Senso incomum

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JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO UFU ● ANO 01 ● Nº 01 ● FEV ‐ MAR/2011

Elisa Chueiri

Por todas as vidas

Trote solidário é forma de incentivar doação de sangue durante a recepção dos calouros CIÊNCIA: Pesquisa de Índices de Preços auxilia consumidores • Alunos bolsistas contribuem para divulgação da produção científica à comunidade ATUALIDADES: Primeiro centro de halterofilismo paraolímpico do Brasil é inaugurado na Educa • Ex‐alunos da UFU procuram segunda graduação CULTURA: Entenda como são organizadas as festas nos Centros de Convivência • Conheça oito principais lugares do roteiro cultural uberlandense


Editorial

Bazinga!

Novas escolhas, novas oportunidades Decidir-se por um curso pode ser muito difícil e, às vezes, ao sair da universidade, o recém-formado pode se arrepender de sua decisão. Outras vezes, há a dúvida entre seguir no meio acadêmico ou se inserir no mercado. A insatisfação com a primeira escolha, o desejo de conhecer algo que não foi abordado na primeira formação, a falta de oportunidades de trabalho e a busca por um currículo diferenciado podem levar um diplomado a fazer uma segunda graduação. A afinidade com a área é muito importante para o desempenho profissional. Ao ingressar na faculdade, muitos estudantes ficam inseguros em relação à profissão escolhida. Se não houve identificação com o primeiro curso, o sucesso na carreira não é tão compensador como quando se busca algo com o qual se identifica. Escolhendo uma nova formação, a pessoa consegue ser mais produtiva e desenvolve melhor suas habilidades. Entretanto, fazer graduações em áreas muito distintas faz com que o profissional se depare com vários caminhos a seguir e não consiga desenvolver um conhecimento específico em nenhum deles. Além disso, conciliar as atividades do curso com outra profissão, no caso de quem trabalha, se torna complicado, já que a pessoa não consegue destinar seu tempo exclusivamente às tarefas acadêmicas. A mesma dificuldade ocorre para quem precisa se dedicar à família. Outro aspecto negativo, é que o estudante precisará recoCASOS E ACASOS

Autista virtual

Stella Vieira

meçar, prestando um novo vestibular ou participando de processos seletivos destinados a quem já possui Ensino Superior, a espera de vagas remanescentes. Se, por um lado, existem essas dificuldades, por outro, a vivência do primeiro curso colabora positivamente para a segunda graduação. O convívio com pessoas mais jovens na sala de aula contribui para uma troca de experiências e ajuda o estudante a se manter atualizado. O universitário já está familiarizado com o Ensino Superior, sabe discernir o que é mais importante e administra melhor o seu tempo. Sua determinação e maturidade propiciam um melhor aproveitamento do curso. Além disso, o estudante consegue ampliar sua rede de contatos e estabelecer relações entre o conteúdo das duas formações, desenvolvendo uma nova perspectiva. Mesmo com empecilhos, vale destacar que o aumento da bagagem de conhecimento e a abertura de novos horizontes tornam uma segunda graduação válida e necessária, como relatam Camila Borges e Tarcílio Nunes, entrevistados pelo Jornal Senso (in)comum na matéria “Diplomados cursam segunda graduação”. Com a competitividade no mercado, o profissional que Nessa edição, o Senso (in)comum selecionou alguns vídeos engraçados e curiosos, que rece‐ possui esse diferencial é mais reconhecido. Afi- beram muitas visualizações em 2010. Caso você já tenha visto, vale a pena rever. Se não, ano‐ nal, ele não vai exercer somente o que viu nos te logo os links, chame seus amigos e boa diversão! bancos da faculdade. É preciso ir além e ter sem- Cavalo Power Stalking Cat pre consigo o desejo de aprender. http://migre.me/2GLxn http://migre.me/2GJU2 Veja até onde podem chegar as habilidades de Dizem que a curiosidade matou o gato. Nesse um cavalo durante uma apresentação. caso, ele não morre, mas leva um grande susto.

Caiu na rede

David no dentista http://migre.me/2GF7I

David, de 7 anos, é filmado pelo pai logo após ir Se essas crianças conseguem resistir ao marshao dentista, ainda sob os efeitos dos analgésicos. mallow, por que você não consegue seguir em frente com sua dieta? professora indicou. E eu nem costumava faltar às de sangue não dói nada Doação aulas. Mas logo veio a explicação: Não fecha a porta, tá? Tranquilo? –É um e-book. A professora mandou o http://migre.me/2GGst arquivo em pdfpara o e-mail da turma. Você não No início do ano, muitos calouros participam de http://migre.me/2GFTA trotes solidários. Está aí um incentivo para quem Isabela, de 2 anos, tenta entrar em um acordo viu? pensa em participar de um. –Nem sei a senha desses e-mail! com o pai para que ele não feche a porta. Eu até gosto de e-mail. Confiro minha caixa de entrada diariamente, envio mensagens Scriptease #25 ‐ Os quatro acordes! Hey Jude quando necessárias... Entro no MSN de vez em http://migre.me/2GKjs http://migre.me/2GLaY quando, sempre invisível. Mas não gosto de De Uberlândia para o Brasil, o vídeo mostra que Garoto canta o grande sucesso dos Beatles sem redes sociais. Quer dizer, gosto de redes sociais, com quatro acordes você pode fazer um sucesso. desafinar. mas as reais, não as virtuais. Prefiro as conversas . em que se pode olhar nos olhos, sentir o cheiro Os Barbixas ‐ Improvável ‐ Troca O amor é lindo. Menina de 4 anos do perfume novo, compartilhar não só o tempo, (Bruno Motta e Andrei Moscheto) apaixonada mas também o espaço. E na faculdade, não http://migre.me/2GNu0 http://migre.me/2GG23 acompanhei quando trocamos as orientações na É difícil escolher somente um vídeo, mas o jogo O amor é para todos, sem distinção de sexo, classala de aula pela pedagogia virtual. se social e, principalmente, de idade. Perdi-me nessa nostalgia, tentando do ‘Troca’ é um dos mais divertidos. encontrar meu lugar na contemporaneidade, ciência quando a professora chamou meu nome. Num Editor-chefe: Eric Dayson/ Editoras de gesto automático, dirigi-me para frente, onde e Arte: Paula Arantes e Tatiana Fotografia meus colegas apresentaram seus trabalhos. Veio Oliveira/ Sub-editores: Diélen Borges, Felipe a pergunta daquela que daria as notas: Saldanha, Gabrielle Silva, Laís Castro, Lucas Alfredo Julio Fernandes Neto/ Diretora Reitor: –Querida, você ficou sem grupo? Jerônimo, Mariana Lima e Vítor Ferolla. da FACED: Mara Rúbia Alves Marques/ –É que... Coordenadora do curso de Jornalismo: Adriana –Tudo bem! – ela me cortou antes que eu pudesse me explicar – Não tem problema, Omena/ Professoras responsáveis: Ana Spannenberg, Mirna Tonus, Mônica Nunes e cultura vamos resolver isso agora. Ser um aluno relativamente responsável Sandra Garcia/ Diagramação: Elisa Chueiri e Editora-chefe: Natália Santos/ Editora de me dava privilégios de vez em quando. Mas logo Ricardo Ferreira de Carvalho/ Edição de capa: Fotografia e Arte: Paula Graziela/ Sub-editores: Elisa Chueiri/ Edição de opinião: Mayra Adriano Cardoso, Anna Paula Castro, Carolina foi proferida a pena: Tomaz, Karine Albuquerque, Lucas Bonon, –Como você assistiu aos trabalhos dos Cabrera e Dayane Nogueira. Luiz Fernando Motta, Marina Luísa, Raíssa seus colegas, faça uma crônica sobre tudo o que Caixeta e Talita Martins. atualidades você viu. – Ótimo! – eu respondi, pois poderia Editor-chefe: Aline de Sá/ Editora de Fotografia salvar meus 50 pontos com uma atividade e Arte: Stella Vieira / Sub-editores Arthur Tiragem: 2000 exemplares / Impressão: ImFranco, Cindhi Belafonte, Melina Paixão, prensa Universitária - Gráfica UFU / E-mail: simples. – E posta no blog na turma – sentenciou Natália Faria, Suzana Arantes, Victor Maciel e sensoincomumufu@yahoo.com.br/ Telefone: (34) 3239-4163 Victor Masson. a professora. Diélen Borges

Cheguei à universidade bem na hora da aula começar, mas não tinha ninguém na sala. O secretário do curso me informou que a aula seria no anfiteatro e eu corri para lá. Mal entrei, vi que a professora dava explicações à frente, enquanto os alunos compunham a plateia. Perguntei cochichando aos que se sentavam mais atrás como todos sabiam que a aula seria no anfiteatro. –Tava no Twitter desde cedo! – respondeu uma das meninas com aquele típico “cochicho gritado”. Como eu não tenho Twitter, não fiquei sabendo. Quando a professora disse que o primeiro grupo poderia subir ao palco para a apresentação do seminário, quase tive uma síncope. –Que trabalho? – cochichei de novo, como um aluno irresponsável. –Uai, aquele de 50 pontos que está no Moodle! –No Moodle? Ninguém usa o Moodle! –No semestre passado, ninguém usava. O fato é que havia uma apresentação de seminário naquele momento, valendo metade da nota do semestre, e eu acabava de descobrir. Perguntei às meninas com que eu costumava fazer trabalhos em grupo porque elas não haviam me dito nada e uma esclareceu: –O pessoal começou a montar os grupos no Orkut, aí a gente fez assim também. –Fizemos correndo hoje de manhã pelo MSN! – completou outra – Como você não estava online... Percebi que todos os alunos faziam referência a um texto que eu jamais tinha lido. Mas aquilo era estranho, porque eu tinha xerocado todos os textos da pasta da disciplina e ainda peguei na biblioteca um livro que a

Kids and the Marshmallow test http://migre.me/2GH2K

Expediente


ACONTECE

Estoque do HRU necessita de reposição Trabalhos de conscientização são intensificados devido à falta de doadores Eric Dayson

Sangue é um remédio diferente dos outros: não se fabrica em laboratórios, não se compra em farmácia - somente pode ser obtido por meio de doação de um ser humano a outro. Segundo Marlene Saito, assistente administrativa do Hemocentro Regional de Uberlândia (HRU), para ter sangue em estoque é preciso tocar a sensibilidade e a solidariedade humanas. O HRU registrou no último semestre, uma queda de até 10% no número de doadores, principalmente dos que pertencem ao grupo O. Com os estoques abaixo do ideal, o atendimento a pacientes de Uberlândia e região com queimaduras, em cirurgias ou que necessitam de transfusões frequentes fica comprometido. Uma iniciativa para aumentar o estoque do banco de sangue do HRU é a dos alunos da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com destaque para os integrantes do D. A da Engenharia Elétrica, que optaram por substituir o “trote” tradicional de recepção aos calouros, pelo trote solidário. Para Rafaela Nunes, estudante de Design de Interiores, o trote solidário reduz a violência contra as pessoas que ingressam na universidade e, ao mesmo tempo, representa um ato de cidadania e de compaixão pelo próximo. No entanto, na última campanha realizada pelos universitários, o número de alunos que compareceram ao Hemocentro ficou aquém do esperado. “Em relação à quantidade de estudan-

Elisa Chueiri

Sala de captação do Hemocentro Regional de Uberlândia aguarda mais voluntários

tes dentro da UFU, esse número ainda é pequeno”, afirma Marlene. Para ela, deve existir um trabalho de conscientização, voltado para os estudantes, com o objetivo de elevar o estoque de sangue do HRU, pois a demanda é contínua, independente de feriados ou datas comemorativas. Buscando a intensificação de doações, o HRU promove campanhas na televisão e em boletins informativos de empresas privadas. Inclusive,

é feito um apelo para os próprios doadores no intuito de pedirem apoio aos membros de suas famílias para que estes também possam contribuir com a instituição.

Doador do futuro O Hemocentro realiza um projeto com crianças de várias escolas, principalmente do ensino fundamental e médio, sensibilizando-as para a importância de se doar sangue. O objetivo da

ação é integrar alunos, professores e funcionários a um problema que é de responsabilidade social. Através dessa conscientização, as crianças podem divulgar o compromisso da doação de sangue junto aos pais ou responsáveis, atuando como agentes multiplicadores de informações corretas a respeito dessa ação. De acordo com Ludmilla Guimarães, funcionária da instituição, ainda há receios no que diz respeito ao ato de doar, determinado por uma questão cultural. As doações para o podem ser realizadas na hora do comparecimento, agendadas com antecedência, através do telefone (34) 3222-8801, ou pela internet. As coletas são realizadas de segunda à sexta das 7h às 17h30 e no último sábado de cada mês das 7h às 11h30, na Avenida Levindo de Souza, 1845, bairro Umuarama. O candidato a doador precisa ter no mínimo 18 anos e no máximo 65, pesar mais de 50 quilos e portar um documento oficial com foto. Porém, segundo Ludmilla devido a uma determinação do Ministério da Saúde, os homossexuais ainda permanecem impossibilitados de realizarem doações. O motivo alegado pelo Ministério é “não por eles pertencerem a um grupo de risco, mas por terem um comportamento de risco”, completa Ludmilla. Antes da coleta, o candidato passa por triagem clínica e só doa sangue se estiver em boas condições de saúde.

Moradias em construção

UFU sedia centro paraolímpico

Habitações beneficiarão 154 estudantes

Projeto para halterofilistas é único no Brasil

Karine Albuquerque

O projeto tem custo estimado de R$10 milhões e previsão de entrega para 2011

A construção de moradias estudantis, aprovada pelo Conselho Universitário (Consun), em julho de 2009, tem previsão de entrega em junho de 2011. As moradias estão sendo feitas na Rua Venezuela, no bairro Tibery próximo ao parque do Sabiá, área igualmente próximas a todas as unidades da UFU. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) foi um dos principais responsáveis pela conquista da concessão do projeto de habitações estudantis na universidade. “O pessoal do DCE no ano passado ocupou a sala do conselho, porque o reitor queria trocar as moradias por bolsas moradias por pouco mais de 100 reais, o que não dá pra pagar nada”, afirma a estudante Camila Souza, participante do diretório. Após a aprovação do projeto, a Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis (PROEX), a administração universitária, os conselhos superiores e os próprios estudantes defini-

Karine Albuquerque

Natália Santos

ram as características das instalações a serem construídas. Participantes do DCE conheceram algumas moradias estudantis do Brasil para decidirem como seria a melhor forma para os alojamentos da UFU. Apesar das construções terem sido liberadas, a contratação da empresa só foi feita em dezembro de 2009. “O Projeto foi paralisado porque a construtora que venceu abandonou as obras, mas logo solicitamos a empresa que ficou em segundo lugar e atualmente o projeto está em andamento”, afirma o prefeito de campus Renato Alves Pereira.

O primeiro Centro de Treinamento de outros, específicos para modalidade de levantaHalterofilismo Paraolímpico do Brasil foi inaugu- mento de pesos para atletas paraolímpicos – halrado em outubro do ano passado, na UFU. A terofilismo. “A modernidade dos novos construção do Centro faz parte de um projeto rea- aparelhos proporcionará mais qualidade e facililizado em parceria com o Comitê Paraolímpico dade de manejo” disse. Brasileiro (CPB) e a Fundação Uberlandense de Turismo, Esporte e Lazer (Futel). O espaço funci- Extensão acadêmica ona junto a Academia Universitária do Campus Para Marcel Zanata Júnior, recém Educação Física, onde são desenvolvidos proje- formado no curso de Educação Física, ter o Centos para membros da tro de Treinamento no terceira idade, e pessoCampus é uma grande as com deficiência. “Uberlândia é um centro de referência no oportunidade de cresSegundo acadêmico, esporte paraolímpico no Brasil, por isso o cimento Alberto Martins, Pró- Comitê Paraolímpico Brasileiro resolveu técnico e humano para Reitor de Extensão da os alunos. Além disso, investir e confiar na UFU” UFU, a escolha da o compartilhamento Alberto Martins universidade para do espaço possibilitará receber o primeiro ainda a interação entre Centro de Treinamento de Halterofilismo os discentes e os atletas. Paraolímpico do país foi feita porque “Uberlândia De acordo com Martins, serão abertos é um centro de referência no esporte editais de estágio para os alunos de graduação em paraolímpico no Brasil por isso, o Comitê Educação Física e Fisioterapia, que poderão moParaolímpico Brasileiro resolveu investir e nitorar e acompanhar os treinos de diversas equiconfiar na UFU”. pes de halterofilismo paraolímpico, inclusive da O principal objetivo do local é disponibili- Seleção Brasileira. zar uma estrutura física adequada que atenda tanto as necessidades dos universitários que freqüentam a academia, quanto as dos atletas pa- Informações na DIESU raolímpicos. End: Rua Benjamim Constant, nº 1286 Paulo Pedro Silva, funcionário da AcadeBairro Aparecida mia Universitária há 30 anos, afirmou que, além Campus Educação Física – UFU da reforma geral na academia para a implantação Fone: (34) 3218-2959 efetiva do Centro, pode-se destacar a troca dos aparelhos antigos e o recebimento de doações de

Instalações físicas De acordo com os arquitetos responsáveis pelo projeto, Elaine Saraiva e Leonor Tavolucci, 154 alunos serão beneficiados. Cada apartamento terá 88 metros quadrados, conterá três quartos, um banheiro, sala e cozinha e será ocupado por no máximo seis pessoas. As habitações serão divididas em duas alas, sendo uma feminina e uma masculina e serão equipadas com um computador com internet e escrivaninhas de estudo. O prédio terá ainda um salão de jogos para uso comum dos moradores. O custo previsto para este projeto é de 10 milhões de reais. Após sua finalização, será estudada a taxa cobrada aos alunos beneficiados com a moradia. Aqueles que provarem não ter condições financeiras de pagar pelo beneficio estarão isentos parcial ou integralmente do pagamento.


MUNDO UNIVERSITÁRIO

Diplomados cursam segunda graduação UFU tem 374 egressos fazendo mais um curso superior Diélen Borges

Em geral, de posse do diploma, os recémformados desejam ir para o mercado de trabalho ou prosseguir na carreira acadêmica, especializando-se em pós-graduações. Porém, há quem se arrependa da primeira escolha profissional ou deseje se aprofundar em mais de uma área. Estes anseios conduzem a um novo curso universitário. Atualmente, 374 bacharéis e licenciados pela UFU fazem o segundo curso na instituição. A diretora de ensino da Pró-reitoria de Graduação, Camila Lima Coimbra, percebe que, entre os egressos que voltam à universidade, há um desejo de alcançar algo que não foi contemplado na primeira formação. Ela ressalta que o aluno mais experiente tem outra perspectiva, devido ao amadurecimento, e a segunda graduação vem a ser "uma abertura de olhares e possibilidades”. Para a psicóloga Gleydis Aparecida Vieira, que trabalha em um instituto de desenvolvimento profissional, a recepção do mercado de trabalho aos alunos com dois diplomas em áreas afins tende a ser positiva. “Isso demonstra que é uma pessoa que está buscando melhorar sua formação”, opina. Os interessados em cursar outra graduação podem participar do vestibular ou da seleção exclusiva para portadores de diploma. Na UFU,

as vagas destinadas aos diplomados são as remanescentes do Processo Seletivo Semestral e do Programa de Ação Afirmativa de Ingresso no Ensino Superior (PAAES). É necessário que o candidato seja graduado há menos de dez anos em área afim ao curso pretendido. De contadora a jurista Camila dos Reis Borges, 26 anos, concluiu Ciências Contábeis em 2006 e começou Direito em 2008. A escolha inicial, aos 17 anos, foi baseada na empregabilidade da profissão de contador. A volta à universidade partiu do interesse em estudar temas jurídicos com profundidade, Diélen Borges

Camila pretende seguir carreira pública na área jurídica

Assistência busca autonomia

tanto por gosto, quanto pelos planos de seguir carreira pública. A contadora exerceu a atividade desde o início do primeiro curso até maio de 2010, mas agora se dedica apenas ao Direito. “Como eu já era formada em Ciências Contábeis, era cobrada como uma profissional, não como uma estagiária. Em contrapartida, o curso de Direito exige muito, a carga de leitura é grande e ainda tem aula aos sábados. Então, sobra pouco tempo para estudar”, explica. Apesar desses problemas, Camila conta que seu aproveitamento na segunda graduação é bem maior: “com a maturidade, você começa a reconhecer aquilo que realmente é importante.” A estudante se aproximou mais dos colegas da sua idade e que também já haviam concluído outro curso superior, por terem facilidade para estudar e trabalhar juntos. Historiador e contador Tarcílio Divino Nunes, 25 anos, fez o caminho inverso ao de Camila: o primeiro curso por gosto e o segundo, pelas oportunidades profissionais. Ele concluiu a Licenciatura em História em 2009 e, no mesmo ano, foi aprovado no vestibular para Ciências Contábeis.

Diélen Borges

Tarcílio se considera um aluno mais maduro

O professor conta que aproveitou bastante o primeiro curso – fez estágio, monitoria, dois anos de iniciação científica e começou a dar aula logo no início da graduação. “Eu tinha um pouquinho de tempo a mais, coisa que eu não tenho agora”, conta. Atualmente, Nunes exerce a profissão para a qual é diplomado: trabalha como professor de História em um colégio particular. Para conseguir cumprir seus compromissos profissionais, ele tem feito apenas algumas disciplinas, priorizando o que considera mais relevante a médio e longo prazo. Ele considera que a maturidade e a objetividade são suas vantagens na segunda graduação: “a aula é apenas um suporte para você buscar outras coisas fora de sala”.

Intercâmbio para o Oriente

Núcleo jurídico pretende ampliar suas áreas UFU assina convênio de mobilidade com a de atuação China Eric Dayson Eric Dayson

Rebecca Paradellas e Jamyle Resende desenvolvem seu trabalho no Núcleo

A Assistência Judiciária Gratuita, órgão ligado à Faculdade de Direito (FADIR) da UFU, existe, em termos institucionais, desde 1969. No entanto, desde o ano passado, foi colocada em pauta uma proposta de desvinculação da FADIR já no inicio de 2011. O objetivo da desvinculação é obter a autonomia financeira e administrativa do núcleo, inclusive, com a obrigatoriedade de criação de um Conselho de Administração em nível deliberativo. A coordenadora da Assistência, professora Neiva Flávia de Oliveira, juntamente do reitor, Alfredo Júlio Fernandes Neto, discutiram a proposta de mudança da Assistência para Assessoria Jurídica Popular. “A palavra assistência deriva de assistencialismo, que considera a pessoa não muito capaz. A figura de assessoria vem como assessoramento”, afirma ela. O indivíduo é capaz, porém ele desconhece seus direitos. “Isso significa várias modificações. Às vezes, a questão não é apenas ju-

rídica, mas pode haver uma interface psicológica”, conclui Neiva. O núcleo, atualmente, presta serviço nas áreas civil e criminal. Contudo, o projeto possui propostas de ampliação de atendimento para as áreas trabalhista, tributária, previdenciária e ações coletivas. A Assistência é composta por sete professores, 25 estagiários e quatro administradores. Os alunos do Direito que buscam no órgão uma oportunidade de estágio, fazem suas inscrições e passam por processo seletivo. A exigência mínima é que eles estejam cursando o 3º ano do curso. “Eles precisam cumprir 300 horas, e a partir de 2011 o estágio passará a ser obrigatório”, diz Robson Bertone, assistente administrativo. Marília Freitas, estagiária desde o início de 2010, trabalha na área civil. O seu contato com os clientes e os processos são acompanhados pelos profissionais do núcleo. “Nós recebemos orientação dos professores, fazemos pesquisas em livros e sites”, explica ela. Devido à ampliação das áreas, haverá uma preparação com alguns alunos. “Os estagiários mais antigos, selecionados internamente, irão atuar como monitores”, explica Jamyle Rezende, estudante do 3º ano, estagiária na área criminal. A partir deste ano, os atendimentos à sociedade serão intermediados por ONGs, associações ou pelo Ministério Público que farão a triagem das pessoas que solicitarem ajuda, e após avaliação e aprovação, elas serão encaminhados para a Assistência.

Tatiana Oliveira

Um edital de mobilidade acadêmica para a China será aberto em março de 2011 na UFU. O convênio foi assinado com três instituições Dalian Medical University, Dalian University of Technology e Heze University. Três outras universidades chinesas pretendem assinar: a Heze University of Medicine, East China University, e Xi'an Jiaotong University. Raquel Santini

Representantes da UFU com a Universidade de Heze durante a assinatura do acordo

Alfredo Júlio Fernandes Neto, reitor da UFU, esteve na China, para negociar com as universidades, no período de 4 a 17 de outubro de 2010. A oportunidade surgiu a partir da indicação de Uberlândia como cidade modelo de acessibilidade. Uberlândia acabou assinando com a cidade de Heze como cidades gêmeas e o reitor aproveitou a chance para tentar o convênio com as universidades da região. Com o fechamento do convênio, a proposta é a realização de atividades, como intercâmbio de estudantes, estagiários, professores e

técnicos administrativos, missões de ensino e pesquisa. Pretende-se, ainda, desenvolver pesquisas conjuntas, troca de documentações e de publicações científicas e técnicas, organização de colóquios, seminários ou reuniões de caráter científico, co-orientação de teses e participação em bancas examinadoras. Segundo Raquel Santini, assessora de Relações Internacionais e Interinstitucionais da UFU, a reitoria já planejava esse convênio há algum tempo devido a China ser um dos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), mas só agora surgiu a oportunidade. O acordo terá duração de cinco anos e todos os cursos poderão aproveitar a parceria. Somente a Dalian Medical University e a Heze University of Medicine serão exclusivamente para estudantes e professores do curso de Medicina.

Como concorrer à mobilidade?

O aluno já deve ter cursado pelo menos 50% do curso, apresentar histórico escolar, carta de motivação, plano de estudo, currículo, atividades em que está envolvido. Será levado em conta o envolvimento com o PET e toda a participação e interesse do aluno no curso. Também fará parte da avaliação uma entrevista e a prova de línguas. Nesta última, certamente não será exigido o mandarim escrito, mas o inglês, para que o candidato tenha uma capacidade mínima de se comunicar no país.


Projetos e monitorias abrem portas para alunos Bolsas de pesquisa, extensão e ensino criam oportunidades de aprendizado e renda Marina Luísa Tatiana Oliveira

A UFU é um centro de produção científica. Todo mês surgem projetos de pesquisa, que visam aumentar o conhecimento científico de alunos e professores e também o acervo de trabalhos disponíveis para a sociedade. Existem ainda os projetos de extensão, que promovem atividades com e para a comunidade, aumentando a interação de acadêmicos com os moradores de Uberlândia. Além de fomentar esse contato, os projetos, muitas vezes, oferecem bolsas para os alunos envolvidos.

Os editais dos processos de seleção são disponibilizados no site da UFU e trazem as informações para que os alunos e professores possam participar. O diretor de pesquisas José Magno Queiroz Luz diz que as dúvidas são frequentes, principalmente em relação à concessão das bolsas: “Algumas vezes os editais não são claros o suficiente e, às vezes, os alunos não leem as informações com a devida atenção”. Uma das dúvidas mais comuns entre os interessados em participar dos projetos, segundo Jo-

sé Magno, é sobre reprovações. Ele esclarece que o estudante pode ter tido até uma reprovação nos dois últimos semestres e que as anteriores não interferem. Já com relação aos projetos de extensão, as maiores dúvidas são sobre a seleção dos bolsistas e a renovação de bolsas. Roberto Faria de Souza, gerente da PROEX (Pró-Reitoria de Extensão), afirma que geralmente o projeto é aprovado e, dependendo do recurso viabilizado para o programa, são concedidas uma ou duas bolsas. A escolha do aluno bolsista pode ser feita pelo professor, antes de enviar o projeto para avaliação, ou depois da seleção do programa, pelo órgão que fornecerá a bolsa. Para Roberto Faria, “é fundamental que o projeto some no currículo acadêmico”. Adriana Cristina Omena dos Santos, coordenadora do curso de Comunicação Social – habilitação em Jornalismo e orientadora de projetos de pesquisa e de extensão fala sobre a função do professor orientador: “O orientador auxilia o aluno na produção das pesquisas, fornece material e esclarece dúvidas, além de promover o diálogo entre os envolvidos no projeto e verificar toda a produção”. Nos projetos de extensão, ele verifica também se as relações UFU/comunidade acontecem efetivamente, como previsto nos projetos. Os alunos que participam do Programa de Educação Tutorial (PET) desenvolvem, necessariamente, projetos de pesquisa, de extensão e de ensino. Vitor Bernardes Rufino Souza, aluno do quarto período de Letras, faz parte do programa há um ano e diz: “O crescimento, tanto acadêmico quanto pessoal, é muito grande”.

Além dos projetos de pesquisa e de extensão, existem as monitorias, que também oferecem bolsas. Para o processo de seleção, o aluno precisa ter feito a disciplina com bom aproveitamento. O monitor realiza um trabalho próximo ao professor, discute encaminhamentos e demandas da aula e sua função principal é auxiliar os alunos. Samuel Lacerda de Andrade, aluno do 6° período de Geografia, foi monitor no semestre passado e conta: “A monitoria contribuiu para revisar o conteúdo de uma matéria que tinha ficado defasada. A matéria era hidrografia e é uma área que eu penso em atuar”.

Avaliação Um dos quesitos avaliados no processo de seleção dos bolsistas de projetos é o CRA (Coeficiente de Rendimento Acadêmico). Esse quesito representa quatro pontos dos 20 distribuídos. É possível conseguir pontos em outros cinco: o projeto de pesquisa (cinco pontos), o plano de pesquisa do aluno (dois pontos), o currículo lattes do professor (seis pontos), o currículo lattes do aluno (dois pontos) e a titulação do professor (um ponto). O aluno que não consegue participar de um projeto como bolsista, mas obtém 50% desses pontos, é convidado a participar do PIAIC, que é um programa de apoio à iniciação científica, como voluntário. Essa participação conta no currículo do estudante e até auxilia depois na seleção para o PIBIC, o programa de bolsas.

HVU atende animais silvestres IG realiza projeto em Goiás Há mais de 20 anos, o LAPAS é espaço de pesquisa e prestação de serviço A região do Triângulo Mineiro, localizada no Cerrado, possui diversas espécies de animais silvestres. Para tratar dos que se encontram feridos e realizar pesquisas, a UFU possui o Laboratório de Ensino e Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS). Ele faz parte do Hospital Veterinário Universitário (HVU) e realiza atividades de extensão da Faculdade de Medicina Veterinária (FAMEV). O Laboratório propicia atividades de ensino e pesquisa. “Nas atividades de ensino, nós temos disciplinas tanto na graduação como na pós-graduação”, afirma André Luiz Quagliatto Santos, coordenador técnico do LAPAS. Sobre as atividades de pesquisa, ele diz que, há mais de 20 anos, o LAPAS está a frente de análises com animais e técnicas de exames laboratoriais. O órgão, associado ao HVU, participa de atendimentos clínicos realizados para a população. As araras, tucanos, tamanduás-bandeiras e jabutis atendidos pelo laboratório são recolhidos pelas autoridades ambientais, como o IBAMA, Polícia do Meio Ambiente e Corpo de Bombeiros. Muitos deles são encontrados em áreas urbanas ou atropelados em rodovias. Os estagiários que fazem parte dessas ações, segundo a residente na área de silvestres, Heloísa Castro, amplificam suas áreas de conhecimento. “O estágio é uma ótima oportunidade de

Pesquisa visa a prevenir doenças transmitidas por mosquitos

Dayane Nogueira

Suzana Arantes

começar a desenvolver as atividades da futura profissão”, conclui. O espaço também abriga animais vindos da população, sejam eles doados ou abandonados. Além disso, o Laboratório atende cidades próximas de Uberlândia, num raio de 200 km. De acordo com a Diretoria de Comunicação (DIRCO) da UFU, os animais silvestres ocupam a segunda colocação no atendimento do Hospital Veterinário, atrás apenas dos cães. Depois do tratamento, o animal que possui dono é devolvido. Quando eles vêm da natureza, seu destino é decidido pelo IBAMA e, frequentemente, são levados para seu habitat natural, desde que estejam em condições de ser solto. Caso não seja possível, eles são encaminhados para zoológicos ou abrigos.

O Laboratório de Geografia Médica e Vi- tuto, ressalta a importância da realização desses gilância Ambiental em Saúde, do Instituto de Ge- estudos: “o monitoramento de mosquitos de risografia (IG) da UFU desenvolve o Projeto Serra cos à saúde humana e animal, diante das espécies do Facão, no município de Catalão, estado de que se tornam abundante no novo ambiente, é Goiás. O objetivo é realizar o monitoramento de de grande relevância para a comunidade e região mosquitos transmissores de doenças nas áreas desse local”. próximas à Usina Hidrelétrica Serra do Facão Segundo Mendes, foi feito uma visita a (UHSF). O acompanhacampo antes do enchimento mento tem seu foco nas do- “O trabalho que nós fazemos é do lago para se ter uma dienças transmitidas por capturar esses mosquitos, trazer mensão das famílias que foinsetos em áreas de grandes para o laboratório e identificar ram afetadas pela construção, “desequilíbrios geográficos”. a fim de saber dos moradores qual o gênero, a espécie e a da região se houve diminuifamília desses insetos”. “A inundação da ção dos mosquitos com doenPaulo Cezar Mendes área da UHSF é um exemças epidemiológicas. Outra plo desses ‘desequilíbrios’ e representa a possibili- etapa de questionários será aplicada com as famídade do surgimento de novos criadouros para lias do local. grupos de insetos epidemiológicos”, explica PauO papel da universidade é fazer o levanlo Cezar Mendes, coordenador técnico responsá- tamento de informações referentes aos vetores e vel pelos grupos que vão a campo coletar esse encaminhar estes dados para a empresa responmaterial. Os mosquitos são responsáveis por do- sável pelo empreendimento. No caso da Usina, a enças como a Leishmaniose, a febre amarela e a empresa sulista Boechat foi a contratada para a doença de chagas. execução, controle e extermínio desses insetos. A área de pesquisa abrange a região da ba- Além do monitoramento dos vetores, outros cia do rio São Marcos. Mendes afirma que o mo- projetos são desenvolvidos pela prefeitura de Canitoramento foi feito antes e após o enchimento talão e cidades vizinhas, como pesquisas sociodo lago da Hidrelétrica, a fim de verificar a varia- ambientais com a finalidade de reduzir o ção da quantidade de insetos. impacto da hidrelétrica na vida da população Júlia Araújo, técnica em Biologia do Insti- local e no ecossistema dessas áreas de influência.

Dayane Nogueira

Onça em tratameto no LAPAS


Estante de ideias

INTERESSE PÚBLICO

CEPES realiza pesquisas de mercado Centro coleta e analisa preços para auxiliar consumidores uberlandenses

Diélen Borges e Laís Castro

Destino do lixo Aline de Sá

Fazer compras nem sempre é uma tarefa fácil. Pesquisar preços, ir a casas comerciais ou, em alguns casos, comprar o produto na primeira loja que entrar, mesmo que nela o item esteja mais caro. Embora pouco conhecida, a UFU abriga uma organização cujo trabalho é comparar e analisar preços: o Centro de Pesquisas Econômico-Sociais (CEPES), órgão complementar do Instituto de Economia. O objetivo do CEPES é a promulgação Aline de Sá

Gêneros alimentícios estão entre itens analisados

do conhecimento da realidade econômica do Triangulo Mineiro e Alto Paranaíba. Atuando, inicialmente, no município de Uberlândia e vinculado à reitoria, o centro foi criado no ano de 1977. Ele reunia um grupo de especialistas da

área para criar um banco de dados sobre a região. pesquiso muito, mas se existisse alguém que fiApós o período militar, o centro foi integrado ao zesse isso por mim e com freqüência, facilitaria bastante”, diz. Instituto de Economia. Para o coordenador Barros, a maior difiAs atividades se baseiam no cálculo e divulgação do Índice de Preços ao Consumidor culdade enfrentada pelo CEPES é a escassez de (IPC), por exemplo, cesta de consumo familiar, alunos bolsistas e funcionários. “Algumas pessoas salário mínimo necessário, elaboração e divulga- dizem que o quadro de funcionários é grande. ção de outros indicadoRealmente. Mas é pouco res sócio-econômicos, “O crescimento da cidade levou a pró‐ para o potencial desse realização de atividades pria sociedade a querer ter mais infor‐ trabalho”, argumenta. Ele mações sobre ela.” de pesquisa e extensão e também acentua a difiHenrique Barros suporte às atividades do culdade e excesso de buInstituto de Economia. rocracia para conseguir Além disso, oferece atendimento às demandas da recursos e espera que, nos próximos anos, a instisociedade e de outros órgãos da UFU, no que se tuição receba mais verbas das instâncias superiorefere a informações de natureza sócio-econômi- res da universidade. ca. Segundo o atual coordenador, Henrique Coleta e análise de dados Barros, os 22 funcionários do CEPES desenvolOs dados coletados são de preços de vem, essencialmente, pesquisas de interesse públi- gêneros alimentícios, saúde e transporte público. co e que, de alguma forma, contribuam para o De acordo com Barros, existe uma equipe de rua desenvolvimento da população. “O crescimento que, mensalmente, visita estabelecimentos préda cidade levou a própria sociedade a querer ter selecionados e localizados em diferentes pontos mais informações sobre ela. Com isso, o CEPES da cidade de Uberlândia. conseguiu expandir cada vez mais em sua intenApós a coleta é feita a análise de dados e ção social”, comenta. calculada qual foi a variação média do preço de Embora desconhecesse a existência do um determinado produto e o quanto essa Centro de Pesquisas, o aluno Marcelo Azevedo, alteração irá influenciar no orçamento de cada do 4º período de Letras, diz achar interessante individuo, considerando sua renda mensal. uma entidade que trabalha também para os inte- “Considere uma família que, por exemplo, tem resses públicos e não apenas em pesquisas univer- três salários mínimos e mora de aluguel e outra sitárias. “A população mais pobre pode consultar que ganha dez salários mínimos e reside em casa a tabela de preços e comprar seus produtos em es- própria. Se houver aumento no preço do aluguel, tabelecimentos mais acessíveis, além de entender por exemplo, só a primeira família será como o aumento da inflação, por exemplo, inter- prejudicada.” fere em suas vidas”, completa. Os resultados das pesquisas são Já a aluna do 2º ano de Direito, Marcella divulgados no próprio site institucional Rosiére, diz não se preocupar muito com pesqui- (www.ie.ufu.br/cepes/) e nos principais meios sas de preços e prefere comprar sempre nos mes- de comunicação locais, especialmente, jornais mos estabelecimentos. “Confesso que não impressos

Mistérios do Universo http: //www.cooldownglobalwarming.com

A crise econômica não diminuiu, como se esperava, as emissões mundiais de gás carbônico (CO2), causador do efeito estufa. A redução foi de apenas 1,3%, menos da metade do estimado há um ano. Apesar da queda em países industrializados, como o Reino Unido (redução de 8,6% em 2009), o mesmo não aconteceu entre nações emergentes, como a China (8% de elevação). A conclusão é de um estudo publicado na revista Nature Geoscience.

Detector de drogas Um “nariz eletrônico” que consegue detectar cocaína e maconha no ar em até um minuto, mesmo em quantidades muito pequenas, foi criado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da Universidade de São Paulo (USP). O aparelho, resultado de uma dissertação de mestrado, pode ser usado em batidas policiais ou aeroportos e dispensa o uso de cão farejador para encontrar drogas escondidas. Divulgação/FFCLRP

Aparelho identifica droga escondida

Construção civil

“Canteiro Escola” é um projeto que promove habilitação na área da construção civil para famílias de pedreiros de baixa renda, com aulas teóricas e práticas, além de medidas que beneficiam a cidadania. O trabalho é desenvolvido pelo professor. Antônio Carlos dos Santos, do curso de Engenharia Civil, juntamente com duas bolsistas da Arquitetura, através do programa “Conexões dos Saberes”. História afro e indígena

O projeto “Africanos, indígenas e a reinvenção das sociedades na América Portuguesa: mundos em movimento, transitoriedade e redes de interação”, do Instituto de História, tem por objetivo elaborar instrumentos e materiais didáticos sobre a História desses povos. O trabalho é desenvolvido pelos professores Mara Regina do Nascimento, Guilherme Amaral, Jean Luiz Neves e pelas alunas Jéssica Honório e Driele Honorato. Agricultura

O Instituto de Ciências Agrárias da UFU desenvolve, através do Grupo de Estudos em Bicombustíveis, uma pesquisa, na fazenda do campus Glória, sobre o uso do biossólido do lodo de esgoto em mudas de pinhão-manso utilizado na produção de biocombustível em atividades de adubação. O vegetal, rico em Nitrogênio e Potássio, permite uma substituição parcial do adubo, o que diminui o gasto com fertilizantes. Biomedicina

Felipe Saldanha

Altas emissões de CO2

A Comissão Gestora de Resíduos (CGR) planeja o desenvolvimento de um inventário dos materiais descartados na UFU para sugerir uma política institucional de gestão e gerenciamento de resíduos. Segundo o prefeito universitário, Renato Alves Pereira, não há coleta seletiva nos campi porque, no momento, a prefeitura está concentrada na expansão da universidade, com a criação do campus do Glória.

Raiva no Trânsito http: //www.ecourbano.wordpress.com

O projeto “Sistemas de Captura e Análise de Desenvolvimentos Mandibulares”, do curso de Biomedicina da UFU pretende criar um sistema capaz de capturar os movimentos mandibulares dos pacientes para auxiliar os dentistas na identificação de problemas relacionados à articulação. O projeto, de autoria dos alunos Daniel Furtado e Douglas Bellomo tem previsão e finalização até julho de 2011 e poderá ser comercializado e implantado até mesmo em clínicas menores, devido ao seu baixo custo. Educomunicação

Para motoristas de carro e motociclistas, a principal causa são os buracos nas vias. Outros fatores estão envolvidos: quanto maior o veículo, menor a raiva do condutor, devido à sensação de segurança. A idade também influencia: os jovens sentem mais raiva. Sexo e escolaridade não interferiram. Estas são conclusões de uma tese de doutorado da FFCLRP (Fontes: agências FAPESP e USP de Notícias).

A Faculdade de Educação desenvolve por meio da professora Mirna Tonus o projeto de pesquisa intitulado: "Comunicação, Educação e Questão Ambiental: O uso da educomunicação, nas escolas estaduais e municipais de Uberlândia, para trabalhar o tema transversal do Meio-Ambiente", desde fevereiro de 2010. A pesquisa visa analisar como a educomunicação aliada à questão ambiental ajuda na aprendizagem em sala de aula. O projeto já promoveu pesquisa bibliográfica e um levantamento de escolas que trabalham o tema.


LAZER

Por dentro da festa Centros de Convivência são espaços de interação e diversão para alunos Carolina Tomaz

A principal função da universidade é propiciar o desenvolvimento acadêmico e profissional de seus alunos. No entanto, sabe-se que o espaço universitário proporciona outras formas de interação, além da relacionada às disciplinas dos cursos. Uma das opções para os alunos da UFU são as festas promovidas por Centros Acadêmicos (C.A) e Diretórios Acadêmicos (D.A) realizadas dentro dos campi, utilizando os espaços conhecidos como Centros de Convivência ou simplesmente CC. Para a realização das festas, que geralmente acontecem às quintas e sextas-feiras, é necessário organização por parte dos promotores. Segundo Thiago Pacífico Ferreira Rosa, 2º tesoureiro do D.A Elétrica-Biomédica, o primeiro cuidado a ser tomado é com a reserva de espaço, feita na Prefeitura Universitária. Juliano Baute, vice-presidente do diretório, destaca a importância da autorização, pois ela confere uma certeza de que a festa acontecerá. “Sem saber mesmo se o evento vai se realizar, é complicado resolver outros problemas da festa”, explica o vice-presidente. Isabela Marques Miziara conta que conseguir a autorização para os eventos, em algumas épocas do ano, torna-se complicado, pois “a questão de horários disponíveis é difícil”. A reserva concedida pela Prefeitura Universitária pode ser feita de forma simples: pessoalmente, na própria prefeitura (Bloco 1J), por

Natália Faria

Estudantes em festa no CC: oportunidade para distração depois da semana de aula

telefone, no ramal (3239-4463) ou por email (espaco@pref.ufu.br). Ao contrário do que muitos imaginam, as reservas para as festas não precisam ser feitas exclusivamente pelos ‘D.A.s’ e ‘C.As’. Grupos de pequenos alunos também podem fazer, seguindo as mesmas responsabilidades que os diretórios e centros acadêmicos cumprem. Após a reserva, através de uma autorização, a Prefeitura libera a realização do evento. Existe um controle feito através de uma

agenda eletrônica, na qual ficam registradas as reservas dos alunos para o espaço do Centro de Convivência. Segundo o assessor de Espaços e Eventos da Prefeitura Universitária, Vilmar de Faria, existe uma agenda aberta já para o ano de 2011.

Para os alunos que freqüentam as festas do CC, elas são sinônimo de alegria e uma oportunidade para distração, depois de uma semana de aulas intensas. “O CC é a

diversão dos alunos”, diz a estudante de enfermagem Thays Peres Brandão. A aluna Juliana Cristina Silva ressalta que o melhor das festas são as pessoas. “Às vezes a banda nem é tão boa, mas o pessoal já anima, a gente tem a chance de conhecer alunos de outros cursos”, afirma.

. Festas geram transtornos O espaço de realização das festas localizase dentro dos campi, em função disso alguns setores reclamam dos transtornos causados por esses eventos. A Faculdade de Engenharia Química (FEQ), por exemplo, que se localiza nos blocos no entorno do CC do Campus Santa Mônica já registrou reclamações. Valéria Viana Murata, diretora da FEQ, conta que a Faculdade é diretamente afetada em vários aspectos, desde quando o espaço foi construído. “Quando os alunos não encontram banheiros perto do Centro de Convivência, o local mais fácil é o corredor de acesso do bloco 1K, que se torna intransitável. Nós já encontramos os mais diversos objetos nesse local, desde camisinhas, até garrafas de bebidas”, afirma. As reclamações são encaminhadas para a Prefeitura Universitária, que têm feito algumas ações, como cercamento de parte dos jardins do bloco e instalação de iluminação adequada para o local.

TRIBO OTAKU

A arte de interpretar personagens Fãs de animes e mangás organizam e participam de eventos ligados à cultura japonesa Stella Vieira

O Costume Play, popularmente conhecido como Cosplay, é uma atividade comum entre os fãs de animes, filmes e mangás. O objetivo é criar fantasias baseadas em seus personagens favoritos e interpretar as características do mesmo. Todo ano, crianças, jovens e adultos se reúnem em eventos para exibir suas fantasias e competir por prêmios. A cidade de Uberlândia possui atualmente dois eventos onde os cosplayers podem mostrar suas fantasias, o Catsu e o AnimeUp, que chegam a reunir aproximadamente 4.500 pessoas. Pablo de Souza, um dos organizadores do Catsu e aluno de Engenharia Química da UFU, afirma que o objetivo principal do evento é divulgar a cultura japonesa mostrando o lado dos animes e mangás. A programação é composta por palestras de dubladores de anime, salas de jogos, Bruno Calil

Estande vende objetos de diversos personagens durante o Catsu

concursos de cosplays, concursos de ilustração e outros. É possível, ainda, encontrar produtos japoneses, comidas típicas, diversos acessórios, mangás e DVDs. Para divulgar o Catsu, os jovens da organização vestem seus Cosplays e fazem demonstrações no Terminal Central, escolas de ensino médio e universidades. Souza conta que a primeira reação do público é de espanto, mas a divulgação tem surtido efeito e o evento a cada ano atinge um público maior. Estudantes da UFU participam todo ano de competições. No Catsu de 2010, foram premiados Monique Rocha Resende e Igor Alves Pelegrini ambos do curso de Artes Visuais, na categoria desfile. Competição vs. diversão Os prêmios das competições podem chegar a R$2 mil e servem de incentivo para vários cosplayers, mas alguns afirmam fazer somente pela diversão. Rafael Lemos, estudante de Cinema, afirma não ser muito competitivo. Conta que, em 2008, enquanto participava de um evento em Goiânia representando o personagem Jack Sparrow do filme Piratas do Caribe, foi confundido com o personagem real por uma criança em um Shopping. “Pra mim não tem nada que pague isso, essa situação de você poder realizar o sonho de uma criança. Acho que é isso que eu gosto no Cosplay”, disse.

Otakus e o preconceito Na visão de alguns cosplayers, existe certo preconceito por parte das pessoas que não conhecem a atividade. Yuri Leite considera o Cosplay uma forma de manifestação artística. Além disso, Leite vê nos eventos uma grande possibilidade de interação. “Os eventos agregam pessoas, vem gente de todos os cantos. O que eu acho muito interessante na tribo otaku é justamente essa facilidade de relacionar, e isso ajuda tanto no profissional, quanto no pessoal. O mínimo que a gente tem que ter é respeito”, afirma. Rafael Lemos

Cosplayers representam personagens Sephiroth e Jack Sparrow

Origem do Cosplay O Cosplay foi criado nos Estados Unidos em 1939 por Forrest J. Ackerman e Myrtle R. Douglas, que tiveram a idéia de montar fantasias baseadas em seus personagens favoritos para participar do primeiro Worldcon. Os Cosplays de animes e mangás apareceram apenas na década de 70 ainda no Worldcon. No Japão, a atividade teve início aproximadamente na década de 80, quando os fãs começaram a frequentar as Comic Markets (Comiket) fantasiados de personagens dos quadrinhos. A atividade passou a ser conhecida no Brasil na década de 90, quando foram realizadas as primeiras convenções dedicadas aos fãs de anime e mangá O maior incentivo hoje para os cosplayers são as competições e os prêmios. Alguns torneios são apenas nacionais e ocorrem na maioria dos eventos. Outros são classificatórios para eventos internacionais e mesmo mundiais, como é o caso do World Cosplay Summit (WCS), que seleciona representantes brasileiros e os envia ao Japão para a seleção final. O Brasil já foi campeão duas vezes no evento.


MUSICALIDADE

LAZER

Rotas e roteiros uberlandenses Anna Paula Castro Alves, Carolina Tomaz, Marina Martins, Raíssa Caixeta e Talita Reis

Boates

Oficina Cultural

Feira Gastronômica

Para quem gosta de balada, o Centro é uma boa opção. O London Pub promove shows e eventos culturais. O Vitorio’s Club conta com uma pista de shows, um scotch bar e uma boate com anexo. Na Lounge, predomina a música eletrônica. O Ooze Bar e o Fever Bar são opções alternativas.

A Oficina Cultural de Uberlândia tem uma programação composta por atividades gratuitas, como oficinas, ciclos de palestras, espetáculos, visitas monitoradas, além de apoio logístico e institucional para produtores artísticos locais.

A Feira é organizada pela Scretaria de Cultura desde 2003 e tem como principal atração barracas com comidas típicas brasileiras e internacionais (italiana, mexicana, árabe, chinesa, japonesa, suíça, portuguesa, espanhola e francesa). A música, ao vivo, fica por conta dos artistas locais, valorizando o patrimônio histórico e cultural de Uberlândia.

Elisa Chueiri

Endereços e telefones: London: Av. Floriano Peixoto, 39/ 3236-5081 Vitorio’s: Av. Floriano Peixoto, 28/ 3214-2828 Lounge: Pça Rui Barbosa, 110/ 3215-3600 Ooze Bar: Rua Goiás, 268/ 9160-7784 Fever Bar: Rua Barão de Camargos, 185

Endereço: Rua Tiradentes, 24, Fundinho A Feira da Gente é promovida pela Associação Telefone: 3231-8608 de Artesãos de Uberlândia e acontece na praça Horário: 2ª a 6ª feira, das 12h às 18h Sérgio Pacheco, aos domingos. Oferece opções E-mail: oficinacultural@uberlandia.mg.gov.br em comidas típicas de várias regiões do país. O artesanato é a grande atração, tendo trabalhos A diversidade cultural de em acessórios, decoração e vestuário. No local, Uberlândia é representada podem ser conferidas apresentações de estilos musicais vaiados, ao vivo, de artistas da região e pelos vários espaços que a de todo o Brasil.

Endereço: Praça Sérgio Pacheco Horário: 10h às 17h

MUnA O Museu Universitário da Arte faz parte do Departamento de Artes Visuais da Faculdade de Artes, Filosofia e Ciências Sociais da UFU. O MUnA tem espaço para exposições, auditório, acervo de obras de arte modernas e contemporâneas e documentos históricos, além de oferecer oficinas de atividades educativas. A entrada é franca.

O grupo existe há mais de 30 anos Melina Paixão Melina Paixão

Endereço: Rua Olegário Maciel, 255 Pátio do Mercado Municipal Telefone: 3236-9058 Horário: Sempre na penúltima 5ª feira do mês, das 18h às 22h.

Feira da Gente

Mary Help! Acessórios Criativos

Coral reúne comunidade

Parque do Sabiá O Parque é um bom lugar para praticar esportes e realizar caminhadas, passeios e piqueniques com amigos e família. Possui áreas verdes, zoológico, praia artificial, estação de piscicultura, pista de cooper, piscinas de água corrente, quadras e campos de esporte, parque infantil, lanchonetes, entre outras instalações. Alem do parque, no local, também há o Estádio João Havelange.

compõem. A cidade possui Felipe Saldanha desde parques ecológicos e museus temáticos até boates que promovem baladas diferenciadas. Além disso, alguns eventos já caracterizam a paisagem uberlandense, como a Feira da Gente e a Feira Gastronômica. O Senso (In) Comum Endereço: Avenida dos Expedicionários s/nº, selecionou alguns locais que Bairro Tibery Telefone (prefeitura): 3239-2444/3239-2800 você não deve deixar de conhecer. Aproveite as dicas!

Teatro Rondon Pacheco

Casa da Cultura Divulgação

O Teatro Rondon é um espaço cultural que sedia eventos variados, contemplando todos os estilos culturais, teatrais e artísticos. A agenda conta com teatros voltados para o público infantil e adulto, apresentações de música e dança, festivais, mostras literárias, cursos, recitais, entre outros.

Endereço: Rua Santos Dumont, 517, Centro Endereço: Praça Cícero Macedo, 309, FundiTelefone: 3235-9182 nho (centro histórico) O edifício foi tombado pela Prefeitura Municipal Horário: 4ª a domingo, das 12h às 22h Telefone: 3231-7708 de Uberlândia em 1983 como Patrimônio Programação: teatrorondonudi.blogspot.com Horário: 2ª a 6ª feira, das 8h 30min às 17h Histórico. Inaugurado como Casa da Cultura em Henrique Costa Pereira Marileusa de Oliveira Reducino 1985, hoje funciona como centro cultural, recebendo exposições, recitais e eventos durante todo o ano.

Endereço: Praça Coronel Carneiro, 89, Fundinho (centro histórico) Telefone: 3255-8252 Horário: 2ª a 6ª feira, das 12h às 18h Programação: casadaculturaudi.blogspot.com

Integrantes do Coral tem contato com diversas linguagens musicais

O Departamento de Formação Musical da Universidade Federal de Uberlândia criou, em maio de 1977, um coral para a Instituição. Desde o ano de 1981, a professora Edmar Ferretti rege o grupo, que considera ser uma maneira de ampliar a área do saber. Após 33 anos, o Coral da UFU chega a ter até 50 participantes, dependendo da obra escalada. A maioria dos integrantes é formada pela comunidade externa, mas alunos de diversos cursos da universidade, em especial os da Música, também compõem o grupo. Para participar, é preciso apenas passar por um teste de acuidade, no qual é analisada a voz do candidato. Edmar diz que, a partir do coral, é possível ter contato com outras linguagens musicais. “O conhecimento do gênero lírico, da ópera, contribui para desenvolver a linguagem musical, cênica e literária”, afirma. A regente destaca a necessidade de disciplina do coro, que é um grupo heterogêneo e acredita, ainda, que a diversidade do grupo pode beneficiar seus membros. “A busca de adaptação, de afinação com todos, aquecimento da voz, domínio das frases que são estudadas melodicamente, estudo dos textos em outros idiomas, acho que isso tudo desenvolve as capacidades das pessoas”, enfatiza ela. A estudante de Direito, Lane Dias, de 24 anos, fala sobre a demanda de tempo e dedicação no grupo, mas analisa as recompensas. “Se por um lado o coral toma espaço, por outro, ele me dá estabilidade emocional para eu continuar meu curso. Nele eu encontro a possibilidade de conviver e trabalhar em conjunto, ganhar amigos e também tem a questão sociocultural envolvida”. Embora a Divisão de Coral (DIVIC) faça a divulgação do seu trabalho, muitas pessoas desconhecem sua existência. Esse ponto, para Edmar, é incompreensível, pois, na época da Calourada são promovidos eventos que contam com a presença da equipe de canto. Além disso, cartazes são espalhados pelos murais da instituição e a Divisão também possui um blog (coraldaufu.blogspot.com). Os ensaios do coral acontecem de segunda à sexta, na sala 11 do bloco M, Campus Santa Mônica, das 19h às 21h.


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