URBANISMO

78 CHENGDU

Desenvolvido pelo escritório ODA, de Nova Iorque, o bairro jardim em Chengdu, na China, ganhou um novo plano diretor

80 THE VESSEL

O observatório caminhável com 16 pavimentos The Vessel é o mais novo marco urbano de Nova Iorque, em Hudson Yards

84 BOSCO VERTICALE Um projeto idealizado pelo escritório Boeri Studio, um edifico com microclima, mudou o paisagismo de Milão

CHENGDU

Bairro jardim na orla chinesa tem assinatura ODA

por Aurélio Cardoso

renders: cortesia Filippo Bolognese

Um bairro jardim desenvolvido para desafiar a tipologia tradicional da rua voltada para o transporte motorizado, com pontos de conexão intermodais para balsas, bicicletas, pedestres e veículos, é o último projeto assinado pelo escritório ODA, de Nova Iorque. O local escolhido foi a orla da cidade chinesa de Chengdu e os arquitetos apresentaram um novo plano diretor para a cidade, propondo um empreendimento de 70 mil m², com um programa diversificado, com quatro torres residenciais, um parque comercial de varejo e espaços verdes. Segundo os arquitetos do ODA, o projeto é um experimento urbano que pretende reorganizar as prioridades no domínio público. Os espaços comerciais são organizados em um ciclo contínuo para envolver a comunidade, ao passo que a experiência na escala da rua permite o engajamento entre espaços abertos e internos. No nível do solo, a arquitetura se mescla com a agricultura urbana, coberturas verdes, pátios e recursos hídricos, enquanto que o nível mais baixo se conecta aos canais de água, bares, clubes e vida noturna. Esse desenvolvimento oferece uma oportunidade de testar novas formas de arranjos urbanos que não são possíveis em áreas metropolitanas estabelecidas. Os escritórios e residências são projetados com acesso externo direto, incluindo escadas externas, áreas de estar sombreadas e jardins comunitários.

Nesta página

No projeto inovador da ODA, escritórios e residências possuem acesso externo direto

ODA Architecture @odanewyork www.oda-architecture.com

THE VESSEL

fotos: Barrett Doherty/cortesia Getty Images

The Vessel é o mais novo marco urbano de Nova Iorque. O observatório caminhável possui 16 pavimentos e 80 decks com uma vista de 360 para a cidades. Projetado pelo escritório Heatherwick Studio, o monumento é o principal chamariz da nova praça pública de Hudson Yards, que é considerado um dos maiores empreendimentos imobiliários da história americana. A área era um antigo estacionamento de trens no Upper West Side, passa por uma revitalização e vem se tornando em um bairro moderno e vibrante. Localizado às margens do Rio Hudson, o Vessel e suas praças adjacentes tornaram-se um novo marco urbano para a cidade, algo memorável, um espaço criado como ponto de encontro, capaz de reunir e estimular as pessoas. A Praça Pública e os Jardins em Hudson Yards têm projeto assinado por Nelson Byrd Woltz Landscape Architects (NBW) e vem para complementar e trazer ainda mais vida ao complexo de empreendimentos. A Praça recentemente inaugurada abriga eventos e exposições de escala mundial, além de ser também um local atrativo para encontros e contemplação de seus visitantes. Uma série de formas elípticas que convergem da grande estrutura, formando os espaços paisagísticos, os jardins, o bosque e a praça. O projeto reconsidera a circulação de veículos, bicicletas e pedestres, com a experiencia e acessibilidade dos pedestres sendo a primordial. O complexo é um novo jeito de pensar sobre o cotidiano urbano, de valorizar a qualidade de vida e os espaços de integração social.

Topo Com um observatório caminhãvel de 16 pavimentos, the Vessel traz uma vista de 360 da cidade o de Nova Iroque

Acima Vista aérea da composição da praça

Esquerda O complexo é um novo jeito de pensar sobre o cotidiano urbano, de valorizar a qualidade de vida e os espaços de integração

Acima The Vessel possui um observatório caminhável em forma de percurso vertical

Direita A praça e os jardins em Hudson Yards têm projeto assinado por Nelson Byrd Woltz e trazem ainda mais vida ao complexo de empreendimentos

Nesta página Integração entre as praças, jardins e o entorno criando uma grnade área de circulação e convívio

Nas torres, as cores da vegetação variam de acordo com a estação do ano, oferecendo à população de Milão um elemento surpresa com sua fachada mutável foto: Paolo Rosseli

BOSCO VERTICALE

MILÃO

por Daiana Freitas

Atualmente existe uma preocupação mundial em fazer projetos e empreendimentos visando o conceito de sustentabilidade em harmonia com o meio ambiente, reduzindo o impacto ambiental que a construção pode causar. Em 2014, foi inaugurado o primeiro edifício com o conceito de floresta vertical do mundo, o Bosco Verticale, em Milão. Sua idealização visava melhorar a qualidade de vida da população através do reflorestamento metropolitano da cidade mais poluída da Itália. Idealizado pelo escritório Boeri Studio, o projeto consiste em duas torres que abrigam cerca de 480 árvores de porte médio a grande, e mais uma infinidade de árvores de pequeno porte, além de arbustos e plantas. A ideia foi criar um edifico com microclima adequado que faz a filtragem da luz solar também, funcionando como um redutor de ruídos urbanos. E ainda se tornando um abrigo para espécies de pássaros e borboletas que serão responsáveis pela repopulação da flora e da fauna local. Os edifícios se tornaram um verdadeiro ponto de referência para a cidade. Suas cores variam de acordo com a estação do ano e oferecem à toda a população de Milão um elemento surpresa com sua fachada mutável.

Direita

O complexo conta com dois edifícios de apartamentos que foram inaugurados em 2014, em Milão, na Itália foto: Foto Daniel Sebler via Unsplash

Acima

Idealizado pelo escritório Boeri Studio, o projeto foi o primeiro edifício de reflorestamento urbano que trouxe à tona a importância do conceito de sustentabilidade na construção civil foto: Paolo Rosseli

Esquerda

Os apartamentos do edifício possuem um melhor conforto térmico além de absorverem os ruídos urbanos, trazendo qualidade de vida aos moradores foto: Paolo Rosseli

O complexo se tornou um abrigo para espécies de pássaros e borboletas que serão responsáveis pela repopulação da flora e da fauna local foto: Paolo Rosseli

Acima

A manutenção do jardim é feita pelo próprio condomínio que possui um plano de monitoramento das plantas conforme a necessidade de cada face do edifício foto: Aura Cionci Direita

Cerca de 480 árvores de porte médio a grande, mais uma infinidade de árvores de pequeno porte, arbustos e plantas, compõem os jardins dos edifícios foto: Paolo Rosseli