Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola Politécnica MBA em Tecnologia da Informação - Executivo
Como a tecnologia pode revolucionar a educação
Autor: _____________________________________________ Richard Uchôa Cavalcanti de Vasconcelos
Orientador:
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Prof. Marcello Azambuja
Examinador:
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Prof. Flávio Luis de Mello, Ph. D.
MBTI-e
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Dezembro de 2008
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Agradecimento Agradeço aos meus pais, namorada, família e amigos pelo apoio e confiança durante todos estes anos e, de uma forma ou outra, fazem parte da minha educação e são responsáveis por quem eu sou hoje. Agradeço ao corpo docente e discente da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro que contribuíram de forma significativa à minha formação durante este curso de MBTI-e.
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Resumo A forma de ensinar não muda há mais de dois mil anos. Desde a Grécia Antiga, o modelo de o professor ministrar aula para o aluno continua o mesmo. Nos últimos quinze anos, a tecnologia revolucionou o mundo mudando a forma de se comunicar, relacionar e fazer negócios. Mas a educação mantém o mesmo paradigma. Por que a educação não evoluiu com a tecnologia? Será que a tecnologia esqueceu-se da educação ou a educação esqueceu-se da tecnologia? Este trabalho se propõe a analisar os principais defeitos do modelo tradicional de ensino e mostrar como aplicar a tecnologia para melhorá-los. A maior parte das tecnologias propostas é gratuitas, o que demonstra que não é necessário investir muito para revolucionar a educação. É proposto um novo modelo de ensino, chamado Educação 2.0, que se baseia em três principais pilares: conteúdo, comunicação e colaboração.
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Abstract The way to teach does not change for more than 2 thousand years. Since ancient Greece, the model of faculty lecturing his class to the students remains the same. In the last fifteen years, technology has revolutionized the world changing the way to communicate and do business. However, education remains in the same old paradigm. Why has education not evolved with technology? Did technology forget education or did education forget technology? This project analyzes the main defects of the traditional education system and show how to apply technology to improve it. Most of the technologies proposed are free, which shows that it is not necessary to invest a lot to revolutionize education. A new model of education is proposed, called Education 2.0, which is based on three pillars: content, communication and collaboration.
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Siglas 3D – 3 Dimensões CMS – Content Managemente System CRM – Customer Relationship Management DOC – documentos do Microsoft Word EAD – Educação a distância ERP – Enterprise Resource Planning FAQ – Frequently Asked Questions – perguntas freqüentes HTML – Hyper Text Markup Language INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais LMS – Learning Management System MEC – Ministério de Educação OLPC – One Laptop per child PC – Computador Pessoal PDF – Portable Document Format PPT – arquivos do Microsoft PowerPoint SCORM – Sharable Content Object Reference Model UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro VOIP – Voz sobre IP XNA – XNA is Not Acronymed
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Lista de Figuras 3.1 – Lousa Eletrônica.................................................................................. 12 3.2 – E-book................................................................................................. 18
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Sumário Agradecimento............................................................................................................................iii Resumo........................................................................................................................................iv Abstract........................................................................................................................................v Siglas............................................................................................................................................vi Lista de Figuras...........................................................................................................................vii Sumário......................................................................................................................................viii Capítulo 1.....................................................................................................................................1 Introdução................................................................................................................................1 1.1 – Tema............................................................................................................................1 1.2 – Delimitação..................................................................................................................1 1.3 – Justificativa..................................................................................................................1 1.4 – Objetivos......................................................................................................................2 1.5 – Metodologia................................................................................................................2 1.6 - Descrição......................................................................................................................3 Capítulo2......................................................................................................................................5 Por que usar Tecnologia na Educação......................................................................................5 2.1 – A antiguidade do ensino tradicional............................................................................5 2.2 – Evolução do ensino......................................................................................................7 Capítulo 3...................................................................................................................................10 Novas tecnologias aplicadas ao ensino ..................................................................................10 3.1 – Tecnologias pouco difundidas....................................................................................10 3.2 – Tecnologias mudando paradigmas............................................................................13 3.2.1 – Conteúdo Didático................................................................................................14 3.2.3 - Comunicação..........................................................................................................19 viii
3.2.4 – Colaboração...........................................................................................................21 3.2.5 – Novos ambientes tecnológicos..............................................................................23 Capítulo 4 ..................................................................................................................................27 Educação a Distância..............................................................................................................27 4.1 – Educação a Distância no Brasil e no mundo...............................................................27 4.2 – Vantagens da EAD......................................................................................................29 4.3 – Desvantagens da EAD................................................................................................32 4.4 – Tecnologias para EAD................................................................................................34 Capítulo 5...................................................................................................................................36 Educação 2.0..........................................................................................................................36 Capítulo 6...................................................................................................................................40 O futuro da educação.............................................................................................................40 Bibliografia.................................................................................................................................42
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Capítulo 1 Introdução
1.1 – Tema A educação é o principal tema deste trabalho. Apesar do nome do projeto ser “Como a tecnologia pode revolucionar a educação”, a tecnologia é apenas um meio e não a missão. O foco do trabalho não está nas mais modernas tecnologias, mas sim, nas melhores técnicas de aprendizagem através da tecnologia. Muitas ferramentas de vanguarda são analisadas, mas as dimensões cognitivas, afetivas e sociais da aprendizagem sempre são o foco principal.
1.2 – Delimitação Neste trabalho, a aplicação da tecnologia na educação está delimitada à aprendizagem. Não é o foco analisar tecnologias para a gestão de instituições de ensino através dos sistemas acadêmico, ERP, CRM e outras ferramentas de controle. Todas as tecnologias apresentadas terão cunho acadêmico e voltada para o que faz o aluno a aprender. Também, não está no escopo do trabalho propor ou analisar soluções de uma determinada empresa. Quando uma ferramenta de uma empresa for citada, se trata apenas do conceito por trás da tecnologia e não aquele produto ou versão.
1.3 – Justificativa O sistema de educação é jurássico e o mundo atual não o suporta. Há mais de dois mil anos que ele não muda. O paradigma do professor ministrando aula para o aluno é o mesmo desde a Grécia Antiga. Porém, os estudantes não são mais os mesmos. Eles cresceram em um mundo que a computação e internet sempre estiveram presentes. O conceito de 1
colaboração é quase natural para os jovens. Porém, a educação não acompanha as mudanças do mundo. Se Sócrates estivesse vivo hoje, ele não reconheceria quase nada, a não ser a sala de aula. Por que a tecnologia não se penetrou na educação? Os problemas da educação são mais profundos. A comunicação entre o professor e seus discípulos é unilateral, pois praticamente não há tempo suficiente para esclarecer todas as dúvidas. A superlotação da sala de aula contribui a este problema porque aumenta a distância entre o mestre e os alunos. A aula não é preparada com antecedência e a transmissão do conteúdo é monótona e chata. A avaliação do conhecimento apenas verifica se os alunos memorizaram o material ministrado. Este é um breve resumo do tradicional sistema de educação. Quais tipos de profissional estão sendo formados? O mundo precisa de líderes, o que se torna difícil de criar neste modelo. O sistema de educação está ultrapassado e precisa ser modernizado. A tecnologia pode proporcionar esta evolução. Este trabalho é voltado para pesquisar novas tecnologias que podem revolucionar o ensino. Criar uma educação moderna que fala a mesma linguagem dos jovens. Mudar o paradigma entre aluno e professor. Proporcionar a aprendizagem colaborativa e eficaz. Estes são os conceitos por trás da Educação 2.0.
1.4 – Objetivos O principal objetivo deste trabalho é extrair os problemas do tradicional sistema de educação e propor soluções utilizando novas tecnologias. Um novo conceito, chamado Educação 2.0, é criado baseado em um ensino colaborativo, dinâmico e divertido que forma um profissional preparado para o mundo moderno.
1.5 – Metodologia Serão utilizados neste trabalho dois tipos de pesquisas, a saber: as pesquisas bibliográficas, constituídas principalmente de artigos científicos e livros, visto que permite a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla; e a pesquisa documental. Embora esta última se assemelhe à pesquisa bibliográfica, permite que se tenha acesso a documentos tipo: 2
reportagens de jornal, relatórios de pesquisa, documentos oficiais, entre outros. Com relação aos objetivos a pesquisa pode ser classificada como exploratória. Segundo o autor A. C. Gil em 2002, em seu livro intitulado Como Elaborar Projetos de Pesquisa [GIL, 2002], define a pesquisa exploratória como sendo a pesquisa que "têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo mais explicito ou a construir hipóteses".
1.6 - Descrição Este trabalho se encontra dividido em seis capítulos e encontra-se dividido como se segue:
Capítulo 2 – Porque usar tecnologia na educação Este capítulo se propõe a apresentar as falhas do sistema de educação atual, analisando-o detalhadamente, e o porquê da utilização de tecnologias na educação. Também são apresentados motivos da evolução da educação e a razão pela qual a tecnologia não é difundida na mesma.
Capítulo 3 – Novas tecnologias aplicadas ao ensino O objetivo deste capítulo é apresentar novas tecnologias existentes que podem ser aplicadas ao ensino para evoluir a transmissão do conhecimento na sala de aula e interação aluno x professor. O capítulo se divide em cinco partes: a primeira, pouco difundida, apresenta as aplicadas ao ensino, porém pouco utilizadas. As quatro demais se destinam à apresentação de conteúdo didático, comunicação na sala de aula, colaboração entre os alunos e novos ambientes tecnológicos, respectivamente. Não é o objetivo deste capítulo analisar futuras tecnologias para serem aplicadas ao ensino, apenas as já existentes.
Capítulo 4 – Educação a Distância 3
Este capítulo se resume a apresentar as principais vantagens e desvantagens da educação a distância em relação à modalidade presencial e às tecnologias que possibilitam a sua realização.
Capítulo 5 – Educação 2.0 Este capítulo introduz um novo conceito para o ensino, a Educação 2.0. Os principais problemas da educação são solucionados neste novo modelo. Para facilitar o entendimento da nova educação, uma aula de física é exemplificada.
Capítulo 6 – Futuro da Educação Novas ferramentas e tecnologias que estão ou vão surgir são analisadas neste capítulo. Apesar do foco do trabalho ser uma educação para o mundo de hoje, as possibilidades do futuro são introduzidas.
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Capítulo2 Por que usar Tecnologia na Educação Este capítulo se propõe a apresentar as falhas do sistema de educação atual, analisando-o detalhadamente, e o porquê da utilização de tecnologias na educação. Também são apresentados motivos da evolução da educação e a razão pela qual a tecnologia não é difundida na mesma.
2.1 – A antiguidade do ensino tradicional A educação e forma de ensinar não mudam há mais de dois mil anos. Na Grécia Antiga, as crianças freqüentavam escolas parecidas com as atuais, e os professores transmitiam os seus conhecimentos em salas de aula com as mesmas características das de hoje [ARANTES, 20/08/2007]. Com todos os avanços da sociedade e tecnologia do mundo moderno, é uma incógnita porque a educação não acompanha estas tendências e avanços, e continua no modelo antigo. Será que o mundo da tecnologia esqueceu-se da educação ou é a educação que se esqueceu da tecnologia? Podemos reconhecer que algumas tecnologias foram disseminadas pelo ensino nos últimos dois milênios. Introduzidos no início do século XIX, o quadro-negro e giz são as tecnologias mais usadas nas escolas no mundo. Nos últimos duzentos anos, houve uma pequena evolução. Poucas instituições substituíram o quadro preto e giz pelo quadro branco e pilôr [WIKIPEDIA, Chalkboard]. Outra tecnologia amplamente utilizada é o livro e livro didático, que disseminaram o conhecimento unilateralmente. Este é um breve resumo da evolução tecnológica que está amplamente difundida na educação. O mundo mudou muito nos últimos dois mil anos. Somente nos últimos 15 anos, porém, com a revolução da Internet, a forma de se comunicar, relacionar e fazer negócios é completamente diferente do passado. Hoje, o banco é virtual; comércio e correio são eletrônicos; música é digital; telefonia é VOIP; conversar é chat; relacionamento é na rede; e a educação continua no quadro negro e giz? Por que não introduzir tecnologia no ensino para revolucioná-lo também?
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Quando se menciona tecnologia no ensino, a educação a distância é o primeiro assunto que entra na cabeça. Apesar de ser uma das formas mais comuns para aplicar tecnologia na educação, o ensino presencial também pode ser muito beneficiado por ela. Como citado acima, a Internet criou conceitos de e-banking, email, e-commerce, e também está criando o conceito e-learning. Entretanto, e-learning não se limita à educação a distância. E-learning é a combinação do ensino (presencial ou à distância) com a tecnologia [WIKIPEDIA, E-learning]. Antes de aprofundar nas características do e-learning, é importante analisar o modelo de ensino tradicional para ressaltar os seus defeitos e os benefícios da tecnologia na educação. O exemplo do quadro-negro e giz é apenas ilustrativo para mostrar que as técnicas jurássicas do ensino tradicional não evoluíram. Porém, a antiguidade da educação vai muito além: as metodologias, processos, transmissão do conteúdo didático e mentalidade continuam iguais e precisam ser renovados. O problema é, portanto, muito mais profundo. A distância entre o aluno e professor em uma sala de aula tradicional é imensa. Numa aula presencial ministrada para 80 ou mais alunos, o professor se torna um pastor onde suas ovelhas (os alunos) precisam segui-lo, ouvi-lo e acreditar indiscriminadamente sem contestar ou questionar. Dúvidas? Se houver tempo no final, que é raro, elas podem ser esclarecidas. A aula em si, às vezes, não é preparada com antecedência, proporcionando um ensino de improviso para os discípulos. A transmissão de conteúdo é monótona. Quando o professor escreve no quadro, ele está interagindo com o quadro e não com a sua turma; o conteúdo é rabiscado e os estudantes o copiam desesperadamente com medo da prova. No final da aula, o quadro é apagado e as idéias e conhecimento que surgiram naquele ambiente são, praticamente, perdidos. A avaliação é uma tirania. Se o aluno repetir o conteúdo transmitido unilateralmente na aula, dez; caso contrário, zero. Este é o sumário da educação tradicional de hoje. As escolas estão formando seguidores e não líderes. Os alunos são orientados a memorizar, em vez de pensar e desenvolver a capacidade crítica para discernir, raciocinar, criar e resolver problemas sozinhos [TERRA, Tecnologia Educacional]. Neste modelo, a tarefa do professor é ensinar e não garantir a aprendizagem dos estudantes. Comparando com o modelo da Grécia Antiga, pioramos muito. O filósofo grego Sócrates introduziu uma técnica de ensino, há mais de dois mil anos, que, ao contrário da atual, forma pensadores e não seguidores. A metodologia, chamada Maieutikos (maiêutico), era baseada na idéia de que o conhecimento está latente no subconsciente humano e precisa ser parida através de perguntas. O professor se torna uma parteira e extrai o conhecimento escondido nos alunos através de questionamento [WIKIPEDIA, Maieutics]. Vira um orientador e não transmissor do conhecimento. Os alunos são estimulados a questionarem, pesquisarem e descobrirem novas soluções e não apenas a acreditarem no seu mestre. 6
O método socrático de ensinar não pode ser replicado hoje devido ao contexto em que se encontra o atual sistema de educação (superlotação de sala, ensino em massa, problemas financeiros, desatualização do professor, etc.). Entretanto, a tecnologia pode ajudar a extrair as principais características maiêuticas e criar um modelo de ensino coerente com os tempos atuais. Está na hora da educação evoluir! A tecnologia pode proporcionar este avanço.
2.2 – Evolução do ensino Para a educação evoluir, é necessário evoluir a maneira de ensinar. A principal função de uma instituição de ensino não pode ser simplesmente a de ensinar, mas sim, criar condições de aprendizado. O professor não pode ser transmissor e retentor do conhecimento, mas um facilitador do processo de desenvolvimento intelectual do aluno e criador de ambientes de aprendizagem adequados. O estudante deve assimilar a busca e utilização do conhecimento em vez de memorizá-lo [VALENTE, Diferentes Usos do Computador na Educação]. A tecnologia pode derrubar as barreiras da sala de aula e aproximar os alunos dos professores. Os poucos metros entre professor e aluno na sala de aula presencial pode ser mais distante do que os quilômetros que fisicamente os separam na sala de aula virtual. Nas empresas modernas, as tecnologias já são realidade. E se romperam as barreiras físicas no mundo corporativo, por que não podem fazer o mesmo na educação? A revolução tecnológica nos negócios será a mesma na educação. Poucos anos atrás, nenhuma empresa fechava um pedido comercial com um simples email, algo extremamente comum hoje. Era necessária a assinatura por escrito do cliente. Reuniões à distância, nem pensar, era necessário viajar. Antes, o chefe era quem mandava, quem detinha o conhecimento, ninguém o contestava; ao contrário do mundo de hoje onde se valoriza a colaboração. Há uma semelhança muito grande do mundo de negócios de antigamente, com o mercado educativo de hoje. Os alunos ainda entregam trabalhos impressos para o professor assinar. Há preconceito com aulas à distância. Colaboração no ensino, impensável no sistema atual conforme a sua descrição. Por que poucos professores aceitam email? Qual o preconceito da educação a distância? Por que o ensino não pode ser colaborativo? Há ferramentas tecnológicas que possibilitam isto, mas são pouco usadas. Será que os alunos não estão habituados e preparados para os ambientes colaborativos? Pergunte para um jovem se ele conhece Orkut, MSN, Gmail, 7
YouTube, busca do Google, Yahoo! groups, Blogs, iTunes, Skype, entre outras tecnologias modernas. “Há muito tempo o professor e o livro didático deixaram de ser as únicas fontes do saber. Os alunos aprendem de múltiplas e variadas situações. Já chegam à escola sabendo muitas coisas, ouvidas no rádio, vistas na televisão, em apelos de outdoors e informes de mercado e shoppings centers que visitam desde bem pequenos.” [KENSKI, 1996] Se a cabeça do jovem está habituada com estas ferramentas, por que a tecnologia não penetra na educação? Será que o problema está nos professores? Segundo estudos realizados, os docentes de ensino básico ao superior estão desatualizados em tecnologias da informação e comunicação. [CARRÃO, A formação do professor] [BRITO, O professor precisa saber] “Os professores atuais estudaram em uma época em que a Informática não fazia parte do dia-a-dia, e, dentre os professores que estamos formando para o futuro, poucos estão sendo preparados para mudar essa realidade.” [LOPES, Introdução da Informática no ambiente escolar] Os alunos estão prontos para a nova era na educação, os professores não. É necessário capacitá-los para evoluir. Se desconhecem a tecnologia, como se pode esperar que ela seja difundida? Este deve ser o objetivo dos responsáveis pela educação: governo municipal, estadual e federal, donos de escolas, reitores e outros gestores de ensino. Ao investir na capacitação dos seus docentes, estarão formando alunos mais bem preparados para o mercado de trabalho. O Governo do Estado do Rio de Janeiro reconheceu que o melhor caminho de introduzir tecnologia na educação é através dos professores e deu o primeiro passo para tornar isto em realidade. Através do programa Conexão Professor, serão comprados mais de 50 mil laptops para instrutores da rede pública com conexão à Internet em banda larga e um CD de treinamento. [MACHADO, 22/04/2008] Um professor de matemática em Niterói relata: “Creio que, para muita gente, ele vai facilitar a vida com essas ferramentas e permitirá aprofundar as pesquisas na Internet em casa. Já existem muitos computadores de mesa nas casas, mas não laptops. As aulas podem ficar mais interativas. Para mim, a Internet é o principal atrativo, pois a utilizo muito para preparar as aulas. Tudo bem, a velocidade da Internet não se compara à que tenho em casa, mas, para quem não está acostumado com uma velocidade mais rápida, a do notebook é satisfatória.” [MACHADO, 23/04/2008]
Outro projeto, o Conexão Escola, pretende levar conexão em banda larga para todas as 1.591 escolas estaduais no Rio de Janeiro. [O GLOBO ONLINE, 01/07/2008] O Governo Federal lançou um programa para facilitar a compra de computadores para professores do ensino básico ao universitário. [GOIS, 04/07/2008] Estas são apenas algumas iniciativas para aproximar os 8
instrutores do computador, o primeiro passo para alfabetização digital dos professores. Porém, acesso ao hardware não é a única etapa. É necessário familiarizá-los com as tecnologias da informação e comunicação. Para disseminar tecnologia na educação e proporcionar a sua evolução, devem-se mudar paradigmas. O professor precisa romper as amarras do comodismo, da espera interminável pelas decisões administrativas e políticas, e avançar em seus propósitos de construção e fazeres em nome da educação escolar. Ele precisa ousar, inovar e se capacitar para melhorar a qualidade do ensino. [CARRÃO, A formação do professor] Os gestores da educação precisam enxergar que o professor é a porta de entrada da sala de aula; ao investir nele, estão investindo nos alunos. Tecnologia na educação não apenas capacita o aluno para o futuro e mercado de trabalho, ela o ajuda a raciocinar, tomar decisões e trabalhar em grupo. Ela o prepara para a vida. Mas que tecnologia é essa?
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Capítulo 3 Novas tecnologias aplicadas ao ensino O objetivo deste capítulo é apresentar novas tecnologias existentes que podem ser aplicadas ao ensino para evoluir a transmissão do conhecimento na sala de aula e interação aluno x professor. O capítulo se divide em cinco partes: a primeira, pouco difundida, apresenta as aplicadas ao ensino, porém pouco utilizadas. As quatro demais se destinam à apresentação de conteúdo didático, comunicação na sala de aula, colaboração entre os alunos e novos ambientes tecnológicos, respectivamente. Não é o objetivo deste capítulo analisar futuras tecnologias para serem aplicadas ao ensino, apenas as já existentes.
3.1 – Tecnologias pouco difundidas Quando se pensa na aplicação de tecnologia ao ensino, é comum supor que se trata somente de educação a distância. O mercado de ensino presencial é significativamente superior e mais maduro do que o mercado de EAD. Segundo os resultados do Censo da Educação Superior de 2006, mais de 95% das 4,5 milhões de matrículas [SINAES, 2006] de cursos superiores são referentes à modalidade presencial. [INEP, 19/12/2008] Em um mercado tão expressivo, pode-se esperar que haja muito espaço para a introdução de novas tecnologias.
Datashow Antes de analisá-las, é importante ressaltar as já existentes, mas pouco disseminadas. O datashow, por exemplo, está se tornando familiar em salas de aula de instituições de ensino superior, principalmente cursos de pósgraduação, porém, ainda é incomum no ensino básico. Introduzido como substituto do antigo projetor de slides, o datashow dá qualidade à aula quando projeta no telão a síntese dos pontos do conteúdo a ser ministrado; quando projeta filmes; exibe a Internet; usa figuras, sons, imagens etc. “É um grande instrumento a serviço das práticas pedagógicas, sem dúvida.” [NETO, 04/09/2006] O datashow apenas projeta imagens, não gera o conteúdo projetado. Esta é a tarefa do computador, outra tecnologia que beneficia cada vez mais a educação. Como vantagem, tem a capacidade de apresentar material de uma forma que não é possível no quadro-negro ou papel. O computador pode 10
exibir textos não lineares, hipertexto, simulações, animações, reproduzir imagens, vídeos e sons, entre dezenas de outras funcionalidades didáticas. Além do computador, é necessário instalar softwares para tornar esta riqueza pedagógica palpável. Internet Explorer, Word, Excel e Powerpoint, o mais comum, são apenas alguns exemplos de softwares utilizados para enriquecer a experiência do aluno. Esta mistura de datashow, computador e PowerPoint pode mudar a forma de ensinar, entretanto, também pode se tornar um vilão na relação aluno x professor. É muito comum a aula se tornar monótona e cansativa quando estas tecnologias são usadas, sem critério, causando um enorme prejuízo didático. O professor, em vez de transmitir o conteúdo, se torna um leitor de slides e “repassador” de conteúdo; os alunos deixam de copiar o material, substituindo-o pela cópia eletrônica, e param de prestar atenção no professor. Este é o tipo de docente que o acadêmico Inácio Fonseca Neto, do Centro Universitário Maurício de Nassau, chama de “Professor Datashow”. [NETO, 04/09/2006] O “Professor Datashow” é um novo tipo. Segundo Inácio, os “professores que usam o equipamento e não ministram mais a aula se ele não estiver presente ao seu lado. Certa vez, uma professora pediu demissão, pois informou que não teria condições de ministrar o conteúdo sem a máquina... Isso é um absurdo!” [NETO, 04/09/2006] Inácio realizou uma pesquisa em sua instituição; um processo seletivo de professores onde a tarefa era ministrar uma aula, algo teoricamente simples para candidatos à docência. Durante metade da aula, o candidato teria a sua disposição o datashow. Na segunda metade, o equipamento seria desligado simulando uma quebra, e a aula deveria seguir normalmente. “O resultado final foi catastrófico. Somente 1 a cada 5 avaliados conseguiu terminar sua apresentação.” [NETO, 04/09/2006] Se a tecnologia pretende melhorar a qualidade do ensino, por que o datashow não proporciona o mesmo? Primeiro, é importante não generalizar todos os professores que o utilizam como os “Professores Datashow”. Esta ferramenta pode enriquecer o ensino, caso seja utilizada de forma adequada. Talvez, o problema se reduza novamente à capacitação do docente. Se o instrutor não souber utilizá-lo apropriadamente, em lugar de elevar o nível didático da aula, desgasta a lição tornando-a insuportável para os alunos.
Lousa Eletrônica Outro problema do simples datashow é que o professor precisa estar próximo ao computador para manipular o conteúdo. A lousa eletrônica resolve este problema. Em sala de aula, substitui o tradicional quadro-negro, possibilitando a digitalização dos traçados realizados manualmente pelo professor por meio de uma caneta eletrônica. Ela também substitui o mouse
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devido a sua interação com o computador; além da realização de anotações manuais sobre as imagens nela projetadas. [TORI, 30/04/2003] “Trata-se de um quadro branco munido de um sensor digital conectado a um projetor de imagens suspenso no meio da sala e a um computador instalado na mesa do professor. O que aparece na tela do PC é reproduzido na telona. Uma espécie de mouse em forma de caneta substitui o giz. Um sensor magnético localizado na lousa decodifica o que foi desenhado, de modo que a imagem apareça instantaneamente digitalizada diante a turma. Para apagar, basta tocar a ponta da caneta sobre o menu de ferramentas e selecionar o ícone que simboliza uma borracha.” [VANNUCHI, 31/5/2006] A lousa eletrônica torna a aula mais atraente para os estudantes, algo extremamente importante na educação básica quando os alunos são muito dispersos. “Por isso a implantamos primeiramente nas salas de quinta e sexta séries. É uma idade complicada, na qual os jovens ficam muito dispersos. Para cativar sua atenção, temos de oferecer os recursos tecnológicos disponíveis e colocar a escola na mesma era do aluno”, comenta a administradora de um colégio que implantou a nova lousa. Os alunos receberam muito bem a novidade, conforme o relato da Gabriela de 11 anos. “Na aula de Português, o professor escolhe um texto na Internet e pede para a gente ir à lousa grifar os substantivos e fazer círculos em torno dos adjetivos. Na aula de Biologia, usamos um software com cenas em 3D do corpo humano e, em Geografia, cenas em 3D dos planetas e seus movimentos. Só falta a pipoca.” [VANNUCHI, 31/05/2006]
Em algumas escolas, as crianças já usam a lousa eletrônica nos primeiros anos de idade. [VANNUCHI, 31/05/2006]
A lousa eletrônica pode tornar a aprendizagem dinâmica e divertida, mas é preciso capacitar os professores e preparar material didático com antecedência para não gerar o mesmo problema do “Professor Datashow”. Não é benéfico ao ensino introduzir uma lousa eletrônica para apenas transmitir slides no PowerPoint, algo que um simples datashow resolveria. Para a aula ser interativa, o material didático precisa ser adequado e preparado para este fim. Apesar dos seus grandes benefícios, a lousa eletrônica não é realidade para a maioria dos estudantes no país. A lousa interativa é adotada em 12
apenas 400 escolas brasileiras, sendo a maior parte na rede particular. Na Inglaterra, por exemplo, todas as escolas públicas possuem, pelo menos, uma lousa eletrônica. Um fator que impede a sua expansão no Brasil é o custo. Cada uma, no tamanho padrão de 77 polegadas, significa um investimento de R$ 6.675. [VAZ, 28/01/2008]. Apesar do alto investimento, algumas instituições brasileiras apostam nesta novidade. A escola de idiomas Cultura Inglesa, por exemplo, equipou todas as suas salas de aula em todo o país com lousas eletrônicas. [CULTURA INGLESA, Venha você também para a escola do futuro]
3.2 – Tecnologias mudando paradigmas Foram apresentadas algumas tecnologias que estão elevando o nível do ensino e inovando a sala de aula substituindo o bicentenário quadro negro e giz. Todavia, continua no paradigma de professor transmitindo conteúdo para os alunos; ele, o retentor do conhecimento; os, alunos memorizando a matéria antes da prova. Inovou apenas a forma de apresentar o conteúdo; ficou mais bonito, limpo e fácil de transportar. Porém, os profundos problemas da educação, que cria seguidores e não líderes, persistem apesar das tecnologias propostas. É preciso inovar! Inventar algo novo. É preciso mudar o paradigma de que somente o professor ensina e os alunos aprendem. A aprendizagem precisa ser uma constante descoberta, tanto do instrutor quanto dos estudantes. A educação precisa ser colaborativa. É necessário quebrar as fronteiras físicas da sala de aula e mergulhar no novo mundo digital. E, boas notícias! No planeta virtual, isto não significa gastar muito, sequer algum, dinheiro. Os novos conceitos da Internet, como web 2.0, computação em nuvem e software como serviço, possibilitam comunicação e colaboração de forma gratuita. Telefonia, através do Skype, não tem custo. Redes de relacionamento, como o Orkut, permitem colaboração sem gastar um centavo. Tornar-se um formador de opinião escrevendo em um blog é grátis com WordPress. O acesso à maior videoteca do mundo, YouTube, está aberto a todos. Dúvidas sobre algum assunto? Pesquise a resposta no Yahoo! Answers. Para criar e atualizar um site, basta utilizar o Joomla, um sistema de gerenciamento de conteúdo gratuito. Na Internet, existem centenas destes exemplos de comunicação e colaboração. Apesar de nenhuma ferramenta listada ser elaborada com intuito acadêmico, elas podem ser utilizadas para educar. A Internet foi criada por acadêmicos com objetivo de compartilhar documentos. Em poucos anos, se tornou um depósito de conteúdo. Hoje, com 13
a web 2.0, é uma plataforma colaborativa. Quando se pensa em Internet na educação, é comum imaginar um estudante pesquisando a matéria para um trabalho no Google; ela ainda é cogitada como um repositório de informação. Esta fase da Internet foi de extrema importância para a educação, pois universalizou o conhecimento. Agora, está no momento de avançar para a próxima etapa. É necessário introduzir a Internet colaborativa, a web 2.0, na educação e criar o que chamo de Educação 2.0. Para facilitar a análise do impacto que a Internet pode causar no ensino, as tecnologias serão divididas em quatro grupos: conteúdo didático, comunicação, colaboração e novos ambientes tecnológicos. Algumas ferramentas podem se enquadrar em mais de uma categoria.
3.2.1 – Conteúdo Didático O conteúdo didático é de extrema importância e está presente há milhares de anos na educação. Um livro comum ou didático, apostila impressa, jornal, revista, rabiscos no quadro-negro, artigo e material no caderno são considerados conteúdos didáticos. No seu caráter mais moderno, apostilas eletrônicas, material na Xerox da faculdade, arquivos PDF, DOC ou PPT, são exemplos. Ele nada mais é do que conhecimento documentado. Na web 2.0, este conhecimento não tem dono. Não é gerado por uma pessoa ou empresa, mas pela comunidade que é proprietária da informação. Quem é o autor do Wikipédia ou de um artigo específico? Que empresa ou pessoa gerou todo o conteúdo disponível no YouTube? Quem respondeu todas as perguntas do Yahoo! Answers? Quem é dono do Second Life? Qual servidor hospeda todos os arquivos do Emule? Não tem dono, criador ou autor nestes sites. Quem cria é a comunidade. Conteúdos disseminados e descentralizados são muito úteis para a educação. Quebra o paradigma de que o professor é o retentor do conhecimento. Na Internet, a comunidade é retentora do conhecimento. Se este paradigma for ultrapassado, talvez seja possível evoluir a educação. Mas como aplicar estas tecnologias e conhecimento compartilhado no aprendizado? Serão analisados alguns exemplos.
Wiki
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Um Wiki é uma plataforma colaborativa que permite serem documentos alterados coletivamente com uma linguagem de marcação muito simples e eficaz, através da utilização de um navegador web. O que faz um Wiki diferente de uma página na web é certamente o fato de o seu conteúdo poder ser editado pelos usuários que por ele navegam. Deste jeito, é possível corrigir erros e inserir novas idéias. Assim, o conteúdo de um artigo se atualiza graças à coletividade. [WIKIPEDIA, Wiki] Por este motivo, não existe um único autor de um determinado artigo. Qualquer pessoa pode escrevê-lo, alterá-lo e contribuir para tornar aquele conhecimento mais rico. Wikis são ótimas formas de documentar conhecimento e mantê-lo atualizado. Uma instituição de ensino pode instalar um wiki com objetivo pedagógico sem custo; o código fonte do Wikipédia é open source. Ele pode ser usado para os alunos armazenarem conhecimentos pesquisados em um trabalho de aula. Em um curso de administração, por exemplo, em vez de o professor solicitar aos alunos pesquisarem sobre uma determinada empresa e repetir o mesmo trabalho todo semestre. Também pode inovar a cada semestre e, para cada grupo de estudo, solicitar uma pesquisa sobre empresas distintas para que seja armazenada no wiki. Depois de alguns semestres, este wiki será uma ótima fonte de informações para outros estudantes. No modelo tradicional, o conteúdo gerado no trabalho de cada grupo era descartado ao término do semestre e em breve era considerado desatualizado. Desta forma, o conhecimento é compartilhado para os demais alunos e pode ser atualizado de forma constante.
YouTube O YouTube, extremamente popular entre os jovens, pode ser utilizado para fins didáticos. O YouTube, para quem não conhece, é um site na Internet que permite que os seus usuários carreguem, assistam e compartilhem vídeos em forma digital. [WIKIPEDIA,YouTube] Os vídeos são criados por pessoas comuns e compartilhados para milhões de pessoas assistirem. Vídeos de todos os tipos estão armazenados nele: comédia, música, divertimento e, até, vídeos pedagógicos. Existem tutoriais, palestras e minicursos disponíveis gratuitamente. O YouTube tem vídeos que ensinam desenvolver software, como falar em público, como amarrar o sapato e milhões de outros exemplos. Quem gera estes vídeos? São pessoas que querem compartilhar este conhecimento. Ninguém recebe dinheiro para postar um vídeo ou paga para assistir. Ninguém é dono dos vídeos, eles são gerados pela comunidade. Além da educação informal, o conceito do YouTube pode ser introduzido no ensino formal através de webcast, um vídeo gravado por uma webcam que exibe o autor e/ou as suas janelas no computador. O professor pode gerar um vídeo de como criar tabelas dinâmicas no Excel, por exemplo, e disponibilizar para os alunos da turma de estatística usarem como referência. Para não gastar dinheiro com hospedagem ou se preocupar com a 15
transmissão e o envio deste vídeo, o professor pode hospedar no próprio YouTube. Se, ainda, quiser restringir o seu vídeo para um determinado grupo de pessoas, ele pode usar outras soluções também gratuitas, por exemplo, Silverlight Streaming da Microsoft.
Fórum de discussão O fórum de discussão é muito conhecido por ser um ambiente onde se tiram dúvidas. Para saber como resolver um problema que outras pessoas certamente já enfrentaram, deve-se procurar no fórum. O fórum de discussão é uma ferramenta para páginas de Internet destinada a promover debates através de mensagens publicadas abordando uma mesma questão. [WIKIPEDIA, Fórum de Discussão] Existem diversos fóruns abertos para a comunidade. Como utilizá-lo como um recurso didático? É muito comum haver superlotação em uma sala de aula no sistema de educação tradicional. Isto pode inviabilizar debates, que são extremamente importantes para a aprendizagem e desenvolvimento dos alunos. E quando é viabilizado, o tempo pode ser um vilão e alguma idéia pode surgir após o debate, tarde demais para incluir a sua opinião. A ferramenta do fórum de discussão resolve estes problemas. O professor pode lançar o tema principal em debate no fórum e os alunos participam após a aula, sem horário marcado. Outra funcionalidade é gerenciar perguntas freqüentes. Em vez de esclarecer dúvidas no final da aula, quando há tempo, ou por email, o professor pode lançar todas as questões freqüentes no fórum. Desta forma, não é necessário responder à mesma pergunta mais de uma vez. Os alunos ainda podem comentar um tópico e evoluir o seu conhecimento. Um FAQ (perguntas freqüentes) é outra solução para esclarecer dúvidas, mas necessita de um site ou blog.
Blog Um blog é uma página na web, cuja estrutura permite a atualização rápida de artigos, ou posts, e costuma abordar uma temática. Os posts são organizados cronologicamente de forma inversa e podem ser escritos por um número variável de pessoas, de acordo com a política do blog. [WIKIPEDIA, Blog] O WordPress é uma das muitas soluções gratuitas de blog disponíveis na Internet. Qualquer um pode escrever um blog e qualquer pessoa pode comentar um determinado post.
Muitas áreas de conhecimento são dinâmicas e atualizadas constantemente. Os alunos não conseguem acompanhar o ritmo das mudanças e se tornam rapidamente desatualizados. Se um professor de direito civil, por exemplo, mantiver um blog ativo, os alunos saberão onde 16
buscar as informações mais pertinentes a esta disciplina. Quando uma nova lei for aprovada, um aluno pode comentar no blog, antes de o professor descobrir, desta forma, mantendo todos os leitores atualizados.
Yahoo! Answers Você tem uma pergunta? Yahoo! Answers tem a resposta. O Yahoo! Answers é um sistema onde perguntas são lançadas e respondidas pela comunidade. Qualquer pessoa pode gerar uma nova pergunta ou responder algo em aberto. Se você não souber quem descobriu o Brasil, por exemplo, lança esta pergunta e logo em seguida verá a resposta. Esta é mais uma ferramenta cujo conhecimento é compartilhado e gerado pela comunidade.
Google Acadêmico A busca do Google é a ferramenta web mais usada na educação. Quando um professor pede um trabalho sobre algum determinado assunto, a primeira tarefa do aluno é pesquisar o tópico no Google. O problema é a qualidade da informação apresentada. Só porque o conteúdo está publicado na Internet não significa que ele é verídico. Muitas vezes, pelo contrário. O Google Acadêmico é uma ferramenta de busca que só rastreia documentos acadêmicos, seja um paper, artigo, pesquisa ou qualquer produção científica. A sua principal vantagem é assegurar a qualidade da informação. Os artigos têm referência e são produzidos por acadêmicos. É muito provável que o Google Acadêmico seja o maior repositório de trabalhos acadêmicos no mundo. Este é um exemplo de conteúdo didático descentralizado, ao contrário do YouTube, Wikipédia e os outros exemplos listados, nenhum artigo é armazenado localmente no servidor do Google, ele apenas aponta para o local onde o documento está armazenado.
Zé Moleza O portal Zé Moleza é outro exemplo de repositório de trabalhos acadêmicos, porém, diferente do Google Acadêmico, o conteúdo é centralizado e todos os arquivos são armazenados localmente no servidor do site. Extremamente comum entre os universitários, o Zé Moleza contém milhares de monografias publicadas por alunos formandos e uma ferramenta de busca (com ranking e notas para cada trabalho) para facilitar a vida de novos formandos. Se este site fosse criado apenas para compartilhar o conhecimento, seria uma ótima idéia. Entretanto, os estudantes, desesperados com o projeto final de curso, acabam replicando outra monografia publicada como se fosse sua. Este é um site cujo uso cresce na educação, porém, os professores precisam ficar atentos. Isto até pode ser 17
tornar em um exemplo motivacional para que os docentes mudem o tópico do trabalho final de cada semestre para dificultar a cópia de outra monografia.
Biblioteca Virtual Uma forma de centralizar conteúdo para os alunos estudarem é através de uma Biblioteca Virtual onde o professor pode publicar as apostilas da aula, trabalhos acadêmicos de ex-alunos e outros notórios saberes. O conteúdo se torna público para o estudo da turma. É pouco provável da Biblioteca Virtual se tornar um Zé Moleza porque a informação é conhecida por todos, e se torna um apoio ao ensino. Esta centralização de conteúdo didático facilita a busca de informações para os alunos.
E-books Com tanta tecnologia, o que vai acontecer com os livros? Serão descartados e abandonados em um museu? Não. Os livros serão disponibilizados de forma digital no novo mundo da educação. O E-book (livro eletrônico) é o conteúdo do livro de forma digital disponível para os leitores. Existem alguns formatos de hardware específicos para o E-book, conforme a figura abaixo, mas ele também pode ser disponibilizado em computadores comuns ou celulares. Existem diversas vantagens do E-book em relação ao seu antecessor, como uma ferramenta de busca de texto, referências com hiperlinks, menos espaço físico para armazenar tantos livros (basta um disco rígido) e acessibilidade. Há softwares especializados para ler o texto do livro, caso o leitor tenha dificuldades visuais. [WIKIPEDIA, E-book] O problema será de direitos autorais. Como controlar as cópias dos livros? Será necessário criar um iTunes (loja virtual de música) para livros? A Amazon, a maior livraria do mundo, já pensou neste modelo e lançou o Kindel, um formato de E-book onde é possível comprar livros eletrônicos em formato de arquivos.
Um exemplo do E-book [WIKIPEDIA, E-book] 18
Enquanto o problema de direitos autorais não se resolve, o Google está criando a maior biblioteca do mundo, mas sem comprar uma estante. O projeto Google Books pretende digitalizar todos os livros do mundo ou, pelo menos, quais o autorizem. Internautas poderão pesquisar livremente dentro do conteúdo do livro via Internet sem pagar um centavo. [GOOGLE BOOKS, Sobre a pesquisa de livros do Google] Esta ferramenta será poderosíssima para o ensino. Imagine milhares e milhares de livros a um clique do estudante.
3.2.3 - Comunicação Para evoluir a forma de ensinar, a modernização do conteúdo didático é apenas um passo. Em um século onde todos os estudantes têm MSN, Orkut, email e celular, é necessário atualizar também a forma de se comunicar com os alunos. Aulas em formato de palestras intermináveis são consideradas torturas para os jovens atuais. O datashow, caso utilizado de forma errada, pode ser um ótimo pretexto para tirar um cochilo, afinal, as luzes são diminuídas. Foram apresentadas diversas plataformas de conteúdo didático dinâmico e para transmitir este conteúdo não pode ser a mesma forma utilizada com o quadro-negro e giz.
Conteúdo como comunicação Muitas das ferramentas consideradas como de conteúdo didático também podem ser utilizadas como comunicação. O professor pode se comunicar com a turma fora da sala de aula através de vídeos no YouTube. Pode escrever um blog e solicitar comentários. Ou promover debates em um fórum de discussão. A principal vantagem da web para comunicar é sua facilidade de propagar o conteúdo em massa. As possibilidades de comunicação com conteúdo são ilimitadas.
Email O email é uma das ferramentas mais usadas na Internet para se comunicar. Além de sua simplicidade, outra grande vantagem é ser assíncrono, o destinatário pode ler a mensagem quando quiser. Existem muitos provedores de emails gratuitos que fornecem gigabytes de espaço de armazenamento. O professor pode se beneficiar com esta ferramenta solicitando que todos os trabalhos e tarefas de aulas sejam entregues através 19
dela. A quantidade de páginas de papel impresso diminuiria muito. No início do semestre, o professor coleta a lista de emails dos estudantes e começa a se comunicar através dele. O material de aula pode ser passado por email no final de cada aula. O aluno que faltar não será prejudicado porque sabe onde encontrá-lo facilmente.
Grupos A desvantagem do email é quando o número de participantes ou mensagens é muito grande, o que dificulta o seu gerenciamento. Neste caso, pode se usar um grupo no Yahoo!, por exemplo. Todas as mensagens ficam armazenadas no grupo e o usuário escolhe quantas deseja receber por dia (todas, várias condensadas, resumo diário, ou outra opção). Outras vantagens do grupo são as possibilidades de armazenar arquivos, divulgar calendário, inserir fotos e diversas outras funcionalidades, dependendo da ferramenta. O sistema de gerenciamento do grupo é extremamente simples de operar, o que facilita para um professor criar um grupo para a sua turma.
MSN Uma grande parte dos jovens possui uma conta no MSN (ferramenta de mensagens instantânea da Microsoft). O professor pode usá-la para promover sessões de chat fora da sala de aula. Ou disponibilizar o seu contato para os alunos tirarem dúvidas via Internet. É muito comum eles conversarem sobre um trabalho pelo MSN. Por que não oficializá-lo dentro da sala de aula? Não é apenas uma ferramenta para bate-papo, ela pode ser utilizada com objetivo didático. O MSN, apesar de ser a mais conhecida, é apenas uma das soluções disponíveis. Existem várias de diversas empresas, por exemplo, Google, Yahoo!, AOL, entre outras, ou até uma simples ferramenta de chat pode promover a interação entre a turma.
Skype O Skype é uma ferramenta de telefonia via Internet que utiliza a tecnologia de voz sobre IP (VOIP). O professor pode usá-la para promover reuniões virtuais parecidas com as do MSN, mas com a vantagem de utilizar som e possivelmente vídeo. É uma nova forma de utilizar a telefonia e, como muitos serviços na Internet, é gratuito.
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Celular O celular é o computador do futuro. Porém, o objetivo deste trabalho não é apontar futuras técnicas, mas sim, soluções existentes que podem ser implementadas nos dias de hoje. Não adianta se estender em ferramentas para smartphones ou iPhone porque não fazem parte da realidade da maioria dos estudantes brasileiros. Para o celular contribuir com a educação, precisa ser algo simples e que funcione no modelo mais básico, sem recursos multimídias. No futuro, porém, será outra realidade. A principal função do celular é para falar, ou deveria ser. Mas, para uso educacional, não há grandes inovações se for utilizado apenas para este fim, afinal, existe o Skype. O celular pode inovar nas informações comunicadas aos alunos e professores via SMS. Por exemplo, a instituição de ensino pode enviar as notas do aluno via celular ou avisar se o professor faltou. Desta forma, o aluno fica mais motivado para continuar os seus estudos. Na instituição de ensino em que trabalho, foi criado um aplicativo para o professor fazer a chamada via celular. Outra inovação.
3.2.4 – Colaboração O ensino moderno exige colaboração. O papel do antigo docente, transmissor do conhecimento, precisa terminar e abrir espaço para um professor que polemize na sala de aula através de questionamentos, discussões e debates. Os alunos necessitam compartilhar os seus conhecimentos para enriquecer a experiência dos demais colegas. Os estudantes têm muito para ensinar e o professor ainda para aprender. Esta é a educação moderna; este é o ensino colaborativo. Ferramentas colaborativas As diversas ferramentas colaborativas disponíveis na Internet também servem como instrumentos de comunicação e conteúdo didático. Portais como YouTube, Zé Moleza e outros dependem da colaboração dos seus internautas. Wikis e groups são ótimas ferramentas colaborativas onde os usuários podem trabalhar em conjunto para construir os seus conhecimentos. Blogs podem ter diversos escritores gerando material mais rico comparado com o produzido por apenas uma pessoa. O fórum de discussão é outra forma de criar conhecimento em conjunto. Diversas tecnologias analisadas podem ser utilizadas e adaptadas para serem colaborativas e, desta forma, melhorando a qualidade do ensino.
Trabalho em grupo 21
O trabalho em grupo sempre foi uma dificuldade no ensino presencial. É difícil reunir os alunos fora da sala de aula e determinar se todos participaram ou se foi produzido pelo gênio do grupo. A Internet ajuda a solucionar este problema permitindo reuniões virtuais e gestão sobre a participação de cada integrante. Existem ferramentas de trabalho em grupo que têm diversas funcionalidades de comunicação (chat, fórum, voz, vídeo, etc.) e o professor pode visualizar o que cada aluno fez. Se o aluno nunca acessou o portal, escreveu apenas uma linha ou fez quase todo trabalho, isto é acessível ao professor. Trabalho em grupo virtual motiva os alunos a participarem mais (agora que é difícil de enganar o professor) e beneficia os que realmente trabalham.
Redes Sociais O Orkut e as redes sociais revolucionaram a forma de manter contato e se relacionar com os seus amigos. Muitos jovens têm contas no Orkut e passam horas conversando, trocando fotos e fofocando a vida dos outros. A rede social é um ótimo exemplo de ambiente colaborativo. É possível criar comunidades virtuais, conhecer novas pessoas, gerar conteúdo em colaboração, listar conhecidos e amigos dos amigos e dezenas de outras funcionalidades. A academia pode aproveitar este conceito e criar uma rede social da instituição, e, como quase tudo na Internet, sem custo. O Ning é um serviço gratuito que permite qualquer pessoa criar uma rede social e disponibiliza todas as ferramentas necessárias para mantê-la funcionando. A instituição de ensino não precisa fazer mais nada do que criar a nova rede (demora apenas alguns cliques) e convidar os alunos. Os professores podem criar comunidades para as suas disciplinas ou turmas. Os alunos podem se relacionar com os seus colegas fora da sala de aula. É um espaço colaborativo que o aluno já utiliza na vida real e agora precisa trazê-lo à academia.
Caderno Eletrônico Se o aluno estiver assistindo a uma aula em vídeo pelo computador e quiser anotar os principais pontos elaborados pelo professor, como ele deve proceder? Recorre ao caderno em papel? Não. Existe o caderno eletrônico que permite anotações para situações como estas. Além de ter as principais vantagens de arquivos eletrônicos, como busca, copiar colar, enviar por email, etc., o caderno eletrônico ainda permite ser compartilhado com outros alunos e professores. Os instrutores podem verificar se os estudantes realmente entenderam o que eles queriam transmitir. E os alunos podem consultar as anotações dos demais colegas para confirmar que anotaram todos os principais pontos da aula. Dependendo do software, podem ser gerados comentários e até pontuação pelo docente. 22
3.2.5 – Novos ambientes tecnológicos Além de ferramentas para comunicar, colaborar e modernizar o conteúdo didático, a tecnologia pode gerar experiências jamais imagináveis em uma sala de aula tradicional. Os alunos podem viajar pelo mundo e universo sem sair da frente do computador. Os novos ambientes tecnológicos permitem isto.
Google Earth Imagine uma aula de Geografia onde o professor pudesse viajar com a turma para o Japão e voltar sem sair da sala de aula. E se conseguisse visualizar fotos de satélite atualizadas do local visitado. Além destas imagens, se tivesse outras fotos da cidade tiradas por pessoas comuns e vídeos do local de estudo? A aula não seria muito mais dinâmica do que apenas lendo um livro? O Google Earth permite esta viagem. Ele é composto por um sistema de mapas com fotos de satélite do mundo inteiro e permite que pessoas adicionem fotos e vídeos do local. Esta tecnologia, nas aulas de Historia e Geografia, ajudaria muito os professores a reterem a atenção dos alunos e melhoraria a didática da aula.
World Wide Telescope Google Earth são fotos da terra. E se houvesse fotos do espaço para ajudar nas aulas de Ciências? O World Wide Telescope da Microsoft é exatamente isto. São milhares de fotos do universo tiradas pelos melhores telescópios do mundo e compiladas em um ambiente virtual. O professor pode levar a turma em uma viagem intergaláctica e voltar antes do almoço. A aula que explica como funciona o sistema solar, os 8 planetas e suas luas jamais será a mesma. O aluno pode ver de perto a quinta lua de Júpiter ou o segundo anel de Saturno. O Google tem uma solução parecida chamada Google Space, mas o programa da Microsoft tem vídeos guiados do universo que facilita a sua didática para os iniciantes. Tanta tecnologia. Agora, só falta mapear os oceanos… Há humores especulando o lançamento do Google Ocean, um ambiente 3D dos nossos mares. [MILLS, 01/05/2008]
Second Life
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Um ambiente virtual e tridimensional que simula alguns aspectos da vida real e social do ser humano. O nome Second Life significa em inglês “segunda vida” que pode ser interpretado como uma “vida paralela”, uma segunda vida além da vida principal e real. [WIKIPEDIA, Second Life] Nesta segunda vida, o usuário tem um personagem chamado avatar que anda, fala, corre e até voa. No mundo virtual, se encontram prédios, ruas, praias, boates e outras características do mundo real. É possível comunicar com outras pessoas, fazer amigos, dançar na discoteca e casar virtualmente. É uma grande rede social em três dimensões. O Second Life pode ser utilizado para ministrar palestras e treinamentos à distância. Existem algumas instituições de ensino que criaram salas de aula virtuais em 3D e alunos participam de aulas ministradas por professores avatares. [TERRA, Tecnologia Educacional] O Second Life pode ser muito mais do que apenas um replicador da aula presencial no mundo virtual. Alunos de arquitetura, por exemplo, podem planejar cidades e prédios. Estudantes de jogos digitais podem criar fases e personagens para os seus games. Quem cursa moda pode aproveitar para criar desfiles virtuais. O Curso de Direito pode criar um tribunal fictício no ambiente. As possibilidades são ilimitadas. A principal vantagem é que o custo de montar um prédio no Second Life é infinitamente inferior ao de um prédio físico.
Photosynth O Photosynth é uma tecnologia nova da Microsoft, lançada em meados de 2008, que cria modelos em 3D de objetos através de fotos. Por exemplo, é possível tirar dezenas de fotos de todos os ângulos de uma sala de aula comum e o sistema costura as fotos gerando um modelo tridimensional da sala. Qualquer pessoa pode criar um synth (modelo 3D) gratuitamente, pois são disponibilizados alguns gigabytes por usuário. Isto pode ser muito útil para a educação porque existem centenas de synths disponíveis de prédios, praças, museus e outros monumentos históricos no mundo. O aluno de História pode visitar as alas do Museu do Louvre em 3 dimensões. Os estudantes de arquitetura conseguem navegar pelas construções de Paris. A Microsoft divulgou que está criando um mundo virtual em 3D, parecido com Second Life, mas através de fotos reais e disponíveis na Internet. O projeto chamado First Life utiliza a tecnologia do Photosynth para costurar fotos publicadas e criar modelos tridimensionais das cidades reais. [MUNDIE, 24/07/2008] Imagine o aluno navegando por Nova York em 3D e visualizando fotos reais.
Jogos Ler sobre a história do descobrimento do Brasil em um livro de História pode ser entediante para um jovem. Agora, imagine o aluno em um jogo onde ele é Pedro Alves Cabral, sua missão é descobrir uma rota alternativa para a 24
Índia e, descobrindo o Brasil, atinge o objetivo. Quando chegar, ele interage com os índios como se estivesse naquele momento na História. Qual dos dois é mais interativo? Esta experiência pode ser concretizada através de jogos educacionais. Se introduzir jogos na educação, pode melhorar muito o desempenho acadêmico dos alunos, principalmente os mais jovens e dispersos.
XNA A Microsoft desenvolveu uma tecnologia chamada XNA para leigos em programação criarem jogos sem muito esforço. Em lugar de preparar uma aula com arquivos em PowerPoint, o professor pode criar um jogo para os alunos interagirem com o conteúdo que está sendo ensinado. Centenas de jogos estão disponíveis para baixar gratuitamente no portal e, alguns possibilitam alteração no código fonte, permitindo evoluções e melhorias para uma determinada aula. O jogo compilado pode ser executado no computador ou no console de vídeo games Xbox 360. [XNA, About XNA]
Grava Outra ferramenta que possibilita a criação de conteúdo didático mais dinâmico e rico é o Grava da Microsoft. Esta tecnologia permite autoria, desenvolvimento e apresentação de material didático interativo e simples. Desenvolvido para ser operado por um professor, este software é especializado para uso educacional e tem uma interface muito fácil de usar. Todo material criado pode ser executado em um player especializado que possibilita a interação e uma aula divertida. [MICROSOFT CONNECTION, What is Grava]
Sky Drive A Internet em si é um ambiente muito poderoso porque permite a disponibilidade da informação em qualquer hora e qualquer lugar. Isto significa que a era do pen drive na sala de aula pode estar ameaçada. A Microsoft lançou um disco virtual gratuito de 25 gigabytes chamado Sky Drive (disco no céu) onde o professor pode armazenar todo o seu conteúdo de aula. Ele pode limitar a visualização deste conteúdo somente aos seus alunos. A nova era da computação em nuvem está se aproximando e poderá beneficiar muito a educação.
Café Virtual
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A tecnologia não precisa criar apenas ferramentas tecnológicas de aprendizagem para apoiar o ensino, podem ser criados ambientes informais para conversa e bate-papo. O Café Virtual seria a cantina da faculdade na Internet. É o local de encontro informal onde os alunos interagem e trocam informações sobre assuntos não relacionados à academia. Importante para descontrair a sala de aula virtual, permite que eles se conheçam melhor.
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Capítulo 4 Educação a Distância Este capítulo se resume a apresentar as principais vantagens e desvantagens da educação a distância em relação à modalidade presencial e às tecnologias que possibilitam a sua realização.
4.1 – Educação a Distância no Brasil e no mundo A EAD é a democratização e universalização do ensino porque diminui a distância entre alunos e professores. Ela possibilita que pessoas em cidades ou países distintos estudem juntas, trocando informação, conhecimento e experiência sobre o mesmo assunto. Já evoluiu muito nos últimos anos devido ao impacto da revolução tecnológica que possibilita a utilização de novas ferramentas na educação. Mas este conceito não foi criado recentemente ou devido ao crescimento da informática. Ele existe há muito tempo. Desde a segunda metade do século XIX, a EAD começa a existir institucionalmente. Em 1856, foi criada, em Berlim, a primeira escola de línguas por correspondência. A evolução da EAD pelo mundo foi rápida. As universidades mais tradicionais começaram a abrir cursos de extensão por correspondência, logo evoluindo para cursos de graduação, mestrado e até doutorado. No Brasil, a primeira escola a oferecer um curso neste moldes foi a Rádio-escola Municipal do Rio de Janeiro que ofereceu um curso por correspondência acompanhado por transmissões radiofônicas. Em 1984, mais de 80 países ofereciam aulas à distância, de todos os níveis, para mais de dois milhões de alunos cursando quase 700 programas em 26 idiomas. [FERREIRA, A Internet como ambiente da educação a distância] “A Internet é a revolução. Não se trata de utilizar a Internet para se fazer uma revolução. A revolução é o desenvolvimento da Internet. A Internet surgiu da própria sociedade.” [LEVY, As formas do Saber Tecnologia] Nos últimos quinze anos a educação a distância evoluiu muito com a introdução da Internet. Ela rompeu as barreiras de espaço e tempo no ensino permitindo interação bilateral síncrona e assíncrona entre alunos, docentes e instituições de ensino. As escolas e faculdades em todo mundo a estão utilizando para aumentar o seu mercado alvo e atingir clientes em regiões nas 27
quais elas não estão fisicamente presentes. Os países emergentes são os mais carentes de EAD devido à sua falta de infra-estrutura física e baixos custos proporcionados pela Internet. As maiores universidades do mundo em número de alunos matriculados são as que oferecem esses cursos. A Allama Iqbal Open University no Paquistão é a maior universidade do mundo com mais de 1,8 milhões de alunos. [WIKIPEDIA, Mega University] Sediada em um país cujo sistema de educação é muito precário e as pessoas enfrentam muitas dificuldades como pobreza, pouco tempo para estudos e poucas oportunidades para crescer. A Allama Iqbal aproveitou estas peculiaridades do seu povo para oferecer um novo tipo de educação; uma que pudesse atingir a sua população em massa sem necessidade de deslocamento. O sistema foi através da educação a distância. O ensino superior no Paquistão revolucionado tornou a Universidade na maior do mundo. [WIKIPEDIA, Allama Iqbal Open University] O Brasil, apesar de estar longe da realidade paquistanesa, está caminhando no mesmo rumo. A educação a distância é a modalidade de ensino que mais cresce no país. Em 2006, a oferta de cursos superiores cresceu 571% e o número de matrículas, 315%. Ela já representa 4,4% das matrículas do ensino superior, comparado com os 2,6% do ano anterior. O crescimento é muito significativo. [INEP, 19/12/2008] Para oferecer cursos de graduação ou pós-graduação à distância, uma instituição de ensino superior precisa ser credenciada pelo MEC, conforme previsto no Art. 80 da Lei 9394/96 (LDB). Entretanto, a Portaria nº 4.059, de 10 de dezembro de 2004, autoriza universidades brasileiras a oferecerem 20% da carga horária dos seus cursos superiores presenciais pela modalidade on-line. [MEC, Educação Superior a Distância] A partir deste decreto, o uso de tecnologia de informação e comunicação no ensino começou a crescer. Porém, algumas instituições iniciaram a sua oferta de cursos utilizando tecnologia de transmissão de aula via satélite. Existem instituições que criaram mais de 1.000 centros de educação no país onde a aula é transmitida via satélite e recebida em um datashow. Os alunos assistem uma aula por semana e, após alguns semestres, estão formados. Nos centros de ensino, não há biblioteca, poucos computadores e o acesso à Internet é limitado. A qualidade do ensino, em instituições como estas, é duvidosa. O MEC está reagindo contra estas instituições, desativando os seus pólos de EAD e cassando o seu credenciamento. [O GLOBO ONLINE, 18/11/2008] A aula transmitida via satélite é uma gravação do ensino presencial, mas realizada à distância. Conforme citado anteriormente, o ensino enfrenta diversas dificuldades, como a retenção do conhecimento pelo professor, falta de interação, superlotação da sala de aula, material didático não adequado ou desatualizado, pouco tempo para esclarecer dúvidas, entre diversos outros problemas. A modalidade à distância não deixa de ser uma forma de ensinar, portanto, teoricamente enfrenta, também, obstáculos. Entretanto, existe mais uma complexidade no processo, a ausência física do professor. Apenas 28
transmitir uma aula presencial via satélite piora o ensino, pois replica os problemas anteriores e os agrava devido à falta do docente. Uma nova tecnologia, ao ser introduzida na sociedade, normalmente repete ou simula a sua antecessora de maneira mais moderna. Por exemplo, inicialmente, o carro foi desenvolvido a partir das carroças, substituindo o cavalo pelo motor de combustão. Hoje, o carro constitui uma indústria própria, porém, as carroças continuam existindo. O cinema foi inventado para filmar o teatro, mas, ao deslumbrar os seus potenciais, criou-se uma nova indústria. Todavia, isto só foi possível após o desenvolvimento da linguagem e comunicação própria do cinema. [VALENTE, Diferentes Usos do Computador na Educação] A educação a distância passa pelo mesmo processo. É necessário evoluir a educação a distância, elevá-la para outro nível e desenvolver uma nova indústria. A EAD trás diversos benefícios para os seus alunos e professores, mas o projeto de implantação precisa ser bem estruturado. Não uma réplica do presencial. Este novo modelo tem potencial para revolucionar o ensino e aprendizagem no mundo. A Internet pode possibilitar esta revolução.
4.2 – Vantagens da EAD Através da educação a distância via Internet é possível ter um professor gaúcho ministrando aula para alunos angolanos em uma universidade americana enquanto ele termina um doutorado na Alemanha. Não há fronteiras físicas que impeçam a disseminação mundial do conhecimento. Ela permite um intercambio cultural e social que é muito difícil proporcionar na mesma dimensão na modalidade presencial. As suas principais características são: •
Separação física entre professor e aluno;
•
Sistema tecnológico de comunicação bidirecional;
•
Baseada fortemente em recursos didáticos de conteúdo e apoio;
•
Aprendizagem autônoma do estudante;
•
Forte influência de organização educacional (planejamento, plano projeto);
•
Forma industrializada de educação; [FILHO, 2003]
A EAD democratiza o ensino incluindo socialmente pessoas sem acesso à educação seja por falta de tempo ou oportunidades. As classes 29
sociais mais baixas ou as que trabalham durante o dia, podem ter acesso à educação de qualidade. Fazendeiros ou índios, que vivem em regiões remotas, podem estudar sem a necessidade de se locomover e deixar a sua família. Em regiões socialmente incluídas pela educação, a EAD facilita a vida do estudante e docente. Se o aluno precisar viajar a trabalho, ele não perde aula. O professor pode tirar férias no Havaí sem interromper a disciplina. Para quem não tem tempo de assistir à aula durante o dia, pode aproveitar os horários noturnos ou durante a madrugada para estudar. A aula à distância não tem local e hora. Esses cursos, normalmente, são mais baratos em relação aos presenciais. Segundo um estudo da Drexel University, o custo de uma infraestrutura tecnológica é inferior à construção de um campus presencial e todas as suas despesas. “O suporte técnico, a tecnologia e o pagamento extra de professores tornam os programas on-line mais caros, mas, quando se leva em consideração o dinheiro economizado em prédios e terreno, eles se tornam mais eficientes em relação a custos.” [VILLARDI, Tecnologia na Educação]. A diferença de custo operacional de um curso via Internet em relação ao presencial pode ser repassado aos alunos através de mensalidades mais baixas. Isto possibilita o acesso de mais alunos, principalmente os de baixa renda, às universidades e escolas. Além de EAD oferecer cursos a baixo preço, com alta qualidade, mantendo uma margem lucrativa razoável para a instituição de ensino, ela democratiza o ensino. Para uma aula online ter mais qualidade do que na modalidade presencial é necessário prepará-la com antecedência; o professor virtual não pode improvisar ou jogar o conteúdo no quadro igual ao presencial. A aula é preparada antes pelo professor conteudista e uma equipe de instrucional designers, web designers e programadores. O assunto via Internet pode ser mais rico em relação ao do quadro-negro, pois possibilita animações, simulações, sons, vídeos, jogos, imagens e outros recursos multimídias que tornam a aprendizagem mais dinâmica. O aluno virtual não dependente somente do professor para aprender, ele é mais independente e precisa buscar outras fontes de conhecimento, além da sala de aula virtual. Estudar à distância exige mais do aluno: mais participação, leitura, pesquisa e atividades de reflexão, análise e síntese. No ensino presencial, se o professor faltar, não tem aula. Além de ter uma expectativa frustrada e aprendizado interrompido, os alunos gastam tempo e dinheiro para chegarem à instituição. A tarefa do professor online não é transmitir o conteúdo, pois já está disponível através do computador. O trabalho do docente virtual é garantir a aprendizagem do aluno através de estímulos e questionamentos. Nesta plataforma de ensino, o professor tem ferramentas de interação que 30
possibilitam compartilhamento de conhecimento com os alunos. Ou seja, o tutor pode utilizar o conteúdo previamente preparado e estimular a interação entre os alunos no fórum, chat, trabalho em grupo ou mensagens de email, por exemplo. A avaliação de conhecimento, também conhecido como prova, é um momento muito importante no ensino, porque determina se a aprendizagem realmente ocorreu. Na modalidade online, este momento formal é muito questionado por duvidar da identidade da pessoa realizando a prova. Por este motivo, a legislação brasileira só autoriza a avaliação de cursos online de forma presencial e é obrigatória a verificação da identidade do aluno antes da realização da mesma, o que diminui a possibilidade de fraudes. No ensino presencial, é muito comum o aluno reclamar que o professor cobrou matéria na prova que não foi ministrada na sala de aula. Na modalidade online, isto não ocorre porque a avaliação é baseada no conteúdo disponibilizado a todos os alunos. Não há diferença de conteúdo entre turmas. Os alunos que ficam no fundo da sala, muitas vezes dormindo ou conversando e não prestam atenção nem interagem com a turma, acabam passando na modalidade presencial. Basta tirar uma nota satisfatória na prova. Os critérios de aprovação são nota e presença, o aluno precisa estar fisicamente presente durante 75% das aulas. Não importa se ele presta atenção ou não. Na modalidade online, o aluno precisa participar, senão ele é reprovado independente da nota. A presença física é impossível de se avaliar, portanto, a participação é considerada a presença. Então, o aluno virtual precisa participar da aula enquanto o presencial pode dormir nos fundos da sala. É possível medir e avaliar o acesso, interação e comunicação entre aluno e professor no ambiente virtual. O coordenador tem mais gerência sobre os acontecimentos da aula virtual porque tudo fica registrado. Se a plataforma de ensino a distância permitir, ele pode acessar relatórios gerenciais que exibem a aprendizagem, participação da aula, nota de trabalho e outras funcionalidades de cada aluno. Se a turma não estiver indo bem, o coordenador pode interferir antes da primeira prova para melhorar o desempenho acadêmico dos estudantes. Na modalidade presencial, o coordenador tem dados concretos da aprendizagem após a primeira prova, o que pode ser muito tarde para agir.
A educação a distância tem muitos benefícios em relação à modalidade presencial que possibilitam a melhoria da qualidade de ensino e democratização do acesso à educação. As grandes falhas do ensino presencial são corrigidas à distância. A aula monótona do professor que pensa que ensina é substituída por uma aula dinâmica que garante a
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aprendizagem. Entretanto, é um sistema que também é sujeito a falhas e dificuldades.
4.3 – Desvantagens da EAD Se só existissem vantagens nessa modalidade em relação ao presencial, ela seria a única oferecida. Nenhum aluno, professor ou instituição de ensino iria querer uma aula de outra forma. Porém, como qualquer sistema, há falhas e desvantagens que são importantes serem consideradas. O objetivo deste trabalho não é escolher uma modalidade, mas analisar como a tecnologia pode revolucionar o ensino destacando os aspectos positivos e negativos.
Dificuldades Teóricas O seu preconceito e desconhecimento são muito grandes. Os cursos por correspondência e via satélite mancharam a imagem dos estudantes e cursos desta modalidade, devido a sua baixa qualidade de ensino. As pessoas acreditam que alguém formado à distância é menos capaz ou capacitado do que os formados presencialmente. As notícias desses pólos de educação que são fechados pelo MEC geram desconfiança nos estudantes que acabam procurando cursos presenciais. Este preconceito distancia muitos estudantes e afasta a atenção das instituições de ensino que querem conquistar os seus clientes. [FILHO, 2003] Outro preconceito é do professor. Ele acredita que irá perder o seu emprego para o computador. Por não conhecer a tecnologia, acredita que o computador pode substituí-lo no processo de aprendizagem. Esta é uma suposição falsa, o professor é uma peça fundamental para o sucesso da aprendizagem. O que muda é o seu papel. Em vez de transmitir o conteúdo, ele orienta os alunos a estudarem e pesquisarem sozinhos. Este preconceito transmitido em sala de aula contamina os alunos do ensino presencial dificultando a mudança de paradigma.
São poucas informações e publicações sobre o tema, o que gera desconhecimento das possibilidades da Internet. As instituições de ensino não conhecem as legislações, metodologias e tecnologias disponíveis para estruturar um projeto. O MEC criou um estímulo autorizando 20% da carga horária do curso presencial ser ministrada à distância, porém, são poucas instituições que gozam deste benefício. 32
Dificuldades Práticas Muitas instituições de ensino se aventuram neste processo de educação visando aos benefícios financeiros e redução de custos proporcionados pela nova tecnologia. Todavia, as dificuldades teóricas: desconhecimento da legislação, metodologia e tecnologia, são comuns e censurados na simples análise financeira. O preço é subestimado, as tecnologias são ignoradas, a didática se torna inexistente, as exigências do público são mal interpretadas e o projeto não tem sucesso. [FILHO, 2003] O investimento inicial deste projeto é muito alto e a economia é em escala. A instituição precisa investir na plataforma tecnológica, conteúdo didático, transformação do conteúdo para web, criação de atividades didáticas entre outros custos. Também precisa pensar no acesso do aluno, que não necessariamente tem banda larga em casa. Os professores precisam ser treinados. Os alunos precisam conhecer a nova metodologia. São muitos fatores que precisam ser planejados detalhadamente para diminuir as possibilidades de fracasso. Não se pode basear o projeto em apenas uma tecnologia porque o mundo da informática é muito dinâmico e tecnologias antigas se tornam obsoletas em pouco tempo. Aulas gravadas em VHS e enviadas para os alunos estão superadas. Quem investiu em satélite porque não era possível transmitir vídeo via satélite na década de 90, está com tecnologia atrasada. Projetos de EAD por Internet, baseados em troca de texto, também estão arcaicos. Em lugar de gastar fortunas desenvolvendo uma plataforma web que pode se tornar desatualizado em pouco tempo, contrata uma solução de mercado especializada em educação a distância. Isto reduz o risco e investimento.
Dificuldades pedagógicas Em função das dificuldades teóricas e práticas, são criadas as dificuldades pedagógicas. Se a instituição não conhece e não planeja o projeto adequadamente, será muito difícil criar um ambiente pedagógico para os seus alunos. O conteúdo precisa ser didaticamente preparado para ser transmitido na modalidade à distância. É necessário criar atividades didáticas para estimular a participação do aluno. O professor precisa conhecer a fundo as ferramentas disponíveis para interagir com a sua turma. Se isto não ocorrer, será muito difícil garantir a aprendizagem dos alunos e aumenta a probabilidade da evasão. Manter a motivação do aluno virtual alta é extremamente difícil na aula à distância porque não há professor de forma presencial para cobrar, estimular e mantê-lo interessado no conteúdo. As atividades didáticas precisam ter prazo para entregar. O material da aula só pode ser 33
disponibilizado se o aluno assistir à aula anterior. Se o aluno não acessar a sua aula, ele deveria receber um email, e, se continuar sem acessar, a instituição deveria entrar em contato por telefone. É importante mantê-lo motivado senão ele sai do curso. Estas dificuldades teóricas, práticas e pedagógicas dificultam a disseminação da EAD.
4.4 – Tecnologias para EAD A EAD não deixa de ser a aplicação de novas tecnologias ao ensino, sejam elas via rádio, correspondência ou Internet. Portanto, baseia-se nos mesmos pilares apresentados anteriormente em tecnologias aplicadas ao ensino: conteúdo, comunicação e colaboração. O ambiente tecnológico é o que possibilita a realização dos três. Muitas tecnologias apresentadas anteriormente podem ser utilizadas para ministrar uma aula ou transmitir conhecimento à distância, mas no contexto da EAD, serão apresentadas apenas tecnologias para cursos formais (graduação, pós-graduação, etc.).
LMS O learning management system (LMS) é a plataforma mais utilizada para ensino a distância via Internet. Ele é um ambiente tecnológico de aprendizagem que reúne diversas ferramentas de conteúdo, comunicação e colaboração. O conteúdo das aulas é apresentado em páginas HTML, links de páginas externas e apostilas na biblioteca virtual. A comunicação entre aluno e professor pode ser por vídeo, chat, voz, fórum e email. A colaboração da turma é realizada através das comunidades virtuais, grupos, fóruns, cadernos eletrônicos, blocos de anotação, debates e trabalhos em grupos. Quando o material didático é preparado para ser interpretado pelo LMS, é necessário utilizar o padrão SCORM, reconhecido por diversas soluções no mercado. A norma SCORM define as comunicações entre o conteúdo do lado do cliente (aluno ou professor) e o servidor (LMS). Este padrão é baseado em objetos de aprendizagem que são unidades de ensino reutilizáveis. É possível rastrear o tempo que o aluno passa em cada aula, o seu acesso em um determinado conteúdo e outras funcionalidades relacionadas ao conteúdo. [WIKIPEDIA, Scorm] O LMS tem outros recursos para dinamizar a sala de aula virtual. O usuário tem à disposição um quadro de avisos que o mantém informado sobre datas importantes e informações para realizar os seus estudos. A ferramenta de tarefas é importante como apoio à aprendizagem. A agenda, em formato de calendário, informa as datas de eventos como chat, entrega de 34
trabalho ou prova. O aluno pode conhecer os demais estudantes através da lista de contatos. Ele entra no perfil do colega para saber mais informações. Se quiser pode convidá-lo para o café virtual, um ambiente para trocar idéias sobre assuntos não acadêmicos. Em suma, o LMS é o ambiente mais utilizado para educação a distância, pois permite muito além do que apenas interação entre aluno e professor e transmissão do conteúdo didático. O desenvolvimento do zero de um LMS é automaticamente descartado por dois motivos: primeiro, o alto investimento e conhecimento necessários, e segundo porque existem muitas soluções disponíveis gratuitas e pagas. O Moodle é um LMS open source e gratuito que qualquer instituição pode utilizar e modificar o código. É um ponto de partida para quem quer uma solução proprietária para ter a liberdade de alterar o programa e criar novas funcionalidades. A sua vantagem é ser gratuita e existir diversos módulos prontos para serem instalados. A desvantagem é que não existem uma empresa proprietária para prestar suporte e é necessário ter conhecimentos de informática e tempo para adaptá-lo à realidade da instituição. Se não houver tempo ou conhecimentos técnicos para customizar a ferramenta, uma segunda opção é recorrer a um produto pago. Existem dezenas de soluções nacionais (webAula, AulaNet e outras) e internacionais (Blackborad, Fronteir, etc.) que podem ser licenciadas. Estas empresas trabalham no ramo de desenvolvimento de plataforma de educação a distância, portanto, têm expertise em software, ferramentas didáticas e estão constantemente evoluindo a sua solução. Dependendo da estratégia da instituição de ensino, pode ser mais vantajoso ir por um ou outro caminho. Uma terceira opção e menos utilizada é customizar um sistema de gerenciamento de conteúdo (CMS) para realizar as mesmas funcionalidades do LMS. O Drupal e Joomla, ambos gratuitos, são os dois CMS mais utilizados no mercado. Os dois têm centenas de módulos prontos e gratuitos que podem ser integrados para criar um ambiente novo. Por exemplo, é possível juntar uma ferramenta de fórum, chat, controle de usuário, SCROM, entre outras, e criar algo único.
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Capítulo 5 Educação 2.0 Imagine um mundo onde a tarefa do professor não é ensinar, mas garantir que os seus alunos aprendam. Imagine um professor que não leciona o conteúdo do seu curso, mas o estimula através de interação e perguntas. Imagine um aluno que não fica olhando para o seu professor fingindo que está aprendendo, ao invés, brilha na sala de aula ao fingir que está ensinando. Isso é real? Será um novo software desenvolvido por cientistas de outro mundo? A resposta é não, isto é o que chamo de Educação 2.0. Este conceito não é real e muito menos reconhecido por acadêmicos. É a minha proposta para um novo modelo de ensino. O objetivo é melhorar a sua qualidade através da introdução de novas tecnologias aplicadas à aprendizagem. Ela é baseada em princípios pedagógicos, como possibilitar a aprendizagem, e não princípios tecnológicos, como transmitir o conhecimento. A tecnologia é utilizada apenas como um meio e nunca como um fim. O ensino não precisa se adaptar à tecnologia, mas sim, a tecnologia ao ensino. Isto é Educação 2.0. A Educação 2.0 não é ensino presencial ou à distância. Não é para ricos ou pobres, não existem diferenças culturais, regionais ou sociais. Ela é democrata e universal. É colaborativa e não unilateral; dinâmica e não monótona; ela é eficaz e não eficiente. A tecnologia é transparente no processo de aprendizagem. Ela é utilizada para humanizar a sala de aula, diminuir a distância entre aluno e professor e derrubar as fronteiras de tempo e local. Não existe o conceito de ensino presencial ou à distância na nova modalidade de educação. É tudo igual. O importante é ensino. As atividades didáticas realizadas pelo computador não são consideradas à distância. São consideradas ensino. Uma aula presencial também será considerada apenas aprendizagem. A fusão entre as antigas modalidades são tão profundas que o paradigma de presença física e à distância se torna extinto. Não há uma figura de professor que retém o conhecimento e apenas o transmite. O material didático é gerado com antecedência por um notório saber na respectiva área de conhecimento e preparado por uma equipe especializada em conteúdo didático dinâmico. Simulações, jogos, animações, vídeos, imagens e outros recursos multimídia fazem parte do conteúdo disponibilizado aos alunos. Cada objeto de aprendizagem é modelado para
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introduzir, exercitar ou avaliar um determinado conhecimento descrito na ementa do curso. A relação entre professor e aluno também muda. Se o conteúdo estiver disponível para a turma, não faz sentindo o professor manter a mesma postura do presencial. Ele se torna um facilitador do conhecimento e criador de ambientes de aprendizagem. Dezenas de ferramentas tecnológicas estão a sua disposição para estimular as atividades didáticas, exercício, debates, colaboração, dinamismo e troca de experiência. O aluno é a principal figura da sala de aula moderna e não o professor. No ensino tradicional o professor gasta muitas horas transmitindo o conteúdo da aula e não há muito tempo para aplicar exercícios e avaliações. Normalmente, uma a quatro provas são aplicadas por semestre. O exame avalia a capacidade de o aluno memorizar. No novo modelo, o importante é o conhecimento e a capacidade de fazer. A avaliação é realizada durante as aulas. As horas desperdiçadas na transmissão do conteúdo são economizadas e sobra mais tempo para avaliar. A participação e desempenho do aluno nos exercícios e outras atividades didáticas são critérios de aprovação ou reprovação. Dezenas de pequenas avaliações práticas são aplicadas através de jogos, simulações, entre outras atividades para estimular a aprendizagem e não memorização. Ironicamente, no modelo antiquário, alguns professores se orgulham quando reprovam a maior parte da sua turma, porém, isto apenas sinaliza o seu fracasso como instrutor. No novo modelo, o professor será avaliado de acordo com o desempenho da sua turma. Se todos os alunos têm a disposição o mesmo material didático, a habilidade de o professor estimular os alunos será o diferencial de cada turma. A aprendizagem apenas ocorre quando o professor se dá conta de que o ato de ensinar só se reveste de sentido quando o aluno aprende. Em outras palavras, o seu trabalho não é apenas ensinar, mas garantir a aprendizagem dos alunos.
Exemplo Educação 2.0 Para ilustrar o conceito de Educação 2.0, será analisada uma aula de Física no novo modelo: Segundo o plano de aula, é necessário abordar 15 conceitos de física básica nesta disciplina fictícia. Os alunos acessam um LMS em padrão SCROM para visualizar o conteúdo, que está disponível em HTML (páginas web) e PDF (arquivo fechado), caso queiram imprimir. Em cada aula, são utilizadas simulações e animações para demonstrar o resultado das fórmulas de física. O aluno pode alterar as variáveis das funções matemáticas e visualizar o efeito resultante do experimento. As aulas também têm uma série de links externos, como Wikipédia, artigos e outros, para explicar mais a fundo os conceitos e outras experiências. 37
Para uma determinada aula, a tarefa do aluno é pesquisar a história dos principais físicos e alimentar a informação no Wiki da instituição. Na outra aula, ele precisa gravar um vídeo de um experimento feito em casa e disponibilizar no YouTube. Caso a instituição de ensino pratique encontros presenciais, pode-se marcar um laboratório em grupo, caso contrário, pode ser criada uma simulação em grupo via Internet utilizando MSN e Skype como meios de comunicação e Yahoo! Groups como ambiente colaborativo. Ou, se quiser, faz um encontro virtual no Second Life. O professor pode disponibilizar um Podcast e o trabalho é comentá-lo no fórum. Na aula que explica rotação dos planetas e força de gravidade, o World Wide Telescope é utilizado como referência. No final do curso, há um jogo extremamente divertido que aborda todos os conceitos da disciplina. Cada tarefa é avaliada pelo professor e a pontuação do aluno é armazenada no sistema. O jogo pode ser considerado como a avaliação final da disciplina. A nota é calculada a partir de uma média ponderada das atividades, que é equivalente a 50% da nota, mais o jogo, que representa os 50% restantes. Outro critério de aprovação é a freqüência, que é medida pela participação das atividades (independentemente do desempenho do aluno naquela tarefa). Se o aluno participou de 75% das atividades, ele é aprovado neste requisito. Nenhum aluno pode ser aprovado se desempenhar aquém do esperado no jogo ou se não participar das aulas. Ambos são critérios de aprovação. A função do professor é observar os alunos. Ele corrige as atividades, participa dos debates no fórum e orienta os estudantes. Relatórios de desempenho enviados com freqüência registrarão a participação do aluno em cada aula, tempo de permanência em cada tela, resultado das simulações e todas as atividades acadêmicas relevantes. Gráficos do andamento da turma são disponibilizados e os alunos abaixo da média são destacados. O professor tem autonomia em relação ao conteúdo, caso queira gravar um vídeo de apoio ou acrescentar alguma tarefa. Os administradores da instituição ou coordenadores da disciplina visualizam relatórios de todas as turmas e interações dos professores. Quando o desempenho estiver abaixo do esperado, a responsabilidade é cobrada do professor ou conteúdo e não dos alunos. A equipe de atendimento recebe o relatório de freqüência dos alunos. Os que não acessaram o sistema durante a última semana receberão um telefonema da mesma com o objetivo de manter o aluno motivado nos seus estudos. Se a instituição for de ensino médio ou fundamental, podem ser disponibilizados relatórios para os pais ou mensagens de texto via celular. O mantenedor tem relatórios de cada curso ou série e fica tranqüilo porque implantou um sistema de educação moderno, voltado à aprendizagem e não ao professor, e sem gastar muito dinheiro. Isto é Educação 2.0.
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Educação 2.0 é liberdade. Os professores estão livres das palestras repetitivas e monótonas da sala de aula tradicional. Os alunos estão livres da memorização da fala do instrutor para ser aprovado. O coordenador tem acesso livre à turma e deixa a caixa-preta da sala de aula do modelo jurássico para trás. A instituição ganha na qualidade de ensino e economia em escala. O novo modelo não é mais fácil do que anterior, ao contrário, ele exige mais dedicação do aluno e professor. O tempo que o aluno gastaria copiando o conteúdo é substituído pela leitura e interação com o mesmo. O professor poupa o tempo de preparação e transmissão da aula e se concentra na aprendizagem dos alunos. Educação 2.0 é mais eficiente no tempo e eficaz no ensino. Este modelo é viável porque a tecnologia necessária não é cara, a maior parte está disponível de forma gratuita na Internet. O acesso à informática está cada vez mais barato e, em alguns Estados, também é gratuito para alunos e professores da rede pública. Instituições de grande porte vão ganhar em escala e as pequenas podem criar um grupo de interessados para se beneficiar da mesma forma. A Educação 2.0 pode se tornar realidade hoje. A tecnologia necessária está disponível e não é custosa. Para ela se tornar realidade, os professores, alunos e gestores precisam quebrar alguns paradigmas, como, tecnologia substitui o professor ou piora a qualidade do ensino. A barreira do tempo e local também precisa ser rompida, aprendizagem não tem lugar nem hora. Superando o preconceito da tecnologia na educação, serão formados alunos líderes e não seguidores. Se o quadro negro e giz penetraram no ensino e causaram uma revolução que durou mais de duzentos anos, imagine as possibilidades da Internet. Para a educação evoluir, é necessário evoluir a forma de ensinar. Não é apenas a introdução da informática que vai gerar mudanças, é necessário transformar a metodologia, processos, conteúdo didático e mentalidade para progredir. Educação 2.0 proporciona esta evolução. O computador e Internet vão modificar o quadro negro e giz. O papel e lápis serão transformados em páginas web e teclado. O livro didático será substituído por vídeos, animações, apostilas eletrônicas e jogos. Educação 2.0 é a tecnologia aplicada à aprendizagem e será a revolução do ensino.
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Capítulo 6 O futuro da educação Não considero Educação 2.0 o ensino do futuro. É a necessidade de hoje. As tecnologias já estão disponíveis e disseminadas pela Internet. O cérebro dos estudantes, freqüentadores de Orkut, MSN e Google, está preparado e esperando esta revolução. Os docentes precisam ser capacitados e atualizados para o mundo da tecnologia. A educação precisa estar no mesmo século dos alunos e Educação 2.0 é o sistema de ensino adequado para o início do século XXI. Este modelo pode estar obsoleto em 10 a 20 anos, por isso, é o ensino dos tempos atuais. Então, o qual é o futuro da educação? O futuro é desconhecido e imprevisível; as mudanças são muito rápidas; a tecnologia é muito dinâmica. Portanto, não é possível antecipar o que vai acontecer, mas é possível analisar tendências que podem guiar as mudanças. As tecnologias que estão começando a surgir poderão ser utilizadas no ensino. A TV digital, telefonia celular, novos softwares e supercomputadores farão parte do dia-a-dia do futuro e poderão acrescentar na educação. A telefonia celular é a revolução tecnológica do início do século XXI. Além de ser mais portátil do que o computador, o custo do celular também é inferior. A capacidade de processamento de aparelhos como smartphone e iPhone está aumentado a cada dia. Empresas como Nasajon e Oi trabalham com m-commerce, comércio via celular. Por que não pode existir o conceito m-learning? O maior problema do celular para a educação é o tamanho da tela que se torna cansativo para leitura e outras atividades que necessitam concentração. Em 2006, estive em um congresso de pesquisa de tecnologia da Microsoft em Guadalajara, México. Ali, tive a oportunidade de conhecer um projeto de pesquisa na Índia que conectava um celular comum a uma televisão para aumentar a tela e o teclado de computador para possibilitar a digitação. Também foi instalado um processador de texto, parecido com Microsoft Word, no aparelho. O telefone se tornou um computador com teclado e a TV em um monitor. As crianças aproveitavam o poder de processamento do celular e o tamanho da tela da televisão para digitar documentos. Projetos como este podem ajudar a difundir o telefone na educação substituindo o computador. O celular tem uma grande vantagem em relação ao PC, o seu tamanho. Por ser mais portátil, poderá ser utilizado de diversas maneiras inimagináveis, mas precisa ser criativo.
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A TV Digital está iniciando no Brasil. É difícil prever como poderá ser utilizada na educação, mas, com certeza, há lugar para ela. A interatividade proporcionada pela TV Digital pode se tornar maior do que na Internet. Pode ser que a Internet e a TV Digital se fundam com serviços como NetFlix que disponibilizam vídeos para alugar via web. É importante ficar atento às mudanças para não perder uma oportunidade de inovar. O computador continua sendo promissor no futuro próximo, porém, suas características e benefícios serão outros. O computador do futuro não será mais pessoal, mas sim, colaborativo. Mais de uma pessoa poderá utilizar um único computador em uma única tela. A Microsoft lançou, no ano passado, um modelo em formato de mesa com uma tela multitoque chamado Surface. Várias pessoas podem operá-lo no mesmo momento. O mais novo sistema operacional da Microsoft, a ser lançado em 2010, terá a mesma característica de multitoque. Isto significa que os computadores comuns poderão se tornar estações de multiusuários. A relação estudante computador não precisará ser um por um. Diversos alunos poderão utilizar e estudar na mesma máquina, o que facilita e viabiliza a disseminação do computador na educação. Projetos como o OLPC (one laptop per child), um laptop por criança, e laptop por US$100 estão sendo criados para modernizar e viabilizar a tecnologia na educação. O projeto de pesquisa de Johnny Chung Lee da Carnegie Mellon University está buscando soluções mais baratas para a lousa eletrônica. Ele consegue transformar qualquer superfície em uma interface interativa com um projetor comum e controle do vídeo game Wii. Isto pode viabilizar uma lousa eletrônica em todas as salas de aula. [ESTADÃO, 26/07/2008] Com o crescimento e a difusão do computador no mercado de educação, novas empresas vão surgir especializadas em software para este segmento. Não adianta ter supercomputador se não há software especializado para utilizá-lo. No futuro, serão licenciados softwares com foco em aprender Matemática, Geografia, Ciências, Português e outras matérias da escola. Ferramentas específicas para educação vão servir para ajudar a aprendizagem dos alunos. As ferramentas do futuro podem gerar o conceito de Educação 3.0. Porém, não adianta delirar muito com o futuro porque a educação não muda há mais de mil anos, então, é importante focar nas novas possibilidades de hoje para começar a evolução. A tecnologia está lado a lado com a educação a fim de transformá-la e iniciar a revolução necessária para formar os profissionais do século XXI.
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