Ciaar - Titanium

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CIAAR • CORPO DE ALUNOS • MAIO DE 2016

CAMAR • CADAR • CAFAR • EAOEAR • EAOAP

CCCEE 2016



O esquadrão TITANIUM tomou forma, nome, grito de guerra e criou sua própria história no CIAAR. Deram origem a um único corpo representado por lutas e vitórias! Fizeram a

“Q

longa travessia! Poucos saberão o quanto custou a cada um

uando estamos motivados por me-

desses guerreiros a chegada até aqui! Anos de estudo, inter-

tas que têm significados profundos,

mináveis noites de preparação para um dos concursos mais

por sonhos que precisam ser reali-

disputados do país, no qual muitos ficaram para trás. Mas,

zados, por puro amor que precisa se expressar, então

aqueles que já tinham, mesmo sem saber, a marca TITANIUM

nós vivemos verdadeiramente a vida”(Greg Anderson).

em suas carcaças conseguiram! Venceram! Hoje, espera-se

Nas páginas a seguir, está registrada a história de 163 Jo-

que estas páginas, que registram singelamente momentos

vens Brasileiros, que decidiram firmar um laço de respeito

dessa trajetória, sirvam para que todos possam ver e orgu-

e dedicação com uma das mais respeitadas instituições

lhar-se de terem criado juntos a história de um esquadrão

do país: A Força Aérea Brasileira! Oriundos de diversos lo-

singular! Essa revista servirá para sempre revivermos e

cais desse imenso Brasil, reuniram-se pela primeira vez na

relembrarmos que tudo valeu a pena e que todos os momen-

madrugada do dia 25 de janeiro de 2016 em busca do tão

tos que passaram estarão vivos e presentes na memória de

sonhado oficialato, muitos ainda sem saber o que os espe-

cada um! Amigos, irmãos de armas que agora irão engran-

rava, mas crédulos de que estariam prontos para encarar

decer e acrescentar às fileiras da FAB os seus conhecimen-

tamanho desafio. Talvez não seja possível descrever com

tos em prol da nobre missão da aviação militar Brasileira!

tanto afinco os obstáculos enfrentados que fizeram com

Registre-se

que as páginas dessa revista pudessem existir, mas elas

Avante TITANIUM!

são a mais clara representação de que todos venceram e

Rumo aos céus deste país!

e

preserve-se

aqui

a

nossa

história!

provaram a si mesmos a sua capacidade frente a dias intermináveis, marchas e acampamento, aulas e treinamentos. Apoiando uns aos outros diante das mais diversas situações

Est Rodrigo

de provação física e mental sem mesmo se conhecerem.

3


A

criação da Força Aérea Real (Reino Unido) em 1918, da Força Aérea Italiana (Regia Aeronautica) e da Força Aérea da Françadurante a década de 1920 levou a idéia de unir o poder aéreo brasileiro sob a mesma organi-

zação. Juntamente com esses eventos, os estrategistas brasileiros também foram influenciados pelas teorias de Giulio Douhet, Billy Mitchell e Hugh Montague Trenchard. O primeiro manifesto público para criar um serviço aéreo militar integrado surgiu em 1928, quando um major do exército chamado Lysias Rodrigues escreveu um artigo chamado “Uma necessidade premente: o Ministério do Ar”. Dois anos mais tarde, a Missão Militar Francesa, trabalhando para o Exército Brasileiro, deu os primeiros passos para organizar um braço aéreo nacional. A ideia recebeu maior apoio quando um grupo de aviadores brasileiros veio da Itália em 1934 e explicou as vantagens de se ter uma aviação militar unificada. Além disso, a Revolução Espanhola e os primeiros movimentos da Segunda Guerra Mundial no final dos anos 1930 mostraram a importância do poder aéreo para as estratégias militares. Um dos principais defensores do plano para criar uma força aérea independente foi o então presidente Getúlio Vargas. Ele organizou um grupo de estudos no início de 1940 e, ao final desse ano, toda a estrutura do Ministério da Aeronáutica foi criada. Esta nova agência governamental era a responsável por todos os aspectos da aviação civil e militar, incluindo regulação, infraestrutura e organização. Formalmente, o Ministério da Aeronáutica foi fundado em 20 de janeiro de 1941 e o seu ramo militar foi chamado “Forças Aéreas Nacionais”, alterado para “Força Aérea Brasileira” (FAB) em 22 de maio daquele ano. Os ramos aéreos do Exército (“Aviação Militar”) e da Marinha (“Aviação Naval”) foram extintos e todo o pessoal, aeronaves, instalações e outros equipamentos relacionados foram transferidos para a FAB.

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Revista Titanium


Aviação de Transporte

N

o memorável dia 12 de junho de 1931, o Curtiss

Neste contexto, está em desenvolvimento o KC-390 - o fu-

Fledgling ‘K263’ da Aviação Militar, pilotado

turo jato de transporte militar da Força Aérea Brasileira. O car-

pelos Tenentes Casimiro Montenegro e Nel-

gueiro multimissão encontra-se em fase de desenvolvimento

son Freire Lavenère-Wanderley, transportou a primeira mala

e já alcançou a marca de mais de 170 horas voadas.

postal entre as cidades de Rio de Janeiro e São Paulo. Foi

Fruto da capacitação tecnológica, o KC-390 vai significar

um voo pioneiro, onde se enfrentaram dificuldades de toda

um salto operacional para a Aviação de Transporte e um avan-

sorte. Começou-se, então, a estender as linhas para outras

ço para a indústria aeronáutica brasileira.

regiões do país e a data passou a representar o dia do Correio Aéreo Nacional e da Aviação de Transporte.

Ao todo, 28 unidades foram encomendadas pela Força Aérea Brasileira e devem ser entregues a partir de 2018. De

Em 1935, o Correio Aéreo Militar (CAM) inaugurou outras

acordo com o gerente do Programa KC-390 na FAB, Coronel

linhas, chegando à Amazônia. O processo de interiorização

Cláudio Evangelista Cardoso, o novo avião vai colaborar para

das linhas servia a dois propósitos: afirmar a soberania sobre

o fortalecimento da Estratégia Nacional de Defesa e para o

o Território Nacional e integrar a população.

crescimento da indústria nacional. “É um marco para a FAB

As linhas internacionais foram inauguradas pelo CAM em 1936, com um voo a 23 de janeiro até Assunção (Paraguai);

porque vamos receber uma aeronave up-to-date, ou seja, o que tem de mais moderno na sua categoria”, comemora.

neste mesmo ano, foram transportados 23.907 Kg. Nos anos de 1937 e 1939, iniciam-se as rotas adentrando a Amazônia, pelo norte e pelo sul, respectivamente. Como consequência da criação do Ministério da Aeronáutica, em janeiro de 1941, criou-se, no dia 20 de fevereiro, o Correio Aéreo Nacional - CAN, com a fusão das duas modalidades dessa aviação já existentes na Marinha do Brasil e no Exército Brasileiro. Com o progresso do País, vieram os sucessivos aumentos

Fonte:http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/br/histcorr.html#C-47

na demanda por voos de transporte, o que contribuiu para o

http://www.fab.mil.br

desenvolvimento dessa aviação em várias áreas.

Autor: Maj Av Joel

5


A

história do CIAAR inicia-se em 1933, quan-

ção e Adaptação da Aeronáutica, onde passaram a ser for-

do foi sediado, em Belo Horizonte, o 4º Regi-

mados diversos quadros para a Força Aérea. Hoje, a MISSÃO

mento de Aviação do Exército Brasileiro. Nos

do CIAAR é capacitar pessoas para o desempenho da fun-

anos seguintes, a nomenclatura foi alterada diversas vezes: Destacamento de Base Aérea, Núcleo do Regimento de Aviação, 4º Corpo de Base Aérea e, com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 1941, Base Aérea de Belo Horizonte. Em 1982, foi criado o Centro de Instrução de Graduados da Aeronáutica (CIGAR), com a missão de formar a primeira turma do Quadro Feminino de Graduadas, tornando-se, assim, pioneiro na formação da mulher militar para a Aeronáutica. Em 26 de setembro de 1983, nasceu o Centro de Instru-

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Revista Titanium

ção como Oficial subalterno na FAB. A cada dia, o CIAAR firma-se como referência na área de ensino do Comando da Aeronáutica. A VISÃO da Organização é ser reconhecida como uma escola de excelência na Aeronáutica, onde melhor são formados os oficiais dos primeiros postos. LEMA do CIAAR: Ser, Saber, Agir e Liderar (atitudes imprescindíveis ao exercício do oficialato).


Escudo português com o chefe diminuto em blau (azul-ultramar), esmalte que simboliza a justiça, a lealdade e a fidelidade, atributos inerentes aos componentes da Organização. À destra, o gládio alado em prata (branco), símbolo da Força Aérea Brasileira. Subposto ao gládio encontram-se duas estrelas pentalfas, também em prata (branco), designativas do posto do Comandante da Organização, Brigadeiro-do-Ar. À sinistra, a sigla da Unidade, “CIAAR”, em prata (branco): Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica, cuja criação deu-se em 26 de setembro de 1983. Campo em blau (azul-ultramar) tendo no coração um triângulo equilátero, em goles (vermelho), símbolo que o Estado de Minas Gerais, Unidade da Federação que sedia a Organização, carrega em sua bandeira. Esse triângulo remonta à primeira insígnia pertencente à Unidade de Aviação pioneira alocada nas instalações militares da Pampulha, nos idos anos de 1934. Sobre o triângulo, aparece uma águia estendida e estilizada em prata (branco), metal que representa a visão prospectiva da nobreza da missão de ensino no âmbito das Forças Armadas. A águia traduz a vitória, a prosperidade, o poder e o espírito de liderança, que são alcançados ao longo da formação do Oficial. No peito desta, visualiza-se uma silhueta, em goles (vermelho), de uma lâmpada originária das lendas árabes, simbolizando a “luz do conhecimento”, por meio da qual os alunos e estagiários alcançarão o oficialato. Em contrachefe, encontra-se a frase “AD STELLAS DOCERE”, significando “educar para as estrelas”, em prata (branco). Contorna o escudo um filete em prata (branco), evidenciando o grau hierárquico do Comando da Organização: Oficial-General.

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Exmo Sr Aldo Rabelo Ministro da Defesa

Exmo Ten Brig Ar Antonio Carlos Moretti BERMUDEZ Diretor-Geral do DEPENS

8

Revista Titanium


U

ma Força Aérea é uma grande organização militar de Estado, criada para desempenhar sua missão empregando meios aéreos que englobem uma variedade de aeronaves. Nos primórdios da aviação militar,

era possível conceber uma Força Aérea somente de pilotos e mecânicos. Porém, a evolução tecnológica e a complexidade das inúmeras atividades de hoje não permitem sequer imaginar a inexistência de outros profissionais. São esses que, ao lado dos tripulantes, conduzem mais alto a bandeira do Brasil. Aí reside a essência dos Quadros de Oficiais Médicos, Dentistas, Farmacêuticos, Engenheiros e de Oficiais de Apoio. Graças à força de trabalho especializada, a instituição pode desenvolver suas tarefas com maior eficiência e segurança. Entretanto, a superioridade material e tecnológica, isoladamente, não é suficiente para que se atinja esse objetivo. Aliada a essa ação, deve-se buscar o desenvolvimento de doutrinas, das organizações e, essencialmente, do treinamento e da educação de líderes. Tendo em vista que a missão desta Escola é formar Oficiais para o mando e a liderança, o Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica tem o orgulho de entregar à Força Aérea Brasileira a Turma Titanium, profissionais diferenciados do porvir, prontos para sair ao alcance ferrenho do conhecimento, da inovação, do aprimoramento técnico.

Exmo Sr Brig Ar Ivan Moysés Ayupe Comandante do CIAAR

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CORPO DE ALUNOS

foto: Ten Cel Av Curityba

P

ara cumprir essa nobre

sólida base à sua formação militar e contribuindo com a

tarefa de formar Oficiais

área acadêmica no sentido de construir a identidade militar

para a Aeronáutica, o Cen-

dos futuros Oficiais da Aeronáutica. É subdividido em Es-

tro de Instrução e Adaptação da Aero-

quadrões, sendo que cada Esquadrão tem por atribuições a

náutica (CIAAR) possui um Corpo de

coordenação das atividades administrativas e de apoio aos

Alunos (CA) constituído por Oficiais

discentes e o trato de assuntos relativos à formação moral,

instrutores altamente qualificados.

cívica e social dos alunos e estagiários, bem como a execu-

O Corpo de Alunos é o setor do CIAAR responsável por orientar e dou-

ção da instrução referente ao campo militar dos currículos dos diversos cursos e estágios.

trinar, diretamente, todos os alunos e estagiários do CIAAR, fornecendo uma

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Revista Titanium

Corpo de Alunos


autoridades

Alessandro de Oliveira Araujo Cel Av Comandante do Corpo de Alunos

1º e 2º Esquadrões

3º Esquadrão

seção de doutrina e instrução militar

Rodrigo FONSECA da Silva Rosa Maj Av

JOEL de Castro Sales Maj Av

EDUARDO Vítor de Jesus 1º Ten Inf

Comandante

Comandante

Chefe

MARCELO BORGES Coelho 1º Ten Esp CTA

JOERBET Morais Ferreira 1º Ten Esp COM

CYNTHIA Henrique Duarte 1º Ten QCOA PED

Eliana Milagres PERON 2º Ten QOCON EFI

Adjunto

Adjunto

Adjunto

Adjunto

11


cADEIA DE LIDERANÇA

F

azer parte da formação militar de 163 pessoas:

sos segmentos - denominada TITANIUM, possuía vontade

- que desafio! No entanto, um desafio compará-

em aprender semelhante à nossa em ajudá-los nessa tarefa.

vel à vontade destes nove alunos do CFOE 2º ano

Somente a compreensão desta relação simbiótica que

em aprender também, pois fomos inseridos em um sistema

une as turmas do CIAAR poderia nos fazer lembrar todos os

de educação no qual ensinar é ato diretamente proporcio-

dias que, independentemente das diferenças e peculiarida-

nal ao aprendizado. Assim, cientes da responsabilidade que

des de cada turma e dos conflitos que surgem diante da no-

nos estava sendo oportunizada, nos dedicamos com toda a

vidade, éramos todos parte do mesmo sistema, vestíamos

seriedade e determinação que a tarefa exigia.

o mesmo azul.

Inspirados pelas palavras de Nelson Mandela, segundo

Por fim, agradecemos à turma TITANIUM pela paciên-

o qual “a educação é a arma mais poderosa para mudar o

cia com a qual alcançaram distinguir e relevar nossas limi-

mundo”, entendíamos que, como parte deste sistema, era

tações e pela dedicação demonstrada nos momentos de

nosso dever servir com o melhor que tínhamos para dar,

maior dificuldade. Desejamos todo o sucesso para o qual

buscando contribuir de modo verdadeiramente útil para a

os senhores foram forjados a alcançar, pois competência e

formação daqueles futuros oficiais da FAB. Portanto, pauta-

força de vontade os senhores sempre tiveram.

mos nossa liderança no exemplo, no respeito e no profissio-

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nalismo. Gratidão e surpresa foi perceber que aquela turma

Felicidade e êxito são os votos da

tão heterogênea - formada por profissionais dos mais diver-

Cadeia de Liderança da turma Êxodus

Revista Titanium


AJUDÂNCIA DO CORPO DE ALUNOS

A

pós a captação de candidatos civis e militares por meio de concurso

Nela é produzida e por ela tramita toda a documentação pertencente ao aluno/estagiário.

público, vem a importante fase da

Possui em sua composição atual um Oficial

formação e adaptação dos novos alunos e esta-

e sete Graduados da especialidade de serviços

giários para a carreira militar e para o Oficialato.

administrativos.

Nesta etapa está inserida a Ajudância do Corpo de Alunos que executa as atribuições adminis-

Ajudância do Corpo de Alunos

trativas afetas ao Setor de Pessoal para o corpo discente.

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Divisão DE ENSINO

Luiz Guilherme da Silva MAGARÃO Cel Av Chefe da Divisão de Ensino

Ajudância da Divisão de Ensino 14

Revista Titanium


Apoio

Banda de Música

Seção de Educação Física - SEF 15


ÍNDICE

Editorial 3 A Força Aérea Brasileira Aviação de Transporte

4

Final de Quinzentena

5

e Confraternização

CIAAR 6 Heráldica

7

Autoridades 8 Palavras do Comandante

9

Grito de Guerra

36

Treinamento Militar

38

Rotina 42 Entrega do DOM

46

10

Acampamento 48

Autoridades

11

Platina e Bandeira

Cadeia de Liderança

12

Heráldica 56

Ajudância do Corpo de Alunos

13

CASOP 58

Divisão de Ensino

14

HCAMP 62

15

Final de Curso

C3E2 17

54

66

Formatura 70

CADAR 18

Culto

CAFAR 19

Diplomação e

CAMAR 20

Descerramento da Placa

72

EAOEAR 22

Entrega de Espadas

74

EAOAP 23

Baile

76

Entrada Simbólica

26

Início 28

Revista Titanium

32

Corpo de Alunos

Apoio

16

Quinzentena 30

71

Humor 78 Comissão de Formatura

82


C3E2

163

pessoas diferentes, distribuídas

pontos abordados. Ressaltam-se, ainda, Liderança, Espírito

em cinco quadros (médicos,

de Corpo e Dedicação. Lições estas que, para serem assimi-

dentistas, farmacêuticos, enge-

ladas, faz-se necessário grande esforço físico, mental, psico-

nharia e apoio), formando um único esquadrão: TITANIUM! A unidade na diversidade! Os cursos e estágios ministrados conjuntamente têm duração de 17 semanas e contam com instruções de caráter

lógico e emocional. E, de repente, em meio à turbulência, surge a unidade. Unidade na diversidade! Todos únicos e singulares, porém UM, UM esquadrão!

geral, específico e militar, tendo o objetivo de formar e preparar futuros oficiais da Força Aérea Brasileira. Hierarquia, Disciplina, Ética e Valores Morais são alguns

Est Bruna Moreira

17


CADAR

“O

lho para minhas mãos. Descubro nelas a

títulos de mestres e doutores de todos os quadros da Força

leveza perfeita para alcançar o detalhe.

Aérea. Estes nobres e jovens guerreiros, já forjados pela longa

A força exata para intervir na dor. A mo-

batalha que foi vencida ao passar por um dos concursos mais

bilidade necessária para atingir o mais difícil. A sensibili-

disputados da profissão, irão honrar com seriedade a missão

dade que percebe o que não pode ser dito. Abro-me para

que lhes está sendo dada! Dentistas em sua essência e co-

um sorriso. Descubro nele a perfeição que faz de minhas

nhecimento, militares em sua profissão! Manterão o altíssimo

mãos um instrumento. A simplicidade que torna

sim-

padrão de qualidade da odontologia da Aeronáutica! Sabe-

ples o mais difícil. A sensibilidade que me diz tudo sem

rão, em sua simplicidade, tornar a saúde e o sorriso do efeti-

nada dizer. Gestos, sorrisos. Expressões que unem dom

vo da FAB uma rotineira realidade de norte a sul deste país!

e desejo, auxílio e agradecimento, Odontologia e arte.”

Avante

A Odontologia da Força Aérea Brasileira recebe, no ano de

“Serpente do sabre alado, símbolo profissional! Servir é nossa

2016, 16 novos oficiais de carreira! Capacitados e formados

missão, nas asas do avião.”

guerreiros!

pelas mais conceituadas escolas de odontologia do País! Cientes dos desafios que estão por vir e da responsabilidade que é fazer parte do efetivo que mais possui profissionais com

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Revista Titanium

Est Rodrigo

Nós

chegamos

até

aqui!


CAFAR

“S

ubstâncias nas mãos do farmacêutico se transformam em cura que aliviam as dores da humanidade” (Autor desconhecido). Atuar como farmacêutico da Força Aérea Brasileira no quadro do CAFAR é um sonho para poucos. Trata-se de um dos concursos mais concorridos do país na área. Sempre com poucas vagas, o CAFAR é o menor dos quadros da saúde. Uma nova etapa se iniciou em nossas vidas no dia 25 de janeiro de 2016, data de matrícula no curso de adaptação. Foi preciso muita luta, estudo, abdicação e dedicação para trilhar esse caminho e conquistar essas vagas. Após isso, foram mais 4 meses de intensa preparação física e mental para o oficialato. Marchamos, vibramos, estudamos muito e agora nos formamos junto a outros 158 irmãos de armas, unidos no objetivo comum de fortalecer as Asas que Protegem o País. Esta mesma dedicação que nos trouxe até aqui continuará nos impulsionando no cumprimento de nossa missão, empregando nossos conhecimentos técnico-científicos nas especialidades de Farmácia Bioquímica, Hospitalar e Industrial, seja em hospitais, farmácias ou laboratórios e também em missões operacionais. Como oficiais da FAB, somos 5 farmacêuticos prontos para atuar com prontidão e profissionalis-

mo na nossa tão sonhada carreira na Força Aérea Brasileira. “O papel do Farmacêutico no mundo é tão nobre quão vital. O Farmacêutico representa o órgão de ligação entre a medicina e a humanidade sofredora. É o atento guardião do arsenal de armas com que o médico dá combate às doenças. É quem atende às requisições a qualquer hora do dia ou da noite. O lema do Farmacêutico é o mesmo do soldado: servir. Um serve à pátria; outro serve à humanidade, sem nenhuma discriminação de cor ou raça. O Farmacêutico é um verdadeiro cidadão do mundo. Porque, por maiores que sejam a vaidade e o orgulho dos homens, a doença os abate e é, então, que o Farmacêutico os vê. O orgulho humano pode enganar todas as criaturas: não engana ao Farmacêutico. O Farmacêutico sorri filosoficamente no fundo do seu laboratório, ao aviar uma receita, porque, diante das drogas que manipula, não há distinção nenhuma entre o fígado de um Rothschild e o do pobre negro da roça que vem comprar 50 centavos de maná e sene” (Monteiro Lobato). Est Graeff, Est Lorena e Est Figueira

19


CAMAR

Q

uatro meses se passaram... Quantas emoções

cada abraço, cada gesto amigo nos conduziram para que

vivemos... Quantos momentos singulares e ex-

chegássemos até aqui. Hoje, no caminho que cada um es-

periências indescritíveis nós tivemos... Pesso-

colheu, temos apenas uma opção: seguir em frente. Temos

as tão diferentes tornaram-se tão próximas! Cada sorriso,

uma missão a ser cumprida, por mais difícil que seja. Não

20 Revista Titanium


nos esquecendo nunca que a cada final de caminho, sempre

ça Aérea Brasileira, estamos prontos para lutarmos com a

haverá um recomeço e uma conquista.

morte, vencermos a dor, na terra, no ar, com ciência e amor!

Nosso coração mudou de cor! Virou azul! E, vestindo orgulhosamente essa farda, nós, os 82 novos médicos da For-

Est Rachel Souto

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EAOEAR da Aeronáutica do ano de 2016, composto pelas especialidades: Engenharia

de

Agrimensura,

Civil, Cartográfica, Computação, Eletrônica, Elétrica, Mecânica, Metalúrgica, Química e Telecomunicações. Apesar das diferentes formações e experiências, almejamos contribuir para o fortalecimento da For-

E

ça Aérea Brasileira e, conse-

ngenheiros são profissionais inovadores e perspicazes que transformam

quentemente, da nossa Pátria.

a força da natureza e as matérias-primas oferecidas por ela em soluções.

O estágio foi valioso, uma

No contexto da Força Aérea, os herdeiros de Villagran Cabrita, surgem como en-

vez que nos proporcionou o

tidades que apoiam as frentes de batalha na sagrada missão de manter a soberania do

aperfeiçoamento da disciplina,

Espaço Aéreo Nacional. Para isso, desenvolvem tecnologias originais, concebem novos

o amadurecimento e a capaci-

materiais, mantêm equipamentos em boas condições e oferecem infraestrutura sólida.

dade de superar os desafios,

Somos 43 estagiários que integram o Estágio de Adaptação de Oficiais Engenheiros

características básicas e indispensáveis tanto para o militar quanto para o engenheiro. Ávidos por desafios e orgulhosos em compor o Quadro de Oficiais Engenheiros da Força Aérea Brasileira, desejamos, empunhando a Arma Azul Turquesa e envergando o Azul da FAB, apoiar e guiar as outras armas no imperioso esforço de manter imaculado o azul do céu brasileiro.

Est Labrego

22 Revista Titanium


EAOAP

O

O Estágio De Adaptação de Oficiais de Apoio

para o presente e para o futuro da Força Área Brasileira.

(EAOAP) é novidade na Força Aérea Bra-

Para todos os membros pertencentes ao EAOAP é

sileira (FAB). Neste ano, representamos a

uma honra fazer parte desta segunda turma do qua-

segunda turma formada na história da FAB. Composto

dro. É uma felicidade alcançar um sonho profissional

por dezessete membros, futuros oficiais, das áreas de

sendo um dos dezessete guerreiros aprovados e sele-

Administração, Análise de Sistemas, Biblioteconomia,

cionados para fazer parte da trajetória da FAB, unindo

Enfermagem, Fisioterapia, Pedagogia, Psicologia, Servi-

aos valores da hierarquia e da disciplina, os valores de

ço Social e Serviços Jurídicos, este estágio destina-se à

respeito mútuo e da bondade para com os subordina-

formação de oficiais de carreira para o exercício de fun-

dos. Valores estes existentes dentro de nós e, sobretudo,

ções técnico-especializadas de interesse do COMAER.

cultivados e regados durante o período deste estágio.

Agregando profissionais qualificados em distintas áreas

A Estagiária Sarah, já oriunda da vida militar, antes

de atuação, a Turma EAOAP 2016 compõe-se de primei-

pertencente aos quadros do Exército Brasileiro diz: “É um

ros tenentes estagiários dos mais diversos “cantos” do

privilégio pertencer a este quadro, ainda na sua gênese,

país, sendo uma verdadeira mistura de hábitos, persona-

juntamente com pessoas tão especiais e competentes”.

lidades e habilidades técnicas. Estagiários que possuem, porém, um objetivo maior e único: serem oficiais de exce-

Est Tamires

lência, contribuindo com seus conhecimentos técnicos

23


24 Revista Titanium


“SER, SABER, AGIR E LIDERAR”

Lema do CIAAR

25


ENTRADA SIMBÓLICA

P

eles verdes”, “peles azuis”, “peles multi-

drão, que já demonstrava grande vontade naquele mo-

coloridas”. Cada um com suas vivências

mento. Seja, por quase pedir o “ordinário marche”, seja

e modos de pensar. Diferentes carreiras,

pelos altivos olhares, ávidos por seu futuro presente.

as mais diversas expectativas. Representantes das

Todos, porém, com comum desejo, de fazer parte da-

mais variadas

culturas do nosso continental Brasil.

quele algo maior, de superar aquela dolorosa fase. E

Se, por um lado, dor e sofrimento, pela distância da fa-

enfim, desfilar naquele pátio, saboreando a vitória,

mília e saída da zona de conforto, marchando rumo a

comemorando a conquista e com o azul, da Força Aé-

um novo e desconhecido caminho, por outro, satisfa-

rea Brasileira, estampado na sua pele e na sua alma.

ção e orgulho no peito, de um novo e destemido esqua-

Est Abraão

26 Revista Titanium


“Uma cerimônia muito diferente das que já tinha presenciado e a primeira como recém militar. Sincronizar o bumbo no pé direito, esticar os braços ao marchar, ficar coberto e alinhado, tudo isso ao mesmo tempo não foi tarefa fácil para muitos de nós, mas com muita garra o fizemos da melhor maneira que podíamos ter feito. E foi esplêndido! Começar a carreira militar e nossas vidas aqui no CIAAR com essa entrada simbólica só nos encheu de vibração para os futuros desafios que iríamos e iremos encontrar ao longo de nossas jornadas.” Est Silva 27


IníciO

O

início de tudo...

Entretanto, marca, na verdade, só o início de uma inten-

Livros sobre a mesa, incontáveis jornadas

sa jornada. Desde que adentramos pelo Portão da Guarda,

de estudo, cronogramas com as disciplinas

num ato simbólico, de fato, passamos a adquirir um cresci-

exigidas pelo certame, o abrir mão de momentos com a

mento pessoal imensurável, que demandou muito esforço e

família em prol dos estudos, o repetitivo despertador, que,

transcendeu nossas expectativas. Nossa capacidade física,

incansavelmente, apontava mais um dia em nossa árdua

psíquica e mental foram exigidas ao máximo, para extrair a

rotina. Esta é parte do cenário que antecede o fim de uma

verdadeira vocação do ser militar.

exaustiva preparação para a conquista de nosso sonho: sermos oficiais da Força Aérea Brasileira.

28 Revista Titanium

Nós, oriundos de diferentes situações, militares e civis, não sabíamos plenamente o que nos esperava, mas de uma


“25 de janeiro de 2016. Eram seis da manhã quando ouvíamos as primeiras ordens. Em meio àquela gritaria assustadora e à imobilidade cobrada, nos apegamos à frase grafada no coisa nós tínhamos certeza: nunca mais seríamos os mesmos. E nunca mais seremos! Hoje, podemos ser comparados a crianças: simples, francas e abertas ao aprendizado. Que este conhecimento, ora cultivado em nós e que nos acompanhará por toda a nossa carreira, possa ser como o sol, que de manhã nasce tímido e com pouco fulgor, mas que ao longo do dia, vai ganhando força, brilhando e brilhando, até reproduzir seu grande resplendor e tornar o dia perfeito. Est Sarah

prédio do nosso novo lar: ‘Verás que o filho teu não foge à luta’. E foi com ela que iniciamos o curso de formação dos futuros oficiais da Força Aérea Brasileira.” Est Bárbara Paiva

29


QUINZENTENA 25

de

janeiro

de

2016,

06h00min,

Belo Horizonte: o começo daquele que seria o primeiro de muitos

momentos de provação que cerca de 160 desconhecidos passariam durante essa jornada no CIAAR. No início éramos apenas um “bando” que teria que, em até 21 dias, se transformar em um Esquadrão. Noites sem dormir, decorando canções e fraseologias, correria, pouco tempo para realizar atividades básicas. Tivemos que nos adaptar a uma rotina completamente nova. Descobrimos o quanto poderíamos fazer em “longos” 2 ou 5 minutos, que de 0h às 6h é um tempo ocioso que podemos utilizar para muita coisa, que uma “corridinha mixuruca não dá nem para cansar”, que uma palavra de apoio e um abraço renovam a nossa energia num momento difícil longe da família e daqueles que amamos. Superamos

limites,

desenvolvemos

o

espírito

de corpo, buscamos o nosso melhor e enxergamos uns nos outros irmãos de farda e para a vida. Enfim, deixamos para trás os vestígios da “civilândia” para nos tornarmos militares da Força Aérea Brasileira, tendo a certeza de que, mesmo com um longo caminho pela frente, definitivamente não éramos como antes, mas sim a turma TITANIUM! “No início entram os bons, no meio saem os ótimos e no fim permanecem os EXCELENTES.” Est Priscila

30 Revista Titanium


“Privação de sono, obediência sem questionamentos e correria total. A quinzentena mostrou que para nos tornarmos militares teríamos que sair da nossa zona de conforto.” Est Karine

31


final de quinzentena e confraternização “25 de janeiro de 2016. Vinda do meio civil, não sabia o que esperar da temida ‘quinzentena’, meu primeiro contato com a vida militar. Em cada momento difícil, a lembrança da minha família e dos motivos que me levaram a escolher a FAB, a presença de pessoas que se tornaram tão queridas, além da certeza de que Deus estava o tempo todo ali, ao meu lado, concedendo-me a força necessária, me fizeram seguir em frente.” Est Camila Vasconcelos

32 Revista Titanium


“Durante o Império Grego, um líder destruiu os barcos de sua tropa após chegar ao ponto de combate. Sem a opção de desistir, isso fez com que os guerreiros lutassem com maior afinco. Assim foi a quinzentena. Ninguém se permitia fraquejar. Como disse um Tenente super querido: o CIAAR faz testes a ferro e fogo, assim estaremos prontos para qualquer desafio ao longo da carreira. A quinzentena foi um desses testes. Ela extraiu o que havia de mais sólido em nós mesmos. A sensação de superação e a união que essa etapa provocou na Turma são indescritíveis. Afinal, só sabemos o quão forte somos quando ser forte é a nossa única opção.” Est Carolina 33


“Desconfiei que algo aconteceria quando vi alguns fotógrafos na grama, mas logo esqueci, quando começamos a pagar flexão. Em um momento, levei um jato d’agua, tive a certeza: era o fim! Chorei e vibrei com os amigos.” Est Rodrigues

A

manhecemos na surpresa e no susto de um acionamento durante a madrugada. Ansiosos pelo fim da quinzentena, mal sabíamos que

aquela quinta-feira, 04 de fevereiro de 2016, seria mais um longo dia a se cumprir. Não tínhamos a certeza se este seria ou não o último dia de um período árduo de adaptação à vida militar. Fomos acordados com muito barulho, nos vestimos às pressas, pagamos muitas flexões, fizemos uma corrida em tropa... Tudo isso antes mesmo do café da manhã. Mais um dia que víamos o sol nascer, já estando de pé e em forma. Cansados, psicológica e fisicamente, não sabíamos, ou melhor, não conhecíamos nossos limites; afinal, grande parte de nós, oriundos da vida civil, não havíamos tido nossos limites postos à prova, até então. O dia ainda não havia se acabado... Arrastava-se, pois, para o final da tarde, a correria daqueles dias: corrida para o rancho, só se sentando para comer após todos terem se servido, flexões de braços, canção cantada repetidamente, várias e várias vezes, xerifes ao esquadrão na pressão de comandar os demais estagiários... Enfim, fomos deslocados para o pátio da capela. A grande maioria de nós pensou: será mais uma bronca que iremos levar? E ao chegarmos lá e cairmos novamente na flexão,

“Após uma noite nada tranquila de acionamento, com direito a bomba, troca de uniformes, ‘surubação’, flexões e corrida, a quinzentena finalmente chegava ao fim. O fim de um ciclo e o começo de outro! Agora o curso começava pra valer!” Est Alves

com as palmas das mãos naquele asfalto aquecido por todo o calor do dia, ao som da contagem das mesmas e, logo em seguida, ao grito do nome do nosso esquadrão, TITANIUM, fomos todos lavados pela água... Ali, a emoção bateu. O sentimento de superação deste período que se findava aflorou em nossa pele, bateu em nossos rostos. Muitos choraram, outros pularam, gritaram... Ou tudo ao mesmo tempo... Todos se abraçaram, afinal, acabou ali a quinzentena e iniciou-se uma nova fase de nossas vidas, uma nova roupagem de nossos corpos: militares da FAB, TITANIUMS. Est Tamires

34 Revista Titanium


“15 anos em 15 dias. Essa é a percepção mais próxima da experiência que vivenciamos. Em 15 dias, deixamos a vida civil e imergimos completamente em um universo militar, aprendendo, sobretudo, os conceitos de disciplina, hierarquia e espírito de corpo, ultrapassando muitas dificuldades juntos. É incrível perceber o quanto o nosso esquadrão evoluiu e quantas amizades construímos em tão pouco tempo. Ainda me lembro do último dia da quinzentena, em que sentíamos as mãos apoiadas no chão quente, sustentando o corpo na posição de flexão. Quando pensávamos que não iríamos mais suportar, algum amigo nos incentivava e buscávamos forças para seguir em frente, superando o cansaço físico, mental e a dor. Esse período foi marcado principalmente pelo autodomínio, pela superação e o mais importante: conseguimos conquistar todo esse progresso juntos, dia após dia, como partes integrantes de um único corpo - TITANIUM!” Est Débora Reis

35


grito de guerra “AOS CÉUS! DA TERRA AOS ARES UM FORTE ESQUADRÃO HONRA! CORAGEM! ESCUDO DA NAÇÃO! SAÚDE APOIO E A ENGENHARIA! NA GUERRA, NA PAZ! ARDOR! SABEDORIA! TITANIUM GUERREIRO DOS ARES! TRIUNFO DOS PILARES! SUPERA OS LIMITES! BRAVURA VARONIL! FORÇA AÉREA BRASIL!” “O grito do esquadrão TITANIUM representa o perfil audaz da turma. A honradez e a devoção de jovens guerreiros que decidiram dedicar as suas vidas ao serviço da Pátria. A expressividade das áreas da saúde, engenharia e do quadro de apoio são representadas por suas especialidades em prol de todos os pousos e decolagens bem sucedidos do efetivo da Força Aérea Brasileira. A bordo de aviões, hangares ou hospitais estes guerreiros dos ares estarão sempre prontos a superar os seus limites, com bravura e sem nunca se esquecerem dos pilares da carreira militar e daqueles adquiridos no CIAAR: Ser, Saber, Agir e Liderar.” Est Rodrigo 36 Revista Titanium


37


TREINAMENTO MILITAR

M

uitos dos estagiários são egressos da vida

com a pontaria certeira. Que satisfação dá poder render seu

civil e aqui no CIAAR encontraram um novo

oponente com um belo golpe de defesa pessoal ou em uma

mundo - regras a serem cumpridas, novos

simulação, conseguir render meliantes na instrução de en-

comportamentos e atitudes. Porém, em meio a este turbilhão de mudanças, o treinamento militar sempre despertou a curiosidade da maioria. Tiro de pistola, entrada tática, abordagem, algemação e defesa pessoal. São atividades que muitos jamais haviam

trada tática! Muitas vezes, a algemação não foi feita corretamente, o golpe escapou ou só a mira não foi suficiente para acertar o alvo. Foi preciso tentar, superar limites, arriscar, rir dos próprios erros e comemorar os acertos.

tido contato e que despertaram as mais variadas sensações. Alguns ficaram atônitos com o “coice” da pistola, outros ficaram com os ânimos elevados com o cheiro da pólvora ou

38 Revista Titanium

Est Alves


“No momento da entrada tática os corações dispararam e a ansiedade tomou conta da equipe, a partir daí pudemos avaliar o quão meticuloso é exercer a segurança militar.” Est Camila

39


40 Revista Titanium


41


ROTINA

T

parada diária udo começou em 25 de janeiro de 2016. Os ros-

estudos e endoutrinamento de uma turma tão grande e

tos ansiosos, curiosos, um tanto assustados e

heterogênea, que agora se denominava 3º esquadrão, o es-

uma mistura de alegria por estar ali, com a an-

quadrão TITANIUM! Um nome que, com o tempo, vimos que

gústia diante de tanta mudança... Uma nova fase da vida! Após a sofrida quinzentena, em que laços de amizade e de apoio se formaram, iniciou-se o que seria a rotina de

Teste Físico 42 Revista Titanium

realmente representava a resistência, a força, a persistência e a união do grupo. A rotina era intensa, apesar de parecer tranquila aos olhos


Rancho alheios. Acordar antes das seis horas diariamente, disputar

contração, e muito suor!

um espaço no banheiro pra fazer o famigerado “coque” para

Logo após o término das instruções, mais um momen-

as meninas, ou fazer a barba, no caso dos meninos. Tomar

to de disputa por um espaço no banheiro, a hora do banho.

café às seis horas da manhã, já pensando em um tempinho

Jantar às dezoito horas e o toque de recolher às vinte e duas

extra pra relembrar a canção do dia, dar a última ajeitada

horas. Porém, não significava que o dia havia acabado ou

na farda, quem sabe ver se há recados no celular... Para, em

que as obrigações tinham cessado. Ainda era preciso estu-

seguida, entrar em forma para início das instruções, geral-

dar, treinar movimentos e comandos, decorar o hino a ser

mente ligadas à vida militar, missão da FAB, armamento,

cantado no dia seguinte, deixar o uniforme bem passado e

regulamentos, normas, leis, ordem unida, postura militar,

alinhado, bute engraxado... E, entre tudo isso, falar com a

hierarquia e disciplina.

família, marido, esposa, namorado (a), filhos, matar as sau-

A Parada Diária, imediatamente antes do almoço, era

dades, chorar um pouco, desabafar, rir, compartilhar mo-

onde tínhamos que nos apresentar com mais seriedade,

mentos tristes e felizes com aquela nova e grande família.

vibração, marcialidade, disposição e alinhamento perante

Sem falar do quarto de hora da equipe de serviço durante a

nossos superiores, além de prestarmos continência à Ban-

permanência...

deira Nacional. Assim, após esse momento tão importante do dia, avançávamos em direção ao rancho.

Essa imensa família do CIAAR foi crucial para que todos suportassem, com mais leveza, os dias longe de casa, fora

No período da tarde, mais instruções militares, algumas

da zona de conforto, as atividades diárias, o acampamento,

práticas e outras teóricas, nas quais lutávamos contra o

o fato de não haver comunicação com o mundo exterior em

sono incontrolável enquanto sentados nas cadeiras do Audi-

determinados momentos; e nos deu motivação para conti-

tório Brigadeiro Doorgal Borges. O importante é que sempre

nuar. Além disso, também proporcionou momentos de mui-

estivéssemos ocupados, nunca com períodos livres. Já a ati-

ta alegria, momentos hilários, de descontração e amizade,

vidade física no final do dia, era onde alguns se divertiam (e

e de pequenos atritos devido à rotina diária, como toda fa-

outros nem tanto). Era sempre um momento de maior des-

mília. Pois dividir um banheiro coletivo com cerca de outras

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oitenta pessoas querendo fazer as mesmas coisas ao mesmo tempo não é uma tarefa muito fácil. O que dizer de um banheiro com diversas mulheres querendo ao mesmo tempo passar roupa, secar os cabelos e usar o chuveiro elétrico? Obviamente culminava em pane elétrica. Além de tudo o que foi dito e feito, o que muito aprendemos nessa nova fase da vida, foram as novas palavras e expressões (outras não tão novas assim), características do meio militar: pane, bizu, bisonho, padrão, xerife, “é muita luta”, missão, câmbio, mocorongo, guerreiro, fadou, torar, pagar (flexão), safo, testa, retaguarda, “Brasil!” e muitas outras. Est Carla Minatel

Ordem unida 44 Revista Titanium


“Um dia é uma semana. Uma semana, um mês. Um mês é um ano. Assim é a rotina no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica. Especialmente para quem sai da vida civil, um mundo novo surge diante dos olhos. Pessoas, histórias, vidas... Vidas que se cruzam em função de um mesmo objetivo: se tornar Oficial da Força Aérea Brasileira. E, de repente, pessoas há pouco desconhecidas se tornam protagonistas de histórias dignas de se contar aos netos. A ajuda mútua cria vínculos jamais experimentados em outras circunstâncias. Tudo é muito intenso e absolutamente inesquecível. Valeu a pena!” Est Carolina 45


entrega do dom A

emoção de ostentar o DOM do CIAAR, que nos

O DOM agora faz parte da nossa farda e passamos para

ensinou a trilhar os caminhos do militarismo,

uma nova etapa, em que guerreiros foram incorporados,

no lado esquerdo do peito é única.

com orgulho, à instituição.

Recebemos este distintivo logo após retornarmos de um

acampamento sofrido, onde testamos nossos limites e al-

Est Siade

cançamos a vitória.

“Receber o Dom do CIAAR significou poder carregar no peito o símbolo da instituição da qual sempre sonhei fazer parte.” Est Camila

46 Revista Titanium


47


ACAMPAMENTO F

inal do exercício de campanha… À sombra das

dava início ao nosso dia de sucessivas e intensas ativida-

árvores, a tropa se agrupava recostada em suas

des físicas e mentais que somente terminaria por volta de

mochilas. A imagem se assemelhava aos comba-

1h da madrugada do dia seguinte. Ao silvo do apito exigia-

tentes de uma guerra que retornavam exaustos ao seu lar,

-se a prontidão imediata… 40 segundos para sair de forma,

ávidos pelo reencontro de suas famílias. Lutamos contra o

buscar dentro de nossas mochilas um caneco e voltar. 214

sono, contra a fome, contra o simples desejo de um banho…

combatentes em meio a pancadas de mosquetão tinham

Vencemos a dor e a exaustão. Descobrimos que o nosso li-

que lutar para entrar e sair de apenas 5 barracas. 2 minutos

mite está muito além do que poderíamos imaginar… Nada

para entrar e sair de uma cabine uniformizados e de banho

descreve o que foi viver aqueles cinco dias. Somente estan-

tomado. Quem sabe quanto tempo teríamos para comer

do “nesta carcaça” para saber o que passamos, somente ela

com nossas mãos sujas de barro… A escolha entre encher

sabe o que suportou…

os cantis de água, ou escovar os dentes, ou lavar as mãos,

Depois dos 8 km de caminhada em meio à escuridão, su-

ou ir ao banheiro, ou simplesmente deitar o corpo no chão

portando o incalculável peso de nossas mochilas, capacete

era constante, não se sabia quando seria o próximo silvo do

e mosquetão, chegamos ao local onde ficaríamos instalados

apito… E ainda encontrávamos ânimo para apoiarmos uns

pelos próximos dias… Já era de madrugada, a tropa formada

aos outros, infundir força aos que dela necessitavam e até

em pelotões, a cada segundo um combatente ia ao chão ao

mesmo rir das inusitadas trapalhadas da tropa: “Oh, Deus!”,

esgotar-se sua energia… Iniciávamos ali o que, para nós, pa-

nosso inesquecível xerife 183 (ou seria 186?), “Com licença

receria o inferno na terra.

árvore…”, a inédita canção do Guerreiro de Selva, “001! Pri-

A alvorada, tocada às 5h da manhã ou ainda mais cedo,

48 Revista Titanium

meira lei da selva....”


Vitória! Esse era o sentimento que pulsava em nosso pei-

nossa potencialidade jamais seria a mesma!

to ao chegarmos de volta ao Centro de Instrução e Adapta-

“Quando as lutas que a vida lhe oferecer forem duras, su-

ção da Aeronáutica, marchando ladeira acima, esgoelando

avize-as. Não aumente sua dureza tornando-se pessimista

a canção do Expedicionário como se não houvesse mais

ou deixando que seu vigor decaia. Faça sempre da luta, um

nenhum vestígio do cansaço em nosso corpo. Aqueles 214

ensinamento; torne doce o seu sabor quando essa luta lhe

combatentes que se recostavam em suas mochilas rendidos

for amarga. Você verá como a observância deste conselho o

pela exaustão agora caíam ao solo equipados de mochila e

levará ao triunfo” (Carlos Bernardo González Pecotche).

capacete, com todo vigor e energia, para comemorar o final do exercício de campanha com 20 flexões… Para a docência

Est Guerra

militar “Nada mudou!”. Para nós, nossa visão do mundo e de

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“O acampamento nos permitiu descobrir que somos capazes de resistir a adversidades extremas.� Est Fabiana

50 Revista Titanium


“Naquele momento em que você não acredita que seja possível seguir em frente, você reconhece o espírito de corpo nas palavras de força e incentivo dos amigos.” Est Fabiana

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“Sem dúvida o maior desafio físico e psicológico de nossas vidas. Quando pensávamos ter chegado ao nosso limite era preciso respirar fundo e buscar forças, pois ainda havia muito pela frente! E não tem como sair igual de uma experiência como essa. A cada desafio superado, é aflorado em nós o espírito do verdadeiro militarismo. Inesquecível!” Est Lorena

52 Revista Titanium


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platina e bandeira P

erante a bandeira de nossa nação, juramos cum-

forte. Aquelas palavras traduzem a entrega de nossas vidas e

prir nossa missão de militares oficiais da Força

de nossos corações à Pátria e à Força Aérea Brasileira.

Aérea. A voz era alta, esgoelada. O coração batia

Est Lorena

“Jamais esquecerei a emoção que senti ao receber, das mãos de minha mãe, a platina que representa minha incorporação à Força Aérea Brasileira.” Est Camila Vasconcelos

“O juramento à bandeira foi um momento singular, em que senti a importância do meu compromisso com a pátria e o peso da responsabilidade depositada nos oficiais da Força Aérea Brasileira.”Est Graeff 54 Revista Titanium


“Momento memorável durante a nossa estadia no CIAAR e na transição da vida de civil para a militar. Convidar meu pai e minha mãe para participar dessa cerimônia foi extremamente emocionante, utilizar a nossa “pele” azul de cada dia já é muito bom e motivo de orgulho, mas nesse dia foi muito mais especial, pois tivemos a oportunidade de deixar nossos familiares coroarem nosso uniforme com um dos símbolos do oficial, a nossa platina!” Est Silva 55


HERĂ LDICA

56 Revista Titanium


CCCEE - 2016

TITAN IUM A bolacha da turma encerra em sua simbologia os A Excalibur, espada cuja empunhadura está resermais elevados valores cultivados pelos guerreiros

vada aos guerreiros moralmente elevados, tam-

TITANIUM. Sua figura central é um escudo que re- bém está grafada no escudo. Além de fazer refepresenta a atuação defensiva da FAB prevista em rência à escultura da referida espada encontrada sua missão síntese: “Manter a soberania do espana frente do Corpo de Alunos do CIAAR, sua imaço aéreo nacional, com vistas à defesa da Pátria”. O escudo recebeu asas para enfatizar operaciona- gem representa todos os valores de elevada moral lidade aérea, meio do qual a Aeronáutica se utiliza incorporados pelos guerreiros TITANIUM durante para o cumprimento dessa missão.

seu período de formação militar.

No escudo, está presente a figura de uma coruja, Observam-se, ainda, os distintivos dos quadros ave que simboliza a sabedoria, fazendo referência dos quais os militares formados nesta turma faà carga de conhecimento acumulada em nossas formações profissional e militar, nas universidades e no CIAAR. A imagem da coruja sobre uma

zem parte: Medicina, Odontologia, Farmácia, Engenharia e Apoio contribuindo, harmoniosamente,

pedra faz, também, alusão à estátua de uma coru- para o sucesso do voo dos vetores fabianos. ja localizada na escadaria do Corpo de Alunos do CIAAR.

Est Leão 57


CASOP M

as quem são esses guerreiros do ar, cujas mãos estendem e salvam vidas? Qual honra e coragem lhes apodera e os fazem cruzar os

céus, as matas, os prédios, arriscando-se para salvar? Não são anjos, mas possuem asas; não são santos, mas arriscam a vida em sacrifício à nação. Em seus peitos, carregam a coragem, em suas cabeças e ombros, anos de carreira,

58 Revista Titanium


estudo e dedicação e aqui se submeteram ao aprimoramento pelo CASOP. O CASOP - Curso de Adaptação em Saúde Operacional - foi um curso de resgate, atendimento a acidentes e desastres, preparo para situações extremas e de risco, com aulas e simulações de emergência, sendo brilhantemente ministrado pela equipe do IMAE - Instituto de Medicina Aeroespacial - e com participação conjunta de pilotos de helicóptero promovendo simulação de resgate aéreo, de outros profissionais da Força Aérea e do Corpo de Bombeiros. Á Aeronáutica agradecemos esta oportunidade de aprender e aprimorar, aguardando com esperança o dia em que estes ensinamentos servirão para salvar vidas no exercício da função. Est Baião

“O que mais me marcou e creio eu, que também marcou meus amigos, foi o exercício do EVAM Evacuação Aeromédica. Emoção e ação em saúde no céu de BH. Superou expectativas!” Est Rodrigues

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“CASOP - Curso de Adaptação em Saúde Operacional: uma experiência única! Foi muito interessante termos a oportunidade de aprender as técnicas de evacuação aeromédica daqueles heróis que atuam nos resgates em situação de catástrofe. Tivemos a honra de ter contato com excelentes instrutores, nos orientando em um cenário completamente diferente daquele que vivenciamos durante o cotidiano, com a chance de realizarmos procedimentos médicos em pleno voo! Foi um curso que nos desafiou, exigindo a habilidade de pensar e agir de forma rápida, pois um minuto pode ser o tempo necessário para salvar uma vida. ‘Lutamos com a morte, vencemos a dor... Na terra, no ar, com ciência e amor!” Est Débora Reis 60 Revista Titanium


“No curso aprendemos a realizar atendimento operacional, simulando situações reais que todo militar pode vir a enfrentar.” Est Siade

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HCAMP “Unidos para fazer o bem.” Est Nazira

62 Revista Titanium


O

Hospital de Campanha (HCAMP) da Força

de uma missão cumprida.

Aérea Brasileira (FAB), montado em parceria

Entendemos o funcionamento de um HCAMP, aprende-

com a prefeitura de Lagoa Santa (MG) permitiu

mos a montar barracas, tivemos a experiência de dormir em

que nós, estagiários da área da saúde, atendêssemos a popu-

camas operacionais, participar de reuniões ao final do ex-

lação local nas mais diversas especialidades. Foi um momen-

pediente, além de trabalharmos em equipe multidisciplinar.

to único e marcante. Após três meses do curso, voltamos a

Deixamos de ser números ou estagiários e tivemos a honra

fazer o que mais sabemos e fomos treinados: atender nossos

de exercer com dignidade e cidadania nossa profissão. Uma

pacientes. Sentimos o cansaço físico e mental, ao longo de

delegação inesquecível e edificante, que com certeza marcou

cinco dias de atendimento a uma população extremamente

não somente a vida de nós, militares em formação, mas da

carente, muitos dos quais esperavam por uma consulta há

população que foi atendida com tanto zelo por nós.

meses. Tivemos também a oportunidade de atender demanda espontânea e distribuir medicamentos aos necessitados,

Est Maciel

mas, ao final, nos sentimos recompensados e com a certeza

“Servir é a nossa missão, nas asas do avião!” Hino da Saúde da Aéronautica

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64 Revista Titanium


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FINAL DE CURSO F

im de curso. Guerra de sentimentos. Para alguns, a

Paradoxalmente, rápido demais. Hoje é dia de esvaziar o ar-

alegria pela vida nova que vem chegando logo ali.

mário e encher o coração e a memória com as lembranças de

Para outros, o alívio pelo retorno a casa e à roti-

17 semanas que não voltam mais.

na. Para todos, o dissabor da despedida. Ainda que o calendário custasse a andar enquanto estávamos aqui dentro, ele

Est Melina

andou. E aquele dia de maio que parecia tão longe, chegou.

“Desafios, privações, sacrifícios, cansaço... Mas, acima de tudo, superação! Quatro intensos meses de grandes experiências, antes inimagináveis. Ficam as lembranças, os laços que criamos, o aprendizado, a vontade de abraçar forte nossos irmãos de armas, a paz de espírito, a certeza de que já não somos mais os mesmos...” Est Camila Vasconcelos

66 Revista Titanium


“Combati o bom combate, cheguei até o fim, conservei a fé.” Est Sarah

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68 Revista Titanium


“com os pilotos e asas seremos um conjunto de todo eficaz” Canção do especialista

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FORMATURA P

ela última vez entramos em forma juntos e vimos nossos pés rachar o solo. Verificamos o alinhamento e a cobertura... Ah

sem esquecermos da diagonal, porque se a mesma não existir, estejam certos de que “está TUDO ERRADO”. Nesse momento, ligeiramente nossas mãos tocam o companheiro da frente, nossos olhos com uma lágrima de tristeza, por estar acabando, conferem o pecúlio, e, por um instante, lembramos de tudo aquilo que vivemos durante os 4 meses (“cobre aí”, “faz silêncio”, “não mexe”, “já cessou o à vontade”, e por aí vai). Deixamos a tristeza de lado e a emoção nos envolve quando pessoas tão especiais nos entregam as espadas, símbolo do oficialato... Entoamos o grito de guerra e jogamos os quepes para o alto... Percebemos que um ciclo se fechou e que uma nova fase de uma carreira tão linda se inicia. Enfim, estamos prontos para nos dedicarmos inteiramente ao serviço da Pátria. Est Camila

“A formatura é a expressão do caminhar norteado pelo sonho, persistência e superação.” Est Rúbia Silva

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culto “A fé inabalável... A certeza de que estar aqui vivendo todos esses momentos era o cumprimento dos planos do Pai para nós... A percepção de Sua presença constante... Só assim foi possível chegar ao fim.” Est Camila Vasconcelos

“Tudo posso Naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13). Durante o culto recordamos a força que Deus nos deu, nos momentos em que fomos testados física e psicologicamente.” Est Camila

É

tempo de agradecer! Tempo de louvar a Deus! A

de seu colo e acalmou nosso coração. O Espírito que soprou

Ele que não só criou nossos caminhos, mas os

sobre nós para que tivéssemos a serenidade necessária para

encheu de luz, fazendo com que eles se cruzas-

persistir e chegar ao fim. A Ele toda honra e toda glória!

sem aqui. Fomos levados a conhecer e superar nossos limi-

“Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu

tes. Ficamos exaustos. Crescemos. Muitos talvez tenham até

nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fa-

pensado em desistir. Mas, Ele, em sua infinita bondade, foi

zer.” (Jo 15:5).

durante todo o tempo, nossa fonte inesgotável de força e fé. O Pai que nos levantou em cada queda, nos deu o conforto

Est Camila Vasconcelos

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diplomação e descerramento da placa

S

egundo J. Goethe “Quando tiveres cumprido o

há anos, tudo vem à tona intensamente. A Diplomação sela a

teu dever, resta-te ainda outro: mostrares-te sa-

sensação de dever cumprido de forma única, afinal, como já

tisfeito”. Essa é a frase que melhor descreve a

dizia Bob Marley, obstáculos são aquilo que se vê quando se

sensação de receber o Diploma de Oficial da Força Aérea. A

tira os olhos do objetivo que se quer alcançar.

lembrança das dificuldades e dos limites superados, os momentos de gargalhadas com pessoas conhecidas há poucos dias e que se tornaram queridas como se conhecêssemos

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Revista Titanium

Est Carolina


I

ntenso. Inexplicável. Incomparável. Assim foi esse tempo em que estivemos unidos. Um pe-

ríodo no qual descobrimos um mundo que a maioria desconhecia. Estudamos, marchamos, aprendemos, sorrimos… Juntos, estagiários, alunos, instrutores, vivemos intensamente muitos momentos alegres, produtivos, positivos e inesquecíveis. Também momentos árduos, sofridos e de superação.

E agora, ao vermos nossos nomes nesta placa, teremos a certeza, conseguimos, atingimos o alvo, vencemos!!! Ficará registrado na galeria do CIAAR, que a Turma TITANIUM, não só passou por aqui, mas deixou marcas no solo do pátio do Corpo de Alunos, no auditório Brigadeiro Doorgal Borges, no Rancho, enfim... E se um dia, se Deus permitir, voltarmos ao CIAAR para fazer parte deste efetivo, ao vermos a nossa placa com nosso nome, nos lembraremos com saudades dos bons momentos aqui vividos.

Est Rodrigues

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entrega de espadas

A

espada representa não só a autoridade como

- Os três movimentos de abater a espada: “Pela minha

também a vida militar a ser descortinada. Com-

Honra, por Deus e pela minha Pátria.” (Arquivo pessoal de

põe o símbolo da Força Aérea Brasileira (Gládio

Charles Netto);

Alado) e representa o ânimo guerreiro e a justiça. Símbolo do

- O juramento à Bandeira Nacional: o juramento descerra

oficialato, a espada encerra em seu mais primoroso e legíti-

o compromisso do oficial para com sua Pátria, a qual prome-

mo significado os princípios da honra e da disciplina cultua-

te defender com o sacrifício da própria vida;

dos e praticados na carreira do oficial. Seu uso está atrelado à autoridade ao oficial investida para que se cumpram os deveres e as obrigações militares que aquele jurou ao abater sua espada. A cerimônia de entrega de espadas é realizada tradicional-

- O embainhar da espada: esse movimento encerra o rito de promoção do oficial. A cerimônia de entrega de espadas marca a passagem do estagiário para o oficialato e traz consigo a responsabilidade, a autoridade, a honra e a disciplina.

mente e de forma solene seguindo os seguintes rituais: - Entrega da espada pelos familiares que prestaram seu apoio e suporte para que aquele oficial chegasse ao êxito da vitória alcançada;

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Revista Titanium

Est Bedran


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baile

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Revista Titanium


E

ste baile reflete a vitória da Turma TITANIUM, pois cada um de nós, desde o início

do curso, aprendeu o verdadeiro significado das palavras determinação, companheirismo e superação. Os obstáculos foram muitos, as flexões foram centenas, o choro muitas vezes não foi contido, os limites foram ultrapassados e os objetivos foram alcançados. Conseguimos! Com tantos significados para nós, o baile sela “nossa vitória final” aqui no C3E2, transunto de superações, força, união e fé! Agora é o momento de celebrarmos todo o esforço, dedicação e garra! Um brinde aos novos Tenentes, verdadeiros guerreiros que superaram todas as dificuldades e provações, além de agregarem os novos ensinamentos e valores às suas vidas. Est Baião

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humor

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pérolas Estagiário Shimono, xerife do 3º esquadrão, durante a quinzentena, ao tentar deslocar a tropa para o Auditório Brigadeiro Doorgal Borges: _Direção ao Auditório... Brigadeiro... DURVA... DURGAL... DORIVAL... _BEBEU XAMPU, estagiário? É “Brigadeiro Doorgal Borges”. _Direção ao Auditório... DUUURGAL... _“Brigadeiro”, estagiário. O Brigadeiro Doorgal Borges, por acaso, é amigo do senhor para o senhor chamá-lo pelo nome? Começa tudo de novo, vá!

Estagiária Larissa, no auge de sua meiguice, ao ordenar que a tropa ficasse imóvel: _Pessoal, QUIETINHOS, POR FAVOR! _“Quietinhos”, estagiária? Todo mundo para a flexão contando no diminutivo para a senhora aprender a deixar de ser bisonha: _UNZINHO, DOIZINHO, TREZINHO, QUATROZINHO, CINCOZINHO... ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Aluno 183, mais conhecido como o famoso Estagiário Ro-

_Direção ao Auditório Brigadeiro DUUUURVAL BOBS...

cha do 3º Esquadrão, autor de todas as maiores pérolas do

_Meu Deus! O Brigadeiro deve estar se revirando no tú-

acampamento (e da vida):

mulo! De novo, estagiário, seu bisonho! (Enquanto isso... A tropa em posição de sentido contendo bravamente todos os risos...) _Direção ao Auditório Brigadeiro BURGAL DORGES! _Que? Quanta bisonhice! Vá, estagiário! Desloque esse bando para o auditório! Cansei do senhor! ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Estagiário Cysneiros, mais um xerife super engrenado

Ao responder aos três silvos de apito que convocavam o xerife da companhia, com aquela voz que só ele sabe fazer: _A-TEEEN-TO! ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Ao chegar à barraca e não encontrar seu chinelo: _Alguém teria um chinelo sobressalente para me emprestar? –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

durante a quinzentena, ao comandar o faminto 3º esqua-

Ao se esquecer do próprio número:

drão na porta do rancho:

_Com licença, tenente. Aluno 186...

_Pela fila da direita, EM DIREÇÃO AO RANGO, sem cadên-

_186, aluno? FUMOU BANANA? ESTÁ TENDO CRISE DE

cia, marche!”

IDENTIDADE?

–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Como são sempre os mesmos, Estagiário Cysneiros re-

Ao apresentar a tropa para o tenente, olhando para a árvore:

solveu também homenagear o compadre Washington do

_Olhe para mim, aluno. Está olhando para a árvore por

grupo “É o Tchan”: _OOOORDINÁRIA, marche!

quê? Apresente para a árvore então! _COM LICENÇA, ÁRVORE...

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Com toda a calma e lentidão do mundo, sobre sua apresentação pessoal: _183, a apresentação pessoal do senhor está péssima! Arrume esse capacete que está todo torto! _Não é o capacete que está torto, senhor. É a etiqueta! ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Inovando na fraseologia ao apresentar a companhia da maneira mais tranquila possível: _Com li-cen-ça, te-nen-te... A-lu-no 183, xe-ri-fe da com-pa-nhia... _Mais rápido, aluno! Que moleza, meu Deus! _Com li-cen-ça, te-nen-te... A-lu-no 183, xe-ri-fe da com-

Estagiário Rangel durante a instrução sobre maquiagem discreta para as militares: _Tem maquiagem masculina também? _Rangel, paga 10 ali, vai! ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Durante a aula inaugural com o Major-Brigadeiro: _O senhor, com cara de japonês... Quem é você? _Estagiário Shimono, senhor. _Shimono... Shimono, o senhor é o que? _SOU BRASILEIRO, senhor! ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Estagiário Barcelos pagando de cantor:

-pa-nhia do e-xer-cí-cio de cam-pa-nha do CAMAR,CADAR,

_Estagiário Barcelos, sabe cantar a canção do dia?

CAFAR, EAOE... EAOER... EAOR... EAOR... EAOE-A-R...

_Sim, senhor!

_Tá maluco, 183? O senhor não sabe falar o nome do seu próprio quadro? ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Canção entoada pelo Estagiário Crossara durante o deslocamento da tropa na volta do acampamento: _Quero banhar-me/ numa piscina/ cheia de sangue/ A-... _Quem puxou isso se acuse! (Tenente Eduardo).

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_Canção do dia, execução! _Quer na paz, quer na guerra, a engenharia... (silêncio)... Só sei essa parte, senhor! ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Estagiário padrão, ergue o braço, levanta-se, toma a posição de sentido e diz com firmeza: _ESTAJUÁRIO Alves do 3º Esquadrão.


Estagiário esfomeado, ao apresentar a tropa pra o almoço: _Apresento 3º Esquadrão pronto para ANVAÇAR AO RANCHO! ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Passamos tanto tempo juntos que as pessoas tiveram mais crises de identidade: _Estagiário Coutinho? _Estagiário Bottino! _Estagiário Coutinho? Estagiário Bottino! ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Descobrindo mais talentos Titanium no acampamento: _Senhor, eu não sei a Canção do Guerreiro de Selva. _CANÇÃO? Então, canta aí, 185. _Senhooooor! Tuuuu que ordenaaaaaaste.... (em ritmo de funk). ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Saindo da FAB e indo para a PM: _Apresento 2º BATALHÃO... _BATALHÃO? Agora vocês são da PM? Para flexão 1, 2... ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Já clamando por piedade antes mesmo de o acampamento começar de verdade: _Oração do Guerreiro de Selva, execução. _Ohhhh Deus! ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– É MUITA LUTA!!!

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COMISSão de formatura

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semanas se passaram... O que, no início, parecia uma eternidade, hoje deixa saudades... Sabemos que a caminhada não foi fácil,

mas encontramos, uns nos outros, ombros amigos que fi-

Aos colegas desta Comissão, obrigada pelo empenho em tornar inesquecível o nosso grande dia! À família TITANIUM, obrigada pela confiança em nosso trabalho!

zeram com que tudo fosse mais leve... E, assim, em meio a

Ficam, agora, as lembranças, o aprendizado, os laços que

risadas, choros, desafios, superações, saudades, marchas,

criamos, os risos que continuarão a ecoar em nossas men-

comandos, canções e toques de corneta, seguimos firmes

tes e corações... A certeza de que temos verdadeiros irmãos

rumo à realização de nosso sonho!

de farda espalhados por todo esse grande país!

Nós, da Comissão de Formatura, abraçamos a missão de fazer com que esse momento fosse memorável! Tivemos

Novos Oficiais da Força Aérea Brasileira, sejamos todos muito, muito felizes!

pouco tempo, mas, a cada passo, buscamos sempre o me-

Até breve!

lhor caminho, o serviço mais eficiente e o valor mais justo.

Est Camila Vasconcelos

Comissão de Formatura: Alexandre de Arruda Graeff - Alyne Freitas Pereira Gondar - Ana Carolina de Oliveira da Silva - Ary Henrique Lautenschleger - Atair César Gonçalves Bernardo Medeiros Carvalho - Camila Vasconcelos Corrêa - César Augusto Silva Fernandes - Damilson Henrique da Rocha Júnior - Diego Peña Desterro e Silva Diego Xavier Araújo - Elder Freire Silveira Neto - Gabriel Silva Cardoso - Iasmin Cardoso Fonseca - Igor Monteiro Pontes - Jane Furtado Bedran de Castro Jhomolos Gomes Alves - Jorge Silvio Silva de Vasconcellos - Kalendra Vilete Oliveira de Almeida - Karla Rezende Guerra Drummond - Leonardo Ribeiro de Oliveira Maldi Marilia Cristina Alves de Matos - Melina Cuenca de Mello - Nina Pereira Aguiar - Patrick Almeida Carvalho - Paula Faria de Souza Mussi de Andrade Priscila Bueno de Souza - Roberto Affonso Gomes - Tatiana Gomes de Barros Rodrigues - Thales Calil de Paula - Tiago Dutra de Araújo

82 Revista Titanium


FICHA TÉCNICA ARTE Direção de Arte Affonso Neto Projeto Gráfico Cássio Mendes REDAÇÃO Edição de Texto e Reportagem CIAAR e Comissão de Formatura Revisão CIAAR e Comissão de Formatura Fotografia Fotografia Equipe Fotoateile: Affonso Neto Mirna Craveiro Emerton Eleuteiro Cristiane Rainho Felipe Cavalieri e Equipe CIAAR Fotos cedidas pela comissão de formatura PRODUÇÃO GRÁFICA Acompanhamento Diagrama Editora

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84 Revista Titanium


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