A Maturidade da liberdade criativa na prática jornalística
O
sonho de infância de Gleide Correa era ser professora. No período em que tinha os seus 18, 19 anos, o Jornalismo sequer aparecia como possibilidade pra seguir como profissão. Entre o sonho e a realização de ser
educadora infantil, 1985, e o término do curso de Comunicação Social: Jornalismo do Centro Universitário de Uberlândia (UNITRI), em 2004, há uma distância de duas décadas. É neste intervalo que o sonho de educadora se dissipa ao ponto de que a narrativa da memória no presente a considere como uma outra vida vivida, distante da atuação como editora de redação do Jornal Correio de Uberlândia. O relato de Gleide Correa nos permite revisitar o conceito de alternação biográfica empregado pelo sociólogo José de Souza Martins 2. O próprio sujeito, ao analisar a história vivida do passado, sente tamanha distância em relação ao presente, que o recoloca como uma outra vida. É preciso ter cuidado ao considerar o tema de alternação biográfica para compreender a narrativa de Gleide Corrêa. Primeiro porque embora a própria entrevistada demonstre esse distanciamento de sentido da realidade, temos de considerar essa alternação como elemento analítico, para entender inclusive determinadas avaliações que percorre as preocupações da entrevistada. Segundo, porque a distância 2 Martins, José de Souza. A aparição do demônio na fábrica: origens sociais do Eu dividido no subúrbio operário. São Paulo: Ed. 34, 2008.