O passado e o contemporâneo: Sistema de informação e sinalização local para a Rua do Ouvidor

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O passado e o contemporâneo: Sistema de informação e sinalização local para a Rua do Ouvidor

Carlos Eduardo Pereira dos Santos Ricardo de Mello Volotão



O passado e o contemporâneo: Sistema de informação e sinalização local para a Rua do Ouvidor Por Carlos Eduardo Pereira dos Santos e Ricardo de Mello Volotão

Rio de Janeiro 2014



Instituto Infnet Escola de Comunicação e Design Digital Graduação em Design Gráfico

O passado e o contemporâneo: Sistema de informação e sinalização local para a Rua do Ouvidor Trabalho de conclusão de curso para obtenção de graduação em design gráfico, apresentado por Carlos Eduardo Pereira dos Santos e Ricardo de Mello Volotão. Orientador: Ricardo Arthur Pereira Carvalho.

Rio de Janeiro 2014


SANTOS, Carlos Eduardo Pereira dos, 1982; VOLOTÃO, Ricardo de Mello, 1979. O passado e o contemporâneo: Sistema de informação e sinalização para a Rua do Ouvidor / Carlos Eduardo Pereira dos Santos, Ricardo de Mello Volotão – 2014. Orientador: Ricardo Artur Pereira Carvalho. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Design Gráfico) – Instituto Infnet, Rio de Janeiro, 2014. 1. Wayfinding. 2. Señalética. 3. Sinalização. 4 Corredor Cultural. I. CARVALHO, Ricardo Artur Pereira. II. Instituto Infnet. III. Título.


Carlos Eduardo P. dos Santos

Ricardo de Mello Volotão

Às muito amadas famílias, de berço e de coração, que nunca deixaram de acreditar em meu potencial.

A jornada foi longa e árdua mas apenas suportável com o apoio de algumas pessoas, em primeiro lugar minha mãe, Marizete de Mello Marins, que nunca deixou de me incentivar a continuar estudando e sendo meu exemplo de vida, pra você mãe, dedico não só esse mas todos os sucessos que por ventura tiver na vida. Além dela meu irmão Eduardo de Mello Volotão, maior exemplo de perseverança e uma das pessoas mais inteligentes que conheço. Minha família merece destaque aqui e citar apenas um ou outro seria injusto, então aqui deixo minha mais sincera gratidão. Aos meus colegas de turma e irmãos do coração, Ana Márcia Oliveira, Danielle Borges, Diedro Meliga, Filipe de Almeida, Gilberto Lírio, Roberta Fortes, Stephano Pierini, vocês foram essenciais para meu crescimento profissional e principalmente pessoal, levarei vocês pra toda minha vida como exemplos de pessoas e de profissionais. Não menos importante agradeço principalmente ao meu irmão e dupla nesse projeto, Carlos Eduardo Pereira dos Santos, uma pessoa diferenciada, parceira, dedicada e de talento ímpar, irmão obrigado pela honra de dividir seus conhecimentos e esse trabalho. Aos meus mestres, agrade-ço por tudo, àqueles que de fato contribuíram merecem meu respeito e admiração. Por mais que se agradeça à todos, o principal agradecimento vai pra Deus que guiou meus caminhos não só nessa mas em todas as minhas jornadas.



“É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão que sentar-se, fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder. Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver.” (Martin Luther King)



RESUMO

ABSTRACT

Com grandes transformações ocorrendo na sociedade contemporânea, a demanda por projetos informativos completos se tornou crescente. Desse modo, este trabalho visa abordar e questionar o sistema de sinalização vigente no Rio de Janeiro. Em especial, através de um estudo que engloba conceitos específicos de design, este projeto tem como ponto principal a representação de um artefato de sinalização voltado para a Rua do Ouvidor, ao qual visa elucidar as características marcantes do mesmo e do Rio de Janeiro.

With major changes occurring in contemporary society, the demand for complete projects became increasingly informative. In this way, this work aims to address and question the prevailing signage system in Rio de Janeiro. In particular, through a study that includes specific design concepts, the main goal of this project is the representation of an signage artifact made for the Ouvidor St. This artifact aims to elucidate the Ouvidor St. and Rio de Janeiro main features.

Palavras-chave: Wayfinding, señalética, sinalização, corredor cultural.

Keywords: Wayfinding, señalética, signage, cultural corridor.



LISTA DE FIGURAS Pág. 23 • Fig. 1 • Cinelândia, 1920. Foto: Augusto Malta http://www.todorio.com/rio/cinelandia/pracamarechalfloriano

Pág. 30 • Fig. 11 • Avenida Central, atual Avenida Rio Branco, s/d. Foto: Estúdio Braz. http://www.jornaldafotografia.com.br/noticias/eventos/galeria-fass-apresenta-belle-e-

Pág. 23 • Fig. 2 • Cinelândia, 2012. Foto: Nelson Porto. http://www.todorio.com/rio/cinelandia/pracamarechalfloriano

Pág. 24 • Fig. 3 • Reino Unido, 2011. Foto: John Ecker. http://pantheonphotos.wordpress.com/2011/04/25/near-parliament-square-london-england/big-ben-and-street-signs-london-photo-by-john-ecker-pantheon/

Pág. 24 • Fig. 4 • Reino Unido, 2011. Foto: John Ecker. http://pantheonphotos.wordpress.com/2011/04/25/near-parliament-square-london-england/big-ben-and-street-signs-london-photo-by-john-ecker-pantheon/

Pág. 25 • Fig. 5 • Reino Unido, 2012. Foto: UMinnTeachLearn.

poque-carioca-55-imagens/

Pág. 31 • Fig. 12 • Cartaz Parc Royal, s/d. http://ela.oglobo.globo.com/vida/confira-fotos-do-parc-royal-que-estao-presentes-em -livro-10650465

Pág. 31 • Fig. 13 • Cartaz Theatro Municipal, s/d. http://ela.oglobo.globo.com/vida/confira-fotos-do-parc-royal-que-estao-presentes-em -livro-10650465

Pág. 31 • Fig. 14 • Loja de departamentos Parc Royal (Largo de S. Francisco), s/d.

http://uminntilt.wordpress.com/2012/12/03/hearing-voices-as-a-good-thing/more-

http://ela.oglobo.globo.com/vida/confira-fotos-do-parc-royal-que-estao-presentes-em

signs-009/

-livro-10650465

Pág. 25 • Fig. 6 • Discrepância de sinalização na Rua do Ouvidor. Foto: Carlos Eduardo P. dos Santos.

Pág. 32 • Fig. 15 • Tabela retirada do livro “Señalética”, de Joan Costa (1987).

Pág. 25 • Fig. 7 • Rua do Ouvidor, 2014. Foto: Carlos Eduardo P. dos Santos.

Pág. 33 • Fig. 16 • Concepção e desenvolvimento de sinalização para hospital provisório em Talca.

Pág. 29 • Fig. 8 • Galerie Vivienne, 1825. http://www.paris-architecture.info/PA-068.htm

http://www.comunik.cl/senaletica-hospital-provisorio-talca/

Pág. 33 • Fig. 17 • The Barbican Centre em Londres. http://www.flickr.com/photos/hayley_b/sets/72157624047917229/with/4655260427/

Pág. 29 • Fig. 9 • Movimentada rua de comércio na rua do Ouvidor, 1890.

Pág. 31 • Fig. 18 • Centro Cultural do Correios, Rio de Janeiro.

http://www.riodejaneiroaqui.com/portugues/rua-do-ouvidor-historia.html

http://rioshow.oglobo.globo.com/exposicoes/exposicao/centro-cultural-correios-143.aspx

Pág. 29 • Fig. 10 • Vitrine de loja de roupas na rua do Ouvidor, 1890. http://www.riodejaneiroaqui.com/portugues/rua-do-ouvidor-historia.html

Pág. 39 • Fig. 19 • Persona “turista”.


Pág. 40 • Fig. 20 • Persona “trabalhador comum”. Pág. 40 • Fig. 21 • Persona “trabalhador autônomo local”. Pág. 42 • Fig. 22 • Sinalização que remete aos ares medievais da monarquia inglesa. http://www.smashingmagazine.com/street-and-wayfinding-signs-part-1/

Pág. 43 • Fig. 23 • Sinalização London Corporation. http://www.avidmode.com/inspire/the-typefaces-of-london

Pág. 43 • Fig. 24 • Sinalização Legible London. https://www.tfl.gov.uk/cdn/static/cms/documents/legible-london-product-range.pdf Figura

Pág. 43 • Fig. 25 • Totem com mapa e indicação do Legible London. https://www.tfl.gov.uk/info-for/boroughs/maps-and-signs

Pág. 44 • Fig. 26 • Mapa detalhado e canal de informações sobre localização via telefone. https://www.tfl.gov.uk/info-for/boroughs/maps-and-signs

Pág. 44 • Fig. 27 • Representações 3D no mapa ajudando o viajante a ter referências. https://segd.org/legible-london

Pág. 45 • Fig. 28 • Sinalização de Frankston, projeto de wayfinding baseado em cores. http://www.heinejones.com.au/wayfinding/frankston-foreshore-2/

Pág. 46 • Fig. 29 • Sinalização de Frankston, pictogramas e tempo estimado do percurso. http://www.heinejones.com.au/wayfinding/frankston-foreshore-2/

Pág. 46 • Fig. 30 • Mapa auxiliar, junto com as placas forma o sistema de

sinalização. http://www.heinejones.com.au/wayfinding/frankston-foreshore-2/

Pág. 47 • Fig. 31 • Metrô Rio, projeto de informações simplificadas. http://www.crama.com.br/projetos/metrorio/

Pág. 47 • Fig. 32 • Sistema de informação simplificado e inteligente, auxílio de mapas. http://www.crama.com.br/projetos/metrorio/

Pág. 47 • Fig. 33 • Projeto aplicado, clareza na informação e diminuição de placas. http://www.crama.com.br/projetos/metrorio/

Pág. 47 • Fig. 34 • A simplicidade é um dos pontos fortes desse projeto. http://www.crama.com.br/projetos/metrorio/

Pág. 48 • Fig. 35 • Totem do projeto Legible London. http://applied.rukcooray.com/projects/legible-london-overview/

Pág. 53 • Fig. 36 • Primeiro estudo, explorando diversos formatos. Pág. 54 • Fig. 37 • Segundo estudo, explorando formato retangular em coluna estreita. Pág. 54 • Fig. 38 • Terceiro estudo, explorando formato retangular em coluna expandida. Pág. 55 • Fig. 39 • Quarto estudo, explorando formato retangular em coluna expandida, preso por um único suporte único. Pág. 56 • Fig. 40 • Quinto estudo, explorando formato retangular, em coluna simples e área útil expandida. Pág. 57 • Fig. 41 • Sexto estudo, explorando formato retangular em diferentes tamanhos, acoplados a um suporte central.


Pág. 58 • Fig. 42 • Primeira malha inicial como proposta de artefato.

Pág. 71 • Fig. 60 • Placa da seção “histórico”.

Pág. 59 • Fig. 43 • Segunda malha inicial como proposta de artefato.

Pág. 71 • Fig. 61 • Placa da seção “informativo”.

Pág. 59 • Fig. 44 • Terceira malha inicial como proposta de artefato.

Pág. 72 • Fig. 62 • Planta da Cidade do Rio de Janeiro, 1770. http://www.almacarioca.com.br/imagem/fotos/rioantigo2/fotoa219.jpg

Pág. 60 • Fig. 45 • Quarta malha inicial como proposta de artefato. Pág. 72 • Fig. 63 • Planta da Cidade do Rio de Janeiro, 1884. Pág. 60 • Fig. 46 • Quinta malha inicial como proposta de artefato.

http://www.if.ufrj.br/~coelho/Rio/Image12.jpg

Pág. 61 • Fig. 47 • Protótipo número um.

Pág. 72 • Fig. 64 • Planta da Cidade do Rio de Janeiro, 1875.

Pág. 62 • Fig. 48 • Protótipo número dois. Pág. 63 • Fig. 49 • Protótipo número três.

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_cartografia/cart326450/ cart326450.jpg

Pág. 72 • Fig. 65 • Planta da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, s/d. http://www.brasiliana.usp.br/bbd/bitstream/handle/1918/624520093/006245-2_IMAGEM_093.jpg

Pág. 64 • Fig. 50 • Protótipo número quatro. Pág. 65 • Fig. 51 • Protótipo número cinco. Pág. 66 • Fig. 52 • Artefato completo. Pág. 67 • Fig. 53 • Artefato completo com suas respectivas seções. Pág. 67 • Fig. 54 • Artefato completo com suas respectivas medidas. Pág. 68 • Fig. 55 • Malha final da seção “orientação”. Pág. 69 • Fig. 56 • Malha final da seção “histórico”. Pág. 69 • Fig. 57 • Mapa para seção “informativo”. Pág. 70 • Fig. 58 • Planos superior, frontal e lateral da malha do artefato. Pág. 70 • Fig. 59 • Placa da seção “orientação”.

Pág. 73 • Fig. 66 • Mapa para seção “informativo”. Pág. 74 • Fig. 67 • Escala cromática para o artefato. Pág. 74 • Fig. 68 • Escala cromática para o mapa. Pág. 77 • Fig. 69 • Estatura média considerada para o projeto. Pág. 78 • Fig. 70 • Exemplo de estatura mediana em relação ao artefato. Pág. 78 • Fig. 71 • Cone visual para pessoas em pé e sentada. Fonte: ABNT NBR 9050:2004. p. 14. http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_ generico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf

Pág. 78 • Fig. 72 • Cone visual para movimento da cabeça. Fonte: ABNT NBR 9050:2004.

http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_ generico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf


Pág. 79 • Fig. 73 • Cone visual para pessoa em pé. Fonte: ABNT NBR 9050:2004. p. 15.

http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_ generico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf

Pág. 79 • Fig. 74 • Cone visual para pessoa em cadeira de rodas. Fonte: ABNT NBR 9050:2004. p. 16.

http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_ generico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf

Pág. 80 • Fig. 75 • Representação de cone visual para pessoa em pé. Pág. 80 • Fig. 76 • Representação de cone visual para pessoa em cadeira de rodas. Pág. 81 • Fig. 77 • Exemplo de iluminação por LED. Pág. 81 • Fig. 78 • Exemplo de iluminação por LED. Pág. 81 • Fig. 79 • Exemplo de iluminação por LED. Pág. 82 • Fig. 80 • Representação de iluminação LED pensada para o artefato. Pág. 83 • Fig. 81 • AVENIDA Central, Rio de Janeiro. [s.n.], [191-?]. http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/icon639-364.jpg

Pág. 83 • Fig. 82 • Representação gráfica das sugestões de materiais. Pág. 85 • Fig. 83 • Aplicação diurna do artefato. Pág. 86 • Fig. 84 • Aplicação noturna do artefato.


LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS

Pág. 37 • Tab. 1 • Tabela estabelecida para o cronograma do projeto.

ABNT IBGE LED NBR PET

Pág. 49 • Tab. 2 • Tabela referente às análises de similares feitas para o projeto.

Associação Brasileira de Normas Técnicas Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Light Emitting Diode (Diodo Emissor de Luz) Norma Brasileira Polietileno Tereftalato



SUMÁRIO

1

INTRODUÇÃO 1.1 Tema ............................................................................................... 23 1.2 Justificativa ................................................................................... 23 1.3 Objetivos ....................................................................................... 24 1.3.1 Objetivo Geral ........................................................................... 24 1.3.2 Objetivos Específicos ............................................................. 24

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CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1 Contexto e Público ..................................................................... 29 2.2 Fundamentação Teórica ........................................................... 32

3

DESENVOLVIMENTO 3.1 Cronograma ................................................................................. 37 3.2 Pesquisa / Mapa de Empatia ................................................... 38 3.2.1 Pesquisa ..................................................................................... 38 3.2.2 Mapa de Empatia ..................................................................... 38 3.3 Personas ....................................................................................... 39 3.4 Análise de Similares ................................................................... 41 3.4.1 Critérios Utilizados ................................................................. 41 3.4.2 Similares ................................................................................... 42 3.4.2.1 Londres, Reino Unido .......................................................... 42 3.4.2.1.1 Análise e Pontuação .......................................................... 44 3.4.2.2 Frankston, Austrália ............................................................ 45 3.4.2.2.1 Análise e Pontuação .......................................................... 46 3.4.2.3 Metrô Rio, Brasil ................................................................... 47 3.4.2.3.1 Análise e Pontuação .......................................................... 48 3.4.3 Tendência ................................................................................. 48 3.4.4 Tabela de Similares ................................................................. 49 3.5 Conceito Final ............................................................................. 50

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DESIGN 4.1 Contextualização ........................................................................ 53 4.1.1 Esboços ....................................................................................... 53 4.1.2 Malhas iniciais .......................................................................... 59 4.1.3 Protótipos e análises ............................................................... 62 4.2 Artefato ........................................................................................ 67 4.2.1 Malhas finais ............................................................................. 69 4.2.2 Organização da Informação ................................................. 71 4.2.2.1 Orientação ............................................................................. 71 4.2.2.2 Histórico ................................................................................ 72 4.2.2.3 Informativo ........................................................................... 72 4.2.3 Mapa .......................................................................................... 73 4.2.4 Cores .......................................................................................... 75 4.2.5 Tipografia .................................................................................. 76 4.2.5.1 Gill Sans .................................................................................. 76 4.2.5.2 Bodoni .................................................................................... 77 4.3 Estatura, Campo Visual e Iluminação Urbana ........................ 78 4.3.1 Estaturas .................................................................................... 78 4.3.2 Campo visual ............................................................................ 79 4.3.3 Iluminação urbana .................................................................. 82 4.3.4 Materiais ................................................................................... 84 4.4 Aplicações .................................................................................... 86


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CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................ 90

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



1 INTRODUÇÃO


Introdução

1.1 Tema Este projeto é parte do trabalho de conclusão de curso da Graduação em Design Gráfico do Instituto Infnet, desenvolvido pela dupla Carlos Eduardo Pereira dos Santos e Ricardo de Mello Volotão, e tem como proposta produzir um sistema de sinalização para a Rua do Ouvidor. O mesmo irá englobar as áreas de wayfinding e señalética, assim como a representação de um artefato analógico por meio ilustrativo 2D. Diante do que é possível ser observado atualmente nas ruas, e tendo como norte a valorização histórica desta região, o principal ponto a ser trabalhado neste tema é a projeção e apresentação de uma solução contemporânea de sinalização, associando-o a uma proposta visualmente atrativa, cultural e funcional. Sendo assim, chegamos a seguinte questão: qual é a forma, e a linguagem gráfica mais adequada, capaz de desenvolver um sistema relevante de comunicação, informando, auxiliando e educando as pessoas que caminham pelas ruas do centro do Rio de Janeiro?

1 • Cinelândia, 1920. Foto: Augusto Malta.

1.2 Justificativa Atualmente, sobre a sinalização das ruas do Rio de Janeiro, se observa um cenário confuso em termos de informação. Por diversas vezes é possível notar pedestres locais, e também turistas, perdidos em uma cidade de enorme riqueza visual e cultural. Com o passar do tempo, esta mesma cidade precisou se modernizar e se incorporar aos avanços tecnológicos que surgiram. Um passo natural, tamanho a sua proporção. Se por um lado a mesma se alinhou a uma tendência cada vez mais vigente em grandes metrópoles, por outro acabou por limitar bastante o seu sentido histórico. No entanto, ainda é possível contemplar o Rio antigo em suas vielas, sobrados, ou em luminárias antiquíssimas localizadas no Paço Imperial e no Largo da Carioca. A junção da contemporaneidade vigente com o seu valor histórico é de suma importância. Tal cuidado já existe em outras cidades do mundo, e é através desse cuidado que as mesmas são consideradas capitais cultu-

2 • Cinelândia, 2012. Foto: Nelson Porto.

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Introdução

rais[I]. Segundo Silva (1995), se entende por capital cultural: “Um mecanismo reprodutor das condições sociais sociais que apresenta, simultaneamente, uma dinâmica de mudança favorecendo a mobilidade social”. O valor deste conceito se relaciona diretamente com os elementos históricos a serem abordados, ou seja, este tem vínculo à uma época em que o centro do Rio de Janeiro era uma projeção de Paris, onde Pereira Passos[II] o chamava de “Paris Tropical”[III]. Tais riquezas visuais e históricas resistem, aos quais ainda podem serem vistas em construções imponentes como o Theatro Municipal, a Biblioteca Nacional, a Escola de Belas Artes, entre outros. Outras grandes cidades de enorme potencial cultural também foram contempladas. Em pesquisa preliminar, Londres foi utilizada como exemplo. E observando imagens de sua sinalização, percebe-se ainda elementos característicos de uma identidade que remete à sua história, preservando-a com elementos decorativos que caracterizam o regime adotado até hoje, valorizando assim a cidade, bem como toda a sua memória.

3 • Reino Unido, 2011. Foto: John Ecker.

[I] Para Bourdieu, ele considera não apenas um mercado de valores materiais, como um mercado de bens simbólicos e que funciona de maneira análoga ao primeiro. No caso, visase ao acúmulo de capital simbólico e as tendências monopolizantes sobre a legitimidade de determinadas práticas culturais. Em tal contexto, seria impossível afirmar que algumas cidades são capitais culturais. No máximo, poderia-se dizer que determinadas cidades investem em seus capitais culturais. [II] Político brasileiro e engenheiro civil, Francisco Pereira Passos foi prefeito da cidade do Rio de Janeiro entre os anos 1902 e 1906. [III] Termo utilizado em relação ao plano de reforma urbana ocorrido no Rio de Janeiro a partir do ano 1903. Este projeto teve como inspiração a famosa reforma urbana ocorrida em Paris.

4 • Reino Unido, 2013. Foto: The Huffington Post.

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Introdução

6 • Discrepância de sinalização na Rua do Ouvidor. Foto: Carlos Eduardo P. dos Santos.

A escolha da Rua do Ouvidor como modelo, em especial se deve pela mesma ter sido protagonista de fatores históricos relevantes para a região, como a valorização da cultura local e sua herança gráfica em estabelecimentos, informando também sobre os locais onde – de fato – se pode viver experiências de um centro cultural à céu aberto.

5 • Reino Unido, 2012. Foto: UMinnTeachLearn.

Acreditamos que o centro do Rio de Janeiro, em especial, possui uma abundância cultural, histórica e artística. É possível caminhar por entre suas ruas e constatar esses fatos. No entanto, vale mencionar que a maioria das pessoas que frequentam estes locais não percebem essas características. Ao fazer um rápido reconhecimento local, se compreende a necessidade de um projeto de sinalização que seja compreensível e melhore o seu entorno e herança histórica. Vale mencionar a discrepância na sinalização presente em que confunde, ao invés de auxiliar. Portanto, este projeto visa apresentar um trabalho coerente com os princípios de design a serem relacionados, utilizando os mesmos como estratégia gráfica para proporcionar e produzir o artefato melhor condizente com os nossos objetivos, unindo sempre design com o respeito à cidade e sua história.

7 • Rua do Ouvidor, 2014. Foto: Carlos Eduardo Pereira dos Santos.

25


Introdução

1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral

• Desenvolver um sistema de sinalização e informação para Rua do Ouvidor, no intuito de auxiliar, informar, e resgatar os conhecimentos históricos do centro do Rio de Janeiro. 1.3.2 Objetivos Específicos

• Propor um sistema de sinalização e informação para destacar seus • • •

pontos essenciais; Criar um sistema informacional completo que dialogue com a sinalização; Explorar o potencial histórico e educativo do projeto através dos artefatos desenvolvidos; Promover os artefatos, também, como forma de informação local e turística.

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2 CONTEXTUALIZAÇÃO


Contextualização

2.1 Contexto e Público

C

omo foco, a Rua do Ouvidor foi escolhida por sua relevância histórica. Registros indicam sua existência desde o ano 1578, chamada anteriormente de Desvio do Mar[IV] por ligar a orla ao interior do centro do Rio de Janeiro. Após diversos nomes, em 1746 ganhou o título que conhecemos hoje por lá morar o ouvidormor da cidade, Francisco Berquó da Silva Pereira. Com o tempo, outros ouvidores chegaram, atestando a importância desta rua. Em 1808, com a chegada da Família Real, a mesma passou a ter um patamar mais luxuoso e de maior importância. Esse status foi alcançado de tal forma que era comparada a Rua Vivienne[V], em Paris. O nome Rua do Ouvidor se deve ao tipo de autoridade que residia no local, sendo também conhecida como ponto de encontro de intelectuais devido a sua grande concentração local de cafés, lojas, e livrarias.

A abertura dos portos fez com que a Rua do Ouvidor tivesse um crescimento vertiginoso. Comerciantes elitizados, dos mais diversos gêneros, apareceram no local. Entre eles modistas, alfaiates e penteadores vindos diretamente da capital francesa.

9 • Movimentada rua de comércio na rua do Ouvidor, 1890.

8 • Galerie Vivienne, 1825.

[IV] Rua Desvio do Mar chamou-se originalmente assim por se localizar em um desvio à beira do mar. (MACEDO, 2005) [V] Referência de elegância e moda francesa, constituída por lojas de todos os tipos. (MACEDO, 2005)

10 • Vitrine de loja de roupas na rua do Ouvidor, 1890.

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Contextualização

Como observado em “Praça XV e Candelária - Uma análise sobre a arquitetura e morfologia da região” (TAVARES et al, 2009), sua importância era tamanha pois foi marco para diversos momentos importantes: recebeu calçamento em 1829, e com isso a proibição do tráfego de veículos; ganhou paralelepípedos em 1857; foi a primeira rua a receber iluminação a gás no Rio de Janeiro em 1860; e em 1891, recebeu iluminação elétrica. Não parando por aí, foi chamada de Rua dos Jornais por abrigar redações e gráficas de grandes publicações editoriais da época como o Jornal do Comércio, A Nação, Diário de Notícias, O País, Gazeta de Notícias, Correio da Manhã, A Notícia, a Reforma, A República, A Folha Popular, A Imprensa, além das revistas Semana Esportiva e O Malho. Também, na crônica “Memórias da Rua do Ouvidor” (MACEDO, s/d), o autor descreve que este mesmo local foi o centro de regimes de governo, indo desde o Império até a República, sendo reconhecida naquela época como uma rua histórica. Em sua grandiosidade de memórias, nas pensões ali contidas, ficavam a presença de nomes importantes conhecidos como Tiradentes e Duque de Caxias, e escritores como Carlos Gomes, Olavo Bilac, Emílio de Menezes e Coelho Neto, figuras ilustres que faziam ponto nas confeitarias espalhadas pela rua. A Rua do Ouvidor, foi marco importante em questão de novas tecnologias. Com a abertura da Casa Edison, esta mesmo rua inaugurou a indústria de discos fonográficos na região. Lá, em 1851, foram vendidas as primeiras máquinas de costura Singer, levando as senhoras da época a deixar de lado o bordado e a costura de mão, substituindo por algo mais preciso e moderno. Também, foi palco para a papelaria do casal Bouvoir, onde mais tarde pertenceria ao suíço George Leuzinger[VI]. Nesta rua, marca a criação da impressão a cores na cidade por dois alemães e um brasileiro. Além disso, foi introduzida a fotografia sobre papel por um inglês exilado e um português, entre outras passagens. A expressividade desta rua é tamanha que se tornou referência da cidade desde o século XVI, perdendo essa importância apenas com a

abertura da Avenida Rio Branco no inicio do século XIX – na época chamada de Avenida Central. Ainda assim, a Rua do Ouvidor é a rua comercial mais conhecida do Rio de Janeiro.

[VI] Nascido na Suíça, George Leuzinger se estabeleceu no Rio de Janeiro em 1832, possuindo casas comerciais ao longo da Rua do Ouvidor e da Rua Sete de Setembro.

[VII] A Belle Époque brasileira foi um movimento cultural marcado por descobertas e transformações, ao qual também possui influências do Impressionismo e da Art Nouveau.

11 • Avenida Central, atual Avenida Rio Branco, s/d. Foto: Estúdio Braz.

É visível e crescente a evolução ocorrida em grandes capitais como o Rio de Janeiro. Um exemplo vigente deste cenário é o processo de revitalização da região portuária. Porém, com o passar do tempo, e com novos focos, a história da cidade acabou sendo negligenciada. Em sua evolução, o Rio de Janeiro procurou se basear em grandes metrópoles que valorizavam construções urbanas artisticamente ricas. Neste período, chamado de Belle Époque[VII], era possível observar elementos que serviram como inspiração e adaptados para a nossa realidade. Estas eram características que nos tornavam únicos.

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Contextualização

14 • Loja de departamentos Parc Royal (Largo de S. Francisco), s/d.

Atualmente, é cada vez mais comum atentar para uma unificação e padronização de um sistema urbano. Elementos de sinalização, edificações, praças, entre outros, acabam se tornando invisíveis ao olhar humano, caindo na simplificação do dia-a-dia. Esquecer o passado de uma cidade seria negar a sua identidade como um todo. Um projeto voltado para sinalização urbana visa um público-alvo bastante abrangente. O artefato a ser produzido terá como ponto chave a comunicação e a transição por todas as classes sociais, não havendo distinção entre as mesmas. Buscando essa não distinção entre as classes, e através de um rápido reconhecimento pelo local escolhido, foi possível observar uma faixa etária bastante ampla, tendo uma gama de variação entre estudantes, turistas, advogados, vendedores locais, etc.

12 • Cartaz Parc Royal, s/d.

13 • Cartaz Theatro Municipal, s/d.

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Contextualização

2.2 - Fundamentação Teórica Visando estabelecer nosso objetivo final, buscamos diversas referências e conceitos. Entre eles, os que mais se destacaram foram a señalética e o wayfinding. Em conjunto com esses dois conceitos, abordamos, também, o chamado Corredor Cultural[VIII]. Este é um decreto que visa “preservar e revitalizar áreas no Centro do Rio de Janeiro levando em consideração os elementos ambientais que representam valores culturais, históricos, arquitetônicos e tradicionais para a população”. Em relação a señalética, utilizamos como base o autor Joan Cos[IX] ta , que em seu livro publicado no ano de 1987 que leva o mesmo nome, tem por definição para o termo:

desenvolvimento deste projeto. Um ponto importante, influenciando e modificando nosso pensamento, está na distinção entre señalética e sinalização. O autor estabelece um quadro comparativo para resumir e elucidar suas diferenças:

A señalética nasce da ciência da comunicação social, ou da informação e da semiótica. Constitui disciplina técnica que colabora com a engenharia da organização, a arquitetura, o ambiente e a ergonomia, sob o vetor do design gráfico, considerado em sua vertente mais específica uma utilidade da comunicação visual. Responde à necessidade da informação ou orientação provocada e é ampliada pelo fenômeno contemporâneo da mobilidade social. Se aplica, assim, servindo os indivíduos, a sua orientação em um espaço ou um local específico, para um acesso melhor e mais rápido aos serviços necessários e para maior segurança em deslocamentos e ações. (COSTA, 1987, p. 9)

Através da señalética, o que observamos com este conceito abordado é no quanto o mesmo tem relação com os pontos trabalhados em nosso projeto. Joan Costa usa a linguagem sintetizada como princípio, ou seja, procura passar a maior quantidade de informações possíveis com o mínimo uso de elementos. Por ter sua origem na semiótica, e utilizando o conceito de senãlética como parâmetro, acreditamos que o design é o campo essencial para

[VIII] Projeto da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, desenvolvido no ano 1979. [IX] Professor de Imagem e Comunicação na Universidade Autônoma de Barcelona.

15 • Tabela retirada do livro “Señalética”, de Joan Costa (1987).

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Contextualização

Tendo conhecimento do conceito, buscamos referências visuais assegurando nossa visão de projeto:

A informação é concebida segundo critérios de legibilidade, visibilidade, compreensibilidade, estética, cor e forma. As informações podem ser classificadas em 3 grupos: Informações para a tomada de decisões (definição de caminhos); Informações para a execução das decisões (direção de caminhos); Informações para a conclusão da tomada de decisões (identificação do destino). (VELHO, 2007, p. 53)

É possível complementar este conceito através de outros meios como: tipográfico, ilustrativo, pictográfico, ou cartográfico. Esses são recursos referentes aos campos gráficos e formais. Assim, Passini e Arthur definem o seguinte: 16 • Concepção e desenvolvimento de sinalização para hospital provisório em Talca.

Em relação ao wayfinding, o destaque maior fica no rigor da mensagem escrita. Ele prevê e estabelece parâmetros em situações em que o usuário se depare ao buscar o direcionamento. Utilizamos como embasamento para este projeto autores como Romedi Passini[X] e Paul Artur[XI]. Segundo os mesmos, se referem aos princípios básicos do wayfinding o planejamento espacial e a comunicação: Entende-se o planejamento espacial, como a ordenação das informações na tomada de decisões. A orientação espacial pode ser considerada como uma relação estática com o espaço. No wayfinding design este relacionamento com o espaço é dinâmico. Entende-se a comunicação, como a percepção do espaço, a circulação, os fluxos (horizontal ou vertical), as referências, os marcos e o mais importante: a informação. (VELHO, 2007, p. 52)

Romedi Passini e Paul Arthur estabelecem, também, alguns conceitos de informação, sendo esses:

[X] Arquiteto, psicólogo, professor de arquitetura da Universidade de Montreal (Canadá), PhD em Psicologia Ambiental, e autor do livro “Wayfinding in Architecture” (1982). [XI] Designer canadense autodidata, que em parceria com Passini publicou o livro “Wayfinding: People. Signs and Architecture” (1992). É também membro fundador da SEGD (Society for Experiential Graphic Design).

O uso de tipografia (palavras, frases, e textos) é certamente o principal recurso adotado na transmissão de mensagens, e seu uso baseia-se na premissa de que todas as pessoas são alfabetizadas, podendo ver e compreender as informações. (VELHO, 2007, p. 53)

Tendo por base esta última afirmação, resolvemos abordar em nosso projeto uma mescla entre señalética e wayfinding design. Em nossa realidade, sabemos que em uma parcela da população não existem alfabetizados[XII] e/ou tiveram uma boa educação. Sendo assim, utilizaremos o melhor que os dois conceitos podem oferecer: a mensagem contextualizada em seus elementos gráficos, e, também, o uso da escrita, levando em consideração tanto o usuário quanto o ambiente em que as informações estarão dispostas. Baseado no que foi observado nos conceitos de señalética e wayfinding design, buscamos algumas referências visuais no intuito de embasar, também, nossa visão de projeto em relação a estes estudos:

[XII] Segundo o IBGE, a taxa de analfabetismo no país é de 8,7%, correspondendo a 13,2 milhões de analfabetos no país, colocando o Brasil em 8º lugar entre os países com o maior número de analfabetos adultos.

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Contextualização

a interatividade que está sendo proposta. Através do design é possível estabelecer uma coerência com as referências citadas, sendo funcional para os todos os usuários da Rua do Ouvidor.

17 • The Barbican Centre em Londres.

Por fim, como complemento às premissas previamente abordadas, utilizaremos o Corredor Cultural. Em termos de renovação e preservação urbana, este é um decreto pioneiro sob o conceito de proteção e resgate de referências sociais , culturais, ambientais, e arquitetônicas. A cidade do Rio de Janeiro é referência de grandes acontecimentos, onde já foi privilegiada como capital da colônia, do império e da república[XIII]. Seu feitos históricos são retratados até hoje, visivelmente constatados em suas ruas e construções. Com a criação do Corredor Cultural, o mesmo visa orientar novas construções através de suas legislações e normas. E é respeitando essa premissa, juntamente com os conceitos previamente abordados, que um projeto de sinalização será elaborado. No que tange em suas limitações, e tendo um foco mais analógico, o cuidado a ser tomado na projeção do artefato está em seus aspectos físicos. Para isso, deverão ser respeitadas as informações a serem inseridas, a disposição e o formato de seus elementos, a fim de não gerar poluição visual nem desconforto para o pedestre. Outro fator primordial está relacionado diretamente à experiência do usuário. Como dito anteriormente, a todo momento nota-se que o público caminha pela história do lugar, mas não a percebe de fato neste contexto. O projeto a ser produzido procura nã somente informar mas também elevar esta experiência, juntando aspectos de orientação com aspectos educativos, complementando toda

18 • Centro Cultural do Correios, Rio de Janeiro.

[XIII] O Rio de Janeiro foi capital entre os anos 1763 e 1960.

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3 DESENVOLVIMENTO


Desenvolvimento

3.1 Cronograma A primeira etapa de desenvolvimento consiste em estabelecer um cronograma adequado ao projeto. Logo, o mesmo ficou disposto da seguinte forma:

ETAPAS

JAN

Readequação do projeto de TCC Aceite do orientador Cronograma Definição de persona Esquema de similares Mapa de empatia Pesquisa histórica relevante ao projeto Análise de similares Produção de conceitos relevantes para o projeto Definição do conceito final Desenvolvimento de rascunhos e alternativas baseado na pesquisa e no conceito escolhido Prototipação Testagem do conceito abordado Confecção do(s) artefato(s) Análise de resultados Ajustes finais ABNT Redação Redação final Entrega do relatório e do projeto de TCC Tab. 1 • Tabela referente ao cronograma estabelecido para as etapas do projeto

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FEV

MAR

ABR

MAI

JUN


Desenvolvimento

3.2 Pesquisa / Mapa de Empatia 3.2.1 Pesquisa Através de um breve passeio pela Rua do Ouvidor, foi possível observar um público bastante variado, frequentadores desta região do Centro do Rio de janeiro. Público este composto, em sua maioria, por jovens -adultos, adultos, e turistas (nacionais e internacionais). A identificação desta diversidade de pessoas estabeleceu uma enorme carência quanto a eficiência na informação urbana de uma cidade. Sendo assim, apontaram-se quatro perguntas para a definição da(s) persona(s) do projeto. • Atualmente, ao andar pelas ruas do centro do Rio de Janeiro, sobre a sinalização das ruas, o que você pode nos contar? • Em um sistema de sinalização, é costumeiro procurar por uma informação além da rua a ser apontada? • Sobre a parte histórica do centro do Rio , você tem conhecimento ao andar pelas rua de lá? • Além de informar o local, quais outros tipos de informação seriam essenciais para uma nova proposta de sinalização?

estes destaques para tais locais. Nas sugestões que foram dadas pelos entrevistados vimos que a questão cultural e histórica está bem conceituada, uma vez que a indicação de oportunidades culturais, de prédios e lugares históricos nas placas apareceram em quase todas as respostas. Entretanto, notamos também a colocação de questões envolvendo o direcionamento até pontos de ônibus, taxi, metrô no entorno, e locais conhecidos (tendo ou não o auxílio de tecnologia). Outro fator importante levantado foi a questão do idioma nas placas. Visto a grande importância da cidade no cenário cultural mundial, um auxílio bilingue para os turistas seria um bom ponto a ser abordado. Por fim, uma sugestão curiosa foi a orientação de um ponto do trajeto ao outro. Por exemplo: “Descer na Praça XV das barcas e seguir até o Largo de São Francisco” apenas com a indicação por placas. 3.2.2 Mapa de Empatia Após a pesquisa abordada, estabelecemos o mapa de empatia para delimitarmos ainda mais o público em questão para o projeto. O mesmo ficou disposto da seguinte forma: 1. Sente e Pensa? “Vivendo no Rio de Janeiro, se preocupa com a cultura e está sempre na correria do estressante do dia-a-dia. Espera mais da cidade para se locomover, ser orientado e informado de forma eficiente. Gostaria de poder aproveitar mais, mas sua rotina e falta de conhecimento às vezes lhe atrapalha”;

Tendo em vista as tecnologias disponíveis para potencializar o direcionamento e a localização geográfica de um indivíduo, a pesquisa realizada nos mostrou que os usuários acham atualmente a sinalização confusa, ineficiente, ultrapassada, e mal conservada. Constatamos também a falta de clareza com outros sistemas – como os voltados aos veículos urbanos, ou voltados para informações auxiliares –, gerando assim muitas dúvidas devido à características como proximidade, posicionamento, e padronagem das mesmas. Outra observação é a necessidade apontada pelos entrevistados por pontos de referência e serviços de utilidade pública indicados nas placas, como delegacias, hospitais e órgãos públicos (fórum, prefeitura, entre outros). Sobretudo, na questão histórica, somente os que possuem algum conhecimento sobre sabem do quanto este ponto é importante, porém, lamentam que não estejam identificados

2. Vê? “Ruas mal cuidadas, sinalização confusa, precária e mal conservada. Ineficiência no sistema de sinalização e na informação geográfica”; 3. Diz e Faz? “Apesar de sentir falta de uma sinalização melhor projetada, tem seu conhecimento em grande parte vindo do boca-a-boca e de indicações pelas ruas. O fato da sinalização não ser eficiente não parece fazer diferença, e dificilmente ele

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Desenvolvimento

recorre a mesma como fonte principal de informação”; 4. Escuta? “Pela rotina corrida, é influenciado por colegas de trabalho com quem mais passa seu tempo. Costuma ir nos locais indicados por eles durante seu lazer”; “A cultura local também o influência, sabendo de lugares que apenas são conhecidos no boca-a-boca”; 5. Dores: “É refém dessa precariedade na sinalização, necessitando mais do conhecimento alheio do que da orientação das placas. Quando necessário, precisa constantemente se informar com alguém sobre um destino desconhecido”; 6. Ganhos: “Apesar do caos na cidade em relação à obras e mudanças de sentido nas ruas, tem esperança de um sistema de sinalização mais eficiente e com mais recursos para orientar os usuários. Dentre eles, a preocupação em melhor orientação sobre serviços públicos, pontos de referência e prédios culturais no entorno”.

3.3 Personas Com a delimitação da pesquisa, assim como o mapa de empatia, foram estabelecidos três grupos de personas para este projeto: • o turista; • o trabalhador comum, que utiliza bastante essa via pública; • e o trabalhador autônomo local.

19 • Persona “turista”.

Mary M. Dechant Idade: 23 anos, nascida em 29 de agosto de 1990. Sexo: Feminino. Ocupação: Estudante. Localização: Winston Salem, Carolina do Norte – ESTADOS UNIDOS. Perfil: Mary é uma típica adolescente, estudante, e curiosa com a vida a sua volta. Sonhadora e sempre rodeada de amigos, gosta de viajar bastante para lugares novos e conhecer culturas diferentes. Seu hobby favorito é a fotografia. Objetivos: Busca constante por cultura, relacionamentos, e crescimento pessoal. Frustrações: Ambiente familiar conflituoso e constante fuga da realidade.

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Desenvolvimento

20 • Persona “trabalhador comum”.

21 • Persona “trabalhador autônomo local”.

Igor Rocha Pereira

Marinety Rodrigues Souza

Idade: 28 anos, nascido em 25 de maio de 1985. Sexo: Masculino. Ocupação: Advogado. Localização: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro – BRASIL.

Idade: 37 anos, nascida em 12 de abril de 1976. Sexo: Feminino. Ocupação: Autônoma. Localização: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro – BRASIL.

Perfil: Igor é um trabalhador comum do Rio de Janeiro, advogado, com a sua típica rotina de visistas entre clientes e idas ao Tribunal de Justiça do Estado. Durante a semana, sua vida se encontra atribulada entre diversos compromissos profissionais.

Perfil: Marinety é uma trabalhadora autônoma, vendendora de doces e salgados no centro do Rio de Janeiro, precisamente localizada na Rua do Ouvidor. De clientela bastante variada, ganha a vida trabalhando 12 horas por dia para garantir o sustento de sua família.

Objetivos: Busca constante por melhoria de vida, crescimento pessoal e, principalmente, crescimento profissional.

Objetivos: Busca sempre pelo sustento da família e pela melhoria de vida de todos os familiares à sua volta.

Frustrações: Estar constantemente sem tempo devido a seus comprimissos profissionais.

Frustrações: Longas jornadas de trabalho, extremamente cansativas, não podendo aproveitar muito o tempo junta à sua família 40


Desenvolvimento

3.4 - Análise de Similares / Problemas da Sinalização Atual

• Elementos Gráficos Ruim: Não utilização (ou que tenha má aplicação) de pictogramas e elementos gráficos, e que os mesmos sejam confusos, dificultando o entendimento das informações;

3.4.1 - Critérios Utilizados Para a legenda (ruim, comum, bom e ótimo) os critérios utilizados para a sua classificação procuram abordar, principalmente, a disposição gráfica entre os elementos contidos nos projetos, a relevância dos mesmos em relação às suas respectivas cidades, além da influência que estes têm para os seus usuários diários. Avaliamos seis tópicos em nossos similares e para cada um deles levamos em consideração os seguintes parâmetros:

Comum: Utilização de elementos gráficos universais sem nenhuma personalização em relação a identidade do local; Bom: Utilização de pictogramas que remetam à identidade do local; Ótimo: Utilização de pictogramas, e elementos gráficos próprios desenvolvidos, baseados na identidade local que auxiliem de forma efetiva o entendimento das informações.

• Cores

• Informações

Ruim: as cores aplicadas dificultam o entendimento das informações contidas no artefato e não remetem a nenhuma identidade local;

Ruim: Contém informações pouco claras ou que gerem dúvidas nos usuários;

Comum: Cores que não dificultam a leitura mas não comunicam com a identidade do local; Bom: Cores que favorecem a leitura e remetem à identidade do local;

Comum: Possui informações básicas do local (nome da rua ou indicação simples, por exemplo);

Ótimo: Cores que tem bom contraste com a fonte, favorecendo a visualização da informação e que demonstram a identidade local.

Bom: Possui as informações básicas e mais algumas auxiliares (origem do nome que a rua leva); Ótimo: Possui as informações básicas, informações auxiliares e mais as de utilidade pública (Direcionamento para delegacias, museus, hospitais, rodoviárias, etc).

• Tipografia Ruim: fontes ilegíveis seja pela escolha da família, contraste ou corpo do tipo;

• Localização

Comum: fontes legíveis, porém o emprego não enfatiza ou reforça a identidade local; Bom: fontes legíveis e com clara menção à identidade local;

Ruim: artefato mal posicionado, dificultando a passagem dos usuários, e/ou que esteja posicionado em local que seja difícil o acesso às informações nele contidas;

Ótimo: fontes legíveis, que reforçam a identidade local e aplicadas de maneira que chamem atenção para a sinalização.

Comum: artefato posicionado em local que pode ser percebido facilmente a uma certa distância; 41


Desenvolvimento

Bom: artefato colocado de forma à manter o percurso dos usuários livre e que pode ser percebido de uma distância maior; Ótimo: artefato que não obstrui de forma alguma o trajeto dos usuários, em que suas informações básicas, ao menos, podem ser vistas com clareza à uma boa distância.

3.4.2 - Similares Para a análise de similares, utilizamos três exemplos que se destacaram em suas características principais, como a disposição dos elementos, a composição visual, o uso de cores, entre outros. 3.4.2.1 - Londres, Reino Unido

• Estrutura / Suporte Físico Ruim: estrutura muito complexa ou limitada em relação ao suporte de váriás opções de placas, levando em consideração o número de placas, forma de fixá-las no suporte, e o seu formato; Comum: estrutura básica que suporta bom número de placas, tendo pelo menos mais de uma variação no formato das mesmas e de fácil manuseio por parte da manutenção;

Em Londres vale ressaltar dois projetos: o de sinalização comum (com placas direcionais e auxiliares), e o sistema de mapas (que também entra como auxiliar chamado de Legible London). Sua sinalização convencional não possui tantos elementos, entretanto tem informação concisa, utilizando no máximo três cores contrastantes entre si em sua composição gráfica. Discreto, este é um projeto baseado na história da cultura inglesa.

Bom: estrutura com suporte para várias placas, tendo, ao menos, alguma semelhança com a identidade do local em seu formato, de fácil manuseio e montagem por parte da manutenção; Ótimo: estrutura pensada de forma a otimizar a montagem e a manutenção, além de trazer consigo a identidade do local em seu formato visual. Legenda

Ruim Comum Bom Ótimo 22 • Sinalização que remete aos ares medievais da monarquia inglesa.

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Desenvolvimento

Segundo o próprio site* da instituição, a sinalização do City of London corporation, por sua vez, demarca o território de um governo local que detém algumas das partes históricas mais importantes de Londres. Tal sinalização possui brasão próprio e até demarca o seu territitório no mapa através de placas pela cidade.

24 • Sinalização Legible London.

23 • Sinalização London Corporation.

No livro entitulado The Yellow Book, ao qual fala sobre um protótipo de sistema de mapas chamado Legible London, é dito que os mapas são uma das formas mais antigas de orientação que a humanidade conhece. Com esse projeto de wayfinding não é diferente. Nele, qualquer viajante que deseja fazer um trajeto à pé consegue obter ajuda para decidir qual rota seguir, ou até se este trajeto à pé é a melhor alternativa escolhida. Por ser um trabalho inovador, chamou a nossa atenção de forma positiva por aliar algumas representações em terceira dimensão de prédios mais importantes ao mapa, ajudando também o viajante a se localizar. Focado na otimização de tempo, este projeto pode, inclusive, reduzir drasticamente a duração do trajeto que se leva para chegar ao seu destino. Sua eficiência ocorre por tornar o espaço a ser percorrido “legível” através dos mapas e de números de telefone. Estes informam ao viajante onde ele se encontra localizado. 25 • Totem com mapa e indicação do Legible London. * City of London - http://www.cityoflondon.gov.uk/

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Desenvolvimento

3.4.2.1.1 - Análise e Pontuação Cores: Ótimo A paleta de cores utilizada mostra bom contraste e destaca as informações sem exagero. Na sinalização comum de rua e, principalmente no mapa, é possível observar informações nítidas sem interferência nos demais elementos gráficos de fundo.

26 • Mapa detalhado e canal de informações sobre localização via telefone.

Tipografia: Ótimo A fonte New Jonhston é utilizada por todo projeto, tendo somente variações em caixa alta. Ela confere boa leitura em diversos tamanhos e, apesar da cidade de Londres se preocupar com a parte histórica e tradicional da sua nação, este projeto é um exemplo em que uma fonte moderna, sem serifa, pode ser utilizado de modo a não interferir no que é tradicional. Observa-se nesta análise uma mescla harmoniosa do tradiconal com o moderno. Elementos Gráficos: Ótimo Dos três tipos de sinalização aqui descritos, apenas dois podem ser, de fato, analisados nesse quesito. As placas referentes ao City of London Corporation não possuem variação de elementos, tendo apenas o brasão da cidade como elemento gráfico. Mesmo assim, é interessante e marcante este reforço de demarcação de território. Como dito anteriormente, uma sinalização de rua possui elementos gráficos simples porém bem produzidos. Pictogramas universais e epecíficos indicam facilmente pontos de utilidade pública, como, por exmplo, a direção do metrô. O Legible London dispõe de uma gama de elementos mais elaborados ao qual informa uma variadade de serviços de utilidade pública, informações de trajetos, contendo inclusive representações em 3D de edificações importantes na cidade para servir de ponto de referência para o viajante. Informações: Ótimo Os três tipos de sinalização se completam, partindo num escala de importância. Em primeiro, o Legible London é o mais completo, se-

27 • Representações 3D no mapa ajudando o viajante a ter referências.

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Desenvolvimento

guido pelas placas normais de rua – com indicação das ruas e algumas de utilidade pública –, e em terceiro a sinalização do City of London, que apenas demarca um território. No geral, o sistema de sinalização é interessante. A mescla de sistemas mais comumente vistos, com projetos inovadores de wayfinding, denota a valorização de um projeto rico em detalhes, reforçando o patriotismo e seus valores históricos, garantindo um sistema de informação bem abrangente.

3.4.2.2 - Frankston, Austrália Este projeto é um de 2008/2009, e tem como objetivo utilizar o conceito de wayfinding para auxiliar os pedestres na zona marginal de Frankston, fazendo também, ligações com espaços específicos da região. Aqui as cores tem um papel importantíssimo, visto que remetem aos espaços citados anteriormente.

Localização: Ótimo Os três tipos de sinalização tem posicionamentos distintos e são colocados de forma a cumprir seu papel, são postos em pontos de modo que não atrapalhem o trajeto dos usuários. Estrutura / Suporte Físico: Ótimo Cada estrutura tem sua função. Enquanto um demarca, outro direciona, e outro localiza – além de reforçar o direcionamento de forma conciente e efetiva. Por isso suas estruturas se diferem: uma é apenas informativa e com o suporte fixado na parede cumpre bem sua função; outro direciona e informa, tendo como suporte placas direcionais; por último, o suporte utilizado são os totens, aproveitando bem seu espaço, sem exageros, otimizando o acesso às informações.

28 • Sinalização de Frankston, projeto de wayfinding baseado em cores.

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Desenvolvimento

O projeto em si é simplificado, com auxilio de pictogramas e um mapa para facilitar o pedestre à se localizar. Além disso, há a indicação de tempo estimado que leva o trajeto até o destino indicado no artefato.

3.4.2.2.1 - Análise e Pontuação Cores: Ótimo Uma das principais ferramentas para se definir o direcionamento dos pedestres, aqui eles dividiram as regiões em cores facilitando o entendimento do sistema, sendo uma forma lúdica de associação das informações. Tipografia: Comum A tipografia empregada é boa, conferindo boa legibilidade, porém sua visibilidade em tamanhos menores pode ser um pouco prejudicada. É moderna e se adequa ao projeto, mas não leva a identidade local. Poderia ser adaptada em outro lugar do mundo. Elementos Gráficos: Comum Utilizam pictogramas universais sem grandes modificações ou personalização.

29 • Sinalização de Frankston, pictogramas e tempo estimado do percurso.

Informação: Ótimo Além das informações básicas, têm informações auxiliares como tempo de trajeto até o destino indicado, e também serviços de utilidade pública. Além disso, faz uso de um mapa do local pra auxiliar o pedestre a se situar no espaço. Localização: Bom Artefato colocado em ponto estratégico sem atrapalhar o caminho dos pedestres, podendo ser percebido à uma distância razoável. Estrutura / Suporte Físico: Bom Artefato feito em material náutico por se tratar de uma região à beira-mar. Disponibiliza a possiblidade de se encaixar outros suportes, aumentando o número de placas, acrescentando o mapa à sua estrutura.

30 • Mapa auxiliar, junto com as placas forma o sistema de sinalização.

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Desenvolvimento

Observando essa nova sinalização e a demanda que ela tem que suprir, percebemos o quão eficiente é. Em espaços em que o público é tão diversificado, a simplicidade atende a todos.

3.4.2.3 - Metrô Rio, Brasil Com a proximidade da Copa do Mundo no ano 2014, e posteriormente as Olimpíadas no ano 2016, entre outros grandes eventos na cidade do Rio de Janeiro, a agência Crama Design Estratégico teve o desafio de criar um projeto de sinalização inteligente, padronizado e de alta durabilidade. O que vemos é um belo trabalho onde foi levado em consideração, principalmente, os usuários para o desenvolvimento deste projeto. Sendo assim o que temos é a diminuição de placas e uma sistema de informação mais eficaz.

33 • Projeto aplicado, clareza na informação e diminuição de placas.

31 • Metrô Rio, projeto de informações simplificadas.

34 • A simplicidade é um dos pontos fortes desse projeto.

32 • Sistema de informação simplificado e inteligente, auxílio de mapas.

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Desenvolvimento

3.4.2.3.1 - Análise e Pontuação

3.4.3 - Tendência

Cores: Bom A sinalização anterior não possuía uma identidade marcante, além de estar datada para os parâmetros atuais. Na sinalização atual, a paleta de cores garante bom contraste entre o plano de fundo e a tipografia, simplificando e destacando, sem poluir.

Ao delimitarmos os similares para este projeto, chega-se a conclusão de artefatos que cumprem com sua proposta: identificar e direcionar pedestres às informações mostradas, tudo de forma clara e concisa. Nesta análise, observa-se padrões em elementos gráficos como o bom uso da iconografia, da tipografia, e do sistema cromático, aliados à coerência de suas informações. Sua localização é de fácil entendimento, onde em sua estrutura nota-se características clássicas e contemporâneas. Entretanto, ao estabelecer um projeto mais robusto em termos de orientação, localização, disposição dos elementos, e informação, os mesmos não se adequam (em sua totalidade) ao que está sendo pretendido. Sendo assim, através de novas pesquisas direcionadas para este lado mais completo, o mesmo apontou para o conceito de totem urbano.

Tipografia: Bom O projeto em si preza pela simplicidade na informação, facilitando o acesso dos usuários. Sua tipografia é moderna, utilizando apenas uma variação de peso (bold ou regular), garantindo boa leitura. A nova identidade visual é clara e sua tipografia acompanha este conceito. Elementos Gráficos: Comum Por ser um projeto que não se pauta em excessos, podemos identificar tal tendência nesse quesito. A preferência pela mensagem escrita é evidente, optando pelo simplório e eficiente. Informação: Comum Passa o essencial e o necessário para os usuários encontrarem o caminho correto. Localização: Ótimo Placas e totens colocados em pontos estratégicos. É fácil perceber a presença dos artefatos à uma boa distância, não obstruindo o caminho e nem o espaço útil. Essa característica fica mais evidente em horários de pico de utilização do metrô. Estrutura / Suporte Físico: Bom Um dos objetivos do projeto era ter artefatos de alta durabilidade e de fácil manutenção. Esta meta foi atingida através de materias mais resistentes e formas de encaixe que facilitam o manuseio.

35 • Totem do projeto Legible London.

Tendo como base essa estrutura ampla, o mesmo permitirá expor o que está sendo pretendido: a mescla do lado histórico com o lado contemporâneo através de uma gama variada de informações, orientando assim seus usuários de forma completa. Para o artefato, fatores essenciais serão trabalhados de forma que o mesmo ganhe destaque. Fatores como uma tipografia que remeta ao valor histórico do projeto, uma paleta de cores concisa, além de elementos gráficos que complementem e suportem as informações a serem trabalhadas. 48


Desenvolvimento

3.4.4 - Tabela de similares Baseado na análise prévia dos similares, chegamos a seguinte tabela com uma relação completa do que podemos estabelecer para o nosso artefato:

Sinalização da cidade de Londres, Reino Unido

ELEMENTOS

Sinalização da cidade de Frankston, Austrália

Sinalização Metrô Rio, Brasil

Cores Tipografia Elementos gráficos Informações Localização Estrutura / Suporte físico Legenda:

Ruim

Comum

Bom

Tab. 2 • Tabela referente às análises de similares feitas para o projeto

49

Ótimo

TENDÊNCIA


Desenvolvimento

3.5 Conceito Final O conceito final deste trabalho procura estabelecer a valorização de formas, cores, elementos gráficos e informações ao qual cumprem todas as etapas propostas no projeto. Também, visando um lado mais concreto do mesmo, este tem como objetivo também estabelecer o seu lado funcional, e não apenas informativo.

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4 DESIGN


Design

C

onceber um projeto voltado para sinalização sempre é um grande desafio a ser executado, especialmente quando este é voltado para extensas áreas urbanas. Detalhes específicos precisam ser pensados e estudados com bastante cuidado. No entanto, inicialmente, é preciso buscar a sinalização na concepção de sua palavra. Segundo Norberto Chamma e Pedro D. Pastorelo:

histórico e o contemporâneo poderia acontecer de outras maneiras mais interessantes e relevantes ao conceito abordado. Esta é uma parte essencial pois o mesmo procura exemplificar todos os caminhos percorridos, e as possíveis soluções visuais para o artefato.

Podemos definir projetos de sinalização como uma associação de formas escultóricas informativas distribuídas num determinado espaço físico, aberto ou fechado. Suas características mais importantes são a legibilidade e a veiculação de informações compreensíveis e fidedignas que antecipem as necessidades de esclarecimento dos usuários. (2007, p. 153)

Como primeiro passo, as ideias iniciais se pautaram nas palavraschave utilizadas para nortear este trabalho, sendo estas wayfinding, senãlética, e corredor-cultural. Assim, seguindo esta linha de raciocínio, os rascunhos seguiram da seguinte forma:

4.1.1 Esboços

A partir desta definição, podemos interpretar a sinalização como uma forma precisa de comunicação através da informação. Nós, seres humanos, sempre demonstramos a necessidade de nos comunicarmos através das mais diferentes formas. Exploramosdiferentes meios de comunicação utilizando diversos sentidos como ouvido, olhar, sentimentos, etc. É preciso salientar que, apesar do vínculo entre informação e comunicação, ambos agem de formas independentes. No entanto, os mesmos se complementam em significados evolutivos. A comunicação é essencial e inerente ao ser humano. Porém, para que essa comunicação seja eficiente, suas informações precisam ser concisas e bem elaboradas em seus elementos. Informação não é um dado, mas uma produção que decorre da capacidade de inferir, da e sobre a realidade, novos conhecimentos suficientes para provocar aprendizado ou uma mudança de comportamento. Espaço de informação é aquele ambiente físico, social, econômico e cultural que agasalha um tipo de comportamento decorrente de um modo de vida, um modo de produção. (VELHO, 2007, p. 26)

4.1 Contextualização Em um primeiro momento, na fase de concepção de ideias para o artefato, o uso de meios tecnológicos diferentes e integrados, digitais ou não, seria o trajeto a ser delimitado. Entretanto, após passar pelos diversos estágios apresentados no decorrer deste projeto, a integração entre

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Design

A delimitação das ideias iniciais se pautou pela utilização de curvas e retas em um mesmo suporte. Desse modo, estes vislumbram apenas a experimentação de diferentes formatos e diagramações para o artefato.

36 • Primeiro estudo, explorando diversos formatos.

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Design

37 • Segundo estudo, explorando formato retangular em coluna estreita.

38 • Terceiro estudo, explorando formato retangular em coluna expandida.

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Seguindo pelo caminho de totem informativo, o conceito estabelecido é demonstrar a maior quantidade de informações – como nomes das ruas, mapas, estabelecimento, e história sobre a Rua do Ouvidor – em seu devido espaço, através de uma única estrutura presa ao solo. As diferenças entre si ocorrem com uma placa mais sintética e estreita, com a predominância de uma coluna na figura 2, enquanto nas figuras 3 e 4 a proposta segue por uma área útil maior.

39 • Quarto estudo, explorando formato retangular em coluna expandida, preso por um único suporte único.

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Visando atingir uma melhor distribuição em seu espaço visual foi produzido também o rascunho de uma opção pela junção das ideias anteriores de artefato.

40 • Quinto estudo, explorando formato retangular, em coluna simples e área útil expandida.

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O final desse processo ocorre com uma opção diferente das apresentadas, mas que mantém o conceito inicial em sua essência. Através de placas, as informações citadas anteriormente ficam separadas, porém conectadas em um mesmo suporte.

41 • Sexto estudo, explorando formato retangular em diferentes tamanhos, acoplados a um suporte central.

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4.1.2 Malhas iniciais A partir da fase de rascunhos, foi feita uma triagem selecionando as ideias que mais condizem com a proposta do projeto. Levando em conta os primeiros rascunhos, o formato das placas e suportes curvilíneos poderiam representar uma elevação no custo de produção, assim como o não alinhamento ao conceito que está sendo utilizado. Portanto, as formas que foram aproveitadas dos rascunhos foram as retangulares, com exemplares de cantos arredondados e retos. Dentre as opções apresentadas, chegamos a marca de cinco exemplares escolhidos. Desse modo, modelos de malhas simples foram estabelecidos contemplando uma visão geral de todos os seus elementos, como a delimitação do espaço para seus elementos, tipos de informações e formato que o artefato poderia conter. Os mesmo ficaram assim dispostos:

42 • Primeira malha inicial como proposta de artefato.

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43 • Segunda malha inicial como proposta de artefato.

44 • Terceira malha inicial como proposta de artefato.

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45 • Quarta malha inicial como proposta de artefato.

46 • Quinta malha inicial como proposta de artefato.

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4.1.3 Protótipos e análises Para melhor visualização do que está sendo proposto em termos de artefato, foram feitos protótipos físicos – em escala reduzida de 1:9, com altura de 29,67 centímetros – sobre o que seria a composição dos mesmos. Assim, seguem suas respectivas análises.

Análise 1 Por ser estreito, possui melhor relação quanto ao posicionamento do artefato na rua. No entanto, é limitado quanto a disposição das informações – como identificação das ruas, descrição histórica, e de estabelecimentos –, possuindo área somente para um tipo de mapa.

O local destinado para descrição da história da Rua do Ouvidor se mostra ineficaz devido ao seu posicionamento, não beneficiando a proposta do projeto.

47 • Protótipo número um.

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Análise 2 Mais largo, possui espaço mais amplo para informações (identificação das ruas, descrição histórica), assim como um mapa maior e seus respectivos estabelecimentos.

Porém, sua proporção física pode representar problemas na locomoção de pedestres. Também, devido ao seu posicionamento no projeto, apresenta ineficácia na destinada para descrição histórica da Rua do Ouvidor.

48 • Protótipo número dois.

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Análise 3 Sendo uma variação do projeto número dois, no geral, possui as mesmas características ditas anteriormente.

Sua diferenciação ocorre pela apresentação de um suporte vertical como estrutura principal para o artefato, limitando assim as representações de grafismos históricos pensados para o projeto.

49 • Protótipo número três.

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Análise 4 Junção dos artefatos números um e dois. Se apresenta como uma solução viável em termos de informações, devido ao seu bom equilíbrio na exibição das mesmas, além de uma boa área de suporte para a estrutura do artefato e nas representações de grafismos históricos do projeto.

Devido ao seu tamanho, o mesmo precisa sofrer ajustes em suas proporções de modo que não atrapalhe a circulação de pedestres em seu posicionamento na Rua do Ouvidor.

50 • Protótipo número quatro.

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Análise 5 Também sendo uma variação do projeto número quatro, este se apresenta como uma solução diferente neste escopo de sinalização. Devido às suas seções bem visíveis (interligados por uma única estrutura vertical), o mesmo trabalha com módulos separados de diversos encaixes. Estes encaixes proporcionam trocas futuras entre qualquer tipo de informação.

Seu ponto negativo ocorre no visual mais simplista que esse sistema necessita para ter seu funcionamento dinâmico com plenitude.

51 • Protótipo número cinco.

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4.2 Artefato Com a análise prévia de todos os protótipos, a solução escolhida, e que melhor condiz com os conceitos vistos para o projeto, foi a de número cinco. A escolha ocorreu devido ao grau de dinamismo existente atrelado ao artefato. Com essa proposta, o uso de segmentos modulares podem atuar de forma independente, sendo atualizados individualmente, ou funcionarem como um sistema completo de sinalização.

52 • Artefato completo.

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53 • Artefato completo com suas respectivas seções.

54 • Artefato completo com suas respectivas medidas.

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Em sua estrutura ocorre também a adoção de um arabesco, que corresponde herança visual enfatizada neste projeto. Tanto no topo, quanto na base do artefato, o poste de iluminação vigente no Rio Antigo – com seus ornamentos de insipiração art nouveau – são reproduzidos. Dessa forma, o resgate histórico atrelado ao projeto harmoniza com os elementos contidos nas placas desenvolvidas, combinando tradicionalidade com contemporaneidade. 4.2.1 Malhas finais Com a escolha do protótipo final, foi estabelecida todo o detalhamento dos elementos que iriam compor as placas. Malhas de alta fidelidade foram feitas com medidas partindo de 1,5 centímetros. As mesmas ficaram assim dispostas:

55 • Malha final da seção “orientação”.

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56 • Malha final da seção “histórico”.

57 • Malha final da seção “informativo”.

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A representação de detalhes, como a espessura das placas e de sua estrutura, também foi desenvolvido. Através de diferentes ângulos de visualização, é possível ter uma noção geral sobre o artefato.

4.2.2 Organização da informação De modo a facilitar o escopo do projeto, o artefato foi dividido em três seções: direcional, histórico e informativo. Cada placa exerce uma função específica de comunicação. Como um todo, as mesmas se complementam formando um sistema único de informação. 4.2.2.1 Orientação Esta seção engloba a rua compreendida para a abordagem do projeto, Rua do Ouvidor, e sua adjacência. A escolha de um local adequado para o artefato ocorreu seguindo fatores importantes como o bom espaço da calçada, o quanto o mesmo terá influência na locomoção dos pedestres, e a boa visibilidade diurna e noturna. Assim, a esquina da Rua do Ouvidor com a Rua Primeiro de Março possui tais características, sendo uma boa localização para o artefato.

58 • Planos superior, frontal e lateral da malha do artefato.

59 • Placa da seção “orientação”.

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4.2.2.2 Histórico

4.2.2.3 Informativo

Poder incorporar a importância histórica, artística, e cultural da Rua do Ouvidor é parte essencial neste trabalho. A melhor forma de representar esses fatores foi contando, de forma resumida, um pouco da história deste lugar. Esta seção foi pensada de modo a integrar o valor nostálgico do projeto, com todas as informações contidas no artefato.

Por fim, foi feita uma seção final com os diversos estabelecimentos comerciais contidos na Rua do Ouvidor. Desse modo, o sistema pensado para o artefato se completa não somente direcionando, ou instruindo, mas também de modo a beneficiar pedestres e comerciantes locais.

60 • Placa da seção “histórico”.

61 • Placa da seção “informativo”.

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4.2.3 Mapa Sendo a parte de maior visibilidade do projeto, a linguagem do mapa precisou conversar com o sistema de sinalização como um todo. Sua coerência gráfica demandava por elementos históricos e característicos, encontrados em antigos mapas da cidade do Rio de Janeiro.

62 • Planta da Cidade do Rio de Janeiro, 1770.

63 • Planta da Cidade do Rio de Janeiro, 1884.

64 • Planta da Cidade do Rio de Janeiro, 1875.

65 • Planta da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, s/d.

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Tendo estes fatores como base, um mapa tematizado foi proposto de modo que se encaixasse em nosso objetivo de mesclar o contemporâneo com o clássico. Em cima da estrutura de mapa atual, foram utilizados elementos que apontassem para um caminho mais tradicional.

66 • Mapa para seção “informativo”.

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4.2.4 Cores Foram pensados para o projeto tons mais amenos e pasteis, remetendo ao tema mais histórico do projeto. Assim, ficaram definidas dois sistemas de escalas cromáticas: uma para o artefato como um todo, e outra para o mapa.

67 • Escala cromática para o artefato.

68 • Escala cromática para o mapa.

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4.2.5 Tipografia

nectadas à caligrafia e ao movimento das mãos” (LUPTON, 2010, p.42). Em complemento, cita-se o seguinte:

A escolha tipográfica foi pensada de modo que representasse a herança gráfica previamente estudada, integrando, também, o estilo contemporâneo presente em nossa sociedade. Optamos por duas famílias – serifada e não-serifada – que englobe essas características citadas, além de elementos como a boa legibilidade (em pequenos e grandes detalhes), e suas linhas suaves (proporcionando maior conforto para o pedestre).

As fontes sem serifa tornaram-se comum no século XX. A Gill Sans, desenhada por Eric Gill em 1928, possui características humanistas. Note o vazio pequeno e fagueiro na letra “a”, bem como as variações caligráficas no peso dos traços. (LUPTON, 2010, p.42)

4.2.5.1 Gill Sans Criada na década de 1920, lançada por Eric Gill em 1928, a fonte Gill Sans é considerada como um dos tipos mais versáteis existentes no mercado, sendo utilizada em variadas aplicações como sinalizações, anúncios, e identidades visuais. A concretização deste projeto ocorreu devido a Stanley Morison, consultor tipográfico para a Monotype[XIV] e um dos mais importantes e influentes designers de tipos do século XX, estar em busca de uma fonte não-serifada e de traços modernos que distinguisse da família tipográfica Futura. Coube a Eric Gill – aprendiz de Edward Johnston, famoso calígrafo britânico, ao qual colaborou com um importante projeto mundialmente apreciado até os dias atuais: o sistema de sinalização do metrô de Londres (London Undeground) – produzir uma construção tipográfica baseada nas formas e proporções de caracteres romanos, até então inéditos para o mercado. Seu sucesso também ocorre pela elegância individual presente em cada caracter, forte característica desta fonte, tornando assim uma produção mais humana e pessoal, sendo categorizada como um tipo sem serifa humanista. A mesma é classificada dessa forma por apresentar características peculiares em sua confecção. “Letras humanistas estão intimamente co[XIV] Conhecida atualmente como Monotype Imaging, Inc., é uma empresa conhecida por sua especialização em criação de fontes tipográficas, além de prover soluções inovativas no campo da tecnologia de impressão.

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4.2.5.2 Bodoni Produzido por Giambattista Bodoni em 1798, a mesma originalmente foi classificada com uma variação moderna da fonte Didone no final do século XVIII. Giambattista Bodoni tinha como grande influência o trabalho peculiar do designer John Baskerville, o qual era um exímio tipógrafo e designer de tipos. Foi a partir do 1909 em que a este tipo passou a receber variações, ao qual mais tarde iria compor toda uma família tiográfia. Através do designer Morris Muller, em 1910 foram lançadas as versões itálico e book, seguida pelas versões itálico e negrito+itálico em 1911, negrito sombreado em 1912, e iniciais sombreadas em 1914. Seu uso pode ser observado em pôsteres, logos de estilos clássicos, e em revistas consagradas como a Metropolis[XV], ao qual utiliza a Bodoni como fonte principal de seus textos básicos. A fonte Bodoni possui características marcantes como seus traços alongados e sua construção geométrica, havendo variações visíveis e contrastantes entre traços finos e espessos. Por ser mais abstrato e menos orgânico, este é classificado como um tipo moderno. As fontes desenhandas por Giambattista Bodoni no final do século XVIII e início do século XIX são radicalmente abstratas. Note as serifas finas e retas, o eixo vertical e o forte constraste entre traços grossos e finos. (LUPTON, 2010, p.42)

[XV] Tradicional revista sobre arquitetura, cultura, e design.

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A escolha dessas famílias tipográficas ocorreu pela boa combinação entre os tipos, além da boa visibilidade e interpretação dos mesmos. Por se um projeto que trabalha com um volume razoável de informações, é preciso sempre levar em consideração uma proposta tipográfica que não represente o cansaço de leitura e que, ao mesmo tempo, esteja de acordo com o projeto em todos os seus detalhes.

4.3 Estaturas, Campo visual e Iluminação urbana 4.3.1 Estaturas Por ser uma iniciativa voltada para o uso diário de pedestres, todos os detalhes pensados precisam do seu devido respaldo. Desse modo, para estabelecer e projetar as dimensões totais do artefato, foram utilizadas bases estatísticas divulgadas sobre a média de estatura do brasileiro e, principalmente, a estatura mediana da população carioca. De acordo com os últimos dados divulgados pelo IBGE[XVI], o Rio de Janeiro possui uma estatura média por volta de 179 centímetros entre seus adultos. No Brasil, essa média geral se estabelece em 173 centímetros. A partir destes dados, deduz-se que o artefato a ser produzido terá como público-alvo diário voltado para usuários com tais estaturas citadas.

69 • Estatura média considerada para o projeto.

[XVI] Dados divulgados no período mais recente, entre os anos de 2008 e 2009.

As informações apresentadas são de extrema relevância pois os mesmos permitem ter uma noção geral da relação entre altura média pedestre diário e a disposição dos elementos que irão compor o artefato. Ainda assim, cabe ressaltar que segundo as diretrizes da ergonomia, devemos projetar sempre considerando a maior e a menor altura. 78


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4.3.2 Campo visual Em cima desses dados, tomamos como parâmetro a relação sobre a influência do campo visual do usuário no projeto. Tal fator está diretamente relacionado às características específicas de um projeto de sinalização urbana, tais como simplicidade, intuitividade, e flexibilidade em seu uso diário. Leva-se em conta que o campo visual representa os limites que a visão do olho humano consegue perceber. De acordo com a norma brasileira ABNT NBR 9050:2004, referente à acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços, e equipamentos urbanos, ficam estabelecidos os seguintes parâmetros visuais em relação aos ângulos de alcance visual de uma pessoa em pé e/ou sentada:

71 • Cone visual para pessoas em pé e sentada. Fonte: ABNT NBR 9050:2004. p. 14.

70 • Exemplo de estatura mediana em relação ao artefato.

72 • Cone visual para movimento da cabeça. Fonte: ABNT NBR 9050:2004. p. 14.

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73 • Cone visual para pessoa em pé. Fonte: ABNT NBR 9050:2004. p. 15.

74 • Cone visual para pessoa em cadeira de rodas. Fonte: ABNT NBR 9050:2004. p. 16.

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Através dessas representações visuais, é possível estabelecer o quanto que as dimensões do artefato pode influenciar tanto positivamente, quanto negativamente, um usuário. A importância e o cuidado com esses detalhes é crucial na fase de concepção de um projeto de sinalização.

75 • Representação de cone visual para pessoa em pé.

76 • Representação de cone visual para pessoa em cadeira de rodas.

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Conclui-se que, à uma distância de 0,75 centímetros estabelecida para o projeto, as representações de cones visuais beneficiam mais as pessoas em pé por seu limite visual englobar totalmente o artefato. No entanto, para as pessoas em cadeira de rodas, o mesmo consegue visualizar o projeto explorando o seu limite visual. Sua totalidade de visualização ocorre através de uma distância maior, no caso 100 centímetros, aumentando, também, a sua legibilidade. 4.3.3 Iluminação urbana De modo a não interferir nos suportes de sinalização, nem nos materiais a serem utilizados neste sistema, contempla-se um sistema de iluminação urbana com lâmpadas de LED e refletores embutidos na calçada, posicionados em frente ao artefato. Assim, não ocorre obstrução na estrutura pensada para o projeto, nem na forma em que o pedestre se relacionará com o mesmo. 78 • Exemplo de iluminação por LED.

77 • Exemplo de iluminação por LED.

79 • Exemplo de iluminação por LED.

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80 • Representação de iluminação LED pensada para o artefato.

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4.3.4 Materiais Como sugestão para os materiais a serem utilizados no projeto, os mesmos se dividem em quatro grupos. Para o suporte principal das placas, o ferro fundido seria o mais indicado por permitir maior maleabilidade em relação aos ornamentos contidos no artefato, além de ser um tipo de material robusto para esta função. O mesmo, sob o aspecto histórico, já era amplamente utilizado em ruas e vielas do Rio Antigo.

Com relação ao material para as placas do artefato, também como sugestão, é a adoção de materiais recicláveis. Iniciado na cidade de São Paulo, e posteriormente seguido pela cidade do Rio de Janeiro, atualmente existe a utilização de placas produzidas inteiramente a partir de material reciclável. Estas são confeccionadas através do reaproveitamento de garrafas PET descartáveis despejadas diariamente. Além de ecologicamente corretas, estas são placas que também têm o objetivo combater o furto, visto que o número de roubo à placas de alumínio – utilizado para a revenda do metal – é grande.

82 • Representação gráfica das sugestões de materiais. 81 • AVENIDA Central, Rio de Janeiro. [s.n.], [191-?].

Entretanto, visando a conscientização ambiental, movimento cada vez mais em voga na sociedade atual, o material sugerido para utilização de suporte é o ferro reciclado. Além de possuir a mesma maleabilidade e rebustez citados anteriomente, o mesmo colabora com o meio ambiente (não voltando para a natureza, poluindo o mesmo), e acaba por ser uma economia para quem produz este tipo de material. Além disso, este também é um processo histórico visto que os soldados romanos recolhiam as espadas, para serem refundidas e repostas para os próximos combates.

Outra a sugestão de material está no acrílico reciclável, servindo de proteção às placas de sinalização. Além de estar de acordo com questões ambientais, este é um material mais barato e tem o mesmo acabamento e transparência que o acrílico convencional. Finalizando as sugestões de materiais, o processo de impressão recomendável de todas as informações contidas no artefato seria a Serigrafia. Embora o uso de cores seja relativamente limitado, esta é uma técnica ao qual possui maior flexibilidade de produção em diversos meios, alta qualidade na impressão, além da versatilidade – tendo a possibilidade de processo manual e/ou industrial. 84


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Outra a sugestão de material está no acrílico reciclável, servindo de proteção às placas de sinalização. Além de estar de acordo com questões ambientais, este é um material mais barato e tem o mesmo acabamento e transparência que o acrílico convencional. Finalizando as sugestões de materiais, o processo de impressão recomendável de todas as informações contidas no artefato seria a Serigrafia. Embora o uso de cores seja relativamente limitado, esta é uma técnica ao qual possui maior flexibilidade de produção em diversos meios, alta qualidade na impressão, além da versatilidade – tendo a possibilidade de processo manual e/ou industrial.

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4.4 Aplicações

83 • Aplicação diurna do artefato.

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84 • Aplicação noturna do artefato.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Considerações Finais

E

ste trabalho procurou conceituar e demonstrar a necessidade de uma proposta de sinalização em que o pedestre possa usufruir de forma plena no seu dia-a-dia. Tal proposta visou sempre respeitar os preceitos de design vinculados à área de sinalização, como também respeitar a cultura e a história do Rio de Janeiro, em especial a região do centro. O desejo de renovação é uma característica bastante presente em grandes cidades do mundo atual. Atender a anseios no mobiliário urbano é sempre um grande desafio a ser trabalhado. Desafio este ao qual pudesse ser trabalhado de acordo com o que estava sendo proposto. Em nossa visão inicial sobre o tema, o trabalho se encontrava bem esclarecido: identificar o problema e trabalhar em cima desta busca por renovação. No entanto, a medida em que novos desdobramentos e orientações surgiam, novos desafios foram se formando, estruturando assim soluções mais adequadas ao conceito trabalhado. Como um todo, este estudo ocorreu de forma bastante sólida e construtiva, levantando questionamentos pertinentes em relação ao sistema de sinalização vigente. Para os autores, a jornada de aprendizado de um projeto amplo como este foi primorosa. Aprendemos que todas as etapas estabelecidas precisam ter a sua devida dedicação e, principalmente, serem respeitadas em sua ordem. Pensar em cada aspecto, com embasamento completo de ideias torna o projeto muito mais robusto. Neste período de pesquisa, coleta e análise de dados, embasamento e desenvolvimento de ideias, o foco principal estava voltado na busca pela adequação de um artefato próximo de uma realidade de implementação. Entretanto, é preciso reforçar que a ênfase do mesmo está no exercíco de design proporcionado, ou seja, está em seu potencial visual de sinalização, e não no desenvolvimento do design de produto, assim como o seu estudo de viabilidade. Por ser um Trabalho de Conclusão de Curso, o tempo para esse estudo específico seria inviável. Conclui-se que, em possíveis desdobramentos que possam ser adotados para a cidade do Rio de Janeiro, a utilização do passado deve servir como princípio de valorização para trabalhos futuros.

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Referências Bibliográficas SILVA, Gilda Olinto do Valle. Capital Cultural, Classe e Gênero em Bourdieu. 1995. 36p. Tese (Pós-Graduação em Ciência da Informação) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1995. Disponível em: <http://repositorio.ibict.br/bitstream/123456789/215/1/ OlintoSilvaINFORMAREv1n2.pdf>. Acesso em: 14 abr. 2014. PINHEIRO, Manoel Carlos; JÚNIOR, Renato Fialho. Pereira Passos: vida e obra. [s.l., s.n., ago. 2006]. 16p. Disponível em: <http://portalgeo.rio. rj.gov.br/estudoscariocas/download/2376_Pereira%20Passos%20 vida%20e%20obra.pdf>. Acesso em: 14 abr. 2014. RUCHAUD, Guilherme. A reforma urbana de Pereira Passos no Rio de Janeiro. [s.l., s.n., 28 set. 2011]. Disponível em: <http:// portalarquitetonico.com.br/a-reforma-urbana-de-pereira-passos-norio-de-janeiro/>. Acesso em: 14 abr. 2014. MINISTÈRE DE LA CULTURE ET DE LA COMMUNICATION. Monuments historiques. [s.l., s.n., s.d.]. Disponível em:: <http://www.culture.gouv. fr/public/mistral/merimee_fr?ACTION=CHERCHER&FIELD_1=REF&VALUE_1=PA00086024>. Acesso em: 14 abr. 2014. LUSTOSA, Isabel. As trapaças da sorte: Ensaios de história política e de história cultural. Minas Gerais: Editora UFMG, 2004. 314p. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=M1OtgE0EGaIC&pg=PA194&lpg=PA194&dq=rua+vivienne+paris+hist%C3%B3ria+rua+do+ouvidor&source=bl&ots=DZzIIKbuZQ&sig=aEzK1nBfyPJDsw5_ azok8Hed4Dk&hl=pt-BR&sa=X&ei=BC5PU8j9MKu60AHuy4EY&ved=0CD0Q6AEwAA#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 14 abr. 2014.

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