A Sociedade Secreta dos Vampiros

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SENHORES DO CREPÚSCULO Sociedade Secreta dos Vampiros The Secret Vampire Society

Lisa Childs

Conner West passara os últimos 50 anos culpando a si mesmo pela morte de Miranda Hamilton. Por isso, quando uma estranha sedutora e perigosa se oferece para fazê-lo pagar por seus pecados, ele aceita sem pensar duas vezes...

Digitalização: Rita Revisão: Crysty


Lisa Childs - A Sociedade Secreta dos Vampiros (Dueto 17.2)

PUBLICADO SOB ACORDO COM HARLEQUIN ENTERPRISES II B.V/S.à.r.1. Todos os direitos reservados. Proibidos a reprodução, o armazenamento ou a transmissão, no todo ou em parte. Todos os personagens desta obra são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas é mera coincidência. Título original: MOON KISSED Copyright © 2009 by Michele R. Hauf Originalmente publicado em 2009 por Silhouette Nocturne Título original: THE SECRET VAMPIRE SOCIETY Copyright © 2009 by Lisa Childs Theeuwes Originalmente publicado em 2009 por Silhouette Nocturne Bites Arte-final de capa: Isabelle Paiva Editoração Eletrônica: ABREU'S SYSTEM Tel.: (55 XX 21) 2220-3654 / 2524-8037 Impressão: RR DONNELLEY Tel.: (55 XX 11) 2148-3500 www.rrdonnelley.com.br Distribuição exclusiva para bancas de jornais e revistas de todo o Brasil: Fernando Chinaglia Distribuidora S/A Rua Teodoro da Silva, 907 Grajaú, Rio de Janeiro, RJ — 20563-900 Para solicitar edições antigas, entre em contato com o DISK BANCAS: (55 XX 11)2195-3186/2195-3185/2195-3182 Editora HR Ltda. Rua Argentina, 171, 4o andar São Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ — 20921-380 Correspondência para: Caixa Postal 8516 Rio de Janeiro, RJ — 20220-971 Aos cuidados de Virgínia Rivera virginia.rivera@harlequinbooks.com.br

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CAPITULO UM

Demorou uma eternidade. Especialmente a última semana. Enquanto caminhava nas ruas escuras, Conner West respirou os odores da cidade: gasolina e óleo levantavam-se do asfalto, fumaça de madeira e aroma de carnes grelhadas vinham dos velhos prédios de tijolos. Nas pessoas pelas quais passava, podia sentir perfumes de flores, almíscar e o doce e cúprico odor de sangue. Ele poderia ter voado até seu destino. Literalmente. Ou utilizado o metrô. Mas a noite caíra, sem um traço de estrela ou de lua, então as trevas combinavam com seu temperamento. Combinavam com ele. Talvez fosse hora de deixar a cidade, mudar-se, como já fizera tantas outras vezes. Porém, contava com amigos em Zantrax, pessoas que podiam condoer-se com sua situação. Ele acelerou o passo conforme se aproximava do centro da cidade. Talvez Julian estivesse no Club Underground. Ninguém entendia de culpa melhor do que Julian. E Julian jamais deixaria Zantrax, não enquanto a mortal por quem ele sentia tal culpa e responsabilidade vivesse. Porém, enquanto Conner aprendera da forma mais difícil, os mortais não viviam muito, especialmente quando se envolviam com vampiros. Foi por isso que ele se afastou dela alguns dias atrás. Ele parou na calçada, no mesmo ponto onde a salvou de um salto de sapato preso na boca de lobo. Ela recompensou seu heroísmo com um beijo. Ele lambeu os lábios, ainda sentindo o sabor dela... A doçura de seu cheiro especial que, de algum forma, era familiar. Não que todos os humanos tivessem o mesmo gosto. Miranda não tinha. E ela era o motivo de ele ter deixado o inocente mortal na rua. Então, ele não estava mais afim de coisas doces e jovens. Assim, ela teria de jogar de um jeito diferente. Teria que mostrar a ele quem ela era agora, em quem ele a transformara. Uma morta-viva. E, por causa disso, cheia de amargura. Tão amarga que precisava destruir o homem que havia destruído a vida que ela conhecera. A despeito da multidão na rua e do volume da música e das conversas, ela sabia o momento em que ele entraria no Club Underground. A pele dela latejava e seu nariz se mexia quando sentiu o cheiro dele. O cheiro dela. Mesmo agora, depois de todos esses anos, ele ainda tinha o mesmo cheiro dela, igual ao sangue que ele roubara. O sangue que ela queria de volta. Ela girou em sua cadeira de bar e examinou os clientes do clube à procura do rosto dele. A multidão abriu espaço para ele. As mulheres o fitavam com espanto, os homens, com inveja. Maldito aquele homem. Com seus cabelos dourados e olhos azuis penetrantes parecia mais com um anjo do que com um demônio. Porém, ela sabia a verdade, posto que ele a colocou no inferno. Ele parou antes que se aproximasse dela, e curvou seu corpo longo e esguio em uma cabine num canto escuro do clube. As pessoas, em pé porque não havia mais lugares para se sentar, não permitiam que ela visse quem estava com ele. Mas ela não se importava com quem ele estava agora... Porque logo ele estaria com ela. 3


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— Ele não vale a pena — avisou uma voz feminina. Brandi, como agora ela chamava a si mesma, mirou a mulher de cabelos negros sentada ao seu lado. — Você sabe disso pessoalmente? — ela perguntou com um relampejo de emoção, que se recusou a identificar como ciúme. Era apenas irritação... Com alguém que poderia sabotar o plano que ela passou anos formulando. A mulher balançou a cabeça. — Não dessa forma. Conheço isso melhor do que sei brincar com fogo. Brandi não sabia disso... Até que fora muito tarde. — Ele é assim tão quente? — Ele é muito perigoso — disse a mulher, chegando mais perto como se temesse que ele as ouvisse mesmo estando praticamente do outro lado do salão. — Ele é descuidado e impulsivo. Homens assim nos colocam em perigo. Nós... Ela era um deles agora, um da Sociedade Secreta dos Vampiros — um segredo que eles até matariam para que fosse mantido. Brandi passou novamente os olhos pelo clube. Nem todos os clientes eram vampiros ou outras criaturas da noite. Alguns mortais frequentavam o clube por causa da excitação motivada pela suspeita do segredo. Porém, ninguém tinha certeza, os mortais não poderiam conhecer o segredo e continuar vivos. Foi por isso que ele a matou, ou tentou matá-la? Porque ele suspeitou que Brandi descobrira exatamente o que ele era. Mas ela não sabia até que fora muito tarde... Até que ela se transformasse no que ele era. — Um pequeno perigo pode ser excitante — ela disse à outra mulher enquanto levantava da cadeira, especialmente porque era ele quem estava em perigo. E não ela. Dedos longos pegaram no seu braço. — Tenha cuidado. Brandi deu um tapa na mão da outra mulher. Elas não eram amigas, Brandi não frequentava o Zantrax por tanto tempo assim para ter feito amigos. Não que ela tivesse algum amigo. Brandi deixara seus amigos para trás na sua vida de mortal, provavelmente, eles estavam todos mortos agora. De causas naturais. — Aprecio sua preocupação... — Mas você não vai me ouvir. Brandi esperou muito tempo enquanto passara anos perseguindo-o em cada clube underground do mundo, para que finalmente cumprisse sua vingança. — Não. O ar no clube lotado vibrava de excitação. Conner sentiu as vibrações em suas veias, bombando quentes e rápidas em seu sangue. Ele não podia lembrar-se de qual foi a última vez que teve tal sensação — um sentido de antecipação. Algo estava para acontecer esta noite — algo que mudaria tudo. — Você está bem? — Julian perguntou. Conner olhou para a preocupação no rosto do amigo. 4


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— Tudo bem... Mas ele não estava bem. Ele não estivera bem em mais anos de que poderia se lembrar, porém se assegurou de nunca revelar seu desconforto e sua culpa. Ele não poderia dar qualquer sinal de vulnerabilidade, já que vulnerabilidade nessa sociedade era um claro sinal de fraqueza. E os fracos não sobreviviam. Conner voltou-se para a multidão e examinou os rostos em busca da origem da excitação que pulsava no ar como a batida da música. E ele a encontrou. Reparou nela assim que entrou no Club Underground, o olhar dele automaticamente atraído pelo resplendor de seus cabelos vermelhos e brilhantes. Porém, Julian o chamou para a cabine antes que ele pudesse se aproximar da mulher. Agora Brandi se aproximava dele com um andar sexy, mexendo o quadril, o que deixou seu sangue tenso de desejo... E de expectativa. Seda negra, na forma de um vestido sem alças, colado em todas as curvas do corpo. A respiração dele estremeceu. Julian assobiou. — Aí vem problema. Conner riu forçadamente. — Sim... Maldição. — Você não precisa de mais nenhum problema, meu amigo. Ele precisava esquecer seu antigo problema. E fazer amor com uma mulher como aquela provavelmente o faria esquecer o próprio nome e deixar de lado seus antigos erros. Esta noite, mais do que em qualquer outra noite, ele precisava esquecer, mesmo que se arriscasse a cometer outro erro. — Ela é...? — Uma de nós? — Julian perguntou. — Ela estava falando com Ingrid no bar. Ingrid nunca falava com mortais. Maldição, ela nem mesmo fala com vampiros que conversam com mortais. — Conner — uma voz rouca de mulher murmurou o nome dele. Ela se inclinou sobre a mesa, mostrou uma porção tentadora do decote enquanto seus seios testavam o corpete do vestido de cetim negro. Ele teve um instante de arrependimento. Se ela era um deles, Ingrid teria dito quem ele era e o que fizera. Então, por que ela veio até ele? Preparou-se para um tapa ou coisa pior... Enquanto ela chegava mais perto. Sua respiração quente contra o pescoço dele, ela murmurou: — Quero... Dançar... Com você. Seu corpo endureceu. Talvez ele apenas imaginara a ênfase sugestiva que ela colocou no dançar. Porém, não podia imaginar a atração que sentiu por aquela bela mulher. — Qual é o seu nome? Os lábios dela curvaram-se em um sorriso sexy de pura diversão. — Brandi. — Brandi? Ele esperou, mas ela não falou seu sobrenome, nem mesmo quando ele ergueu uma sobrancelha interrogativa. Em vez disso, ela o alcançou. Seu dedos longos, com unhas vermelhas e afiadas, pegaram a mão dele e Brandi o colocou de pé. 5


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— Tome cuidado — disse Julian, mas Conner ignorou o aviso do amigo e seguiu a mulher para um canto escuro da pista de dança lotada. Uma risada rouca, como o ronronar de um gato perigoso, saía de seus lábios vermelhos e cintilantes, enquanto Brandi se virava para ele e colocava seus braços em torno dos ombros de Conner. — Você também não presta atenção. — Também? Ingrid avisou-lhe para ficar longe de mim — ele suspeitou. Ela meneou a cabeça e se aproximou, seus seios roçando o peito dele. — E quando as pessoas dizem para eu não fazer algo, isso me dá muito mais vontade de fazer. Um riso saiu da boca de Conner. — De alguma forma, não acho que estamos falando sobre dança. — É isso que estamos fazendo? — ela perguntou enquanto pressionava seu corpo contra o dele. Ele engoliu um gemido, novamente sem querer demonstrar qualquer vulnerabilidade ou fraqueza. Algo sobre aquela mulher, a despeito de seu atrevimento, mexia com ele, produzindo uma atração e emoção profundas que Conner não sentia há décadas. Meio século, para ser mais exato. — Temos música — ele observou, tendo que gritar para superar a batida da música e a voz rouca do cantor. — Você se interessa por algo além de música? — ela perguntou com uma sobrancelha sensualmente levantada. Como seu cabelo brilhante, seus olhos cintilaram com o brilho da luz estroboscópica. Verdes com manchas douradas, ou prateadas, que reluziam. — Você não escuta, mesmo — ele pensou, tanto aliviado quanto intrigado. — Tenho certeza de que Ingrid lhe falou tudo sobre mim... Sobre todas as coisas más que já fiz. Ela sorriu e riu novamente, seus seios agitando-se contra o peito dele. — Eu sei das coisas más que você fez — ela admitiu. — Você tem sido muito mau, Conner West. Talvez seja hora de alguém finalmente castigá-lo. A carne na base da nuca de Conner latejou, e não apenas porque as unhas dela deslizaram por sobre sua pele. Julian estava certo quando preveniu Conner sobre aquela mulher, ela era um problema, definitivamente. Mas já fazia meio século desde que Conner enfrentara um problema que não pôde solucionar. Alguém tinha sorte, ou, quando se tratava de Conner, azar, em encontrá-lo. Preocupado com a possibilidade de já saber a resposta, ele perguntou: — E você é a única que finalmente me dará o que mereço? Maldição, sim... — Eu sou a única — Brandi prometeu enquanto colava nele... Até que nem uma fração de espaço separasse a pele dela do corpo tenso e firme de Conner. A pulsação dela se acelerou com a excitação... E a atração. Ela trabalhou muito duro para isso, esperou muito e não podia desviar-se de sua missão... Mesmo que fosse por ele. Especialmente por ele. O calor penetrou seu terno impecável e sua camisa, e a pele de Brandi esquentou até que ela enrubesceu. De 6


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desejo? Brandi respirou fundo, incentivando a si mesma a resistir a ele e a seu charme extremamente sexy. Os olhos azuis dele piscaram de fascínio e malícia, e seu riso cresceu, criando covinhas profundas nas suas bochechas. Deus, ele era lindo — loucamente, injustamente lindo. Ele se moveu, deslizando sua coxa por entre as dela. Sua saia se ergueu, mas ela não se importou. Brandi não se importava com nada além da pressão que se criava dentro dela. Ela estava perto... Muito perto de seu objetivo, de sua vingança... Brandi não podia — não podia — pensar em nada além daquilo. Porém, podia pensar apenas nele, na impressionante virilidade que pressionava seu ventre, enquanto a perna dele movia-se novamente, deslizando entre as coxas dela... Para trás e para a frente através do calor de sua calcinha. Os pés dela ergueram-se do chão, e ela teve que se segurar nele, os braços de Brandi abraçaram com força os ombros de Conner. As unhas dela enrolaram-se nos cachos sedosos da nuca dele. O desejo atravessou seu corpo, e ela ofegou com a intensidade dele. Seus mamilos endureceram, pressionando o cetim. O tecido de seda acariciou os pontos sensíveis, enquanto ela desejava que ele os afagasse. Que ele afagasse seu corpo... Colocando sua cabeça perto da dela, a boca de Conner roçou a orelha de Brandi, e ele murmurou: — Você é tão quente... — E me avisaram que você que poderia me queimar — ela admitiu. O riso travesso dele brilhou novamente, revelando apenas um pedacinho de seus caninos, enquanto aqueles olhos azuis devastadores piscavam com uma ameaça sensual. — Então, você não tem medo de brincar com fogo? O coração de Brandi se chocou contra suas costelas, batendo forte e rápido de medo. Mas ela mentiu alegremente: — Gosto de brincar... — Ela apertou o corpo dele, até que seus lábios rasparam o pescoço dele, seus caninos apenas arranhando a pele de Conner. — Com fogo... Ele estremeceu, mas suas mãos apertaram a cintura dela e ele se afastou de Brandi. As pernas dela tremeram quando seus pés tocaram o chão novamente. — Não podemos — ele disse. — Não aqui... Ele chegou mais perto, sua boca pressionou a orelha de Brandi, a respiração quente dele contra a pele dela. — Se alguém nos vir... Um vampiro, ou vampira, que expuser seus caninos em público corre o risco de revelar o segredo e, como consequência, sofrer a punição pela revelação. Essa punição era, normalmente, a morte. Se ela pudesse incitá-lo a mordê-la na pista de dança, Brandi poderia terminar com aquilo... Rapidamente. Quase de forma impessoal. O pânico tomou seu coração, roubando-lhe o ar. Ela não havia esperado cinquenta anos por algo rápido e impessoal. Ela queria vingança — uma vingança suja e pessoal. Ele deslizou sua língua pela orelha dela e sussurrou: 7


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— Venha até minha casa... Brandi tremeu, lembrando da última vez que ele dissera aquelas palavras para ela. E assim como da última vez, ela levantou os olhos para ele e meneou a cabeça. Conner abaixou a cabeça e roçou sua boca na dela, rapidamente. Mas então Brandi deslizou seus dedos nos cabelos dele e o trouxe de volta para ela. Deu um beijo profundo, pressionando seus lábios fortemente contra os dele. O sorriso saiu da boca de Conner e ele aumentou a pressão e abriu os lábios dela para a invasão da sua língua. Ele entrou e saiu da boca de Brandi, passando pelos lábios dela, na língua, nos caninos de Brandi... E ela era a única que arriscou tudo, que arriscou revelar um segredo que jamais quis conhecer. Ela apenas quis aquele homem... Quase tão apaixonadamente quanto o queria agora. A tentação de ter o que queria, de mergulhar seus caninos na pele de Conner e beber o sangue roubado por ele... Brandi fechou os olhos, resistindo à tentação — resistindo ao desejo. Ele afastou sua boca da de Brandi e deslizou seus lábios pelo rosto dela até sua orelha. Conner grunhiu de desejo, e implorou a ela: — Venha até minha casa, Brandi... Ela abriu bem os olhos e fixou-os no azul profundo do olhar hipnotizante de Conner. Foi só isso o que ele teve que fazer da última vez — olhar para ela daquele jeito, como se Conner a quisesse mais do que qualquer um jamais quis — e ela não tinha como resistir. — Sim, eu vou até sua casa... Porém, dessa vez as coisas terminariam de forma diferente entre eles. Brandi seria a única a continuar viva; e Conner West, aquele que iria morrer.

CAPITULO DOIS

Eles bateram a porta, envolveram-se nos braços um do outro, as bocas coladas e famintas. Consumido pelo desejo, Conner quase a possuiu ali, contra a porta aberta do seu apartamento. Mas o bom-senso, embora por pouco, prevaleceu. Ele tirou as chaves da fechadura e recuou. Então, ergueu-lhe o corpo curvilíneo em seus braços e fechou a porta com um chute. Ofegante, o peito dela subia e baixava, seus mamilos duros contra o cetim negro. Ele não podia esperar para botar sua boca neles — para sentir o sabor dela... De todo seu corpo. Mas, então, uma voz, não a dela, o tirou da neblina do desejo. — A queridinha da América, a estrela de cinema Miranda Hamilton, tinha apenas 25 anos quando desapareceu. Conner ficou tenso e olhou em volta para o que deveria ser um apartamento vazio. 8


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— Que diabos... — Sua televisão — Brandi murmurou, enquanto se enrolava nos braços dele e deslizava seus lábios pelo queixo de Conner. — Você deixou a TV ligada. Não, ele não deixou. Ele quase jogou o controle remoto contra a tela de plasma quando esse documentário foi ao ar no começo da noite, isso porque o documentário era sobre ela. Mesmo depois que desligou a TV, ele não pôde parar de pensar nela. Mas não podia pôr a culpa daqueles pensamentos no programa de TV. Se não fosse ao ar, ele ainda continuaria pensando em Miranda Hamilton nessa noite... O aniversário da morte dela. Estava louco se achava que poderia esquecê-la... Mesmo com Brandi. Ele afastou seus braços dela, para que aquela cabeça ruiva e sexy deslizasse sobre o corpo dele. Mas então rapidamente afastou-se de Brandi e passou a andar pelo apartamento, com seu teto alto, pisos de madeira de lei e janelas de tijolos. Ele tinha que encontrar o controle já que a TV não possuía uma forma externa de ser desligada. Verificou as prateleiras de mogno que ficavam em volta da TV, olhou também atrás delas, onde achou ter jogado o controle remoto. Não havia nem poeira ali, ele não vivia tanto tempo assim naquele apartamento para acumular sujeira ou pó. Apenas fantasmas. Mas então não importaria onde ele fosse morar, ela sempre o assombraria. Suas mãos tremeram, ele bateu nas almofadas do seu sofá de couro preto. — Cinquenta anos depois, o desaparecimento dela continua uma mistério não solucionado — continuou o narrador. — Nós ainda nos perguntamos o que teria acontecido com Miranda Hamilton. — Não é incrível — Brandi disse — que ninguém nunca a tenha encontrado? — Incrível — ele repetiu. Ele sabia onde ela estava. Morta. Por causa dele. Brandi fez um gesto na direção da tela da TV e do retrato da jovem estrela de cinema. Embora a foto fosse em preto e branco, era óbvio que Miranda Hamilton tinha cabelos claros, olhos brilhantes e uma beleza assombrosa. — Ela era realmente linda. Mais linda que qualquer outra mulher que ele conhecera — mais que a moça de cabelos negros em apuros na noite passada e agora a sedutora ruiva que veio até sua casa. Assim como Miranda fizera há cinquenta anos... — Ela teria tido um carreira maravilhosa — Brandi continuou — se não tivesse... Desaparecido. Finalmente, ele encontrou o controle, sobre uma mesinha perto da luminária. Ele o deixara ali? Conner estava certo de que o havia jogado pela sala. A mão tremendo, pegou o controle e desligou a televisão. Se ao menos ele pudesse também desligar seus pensamentos tão facilmente... — O que você acha que aconteceu com ela? — Brandi perguntou, encarando Conner. Ele respirou profundamente, lutando para tirar toda emoção de seu rosto. Não podia mostrar fraqueza para ninguém, especialmente para essa mulher, que prometera castigá-lo por todos os seus crimes passados. — O que você acha que aconteceu a ela? — ele perguntou, pensando se ela sabia o que apenas poucas pessoas sabiam. Ingrid não podia ter contado, ela não tinha detalhes sobre Miranda, apenas suposições sobre as outras aventuras sexuais dele. Miranda não fora a primeira mortal com quem ele fizera amor, mas a única que morrera por causa disso. 9


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Brandi ergueu seus ombros nus em um sexy gesto de indiferença. — Eu apostaria que a pobre srta. Hamilton envolveu-se com o homem errado... Que partiu seu coração. — Então, você acha que ela fugiu para algum lugar? — Deus, como ele desejava que ela tivesse feito isso. Se ela tivesse fugido dele... Brandi inclinou sua cabeça e fez um beicinho, com seus lábios vermelhos. — Não sei. Você acha que ela ainda está viva? Mordendo o lábio para segurar um gemido de dor, Conner balançou a cabeça. Ele desligou a TV, mas ainda podia ver a jovem estrela... Na sua mente. Com seus cabelos louros e olhos grandes, ela era considerada uma ingênua, mas mesmo depois que a encontrou, apenas por assistir a seus filmes, Conner percebeu o brilho travesso nos olhos e no sorriso misterioso dela. Miranda Hamilton não era a moça inocente que seus fãs acreditavam ser. Mas ela não fora esperta o bastante para suspeitar dele e do perigo que Conner representava. — Então, você acha que ela morreu? — Brandi perguntou, sua voz rouca aumentando com lascivo interesse no mistério... E em algo que ele estava muito absorto em suas emoções para poder identificar. — Você acredita que o homem, aquele por quem, ela se apaixonou, poderia tê-la assassinado? Ela não o amara, ela mal o conhecera. E ele queria muito pensar que a havia amado, que queria passar toda a eternidade com ela. Nunca amara antes, não tinha como saber se o que sentira havia sido real ou apenas uma paixão cega. Como o que sentiu pela linda e namoradeira Brandi. Ele precisa dela, não só para livrar-se do desejo que Brandi criou dentro dele. Ele precisava dela para esquecer. — Não quero falar sobre ela. Brandi sabia muito bem que ele não queria falar. Ele arremessou o controle, sem saber que não era aquele que usou para ligar a TV no documentário que ela gravara. Aquele controle estava na bolsa de Brandi. O maxilar dele ficou tenso de determinação, ele atravessou a sala de estar com passos suaves e largos — como se a estivesse caçando. — Eu não quero mais falar. Ela também não queria falar, não enquanto não acreditasse que ele fosse contar a verdade. Ela queria apenas sua vingança. Então, ele a tocou, apenas deslizando a ponta do dedo por sobre o ombro dela, passando pelo braço até sua mão. Os pelos dela se arrepiaram ao longo da sua pele sensível. Sua respiração estremeceu de surpresa e desejo. Como ela podia ser tão fraca a ponto de deixar que um simples toque dele a distraísse? Mas ninguém antes havia tocado nela como Conner West. Ninguém jamais fizera com que Brandi sentisse o que ele a fez sentir. Ela queria experimentar aquela sensação novamente... Ela o queria... Mais uma vez. Apenas mais uma vez... Ele prendeu seus dedos nos dela e a puxou para si. Antes que o corpo dela o tocasse, ele recuou e puxou a mão de Brandi novamente. Da mesma forma que ele a seguiu para dentro da pista de dança, ela o seguiria para onde ele a levasse... Através da sala de estar e através da porta aberta para o quarto escuro. Ele apertou um interruptor de luz, mas o brilho fraco do candelabro de cristal, que pendia de um teto alto e ornamentado, mal iluminava a cama embaixo dele. Mesmo se a cama de four-poster não fosse a única peça de mobiliário do quarto, ela teria dominado 10


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todo o espaço. O olhar de Brandi fixou-se nela... Enquanto imaginava os dois sobre aquela cama, conforme imaginou tantas vezes nos últimos cinquenta anos. Brandi lembrava-se do prazer... E da dor. Mas, em sua mente, a dor se tornava a dor dele. — Gosto da sua cama — ela disse, olhando por cima do ombro para onde ele estava parado, trancando a porta. Ele vivia sozinho. Quem ele achava que poderia interrompê-los? Miranda? — Deixe-me amarrar você nela... Ele riu. — Acho melhor não... — Eu não esqueci... — de nada, ela pensou — ...que você é um garoto muito mau, Conner West. Preciso puni-lo por todos os seus... Pecados. E ela precisava lembrar-se de que ele tirara tudo dela, mas não perdera nada. As proezas sexuais dele, com mortais e imortais, eram lendárias, mas nunca houvera nenhuma menção do que ele havia feito com ela, nenhuma repercussão sobre tê-la assassinado. — Pecados? — Ele riu novamente. — Amarrar-me na cama não pode me punir pelo que já fiz. Punição era o que ela faria depois de o amarrar. Brandi tomaria de volta o sangue que ele roubou dela; ela tiraria a vida dele em troca da vida que ela perdeu. — Com certeza, seria divertido tentar — ela o incentivou com um sorriso. Brandi apertou fortemente a bolsa de cetim em sua mão, dentro dela, Brandi trazia lençóis de seda... E uma estaca de madeira... Juntamente com o controle remoto. Ele se aproximou dela pelas costas, e seus lábios roçaram os ombros nus de Brandi, enquanto seus dedos brincavam com o gancho do zíper dela. A voz de Conner, áspera de desejo, perguntou: — Você não está usando nada embaixo disso, está? — Sob o cetim? — ela zombou. — É muito revelador... Em vez de abaixar o zíper, ele a virou para si. Porém, mais do que olhar para o corpo dela, ele olhou para seus olhos. — Seu vestido pode ser revelador, mas seus olhos não são, senhorita...? — Brandi — ela disse —, apenas Brandi. Os lábios de Conner curvaram-se em uma versão fraca de seu riso perverso. — Você não é apenas qualquer coisa... A respiração de Brandi estremeceu em seus pulmões com um suspiro trêmulo. Ele a olhava exatamente como a olhara cinquenta anos atrás... Como se realmente a visse. Milhões de pessoas a assistiam na tela prateada, mas ninguém realmente a tinha visto... Até que Conner a viu. Ele a olhou profundamente, para além da sua sofisticada aparência, e reconheceu a insegura criança adotada, perdida e abandonada. Brandi não podia se arriscar deixando que ele a visse agora... E descobrisse quem ela realmente era. Brandi deveria distraí-lo como ele a estava distraindo. Depois de jogar sua bolsa perto da cama, ela pôs a mão entre os dois e tocou a argola do zíper dele... O fecho da calça. Uma comprida e dura carne estendeu-se contra o tecido das calças impecáveis. Ela as desabotoou e abaixou o zíper. Ele gemeu, enquanto sua virilidade surgia, livrando-se da cueca de seda que 11


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vestia. Suas calças caíram até os calcanhares e revelaram pernas cobertas de pelos dourados. Ele se despiu da jaqueta, alcançou os botões da camisa e os abriu até deixar aparecer os músculos esculpidos do seu peito. Ele puxou a camisa desabotoada enquanto ela abaixava a cueca. Brandi prendeu a respiração, com medo, enquanto ele estava diante dela gloriosa e suculentamente nu. Com sua aparência dourada e seu corpo magro e musculoso, ele poderia ter sido uma estrela de cinema. Conner poderia ter sido qualquer coisa, mas o que ele era... Porém, em qualquer momento, com o calor tomando conta de seus mamilos e de todo seu ser, Brandi não se importava com o que ele era... Ou mesmo com o que ele havia sido. Ela apenas se importava com o modo como ele a fazia sentir... E ele a fazia sentir mais do que qualquer outro já fizera. E Brandi precisava senti-lo. Ela se afastou, deslizando suas mãos sobre o peito de Conner. O coração dele bateu forte com o toque de Brandi. Com as pernas tremendo, ela se ajoelhou diante dele, passando as mãos sobre sua barriga malhada e sobre o quadril magro... A pele suave e sedosa ondulava sobre os músculos. Ela envolveu os dedos em torno da masculinidade e esta pulsou forte dentro da mão dela. Ele gemeu: — Brandi... Ela abriu a boca para contar a ele quem realmente era, já que precisava dizer a ele seu verdadeiro nome. Porém, antes que ela pudesse ceder ao impulso de fraqueza, cerrou seus lábios... Em torno dele. Suas presas arranharam a ponta suave, enquanto ela o sugava profundamente pára dentro de sua garganta. Com sua língua, ela lambia as gotas de paixão que jorravam dele. Os dedos de Conner agarraram o cabelo dela, segurando-a contra ele enquanto Brandi fazia amor com sua boca, deslizando-a para cima e para baixo, por toda a extensão dele, apertando suas mãos contra o traseiro rijo de Conner. — Brandi, não — ele protestou, sua voz rouca de paixão. — Eu a quero... — A medida que ele tentava recuar, ela o segurava ainda mais... Com lábios e mãos, afundando suas unhas dentro da carne firme das nádegas dele. Mas Conner era mais forte, e suas mãos pegaram os braços dela e a ergueram do chão. Sua virilidade pressionou o ventre dela, quente, dura e molhada pela boca de Brandi. — Deixe-me terminar — ela insistiu, lambendo o gosto dele de seus lábios — de castigá-lo... — Você não está me castigando — ele afirmou, seus olhos quentes de desejo. — Você está me fazendo gozar. E isso não vai acontecer até que eu a faça gozar primeiro. A boca de Conner cobriu a dela com um beijo faminto, a língua deslizou entre os lábios de Brandi, entrando e saindo da sua boca. O coração de Brandi batia freneticamente enquanto uma pressão insuportável era criada dentro dela, tensa e dolorosa. Ela precisava mais do que de vingança; ela precisava do prazer que ele prometera a ela. Gemeu dentro da boca de Conner. E ele recuou novamente, provocando-a com seu beijo e então seu toque com os dedos trilhando o pescoço dela, passando pelos ombros até o corpete de cetim do seu vestido. A respiração dela ficou presa enquanto Brandi esperava que ele tirasse sua roupa. Porém, em vez disso, os dedos dele correram pelo vestido, pressionando seus mamilos até que ficassem duros contra o delicado tecido. Então, ele abaixou a cabeça e, através do cetim, chupou os pontos sensíveis. A respiração dela estremeceu com um suspiro enquanto o calor e a umidade se intensificavam entre as pernas. Brandi pressionava suas coxas à medida que a dor a 12


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consumia. Ela não podia pensar em nada a não ser no orgasmo que desejava ainda mais do que a vingança. Enquanto sua boca tocava os seios dela, suas mãos percorriam seu corpo... Para baixo até a anca, sobre a curva do quadril e das nádegas, até as coxas e a borda do vestido. Ele brincava com o tecido e com a pele de Brandi, deslizando seus dedos até a parte de trás de suas coxas. — Por favor... — ela suplicava, tentando alcançar atrás de si a argola do zíper. A medida que ela se curvava, seus mamilos mergulhavam na boca de Conner. Ele gentilmente mordeu a ponta, e um rápido orgasmo irradiou-se através dela. Os dedos dele estavam lá, separando as coxas dela para alcançar a corrente úmida entre suas pernas. Então, ele recuou e tirou sua mão da parte de trás do vestido. Conner levantou seu dedo úmido até seus lábios e chupou a paixão de Brandi. — Doce — ele murmurou, seus olhos negros de desejo, enquanto ele observava o rosto dela. — Eu quero mais... Um som de metal soou quando ele, finalmente, abriu o zíper de Brandi. O vestido caiu, deixando-a nua diante dele, vestindo nada além de seus saltos. Um ar frio percorreu sua pele quente, mas nada diminuiria o calor da sua carne até que Brandi encontrasse o orgasmo pelo qual seu corpo ansiava. Como ela fizera alguns momentos antes, ele ficou de joelhos diante dela. Conner ergueu a coxa esquerda de Brandi, colocando-a sobre seu ombro, enquanto suas mãos deslizavam sobre o quadril e tronco dela. Ele pegou os seios dela nas mãos, seus polegares apertavam os pontos sensíveis enquanto seus lábios percorriam a pele úmida da parte interna das coxas de Brandi. Ela agarrou nos ombros dele para que suas pernas fraquejantes não cedessem e a fizessem cair. A boca de Conner movia-se, sua língua, lenta, pelas dobras da pele sensível de Brandi... Sobre o núcleo da sua feminilidade. Como reação, ela estremeceu, o prazer se irradiando daquele ponto até todo seu corpo. Os dedos dele em volta de seus mamilos, apertando-os enquanto mergulhava sua língua dentro dela. Os músculos de Brandi se tensionavam à medida que a pressão aumentava. Ela se inclinou contra a boca dele, enquanto ele mexia sua língua para dentro e para fora. — Conner! — ela gritou, à medida que as sensações a cegavam para o que ele realmente era. Ela só conseguia pensar no que ele estava fazendo. A pressão se intensificava, cada vez mais forte dentro dela, até que Brandi estremeceu com o choque do súbito orgasmo, que dilacerou-a, fez seu corpo estremeceu. Ela tentou se afastar da boca de Conner, mas ele a prendeu com força contra seus lábios, enquanto sua língua continuou entrando e saindo do núcleo úmido do corpo de Brandi. — Não! — ela gritou, lutando contra a constatação de que só Conner poderia dar a ela esse tipo de prazer. Só ele... Ele recuou e olhou para ela. — Você quer que eu pare? — Não! Ela não podia parar agora... Não quando sabia que haveria mais. Muito mais... Ele a ergueu até a cama, lençóis de seda deslizando sob as costas dela à medida que a pele acetinada de Conner fazia pressão contra o rosto dela, quando o corpo dele cobria o corpo de Brandi. A perna dela ainda levantada por sobre o ombro dele, ele se 13


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guiou pulsante para dentro dela. O comprimento e largura dele a rompiam por dentro, os músculos dela apertavam-no à medida que ele entrava e saía. Ele empurrava a ponta brilhante contra o centro da sua feminilidade, apertando a pele suave contra o interior dela... Várias e várias vezes. Ela se contorceu embaixo dele, depois o agarrou, deslizando seus dedos sobre a extensão úmida da masculinidade para levá-lo de volta para dentro dela. Ela arqueou seu quadril, empurrando-o mais profundamente. Conner inclinou-se para a frente, tomando a boca de Brandi com a sua... Colocando sua língua entre os lábios dela enquanto a penetrava. Entrava e saía. Entrava e saía. A pressão foi criada novamente, o corpo de Brandi contorcia-se com a dor intensa. Ele afastou sua boca, seus lábios deslizaram pelo pescoço dela. Seus caninos arranharam a pele dela. — Eu tenho que saboreá-la... Toda — ele a avisou antes de mordê-la. Ela gritou, outro orgasmo atravessou-a à medida que ele derramava o sangue dela e depois o sugava. Ela se ergueu da cama... Não de dor, mas de êxtase. Empurrando-o de costas para o colchão, ela sentou sobre ele. Ele a penetrou profundamente, mais profundamente do que ela jamais poderia se lembrar. Mas já havia passado cinquenta anos... Não desde que ela fizera amor pela última vez. Houve outros homens... Homens que ela não podia se lembrar. Homens que não significaram nada para Brandi... Enquanto procurava por Conner. Apenas ele a tocara daquele jeito, proporcionando emoções e sensações que Brandi não acreditava que existissem. Mesmo o ódio, ela nunca odiara ninguém com a intensidade que odiou Conner. Ele tirou a boca da garganta dela e inclinou seu pescoço enquanto erguia o quadril, enterrando-se profundamente dentro dela. O sangue escorria do canto de seus lábios. Ela o beijou, saboreando a doçura do líquido pegajoso. O sangue dela. Deveria ter o dele também. Ela deslizou sua boca pela mandíbula dele até sua garganta. Encolhendo seus lábios para expor seus caninos, ela mordeu-o com uma violência apaixonada. Ele gemeu e a penetrou mais rapidamente, enterrando-se dentro de Brandi enquanto ela bebia a essência dele. Afastando um pouco o corpo, Conner deslizou seu polegar sobre o ponto sensível, para a frente e para trás, até que o mundo de Brandi desmoronou. Ela se sentou e ergueu seus joelhos para que ele mergulhasse ainda mais profundamente dentro dela enquanto sugava seus dedos com o sangue que tirara dele. Então, ela apertou as pontas dos dedos, melados com o sangue dele, sobre os seus mamilos. Ele se ergueu até que sua boca alcançasse os pontos sensíveis e sugasse o sangue que ela derramara. Brandi tremeu e gritou, convulsionando-se com o mais longo e mais intenso orgasmo que já tivera. Ele a levantou de seu colo e a virou de costas, então se direcionou novamente para dentro dela. Suas mãos apertaram o ventre dela e ele a penetrou várias e várias vezes até chegar ao clímax. Conner mordeu o pescoço dela mais uma vez enquanto atingia o auge, derramando seu sêmen dentro dela à medida que derramava o sangue de Brandi. Conner fixou os olhos na mulher em seus braços, sua pele pálida manchada de sangue... Do seu sangue e do dela. Que diabos ele fez? O que aconteceu? Ele se afastou dela. 14


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— Estou... Estou... — Sem fala? — ela perguntou, inclinando a cabeça para olhá-lo de frente. A alegria cintilou nos olhos verdes dela como aqueles brilhos dourados da luz que caía do candelabro. — Desculpe — ele admitiu. — Eu não queria... — Destruir-me? Destruir? Foi isso que ele fez a ela. Há cinquenta anos. Ele perdeu o controle, assim como perdera com Brandi. Mas Brandi era um deles, um da sociedade secreta. Miranda Hamilton não era. — Eu... Eu... Ele precisava de espaço, ele precisava de um pouco de distanciamento porque, por um momento, quando estavam fazendo amor, ele pensou que ela era Miranda. O corpo dela tinha o mesmo toque, firme e suave. E o gosto dela era o mesmo: doce e vulnerável, embora com um toque de malícia picante. Porém, não era possível que ela fosse Miranda. Ele tornou isso impossível com a sua imprudência. — Volto logo... Sua mão tremia, ele fechou a porta do banheiro, trancando-se. Deveria ter feito isso esta noite, deveria ter se trancado dentro do apartamento para que não fizesse o que fez, usar outra mulher para esquecer-se daquela que realmente desejava. A mulher que ele nunca mais poderia ter... O sangue escorria das marcas dos caninos no seu pescoço. No espelho, ele seguia as trilhas, vaidoso, enquanto inclinava-se sobre a pia e jogava água fria sobre o rosto. Ele não era o único que estava sangrando. Ele também a mordera... Quando perdera o controle dos sentidos e da sanidade. A mulher o levou além da razão... Assim como Miranda havia feito há cinquenta anos. E assim como ele havia ferido a jovem estrela, ele também ferira Brandi. Pegou um pano e jogou água fria sobre ele. Depois de tirar o excesso de água, abriu a porta e entrou no quarto. Apesar de o candelabro ainda brilhar, outras sombras pareciam preencher o quarto, lançando mais escuridão sobre a cama. Ela puxara as cobertas para que ele não pudesse vê-la até que caminhasse até ela. Porém, mesmo assim os lençóis de cetim cobriam o corpo e o rosto dela. Ele cravou seus dedos no tecido de seda e puxou as cobertas. Conner teve um choque, seu corpo ficou tenso e um abalo tomou sua mente, que ficou entorpecida. Ele apenas podia olhar o rosto pálido e morto de Miranda Hamilton. O sangue cobria sua garganta e borrava sua face, alcançando até mesmo seus claros cabelos dourados. Os olhos dela, também pálidos com aquela cor incomum de âmbar, voltaram-se para ele. Porém, seus olhos não estavam mortos, estavam vibrantemente vivos e brilhando de ódio e vingança. De repente, ela saltou do colchão, uma estaca de madeira em suas mãos. Ela pressionou a ponta afiada contra o peito dele. Sobre o coração de Conner...

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CAPÍTULO TRÊS

As mãos de Miranda tremiam enquanto ela segurava a estaca, suas mãos suavam sobre a madeira extraída de um freixo. Ela pesquisou tudo na preparação para esse dia, quando finalmente executaria sua vingança. Planejara cada possibilidade, principalmente a de uma luta entre eles. Porém, ele não lutou. Apenas parou, nu, diante dela e esperou-a mergulhar a estaca profundamente em seu peito musculoso, para dilacerar seu coração. Um riso transbordou da garganta de Miranda quando ela, de repente, percebeu tudo. — Não posso matá-lo — ela admitiu enquanto afastava a estaca e a jogava sobre a cama. Os olhos azuis dele brilharam de pavor, à medida que ele observava o rosto dela. — Você não é uma assassina... — Não, não é por isso — ela insistiu. — É porque você não tem coração. Ela, mais do que qualquer pessoa, sabia disso. — Você não é uma assassina — ele repetia, como se não houvesse escutado o que ela falara. Ele a tocou, passou as pontas de seus dedos sobre o queixo dela e depois sobre todo o seu rosto. — E você não é nenhum cadáver. Ela fizera o seu melhor, usando a maquiagem para tornar-se parecida com um defunto. Ao longo dos últimos anos, ela sempre se disfarçou. Levantou as mãos e puxou a peruca loura da cabeça; era o disfarce, um adereço, como fora há cinquenta anos. Ruiva era sua cor natural, e também a incomum cor âmbar de seus olhos. A cor verde vinha de lentes de contato muito finas que cobriam completamente suas íris. — Não posso acreditar que você está viva — ele murmurou, enquanto continuava tocando a pele dela. Ela tremeu. — Você acreditou que tinha me matado. — Sim — ele admitiu, e soltou um suspiro irritado. Ela pegou novamente a estaca, fechando seus dedos em torno dela. Ele podia não ter um coração, mas a estaca o deteria tempo suficiente para que Miranda escapasse dessa vez. — Desculpe desapontá-lo. — Desapontar? — Você deve estar desapontado — ela insistiu —, já que falhou. — Falhei? — As sobrancelhas louras dele curvaram-se enquanto sua testa enrugou-se, confusa. — Falhei em quê? Eu não entendo... — E eu pensava que eu era uma boa atriz — ela brincou, rindo novamente. Miranda estava errada quanto àquilo também, e percebera isso quando vira seus filmes antigos. Ela não havia passado por muitas emoções, até Conner destruir sua carreira, para dar a seus personagens alguma precisão e profundidade. 16


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— Você é uma boa atriz — ele assegurou a ela — Brandi. Surpresa por ele continuar tentando conquistá-la, ela sorriu. — Olhe, levou algum tempo para eu entender, mas você me deu muito estímulo para que eu me sentisse melhor. Ele balançou a cabeça. — Você sempre foi uma grande atriz. Na verdade, você deveria ter ganhado um Oscar por aquela cena de morte cinquenta anos atrás. — Cena? — ela perguntou, repetindo apenas uma palavra do que ele dissera. — Obviamente, tudo foi uma encenação... Fingir-se de morta. — Ele passou a mão que tremia levemente pelos cabelos. — Fingir-me? — ela repetiu, sua voz rouca de emoção. — Você achou que eu estava fingindo? — Sim — ele disse, gesticulando para ela. — Tinha de estar fingindo, já que está muito e muito viva. — Não graças a você. — Miranda ergueu a estaca e pressionou a ponta contra o peito dele novamente. — Você bebeu meu sangue e me deixou morrer. Ele balançou a cabeça. — Não... Miranda aplicou mais pressão à estaca. — Você me assassinou. — Você não está morta — ele disse novamente. Um alívio tomou conta de Conner. Ele tomou o rosto dela em suas mãos, passou o polegar sobre o delicado osso embaixo da pele sedosa. — Não posso acreditar que não a reconheci. Porém, ele passou os últimos cinquenta anos vendo Miranda em toda mulher que passava por ele. Então, em um esforço para manter a sanidade, blindou a si mesmo para não perceber mais nenhuma semelhança. — Era você na outra noite também — ele concluiu —, a garota com o salto preso na boca de lobo. — Sim, mas você não a levou para casa — ela observou como se estivesse desapontada. — Você deve ter perdido o apetite por coisas novas, doces e inocentes. Agora, ele riu. — Você já deve ter sido jovem, Miranda Hamilton, mas nunca foi inocente. Ou doce... — A única coisa doce de Miranda era seu sangue. Seu rosto enrubesceu sob a camada opaca da maquiagem teatral. Sem ligar para a estaca pressionada contra seu peito, ele ergueu a toalha molhada que segurava e a passou no rosto dela. Após retirar aquela palidez mortal, passou o pano pelo rosto dela até a garganta para remover o sangue. Apenas parte daquilo era maquiagem; o resto gotejava das marcas dos caninos no seu pescoço. — Sinto muito — ele disse. Os olhos brilhantes dela foram tomados de ódio e fúria. — Sente por tentar me matar? — Eu não quis feri-la — ele insistiu. — Nem antes, nem agora. 17


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Mas ele feriu. Ele derrubou a toalha no chão e ergueu seus dedos até a ferida na garganta dela. Miranda ficou tensa e afastou a mão dele, e o medo se somou a todas aquelas emoções turbulentas em seus olhos de cor incomum. Ela fez amor com ele, mas estava com medo dele? — Você veio aqui para me matar — ele concluiu, seu coração apertado, não de medo, mas de arrependimento. — E pensou que pudesse fazer isso. — Foi por isso que ela não temera fazer amor com ele, ela possuía a estaca para sua proteção... E para o assassinato dele. — Eu posso matá-lo — ela insistiu. Porém, a estaca balançava conforme suas mãos tremiam. Conner pegou nas mãos dela e as puxou até que Miranda deixasse cair aquela arma rudimentar. Embora a ponta irregular de madeira tivesse arranhado sua pele, ela não tirara sangue. — Você não é uma assassina — ele disse novamente. — E não tem motivos para me matar. Em uma negação veemente, ela levantou e abaixou o queixo. — Você sabe que eu tenho. Você tentou me matar. Você achou que tinha me matado. — Eu realmente pensei que você estava morta — ele admitiu, seu coração apertado com toda aquela angústia e perda. — E eu sofri de culpa pela sua morte nos últimos cinquenta anos. — Sofreu? — A voz dela ficou rouca de indignação. — Você sofreu? Você tirou a vida de mim. Você roubou minha humanidade e me transformou em... Em um monstro. Maldição! Ele mereceu a culpa e ainda merece. Fizera todas aquelas coisas com ela, menos uma. — Eu não tentei matá-la. — Então, me morder, tirar meu sangue... Isso tudo foi acidente? — ela perguntou, balançando a cabeça, descrente. Seu cabelo vermelho tombou sobre seus ombros nus. — Não — ele admitiu com um suspiro nervoso. — Eu perdi o controle. Eu jamais quis alguém do jeito que quis você. Ela bufou. — Que sorte a minha... — Sinto muito. Ele não podia desculpar-se o bastante pelo que fez a Miranda, pelo que a transformou. — Eu não deveria... Mas não queria perdê-la. Eu queria que ficássemos juntos... Para sempre. Foi por isso que tentei transformá-la. — Não acredito em você — ela disse. — Não acredito em nada do que diz. Porém, o olhar dela se fixou no dele, como se buscasse a verdade neles. — Não a culpo por não confiar em mim — ele disse. Conner mal confiava em si mesmo quando estava perto dela. Porque mesmo agora, mesmo sabendo o quanto ela o odiava, o quanto ela o queria morto, ele mal poderia resistir ao desejo de levá-la de volta 18


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para a cama e mergulhar novamente dentro dela. — Eu não consigo acreditar que é realmente você... Miranda balançou a cabeça. — Não sou. Não sou a mesma mulher que já fui. Por sua causa. Ele não a havia matado, como se angustiara nos últimos cinquenta anos, mas tirou a vida que ela possuía. — Eu fui egoísta. Muito egoísta. Mas pensei que a amava. Pensei que não poderia viver sem você. Miranda riu, mas o riso soou amargo, e não alegre. — Ainda assim, de certo modo, você conseguiu. Acho que todas as suas conquistas sexuais o ajudaram a se esquecer de mim. — Eu esperava que elas pudessem fazer isso — ele confessou. — Eu tentei... Esquecê-la. Mas você sempre esteve aqui. — Ele pressionou seu punho contra o peito, onde ela pressionara a estaca poucos instantes atrás. — Você sempre esteve aqui. Ela balançou a cabeça, o medo voltara aos seus olhos. Talvez Miranda temesse que ele dissesse a verdade. — Eu deveria saber — ela disse, sua voz cheia de vergonha. — Eu deveria saber o quanto você é charmoso. — Estou dizendo a verdade — ele insistiu. — Mesmo que você não possa acreditar no que digo, talvez acredite no que eu faço... Ajoelhado sobre o colchão, ele se aproximou dela na cama. Miranda não fugiu dele, mas seu corpo ficou tenso e seus olhos, arregalados. — Eu sei o que você pode fazer — ela disse. — Eu sei que você é bom no que faz. — Foi por isso que você fez amor comigo? — ele perguntou, incapaz de conter um riso nos lábios. — Por que eu sou bom? Ela balançou a cabeça. — Você é mau. — E pretendia me castigar — ele a lembrou. Com uma estaca de madeira no coração? O órgão em perigo bateu contra suas costelas novamente, mas de apreensão, não de medo. Ela o odiava tanto, e tinha todos os motivos para odiá-lo. Ele poderia fazer com que ela o amasse? Poderia compensar Miranda pelo que havia tirado dela com o que poderia vir a dar a ela? Seu amor... Tocou-a, passando as mãos pelos ombros magros dela e por toda a extensão das costas nuas. Um tremor atravessou seu corpo, e ela ofegou. Ele apertou o quadril dela e a puxou para a frente para que sua virilidade pressionasse o ventre liso de Miranda. A dura extensão bateu contra o umbigo de Miranda. Ele queria se afundar dentro dela, para unir seus corpos eternamente. Porém, Conner adiou os próprios desejos para focar-se nos dela. Ele abaixou sua cabeça para roçar-lhe os lábios, primeiramente, pelo nariz dela, depois pela curva do seu queixo. Antes que ele tivesse a oportunidade de beijar-lhe os lábios, ela se moveu... Sua boca comprimiu-se contra a dele, e um gemido saiu da garganta dela. Ele engoliu seu gemido, enquanto abria os lábios dela e deslizava sua língua para dentro da úmida doçura da sua boca. O sabor dela era de sangue, do sangue dele. E do 19


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sangue dela. Miranda apertou suas mãos contra o peito dele, empurrando-o para trás enquanto seu quadril ia ao encontro da excitação dele. Tirando sua boca da dele, ela praguejou: — Maldito, maldito... Suas unhas arranharam a pele dele enquanto ela apertava seus ombros e o puxava novamente para cima dela. Um sorriso surgiu nos lábios de Conner por causa da urgência dela, da sua paixão, tão intensa quanto a dele. Talvez ela não o odiasse tanto quanto gostaria... Porém, Miranda seria capaz de amá-lo depois do que ele fez a ela, do que ele tirou dela? Os lábios dela o tocaram de novo, e ele perdeu a cabeça. Não queria mais pensar; apenas sentir e tocar e saborear... Cada centímetro dela. Seu peito duro contra os seios dela, ele pressionou as costas dela até que Miranda deitou-se sobre a cama. Suas pernas se abriram, seus joelhos se ergueram para que suas coxas se levantassem. Ela se curvou, esfregando seus pelos ruivos contra a virilidade dele. O corpo dele tremendo com o desejo de mergulhar dentro da umidade quente dela, ele recuou... E novamente se focou nela. Concentrou-se na pele sedosa dela, correndo seus dedos sobre cada curva e fenda do corpo maravilhoso. Miranda murmurou e moveuse sobre os lençóis desarrumados, dobrando-se a cada toque de carinho. Ele a beijou novamente, bebendo-lhe a doçura da boca... Deslizando sua língua sobre a dela. Miranda correu suas unhas pelas costas dele, apertando-o contra ela... Esfregando o centro do seu desejo para cima e para baixo por toda a extensão da sua tensionada masculinidade. Porém, ele recuou mais uma vez, mesmo que seu corpo tremesse com a necessidade do orgasmo. Em vez de deslizar-se para dentro dela, Conner colocou seus dedos... Entrando e saindo do canal molhado, enquanto sua língua penetrava entre as pernas dela. Pressionava seu polegar sobre o ponto sensível, roçando-o gentilmente à medida que ela se torcia embaixo dele. Retirou sua boca do corpo dela, fazendo com que gemidos e lamentos saíssem dos lábios de Miranda, enquanto ela resistia ao próprio orgasmo. Embora levasse sua boca até a garganta dela, ele resistia à ânsia de saboreá-la novamente, de beber sua essência. Ele continuou no pescoço, sobre a clavícula e sobre u curva dos seios, deixando apenas beijos ao passar sua boca por todo o corpo dela. Deteve-se nos escuros bicos de pêssego de seus seios, apertando um mamilo entre seus lábios. Enquanto seu canino roçava o ponto sensível, o corpo dela moveu-se convulsamente embaixo dele quando um orgasmo a dominou. Miranda gritou e segurou nos ombros e nas cosias dele. Mas Conner escorregou para baixo do corpo dela e degustou a doçura da sua paixão. Ele a provocou com sua língua, alimentando seu desejo novamente até que o suco quente escorresse dela. As mãos dela agarraram os cabelos de Conner, puxando-o de volta. — Você... Eu preciso de você — ela admitiu, sua voz rouca com a confissão. — Preciso que você me preencha... As palavras desesperadas dela ameaçaram o controle de Conner, mas então ele percebeu que estava dando o que ela queria: ele. E Conner levou-se para dentro do calor úmido de Miranda. Os músculos dela o apertavam à medida que ela se dobrava, empurrando-o mais profundamente dentro dela. Ele gemeu, seu corpo tremendo com o desejo de investir selvagemente até que satisfizesse a própria necessidade de orgasmo. Porém, Conner diminuiu seu ritmo, mesmo enquanto ela cravava as unhas em suas nádegas e pedia que Conner fizesse 20


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mais rápido. Ele se controlou, enquanto prolongava o orgasmo que tomava conta dela. Ela gritou e gemeu, lágrimas brotaram de seus olhos cerrados. Ele beijou a umidade salgada. Depois, beijou-lhe os lábios, engolindo aquelas lágrimas de gozo. Ele passou suas mãos pelo corpo de Miranda, apanhando-lhe os seios e apertando os polegares sobre os mamilos. Ela dobrou o corpo e empurrou seu quadril contra ele. Então, ela pôs uma das mãos entre eles e agarrou a base da masculinidade. Um gemido rasgou a garganta de Conner quando ele perdeu totalmente o controle. Agarrou o quadris dela, erguendo-a contra ele enquanto se colocava dentro dela. Ela atingiu o clímax várias e várias vezes, os músculos dela apertando-o tão fortemente que ele explodiu dentro dela. Ele a levantou e a virou para que tombasse sobre suas costas, mas ela ainda estava colada a ele, ainda era parte dele. Assim como ela havia sido nestes últimos cinquenta anos, embora ele acreditasse que Miranda estivesse morta. Mas ela estava viva. E ele tinha a chance de dizer a ela o que lamentava nunca ter dito. — Eu a amo. As palavras dele atingiram-na com a força de uma estaca no coração. — Não — ela disse, negando a declaração dele e sua própria reação instintiva a ela, que seria a de corresponder àquela afirmação. Ela não podia amar um homem que passou os últimos cinquenta anos odiando. — Não... Com uma das mãos no peito de Conner, ela se afastou, rompendo o abraço que os unia. Se ela pudesse romper o abraço sexual com que ele a enlaçara... Conforme Miranda se movia, ele se enrijecia dentro dela, aumentando o desejo dela por Conner, fazendo com que ela o quisesse mais e mais... Não importava o prazer enlouquecedor que ele acabava de dar a ela. Sem qualquer egoísmo, como se realmente ele acreditasse nas palavras que dissera, palavras que excitavam seus brilhantes olhos azuis... — Não... — Eu a amo — ele insistiu, conforme movia-se debaixo dela, enrijecido e movendo-se dentro de Miranda. — Eu a amava antes, e amo agora. Ela arfou... Com as sensações passando como ondas através dela em tremores de orgasmo. Mas balançou a cabeça, não querendo acreditar nele. — Você nem me conhecia antes... — Eles ficaram apenas aquela noite juntos, aquela única noite sem fim. — Eu a conhecia — ele disse, enquanto fechava suas mãos em torno do quadril de Miranda e a movia ao encontro dele, enterrando-se ainda mais profundamente dentro dela. — Eu sabia quem você era antes de encontrá-la. Perdida. Com medo. Sozinha. Eu queria estar junto de você. Para sempre. Miranda sacudiu a cabeça novamente mesmo quando se movia, arqueando-se para colocá-lo mais profundamente dentro do seu corpo... Para o lugar que apenas ele poderia tocar. — Não. Se eu acreditar em você, que estava apenas tentando me transformar e não me matar — conforme ele dissera —, então só se preocupou consigo mesmo, com o que queria. Você me queria disponível para você. Para sempre. Assim como ela havia se tornado disponível para ele agora. Miranda precisava 21


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escapar dele, romper a conexão entre seus corpos antes que outra conexão fosse criada, aquela entre seus corações e almas. Ela não podia aceitar o que ele dissera; Miranda não podia acreditar no amor dele. Porém, mesmo enquanto lutava contra aquelas emoções, a paixão queimava dentro dela e as ondas de prazer se intensificavam, até que Miranda estremeceu com outro orgasmo. Ele gemeu e retesou-se debaixo dela, penetrando profundamente uma, duas vezes e então atingiu o clímax na terceira investida. O ardor do seu prazer derramou-se dentro dela, enquanto o calor de seu olhar derramou-se sobre o rosto dela, seus olhos brilhando de amor. Miranda queria acreditar que ele se importava com ela, mas já havia sido tola uma vez. Ela se afastou dele, separando seus corpos. — Você não me ama — ela insistiu. — Se você me amasse, deixaria para mim a decisão. Teria me dado a chance de passar toda a eternidade com você. — Eu fui egoísta e estúpido — ele admitiu, com um suspiro trêmulo. — Mas, por acreditar que eu a perdera, que eu havido lhe matado, isso mudou minha pessoa. Sei que o que fiz foi errado, que eu deveria me importar mais com você do que com o que eu queria. Você, algum dia, vai me perdoar? — Não.

CAPITULO QUATRO

Não. A palavra cravou seu coração com mais força do que a estaca jamais poderia fazer. Ela guardou a estaca dentro da bolsa. Depois, colocou o vestido e puxou o zíper. — Você não pode partir — ele disse. — Vai tentar me impedir como da última vez? — ela perguntou. Ele sacudiu a cabeça. — Mas logo vai amanhecer. Você não pode sair à luz do dia. — Conheço todas as regras dessa vida eterna — ela informou, sua voz cheia de amargura. — Passei os últimos cinquenta anos aprendendo-as da forma mais difícil. — Sinto muito... Ele não podia dizer tudo o que queria, pois ela recusou aceitar suas desculpas. Ou seu amor. Porém, ele não podia culpá-la. Se seus papéis fossem trocados, ele duvidava que também pudesse perdoá-la. Então, não tentou impedi-la quando ela abriu a porta e o deixou. Conner pensara que ela havia partido para sempre, e estava errado. Por algum motivo, duvidou que teria aquela sorte novamente. Miranda não voltaria para ele. Mas, pelo menos, ela estava viva. 22


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Como ela estava viva? Ele saiu da cama, desarrumada pelo sexo, e pegou algumas roupas. E saiu correndo do apartamento. Miranda já havia partido. As ruas estavam desertas. Era tarde da noite e não havia mortais, e a aurora estava muito próxima para os imortais. Com o tempo acabando para ele, Conner saltou para o céu, voando através do que restava da noite. Instantes depois, alcançou seu destino e desceu até a calçada que levava para o Club Underground. A porta estava aberta e ele entrou no bar vazio. Ele passou o olhar pela pista de dança, onde teve Miranda — Brandi — em seus braços. Porém, não se demorou no bar, atravessando-o e indo até o hall que levava para outra porta aberta. O aço adornado rangeu nas dobradiças enferrujadas conforme ele abria a porta para a sala, fria e escura, cheirando a sangue derramado e a morte. Um interruptor estalou e uma luz artificial piscou e inundou completamente a sala do porão. O doutor estava parado próximo à mesa de metal onde operava ou dissecava. — Eu estava esperando por você — admitiu o homem grisalho. Ele não era mortal, não mais, porém era velho quando uniu-se à sociedade secreta. Velho e amargo. — Por quê? — perguntou Conner. — Por que você disse que ela estava morta? — Ele levara Miranda até ali, há cinquenta anos, quando ela estava desacordada. Ela perdera tanto sangue que ele temeu que a houvesse matado, em vez de tê-la transformado. E aquele homem confirmara seu temor. O doutor suspirou. — Porque ela precisava morrer. Como diabos você acreditou que pudesse ter um final feliz com ela? Porque, pela primeira vez em sua vida eterna, Conner West se apaixonou, e porque uma corrente de emoção muito forte perturbou sua razão e seu bom-senso. O doutor debochou do desgosto dele. — Ela era uma estrela de cinema. As pessoas perguntariam por que ela nunca envelhecia. E perguntariam isso há, no mínimo, cinquenta anos. A sociedade secreta seria descoberta. Ela não poderia viver para sempre. — Mas ela não morreu — Conner relembrou o doutor, cujos olhos negros queimavam de loucura. — Eu ia matá-la — insistiu dr. Hoekstra. — Mas ela era tão linda... E estava tão amedrontada e tão confusa. Conner fechou os olhos, imerso em arrependimento, imaginando como Miranda deveria ter se sentido quando recobrou a consciência para uma nova realidade. Para a eternidade. — Miranda... — Concluí que poderia utilizar o temor dela para persuadi-la a desaparecer. Então, a convenci de que deveria se esconder — explicou o doutor — de você. Disse a ela que você tentara matá-la, que você a queria morta. E ela acreditou no doutor maluco porque Conner não estava lá quando ela acordou. Ele abandonou o corpo sem vida de Miranda com o doutor, acreditando no médico quando ele declarou que ela havia morrido. O homem continuou:

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— Eu disse a ela que precisava esconder-se, já que você a encontraria e terminaria o serviço. Conner riu do erro do doutor. — Em vez de se esconder de mim, ela passou cinquenta anos me procurando. — Por vingança, não por amor, Conner lembrou a si mesmo. O dr. Hoekstra suspirou, aceitando sua derrota. — Eu deveria tê-la matado quando você a trouxe até mim. Eu deveria tê-la matado. Conner balançou a cabeça. — Não. Com a exceção de ter mentido para ela e para mim, você fez a coisa certa. Ela não era uma ameaça para a sociedade secreta. Ela é um de nós agora. — Não importa o quanto ela se sentia mal por ter se tornado um monstro. — Depois desta noite, depois do documentário que foi ao ar, há um novo interesse no seu desaparecimento — ressaltou o dr. Hoekstra. — As pessoas começarão a investigar o que aconteceu com ela, e nós não podemos arriscar que descubram a verdade. — Nós? — A sociedade — o doutor disse isso e ergueu uma estaca de madeira de trás da mesa cirúrgica de metal. — Você precisa matá-la de verdade desta vez, West. Ou eu irei matá-la. — Eu cuido dela. Miranda tremeu com a fria determinação na voz profunda de Conner, conforme ele assegurava calmamente ao doutor que a mataria. Lágrimas encheram seus olhos, mas ela os piscou, e silenciosamente se amaldiçoou por ser tão fraca que quase acreditou nas declarações dele. Conner não lamentava ter tirado a vida dela, ele não a amava. Ela queria tanto acreditar nele. Inferno, ela queria tanto aquele homem. Seus dedos tremeram, Miranda abriu sua bolsa e procurou pela própria estaca de madeira. Eles ainda não a haviam visto, onde ela se escondera nas sombras da sala de operação subterrânea do doutor. Como Conner, ela queria respostas. Maldição, ela queria provar que Conner havia dito a verdade — para que ela pudesse voltar para a cama dele, para seus braços... Ela foi mesmo uma tola. Miranda mal conseguiu segurar um suspiro quando ele pegou a estaca da mão estendida do doutor. Ele pôde não ter tido a intenção de matá-la da última vez, mas dessa vez ela não tinha dúvidas sobre as intenções dele. Até que ele novamente se dirigiu ao doutor: — Eu vou tomar conta dela. E não vou deixá-lo chegar perto dela. — A existência dela ameaça a segurança de toda a sociedade — o doutor insistiu. — Ela deve morrer. Conner sacudiu a cabeça. — Você não vai feri-la. Vai ter que me matar primeiro. — Você seria morto — disse o doutor — se eu contasse para alguém o que fez, como arriscou-se revelando nosso segredo ao tentar transformá-la. — Eu não tentei apenas — Conner o relembrou —, eu consegui. Ela ouviu a surpresa na voz dele, e o alívio. Ele realmente sofria com a culpa de ter 24


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feito o que pensara ter feito. Ela não deveria puni-lo, Miranda suspeitava que ele passara os últimos cinquenta anos punindo a si mesmo. — Mas transformá-la coloca a todos em perigo — repetia o doutor. — O resto da sociedade concordará comigo. Ela deve morrer. Conner balançou a cabeça. — Eles entenderão que ela tem vivido como um de nós nos últimos cinquenta anos sem que ninguém suspeitasse de quem ela é. Eles vão saber que ela não é uma ameaça. A ameaça era o doutor, cuja mão segurava firmemente a estaca que Conner tentava tirar dele. Miranda deu um grito sufocado quando os dois homens começaram a lutar pela arma. Distraído, Conner virou-se para ela, e o doutor tirou vantagem disso. A estaca foi pressionada contra o peito de Conner, diretamente sobre seu coração. Então, um gemido gutural foi emitido da sua garganta, e ele reagiu. Porém, Miranda suspeitou que ele não lutava pela sua vida, mas pela vida dela, sabendo que, se ele não vencesse, â próxima vítima seria ela. — Saia daqui! — Conner gritou para ela, confirmando o que Miranda já suspeitava. — Não — ela disse —, eu não vou abandoná-lo. — Ela saiu correndo das sombras com a arma nas mãos. Porém, antes que Miranda pudesse ajudar, a mesa de metal quebrou e os dois homens caíram no chão, presos na luta. Outro grito soou na sala, esse de dor excruciante. Então, um silêncio, quebrado depois apenas pelo respirar ofegante de Miranda. — Conner! Por cinquenta anos ela o quis morto, mas agora implorava para que ele vivesse, conforme ajoelhava perto dos corpos entrelaçados. O doutor moveu-se, levantando-se do chão. E ela apertou a estaca em sua mão, pronta para se defender. Porém, o doutor caiu, quando Conner o empurrou. O sangue jorrava em volta da estaca enterrada profundamente no peito do dr. Hoekstra. Conner olhou para o outro homem, seus olhos azuis abertos de terror. — Eu... Eu o matei... Como ela pôde achar que ele era um assassino? Conner poderia perdoá-la por não acreditar nele? Conner havia se transformado no que Miranda pensava que ele era: um assassino. Entretanto, horas antes, a sociedade secreta o isentara de qualquer culpa na morte do doutor, mas ele não esperava que Miranda compreendesse isso. E ele deveria pegar seus pertences e deixar Zantrax e Miranda. Para sempre. — Aonde você vai? — uma voz rouca de mulher perguntou. Surpreso, Conner girou em direção à porta onde ela estava, seus olhos de âmbar sobre ele. — Miranda... — Ou Brandi — ela disse, conforme cruzava a sala em direção a ele. — Passei mais anos vivendo como Brandi do que como Miranda. Ele abriu a boca para novamente se desculpar, mas Miranda pressionou seus dedos contra os lábios dele. 25


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— Eu vejo em seus olhos — ela disse. — Você não precisa continuar dizendo. Ela pôs as pontas dos dedos sobre os pelos de seu queixo. — Você não precisa continuar sentindo isso. Conner balançou a cabeça. — Isso não é possível. Eu tirei tudo de você. Sua carreira, seu futuro... E ele nunca se perdoaria por agir de forma tão imprudente, tão egoísta... — Minha carreira? — Ela riu. — Eu teria sido esquecida há muito tempo se não fosse meu misterioso desaparecimento. Eu era uma estrela de segundo escalão. Você me tornou uma lenda. Confusão... E desejo... Tomaram conta de Conner enquanto ela se aproximava, seu corpo roçando o dele. Miranda trocara o vestido de cetim negro por uma malha justa quase da mesma cor vermelha dos seus cabelos. — Você estava tão zangada comigo — ele a lembrou —, zangada o bastante para me matar. Como pode me perdoar? — Eu não posso — ela disse, conforme aproximava seus lábios. — Claro. — E eu não vou perdoar... Se você me deixar — ela disse enquanto envolvia seus braços em volta do pescoço de Conner e puxava sua cabeça. Ela o beijou, faminta, seus lábios abrindo os dele para que sua língua deslizasse para dentro da boca de Conner e se enrolasse com a dele. Os caninos dos dois se arranharam, aumentando o desejo dele em uma paixão ardente. Ele deslizou suas mãos pelas costas dela até seu quadril. Ele pegou as nádegas de Miranda com as mãos e a ergueu conforme ela inclinava sua pélvis, apertando seu quadril e abdômem contra a virilidade dele. Um gemido saiu dos lábios de Conner, e seu controle foi quebrado. Ele não podia ir devagar, não podia fazer amor com ela de forma tão calculada como fizera da outra vez. Ele precisava dela agora. Miranda colocou sua mão entre os corpos e abriu o jeans dele, libertando-o. Ele levantou o vestido dela e abaixou suas calcinhas conforme ela o guiava para dentro dela. Miranda estava úmida e pronta para ele, seu corpo molhado e quente enquanto seus músculos internos o apertavam. As unhas dela se afundavam nos ombros de Conner. — Mais forte — ela suplicava, à medida que envolvia suas pernas nuas em torno da cintura dele. Miranda deslizava para cima e para baixo. Sem se importar em tirar a mala da cama, ele continuou de pé, tomando uma posição para poder penetrá-la, enquanto ela, freneticamente, montava sobre ele. Ofegante, Miranda pressionava sua boca no pescoço dele, mordendo sua pele com os caninos, mas ela não o bebeu. Em vez disso, ela o convidou: — Morda-me... Os olhares se encontraram, Conner viu a aceitação e a excitação nos olhos dela e afundou seu rosto no pescoço de Miranda, mergulhando seus caninos na pele sedosa da garganta dela. O sangue de Miranda escorreu pela sua língua, doce e molhado, como a paixão que se derramava sobre ele enquanto ela chegava ao clímax. Todos os músculos contraídos, Conner a penetrou de novo e de novo e de novo... E uniu-se a ela em um delicioso esquecimento. 26


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— Brandi! Ela sorriu colada à boca de Conner, que a beijava. — Eu prefiro Brandi — ela admitiu. — Não apenas o nome, mas a vida. Eu não me sinto mais tão perdida... Nos braços de Conner, ela se sentia o contrário daquela criança abandonada que nunca havia amado. Ela sentia como se pertencesse... A ele. A ele. — Você não tirou de mim o meu futuro — ela garantiu a ele. — Você me deu um... Com você. Os olhos azuis dele brilharam de esperança, Conner viu nos olhos dela. — Você está dizendo... — Que o amo? — ela perguntou e sacudiu a cabeça, sorrindo. — Sim, eu o amo. E quero passar toda a eternidade com você. Os braços dele a envolveram com força, pressionando os seios dela contra o peito dele, onde o coração de Conner — o coração que ela duvidava que ele possuísse — batia forte e rapidamente. — Eu a amo — ele jurou. Dessa vez, Miranda acreditava em Conner, não só porque ela confiava nele agora, mas porque compreendeu que merecia ser amada. Os pais dela a abandonaram e a esqueceram. Porém, em cinquenta anos, ele nunca a esquecera. A felicidade tomava conta dela, seus lábios se curvaram num sorriso. — Eu sei. — Eu a amo agora e vou amá-la para sempre — Conner prometeu. Miranda envolveu seus braços em torno dos ombros dele, abraçando-o com força. — Isso é bom porque passei muito tempo procurando por você e nunca mais vou deixá-lo partir. Miranda o perseguiu para ter sua vingança e, em vez disso, encontrou o amor.

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