Incipiens ad finem isaac

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Incipiens ad finem Isaac Retiro Libera Martins


Incipiens ad finem

“Olho por olho e o mundo acabará cego” -Mahatma Gandhi

11 de novembro de 2017 Desde minha adolescência, pegava o mesmo caminho para o meu (ou melhor, nosso) local secreto. Lembro-me de quando sentávamos juntos naquele local, observando as águas do Lago Monroe. O lago que levara junto consigo (e ainda leva) nossos sonhos, sonhos de jovens que exalavam hormônios; que viu nossos dias de brigas e nossas noites de paixão. O lago que refletia a luz do sol, iluminando com destaque aquele local, nos fazendo sentir mais importantes. O lago que viu nosso namoro, nosso casamento, que viu quando você se tornou minha esposa. Você, que agora se tornou ela, de tão distante que está ficando. Será que ela ainda é minha esposa? Ou os conflitos, de pouco em pouco, cada vez piores, estão afastando-a? Hoje tenho certeza que fui contemplar a vista do lago somente para poder refletir tanto sobre essas perguntas, quanto sobre o lago, para ver quem eu estava me tornando. Isso ajudava a tornar o Lago Monroe tão especial quanto era.


A paisagem, alaranjada pelo outono, se mostrava predominante sobre a poluição e a expansão urbana que o mundo estava fazendo. Sentia que a necessidade de expandir se tornaria crítica, mas era somente uma ideia abstrata. As águas do rio refletiam as cores das árvores com o brilho do pôr-dosol. Minha face estava ficando alaranjada como a paisagem, e pensei em ficar ali mesmo, sentado embaixo daquela árvore, esperando que o vento levasse minhas preocupações consigo, deixando ali somente meu corpo, em eterno descanso. Foi quando vi a lua. O sol já havia perdido quase todo seu brilho e o céu passou a escurecer. Mas a lua subia mais alto, mais esplendorosa, mais brilhante. Ela me lembrou de que não podia ficar ali, tinha filhos que amava e uma pessoa que, atualmente, tenho dúvida se ela se considera minha esposa. Alex, meu filho mais novo, tinha seis anos nesta época, era impaciente, enérgico, custoso, bagunceiro, carinhoso, tudo o que uma criança de seis anos pode ser. Já Diane, minha filha mais velha, tinha dezesseis anos. Calada, acanhada e retraída, além de muito inteligente, Diane sempre foi muito silenciosa, e mesmo quando estava por perto, conseguia sentir falta dela. E Rose, a mulher mais querida por mim, tinha quarenta e dois anos. Simpática, amorosa e gentil. É a mulher mais linda que já vi, idêntica à Diane, ruiva e com cabelos longos (a única diferença é que Diane usava óculos). Fiquei perdido em meus pensamentos, sentindo uma mistura de felicidade e tristeza. Quando retornei ao mundo real, o sol já havia sumido sem deixar vestígios e a lua já estava quase no topo. Decidi voltar.


Quando me levantei para pegar a mesma trilha que conhecia desde os quinze anos, comecei a ouvir um som tão agudo que, ao chegar em minha cóclea, afetou meus canais semicirculares e me derrubou no chão, socando a cabeça, enquanto tampava os ouvidos. Comecei a gritar como um loco, as imagens não se formavam em meus olhos. Luzes falsas surgiam em minha mente. Foi quando o som se tornou mais alto. Comecei a rolar no chão, tentando ficar com a face voltada para cima. O chão começou a tremer, e ouvi o barulho de algumas árvores caindo e das águas do lago criando ondas. Quando consegui me virar para cima, um som alto se propagou e, por um instante, não ouvi nada, somente vi quatro enormes feixes de luz diminuindo no céu, dando lugar a duas silhuetas, que consegui distinguir como sendo de dois jatos com quase duas vezes o tamanho de um A380. Um deles parecia carregar algo bem grande. Após eles passarem, o som foi diminuindo rapidamente e eu, aos poucos, fui me livrando do susto. Porém, não consegui me levantar. Fiquei deitado no chão tentando entender o que tinha acontecido. Decidi me levantar, olhei em direção ao lago. As ondas ainda estavam ocorrendo. Algumas árvores tinham caído, e o som de animais, que conseguia escutar antes, havia desaparecido. Minha cabeça doía demais e eu cambaleava como um bêbado em direção ao meu carro, caindo ora ou outra. Quando cheguei ao carro percebi que estava sangrando na face e na nuca, mas não me importei, precisava chegar logo em casa. Entrei no carro, liguei e acendi os faróis. Abaixei a cabeça para pegar um pano e limpar meu rosto. Quando finalmente olhei para frente novamente, um clarão me cegou repentinamente e, depois dele, em direção sudeste, uma grande nuvem de cogumelo, igual a que apareceu com a


explosão da Ivy Mike. Ela era azul-esverdeada e parecia estar próxima ou na própria Washington, D.C., a direção na qual iam os jatos. Rapidamente, sem querer entender aquilo, virei o carro e fui em direção a Bloomington, minha cidade. Geralmente demorava cerca de meia hora para passar pelas 14,3 milhas (23,0136192 km), mas, em meu estado de pânico, fui na velocidade máxima que pude e cheguei em cinco minutos. No centro da cidade, as pessoas corriam e muitas estavam paradas na frente de vitrines, algumas chorando. A razão disso era a notícia anunciada em todos os canais: “Bomba acaba de atingir a capital nacional. Exército supõe que ela tenha sido enviada pela Rússia” e embaixo, com letras menores, “Bomba ainda não confirmada como nuclear. Grandes soldados e especialistas suspeitam do início de uma nova guerra, se a bomba for confirmada como sendo russa”. Passei um tempo vendo um vídeo amador de um grupo de amigos que captou a queda da bomba e enviou rapidamente ao jornal. No vídeo era possível ver uma grande massa caindo atrás das pessoas que estavam tampando os ouvidos com as mãos e se curvando. Quando a bomba tocou no chão, as pessoas caíram e houve um momento somente com barulhos e escuridão. Então, o som de gritos de pessoas começa a ser ouvido. Era um vídeo curto, porém chocante. Repentinamente um repórter interferiu o vídeo para dar uma notícia de última hora: “Acabo de receber notícias de que a bomba era radioativa e continha uma bactéria ainda não identificada. Estou recebendo mais informações, parece que... meu Deus, ao que parece a bomba era, sim, uma bomba russa, e o governo americano já tem um contra-ataque preparado”. A jornalista na bancada o interrompeu: “Mas o governo confirmou como será


feito o contra-ataque?”. O repórter respondeu: “O governo nada mais disse, porém especula-se que seja com outra bomba nuclear. Os especialistas alertam que a radioatividade está se espalhando rapidamente. Pede-se que todos os habitantes a menos de 800 milhas (1 287,4752 quilômetros) de distância de Washington D.C. vão para cidades com, no mínimo, 900 milhas(1 448,4096 quilômetros) de distância da capital. Caso não seja possível realizar a viagem imediatamente, é aconselhável guardar comidas e se abrigar em locais grandes e fechados e, se possível, com um receptor de ondas curtas. Aguardamos mais informações”. Corri para minha casa, deixando o carro parado na frente da loja. Enquanto a notícia era relatada, a cidade inteira ficou em um estranho silêncio, porém agora, depois de ouvir o que o repórter disse, toda a cidade se espantou. As pessoas corriam para juntar suas coisas, pegar comida e fugir. Muitas vezes vi pessoas mascaradas derrubando outras no chão e assaltando-as, mas nada se fazia. Quando cheguei em minha casa, somente a sala de estar e a cozinha estavam iluminadas. Comecei a revistar a casa, procurando por Rose. Olhei na sala de entrada, na sala de estar, mas a encontrei na cozinha. Estava agachada na frente do balcão, pegando potes e latas e colocando-os no chão, perto de várias sacolas. “Onde estão as crianças?”, perguntei desesperado. “Estão lá em cima, dormindo. Você viu os noticiários?”, ela me disse. “Vi”, respondi. “O que acha que devemos fazer?”, perguntei, sem esperanças de ouvir uma resposta positiva, já que estávamos passando por uma crise financeira interna. “Não sei”, disse ela. Cheguei mais perto e ela me abraçou, chorando, ao mesmo tempo em que nosso rádio noticiou: “Governo confirma


que lançará bombas de destruição em massa na Rússia. Começou uma nova guerra”. O chão começou a tremer, nós caímos ajoelhados, as coisas caíram das prateleiras. Olhamos para a janela. No céu, dois vultos de jatos passaram em direção oeste. Estava começando o que poderia ser nosso fim.

“A vida é como uma sala de espetáculos: entra-se, vê-se e sai-se.” -Pitágoras 6 de junho de 2018 A população da cidade começou a diminuir. Todos estavam indo para oeste como loucos, temendo por suas vidas e de seus familiares. Na cidade, ficamos somente eu e minha família (pois não tínhamos o dinheiro para pagar a passagem), um casal de senhores, um jovem policial muito ligado àquela terra e a família de um garoto pelo qual Diane estava apaixonada (mesmo não dizendo). Ficamos todos no Fountain Square Mall, o único lugar no qual sobrara eletricidade, mas não internet. As televisões mostravam sempre a


explosão, e meu filho decidiu fazer um desenho, dizendo que aquilo era uma grande árvore. E recolhemos comida de casas abandonadas e de mercados. Para se mostrar para Diane, o jovem rapaz da família Collin começou a montar guarda junto com outros guardas, pois todos os dias uma névoa da cor da nuvem que subira com a queda da primeira bomba se aproximava. O senhor, que tinha experiência com coisas do tipo, disse que aquilo era uma névoa de radioatividade e bactérias que estavam “à procura de comida”. Por sorte nosso rádio captava ondas curtas perfeitamente, e geralmente conseguíamos ouvir notícias como “Vírus Bellum Continua avançando”, “Flórida fecha aeroportos: contaminação de Jacksonville assusta estado.” ou até “Bactéria Bellum pode estar sofrendo mutações genéticas: maior destruição em menos tempo”. Rose e Diane geralmente choravam escondidas para não preocupar Alex, enquanto eu tentava não demonstrar reação, somente manter a ordem em minha cabeça, que aos poucos foi se rebelando. Minha ordem não era tão forte quanto meus pensamentos, então aos poucos eles foram se tornando mais loucos, mais assustadores. Para me distrair e tentar achar uma saída para aquela série de incidentes, comecei a ir à biblioteca da cidade procurar por livros que pudessem me ajudar a entender algo sobre aquilo. Sempre que saía na rua para chegar até a biblioteca, olhava para a direção leste. A névoa se aproximava, ao longe. Tínhamos sete meses, quem sabe um ano. Só queria salvar minha família e todos os que estavam conosco. Na biblioteca, fiquei sabendo, por meio de velhos documentos, de pesquisas atômicas e biológicas estadunidenses e soviéticas, do período da Guerra Fria, que me assustaram. Um documento detalhava a criação em


laboratório da bactéria Bacillus Anthracis, outro mostrava um projeto antigo de uma bomba supostamente mais poderosa que a RDS-220. Apavorava-me pensar que, mesmo pelo fato de nossa cidade ser pequena, havia tantos segredos militares guardados nela. Imaginei o que haveria em outras cidades maiores e que ninguém, além do exército e do próprio Estado, tinha acesso (eu tive de abrir um cofre com uma chave que achei no balcão de funcionários importantes). Precisava daquele conhecimento para tentar entender o que fazer para nos proteger, porém, após passar dias na biblioteca procurando, não descobri nada sobre aquela estranha névoa. Foi um golpe surpresa da Rússia, algo que eles talvez tivessem planejando desde o tempo de Guerra Fria. Com o passar dos meses, parei de ir à biblioteca, pois não havia nela mais nenhuma informação que me fosse útil. A névoa se aproximava cada vez mais. Porém, no último dia em que fui à biblioteca, achei um pequeno microfone, que poderia conectar-se com nosso rádio: finalmente enviaríamos algum sinal. Voltei correndo para o shopping, meu coração saltando de alegria. Alegria essa que desapareceu quando cheguei. Ao abrir a porta, vi Diane correndo muito rápido, enquanto gritos de Rose vinham da direção para a qual Diane e, posteriormente, eu nos dirigimos. Perto de Rose estavam três corpos no chão: o de um velho senhor, o de um policial e o de um jovem rapaz pelo qual minha filha se apaixonara. Seus corpos estavam destroçados. Nas pernas do senhor, grande parte da carne havia desaparecido, deixando no lugar somente os ossos. Diane pressionava uma ferida na barriga do homem com um pano. O senhor, tentando resistir, entregou uma carta para a senhora que estava ajoelhada ao seu lado e alertou-nos para que


fugíssemos antes que aquela estranha névoa fizesse o mesmo conosco. O senhor não resistiu. O médico estava em estado mais crítico, sem seu braço direito, sem sua perna esquerda e parte da barriga destruída. Também não resistiu à bactéria e acabou morto. O jovem pelo qual Diane se apaixonava já estava morto quando entrei na sala: sem a maior parte do rosto e com todo o seu corpo abaixo da cintura destruído. Tivemos de queimar seus corpos para que a bactéria nele presente não nos contaminasse. Mesmo assim, nos três dias que se seguiram, os pais do garoto se suicidaram, dando tiros em si próprios, e a senhora teve um ataque cardíaco. Diante dessas mortes, meu filho acabou adoecendo junto com minha esposa. Diane e eu tivemos de cuidar dos dois, enquanto eles precisavam ficar deitados em uma sala fechada para que a doença não piorasse. Se a Bactéria Bellum conseguisse entrar na sala, os dois não teriam chance alguma de sobrevivência. As coisas ficavam difíceis e, quando eu não estava ao lado deles, estava na frente do rádio, esperando alguém captar os sinais que eu enviava com aquele microfone. E, ontem, uma base americana captou o sinal. Disse-lhe tudo o que ocorrera, e ela respondeu que, dentro de cinco dias, estaria aqui, nos buscando. Diane está muito feliz, espero que o helicóptero que eles prometeram mandar chegue logo. Finalmente acabará nosso pesadelo. Como símbolo disso, meu filho me deu a ideia de colar neste caderno o desenho que tinha feito há muito tempo, no que ele pensava ser a grande árvore de cogumelo que nos colocou nesta situação. Este desenho me dá esperanças,


como se fosse o ressurgimento aos olhos de uma crianรงa. Uma รกrvore nascendo. Imagem editada de dreamstime.com


“Ninguém ganhou a última guerra nem ninguém ganhará a próxima.” -Eleanor Rosevelt. Algum dia de 2018 Esperamos dez dias até a chegada do helicóptero, dez dias de fatalidade. No dia que eles prometeram chegar (o quinto dia), esperamos do lado de fora do shopping, com nossas coisas guardadas. Meu filho e minha mulher não estavam totalmente recuperados da doença, mas já conseguiam ficar de pé. Alex estava com um sorriso enorme, Diane e Rose choravam, e eu fiquei pensando no nosso recomeço. Saímos por volta das 18:00, e ficamos esperando. Nossas esperanças foram diminuindo, aos poucos, com o passar das horas. Quando eram dez horas da noite, Alex já havia dormido, Diane entrou para ficar com seu irmão, e Rose tentou me convencer a entrar também e esperar, que no dia seguinte eles viriam. Porém, no dia seguinte, ocorreu a mesma coisa. Mas eu não entrei, fiquei a noite inteira ajoelhado do lado de fora, olhando para as estrelas. Queria que os sofrimentos daqueles dias acabassem, não me importando como. Naquele dia, dormi do lado de fora. Sonhei com os dias do passado. Queria dormir eternamente. Mas eu acordei, e da pior maneira: com os gritos de Rose e Diane. Ao ouvir aqueles gritos corri para dentro. Deitado em sua


cama, jazia Alex, com um sorriso infantil no rosto. As pernas e os braços quase não tinham carne e metade de seu rosto estava sem pele. Ao ver aquela cena, meus olhos começaram a se mexer involuntariamente. Gritei mais alto do que nunca, por mais tempo do que nunca. Foram três minutos, e após isso passei muito mais tempo chorando. Foi quando decidi que devia queimar seu corpo. Peguei-o no colo e levei-o até a parte de fora. Todas as cinzas que sobraram foram guardadas em um medalhão com a foto dele, de Rose e de Diane. Lembro-me até agora do dia em que ele me entregou aquele medalhão. No dia seguinte as coisas só pioraram. Rose estava morta. Seu corpo igual ao de Alex. Prefiro não detalhar o que ocorreu no dia, mas posso afirmar que foi idêntico ao outro. Porém, neste dia, minha loucura, que eu já cultivava havia muito tempo, finalmente desabrochou. Não conseguia mais fazer nada além de ficar sentado. Passei a comer menos, e Diane quase sempre chorava. Pensei várias vezes em matá-la e suicidar-me, para acabar com nosso sofrimento, mas por sorte (ou azar) não o fiz. No décimo dia o helicóptero chegou. Deram-nos uma informação que alegaram ter esquecido de nos contar no dia da comunicação: somente um de nós poderia subir no avião e ir para Denver, a cidade de destino dele. Após muito tempo de discussão, eu obriguei Diane a entrar no helicóptero contra a própria vontade. Eu ficaria ali esperando minha morte. Pedi que os soldados a segurassem com a maior força possível. O helicóptero partiu levando consigo minha filha, que gritava e chorava. Entrei no shopping, tentando pensar em uma morte digna. Então, minha loucura pensou no modo mais honrado de morrer. Saí correndo com o medalhão até o Lago Monroe. Não me importei com a distância e com o


cansaço, somente corri até lá. A cada passo que dava a dor era maior. Sentia minha pele sendo rasgada e minha carne sendo arrancada, mas essas dores eram superficiais, comparadas com as dores que os dias no Fountain Square Mall me reservavam. As dores desses dias nunca seriam superadas. Ao chegar à orla do lago, me ajoelhei no que sobrara de minhas pernas e joguei o medalhão dentro dele. Ajoelhei-me embaixo de uma árvore, crendo que, ali, descansaria em paz. Porém, acabo de acordar em um hospital. Estou sem minhas pernas. Para escrever neste caderno agora, tirei o tubo de sangue de uma bolsa e estou usando meu próprio sangue como tinta. Vejo que não tenho muito tempo, mal sinto meus braços, e minha cabeça não está raciocinando direito. Já pedi para a enfermeira que está cuidando de mim enviar este caderno para você, Diane. Disse a ela que você está em Denver. Também fiquei sabendo que isto realmente se tornou uma guerra mundial, a mais perigosa. Além disso, tenho um pedido para você: peço que escreva sua história neste caderno e, quando você partir, entregue-o para alguém querido por você, seus filhos talvez, e peça a este alguém que faça o mesmo, e que ele peça para outras pessoas fazerem o mesmo e assim sucessivamente. Este será, talvez, o documento da nossa história neste novo mundo. Espero que viva perfeitamente. Queria que você, (Rose) Diane, aproveitasse sua vida, ela é a coisa mais precios...


Enfermeira do hospital Winston Stalin, dia 2 de setembro de 2018, O senhor Alexander Franklin Marshall acaba de falecer. Estou enviando este caderno para sua filha, Diane Molotov Marshall, que se encontra em Denver.

Espero que esteja em paz, papai.

Retirada filipedesouza-ibn.blogspot.com

Isaac Retiro Libera Martins


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