Viabilidade econômica da irrigação por pivô central um estudo de caso

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CURSO: ADMINISTRAÇÃO COM HABILITAÇÃO EM AGRONEGÓCIOS ___________________________________________________________ RICARDO JUNGES

VIABILIDADE ECONÔMICA DA IRRIGAÇÃO POR PIVÔ CENTRAL - UM ESTUDO DE CASO

________________________________________________________ Medianeira - PR 2007


RICARDO JUNGES

VIABILIDADE ECONÔMICA DA IRRIGAÇÃO POR PIVÔ CENTRAL - UM ESTUDO DE CASO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de graduação em administração com habilitação em agronegócios como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em administração na Faculdade Educacional de Medianeira - FACEMED. Prof. Edson Luiz da Silva. esp.

Medianeira JUNHO - 2007


2

A todos que acreditam em seus sonhos e possuem forรงa de vontade para realizรก-lo.


3

Agradeço, em primeiro lugar a Deus, pois sem ele nada seria possível. Ao meu professor orientador Edson Luiz da Silva por total apoio e incentivo. Aos meus pais Elemar e Anita, meu sogro e sogra Dorvalino e Domingas. A minha esposa Rosani Fappi que esteve presente nos momentos difíceis para a formação deste trabalho.


4

Para cada esforço disciplinado há uma retribuição múltipla. Jim Roh.


5 VIABILIDADE ECONÔMICA DA IRRIGAÇÃO POR PIVÔ CENTRAL - UM ESTUDO DE CASO Por RICARDO JUNGES Trabalho de Conclusão de Curso aprovado para a obtenção do grau de Bacharel em Administração no Curso de Administração com habilitação em Agronegócios, pela banca examinadora formada por:

Presidente:

________________________________________________ Prof. Edson Luiz da Silva, Esp – Orientador

Membro:

________________________________________________ Prof. Carlos Laércio Wrasse, MSc.

Membro:

________________________________________________ Profº. Marcio Becker, MSc.

Medianeira, ___/_______________/____. (data da aprovação da banca) __________________________________ Coordenador do Curso de Administração

Profº. Marcio Becker, MSc


6 RESUMO

Este trabalho tem por objetivo geral estudar a viabilidade econômica do sistema irrigado por pivô central na propriedade do agricultor Orlando Antonio Bremm, localizada no município de missal, oeste do Paraná. Para tanto, utilizou-se de uma pesquisa exploratória e descritiva em um estudo de caso com método quantitativos e qualitativos, cujos dados e informações foram coletadas através de levantamento da quantidade de produção e preços, que o produtor, município e o mercado atuavam na época dos embasamentos dos preços utilizados para as comparações. Buscou-se inicialmente, por meio de uma pesquisa bibliográfica debater conceitos sobre a administração, administração rural, agronegócios, viabilidade econômica, contabilidade, custos, sistemas de irrigação e irrigação por sistema pivô central. Para alcançar os resultados fez-se comparações do valor adquirido pela propriedade com a do município, destacando a produção antes e depois da implementação do sistema de irrigação, demonstrando no seu decorrer comparações entre a área irrigada e a mesma área sem irrigação, também calculando a depreciação e de maneira hipotética foi calculado esse valor rendendo em uma caderneta de poupança, o retorno do investimento e também comparado com o custo que o próprio sistema utiliza comparado a outras áreas que não há possuam, que é a energia elétrica utilizada para sua movimentação e funcionamento. Conclui-se que a viabilidade ficou destacada nas hipóteses levantadas. Portanto o perímetro irrigado demonstrou-se inviável em curto prazo, mas viável a médio e longo prazo. Palavra-chave: econômica.

Administração,

Agronegócios,

Irrigação

e

Viabilidade


7 LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 - ATIVIDADES ESTABELECIDAS POR HENRY FAYOL.....................21 QUADRO 02 - ASPECTOS DA ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA. .......................22 QUADRO 03 - COMPARATIVO DE REENGENHARIA E READMINISTRAÇÃO. .....29 QUADRO 04 - ETAPAS DA ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA ..............................31 QUADRO 05 - VARIAS MANEIRAS DE MANEJAR UMA EMPRESA RURAL ..........35 QUADRO 06 – CLASSIFICAÇÃO DO CUSTO ..........................................................45 QUADRO 07 - TIPOS DE IRRIGAÇÃO......................................................................50 QUADRO 08 - PIVÔ CENTRAL PERMITE ................................................................53


8 LISTA DE GRÁFICOS

GRÁGICO 01 - PROPRIEDADE X MUNICÍPIO 1998 A 2002...................................65 GRÁFICO 02 - PROPRIEDADE X MUNICÍPIO 2003 A 2007 ....................................66 GRÁFICO 03 - COMPARAÇÃO ANTES DA IRRIGAÇÃO E DEPOIS DA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA...................................................................................66 GRÁFICO 04 - FATURAMENTO X DEPRECIAÇÃO/ ENERGIA ELÉTRICA.............67 GRÁFICO 05 - COMPARAÇÃO DE FATURAMENTO LIQUIDO MENOS A DEPRECIAÇÃO E O INVESTIMENTO ......................................................................68 GRÁFICO 06 – RENDIMENTO DO INVESTIMENTO APLICADO A UMA POUPANÇA ...............................................................................................................69 GRÁFICO 07 – FATURAMENTO DA PROPRIEDADE MENOS INVESTIMENTO E RENDIMENTO DA POUPANÇA ................................................................................69


9 LISTA DE TABELAS

TABELA 01 - VALOR DO INVESTIMENTO NO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO .............60 TABELA 02 – PRODUÇÃO FATURAMENTO MILHO ...............................................61 TABELA 03 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DA SOJA. ..........................................61 TABELA 04 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DO FEIJÃO........................................61 TABELA 05 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DE MILHO .........................................62 TABELA 06 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DA SOJA ...........................................62 TABELA 07 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DO FEIJÃO........................................62 TABELA 08 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DE MILHO .........................................63 TABELA 09 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DA SOJA ...........................................63 TABELA 10 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DE MILHO. ........................................64 TABELA 11 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DA SOJA ...........................................64 TABELA 12 – RETORNO DE INVESTIMENTO .........................................................70


10 SUMARIO

RESUMO......................................................................................................................6 LISTA DE QUADROS..................................................................................................7 LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................................8 LISTA DE TABELAS ...................................................................................................9 SUMARIO ..................................................................................................................10 1

INTRODUÇÃO ....................................................................................................12

1.1

PROBLEMA.......................................................................................................13

1.2

OBJETIVOS.......................................................................................................13

1.2.1

Objetivo Geral ..............................................................................................13

1.2.2

Objetivos Específicos..................................................................................13

1.3 2

JUSTIFICATIVA ................................................................................................14 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................16

2.1

ADMINISTRAÇÃO.............................................................................................16

2.2

ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA ..........................................................................18

2.3

ADMINISTRAÇÃO NEOCLÁSSICA ................................................................22

2.4

ADMINISTRAÇÃO MODERNA ........................................................................25

2.5

ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA ................................................................30

2.6

ADMINISTRAÇÃO RURAL............................................. ...................................31

2.6.1 2.7

Administrador Rural ....................................................................................33 AGRONEGÓCIOS ........................................ ....................................................36

2.7.1

Contexto Gobal ............................................................................................37

2.7.2

Agronegócio Brasileiro ...............................................................................38

2.7.3

Agronegócio no Paraná ..............................................................................40

2.7.4

Agronegócio no Oeste Paranaense ...........................................................41

2.8

CONTABILIDADE .................................... .........................................................42

2.8.1

Contabilidade de Custos.............................................................................43

2.8.2

Contabilidade Rural .....................................................................................45

2.9

VIABILIDADE ECONOMICA .............................................................................47

2.10 SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO ................................... ..........................................48 2.10.1 Tipos de Irrigação ........................................................................................49 2.10.2 Irrigação Sistema Pivô Central...................................................................51


11 3

METÓDOS E TÉCNICAS DA PESQUISA..........................................................54

3.1

TIPO DE PESQUISA .........................................................................................54

3.2

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS......................................................55

3.3

PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS. ....................................................55

3.4

DELIMITAÇÃO DA PESQUISA.........................................................................56

4

CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DE PESQUISA.......................................57

4.1

HISTÓRICO ................................................. .....................................................57

5. ANALISE E DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS...................................................60 5.1 INVESTIMENTOS NO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO .............................................60 5.2

DEMONSTRAÇÃO DA PRODUÇÃO APÓS A IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO NO PERÍODO DE 2003 A 2007...............................................60

5.2.1

Produção da Propriedade...........................................................................61

5.2.2

Produção do Município ...............................................................................62

5.3

DEMONSTRAÇÃO

DA

PRODUÇÃO

ANTES

DA

IMPLANTAÇÃO

DO

SISTEMA DE IRRIGAÇÃO NO PERÍODO DE 1998 A 2002 ...........................62 5.3.1

Produção da Propriedade ...........................................................................63

5.3.2

Produção do Município...............................................................................63

5.4

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS DADOS OBTIDOS DO MUNICÍPIO E DA PROPRIEDADE ................................................................................................64

5.4.1

Propriedade X Município 1998 A 2002 .......................................................64

5.4.2

Propriedade X Município 2003 A 2007.......................................................65

5.4.3

Propriedade X Propriedade........................................................................66

5.5

ANALISE COMPARATIVA ENTRE O FATURAMENTO DA PROPRIEDADE E DE OUTROS INDICADORES ........................... ................................................67

5.5.1

Faturamento X Depreciação/ Energia Elétrica ..........................................67

5.5.2

Faturamento X Investimento em Instituições Financeiras.......................68

5.5.3

Retorno de Investimento.............................................................................70

6

CONCLUSÃO/ RECOMENDAÇÕES..................................................................71

6.1

CONCLUSÃO ......................................... ..........................................................71

6.2

RECOMENDAÇÕES..................................... ....................................................73

REFERÊNCIAS ........................................... ..............................................................74 APÊNDICES ..............................................................................................................78


12

1

INTRODUÇÃO

Sabe-se que em um sistema administrativo engloba ciências como matemática, economia, psicologia, marketing que auxilia o administrador levantar dados expressivos, possibilitando assim que a empresa se destaque através da administração com eficiência e eficácia. A partir do momento em que os dados são levantados o responsável parte para a tomada de decisão escolhendo qual investimento será economicamente viável. A tomada de decisão então é previamente analisada para que não haja investimentos que possam gerar o prejuízo ou o baixo lucro. Segundo Barros Neto (2001), a administração na atualidade é a mais importante atividade humana, pois através dela viabiliza-se todas as demais, afinal, sem uma administração eficiente, geram-se desperdícios, gastos, prejuízos ao meio ambiente e extinção dos recursos produtivos. De maneira geral, não existem organizações improdutivas ou subdesenvolvidas, mas sistemas bem ou mal administrados e os resultados obtidos são reflexos diretos da qualidade da administração. Através destas constatações vê-se a necessidade de uma boa aplicação administrativa também nos setores agrícolas, para o seu total aproveitamento de riquezas produtivas e financeiras; e principalmente para novos investimentos de garantias de produção. Neste contexto existe a administração rural, que visa o uso mais eficiente dos recursos, para obter os resultados mais proveitosos e contínuos em inúmeros meios de extração, sendo um deles o da irrigação. Estudando a teoria das irrigações chega-se a determinadas considerações, que é o aproveitamento das águas para a obtenção de produção, mas é preciso unilas com as teorias econômicas onde se destaca a viabilidade. Segundo Hirschfeld (2000) a viabilidade de um empreendimento é examinada dentro de um prazo de interesse no qual deseja-se saber se o esforço produtivo a ser realizado vale mais do que a simples aplicação dos valores envolvidos a taxas mínimas de atratividade.


13 Por esses inúmeros itens, deve-se fazer uma análise profunda antes de realizar um novo negócio ou mesmo melhorá-lo, a ponto de encontrar um resultado onde o empreendimento é considerado economicamente viável. Se os resultados não forem satisfatórios, é de grande importância refazer os planos de investimentos. Neste caso procurar-se estudar dados de uma propriedade agrícola na qual existe um sistema de irrigação por pivô central e analisar nesse empreendimento a viabilidade econômica.

1.1 PROBLEMA

O sistema de irrigação por pivô central é economicamente viável para a propriedade rural?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Estudar a viabilidade econômica do sistema irrigado por pivô central.

1.2.2 Objetivos Específicos a)

Diagnosticar os investimentos necessários para implantação de um sistema de irrigação com pivô central;

b)

Demonstrar os índices de produtividade da propriedade antes e depois da implantação do sistema de irrigação com pivô central;

c)

Comparar a produção e produtividade da propriedade com a produtividade media do município de Missal, no mesmo período;


14 d)

Analisar a viabilidade econômica para implantação do sistema, em comparação com outros investimentos.

1.3 JUSTIFICATIVA

Considerando as razões pela qual este estudo esta sendo elaborado, propõem-se uma busca fundamentada na valorização do capital investido e em contra partida um retorno esperado; pois é preciso saber se tal montante está dando retorno desejado ou poderia dar um melhor retorno em um outro investimento. No decorrer dos anos houve um aumento expressivo da população e na produção, mas um tema que está sendo levado em conta para os produtores e empreendedores, é a viabilidade de todos esses processos de produção. Segundo Magalhães (1999) devem-se sempre analisar economicamente, os efeitos de um planejamento, e para tal, dispõe-se de uma série de condições que deverão ser satisfeitas: a. a análise dos custos reverte-se de grande importância, porque esses indicadores podem tornar um planejamento inviável quando passam a representar dispêndios que ultrapassam as disponibilidades. Dessa forma exeqüível, procurando a forma mais racional de utilizá-los; b. as receitas deverão ser estimadas de forma criteriosa, porque se forem superestimadas, poderão levar a resultados incompatíveis com aqueles esperados; c. deve-se sempre procurar a melhor relação custo/benefício (receita total/custo de produção). Quanto maior for essa relação, maiores serão os retornos das atividades componentes do plano. Esta relação é de grande utilidade na avaliação e seleção de projetos e indica o retorno que será obtido pelo emprego de cada unidade monetária em determinado processo de produção; d. devem ser feitas as previsões de recursos a serem gastos durante a execução do planejamento e das fontes de financiamento e, até certos limites, procurar as condições que promovam o autofinanciamento.


15 Segundo Hirschfeld (2000) a análise da viabilidade de um empreendimento passa por vários aspectos como: objetivo e aspectos legais, aspectos jurídicos, administrativos, mercadológicos, técnicos, econômicos e contábeis além dos aspectos financeiros. Sendo assim, o planejamento econômico surge como fator indispensável em qualquer situação. Para existir a viabilidade é necessário que, nos instantes verificados, os benefícios resultantes sejam superiores aos custos empregados. (HIRSCHFELD, 2000). Por isso os autores descrevem como sendo de fundamental importância o estudo da viabilização econômica e financeira para o melhor aproveitamento de todos os recursos financeiros a serem implantados em novos projetos ou de melhoria dos mesmos. Segundo Batalha (2001) a solução para os produtores, que possuem irrigação, passa pela elaboração de estratégias de viabilização do agronegócio. É imperativo que os produtores adotem o processo de aprendizagem de todo um conjunto de atividades pouco usuais nos modos tradicionais de produção. Além da utilização de tecnologia e novas formas de organização coletiva, e também é imprescindível trabalhar com a gestão do empreendimento. Justifica-se assim a realização da presente pesquisa, a qual tem como objetivo principal avaliar economicamente a atividade, demonstrando dados que depois de expostos, serão avaliados para detectar a sua viabilidade econômica.


16

2

2.1

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

ADMINISTRAÇÃO

O estudo da administração é um desdobramento da história das transformações econômicas, sociais, políticas e necessidades que o homem tem em sua natureza que precisam ser satisfeitas através de esforços organizados. (KWASNICKA. 1989). A industrialização é relativamente recente. Antes dela as organizações humanas eram fundamentalmente a família, tribos, igrejas, exército e o estado. Desde o principio o homem sentiu necessidade de organizar-se para as campanhas militares, para os problemas familiares, para a administração governamental e para a operação de sua religião, decorrendo daí as primeiras noções de organização. Examinando-se

a

constantemente

que

administração são

as

pré-industrial,

noções

dois

relativamente

temas

limitada

das

aparecem funções

administrativas e a pouca consideração pela atividade comercial. (KWASNICKA. 1989). Através da história antiga nota-se acontecimentos que permitiram a evolução das antigas civilizações com base em princípios administrativos que são até hoje utilizados por grandes teóricos da administração. Os egípcios desenvolveram projetos arquitetônicos e de engenharia, como as pirâmides, grandes canais para a irrigação e outras edificações de grande porte. Alguns dos mais antigos documentos escritos no mundo foram encontrados na civilização Suméria, de 5.000 anos atrás, e se constituem em provas das práticas de controle administrativo. Os sacerdotes dos templos Sumérios, por meio do imenso sistema tributário, coletavam e administravam grandes somas de bens e valores, incluindo rebanhos, propriedades rurais e rendas. Esses sacerdotes eram solicitados a prestar contas de sua gestão ao sacerdote, o que era uma prática de fiscalização administrativa. (SILVA, 2004).


17 O código de hamurábi, governador da Babilônia no período de 2000 a 1700 a.C. constituiu um texto de leis que orientou o povo no principio de trabalho; instituiu o principio da paga mínima, contratos de trabalho e recibos de pagamento que permitiam controlar as transações comerciais. (KWASNICKA, 1989 p.12).

Os hebreus registraram alguns princípios administrativos básicos na bíblia. O Êxodo, empreendido por Moisés, foi uma tarefa gerencial, foi utilizada uma política de descentralização de decisões em que se esboçavam os primeiros contornos dos organogramas atuais. Roma desenvolveu um sistema semi-industrial de manufatura para sua legião. A china foi uma nação de homens sábios e nos deu grandes lições de administração. Uma das obras foi “A Arte da Guerra” de Sun Tzu, considerado o mais antigo tratado militar do mundo. (KWASNICKA, 1989). Por ser muito nova, a administração apropriou-se do conhecimento de varias outras ciências e absorveu a contribuição de inúmeros filósofos, matemáticos, físicos, economistas, políticos, empresários, engenheiros, empreendedores, historiadores, psicólogos, instituições e organizações diversas, tornando-se talvez uma das mais ecléticas ciências modernas. (BARROS NETO, 2001, p.12).

Para a formação da ciência da administração, várias foram às contribuições mas as principais surgiram com o princípio de hierarquia e que a igreja católica estruturou em cinco níveis: papa, cardeais, arcebispos, bispos e párocos que perdura a quase 2000 anos. (KWASNICKA, 1989). Através das descobertas com as navegações e das invenções, que deram o inicio assim o que podemos chamar de primórdios da revolução industrial. Assim em 1494 Luca Pacioli, escreveu o primeiro sistema de partidas dobradas decorrente da necessidade de os mercadores saberem suas posições de créditos e débitos, fornecerem posição de caixa e inventário. (KWASNICKA, 1989). Depois da primeira publicação sobre esta nova ciência surgiram vários conceitos sobre administração. Administração é um conjunto de atividades dirigidas à utilização eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de alcançar um ou mais objetivos ou metas organizacionais. (SILVA. 2004). Dando mais um salto na história, passamos agora para a fase dos primeiros estudos formais; enquanto teoria de administração que se situa nos séculos XIX e XX, surgiu a chamada administração cientifica, com publicações dos princípios da administração cientifica, em 1911, por Frederick Winslow Taylor, chamado pai da administração cientifica.( KWASNICKA, 1989, p.16).


18

Conseguir fazer as coisas certas no momento certo, pelas pessoas certas é o grande problema que a TGA (Teoria Geral da Administração) nos ajuda resolver. Cabe a administração compreender a organização, interpretar seus objetivos e concretizá-los através da ação das pessoas que compõem direta ou indiretamente essa organização. Administrar é obter sucesso organizacional através do esforço das pessoas. (BARROS NETO, 2001). Administração significa, em primeiro lugar, ação. A administração é um processo de tomar decisões e realizar ações que compreende quatro processos principiais

interligados:

planejamento,

organização,

execução

e

controle.

(MAXIMIANO, 2000).

2.2

ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA

A

administração

começou

a

nascer

com

corpo

independente

de

conhecimentos na Europa do século XVIII, durante a revolução industrial. No livro “A Riqueza das Nações”, de 1776, Adam Smith evidenciou as vantagens do princípio da divisão do trabalho. Ele acentuou que operários especializados poderiam ser mais eficientes, fabricando quantidade muito maior de alfinetes do que se cada um tivesse que fabricar o alfinete completo. (MAXIMIANO, 2000). Em termos de desenvolvimento das escolas ou teorias da administração, a escola clássica é a mais velha, tendo se iniciado com a teoria da administração cientifica, estabelecida por Frederick w. Taylor.(SILVA, 2004, p. 117).

A personalidade de Taylor, pode ser examinada em três aspectos: • como experimentador e pesquisador; • como autor e divulgador dos seus experimentos; • como formador de uma equipe e linha de pensamento. (SILVA. 2004). A pessoa que transformou o debate sobre a eficiência num conjunto de princípios e técnicas foi Frederick Winslow Taylor, líder de um grupo que promoveu o movimento da administração cientifica. Em


19 essência, os princípios e as técnicas criados por esse movimento procuravam aumentar a eficiência dos trabalhadores por meio da racionalização do trabalho. As contribuições que Taylor deixou contavam-se entre as mais importantes da historia das teorias e praticas da administração. (MAXIMIANO, 2000, p.56).

Em 1903 Taylor escreveu Administração de oficinas (shop management), em 1906 alem de publicar a arte de cortar metais, foi eleito presidente da associação americana de engenheiros mecânicos, em 1911, já famoso, publicou princípios de administração cientifica vindo a falecer quatro anos depois. (BARROS NETO. 2001) Em seu primeiro trabalho na Administração de oficinas Taylor compreendia quatro princípios: a) O objetivo da boa administração era pagar salários altos e ter baixos custos de produção; b) Com esse objetivo, a administração deveria aplicar métodos de pesquisa para determinar a melhor maneira de executar tarefas; c) Os empregados deveriam ser cientificamente selecionados e treinados, de maneira que as pessoas e as pessoas e as tarefas fossem compatíveis. Deveria haver uma atmosfera de intima e cordial cooperação entre a administração e os trabalhadores, para garantir um ambiente psicológico favorável à aplicação desses princípios.(MAXIMIANO, 2000). Essas idéias vieram a ser expostas com maior clareza e de forma mais simples no livro Princípios de administração cientifica, em 1911. Taylor também apresentou uma idéia extremamente importante: ele insistiu na distinção entre a filosofia (conjunto de princípios) e as técnicas (mecanismos) da administração cientifica. Os mecanismos, ou técnicas eram: Estudos de tempos e movimentos, Padronização de ferramentas e instrumentos, padronização de movimentos e sistemas de pagamento de acordo com o desempenho. (MAXIMIANO, 2000, p.56-57). .

Taylor entendia as técnicas da eficiência como formas de colocar em prática os princípios da administração cientifica, a qual era para ele uma revolução mental, uma maneira de encarar o trabalho e as responsabilidades em relação à empresa e aos colegas. (MAXIMIANO, 2000). Outra grande contribuição para a administração foi feita por Henry Ford, fundador da Ford Motor Company e criador da linha de montagem móvel. Ford, com


20 a linha de montagem móvel estabeleceu o padrão de organização de processos produtivos que se tornaria universal. (MAXIMIANO, 2000). Com sua filosofia de produção em massa, preços baixos, altos salários e organização eficiente do trabalho, destacando-se a rapidez de fabricação, Henry Ford apresentou ao mundo o maior exemplo de administração eficiente individual que a história conhece. (SILVA, 2004). Ao lado de Taylor e Ford, Fayol é um dos contribuintes mais importantes do desenvolvimento do conhecimento administrativo moderno. Fayol chegou a diretor geral de uma empresa de mineração em 1888. A empresa estava a beira da falência, mas quando fayol se aposentou, em 1918, sua situação financeira era sólida. (MAXIMIANO, 2000, p.60).

Segundo Silva (2004) Henri fayol é considerado o pai da administração moderna e das suas experiências como executivo chefe de uma empresa integrada no processo de larga escala, fayol começou a desenvolver suas idéias sobre administração. Em 1900, num folheto apresentado no congresso internacional de mineração e metalúrgica, ele disse: “todos os empregados numa organização participam, num maior ou menor grau, da função administrativa...(e) têm oportunidade para exercitar suas faculdades administrativas e ser reconhecidos por isto. Aqueles que são particularmente talentosos podem subir dos degraus mais baixos aos mais altos, da hierarquia da organização. ( SILVA 2004, p. 144).

Henry Fayol segundo Silva (2004) estabeleceu que todas as atividades ou operações de uma empresa poderiam ser divididas em seis grupos, conforme descrito a seguir:

GRUPOS DE ATIVIDADES ESTABELECIDAS POR HENRY FAYOL Relacionadas com a Atividades técnicas transformação e produção de bens (produtos e serviços) Relacionadas com as transações Atividades comerciais de compra, venda e permuta. Relacionadas com a captação e Atividades financeiras bom uso do capital Relacionadas com a preservação Atividades de segurança e proteção das pessoas e dos bens Continua


21 Conclusão GRUPOS DE ATIVIDADES ESTABELECIDAS POR HENRY FAYOL Relacionadas com os controles e Atividades contábeis registros das despesas organizacionais (como inventários, balanços, custos e estatísticas) Relacionadas com a integração de Atividades administrativas todas as operações da organização ; as atividades administrativas coordenam e sincronizam as atividades anteriores, tendo portanto interferência / influencia sobre elas. FONTE: SILVA, 2004.

QUADRO 01 - ATIVIDADES ESTABELECIDAS POR HENRY FAYOL.

Esta seqüência de atividades que se relacionam entre si, traz funções de todos os setores de uma empresa que necessitam de um entrosamento para a ótima permanência no mercado, que é uma gradativa escada onde qualquer um dos funcionários pode subir de cargo como descer. O quarto integrante da escola clássica é Max Weber, um importante cientista social e jurista alemão, que se ocupou de inúmeros aspectos das sociedades humanas. Na década de 20, Weber publicou estudos sobre o que ele chamou o tipo ideal de burocracia. (MAXIMIANO, 2000, p. 62).

A administração burocrática propriamente dita constitui-se na determinação clara de um tratado onde são definidos aspectos como:

OS ASPECTOS DA ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA Um conjunto de normas

Em que são especificados rigorosamente deveres, responsabilidades e autoridades daqueles que ocupam o cargo, ou seja, a cada cargo está associado um conjunto de deveres, responsabilidades e autoridades e quando um individuo ocupa aquele cargo ele assume esse conjunto de atributos.

O principio de hierarquia

Os cargos obedecem a uma hierarquia de importância e essa hierarquia é conhecida pelos elementos que os diferenciam. Esses elementos são o poder de mando e o valor da remuneração atribuído ao cargo. Continua


22 Conclusão

OS ASPECTOS DA ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA A competência profissional

O conhecimento técnico:

Associada à divisão clara de tarefas e, dessa forma, definida a competência de cada um, a preparação formal das pessoas para que desempenhe suas tarefas, segundo os padrões esperados. Com isso garante-se a forma, também definida de acesso a cargos superiores, baseado exclusivamente na capacidade. Entende-se aqui por conhecimento técnico todas as regras que definem o sistema social em que o individuo está envolvido e que determinam o desempenho do cargo.

FONTE: KWASNICKA,, 1989.

QUADRO 02 - ASPECTOS DA ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA.

Os aspectos citados acima formam como as normas onde todos se enquadram para as seguintes leis estabelecidas: a hierarquia, onde existe a obediência para com os superiores, o profissional baseia-se no comprimento das tarefas seguindo um padrão; já o técnico é considerado como determinação para todos os tipos de cargos como uma maneira de à exercer. A burocracia é uma forma de organização das atividades humanas é muito antiga, entretanto, a teoria desenvolvida com objetivos específicos só aconteceu a partir de Max Weber. (SILVA, 2004).

2.3

ADMINISTRAÇÃO NEOCLÁSSICA

A teoria neoclássica nada mais é que uma redenção e atualização, agora ampliada e mais abrangente, dos princípios e idéias que foram defendidas pelo clássico décadas atrás. De fato, as abordagens surgidas após o Taylorismo e o Fayolismo tiveram a característica comum de se não negar completamente os pressupostos clássicos, pelo menos o intuito de descredenciá-los ou no mínimo pôr em dúvida o que tinha sido dito até então. Relações humanas, só para ficar em um exemplo, praticamente negam todos os princípios clássicos, adotando uma visão completamente oposta aos teóricos anteriores. (BARROS NETO, 2001). Os aspectos organizacionais mais importantes se concentram no homem e seu grupo social, isto é, a preocupação passa dos aspectos técnicos e formais para os aspectos psicológicos e sociológicos. O movimento das relações humanas foi um esforço combinado dentre teóricos e práticos, para fazer os gerentes mais sensíveis


23 às necessidades dos empregados. Isto veio como um resultado de circunstâncias especiais que ocorreram durante a primeira metade do século XX. (SILVA, 2004). Elton Mayo é freqüentemente reconhecido como o “pai das relações humanas”. O seu famoso experimento na Western Eletric Company, em Hawthorne, marcou época na historia da administração, quando os empregados começavam a terem direitos. A transição aconteceria de qualquer maneira, porem as descobertas de Mayo convenientemente coincidiram com a mudança de atitude dos empregadores, o que torna difícil dizer quem contribui com o que. Trata-se, portanto, de um esforço conjunto. (KWASNICKA, 1989, p. 73).

Esse projeto começou com a aplicação de métodos da psicologia experimental,

introduzidos

nos

Estados

Unidos

por

Hugo

Munsterberg.

(MAXIMIANO, 2000). Aumentava-se a intensidade da luz e a produção aumentava. Diminuía-se a luz e a produção aumentava também! Em seguida, os pesquisadores ofereceram benefícios: lanches e intervalos de descanso. A produção continuou aumentando. Finalmente, todos os benefícios foram retirados, a produção, em vez de cair, subiu para uma quantidade espantosa. Elton Mayo, Australiano radicado nos Estados Unidos, foi chamado para ajudar a explicar o que estava acontecendo. (MAXIMIANO, 2000, p. 66).

As experiências em Hawthorne permitiram à administração compreender que o desenvolvimento da produção estava trazendo um grande desgaste no sentimento natural de cooperação; e que a colaboração nas organizações não poderia ser deixada ao acaso.(BARROS NETO, 2001). Maximiano (2000) ressalta que as conclusões mais importantes de Mayo são a qualidade do tratamento dispensando pela gerência aos trabalhadores e as influências do bom tratamento, bom desempenho. Ainda segundo Maximiano o sistema social formado pelos grupos determina o resultado do individuo, que é mais leal ao grupo do que à administração. Se o grupo resolver ser leal à administração, o resultado é positivo para a empresa. O resultado é negativo para a empresa quando o grupo resolve atender a seus próprios interesses. Confirmou-se que o trabalho é uma atividade grupal e que o grupo é fator decisivo para a produtividade, pois o trabalhador não reage como uma pessoa isolada, mas como membro de um grupo. Logo, a organização precisa, para o seu


24 sucesso, de uma administração capaz de compreender e de se comunicar com aqueles que realmente executam o trabalho, pois o ser humano é basicamente motivado pela necessidade de pertencer ao grupo e ser reconhecido nele.(BARROS NETO, 2001). A escola comportamentalista estabelece criticas à teoria clássica e aos princípios gerais por ela estabelecidos, pela sua rigidez e mecanicismo. O comportamentalismo também critica a teoria da burocracia pelo seu “modelo de máquina. (SILVA, 2004)”. As conclusões de Mayo lançaram as bases de uma nova filosofia de administração: a filosofia das relações humanas. Outros autores, alguns dos quais vinham desenvolvendo trabalhos anteriores, produziram outras contribuições que se juntaram para compor o moderno enfoque comportamental.(MAXIMIANO, 2000). Para a administração é fundamental conhecer as necessidades humanas e compreender o comportamento dos membros da organização a fim de utilizar a motivação como importante instrumento para melhorar a gestão empresarial, a eficiência organizacional e a qualidade de vida e trabalho de todos os membros da organização.(BARROS NETO, 2001). Maslow propôs que as necessidades básicas sejam estruturadas numa hierarquia de predominância e probabilidade de surgimentos. Sua teoria baseada na afirmação de que os indivíduos se comportam no sentido de suprir as suas necessidades mais imediatas, que estão priorizadas na seguinte escala: necessidades fisiológicas, necessidade de segurança, necessidades sociais, necessidades de estima e de auto-realização.(SILVA, 2004). É fácil perceber a lógica extremamente fria no raciocínio de Maslow: um homem com fome (necessidade fisiológica) dificilmente vai preocupar-se, por exemplo, com aceitação grupal (necessidade social). É necessário primeiro matar a fome para passar a se preocupar a se preocupar com as necessidades mais altas, ou seja, à medida que as necessidades mais “baixas” vão sendo satisfeitas, é que vão surgindo as necessidades mais “altas”. É lógico que não se trata de uma satisfação completa, mas de uma satisfação suficiente para deixar de preocupar –se excessivamente com uma pessoa e permitir que ela se concentre em outro tipo de necessidade.(BARROS NETO, 2001). A teoria de Herzberg divide o conceito em motivação e satisfação, e estabelece que a motivação origina de fatores do trabalho, tais como:


25 reconhecimento, responsabilidade, oportunidade de progresso, obtenção de resultados e do próprio cargo. Esses fatores de satisfação são unipolares, ou seja, tem pouco efeito na insatisfação do trabalho, quando qualquer deles não ocorre. Em contrapartida, um estado de insatisfação pode ser gerado pela presença de fatores de supervisão, relações interpessoais, salário, condições de trabalho. Segundo Herzberg, a satisfação aumenta a motivação, porém a insatisfação não a diminui.(KWASNICKA, 1989). Segundo Barros Neto (2001) Chester Barnard, outro estudioso de administração, também behaviorista, definiu que as organizações são sistemas cooperativos onde há interação entre duas ou mais pessoas cooperando para atingir um objetivo comum, desde que haja justificativa para esse esforço. Naturalmente quando a organização é pequena, os objetivos pessoais confundem-se com os organizacionais. Chris Argyris, admitiu que é perfeitamente possível a integração de interesses pessoais e organizacionais, o que permitiria às empresas atingir alta produtividade. Desse modo a responsabilidade para criar e manter este clima de cooperação e integração de esforços é da administração que deve e pode gerir a organização de modo a contribuir enormemente com o desenvolvimento do potencial individual e da própria organização.(BARROS NETO, 2001).

2.4

ADMINISTRAÇÃO MODERNA

A expressão teoria moderna da organização não implica que a teoria neoclássica esteja ultrapassada. De fato, as duas coexistem, interagem e em alguns pontos são indistintas. Entretanto, a teoria moderna é mais arrojada, menos obstruída pela teoria clássica e menos comprometida com uma ainda não realizada integração de seus componentes em um sistema unificado. A teoria moderna quebrou a rigidez, amenizou os aspectos mecânicos da estrutura clássica e está preocupada com a visão organizacional dos organismos vivos, os quais estão constantemente em um processo de movimento, mudança e adaptação.(KWASNICKA, 1989).


26 A solução de problemas atualmente exige um amplo enfoque para um sistema, mais do que a obsessão de aprofundamento do problema particular em questão. Isto significa olhar o problema sob uma perspectiva mais ampla, ou seja, sob um ponto de vista de sistemas, um ponto de vista holístico. A visão do problema como um todo é denominado visão de sistemas ou abordagem de sistemas. A falta dessa maneira de analisar os problemas pode ser catastrófica.(SILVA, 2004). A teoria geral dos sistemas, que explora “todos” e totalidades”, tem duas idéias básicas. A realidade é feita de sistemas, que são feitos de elementos interdependentes. A realidade não é feita de elementos isolados, sem qualquer relação entre si; e para compreendê-la, é preciso analisar não apenas elementos isolados, mas sua inter-relação, por meio de enfoque interdisciplinar. (MAXIMIANO, 2000). A Cibernética passou a manifestar-se em todos os campos do conhecimento humano como uma metodologia de transferência direta de conhecimentos de uma disciplina para outra.(BARROS NETO, 2001). A Cibernética é definida como a ciência da comunicação e do controle, voltada para os objetivos, e seu campo de estudo são os sistemas, pois é a comunicação que os integra e o controle que regula seu funcionamento. ( BARROS NETO, 2001, p. 77).

Todas as coisas podem ser vistas como sistemas. Um automóvel é um sistema mecânico de centenas de peças; uma flor é um sistema botânico, bem como um animal é um sistema zoológico; um ser humano é um sistema fisiológico e psicológico, constituído de células, órgãos, atitudes, expectativas e muitos outros elementos. Uma empresa de negócios é um sistema sócio-técnico porque combina organização humana com a tecnologia das máquinas, materiais, processos e assim por diante.(SILVA, 2004). A visão de contingência procura entender as relações dentro e dentre os subsistemas, bem como entre a organização e seu ambiente, procura definir padrões de relações ou configurações de variáveis. Esta visão enfatiza a natureza multivariada das organizações e tenta entender como as organizações operam sob condições variáveis e em circunstâncias especificas.(SILVA, 2004). Contigencial significa alguma coisa que pode ou não acontecer, algo incerto, mas que deve ser considerado. Em administração essa palavra é muito cara, pois


27 lidando com competição acirrada, novas tecnologias surgindo a cada dia, mercados instáveis, capitais extremamente voláteis, consumidores cada vez mais exigentes e conscientes de seus direitos é praticamente impossível para o administrador agir com certeza absoluta, saber exatamente que rumo tomar ou traçar planos inflexíveis. (BARROS NETO, 2001). Ainda ressalta o autor que o meio ambiente hoje é muito pouco estável, contigencial mesmo. A todo o momento ocorrem situações que não foram ou não podiam ser exatamente previstas e de qualquer jeito tem de ser enfrentadas. Por isso, a abordagem contigencial é tão importante para a ciência administrativa. O desenvolvimento do pensamento contigencial não é produto de um indivíduo ou mesmo grupo de indivíduos, mas podemos perceber, ao longo do desenvolvimento das várias abordagens teóricas da administração que havia necessidade de certa adaptação a situações. A falta de clareza na percepção dessas situações é o perigo de mudar o certo para o incerto. A partir dessa visão, podemos estabelecer que a organização deve ser composta de fatores ou padrões temporários em que seus membros procuram modificar-se e adaptar-se a novas necessidades e problemas.(KWASNICKA, 1989). Essa escola afirma que tudo é relativo, e que é o meio ambiente que vai determinar as teorias e as técnicas a serem utilizadas pelo administrador, bem como quais devem ser as melhores alternativas de ação administrativa a serem adotadas. (BARROS NETO, 2001). Cita Kwasnicka (1989), que em primeiro lugar, a palavra chave deverá ser temporário. Organizações deverão ser adaptativas, sistemas temporários de mudanças rápidas. Segundo, deverão ser organizadas em torno de problemas a serem resolvidos. Terceiro, esses problemas serão resolvidos por grupos de pessoas relativamente estranhas, que representem uma diversidade de habilidades profissionais. Quarto, dada a necessidade de coordenação de vários projetos, há que haver a ligação de grupos diferenciados. Quinto, os grupos serão conduzidos em uma linha orgânica e não mecânica, serão emergentes e adaptativos aos problemas, e liderança e influencia estarão com aqueles que demonstrarem capacidade de solucionar problemas. As pessoas deverão ser diferenciadas de acordo com suas habilidades e treinamento, e não de acordo com a hierarquia ou papel desempenhado na organização.


28 Uma forma comum de estabelecimento de metas usada nas organizações é a Administração por Objetivo – APO. Essa técnica consiste em estabelecer objetivos de maneira participativa, na qual superior e subordinado acordam suas metas em estreita consonância com os objetivos de cada departamento, de tal forma que todos os objetivos na organização sejam consensuais e estejam interligados.(BARROS NETO, 2001). Este processo é uma tentativa de alinhar metas pessoais com a estratégia do negócio, por meio do aumento da comunicação e percepções compartilhadas entre a gerência e os subordinados, seja como indivíduos ou como um grupo, pela conciliação do conflito quando este existir.(SILVA, 2004). Segundo Barros Neto (2001) todo o planejamento (estratégico, tático e operacional) é definido com base na mensuração e no controle, de modo a permitir o permanente acompanhamento da evolução do cumprimento das metas vinculadas aos objetivos estabelecidos. Os planos são, portanto, continuamente avaliados, revisados e, se necessário, modificados para garantir o efeito acompanhamento do desempenho organizacional como um todo. Objetivos que definem a relação de longo prazo da organização com seus clientes ou usuários são chamados missões ou negócios. As organizações também têm objetivos de curto prazo, como produzir e vender certa quantidade de veículos no mês que vem ou atender a certo número de pessoas no próximo ano.(MAXIMIANO, 2000). A Administração por objetivos pode ser definida como um estilo ou sistema de administração que relaciona as metas organizacionais com o desempenho e desenvolvimento individual, por meio do envolvimento de todos os níveis administrativos. (SILVA, 2004, p. 433).

A APO melhora o planejamento, moral e a motivação porque deixa claro os objetivos e os padrões de controle. Por outro lado, é preciso cuidado para não transformá-la em meio de coerção e intimidação dos funcionários, acabando por degenerar em simples pressão pó aumento de lucros.(BARROS NETO, 2001). Segundo Biagio (1996), nos anos 90 surgiu uma nova corrente de pensamento, denominada Reengenharia, que prometia fazer verdadeiros milagres dentro das empresas; destacando-se ganhos de até 80% em produtividade após a implementação das mudanças no processo produtivo, porém depois de algum tempo


29 descobriu-se que a reengenharia não passava da velha e conhecida “Organização Racional do Trabalho”, somente que desta vez ela estava sendo aplicada à processos adaptados às novas exigências dos consumidores. Quase que imediatamente, a nova tendência foi criticada pelos adeptos da chamada

re-administração,

que

condenavam

os

métodos

utilizados

pela

Reengenharia quanto à forma com que ela tratava os participantes da organização, repetindo os mesmos conceitos desenvolvidos pela teoria das Relações. Humanas.Se estabelecermos um quadro comparativo entre os princípios da Reengenharia e da Readministração, teremos a seguinte situação:

PRINCÍPIOS COMPARATIVOS DE REENGENHARIA E READMINISTRAÇÃO Critério Objetivo

Reengenharia

Readministração

Busca vantagem competitiva, Busca vantagem competitiva satisfazendo os clientes. satisfazendo tanto os clientes como os membros da organização.

Responsabilidade Ausente Social Horizonte de Tempo Curto prazo. Foco

Técnico

Preocupação com o impacto social e ético das ações realizadas. Longo prazo, combinando com as ações de curto e médio prazo. Social, técnico e ecológico.

Alcance

Parcial, sistêmico.

Sistêmico, holístico.

Abordagem gerencial Revolucionária, para melhoria Evolucionária, admitindo revoluções drástica e isolada. dentro de uma visão maior e programada. Estratégia

Um questionamento dos Soluções incrementais e definidas processos com um enfoque de situacionalmente. base zero

Recursos Humanos

Objeto do processo

Motivação

Precisa ser adaptada às novas Parte integral das novas propostas. propostas

Estrutura

Poucos níveis de autoridade

Estruturas adaptadas com poucos níveis de autoridade.

Informação

Elemento crítico e essencial

Elemento de relevância crescente

Sujeito do processo

FONTE: CARAVANTES, (2006).

QUADRO 03 - COMPARATIVO DE REENGENHARIA E READMINISTRAÇÃO.

A aplicação de qualquer uma das duas poderá trazer benefícios para a empresa, porém optar entre as duas é a mesma questão de optar pela teoria das Relações Humanas ou pela Administração Científica, e irá depender do tipo de empresa, seu mercado, da cultura e dos valores de seus membros.


30 2.5

ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

Estratégia é a seleção dos meios, de qualquer natureza, empregados para realizar objetivos. O conceito de estratégia nasceu da necessidade de realizar objetivos em situação complexa, principalmente nas quais um concorrente procura frustrar o objetivo de outro. A finalidade da estratégia, segundo Aristóteles, é a vitória. No campo da administração das organizações, a estratégia abrange os objetivos da organização na relação com seu ambiente: a seleção dos produtos e serviços e a seleção dos mercados e clientes com os quais a organização pretende trabalhar.(MAXIMIANO, 2000). O conceito de administração estratégica mudou muito e continuará a mudar. Como resultado, tem-se uma perceptível falta de consenso sobre o que, precisamente, o termo significa. Apesar do impasse, a administração estratégica é adotada

em

diversas

organizações,

e

muitas

se

beneficiam

dela

significativamente.(CERTO, 2005). Planejamento estratégico é o processo de elaborar uma estratégia (ou plano estratégico), com base na analise do ambiente e nos sistemas internos da organização. Administração estratégica é o processo que compreende planejamento, implementação e controle da execução da estratégia. (MAXIMIANO, 2000, p. 203).

As organizações são entidades sociais criadas para alcançar objetivos em um ambiente mutável e dinâmico e, para isso elas precisam realocar, reajustar e reconciliar continuamente seus recursos disponíveis com as oportunidades percebidas no seu ambiente de operação a fim de aproveitar as brechas nos mercados e neutralizar as ameaças de seus concorrentes. Para tanto, as organizações procuram desenvolver seus negócios e operações de uma maneira coerente e consistente por meio de estratégias que garantam seu plano sucesso nessa empreitada. As constantes mudanças e transformações no ambiente de operações produzem uma forte pressão no sentido de ações ágeis e de reações rápidas para aproveitar prontamente as novas oportunidades que surgem e para escapar das dificuldades, restrições e limitações impostas pelo ambiente. A estratégia organizacional constitui o primeiro e principal passo para a organização


31 articular e alcançar esta capacidade de manobra em um cenário cada vez mais complexo e dinâmico.(CHIAVENATO, 1999). Segundo Certo (2005), define a administração estratégica como um processo ou uma série de etapas: ETAPAS DA ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA Analise do ambiente Diretrizes organizacionais Formulação da estratégia

Implementação da estratégia

Controle estratégico

é o processo de monitorar o ambiente organizacional para identificar as oportunidades e os riscos atuais e futuros. é a razão pela qual ela existe. Os objetivos são as metas que a organização possui. é definida como um curso de ação para garantir que a organização alcance seus objetivos. essa etapa deve por em ação estratégica que emergiram de etapas anteriores dentro do processo de administração estratégica. concentra-se no monitoramento e na avaliação do processo de administração estratégica para melhora-lo e assegurar-lhe um funcionamento adequado.

FONTE: CERTO (2005)

QUADRO 04 - ETAPAS DA ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

2.6

ADMINISTRAÇÃO RURAL

Segundo Hoffmann (1981), administração rural é o estudo que considera a organização e operação de uma empresa agrícola visando ao uso mais eficiente dos recursos para obter resultados compensadores e contínuos. Observa-se que a administração rural implica em duas funções distintas: a) organização, que se refere especificamente á função de criar o esquema geral ou plano de produção. b) coordenação e supervisão de atividades operacionais, em oposição á atividade organizacional, que se refere à administração propriamente dita, é quando o administrador bota em prática tudo o que foi planejado, seus ajustamentos necessários, a fim de tirar o maior proveito no rendimento econômico relativo à empresa agrícola.


32 Segundo Magalhães (1999), os produtores rurais, responsáveis pelo processo de tomada de decisões sobre o que, quanto e como produzir defronta sempre com as incertezas inerentes aos fatores naturais aleatórios que se sujeita à atividade

agrícola

e

com

aqueles

que

advêm

do

desconhecimento

de

comportamento do mercado para seus produtos. Além dessas barreiras, sua decisão encontra-se condicionada aos seus objetivos pessoais, graus de tradicionalismo e aprendizado, às condições de infraestrutura da propriedade e, sobretudo, expectativas de lucro. Diz ainda Hoffmann (1981), que a administração rural é uma divisão da economia rural que visa contribuir para responder a questões como: a. que combinação cultural deve ser adotada; b. quais espécies de animais devem ser escolhidas; c. quanto de recurso será necessário destinar para atingir maior produção, por hectare ou por animal; d. quais as melhores praticas a se empregar nas culturas e criações e seu melhor fator produtivo; e. que tamanho de propriedade será necessário para meu tipo de exploração; f. que programa de trabalho com as maquinas devemos tomar; g. que estilo de construção será mais adequado a propriedade; h. o tipo de manejo do solo para sua conservação; i.

como localizar no tempo nossa produção.

A administração rural segundo Magalhães (1999), comparada a outras ciências nota-se nela a procura de resultados, tanto é que as ciências técnicas encontram respostas as perguntas. A fitotecnia pode nos esclarecer sobre os rendimentos físicos relativos a variedades, mas cabe a administração rural orientar a seleção da cultura que mais contribuirá para aumentar os lucros, de determinada fazenda. Cita Gassen (1997), o gerenciamento de uma propriedade agrícola é necessário a fim de que se tenha uma maior eficiência, uma alocação de recursos (que são limitados) mais adequada a fim de se atingir um conjunto de objetivos previamente determinados. Ainda Gassen (1997), o gerenciamento de uma propriedade agrícola, envolve conhecimentos técnicos, econômicos e sociais, tais como:


33 •

tipos de solo, planta e animal;

rendimentos das máquinas;

disponibilidade de mão-de-obra;

meio-ambiente.

O gerenciamento, num ambiente dinâmico, com mudanças físicas e econômicas constantes, além de um alto grau de incerteza (por exemplo: chuvas, seca, doenças e preços) pode ser compreendido como um conjunto de três atividades principais: planejamento, implementação, controle.(MAGALHÃES,1999). A necessidade de acompanhamento das atividades se faz não apenas evidente, mas também necessária a fim de que se possam realizar os ajustes necessários,

fazendo

com

que

um

processo

de

revisão

seja

realizado

constantemente.(DURAN, 1998). Diz Magalhães (1999), o produtor rural, para orientar com maior segurança sua decisão, carece de informações tanto sobre a composição dos investimentos e da produção quanto sobre os processos de produção possíveis de ser utilizados. Essas informações devem ter o sentido mais amplo possível. Devem contemplar

tecnologias

de

produção

disponíveis

de

serem

produzidos

e

investimentos necessários. 2.6.1

Administrador Rural Nos tempos remotos as propriedades rurais eram familiares, orientadas para

satisfação das exigências de produção e consumo da própria família não sendo necessário o lucro. Segundo Magalhães (1999), no decorrer dos tempos, em razão da divisão do trabalho e do desenvolvimento do comércio, deu-se a dissociação entre o progresso produtivo e o de consumo, quando o agricultor deixou de se limitar a produzir unicamente para o seu consumo e de sua família, mas especialmente para venda no mercado consumidor. Surgindo então as características essenciais da atividade agrícola, quais sejam: a)

obediência à natureza econômica = custos das várias operações a

serem realizadas; b)

obediência à técnica = quando se estudam as possibilidades de

cultivação de determinadas espécies ou animais.


34 Cita Gassen (1997), ainda que os agricultores de modo geral, podem ser agrupados em viáveis (20%), em marginalizados (50%) e em transição (30%).Os agricultores viáveis possuem infra-estrutura, escala de produção, adoção de tecnologia e gerenciamento com renda que viabiliza a atividade economicamente. Os agricultores em transição continuam as mesmas atividades desenvolvidas nas ultimas décadas, percebem a redução de renda, não entenderam as mudanças que ocorrem no agronegócio e demonstram não ter perspectiva de melhora. Os marginalizados, podem ser classificados como favelados rurais e constituem ameaça social no meio urbano. A baixa qualidade dos produtos, a reduzida escala da atividade e a qualificação da mão-de-obra, colocam a maioria dos pequenos produtores tradicionais à margem do desenvolvimento econômico e social. (GASSEN, 1997). Segundo Hoffmann (1981), os princípios econômicos que se aplicam à industria e ao comércio, são também válidos, em geral, para a agricultura. E ressalta que, esta tem certas características que devemos ter presentes ao estudar a economia de um estabelecimento agrícola: • a terra como fator de produção; • o clima e as estações do ano; • a produção associada: são os bens provenientes de um mesmo individuo biológico, plantas animais. Não há produção de leite ou ovos sem a simultânea produção de carne e esterco; • a produção agrícola é obtida em um número grande de pequenas unidades: isto representa dificuldades para aproveitar possíveis vantagens da economia de escala, significa sérios problemas para que os conhecimentos

técnicos

cheguem

aos

produtores,

dificulta

a

comercialização, etc; • especial importância do sistema de posse da terra. A manutenção da fertilidade da terra implica normalmente em sacrificar parte dos lucros atuais em benefícios dos lucros futuros; • oferta estacional para uma demanda permanente; • produtos perecíveis; • riscos: a agricultura esta exposta a grandes perdas imprevisíveis por calamidades meteorológicas e biológicas.


35 Mas entre todos os métodos da administração da atividade rural deve-se sempre ter a mesma conduta ou procedimentos que qualquer empresa para seu sucesso. Segundo Bedra (1992), a forma de administrar uma propriedade rural consiste em varias maneiras de manejá-la: com planejamento da mesma e sem planejamento. MANEIRAS DE MANEJAR UMA EMPRESA RURAL Planejamento Empírico Na cabeça do dono ou administrador, tornando-o insubstituível na atividade. Na falta deste causa a desorganização dos negócios. Planejamento com controle Escrito e com rotina de trabalho, de modo a permitir a substituição de seus elementos sem interrupção dos negócios, porque as normas escritas podem ser interpretadas e cumpridas por outra pessoa. Organização como pessoa física Envolve os negócios financeiros de sua organização agrícola, das demais atividades e as obrigações familiares; em compensação é mais versátil e desburocratizada perante as instituições. Organização como pessoa jurídica Adquire maior característica empresarial: a empresa passa a ser mais importante que seus proprietários. FONTE: BEDRA (1992)

QUADRO 05 - MANEIRAS DE MANEJAR UMA EMPRESA RURAL

Segundo Duran (1998), para um planejamento adequado, deve-se ter uma base de dados confiável com estimativas de preços dos produtos dos insumos, bem como uma base de dados confiável contendo índices de produção esperados. Devese ter um conhecimento adequado, também, a respeito do solo (tipo, declividade, fertilidade, etc) e do clima (temperatura, precipitação pluvial, etc), além do conhecimento das culturas adequadas á propriedade (em função do solo, em função da região e conseqüente potencial de comercialização) Deve-se considerar, ainda a disponibilidade de mão de obra regional (familiar, contratada, regular, sazonal, geral, especializada, etc.) e os períodos de pico de demanda da mão de obra. Citando Duran (1998), os períodos em que ocorrem os picos de mão de obra são bastantes críticos e a consideração desse fator é um dos fatores mais importantes, quando do estabelecimento de um plano de atividades para a propriedade. A maquinaria a ser utilizada é um outro fator muito importante a ser


36 considerado no planejamento, devido ao alto custo envolvido. Os custos operacionais (combustíveis, lubrificantes, manutenção, etc.) também afetam as decisões a serem tomadas. Ainda segundo Duran (1998), o capital envolvido é outro fator limitante e determinante ao se determinar um plano de produção para a propriedade, face ás instalações, reformas e melhorias necessárias, além das dificuldades de execução de um plano devido ao fluxo de caixa. Finalmente fatores agronômicos e biológicos devem ser considerados, tais como possíveis rotações de cultura (com as conseqüentes pragas e doenças, além da queda de produção), fertilidade e manejo do solo (construção de terraços, plantio em nível, etc.).

2.7

AGRONEGÓCIOS

O agronegócio tem se mostrado nos últimos anos como um setor fundamental para as economias mundiais, mas principalmente para o Brasil onde o percentual de participação das exportações esta entre as maiores comparadas com os outros setores. Nesse contexto econômico de transformações estruturais, no qual se aprofundam gradativamente as relações tecnologias, produtivas e financeiras, a agricultura deixou de ser um setor econômico distinto, passando rapidamente a se integrar à dinâmica da produção industrial, naquilo que ficou conhecido como agribusiness. (MONTOYA, 2002, p. 13).

A noção conceitual do termo agribusiness indica que ele se constitui pela soma total das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas; as operações de produção nas unidades agrícolas e o armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos com eles. Dessa forma, o agribusiness engloba os fornecedores de bens e serviços à agricultura, os produtos agrícolas, os processadores, transformadores e distribuidores envolvidos na geração e no fluxo dos produtos agrícolas até o consumidor final. Participam também nesse sistema os agentes que efetuam e coordenam o fluxo dos produtos, tais como o


37 governo,

os

mercados,

as

entidades

comerciais,

financeiras

e

de

serviços.(MONTOYA, 2002). Cita Montoya (2002), o termo agribusiness, dependendo da conotação econômica e do uso dado, tem recebido diversas traduções e/ou derivações, tais como sistema agroindustrial, complexo agroindustrial, negócios agrícolas e alimentares, complexo rural e agroindustrial, economia da alimentação, complexo agrário, complexo agrícola, etc. No entanto, foi a partir dos anos de 1990 que, no Brasil, se oficializou o termo agronegócio, como tradução de agribusiness.

2.7.1

Contexto Global

Ao longo das ultimas décadas, na economia mundial, os sistemas produtivos agrícolas sofreram transformações importantes em virtude da era da mecanização agrícola (1920 a 1950), que permitiu aos fazendeiros aumentarem à produtividade do fator de produção trabalho; da era da agricultura química (1950 a 1980), que deu o suporte tecnológico para a chamada revolução verde, através do desenvolvimento e uso de defensivos e fertilizantes químicos, que aumentaram a produtividade do fator de produção terra, e da era da biotecnologia e da tecnologia da informação (a partir de 1980), cujos reflexos se fizeram presentes como o surgimento de grandes conglomerados agroindustriais e uma forte expansão das industrias de manufaturas destinadas á fabricação de máquinas agrícolas e insumos químicos.(MONTOYA, 2002). O paradigma da economia dos países industrializados baseia-se no emprego de pequena parcela da população economicamente ativa na agricultura; na redução persistente do número de agricultores e, finalmente, na perda de importância da agricultura para o produto interno bruto, em relação ao que ocorre dentro da porteira da fazenda. Ha duas razões principais que explicam essas transformações. A industrialização ampliou, substancialmente, as oportunidades de emprego, permitindo às cidades abrigar a maior parte da população, enquanto a tecnologia possibilitou à agricultura expandir sua produção além dos limites dos sinais de demanda, a preços constantes. Esses dois movimentos nunca se sincronizam no tempo, já que ora predominam os efeitos de um, ora de outro. No


38 longo prazo, foi mais profundo o efeito da tecnologia em eliminar postos de emprego e agricultores. A desordenada migração rural-urbana agravou as crises de desemprego das cidades, principalmente nas depressões.(GOMES, 1999).

2.7.2

Agronegócio Brasileiro

A atividade agrícola vem respondendo por uma quantia muito grande na renda do país e é considerada a maior entre todas as demais receitas. O agronegócio, nos últimos anos, vem sendo considerado como um conjunto de atividades fundamentais para o desenvolvimento econômico brasileiro. Isso porque os produtos do agronegócios brasileiro no mercado internacional vêm se inserindo de forma eficiente em conseqüência de ganhos de produtividade e econômica de escala seja em época inflacionarias com instabilidade econômica, que caracterizaram a década de 1980, seja em períodos com estabilidade econômica, característica da época de 1990.(MONTOYA, 2002, p. 7).

Segundo Rodrigues, o agronegócio gera 37% do total dos empregos no Brasil e representam 40% das exportações, razão pela qual é um setor superavitário da economia. Considerando uma das últimas grandes fronteiras agrícolas com disponibilidade de solos livres para o cultivo na ordem de 40 milhões de hectares, o Brasil tem no agronegócios o setor mais estratégico.(REIS et al, 2001). Segundo Reis et al (2001) o EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) realizou um importante seminário para debater o impacto da tecnologia agropecuária na economia do Brasil. Segundo Roberto Rodrigues, presidente da Aliança Cooperativa Internacional, as conclusões poderiam ser resumidas em uma frase: ”o progresso do setor agropecuário por meio da aplicação de novas técnicas e tecnologias determina aumentos importantes na renda dos demais setores, aumento da qualidade de vida, resulta em aumento das exportações, redução das importações, e trouxe, nos últimos 25 anos, uma redução de 5,2% ao ano nos preços dos produtos agrícolas para os consumidores, aumentando, desta forma, o poder de compra dos menores salários, pagos à maior parcela da população brasileira”.


39 O Brasil tem pouco a reclamar do desempenho do setor agrícola em matéria de produtividade dentro das circunstâncias existentes. A questão que se coloca aos agentes econômicos é que os investimentos para gerar ganhos de produtividade têm que gerar renda superior ao aumento respectivo nos custos. O preço de venda e a liquidez são importantes para fechar positivamente a equação. A soja teve preço remunerador e liquidez, nos últimos 30 anos, não obstante alguns tropeços, já o milho, quase sempre foram o contrario. Assim, o produtor foi induzido a utilizar tecnologia de ponta na soja e não no milho. Porém, é necessário examinar cuidadosamente os custos e as projeções de preços.(SANTO, 2001). Segundo Reis (2001) na metade da década de 70, a produtividade média de soja, no Brasil, estava em torno de 1,2 a 1,5 ton./ha. No final da década de 90, este patamar médio elevou-se para 2,5 ton./ha, sendo que um produtor com uso intensivo de tecnologia pode chegar a 4 - 4,2 ton./ha. Somos, hoje, o segundo produtor mundial de soja, com uma área plantada que atingiu 13 milhões de hectares no ano 2000. No Brasil os padrões de produtividade são comparáveis e até superiores aos melhores do mundo, com um custo de produção competitivo. Isto é resultado de um investimento em pesquisa não apenas para aumentar níveis de produtividade, mas também para conferir resistência a doenças e pragas o que proporcionou menor uso de insumos agrícolas. Também foi devido ao esforço na área de pesquisa que se desenvolveram tecnologias que propiciaram a adaptação da soja ao clima tropical. A cultura de soja é a matéria-prima essencial para movimentar industrias como farelo, óleo, lecitina e outras, geradoras de divisas e de milhares de empregos diretos e indiretos. Atualmente o agronegócio tem sido a principal locomotiva da economia brasileira, respondendo por um em cada três reais gerados no país, moderno, eficiente e competitivo, o agronegócio brasileiro é uma atividade prospera, segura e rentável, como Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) e outras, bem como uma substancial contribuição das empresas privadas. O aumento da produtividade e a melhoria da qualidade dos cultivos, pelo melhoramento das sementes, sem duvida, foram fatores determinantes para este progresso.(REIS, 2001).


40

2.7.3

Agronegócio no Paraná

Destaca Costa (2005) as atividades agrárias são de extrema importância, desde a segunda metade do século XX, o Paraná tomou a dianteira na produção de café, posição esta tradicionalmente ocupada por São Paulo até o fim da primeira metade do século. O milho é um dos principais produtos, estando o Paraná entre os primeiros produtores no Brasil. Outros produtos são a soja, algodão, batata, trigo, mandioca, feijão e arroz e as principais atividades econômicas são Industrial, mineral, agricultura, pecuária, avicultura e pesca. Ainda de acordo com Costa (2005), o estado do Paraná tem na atividade agropecuária um dos pilares de sua economia, estando consolidada em praticamente todo o seu território. A dinâmica de setores como a indústria e o comércio são estimulados pela produção e pelo crescimento deste setor. A expansão da agricultura e da pecuária paranaense ocorreu em nível superior ao da média nacional, nos últimos anos, tendência que deve se confirmar para as próximas safras, o que justifica o ambiente de otimismo entre os envolvidos no agronegócio regional. Em 2002, com safra recorde, a produção agrícola paranaense representou 25% da safra brasileira. O estado era o segundo maior produtor de soja, com 21% de participação, liderava a produção de milho, com 30% do mercado brasileiro, e também a de trigo, com 56%, perdendo apenas para Estado do Mato Grosso do Sul. Na pecuária, o Paraná liderava a produção de frangos com 19% de participação;e era o terceiro na criação de suínos, com 21% de mercado; e o terceiro em leite, com 11% da oferta brasileira. (COSTA, 2006). Em 2007 o Paraná continuou com muitos dos números levantados em 2002. O Paraná é o maior produtor de milho do Brasil (responde por 27% da produção nacional), de trigo (51%), feijão (23%), casulo de seda (90%), e de frango (22%). O Estado também ocupa o segundo lugar na produção de soja (18%) e de orgânicos (25%). No ranking nacional, é o terceiro na produção de mandioca (15%), suínos (13%) e leite (11%). (AEN, 2007). De acordo com o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2007) a safra nacional de grãos deve chegar a 121,97 milhões de toneladas, e


41 confirma o Paraná como o maior produtor de grãos do país, com uma produção de 24,9 milhões de toneladas. O Paraná deve responder por 20,2% da produção nacional, de acordo com o Instituto, que se baseou na pesquisa do Departamento de Economia Rural (Deral) do Estado. Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de março, a estimativa é inferior às previsões feitas em janeiro e fevereiro, mas mantém a expectativa de uma safra nacional melhor do que a anterior, de 112,454 milhões de toneladas. A estimativa inicial do Deral apontava uma colheita paranaense de 29,3 milhões de toneladas de grãos, e as perdas financeiras devem chegar a R$ 1,57 bilhão. Mas técnicos lembram que mesmo com a redução de 4,4 milhões de toneladas, o Estado continua sendo o maior produtor brasileiro. O levantamento, com dados pesquisados até o dia 20 de março, foi realizado por técnicos da Secretaria da Agricultura.(AEN. 2007). Além dos grãos, o estado do Paraná destaca-se na produção de álcool e açúcar, como o segundo maior produtor, atrás de São Paulo; e o maior produtor de farinha de mandioca e de fécula de mandioca, segundo dados do Ministério da Agricultura. Em relação às vendas ao mercado externo, o Paraná é o terceiro maior exportador de produtos do agronegócio. Em 2003, as exportações totais do Paraná atingiram US$ 7,2 bilhões e o agronegócio respondeu por 70% deste montante, ou US$ 5 bilhões, elevando o Estado à categoria de um dos mais desenvolvidos do país.(COSTA, 2006). 2.7.4

Agronegócio no Oeste Paranaense De acordo com IBGE (2002) a Região Oeste do Paraná possui uma área

total de 22.840 km2 , equivalente a 11,74% da área total do Estado que é de 199.281,70 km2 , e uma população de 1.164.272 habitantes, posicionando-se entre as maiores densidades demográficas do Paraná, com 47,22 habitantes por km2 Conforme dados da AMOP (2007) o grau de urbanização da Região é de 77,02% e está em crescimento nas últimas décadas, especialmente em Foz do Iguaçu e Cascavel, crescendo em médias superiores às demais regiões. Por outro lado, aproximadamente 20% de seus municípios perdem população, em especial nas áreas rurais.


42 As principais potencialidades da região oeste na dimensão econômica são como, extrema fertilidade do solo, importância da receita fiscal derivada do recebimento dos royalties, direcionado aos municípios lindeiros ao lago de Itaipu, grande

potencial

turístico,

posição

geográfica

privilegiada

ao

Mercosul,

disponibilidade de mão-de-obra qualificada e cooperativismo atuante. Na dimensão ambiental também leva grandes vantagens como a disponibilidade de recursos hídricos, existência de áreas de preservação de fauna e da flora, conscientização quanto a queimadas, e baixo índice de poluição urbana com cidades arborizadas. Na dimensão infra-estrutura, tem-se a existência de boa malha viária, disponibilidade de energia elétrica, cidades próximas facilitando as informações e recursos, disponibilidade de serviços de transportes no estado, nacional e internacional, e a existência da ferroeste e também um aeroporto internacional.(PEREIRA, 2001). Uma forte característica é a produção de grãos, o estado possui no total do Estado a maior participação no valor da produção agrícola e também da pecuária. O cultivo mecanizado tem grande qualidade, sendo que 82% de suas principais culturas estão em commodities. São importantes também: moderna cotonicultura, mandioca em processo de agroindustrialização e café, especialmente com cultivo adensado. A região especializa-se na produção de aves e suínos, como também na produção de leite com alto nível tecnológico e forte integração agroindustrial em regime cooperativo. Industrialmente, apresenta elevado grau de concentração de atividades na agroindústria, com foco na produção de alimentos (17,06%), posicionando-se no terceiro lugar do Estado.(AMOP, 2007). A participação da produção do oeste paranaense representa perante o estado do Paraná as seguintes percentuais: soja participação é de 29,4%, milho 19,9%, trigo 30,7 %, feijão 4,6%, mandioca 31,4%, fumo 6,5%, aves 38,4%, suínos 26,7 e bovinos 9,2%. (PEREIRA, 2001). 2.8

CONTABILIDADE Na Contabilidade cabe ao contador registrar os fatos ocorridos, controlar as

operações e os custos e solucionar problemas típicos ou específicos da empresa. A tarefa dos registros dos fatos está ligada á contabilidade geral ou financeira. O controle das operações e dos custos e a solução de problemas


43 específicos estão ligados à contabilidade gerencial, que é um ponto de apoio fundamental para o administrador da empresa. Cita Marion (2004), que a contabilidade é o estudo e o controle do patrimônio das organizações. Registra todos os fatos relacionados com a formação, com a movimentação e com as variações do patrimônio, fornecendo informações para os administradores, proprietários e terceiros sobre como a organização está desenvolvendo as suas atividades econômicas para alcanças os seus fins. Através destas informações levantadas pelo setor contábil o administrador tem em suas mão a base para a tomada de decisões que permitem alcançar ou não os objetivos de qualquer empresa. A contabilidade é muito antiga, pois há muitos anos atrás utilizavam para saber quais eram as ovelhas de seus rebanhos, quantos tinham morrido, desaparecido e assim saber o que fazer para que não ocorra novamente e até descobrir quem possa telas eventualmente as roubado, ocasionando assim uma tomada de decisões.(MARION, 2004). O consumo de bens e a utilização de serviços são necessidades inerentes à própria condição humana, o que remonta aos primórdios da civilização. No inicio, com ferramentas muito rudimentares, o homem só utilizava os bens naturais no mesmo estado em que eram encontrados na natureza ou com pequeno beneficiamento executado pelo próprio consumidor ou por membros de sua família.(DUTRA, 2003). 2.8.1 Contabilidade de Custos A contabilidade de custos, por fazer parte da contabilidade gerencial, não está

presa

aos

requisitos

legais

ou

fiscais,

nem

a

convenções

padronizadas.(CREPALDI, 1999). Contabilidade de custos é uma técnica utilizada para identificar, mensurar e informar os custos dos produtos e/ou serviços. Contabilidade de custos surgiu da contabilidade geral, justamente pela necessidade de se ter um controle maior sobre os valores a serem atribuídos aos estoques de produtos na industria e, também, pela necessidade de tomar decisões quanto ao que, como e quando produzir.(CREPALDI, 1999).


44 Segundo Crepaldi (1999) a contabilidade de custos dispõe de técnicas que são aplicadas não somente às empresas industrias, mas também a outras atividades, inclusive empresas públicas e entidades sem fins lucrativos, não estando restrita ás formalidades legais da contabilidade geral. Ainda Crepaldi (1999) a contabilidade de custos auxilia na determinação dos custos dos fatores, dos custos dos fatores de produção, dos custos de determinado setor da empresa; no controle e observação dos desperdícios, horas ociosas de trabalho, equipamentos mal utilizados; na qualidade exata de matéria-prima utilizada, entre outros. A contabilidade de custos desenvolveu-se com a revolução industrial, e teve que se adaptar à nova realidade econômica, com o surgimento das maquinas e a conseqüente produção em grande escala. Até então, as empresas apenas compravam e revendiam mercadorias, ou seja, dedicavam-se apenas ao comercio. Para apurar o resultado de suas operações com mercadorias, bastava calcular o custo das mercadorias vendidas – CMV -, que é apurado por meio da formula: CMV = ETOQUE INICIAL + COMPRAS LIQUIDAS – ESTOQUE FINAL. (CREPALDI, 1999). Segundo Dutra (2003) o custo está inserido na vida de todo indivíduo desde seu nascimento, ou mesmo desde sua vida intra-uterina, até sua morte, uma vez que todos os bens necessários a seu consumo ou a sua utilização têm um custo. E é classificado como:


45 CLASSIFICAÇÃO DO CUSTO Preço

Receita de um bem Gasto Desembolso Custo Despesa Perda Doação

é o valor estabelecido e aceito pelo vendedor para efetuar a transferência da propriedade de um bem. é seu preço de venda multiplicado pela quantidade vendida. é o valor pago ou assumido para obter a propriedade de um bem. é o pagamento de parte ou do total adquirido. é a parcela do gasto que é aplicada na produção ou em qualquer outra de custo, gasto esse desembolsando ou não. é a parcela do gasto que ocorre desligada das atividades de elaboração dos bens e serviços. é um gasto involuntário e anormal que ocorre sem intenção de obtenção de receita. é um gasto voluntário efetuado sem intenção de obtenção de receita e sem qualquer ligação com as atividades para as quais a empresa foi criada.

FONTE: DUTRA, 2003)

QUADRO 06 – CLASSIFICAÇÃO DO CUSTO.

2.8.2

Contabilidade Rural

Existem outros vários itens que compõem a contabilidade de custos voltados a agricultura, segundo Marion (1996) depreciação, normalmente, é aplicada a cultura permanente, às florestas ou árvores e a todos os vegetais de menor porte, dos quais são extraídos apenas os frutos, sendo ainda empreendimento da própria empresa. Por outro lado, fala-se em exaustão quando a própria árvore é cortada ou extraída do solo, sendo também o empreendimento de propriedade da empresa. É o caso de reflorestamento, cana-de-açúcar, pastagem.(MARION, 1996). Cita Marion (1996) o termo amortização é destinado aos casos de aquisição de direitos sobre empreendimentos de propriedades de terceiros. Neste caso é o contrato que determina o tempo de exploração da cultura e a amortização será em função deste prazo.


46 No caso da propriedade rural, a contabilidade varia de acordo com o tipo de cultura a ser implantada. Dependendo desta é feito os levantamentos de custos, depreciação para se atingir a demonstração do resultado do exercício. Ainda Marion (1996) culturas temporárias são aquelas que oferecem apenas uma colheita e, normalmente, o período de vida é curto. Exemplos: soja, milho, arroz, feijão e outros mais. Neste tipo de cultura, os custos são acumulados no ativo circulante numa subconta, dentro do grupo de “estoques”. Terminada a colheita, o saldo desta conta comporá o valor da conta de “estoques – produtos agrícola”, separado por produto, também no ativo circulante. Todos os custos posteriores à colheita, tais como beneficiamento, acondicionamento, silagem, congelamento, serão acrescidos a esta conta – “produtos agrícolas”, transferindo seu valor para a conta “custo do produto vendido”. O custo de armazenamento, normalmente, é tratado como despesa de vendas dentro das despesas operacionais, quando o produto é armazenado já pronto para venda. Diz Marion (1996) culturas permanentes caracterizam-se por oferecer mais de uma colheita ou produção e durar mais de um ano. Exemplos: cana-de-açúcar, citricultura, cafeicultura e frutas arbóreas (maçã, pêra, uva). Nestas culturas, os custos são acumulados no imobilizado numa conta provisória de “culturas permanente em formação” sujeita à atualização através de correção monetária. Quando a cultura se encontra pronta para a primeira produção segundo Marion (1996), o valor acumulado da conta, “cultura permanente em formação”, é transferido para a conta “cultura permanente formada”. Na fase produtiva, os custos são tratados como estoques em formação, acumulados por produtos no ativo circulante, numa conta denominada “colheita em andamento”. Nesta conta, serão acumulados todos os custos da realização da colheita, tais como mão-de-obra utilizada em todos os processos (poda, capina, aplicação de herbicidas, desbrota, raleamento), produtos químicos, custos com irrigação, seguro agrícola, custo de combate á formigas e a própria depreciação da cultura permanente formada. Afirma Marion (1996) se os custos aumentarem a vida útil da cultura permanente ou melhorarem a produtividade, tais valores deverão ser imobilizados para não sobrecarregarem a safra do ano.


47 Efetuadas a venda, baixa-se à conta de “produtos agrícolas”, transferindo seu valor para a conta “custo do produto vendido”.(MARION, 1996). 2.9

VIABILIDADE ECONOMICA Os estudos de viabilidade econômica e financeira têm como principal

objetivo à redução do risco associado à incerteza sobre o retorno dos investimentos a efetuar. A realização deste tipo de estudo é particularmente necessária sempre que os montantes envolvidos ou o grau de importância para o futuro da empresa é elevado. Além de constituírem uma importante ferramenta de avaliação dos investimentos.(NUNES, 2006). A viabilidade esta relacionada com a decisão de investimento, segundo Braga (1995), as decisões acertadas podem assegurar uma confortável posição no mercado durante muitos anos. Entretanto, se algo sair errado, o volume de recursos envolvidos poderá comprometer irremediavelmente a liquidez e a rentabilidade. A importância dessas decisões requer processo especifico para determinar onde, quando e quanto investir. Esse processo está compreendido no orçamento de capital, cujo escopo é a seleção de um conjunto de investimentos que seja mais vantajoso em termos de retorno e risco. Cita Santos (2001) que as analises de investimentos mais utilizadas são as de projetos de investimentos, que é uma aplicação de capital com o objetivo de obtenção de um beneficio econômico compensador na forma de lucro ou redução de custos. Fluxo de caixa são dados que seqüencialmente dispostos em períodos de tempo, começando no momento zero, onde é registrado o investimento inicial. A vida útil de alguns ativos são denominados ativos os bens usados na operação de uma empresa, como terrenos, imóveis, maquinas, equipamentos, marcas, para um ativo não sujeito á manutenção, a vida útil é a sua própria duração. Valor residual de um ativo, que é o valor estimado de venda do ativo no final de sua vida útil. E por ultimo o período de analise, que serve para cálculos da rentabilidade de um projeto de investimento em um período estabelecido. O período não significa a duração do negócio, que tem tempo indeterminado. Segundo Basso (2006), a organizações em todo o mundo fazem estudos de viabilidade de seus projetos, quer seja de ampliação da operação, aquisição de concorrente, entrada em novos negócios, troca da frota de veículos, investimentos


48 imobiliários, enfim, são investimentos que exigem desembolsos financeiros e precisam ser rentabilizados. Este conteúdo tem por objetivo levar ao conhecimento dos participantes as principais técnicas de análise de projetos de investimentos, visando à tomada da decisão mais adequada para a empresa. Nem sempre as propostas de investimentos que surgem agregam valor para a companhia. É tarefa do administrador financeiro ou gestor de projetos realizar as análises, para garantir que somente propostas com valor presente líquido positivo e taxa de retorno acima da expectativa dos acionistas sejam aprovadas, ou ainda, decidir qual proposta deve ser implementada, em função do custo de capital da empresa. O método utilizado para verificar a viabilidade econômica é principalmente o do valor presente liquido (VPL). O VPL de um projeto de investimento pode ser definido como a soma algébrica dos valores descontados do fluxo de caixa a ele associado. Conceitualmente, a viabilidade econômica de um projeto analisado por este método é indicada pela diferença positiva entre receita e custos, atualizados a determinada taxa de juros. (OLIVEIRA, 1998).

2.10 SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO

A história da irrigação tem muito a haver com a historia da civilização. Podese dizer que ela começou com o antigo Egito, há 5.000 anos atrás. Rodeado por desertos, o Egito reserva apenas uma estreita faixa de terra para o homem viver. O Saara está em toda parte, com suas dunas, suas tempestades de areia, seus solos calcinados, que tornam impossível a existência de qualquer vegetal. No meio do deserto, porém, corre o rio Nilo. Graças as suas águas, ali floresceu uma das mais imponentes civilizações de que se tem notícia. (BRASIL, 1987) Todos os anos, as águas do Nilo, engrossadas pelas chuvas que caem em setembro e outubro nas cabeceiras, cobrem as margens e se espalham pelo Egito. Quando baixam, deixam uma camada de húmus fertilíssimo, onde os camponeses plantam trigo e pastoreiam seus animais. Havia, entretanto, um grave inconveniente: se a cheia era muito alta, causava devastação; se for fraca, restava menos terra fértil para semear – e os alimentos escasseavam, tornava-se vital controlar essas cheias. Sob o comando do faraó Ramsés III, os egípcios ergueram diques que imprensaram


49 o rio em um vale estreito, elevando suas águas e represando-as em grandes reservatórios, de onde desciam aos campos, através de canais e comportas, na quantidade desejada. O homem começava a dominar a ciência da irrigação – e se dava conta da sua importância para o progresso.(BRASIL, 1987). Após tantos anos torna-se imprescindível a evolução dos sistemas de irrigação, devida a tecnologia desenvolvida, os diversos estudos e as descobertas cientificas. Para Hernandez (2006) irrigação é uma técnica utilizada na agricultura que tem por objetivo o fornecimento controlado de água para as plantas em quantidade suficiente e no momento certo, assegurando a produtividade e a sobrevivência da plantação. Complementa a precipitação natural, e em certos casos, enriquece o solo com a deposição de elementos fertilizantes. Ainda Hernandez (2006) o método de irrigação é a forma pela qual a água pode ser aplicada às culturas. Os principais métodos são por escorrimento, a partir de canais onde a água desliza, sendo o seu excesso recolhido por uma vala coletora. Por submersão, em terrenos planos. Por infiltração, a partir de sulcos abertos entre as fileiras de plantas, e por aspersão, método semelhança da chuva, pois a água é lançada ao alto para ai cair sobre as plantas. Cada método tem um ou mais sistemas associados. A escolha do método mais adequado depende de diversos fatores como a declividade do terreno, tipo de solo conforme infiltração, da cultura e do clima como a freqüência e quantidade de precipitações, temperatura e efeito do vento. Além disso, a vazão e o volume total de água disponível durante o ciclo da cultura devem ser analisados. A eficiência de um sistema de irrigação refere-se ao porcentual da água de fato absorvida pela planta. 2.10.1 Tipos de Irrigação

Existem vários tipos de irrigação para poder dar sustentação a todas as plantas e tamanhos de áreas entre as varias estão os principais sistemas de irrigação utilizados no momento:


50 Gotejamento Este sistema é formado por tubos que levam a água para irrigar as raízes das plantas com pouco volume de água, mas periodicamente. Seu aproveitamento é de 90%, da água aplicada. È utilizada na produção de hortaliças, flores, frutas e outras culturas perenes.E é de um alto custo de implementação. (HERNANDEZ, 2006).Gotejamento e microaspersão são dois tipos de irrigação que chamamos localizada, justamente por ser feita ao pé da planta, na região de suas raízes. (BRASIL, 1987). Aspersão convencional Neste sistema a água é lançada para o alto que cai sobre as plantas e o solo, requer muita mão-de-obra, pois necessita de muita mudança nas ramificações dos canos que ficam deitados no solo. Apos terem molhado o suficiente faz-se a mudança. Algumas propriedades possuem tubulações subterrâneas diminuindo assim o serviço de mudança das ramificações. É utilizado nas pastagens e plantações de áreas pequenas como nas hortaliças.(HERNANDEZ, 2006). Um dos métodos mais usados na atualidade – a aspersão – destaca-se entre os demais pela possibilidade do seu emprego as diversas culturas, em diferentes tipos de solo e topografia. Neste sistema, a água passa por dispositivos mecânicos chamados aspersores, que borrifam as plantas sob a forma de chuva artificial.(BRASIL, 1987). Canhão hidráulico É utilizado um aspersor grande ou canhão, sua utilização é prejudicada na aplicação em áreas de muito vento. Este sistema também conhecido como autopropelido ou carretel, que funciona automaticamente para o recolhimento do canhão que faz um trajeto definido. É utilizado nas plantações de cana-de-açúcar para irrigação e na distribuição da vinhaça.(HERNANDEZ, 2006). São maquinas que irrigam faixas de terra longas e estreitas, utilizando somente um aspersor, que se movimenta automaticamente ao longo do campo, ligado ao sistema de distribuição de água.(BRASIL, 1987). Sulco A distribuição da água se dá por gravidade através da superfície do solo. Tem menor custo fixo e operacional, e consome menos energia que os métodos por aspersão. É o método ideal para cultivos em fileiras. Deve ser feito em áreas planas. Exige elevado investimento em mão-de-obra. Possui baixa eficiência, em torno de 30 a 40% no máximo.(HERNANDEZ, 2006). Para Brasil (1987) irrigação por sulcos consistem na distribuição da água através de pequenos canais ou sulcos paralelos as fileiras das plantas. A água infiltra-se no fundo e nas laterais do sulco, proporcionando a umidade necessária ao crescimento do vegetal. Hidroponia As plantas são irrigadas e também alimentadas através de uma lâmina d'água, impulsionado por uma bomba d'água ligada a um sistema de tubos ou caneletas devidamente dimensionadas e programadas por um temporizador, fazendo com que as plantas não necessitem de terra para sua sobrevivência. A hidroponia não é um sistema de irrigação, mas sim uma técnica de cultivo. Por exemplo, pode-se cultivar em hidroponia utilizando um sistema de irrigação por micro-aspersão ou por gota a gota.(HERNANDEZ, 2006). Segundo Barcelos (2006) os sistemas hidropônicos podem ser classificados quanto à movimentação da solução nutritiva nas raízes das plantas. As plantas ficam flutuando numa espécie de piscina com solução nutritiva. Em geral, são apoiadas em placas de isopor com furinhos. Exige muita água e um excelente sistema de aeração. São próprios para regiões de clima de calor intenso e é difícil e caro fazer a troca total da solução. FONTE: BRASIL (1987), .HERNANDEZ (2006) e BARCELOS (2006)

QUADRO 07 - TIPOS DE IRRIGAÇÃO


51 2.10.2 Irrigação Sistema Pivô Central

Segundo Brasil (1987) o sistema pivô central consiste em uma linha de aspersores montada sobre armações metálicas com rodas (torres), tendo uma extremidade (entrada de vazão) fixada em uma estrutura (pivô) e a outra se movendo continuamente em torno do pivô durante a aplicação de água. Um conjunto de pivô central é constituído das seguintes partes: pivô (corpo principal), linha de distribuição (tubulação, aspersores e torres), adutora de conexão e conjunto motobomba. A tubulação de distribuição ou tubulação aérea, com diâmetro de 168mm (aço zincado), onde são conectados os aspersores, é suspenso por torres equipadas com pneus tipo trator, suportado por treliças ou cabos de aço. Mantêm-se a uma altura prefixada do solo, conservando um vão livre de 2,70 metros para as culturas normais, ou 3,70 metros para as culturas de porte mais elevado como cana-deaçúcar. .(BRASIL, 1987). As torres distanciadas umas das outras de 24,4 a 76,2 metros, ao longo da linha lateral, porem variar de 61 a 792 metros de comprimento. Cada torre é dotada de um sistema propulsor constituído de um motor redutor de ½, ¾ ou 1 HP,que transmitirá o movimento, mediante eixo carda, aos redutores de rosca-sem-fim extra-reforçados das rodas. A velocidade de rotação de cada torre e do avanço da linha de distribuição é determinada pela velocidade da ultima torre externa, que é regulada na caixa central de controles. (BRASIL, 1987). Segundo Andrade (2006) o pivô central consiste de uma única lateral, que gira em torno do centro de um círculo (pivô). Segmentos da linha lateral metálica são suportados por torres em formato de "A" e conectados entre si por juntas flexíveis. Um pequeno motor elétrico, colocado em cada torre, permite o acionamento independente destas. O suprimento de água é feito através do ponto pivô, requerendo que a água seja conduzida até o centro por adutora enterrada, ou que a fonte de água esteja no centro da área. Pivôs podem ser empregados para irrigar áreas de até 117 ha. O ideal, todavia, é que a área não ultrapasse 50 a 70 ha, embora o custo por unidade de área tende a reduzir à medida que aumenta a área. Quanto a limitações de topografia, alguns autores afirmam que, para vãos entre


52 torres de até 30 metros, declividades de até 30% na direção radial podem ser suportadas, enquanto outros autores indicam que essa declividade máxima só pode ser tolerada na direção tangencial (ao longo dos círculos). Ainda Andrade (2006) pivôs centrais com laterais muito longas, quando não corretamente dimensionados em função da taxa de infiltração da água no solo, podem apresentar sérios problemas de erosão no final da lateral, devido à alta taxa de aplicação de água necessária nessa área. Podem também apresentar problemas de "selamento" (impermeabilização) da superfície, em função da textura do solo. São sistemas que permitem alto grau de automação. A velocidade e o perfeito alinhamento das demais torres são comandados pelas caixas de controle individual existentes em cada torre – cada uma com seu dispositivo de alinhamento. Portanto, o movimento da ultima torre propaga uma reação de avanço em cadeia, a começar da segunda torre e a partir do anel externo do pivô, progredindo para o centro. Se o sistema de alinhamento falhar e alguma unidade desalinhar excessivamente, um dispositivo de segurança será acionado e o sistema parará automaticamente. (BRASIL,1987). Segundo Brasil (1987) apropulsão do pivô central é, em geral, acionada por energia elétrica, operando a uma tensão especial de 480V ou 440V, trifásico, 60Hz, o que torna necessária a aquisição de um transformador. A adutora de conexão entre a tomada de água e a unidade do pivô é composta de uma motobomba com seus acessórios e uma tubulação de adução com diâmetro dimensionado de acordo com a vazão, comprimento da linha, perda de carga por atrito e pressão de serviço. Esta tubulação pode ser feita de vários materiais, como aço zincado, fibrocimento e ferro fundido, entre outros. No sistema de pivô central, a taxa de aplicação da água é baixa perto do centro, elevando-se progressivamente em direção à extremidade externa. Ainda Brasil (1987) as taxas de aplicação variam ao longo da linha de distribuição porque a velocidade no extremo do circulo é maior do que na área próxima ao pivô. Isto faz com que o intervalo de tempo em que a água é aplicada por unidade da linha diminua do pivô para o anel externo. Este problema é corrigido pela escolha correta dos aspersores, de seus espaçamentos e da pressão de serviço.


53 O PIVÔ CENTRAL PERMITE Vantagens • Grande economia de mão-de-obra, devido ao elevado nível de automação. • Maior uniformidade de irrigação. • Se abastecido com água de poço profundo, prescindir da tubulação principal. • Irrigar varias culturas, independentes do ciclo de cada uma e da qualidade de água aplicada. • Irrigar 24 horas por dia. • A irrigação de uma área por tempo determinado e reposicionamento para irrigar outra área. • Grande economia de mão-de-obra, devido ao elevado nível de automação. • Maior uniformidade de irrigação. • Se abastecido com água de poço profundo, prescindir da tubulação principal. • Irrigar varias culturas, independentes do ciclo de cada uma e da qualidade de água aplicada. • Irrigar 24 horas por dia. A irrigação de uma área por tempo determinado e reposicionamento para irrigar outra área.

Desvantagens • Requer elevado investimento inicial. • Perda de área nos cantos do campo irrigado, correspondendo aproximadamente 20% do total. • Nos pivôs de baixa pressão, a intensidade de irrigação é relativamente alta. • Não é recomendável para solos argilosos e com baixa capacidade de infiltração.

Fonte: BRASIL (1987).

QUADRO 08 - PIVÔ CENTRAL PERMITE

Através deste quadro tornam-se visíveis quais as reais vantagens e desvantagens que o pivô central apresenta. Com estas constatações tem como se ter o conhecimento de qual o sistema a se instalar em uma propriedade com seu tamanho, relevo, disponibilidade de água e energia, para a cultura que será irrigada.


54

3

METÓDO E TÉCNICAS DA PESQUISA

Para formular métodos e técnicas da pesquisa é necessário entender o que é pesquisa. Cita Richardson (1999). O conceito de pesquisa é definido, como “um procedimento racional sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos”. Assim, a pesquisa é realizada quando se necessita aprofundar o conhecimento da realidade onde existe a problemática pesquisa deve ser desenvolvida mediante procedimentos cuidadosos que tem como meta á apresentação dos resultados.

3.1

TIPO DE PESQUISA

Para a presente pesquisa, foi utilizada o método quantitativo, qualitativo, de modo descritivo com base em um estudo de caso com característica exploratória. Segundo Richardson (1999) o método quantitativo representa, em principio, a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de analises e interpretações, possibilitando, conseqüentemente, uma margem de segurança quanto ás inferências. A pesquisa qualitativa objetiva o esclarecimento de uma situação para a tomada de consciência pelos pesquisadores dos seus problemas e de condições que os geram, a fim de elaborar os meios e estratégias de resolvê-las. (CHIZZOTTI, 2000). A descrição, segundo Richardson (1999), é realizada com o propósito de fazer afirmações para descrever aspectos de uma população ou analisar a distribuição de determinadas características ou atributos. Deve-se ter em consideração que não se pretende explicar as diferenças, mas descreve-las.


55 Segundo Gil (2002), a pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade como o problema, com vistas a torna-lo mais explicito ou a construir hipóteses. 3.2 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS. O instrumento de coleta de dados utilizados para se chegar aos resultados foi o estudo de caso, pesquisa documental e bibliográfica. Segundo Gil (1999) o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados. A pesquisa documental segundo Chizzotti (2000) é a reunião e a seleção criteriosa da documentação bibliográfica sobre o problema de uma pesquisa que permite conhecer o seu estado atual, as investigações já realizadas, seus resultados, as explicações dadas, as questões controversas e os dos a serem pesquisados. A pesquisa bibliográfica ainda segundo Chizzotti (2000), é a listagem exaustiva ou seletiva de documentos gerais ou especializados, de âmbito nacional e internacional. As bibliografias podem reunir publicações recentes sobre o tema ou publicações sobre um período determinado de tempo.

3.3

PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS.

O procedimento utilizado para a coleta de dados foi através das anotações que o produtor possui para os lançamentos de controle, tanto como da produção como dos preços. Os dados da produção do município foram obtidos não instituto Paranaense de assistência técnica e extensão rural (EMATER) do município de Missal, e a secretaria da agricultura e do abastecimento do Paraná. (SEAB). Os preços foram pesquisados na cooperativa local, empresas agrícolas e em notas fiscais de fatura de produtos. Os dados dos investimentos foram extraídos das notas de compra e embasamento em uma empresa local.


56

3.4

DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa foi feita na propriedade do produtor Orlando Antonio Bremm no município de Missal, no estremo Oeste do Paraná às margens do Lago de Itaipu, a propriedade fica a 11 (onze) quilômetros da cidade. A pesquisa foi feita entre os meses de fevereiro a meados de junho de 2007, onde foram recolhidos os dados.

.


57

4

CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DE PESQUISA

Nome do produtor: Orlando Antonio Bremm. Segmento Atuação: Agricultura e Hortifrutigranjeiro. Titular/sócios: Orlando Antonio Bremm e Adriano Paulo Bremm. Endereço: Linha Padre Feijó, zona rural. Município: Missal, Pr. Telefone: 0(**) 45 3244-1123

FIGURA 01 – IRRIGAÇÃO POR PIVÔ CENTRAL

4.1

HISTÓRICO

O agricultor Orlando Antonio Bremm começou suas atividades agrícolas em Missal, no ano de 1970, onde adquiriu uma área de 40 hectares que se destinou ao


58 plantio de girassol e trigo. No ano de 1985 começou a trabalhar com hortifrutigranjeiros, plantando tomate e cebola, juntamente com a produção de ovos, revendia toda produção no Ceasa de Foz do Iguaçu. Neste mesmo ano já tinha adquirido um sistema de irrigação, somente para a horta. Em 1989 aumentou a área irrigada instalando um carretel que era movido a diesel, tendo assim um custo alto optou para a instalação de um motor elétrico, feito à liberação para a obtenção da água e da área dentro da reserva de Itaipu, e enterrando os canos para uma melhor eficiência do sistema. Produzindo então milho para semente, tendo percebido que a mão-de-obra era muito alta observaram um outro sistema que diminuísse a mão-de-obra, aumentasse o aproveitamento da água e com isso aumentando também a produção, comprando assim um pivô central no ano de 2003. O incentivo para a compra surgiu pelas oportunidades de cultivo de milho verde para conserva, aumentando seus ganhos no tempo de colheita do milho que fica em torno de 90 a 100 dias, podendo assim fazer mais safras no ano e garantindo suas plantas do estresse hídrico ou da falta de água.

4.2

DIAGNÓSTICO

Ao decorrer dos anos a propriedade se desenvolveu e possui 35 hectares irrigados onde se planta milho doce, feijão e soja, fazendo rotação de cultura sobre a mesma, aumentando assim o potencial de produtividade da lavoura. Também plantam banana com uma área própria de 37 hectares e 16 hectares arrendados. Toda a produção é voltada a venda in natura ao atacado nas regiões oeste e sudoeste. No sudoeste a comercialização é feita com uma empresa da cidade de Pato Branco, que a distribui para vários locais inclusive a exportação para a Argentina. No oeste a negociação é feita no Ceasa de Foz do Iguaçu e de Cascavel. São produzidos em torno de 2200 ton/ano de banana, empregando diretamente 12 funcionários registrados, fora os temporários. A renda da banana, segundo o proprietário, alcança o patamar de 70% do total do faturamento da propriedade. A participação por tanto da área irrigada é de 30% aproximadamente.


59

FIGURA 02 – IRRIGAÇÃO POR PIVÔ CENTRAL


60 5.

5.1

ANÁLISE E DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS.

INVESTIMENTOS NO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO

Neste capítulo, desenvolveu-se a descrição e apresentação dos dados coletados, concernente à produção da propriedade, do município bem como os investimentos feitos para a implantação do sistema, nesta primeira abordagem os resultados foram demonstrados através de tabelas conforme segue: Quantidade

R$/ und

PIVO TUBULAÇÃO 150 MM 230 CANOS R$110,00 PADRÃO DE LUZ TRIFÁSICO MOTOR 75 KW BOMBA 5 ESTÁGIOS TOTAL TABELA 01 - VALOR DO INVESTIMENTO NO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO

Valor R$ 125.000.00 R$ 25.300,00 R$ 15.000,00 R$ 7.000,00 R$ 10.000,00 R$ 182.300,00

Na tabela 01, apresentou-se a descrição dos investimentos realizados na propriedade, pertinentes à implantação do sistema de irrigação, constando os itens; instalação de padrão de energia, tubulação, motor, bomba e o sistema de pivô central bem como os custos de mão de obra, inclusos no valor de cada item e equipamentos.

5.2

DEMONSTRAÇÃO DA PRODUÇÃO APÓS A IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO NO PERÍODO DE 2003 A 2007

Destaca-se nas demonstrações a seguir os dados coletados na propriedade e também no município, nas mesmas épocas consideradas.


61 5.2.1 Produção da Propriedade

Neste sub-Ítem, houve a demonstração dos dados levantados, em relação à produção da propriedade entre os anos de 2003 e 2007. Os dados foram extraídos dos livros de lançamento do proprietário, com as respectivas datas e toneladas colhidas. O preço foi obtido em empresas agrícola e cooperativa local, na qual consta em seus sistemas virtuais, o valor referente aos dias de fechamento de cada colheita, proporcionando veracidade à pesquisa. Conforme apresentados nas tabelas 02, 03 e 04. Safras

Sc/ha

Sc/ 34 ha

R$/sc

Faturamento

2003

135,74

4615,38

R$ 14,30

R$ 66.000,00

2004

165,30

5620,44

R$ 13,70

R$ 77.000,00

2005

103,52

3520

R$ 17,50

R$ 61.600,00

2006

184,12

6260,16

R$ 12,30

R$ 77.000,00

2006

167,61

5698,80

R$ 16,60

R$ 94.600,00

2007

157,14

5342,82

R$ 14,00

R$ 74.800,00

Total

R$ 451.000,00

TABELA 02 – PRODUÇÃO FATURAMENTO MILHO

Safras Sc/ha Sc/34 ha R$/sc Faturamento 2004 61,76 2100 R$ 53,00 R$ 111.300,00 2005 53,52 1820 R$ 30,00 R$ 54.600,00 Total R$ 165.900,00 TABELA 03 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DA SOJA.

Safra Sc/ha Sc/34 ha R$/sc faturamento 2006 38,29 1302 R$ 42,00 R$ 54.684,00 Total R$ 54.684,00 TABELA 04 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DO FEIJÃO


62 5.2.2

Produção do Município

Da mesma forma feita na propriedade, buscou-se informações quanto a produção municipal na mesma época, bem como a mesma consideração de preços, possibilitando desta forma o mesmo parâmetro para a análise , os dados foram obtidos juntos à EMATER do Município de Missal, e do SEAB, conforme segue as tabelas 05, 06 e 07. Safras Sc/ha Sc/34 ha R$/sc 2003 98,82 3360 2004 114,88 3906 2005 49,41 1680 2006 102,11 3472 2006 49,41 1680 2007 90,58 3080 Total TABELA 05 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DE MILHO

R$ 14,30 R$ 13,70 R$ 17,50 R$ 12,30 R$ 16,60 R$ 14,00

Faturamento R$ 48.048,00 R$ 53.512,20 R$ 29.400,00 R$ 42.705,60 R$ 27.888,00 R$ 43.120,00 R$ 244.673,80

Safras Sc/ha Sc/34 ha R$/sc Faturamento 2004 49,41 1680 R$ 53,00 R$ 89.040,00 2005 32,94 1120 R$ 30,00 R$ 33.600,00 Total R$ 122.640,00 TABELA 06 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DA SOJA

Safra Sc/ha Sc/34 ha R$/sc Faturamento 2006 10 340 R$ 42,00 R$ 14.280,00 Total R$ 14.280,00 TABELA 07 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DO FEIJÃO.

5.3

DEMONSTRAÇÃO DA PRODUÇÃO ANTES DA IMPLANTAÇÃO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO NO PERÍODO DE 1998 A 2002

DO

Destaca-se aqui a produção da propriedade e do município antes da implementação do sistema, utilizando os mesmos critérios de avaliação para ambos os casos.


63 5.3.1 Produção da Propriedade

Neste sub-ítem, buscou-se demonstrar os dados levantados, em relação a produção da propriedade entre os anos de 1998 e 2002. Os dados foram extraídos dos livros de lançamento do proprietário, com as respectivas datas e toneladas colhidas. O preço foi obtido da cooperativa local e empresas agrícolas, na qual consta em seus sistemas virtuais, o valor referente aos dias de fechamento de cada colheita, proporcionando valore reais à pesquisa. Conforme tabelas 08 e 09. Safras Sc/ha Sc/34 ha R$/sc Faturamento 1998 125 4250 R$ 9,10 R$ 38675,00 1999 100 3400 R$ 11,00 R$ 37400,00 2000 95 3230 R$ 10,00 R$ 33915,00 2001 130 4420 R$ 7,60 R$ 33592,00 2002 131,94 4485,95 R$ 10,70 R$ 47999,77 Total R$ 191.581,77 TABELA 08 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DE MILHO

Safras Sc/ha Sc/34 ha R$/sc 1998 42,5 1445 1999 38 1292 2000 45 1530 2001 52 1768 2002 60 2040 Total TABELA 09 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DA SOJA

R$ 19,20 R$ 31,50 R$ 18,00 R$ 22,00 R$ 33,70

Faturamento R$ 27744,00 R$ 40698,00 R$ 27540,00 R$ 38896,00 R$ 68748,00 R$ 203.626,00

5.3.2 Produção do Município

Da mesma forma feita na propriedade, buscou-se informação quanto à produção municipal na mesma época, bem como a mesma consideração de preços, possibilitando o mesmo parâmetro para a análise, os dados foram obtidos juntos à EMATER do Município de Missal, e do SEAB, conforme segue nas tabelas 10 e 11.


64 Safras 1998 1999 2000 2001 2002

Sc/ha 125 100 95 130 131,94

Sc/34 ha 4250 3400 3230 4420 4485,96

R$/sc R$ 9,10 R$ 11,00 R$ 10,50 R$ 7,60 R$ 10,70

Total TABELA 10 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DE MILHO.

Safras Sc/ha Sc/34ha 1998 45 1530 1999 40 1360 2000 49,58 1685,72 2001 61 2074 2002 58,22 1979,48 Total TABELA 11 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DA SOJA

5.4

Faturamento R$ 38.675,00 R$ 37.400,00 R$ 33.915,00 R$ 33.592,00 R$ 47.999,77 R$ 191.581,77

R$/sc R$ 19,20 R$ 31,50 R$ 18,00 R$ 22,00 R$ 33,70

Faturamento R$ 29.376,00 R$ 42.840,00 R$ 30.342,96 R$ 45.628,00 R$ 66.708,48 R$ 214.895,44

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS DADOS OBTIDOS DO MUNICÍPIO E DA PROPRIEDADE

Após o levantamento dos dados da produção e da renda, destaca-se a seguir a comparação do desempenho financeiro do município com o desempenho financeiro da propriedade nos mesmos anos.

5.4.1

Propriedade X Município 1998 a 2002

Conforme demonstrado a seguir no gráfico 01, entre os anos de 1998 a 2002, a propriedade teve um faturamento bruto de R$ 395.207,77, o município na mesma proporção apresentou um faturamento de R$ 394.873,25. A diferença percebida entre o município e a propriedade foi de R$ 334.53, destacando que as áreas comparadas possuíam as mesmas condições de produção.


65

395.207,77

394.873,25 propriedade

400.000,00

município

350.000,00

diferença de faturamento

300.000,00 250.000,00 200.000,00 150.000,00

334,53

100.000,00 50.000,00 propriedade

diferença de faturamento

GRÁFICO 01 - PROPRIEDADE X MUNICÍPIO 1998 A 2002

5.4.2 Propriedade X Município 2003 a 2007

Conforme demonstrado no gráfico 02, entre os anos de 2003 a 2007 a propriedade teve um faturamento bruto de R$ 671.584,00, o município na mesma proporção apresentou um faturamento de R$ 374.453,80. A diferença percebida entre o município e a propriedade foi de R$ 297.130,20 destacando que entre as áreas comparadas apenas a propriedade detém o sistema de irrigação.


66

Rentabilidade após sistema 671584 700000 600000

374453,8 297130,2

500000 400000 300000 200000 100000 0 1 propriedade

município

diferença alcançada

GRÁFICO 02 - PROPRIEDADE X MUNICÍPIO 2003 A 2007

5.4.3

Propriedade X Propriedade

No gráfico 03, á a comparação feita na propriedade antes da irrigação nos de 1998 a 2002, e depois da implantação do sistema nos anos de 2003 a 2007, no qual percebe-se

uma diferença notória de

R$ 276.376,23 proporcionada à

propriedade devido a implementação do sistema de irrigação.

Comparativo de produção antes e depois da irrigação e a diferença obtida sem irrigação

R$ 395.207,77 R$ 671.584,00

com irrigação diferença

R$ 276.376,23

GRÁFICO 03 - COMPARAÇÃO ANTES DA IRRIGAÇÃO E DEPOIS DA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA


67 5.5

ANALISE COMPARATIVA ENTRE O FATURAMENTO DA PROPRIEDADE E DE OUTROS INDICADORES

Fez-se necessário indicar outros investimentos proporcionando uma análise mais aprofundada em relação à viabilidade na pesquisa realizada.

5.5.1

Faturamento X Depreciação/ Energia Elétrica

O valor adquirido pela propriedade foi de R$ 276.376,23 subtraindo R$ 40.000,00 de energia elétrica, apresenta um resultado líquido de R$ 236.376,23, do qual deve ser descontado o investimento realizado no sistema que foi de R$ 182.300,00.

depreciação do investim ento

R$ R$ 182.300,00 119.607,03

investim ento valor residual depreciação valor liquido

R$ 62.692,97 R$ 54.076,23

Série1

GRÁFICO 04 - FATURAMENTO X DEPRECIAÇÃO/ ENERGIA ELÉTRICA

De acordo com demonstração realizada acima no gráfico 04, o valor líquido percebido na propriedade antes da depreciação foi de R$ 54.076,23. A seguir, houve a demonstração do valor após a consideração da depreciação de R$ 62.692,97 (conforme apêndice), respeitando o mesmo período em que o levantamento foi feito da produção com o sistema de irrigação.


68

Comparação do valor adquirido menos a depreciação e investimento R$ 236.376,23

valor adquirido

R$ 182.300,00

investimento depreciação saldo negativo

R$ 62.692,97 R$ 8.616,74 Série1

GRÁFICO 05 - COMPARAÇÃO DE FATURAMENTO LIQUIDO MENOS A DEPRECIAÇÃO E O INVESTIMENTO

Observou-se um saldo negativo de R$ (8.616,74). Na comparação de faturamento liquido menos a depreciação e o investimento, nos primeiros quatro (4) anos.

5.5.2

Faturamento X Investimento em Instituições Financeiras.

Levando em conta alguns fatores para análise, é de grande importância destacar a aplicação em uma instituição financeira na qual considerou-se um juro médio mensal de 0,711115% (conforme apêndice). Para obtenção do resultado, foram considerados 48 meses de aplicação, o valor do investimento de R$ 182.300,00 com um rendimento de R$ 73.848,22, apresenta um montante final de R$ 256.148,22 conforme demonstrado no gráfico 06.


69

rendimento do investimento aplicado a uma poupança R$ 182.300,00

investimento

R$ 256.148,22

valor atualizado rendimento

R$ 73.848,22 Série1

GRÁFICO 06 – RENDIMENTO DO INVESTIMENTO APLICADO A UMA POUPANÇA

Importante demonstrar o lucro total e com os rendimentos relacionados no gráfico 06. No gráfico 07, destaca-se o valor liquido adquirido pela propriedade de R$ 236.376,23, descontando da mesma o valor do investimento de R$ 182.300,00 e o seu rendimento de R$ 73.848,22 que através de aplicação bancária renderam. Alcançando assim um resultado e o demonstrando.

Faturameto da propriedade menos investimento e rendimento da poupança

R$ 236.376,23

valor adquirido investimento rendimentos saldo negativo

C

R$ 182.300,00

R$ 73.848,22 R$ 19.771,99

Série1

GRÁFICO 07 – FATURAMENTO DA PROPRIEDADE MENOS INVESTIMENTO E RENDIMENTO DA POUPANÇA

O gráfico 07 destaca um resultado negativo, entre o faturamento da propriedade, comparado com o investimento e o rendimento que a poupança proporcionou. Porém a produtividade continuou aumentando.


70 5.5.3

Retorno de Investimento

Dada a tabela 12, destaca o período de payback que é o tempo que a empresa leva para recuperar o investimento, neste caso dividiu-se a renda em quatro anos tendo assim um valor anual para o retorno do investimento.

Retorno de investimento

Faturamento anual

Investimento

1º ano

R$ 59.094,06

R$ 182.300,00

2º ano

R$ 59.094,06

R$ 123.205,94

3º ano

R$ 59.094,06

R$ 64.111,89

4º ano

R$ 59.094,06

R$ 5.017,83

Total R$ 236.376,23 TABELA 12 – RETORNO DE INVESTIMENTO

R$ (54.076,23)

Segundo os dados da tabela 12, o investimento precisou um pouco mais de 3 (três) anos para se pagar, dos 48 meses pesquisados apenas 38 meses do faturamento foram necessário para recuperar o investimento inicial. Na analise e interpretação dos dados levantou-se varias hipóteses de maneira que demonstre resultados para obtenção da viabilidade ou inviabilidade econômica da irrigação por pivô central.


71 6

6.1

CONCLUSÃO/ RECOMENDAÇÕES.

CONCLUSÃO

Com a realização do presente trabalho, houve a demonstração das principais maneiras e parâmetros no que tange a análise da viabilidade em investimentos,

neste

caso

específico

uma

propriedade

rural,

visando

o

embasamento para tomada de decisão mais adequada para a empresa. Nem sempre as propostas de investimentos que surgem agregam valor para a empresa, neste caso é tarefa do administrador realizar as análises, para garantir que somente propostas com valor presente líquido positivo acima da expectativa sejam aprovadas, ou ainda, decidir qual proposta deve ser implementada, em função do custo de capital da empresa. Esta análise quando feita em propriedades rurais atinge grandes resultados econômicos, pois poucos administradores rurais fazem esses projetos de viabilidade em seus empreendimentos. No caso deste projeto foram analisados os dados com vistas ao alcance do problema e objetivos propostos na pesquisa. A primeira avaliação notável foi a das grandes estiagens que sofreram os produtores da região, diminuindo bastante as receitas dos mesmos, mas a área pesquisada conseguiu manter uma grande produtividade. Assim mantendo um equilíbrio financeiro. Nos dados levantados uma avaliação de grande importância é a análise da depreciação do investimento de R$ 182.300,00, que após quatro anos atinge um valor residual de R$ 119.607,03, sendo assim a depreciação em quatro anos foi de R$ 62.692,97. Considerando que o valor de R$ 276.376,23 é um valor bruto, pois o valor a se atribuir que possa causar diminuição da receita é a energia elétrica, que teve no decorrer dos quatro anos um custo de R$ 40.000,00. Atribuindo esse valor ao montante teremos R$ 236.376,23 de valor liquido. Somando o investimento mais o valor depreciado chega-se a R$ 244.992,97 menos o valor liquido da propriedade, o saldo ao proprietário e de R$ 8.616,74 negativos. Esta analise destaca a inviabilidade do investimento, neste período analisado, porém deve considerar-se que o investimento já foi pago e ainda grande parte da depreciação. Ressalta-se


72 ainda que o valor da depreciação é importante para a contabilidade e que a cada ano o valor depreciado diminuirá, e que a propriedade continuará produzindo bastante, pois a irrigação proporciona segurança, justificando assim que após a finalização dos cálculos de depreciação haverá um ganho da mesma proporção, Viabilizando o empreendimento. Outra análise de grande importância é a consideração hipotética da aplicação do investimento em uma caderneta de poupança, o valor adquirido com o rendimento foi de R$ 73.848,22, atingindo um acumulado de R$ 256.148,22. A propriedade apresentou um valor menor do que o da aplicação da poupança, e em comparação aos resultados, teve um montante de R$ 19.771,99 negativos ao final do exercício. Destacando que se partisse desta análise, seria melhor o proprietário investir na poupança, pois aumentaria suas rendas assim o sistema é considerado inviável dentro deste espaço de tempo. É importante ressaltar que o investimento feito na propriedade aumentou em grande escala a produção da mesma, tendo assim em um longo prazo, um aumento expressivo do faturamento da propriedade em relação à poupança, desta maneira destaca a viabilidade neste comparativo. Quanto ao retorno de investimento, dos 48 meses pesquisados a propriedade precisou apenas de 38 meses do seu caixa para a quitação do investimento. Assim o trabalho destacou que, se considerar apenas o período analisado, evidencia-se a inviabilidade econômica no sistema de irrigação por pivô central. Porém deve considerar-se que a propriedade continuará a produzir em escala de alta produtividade e de preços negociáveis, pois terá uma segurança na colheita devido ao sistema implantado, e que a depreciação do investimento a cada ano diminuirá, até atingir os dez anos. Quanto às comparações nota-se que os valores atingidos pela propriedade foram de grandes proporções, podendo atingir o dobro do que se produzia antes, e que os valores negativos não foram tão expressivos, pois a propriedade basicamente precisou somente de 3 (três) anos para resgatar o retorno de investimento, fortificando ainda mais o empreendimento. Desta maneira concluise que através da pesquisa realizada, o investimento realizado na implantação do sistema na propriedade é viável.


73 6.2

RECOMENDAÇÕES

Este trabalho destacou a viabilidade econômica do empreendimento de pivô central no município de Missal, sendo que para os municípios lindeiros ao lago de Itaipu a viabilidade de plantio sem a irrigação não da segurança produtiva, note-se que há uma grande deficiência na produtividade, não conseguindo assim atingirem lucros adequados aos valores dos investimentos, que os demais produtores possuem como tratores, colheitadeiras, semeadoras, caminhões, terras e o investimento nos insumos. O que gera assim uma margem de lucro muito baixo quanto ao capital investido. Destacando algumas recomendações para futuros trabalhos, uma é a analise da viabilidade de plantio de grãos na região lindeira do lago de Itaipu, pois a região possui temperaturas muito altas e que podem influenciar na não formação de nuvens para chuvas através do espelho d’água que prejudicam as plantas de inúmeras maneiras, destacando ainda mais o uso do sistema de irrigação, e o segundo é a maneira com que os produtores comercializam seus produtos, pois quase sempre negociam em épocas erradas, não tendo assim uma media boa de receitas podendo inviabilizar o negocio nos dois casos apresentados.


74 REFERÊNCIAS

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75

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APÊNDICES


79 APENDICE – 01 – DEPRECIAÇÃO DO INVESTIMENTO

DEPRECIAÇÃO DO INVESTIMENTO Montante depreciação Depreciação anual R$ 182.300,00 1º ano R$18.230,00 R$ 164.070,00 2º ano R$ 16.407,00 R$ 147.663,00 3º ano R$ 14.766,30 R$ 132.896,70 4º ano R$ 13.289,67 R$ 119.607,03 5º ano R$ 11.960,70 R$ 107.646,33 6º ano R$ 10.764,63 R$ 96.881,69 7º ano R$ 9.688,17 R$ 87.193,52 8º ano R$ 8.719,35 R$ 78.474,17 9º ano R$ 7.847,42 R$ 70.626,76 10º ano R$ 7.062,68 R$ 63.564,08


80 APENDICE 02 - RENDIMENTO APLICADO A UMA POUPANÇA

Mês junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro janeiro fevereiro março abril ma junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro

anos

juros Valor mensal % 2003 0,9673 R$ 1.763,39 2003 0,9187 R$ 1.690,99 2003 1,0492 R$ 1.948,93 2003 0,9058 R$ 1.700,22 2003 0,8381 R$ 1.587,39 2003 0,8229 R$ 1.571,66 2003 0,6785 R$ 1.306,54 2004 0,6908 R$ 1.339,25 2004 0,6286 R$ 1.227,08 2004 0,546 R$ 1.072,54 2004 0,6787 R$ 1.340,49 2004 0,5878 R$ 1.168,83 2004 0,6554 R$ 1.310,91 2004 0,677 R$ 1.362,99 2004 0,6962 R$ 1.411,14 2004 0,7015 R$ 1.431,78 2004 0,6737 R$ 1.384,68 2004 0,6114 R$ 1.265,10 2004 0,6152 R$ 1.280,75 2005 0,7412 R$ 1.552,55 2005 0,6889R$ 1.453,70 2005 0,5967 R$ 1.267,81 2005 0,7648 R$ 1.634,67 2005 0,7013 R$ 1.510,41 2005 0,754 R$ 1.635,30 2005 0,8008 R$ 1.749,90 2005 0,7588 R$ 1.671,40 2005 0,8483 R$ 1.882,72 2005 0,765 R$ 1.712,25 2005 0,711 R$ 1.603,56 2005 0,6939 R$ 1.576,12 2006 0,728 R$ 1.665,05 2006 0,7338 R$ 1.690,53 2006 0,5729 R$ 1.329,53 2006 0,7083 R$ 1.653,17 2006 0,5859 R$ 1.377,18 2006 0,6897 R$ 1.630,66 2006 0,6947 R$ 1.653,81 2006 0,676 R$ 1.620,47 2006 0,7448 R$ 1.797,47 2006 0,6529 R$ 1.587,41 2006 0,6884 R$ 1.684,65 2006 0,6288 R$ 1.549,39

R$ 182.300,00 R$ 184.063,39 R$ 185.754,38 R$ 187.703,31 R$ 189.403,53 R$ 190.990,92 R$ 192.562,59 R$ 193.869,12 R$ 195.208,37 R$ 196.435,45 R$ 197.507,99 R$ 198.848,47 R$ 200.017,31 R$ 201.328,22 R$ 202.691,21 R$ 204.102,35 R$ 205.534,13 R$ 206.918,81 R$ 208.183,91 R$ 209.464,66 R$ 211.017,21 R$ 212.470,91 R$ 213.738,72 R$ 215.373,39 R$ 216.883,81 R$ 218.519,11 R$ 220.269,01 R$ 221.940,41 R$ 223.823,14 R$ 225.535,38 R$ 227.138,94 R$ 228.715,06 R$ 230.380,10 R$ 232.070,63 R$ 233.400,16 R$ 235.053,34 R$ 236.430,51 R$ 238.061,18 R$ 239.714,99 R$ 241.335,46 R$ 243.132,93 R$ 244.720,34 R$ 246.405,00 R$ 247.954,39


81 janeiro fevereiro março abril maio

2007 2007 2007 2007 2007 meses

0,653 R$ 1.619,14 0,72 R$ 1.796,93 0,5725 R$ 1.439,10 0,6885 R$ 1.740,59 0,6278 R$ 1.598,07 mĂŠdia Valor a mais 480,711115 R$ 73.848,22

R$ 249.573,53 R$ 251.370,46 R$ 252.809,56 R$ 254.550,15 R$ 256.148,22 Total R$ 256.148,22


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