamental. Para a maioria dos trabalhadores de uma metrópole como São Paulo, o dia não tem horas o suficientes. É uma sociedade totalmente policrônica, tendo inclusive suas crianças habituadas com essa realidade. A sociedade carece de tempo, então o projeto deve ser muito mais do que uma tentativa de brincadeira com a passagem e organização das horas, deve tentar ajudar e acompanhar o nosso contexto social, não só nacional, como mundial – tendo como foco as sociedades poli-crônicas, obviamente – para melhor definir o tempo de cada tarefa, para assim poderem aproveitar o tempo devidamente.


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REFERÊNCIAS

DAHMEN, Sílvio Renato. O que é o tempo? UFRGS, localizado no site www.if.ufrgs.br/~dahmen/tempo_dahmen.pdf; Acesso em 13/03/2011.

DAMASCENO, Alexandre Vinicius Campos. Na medida Certa, Departamento de Matemática ESMAC, NEP – UEPA e SEDUC, Ananindeua, PA.

JANSON, H. W. Iniciaçao A Historia Da Arte, São Paulo: Martins Fontes, 1993.

MARTINS, Carlos Benedito. O que é sociologia?, São Paulo; Brasiliense, 2006.

MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas, São Paulo; Martins Fontes, 2008.

SILVA, Ivan Mourilhe; SILVA, Paulo Mourilhe; BRANDÃO, Zulmira de Almeida. Os Relógios e sua Evolução. Observatório Nacional, Departamento Serviço da Hora, Rio de Janeiro, 1993.

ZAHORIAN, Izzie. Concept of time across cultures, 2008.


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