logística reversa |re|conexões através de infraestruturas

Page 1

logística reversa [re]conexões através de infraestruturas



logística reversa

[re]conexões através de infraestruturas

trabalho de conclusão de curso universidade católica de santos faculdade de arquitetura e urbanismo ricardson ferreira ricardo orientador | josé maria macedo filho

santos, 2017



muito obrigado

josé maria de macedo filho; alexsandro ferreira; dhiego torrano; fiama evangelista; geovana azevedo; igor coimbra; ingrid costa; lais frança; lucas domingues; marcella daud; marcelo mendes; matheus tigre; amigos;

por tudo,

aos meus meus pais, que nunca mediram esforços para proporcionar o . melhor à mim e minhas irmãs.



sumário introdução resíduos sólidos

9 11

atual logística problemas ocasionados educação/repensar proposta de logística reversa rmbs

21

análise hidroanel comparativo hidroanel logística proposta mobilidade infraestruturas

59

metropolitana x infraestrutura urbana análise local rupturas geradas impactos triportos proposta

69

investigações plano urbano triporto processo

133

bibliografia

140



introdução

Este trabalho teve como ponto de partida a análise urbanística da Favela do México 70, inicialmente desenvolvida de maneira integrada, a fim de compreender as características e necessidades do local. Os estudos evidenciaram problemas e fragilidades no atual sistema de gestão dos resíduos sólidos. Com isso o primeiro capítulo, inicia-se com uma análise à atual gestão dos resíduos sólidos e problemas ocasionados pela falta de conscientização da população além de suas fragilidades. O segundo capítulo, busca através de uma análise na logística proposta para o Hidroanel Metropolitano de São Paulo, entender a possibilidade de se esboçar um novo sistema de gestão dos resíduos sólidos para a Região Metropolitana da Baixada Santista, a partir dos estudos de préviabilidade de transporte de cargas desenvolvidos

pelo Grupo Metrópole Fluvial. Além de considerar estudos realizado pelo arquiteto Dhiego Magalhães Torrano, a respeito das possibilidades de inserção de um sistema de navegação fluvial e melhor utilização das infraestruturas pré-existentes na RMBS. No terceiro capítulo, foi realizada uma análise do local de inserção do principal equipamento do sistema esboçado, a partir das infraestruturas presentes no cotidiano da população da área de estudo, buscando uma reconfiguração urbana através de um desenho infraestrutural, tomando partido as potencialidades de ligação e inserção desta área no contexto urbano, recuperando a vegetação pré existente e a paisagem natural capaz de criar uma mediação entre a população e a natureza, devolvendo o livre direito de acesso ao mar. Por fim, no último capítulo, revelam-se as intenções de projeto.



1

resíduos sólidos


12

atual logística

No Brasil, coleta e destinação dos resíduos sólidos domiciliares e os de limpeza pública são de responsabilidade dos governos municipais, realizado exclusivamente pelo sistema rodoviário, por meio de caminhões coletores e compactadores. Já os grandes produtores de lixo - que produzem mais de 120kg ou 200lts por dia - são responsáveis por realizar sua destinação. O gerenciamento dos resíduos sólidos é essencial para as cidades, entretanto grande parte da população não tem ideia deste fato, pois basta colocar o lixo na rua que ele simplesmente desaparece. A população percebe a relevância deste serviço apenas em sua ausência, quando há greve nas empresas responsáveis pela coleta. O gerenciamento dos resíduos sólidos nas áreas urbanas se basearam, historicamente na coleta e no afastamento dos resíduos. Ao longo do tempo as administrações municipais ou locais equivalentes passaram a prestar o serviço de coleta e afastamento. Esse tipo de serviço, especialmente quando quando executado com eficiência, cria a sensação mágica na população de que os resíduos simplesmente desaparecem de sua vista. Por isso a sociedade em geral levou muito tempo para perceber as graves tendências relacionadas à quantidade, qualidade e às soluções para o gerenciamento dos resíduos sólidos.1


13

1

AGUIAR, Alexandre. PHILIPPI, Arlindo (orientador). As Parcerias em Programas de Coleta Seletiva de Resíduos Sólidos Domésticos. São Paulo, 1999. Dissertação de Mestrado, FSPUSP.

F01

Quantidade de resíduos sólidos produzido por habitantes, elaborado por grupo de pesquisa integrado - orientandos dos professores Gino Caldatto, Moracy Amaral e José Maria - com base no Plano Integrado e Regional de Saneamento Básico para a Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Baixada Santista UGRHI-7


14

Atualmente na Baixada Santista, sete cidades - Mongaguá, Praia Grande, Cubatão, São Vicente, Guarujá, Bertioga e Santos - têm como destino final dos resíduos sólidos domiciliares o aterro sanitário Sítio das Neves localizado na área continental de Santos. Inicialmente a área deste aterro sanitário foi dividida em três partes, onde duas destas áreas já estão totalmente saturadas e a terceira parte foi crescendo, porém encontra-se sem o licenciamento ambiental e regularização. Esta terceira área já ampliada, ainda busca alternativas para ampliação. Segundo promotores do Ministério Público do Meio Ambiente o aterro sanitário Sítio das Neves tem capacidade para receber o lixo somente até dezembro de 2017. Caso a empresa responsável não consiga resolver estes problemas até o final deste período, a solução seria encaminhar os resíduos para a cidade de Mauá, que além de elevar os custos aos cofres públicos, ocasionaria um outro problema ambiental: o tráfego de lixo em mais 600 caminhões diariamente no sistema rodoviário.²

2

G1 Santos e Região. Reunião discute o futuro do aterro sanitário Sítio das Neves. Disponível em: <http:// g1.globo.com/sp/santos-regiao/jornal-tribuna-1edicao/ videos/v/reuniao-discute-o-futuro-do-aterro-sanitariositio-das-neves/5711731/>. Acesso em: 15 abr 2017.

aterro sanitário peruíbe

F02

Origem e disposição dos resíduos sólidos da RMBS, elaborado por grupo de pesquisa integrado - orientandos dos professores Gino Caldatto, Moracy Amaral e José Maria - com base no Plano Metropolitano de Desenvolvimento Estratégico da Baixada Santista - PMDEBS - AGEM. pag. 17. Disponível em: <http:// www.agem.sp.gov.br/midia/pmebs_mapas.pdf> | acesso em mar 2017.

1

5

10 km


15

aterro sanitário sítio das neves

trajeto aterro sanitário lara (mauá)

trajeto aterro sanitário sítio das neves

transbordo

centrais de triagem


16

problemas ocasionados

Os resíduos sólidos tem impacto não apenas em questões metropolitanas mas estão diretamente ligados ao cotidiano da população, quando a gestão destes resíduos não funcionam corretamente causam diversos impactos socioambientais, como contaminação do solo, água e ar; obstrução da rede de drenagem, o que contribui para desmoronamentos e enchentes, além da transmissão de doenças. A falta de serviço de coleta básica de lixo e especializada de entulho termina por obstruir os sistemas de drenagem urbana, assoreando córregos e entupindo dutos, a falência do sistema agrava ainda mais o quadro das recorrentes enchentes e inundações na cidade. As deficiências na gestão dos resíduos sólidos terminam por minar qualquer política de drenagem urbana e o não tratamento das águas servidas majora os perigos das enchentes, transformando-as em uma questão de saúde pública.³

3

MEYER, Regina & GROSTEIN, Marta & Biderman, Ciro. São Paulo Metrópole. São Paulo: imprensa oficial, 2004.pag 103

F03

Acúmulo de resíduos sólidos na favela do México 70, em período de greve da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (CODESAVI), responsável pela coleta na cidade, dez. de 2016. Acervo pessoal.


17

imagem enchentes


18

repensar

Não há como deixar de produzir resíduos sólidos, porém é possível reduzir sua produção, potencializar a reutilização e promover ações educacionais capazes de mudar o pensamento da sociedade. Existem países - por exemplo, Alemanha, Bélgica, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo e Nova Zelândia - que realizam a cobrança pelos serviços de coleta e tratamento dos resíduos, tendo em vista sustentabilidade financeira e a conscientização no consumo, onde o valor a ser pago está diretamente ligado a quantidade de resíduos produzido.4 O sistema proposto visa uma transição capaz de atender a atual demanda da população da Baixada Santista, porém com a mudança no modo de vida da população e consequentemente menor produção e separação dos resíduos. Os equipamentos de triagem propostos no sistema poderão estar distribuídos junto às infraestruturas de cada bairro, diminuindo a quantidade de lixo transportados aos pontos de triagem.

4

Cobrança pela coleta de resíduos, Portal dos Resíduos Sólidos | disponível em: < http://www. portalresiduossolidos.com/cobranca-pela-coleta-deresiduos/> / mar. 2017.

F04

Cooperativa localizada no centro de Santos, responsável por parte do material reciclado na cidade, ago. de 2017. Acervo pessoal.




2

proposta de logĂ­stica reversa rmbs


22

Segundo o Sistema Nacional de Informação sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR), logística reversa é um “instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”. Ao esboçar um projeto de logística reversa para os resíduos sólidos, considera-se o planejamento integrado da RMBS, onde os equipamentos de suporte para o funcionamento do sistema estarão distribuídos em função das características do território, a caráter de suprir as necessidades coletivas. Deste modo, torna-se possível imaginar posteriormente uma conexão do sistema à região macrometropolitana e outras regiões, a fim de uma reestruturação da gestão de resíduos no país.

F05

Contexto hidrográfico e ferroviário, modificado pelo autor. fonte: GMF Grupo Metrólpole Fluvial | disponível em: <http://www. metropolefluvialfau.usp.br/downloads.php>


23

transporte ferro. cargas (existente) hidrografia


24

hidroanel metropolitano

O Hidroanel Metropolitano de São Paulo é um projeto urbano de pré-viabilidade realizado pelo Grupo Metrópole Fluvial. Um Grupo de Pesquisa em Projeto de Arquitetura de Infraestruturas Urbanas Fluviais da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU USP, formado por professores, alunos de graduação e da pós-graduação, técnicos, coordenados pelos professores Alexandre Delijaicov, Antonio Carlos Barossi, Milton Braga e pelo arquiteto da Prefeitura do Município de São Paulo André Takiya. Neste estudo são propostas vias navegáveis compostas pelos rios Tietê e Pinheiros, represas Billings e Taiaçupeba, além de um canal artificial ligando essas represas, totalizando 170km de hidrovias urbanas. O que caracteriza, um sistema para o transporte de cargas, resíduos e passageiros. Ao transformar os principais rios da cidade em hidrovias, e considerando também suas margens como o espaço público principal da metrópole, o caráter público das águas de São Paulo é reforçado. Dessa forma, os rios urbanos além de transformaremse em vias de transporte de cargas e passageiros, contribuem para a regularização da macrodrenagem urbana, abastecimento, geração de energia e lazer.5

O sistema se justifica pelo transporte de cargas públicas, sendo estas sedimentos de dragagem, lodo, lixo, entulho e terra, estas cargas

serão transportadas e processadas ao longo do hidroanel. Em sua extensão serão distribuídos portos de origem e destino, responsáveis pela triagem, reciclagem e processamento, onde cada equipamento possui suas especificidades. Draga-portos fixos para receptação de sedimentos de dragagem; Lodo-portos para receptação de lodo de ETEs e ETAs; Eco-portos de receptação de lixo urbano; Trans-portos para receptação de lixo urbano, terra e entulho. E os Tri-portos que serão as principais estruturas do sistema e, ao processar as cargas em uma planta industrial, funcionam tanto como destino das cargas públicas quanto origem dos insumos gerados a partir do processamento dessas cargas.6

5

GRUPO METRÓPOLE FLUVIAL. Articulação Arquitetônica e Urbanística do Estudo de Pré-Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental do Hidroanel Metropolitano de São Paulo. Março, 2012 disponível em www.metropolefluvial.fau.usp.br | acessado em maio de 2017

6 F06

Idem.

Hidroanel Metropolitano de São Paulo. GMF Grupo Metrólpole Fluvial | disponível em: <http://www.metropolefluvial.fau.usp.br/downloads. php>


25


26

comparativo hidroanel metropolitano de São Paulo

Analisando os projetos desenvolvidos pelo Grupo Metrópole Fluvial, a respeito do hidroanel metropolitano de São Paulo, estes em sua maioria buscam pontos já estabelecidos por estudos desenvolvidos pelo coordenador do grupo Alexandre Delijaicov, permitindo que a área de estudo e os equipamentos propostos façam parte de um sistema funcional, potencializando as medidas adotadas para o desenvolvimento do projeto em tal local. Ao pensar em um sistema completo, as medidas pontuais mostram-se reforçadas por questões já levantadas por Delijaicov, permitindo ao pesquisador acrescentar opiniões com base em estudos realizados em uma escala aproximada e levando em conta contextos que inicialmente, pela análise em escala metropolitana tenham sido desconsiderados ou então passado despercebidos. Levando em conta a implementação de

um sistema hidroviário e melhor utilização das ferrovias de modo que alivie o sistema rodoviário, faz se necessário pensar em um sistema lógico/ funcional distribuído pela RMBS, tendo em vista a necessidade de se pensar na logística reversa das cargas que chegam na região por diversos motivos - principalmente relacionadas ao porto de Santos e no atual sistema de gerenciamento dos resíduos sólidos. O que justifica um estudo da possibilidade de distribuição das infraestruturas necessárias para sistema de transporte dos cinco tipo de carga sedimentos de dragagem, lodo, lixo urbano, entulho e terra - através de um comparativo realizado com base na distância linear dos sistema proposto para a região em relação ao anel hidroviário da Região Metropolitana de São Paulo, como demonstra a organograma a seguir:


27

hidroanel extensĂŁo eclusas

rmbs

170km 20

83,2km - ref. tfg gabriel pestana 09 - ref. proposta tiago zati portos:

triportos transportos ecoportos dragaportos lodoportos porto de passageiros

03 14 60 36 04 24

01 07 30 17 02 25

- ref. tfg gabriel pestana

hidroanel x canais navegaveis rmbs * comparativo obitido a partir de distância mÊdia entre as estruturas propostas pelo grupo metropole fluvial


28

Entretanto, propor um sistema para a Baixada Santista levando em conta apenas uma comparação em relação ao tamanho do sistema não seria funcional, pois na Região Metropolitana de São Paulo residem 21 242 939 hab. (IBGE, 2016) enquanto na RMBS residem apenas 1 813 033 hab. (IBGE, 2016) representando 8,53% da população da Região Metropolitana de São Paulo. Como solução será adotado a quantidade de lixo produzido por cidade, em vias de possibilitar uma melhor distribuição e definição da quantidade de equipamentos necessários para o sistema.


29

F07

Destino dos resíduos sólidos da RMBS, elaborado por grupo de pesquisa integrado - orientandos dos professores Gino Caldatto, Moracy Amaral e José Maria - com base no Plano Metropolitano de Desenvolvimento Estratégico da Baixada Santista - PMDEBS - AGEM. pag. 17. Disponível em: <http://www.agem.sp.gov.br/ midia/pmebs_mapas.pdf> | acesso em mar 2017.


30

logistica proposta

No sistema esboçado para a RMBS, buscase aproveitar mais as ferrovias da região, tendo em vista a quantidade de trilho existentes - enquanto no projeto para a RMSP é priorizado o uso do sistema hidroviário. Desse modo, evita-se a necessidade de desapropriação de imóveis para a implantação de um traçado, sendo preciso apenas reativar estas linhas e propor conexões à malha ferroviária existente.

F08

Trilhos existentes da RMBS elaborado por grupo de pesquisa integrado - orientandos dos professores Gino Caldatto, Moracy Amaral e José Maria - com base no acervo cartográfico dos arquivos da fepasa | disponível em: <https:// projetomemoriaferroviaria.wordpress.com/visorcartografico/>. acessado em mar. 2017.

trilhos inativos trilhos ativos


31

0

5

10 km


32

10

09

A coleta seria realizada por setores através de um sistema transporte de cargas muito semelhante ao sistema holandês: um programa que se baseou no sistema de transporte de cargas urbano da fábrica da Volkswagen em Dresden. O sistema holandês modula a cidade a partir de centros de distribuição que realizam a transferência dos CarGoTram’s para os E-Cars que irão abastecer os centros. Na região operaríamos sob a logística reversa, onde a utilização dos E-Cars seria responsável pela coleta dos resíduos sólidos das residências e direcionaria para centrais locais de triagem. Ao reduzir a distância que o lixo percorrerá no sistema viário, e estabelecer setores para a transferência/transbordo dos E-Cars dentro das cidades, não seria mais necessária a compactação

dos resíduos coletados, facilitando sua triagem. CarGoTram: Veículo de transporte elétrico, capaz de utilizar infraestrutura muito semelhante a dos veículos leve sobre trilho (VLT). Os CarGoTram são formados por 5 segmentos, 2 com cabine de controle capaz de transportar 7,5t cada e 3 segmentos exclusivamente para o transporte de carga com capacidade de 15t cada, totalizando 60t por formação. E-Cars: Veículo elétrico de transporte de carga, utilizado para realizar a entrega de mercadorias. Neste trabalho o termo E-Cargo, será adotado para os veículos semelhantes aos e-cars que realizarão a coleta de resíduos sólidos nas residências e pontos pré estabelecidos. Cada veículo tem a capacidade de transporte de 655kg. Para cidades mais consolidadas e com maior produção de lixo, seria adotado modelos com maios capacidade de transporte de cargas.


33

11

12

F09 | F10

Veículo de transporte de carga da fábrica Volkswagen em Desdren, Alemanha. Disponível em: < https://urban-transit.tumblr.com/ post/87209551911/the-cargotram-is-a-freight-tramin-dresden-it> | acesso em mar. 2017.

F11

O City Cargo é um programa piloto de abastecimento para o centro de Amsterdã baseado no sistema de transporte de cargas urbano da fábrica da Volkswagen en Dresden. O sistema holandês modula a cidade a partir de quatro Centros de Distribuição, estes Centros realizarão as transferências de carga dos TRAM`s Cargo para

os e-cars (pequenos veículos elétricos adaptados à escala urbana). Serão implementados no sistema, ainda em 2008, 50 dos TRAM`s adaptados para cargas urbanas, e mais de 400 e-cars que irão abastecer os supermercados, restaurantes e cafés do centro de Amsterdã. A previsão é que o sistema substitua uma frota de 2500 caminhões que abasteciam a cidade diariamente. Disponível em: www.citycargo.nl

F12

Veículo elétrico de coleta de resíduos sólidos adotado para o sistema esboçado para RMBS. Disponível em: < https://www.alke.com/ waste-collection> | acesso em: mar. 2017.


34

A coleta dos resíduos sólidos domiciliares seria realizada por setores com pontos de coleta pré estabelecidos, o que agilizaria a coleta e aumentar a participação da população no sistema esboçado. Estes pontos de coleta seriam estabelecidos há no máximo 200mts de distância de cada residência, o que proporciona uma caminhada de no máximo 2 minutos7, a coleta nesses pontos seria realizada via E-Cargo e direcionados aos ecopontos/ecoportos onde ocorreria a triagem, que posteriormente seria encaminhado às centrais de transbordo. O material triado, seria enviado para os triportos via CarGoTram (ferrovia), barcaça (hidrovia) ou E-cargo (rodovia), onde o material recebido seria processado e categorizado em resíduos sólidos reversíveis, resíduos úmidos ou rejeitos.

7

Considerando a velocidade média do ser humano de 6km/h | disponível em: < http://bemstar. globo.com/index.php?modulo=dicas_mat&url_ id=202>, acessado em: maio 2017.

F13

Organograma esboçado para a RMBS, com base no relatório conceitual do hidroanel metropolitano, fornecido pelo Grupo Metrópole Fluvial. Porém, para este sistema foram modificadas algumas terminologias, tais como transporto para transbordo e alterando as características básicas dos ecopontos e ecoportos previstas no relatório, para melhor aproveitamento no sistema estudado. Relatório conceitual, disponível em: <http://www. metropolefluvial.fau.usp.br/downloads.php>


35


36

Para agilizar a gestão dos resíduos sólidos domiciliares coletados, e evitar a necessidade de caminhões compactadores - o que dificulta posteriormente a triagem - a RMBS foi dividida em setores, de acordo com a quantidade de resíduos produzidos e a densidade demográfica de cada cidade. Cada setor teria uma central de triagem, podendo ser um ecoponto/ecoporto - que realizará a triagem e compactação dos resíduos - ou então centrais de transbordo/transferência - que além de realizar a triagem e compactação, faria o transbordo dos outros setores, estando vinculado diretamente a uma ferrovia ou hidrovia para escoamento das cargas para o Triporto. Ao possibilitar que o lixo triado chegue às estações de transbordo/transferência também por e-cargo, amplia-se a possibilidade de implantação das centrais de triagem, evitando que estas, estejam sempre vinculadas a ferrovia ou hidrovia. Apenas para as cidades de Santos e São Vicente, cidades consolidadas - juntas produzem até 200t por dia de resíduos sólidos - e com poucas áreas livres próximo ao eixo ferroviário com área ideal para se propor uma central de triagem, o estudo prevê estações - vinculadas a linha férrea - apenas para fazer a transferência do material já triado, possibilitando um melhor aproveitamento de áreas residuais, a fim de uma melhor distribuição destas infraestruturas. Aumentando a quantidade de pontos de triagem, menor será a quantidade de resíduos encaminhado para cada local, possibilitando que a infraestrutura se dilua no tecido urbano.


37

F14

A RMBS foi dividida em 45 setores, com base na densidade demográfica e visando a melhor distribuição das infraestruturas esboçadas para a gestão dos resíduos sólidos | elaborado pelo autor.


38

A ideia de realizar a triagem por setores antes de enviá-los para o transbordo está pautada na possibilidade de gerar empregos e facilitar a inserção/migração dos atuais recicladores no novo sistema.

F15

Reciclador na favela do México 70 | acervo pessoal do autor.


39


40

O escoamento das cargas das públicas e comerciais nas cidades de Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá ocorreria principalmente por ferrovia, onde a navegabilidade na orla marítima poderia comprometer a funcionalidade do sistema, decorrente das ondulações das praias. Na cidade de Praia Grande o sistema prevê um Transponto capaz de transferir as cargas da linha férrea para o Bus Rapid Transit (BRT) da cidade ampliando a área de cobertura do sistema. Já no Guarujá - devido ao maciço rochoso que divide a cidade, em poucos trechos seria possível aproveitar o canal de Bertioga, por isso foi considerado o projeto do SUBMERSO - que prevê uma ligação seca entre as cidades de Santos e Guarujá - para estudar um traçado ferroviário que permitiria a circulação de cargas e passageiros na cidade do Guarujá traçado que ligaria o distrito de Vicente de Carvalho até o Bairro de Santo Amaro, conectando-se ao Canal de Bertioga. Permitindo assim a integração do sistema a cidade de Bertioga, onde o escoamento das carga e transporte de passageiros ocorreria por BRT, que seria adotado visando uma futura conexão do sistema da RMBS ao Litoral Norte, onde devido a sinuosidade das vias e topografia, o transporte ferroviário poderia se tornar inviável. Ao considerar a utilização de diversos modais o sistema ficaria mais dinâmico, evitando gargalos, congestionamentos ou colapso no sistema.

F16

Bus Rapid Transit Metropolitano Litoral Sul, terá a extensão de 18 km, 24 estações e três Terminais. Iniciando no Centro de São Vicente, a partir doTerminal Metropolitano São Vicente que será o ponto de integração com a Estação São Vicente, do VLT, e seguirá até os Terminais, Tude Bastos, Tatíco, Samambaia e Caiçara nas imediações do Bairro Jardim Samambaia,no município de Praia Grande, onde se conectará com os demais municípios do sul da RMBS. Disponível em: < http://docplayer. com.br/17396699-Titulo-brt-metropolitano-litoral-sul. html> | acesso mar 2017.

F17

Projeto Túnel submerso com extensão de 762 m mais 950 m de rampas de acesso. Viário de superfície (novas ruas e viadutos) de 4,2 km. Três faixas por sentido de 3,50 m e duto para passagens de pedestres e bicicletas com 4,0 m de largura. Imagem e informações disponíveis em www.dersa. sp.gov.br | acessado em abr de 2017.

F18

Complemento traçado para RMBS elaborado pelo autor, com base no acervo cartográfico dos arquivos da fepasa | disponível em: <https://projetomemoriaferroviaria.wordpress.com/ visor-cartografico/>. acessado em mar. 2017.

1

5

10 km


41

16

brt previsto - emtu traçado ferroviário brt esboçado para a região vlt esboçado para a região

17


42

0

5

10 km


43

esboço sistema proposto dragaportos lodoportos ecopontos | ecoportos transbordo | transferência triporporto

A distribuição do sistema foi pautada pela busca de pontos nodais e na analise da distribuição dos atuais equipamentos relacionados aos resíduos sólidos, visando o melhor aproveitamentos das infraestruturas existente, com base na análise dos mapas da quantidade de lixo produzido, densidade demográfica, áreas possíveis de ocupação, áreas de expansão urbana e solo contaminado (CETESB) do Plano Metropolitano de Desenvolvimento Estratégico da Baixada Santista | PMDEBS - AGEM.

F19

Distribuição dos equipamentos do sistema de gestão dos resíduos sólidos | elaborado pelo autor.


44


45

Dragaportos | 03 - fonte: metrópole fluvial.

Terminologia baseada no relatório conceitual, fornecido Grupo Metrópole Fluvial | disponível em: <http://www.metropolefluvial. fau.usp.br/downloads.php>

Portos responsáveis pelos sedimentos de dragagem, estas cargas são encontradas nos próprios rios e lagos. Neste sistema foram considerados três dragaportos, sendo dois fixos, um próximo a Ilha de Barnabé e o outro próximo a Ilha Piaçaguera, e um móvel atendendo inicialmente o Largo da Pompeba e Mar Pequeno. Espera-se o mínimo de dragagem nestes vias navegáveis, tendo em vista os impactos ocasionados ao meio ambiente e ecossistemas decorrentes desta ação. A solução então seria, priorizar embarcações que se adaptem ao calado e as característica da região.


46


47

Lodoportos | 06 - fonte: metrópole fluvial. Terminologia baseada no relatório conceitual, fornecido Grupo Metrópole Fluvial | disponível em: <http://www.metropolefluvial. fau.usp.br/downloads.php>

Portos de origem dos resíduos de tratamento de água ou de esgoto - lodo, a distribuição ao longo do sistema foi realizada com base nas atuais Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) da região.


48


49

Ecopontos/Ecoportos | 16

Terminologia baseada no relatório conceitual, fornecido Grupo Metrópole Fluvial, modificada pelo autor | disponível em: <http://www.metropolefluvial.fau.usp.br/ downloads.php>

Pontos de recebimento dos resíduos sólidos coletados por e-cargo, recicladores e grandes geradores, são responsáveis pela triagem e pré-processamento destes resíduos, que posteriormente serão encaminhados aos pontos de transbordo/transferência. A distribuição no sistema foi pautada com base na setorização do sistema, a fim de diminuir o percurso destas cargas no sistema rodoviário.


50


51

Transbordos/Transferências | 25

Terminologia baseada no relatório conceitual, fornecido Grupo Metrópole Fluvial, modificada pelo autor | disponível em: <http://www.metropolefluvial.fau.usp.br/ downloads.php>

Pontos de origem dos resíduos sólidos coletados por e-cargo, recicladores e grandes geradores, além de entulho e terra. São responsáveis pela triagem dos resíduos recebidos e transbordo dos resíduos dos ecopontos/ecoportos já triados. Estes pontos sempre estarão vinculados a dois modais, o rodoviário e a uma hidrovia ou ferrovia, o que possibilitaria a transferência de transporte do sistema rodoviário para um destes modais em direção aos triportos. Estes pontos, também seriam responsáveis pelo recebimento das cargas dos triportos e encaminhamento das cargas reversíveis em direção a comercialização. Um dos principais pontos de transbordo, seria o localizado no início do rio Casqueiro - próximo a Rodovia Anchieta, pois permitiria o escoamentos das cargas recebidas do triporto em direção a São Paulo.


52


53

Triportos | 01 fonte: metrópole fluvial.

Terminologia baseada no relatório conceitual, fornecido Grupo Metrópole Fluvial, modificada pelo autor | disponível em: <http://www.metropolefluvial.fau.usp.br/ downloads.php>

Portos responsáveis pela triagem, processamento e destinação dos resíduos. Instalados em pontos nodais estratégicos, afinal é o destino final de todas as cargas públicas, assim sendo, recebem os resíduos dos lodoportos, dragaportos, ecopontos/ecoportos e transbordo/ transferência do sistema, por hidrovias ou rodovias. Após o processamento, os resíduos reversíveis são encaminhados aos pontos de transbordo e direcionados a comercialização, os resíduos úmidos viram energia para alimentar o triporto, e por fim os rejeitos pesados são encaminhados para a fabricação de pavimentação. No sistema esboçado foi considerado apenas um triporto na RMBS, entretanto esperase que em um sistema integrado a região possa ter complemento com a inserção de outros dois, localizados no Vale de Ribeira e Litoral Norte, além dos previstos no Hidroanel Metropolitano.


54

mobilidade Pensar um sistema exclusivo de transporte de passageiros que interligue toda a RMBS por ferrovias ou hidrovias, poderia ser inviável financeiramente - como caracteriza Delijaicov ao se referir ao transporte de passageiros como “cargas secundárias” no sistema do Hidroanel de São Paulo. (...) poderão ser transportadas via fluvial, mas não são indispensáveis para garantir a viabilidade econômica do Hidroanel. O mesmo se pode concluir a respeito do transporte de passageiros, sobretudo com finalidade turística e de travessia lacustre. Essas “cargas secundárias” viriam usufruir do sistema hidroviário implantado sem interferir no transporte de Cargas Públicas, otimizando assim o funcionamento da hidrovia sem prejuízos às prioridades de navegação.8

Todavia, quando o transporte de passageiros é atrelado ao transporte de cargas públicas (sedimentos de dragagem, lixo urbano, lodo, entulho e terra) torna-se parte do sistema, ainda que seja de modo secundário. Aliado ao transporte de passageiros, pode-se incluir o transporte de cargas comerciais (material de construção civil, produtos engarrafados e hortifrutigranjeiros). Esta proposta assume grande importância, dado o atual cenário da mobilidade na região, onde a centralidade de Santos para a macrorregião metropolitana de São Paulo. Hoje a RMBS conta com uma mobilidade intermunicipal de mais de 200 mil pessoas diariamente - onde 89% destes deslocamentos estão vinculadas a estudo e trabalho.9

Este dado evidencia a RMBS como a região paulista de maior intensidade de pendularidade, decorrente da disjunção espacial entre produção de moradia e oportunidades econômicas, reforçando a crise de mobilidade regional: Essas pendularidades reforçaram a crise de mobilidade regional, sobretudo na área central, em função, também, da circulação de bens do Porto, das indústrias de Cubatão e de veículos urbanos de carga.(...) são pouco consideradas nas políticas urbanas dos municípios da região e tampouco aquelas mais subjetivas e de difícil mensuração referentes aos efeitos sociais do desenraizamento provocado pela migração “forçada”, que tem rebatimento na produção e gestão do espaço urbano como lugar de sociabilidade.10

8

GRUPO METRÓPOLE FLUVIAL. Relatório Conceitual do Hidroanel. Disponível em www.metropolefluvial.fau.usp.br | acessado em maio de 2017

9

Pesquisa Origem Destino, RMBS, São Paulo 2008, p.23 [acesso em: www.agem.sp.gov.br/ maio 2017]

10

CARRIÇO, José Marques. Crise de Mobilidade Urbana em Santos/SP [acesso em: http:// xvienanpur.com.br/anais/ maio 2017]


55

A logística de escoamento de cargas esboçada para a RMBS está totalmente atrelado a ampliação do sistema de transporte de passageiros, uma vez que estes são capazes de funcionarem de forma integrada em um mesmo sistema. Pensar na possibilidade de utilização de outros modais para o transporte de passageiros, não tem o caráter de substituição do sistema rodoviário, mas sim viabilizar alternativas para um sistema que possui fragilidades e em diversos momentos mostra-se o quão sobrecarregado está, assim como aborda Delijaicov em sua dissertação de mestrado: O transporte de passageiros, a meu ver, ele não pode ser, realmente, uma panacéia para resolver os problemas de transporte da cidade de São Paulo. Mas nós poderíamos ter embarcações com até 600 passageiros atuando nos momentos de pico.(...) Quer dizer, não seria, realmente, um sistema para concorrer com o ônibus ou metrô, nada disso. Seria apenas um sistema para ajudar a desafogar as horas de pico.10

11

20

21

DELIJAICOV, Alexandre. Op. cit., pag. 34.

F20 | F21 | F22

Solon C60 possibilidade de embarcações para o transporte de passageiros no sistema esboçado para a RMBS. Informações técnicas disponível em: <http://www. berlin-bootsverleih.com/en/boats/> | acesso em maio 2017.

22


56

Os atuais pontos de travessia caracterizamse como eixos estruturadores entre os municípios que interligam, sendo fundamental levá-los em conta para a implantação de novas linhas complementares para o sistema atual. O número de estações foi obtido atrás de um pré dimensionamento realizado pelo arquiteto Gabriel Pestana, em seu trabalho de graduação12, onde a partir de diretrizes básicas foi estabelecido um número aproximado de estações e consequentemente alguns ensaios de rota de navegação para a RMBS. Para pré-dimensionar as linhas considerou-se os aglomerados urbanos que apresentam ligação direta com a bacia hidrográfica da RMBS, nestes 25 pontos, [13 existentes e 12 propostos]se estabeleceriam as estações, desprezando a navegação na orla marítima devido diversos empecilhos comentados anteriormente. Considerou-se a velocidade média das embarcações como 10 nós, aproximadamente 19km/h, baseado na velocidade foi estabelecido um tempo máximo de 90 minutos percorrendo quase 25 Km na Linha 00 que conecta o Centro de Santos à Bertioga. As linhas se configuram basicamente em duas classificações: Linhas Principais: que abrangem a periferia da Ilha de São Vicente e o Canal da Bertioga. Linhas Complementares: trabalham como linhas expressas que conectam os afluentes ao sistema principal.13

O estudo foi sistematizado e apresentado no diagrama de rotas para a região:

12

PESTANA, Gabriel Grilo. Novo Acesso Santos: a infraestrutura do terminal metropolitano. 2016. [91] f. Monografia (Conclusão de Curso de Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Católica de Santos, 2016 | Número de chamada: MON 711.4 P476r 2016 (ARQ)

13 F23

Idem. pag. 31.

Sistema hidroviário de transporte de passageiros na RMBS. PESTANA, Gabriel. Novo acesso Santos. A infraestrutura do terminal metropolitano.


57

TE EN C VI TE TE O ENEN SÃ VICVIC O S O SÃSÃamari

BE

RT

Q

Ja Jardim Ja rd V rd im e im Veleir Ve le os le iro iro s s

0 0 o7 o7 xic éxic 70 M co Mé éíxi í M pu apu í J Ja itpáu aitá mJaa m á io Hu ioit r Hu r á ma ná o Heun e ri nt á nt re ten re ua n ua Q are u Q

I BEBE OG RT RT A IOIO GG AA

tá Sa Sa m m ar ar itá itá

UJÁ GUARU JÁ JÁ R A GU GUARU

Caieiras

Santa Rosa CaCa nalnal

xland Ma iras iras Caie Caie

oes GRosa Santa Rosa Santa

ndnd xlaxla MaMa

soUeXs] e & QWoDG 6DG

23

UB A C C TÃ UBUB O ATAT ÃÃ Linhas PrincipaisO O

Ponta da Praia Edga rd Pe rdigã P Pond taadPa o Vilaonta raPia raia Nov E E a d ag Ce gd rdaP rderPe rdãig dig nVtr oão V o i i l l a a Ilh N N ovaova a Ce DC niatner nt oa ro Ilh Ilh a a S Di D O an ian T a a N

é é ab ab rn bé rn Ba a Ba a ernl el a IlhanBoa ano l Ilh a M noe Ilh o oM Sã Ma Sã o Sã a a Gildila Gild a V Gild Vila

C

Vila

Ja Jardim Ja rd A rd im n im Fá A ch An nc ie c br t F i F Ca áb cas áb hie a hie ric ta ta ric r a Ca g Ca as as ra uat ra gu á gu at at á á

ma Xp]e U & U X] & Ita 6DQ6WDDQWD 061 P-a a Sm m e e p p Ita Ita 061061 SP-SP-

DE ANDE GR AIAAN PRGR PRAIA PRAIA GRANDE

Canal

SA OSOS NTNT A S SA Linhas Complementares

Linhas Principais Linhas Principais Travessias Existentes 4,2 Km

Linhas Complementares Linhas Complementares Linha 03SVPG 8,8 Km

Travessias Km Travessias Existentes 4,2 Km 24,18Km Linha 00-Existentes Canal da4,2 Bertioga

Linha 03SVPG 8,8 Km Linha 03SVPG 8,8 Km Linha 04FÁBRICAS 7,2 Km

Linha 00Canal da Bertioga 24,18Km Linha 00Canal da Bertioga 24,18Km Linha 01Estuário Oeste 11,3Km

Linha 04FÁBRICAS 7,2 Km Linha 04FÁBRICAS 7,2 Km Linha 05HC 5,4Km

Linha 01Estuário Oeste 11,3Km Linha 01Estuário Oeste 11,3Km Linha 02Estuário Leste 22,2Km

Linha 05HC 5,4Km Linha 05HC 5,4Km

Linha 02Estuário Leste Linha 02Estuário Leste22,2Km 22,2Km

52 52 52



3

infraestruturas


60

análise local

A população de baixa renda tende a se desenvolver à margem da sociedade em áreas de baixa infraestrutura e conflitos entre a sociedade e o meio ambiente. Na comunidade do México 70 não é diferente: com assentamentos irregulares, o local carece de infraestrutura urbana e a população convive em áreas de lixo acumulados a céu aberto, além da necessidade de um traçado de macrodrenagem para o local, que sofre corriqueiramente com as enchentes decorrentes das chuvas e altas da maré.

F24

Palafita Favela México 70 | acervo pessoal / dez. 2016.

O local contém diversos conjuntos habitacionais, que apesar da quantidade se mostram insuficientes e mal planejados para a situação, visto que muitas vezes a articulação dos barracos se iniciam dentro do próprio recuo destes conjuntos, sendo necessária uma análise de como proporcionar equipamentos catalisadores, capazes de organizar e melhorar a qualidade de vida da população organizando as visuais e proporcionando as ligações que esta área pode oferecer para a cidade.


61


62


63

F25 | F28

Favela do MĂŠxico 70 | acervo pessoal / dez. 2016.


64

infraestrutura metropolitana x infraestrutura urbana

Para análise da favela do México 70 e a compreensão das fraturas existentes no tecido urbano que o liga à chamada cidade formal, tornase essencial considerar a distinção elaborada por Milton Braga em sua tese de doutorado, que define que as infraestruturas metropolitanas atendem as necessidades fundamentais ligadas à região, enquanto as infraestruturas urbanas como as ligadas à escala local, atendendo ao cotidiano da vida urbana. Enquanto as infraestruturas urbanas constroem a estrutura intrínseca de cada núcleo, seu tecido urbano, as infraestruturas metropolitanas constituem a rede metropolitana, ao dar suporte aos intensos fluxos materiais e informacionais que se dão entre os diversos núcleos urbanos. (...) são infraestruturas que permitem o provimento dos serviços urbanos à grande massa de população ao dar suporte aos grandes fluxos de pessoas, mercadorias, água, esgoto, eletricidade, gás e informações do funcionamento metropolitano.14

O bairro possui uma ruptura em seu tecido urbano, ocasionada por uma das principais infraestruturas metropolitana da região, a rodovia Imigrantes (SP 160), porém a falta de infraestrutura urbana capaz de criar uma mediação entre estas

diferentes escalas, potencializou o desenvolvimento de ocupações irregulares em áreas de domínio público, preservação permanente de corpos d’água, mangue e em faixa de domínio de rodovia. Apesar da existência de inúmeras soluções (...) em que importantes sistemas infraestruturais são fator de valorização urbana, infraestruturas metropolitanas, ao mesmo tempo em que promovem a estruturação na grande escala, acabam em geral por promover também a desestruturação do tecido urbano local. Isto ocorre sobretudo se tiverem seus projetos desenvolvidos de modo funcionalista, segundo critérios e juízos restritos aos sistemas específicos, sem uma devida adequação urbanística que torne desejável, ao invés de problemática, a sua inerente condição de construção extraordinária em meio às construções e usos habituais das cidades.15

14

BRAGA, Milton L. de A. Infraestrutura e projeto urbano. São Paulo: USP, Tese de doutorado em Arquitetura e Urbanismo, 2006. pg. 114

15 F29

Idem, pg. 135

Rupturas ocasionadas pela rodovia Imigrantes (SP 160) | elaborado pelo autor.


65


66

triporto

A proposta de logística reversa para a RMBS prevê novos elementos de infraestrutura metropolitana para o local, como por exemplo um triporto. Assim como no projeto do Hidroanel busca-se apropriar-se destas infraestruturas como elementos de construção da paisagem, gerando espaços de convívio e lazer, proporcionando a transição destas diferentes escalas. Conforme indicam diversos autores, evitar as barreiras e, assim, as fraturas promovidas pelas infraestruturas metropolitanas no continuum urbano é uma das tarefas do urbanismo contemporâneo. Para isso é preciso urbaniza-las, projetando-as com critérios muito mais amplos do que critérios específicos do serviço urbano que suportam. É preciso promover sua maior interação funcional e espacial com a vida urbana que se desenvolve na sua vizinhança. Dois aspectos são fundamentais neste sentido: o desenho de sua implantação e a programação dos usos em sua área de influência.16

Uma das preocupações seria a ideia de centralizar a gestão do lixo em um local residencial e consolidado - cujo o principal intuito é recuperar a frente de água, atualmente prejudicada pela atual ocupação em local irregular. Porém, os resíduos sólidos fazem parte do cotidiano da população e não podem ser tratados como elementos que devem ser afastados da sociedade e sim incorporados no dia-a-dia, gerando uma maior conscientização e participação da população nessa gestão, através da implantação de hortas comunitárias, viabilizando a compostagem. Por se tratar do último equipamento do sistema, os materiais já chegam triados e gerando o mínimo de impacto ao bairro - o que se torna possível por sistemas como os terminais de Tóquio e Osaka, que não permitem o lixo caia no rio.17


67

30

16

BRAGA, Milton. Op. cit., pag. 137.

17

DELIJAICOV, Alexandre. Op. cit., pag. 33.

F30

Triporto Anchieta, proposto para hidroanel metropolitano | disponível em www.metropolefluvial. fau.usp.br - acessado em maio de 2017

31

F31

Triporto Carapicuíba, proposto para hidroanel metropolitano | disponível em www. metropolefluvial.fau.usp.br - acessado em maio de 2017

F32

Triporto Itaquaquecetuba, proposto para hidroanel metropolitano | disponível em www. metropolefluvial.fau.usp.br - acessado em maio de 2017

32



4 proposta


70

investigações

33

Analisando a hidrografia da favela do México 70, a fim de compreender os problemas relacionados as recorrentes enchentes em períodos de chuva, notasse que a ocupação acaba por obstruir parte dos rios que passam pelo local, reduzindo drasticamente o traçado natural de macrodrenagem. O local apresenta dois pontos críticos de inundações, um localizado no Canal do Meio e o outro na descida do viaduto Mário Covas, um dos principais acessos ao bairro.

34


71

35

F33

Diagrama da hidrografia da Favela do MĂŠxico 70 | elaborado pelo autor.

F34

Diagrama de macrodrenagem atual da Favela do MĂŠxico 70 | elaborado pelo autor.

F35

Diagrama de macrodrenagem proposto para a Favela do MĂŠxico 70 | elaborado pelo autor.


72

Para isso, serão removidas 3508 famílias - cálculo realizado com base no Plano Local de Habitação de Interesse Social de São Vicente PHLIS 2009 - resídentes em ocupações irregulares em áreas de domínio público, preservação permanente de corpos d’água, mangue e em faixa de domínio de rodovia, afim de uma reestruturação do traçado urbano da comunidade do México 70, por meio de espaços delimitados pela água que permitirá a drenagem e reconciliação da população com estas praias urbanas, buscando melhorar as condições de habitabilidade e reforçando a estratégia de inclusão desta comunidade à chamada cidade formal. Estas famílias serão realocadas no eixo de adensamento do VLT, presente na região.

F36

Diagrama de remoção. Núcleo Canal do Meio/ Av. Brasil 01 - 1623 famílias; Canal de drenagem - 1248 famílias; Área de dominio imigrantes - 637 famílias | elaborado pelo autor.

F37

Diagrama do eixo de interesse para realocação das habitações removidas | elaborado pelo autor.


73

36

37


74

O eixo de interesse para a realocação das habitações removidas na proposta, apresenta diversos vazios urbano, espera se através de diretrizes do estatuto da cidade, promover um melhor aproveitamento destas áreas.

F38

Diagrama de vazios urbanos no eixo de interesse para realocação das habitações removidas | elaborado pelo autor.


75


76


77

plano urbanístico

F39

Modelo volumétrico - elaborado pelo autor | colaboração Ingrid Costa.

A proposta visa intervir no local definindo a água como um dos principais catalisadores e organizadores dos espaços, identificando os problemas de estruturação e desenvolvimento de possíveis áreas de uso coletivo com características de praia urbana, deste modo uma reconfiguração urbana através de um desenho infraestrutural tomando como partido as potencialidades de ligação e inserção desta área no contexto urbano, recuperando a vegetação pré existente e a paisagem natural capaz de criar uma mediação entre a população e a natureza, devolvendo o livre direito de acesso ao mar. Este esboço busca ensaiar premissas volumétricas e usos, entretanto não desenvolve as soluções arquitetônica, com excessão ao triporto.


78


79

esboço proposta mx70

F40

Modelo volumétrico - elaborado pelo autor | colaboração Ingrid Costa.

- Transporto - Triporto - Abrigo - Horta Pública - Mercado Peixe - Esplanada - Piscinas Alagável - Observatório - Terminal Passageiros - Balneário - Porto Turístico - Clube Náutico - Equipamentos Infraestuturais - Recuperação vegetação Nativa


80

Ao pensar em agregar outras frentes a um equipamento metropolitano voltado para a gestão dos resíduos sólidos, inserido em um meio urbano consolidado, a proposta prevê uma área de amortecimento, através da inserção de equipamentos infraestruturais de apoio a comunidade. As acomodações temporárias visa atender parte da população sem-teto da cidade, buscando gerar possibilidades de melhoria social e profissional, através da reciclagem e acompanhamento psicossocial, ajudando-os a melhorarem suas vidas.

F41

Modelo volumétrico triporto e abrigo elaborado pelo autor | colaboração Ingrid Costa.

F42

Modelo volumétrico mercado de pesca, observatório e piscinas alagáveis - elaborado pelo autor | colaboração Ingrid Costa.


81

Equipamento com localização estratégica, realizar a transposição dos resíduos sólidos transportados via ferrovia ao sistema hidroviário, evitando a necessidade de um redesenho do traçado ferroviário para atender o novo sistema.

F43

Modelo volumétrico transporto - elaborado pelo autor | colaboração Ingrid Costa.

F44

Modelo volumétrico terminal de passageiros, balneário e porto turistico - elaborado pelo autor | colaboração Ingrid Costa.


82

F45

Modelo volumétrico clube nautico elaborado pelo autor | colaboração Ingrid Costa.

F46

Modelo volumétrico canal drenagem e tratamento da água - elaborado pelo autor | colaboração Ingrid Costa.


83

F47

Modelo volumétrico equipamento de transposição da via imigrantes e apoio a comunidade - elaborado pelo autor | colaboração Ingrid Costa.


84

ciclovias

recuperação vegetação existente

exitente

proposta


85

transporte público

F48

Diagrama de esboço do sistema cicloviário - elaborado pelo autor .

F49

Diagrama de esboço do traçado de vlt e brt- elaborado pelo autor .

F50

Diagrama de esboço das áreas de recuperação de vegetação após as remoções das habitações - elaborado pelo autor .

brt

vlt


86

corte urbano | esquemรกtico

piscinas alagรกveis


87

canal do meio 0

10

20

50 m


88

situação atual

F51 earth.

Favela do México 70 | Google


89


90

esboรงo proposta mx70

F52 autor.

Esboรงo proposta | elaborado pelo


91


92

F53

Perspectiva da intervençao elaborada pelo autor | colaboração Igor Coimbra.


93


central de triagem

triporto

94

programa


abrigo | moradores de rua

apoio psicossocial

95


96

F54

Fluxograma triporto - elaborado pelo autor.


97


98

F55

Diagrama de acessos do triporto elaborado pelo autor.


99


100

implantação

0 5

15

50 m


101


102

04

01

02

05

03

planta nĂ­vel 0,0 m

0

5

14

20

m


103

10

08

16

09

17 09

08 11

07

09

18 08 17

12

06

16

13

01 02 03 04 05 06 07 08 09

retroporto processamento chegada material transporto acesso central de controle docas brt docas caminhões depósito material triado silos de materiais pré triado mesas de triagem

10 11 12 13 14 15 16 17

depósito rejeitos pré triagem esteira pré triagem pré triagem material catadores acesso catadores estacionamento caminhões estacionamento brt apoio vestiários


104

18

19

16

22

18

20

18

23

23 25 21

23

24

27

26

01 02 03 04 05 06 07 08 09

retroporto processamento chegada material transporto acesso central de controle docas brt docas caminhões depósito material triado silos deplanta materiais pré triado nível 0,0 m mesas de triagem

0

5

10 11 12 13 14 15 16 17

20

m

depósito rejeitos pré triagem esteira pré triagem pré triagem material catadores acesso catadores estacionamento caminhões estacionamento brt apoio vestiários

18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

sanitários refeitório triporto cozinha refeitório abrigo assistência social sala multiuso recepção acesso oficina bicicletas oficina carroças praça alagável | cinema

29 30 31 32 33 34 35 36 37 38

praça aquicultura dormitórios | abrigo acompanhamento social canil abrigo emergência vestiários veterinário lavanteria comunitária estacionamento carroças


105

33

30 31

29

28

34

35

32

37

36


106

01

planta nĂ­vel 5,775 m | 5,04 m

0

5

20

m


107

01

02

01 02 03 04 05 06 07 08 09

depósito reservatórios salão multiuso | triporto sanitários psicólogo sala multiuso dormitórios | abrigo estar / cozinha | abrigo agricultura urbana


108

04

05

06

03

06

06

02

planta nível 3,96 m | 2,88 m

0

5

20

m

01 02 03 04 05 06 07 08 09

depósito reservatórios salão multiuso | triporto sanitários psicólogo sala multiuso dormitórios | abrigo estar / cozinha | abrigo agricultura urbana


109

07

08

09

07


110

01

planta nĂ­vel 9,735 m

0

5

20

m


111

01 02 03 04 05 06 07

central de controle triporto sanitĂĄrios copa salĂŁo eventos dormitĂłrios | abrigo agricultura urbana estar / cozinha | abrigo


112

02 03

04

planta nĂ­vel 7,92 m | 8,64 m

0

5

20

m

01 02 03 04 05 06 07

central de controle triporto sanitĂĄrios copa salĂŁo eventos dormitĂłrios | abrigo agricultura urbana estar / cozinha | abrigo


113

05

06

07

05


114

01

02

planta cobertura 14,10 m

0

5

20

m


115

03 01

01

04

01 02 03 04

placas fotovoltaicas cobertura metĂĄlica equipamentos pĂŠrgolas


116

01

03

02

planta cobertura 14,10 m | 3,96 m | 14,40 m

0

5

20

m

01 02 03 04

placas fotovoltaicas cobertura metĂĄlica equipamentos pĂŠrgolas


117

02 02

03

03

03

03 03

03 02


118

corte longitudinal

0

5

20

50 m


119


120

corte longitudinal

0

5

20

50 m


121


122

corte transversal

0

5

20 m


123

C:\Users\Lucas\Downloads\538988_bojya_korovka_seks_lyubov_muravey_list_zelnyiy_2560x1600_www.Gde-Fon.com.jpg


124

corte transversal

0

5

20 m


125


126

corte transversal

0

5

20 m


127


128


129

F56

Perspectiva da intervençao elaborada pelo autor | colaboração Igor Coimbra.


130

F56

Perspectiva da intervençao elaborada pelo autor | colaboração Igor Coimbra.


131


132


133

5

processo


134

F57 | F58

Estudos elaborado pelo autor.

iniciais

-


135


136

F59 | F60 | 61

E s t u d o s iniciais - elaborado pelo autor.


137

1

2

3

1

1

4

programa proposto

5

6

7

8

9

1 _ habitações | equipamentos 2 _ lazer | esportes 3 _ praia urbana | esplanada 4 _ triporto 5 _ clube náutico 6 _ embarcações de pesca e turismo 7 _ terminal de passageiros | balneário 8 _ observatório 9 _ horta pública


138

F62 autor.

Estudos iniciais - elaborado pelo


139


140

bibliografia

BRAGA, Liebetritt de Almeida Milton. Infra-estrutura e Projeto Urbano. Tese de doutourado,. São Paulo: FAU-USP, 2006. DELIJAICOV, Alexandre. Os rios e o desenho da cidade: proposta de projeto para a orla fluvial da Grande São Paulo. São Paulo: USP, Dissertação de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo, 1998. FARIA, Giovanni Meirelles de. Praia Cidade Raia Universidade [uma geografia rica e possível]. Trabalho Final de Graduação. São Paulo: FAU-USP, 2007. MARTINS, Eduardo Pompeo. Parque Fluvial Urbano da Eclusa da Pedreira. Trabalho Final de Graduação. São Paulo: FAU-USP, 2012. OBINO, Helena Linhares. Os Resíduos Sólidos Urbanos: No Hidroanel Metropolitano de São Paulo. Trabalho de Graduação. Escola da Cidade - Arquitetura e Urbanismo (orientação José Maria Macedo), 2013. RIBEIRO, Eduardo Gianni Dutra. Sobre a Construção e Espaço Metropolitano: Por um Urbanismo das Infraestruturas. Trabalho Final de Graduação. São Paulo: FAU-USP, 2008. SUNG, Tábata Cristina. Resíduos Sólidos Urbanos: Uma Abordagem Metopolitana. Trabalho Final de Graduação. São Paulo: FAU-USP, 2011.

sites

Andrade e Morettin Arquitetos http://www.andrademorettin.com.br/ Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública http://www.ablp.org.br Grupo Metrópole Fluvial http://www.metropolefl uvial.fau.usp.br/ Hereñú + Ferroni Arquitetos http://www.hf.arq.br/ Una Arquitetos http://www.unaarquitetos.com.br/ MMBB http://www.mmbb.com.br/


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.