Rita Gandra Portfolio of the First and Second Academic years

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RITA GANDRA

UNIVERSIDADE DO MINHOESCOLA DE ARQUITETURA ( MIARQ) 1ยบ E 2ยบ ANO



“ARCHITECTURE HAS ITS OWN REALM. IT HAS A SPECIAL PHYSICAL RELATIONSHIP WITH LIFE. I DO NOT THINK OF IT PRIMARILY AS EITHER A MESSAGE OR A SYMBOL, BUT AS AN ENVELOPE AND BACKGROUND FOR LIFE WHICH GOES ON IN AND AROUND IT, A SENSITIVE CONTAINER FOR THE THYTHM OF FOOTSTEPS ON THE FLOOR FOR THE CONCENTRATION OF WORK, FOR THE SILENCE OF SLEEP. “ PETER ZUMTHOR THINKING ARCHITECTURE, PÁG. 13



Atualmente, sou estudante de Arquitetura do 2º ano de Mestrado Integrado na Universidade do Minho. Nasci no ano de 1996, numa família ligada à área das artes que frequentou a Faculdade de Belas Artes do Porto, sendo portanto naturalmente in uenciada desde pequena a esta área. Aprendi a questionar, a compreender, a apreciar e a criticar, sempre com a nalidade de evoluir. Este foi o motivo pelo qual ingressei no estudo da arquitetura, pois imaginava e questionava como é que as coisas funcionavam. Qual era a lógica! Como é que as compreendíamos! Questionava-me se era importante o papel do Arquiteto: Como é que as pessoas interpretavam o seu trabalho, seria igual a um quadro, a uma fotogra a? Para mim esta era uma folha em branco, em que eu poderia explorar estas questões e tentar obter respostas.


APRESENTAÇÃO GERAL DAS DAS NOS 2 PRIMEIROS ANOS

GRADO DE ARQUITETURA.PRO REFLEXÕES CRÍTICAS, RELATÓ-

P43

PROJETO 3

P26 TEORIA DA ARQUITETURA.I E HISTÓRIA DA ARQUITETURA.1

P17

GEOMETRIA

P32

LABORATÓRIO DE DESENHO

P38

MOVIMENTOS DE ARTE E ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA ANTROPOLOGIA

DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR

LABORATÓRIO DE CONSTRUÇÃO

P34

P42 P74 P77

P85

DESENHO

PROJETO 2. EX2


P19

CADEIRAS EFETUADO MESTRADO INTE-

PROJETO 2

JETOS, PROCESSOS , RIOS E DESENHOS.

P8

PROJETO1 EX.1

P52

PROJETO 4


PROJETO1. EX.1 “A Construção do Vazio”, Cidade, Escala

ESCALA 1/1000 1/200 1/100 OBJECTIVO: A partir de um exercício onde se pretende que a intuição seja sustentada por uma re exão sistemática e crítica sobre os signi cados do «espaço» que se cria, tratar-se-ão questões cuja incidência se estendem do território de «grande escala», à aproximação da «escala humana». Isto é, prevê-se a realização de um exercício prático estruturado em duas fases distintas: 1. Centrada em questões relativas à organização de um território abstracto, tridimensional, onde “os problemas do espaço a considerar, tanto na actividade projectual, como na informação teórica, farão referência contínua à cidade e à sua relação com o espaço natural”.

2. Tendo como ponto de partida uma parte seleccionada no «campo» de nido na fase anterior, o segundo exercício foca-se na concretização de um percurso estabelecido através de elementos arquitectónicos de fronteira, explorando o espaço com especial ênfase na relação interior/ exterior.

1. EX.2

“O Espaço Arquitectónico, Quali cação de Um Percurso”, Escala 1:200.



PROCESSO








TEORIA DA ARQUI

TETURA I E HISTÓRIA DA ARQ.I



PROJ ETO 2-EX.1

Exercício Prático 1: “O módulo.”

Escala: 1:200/1:100 Objectivo: O conjunto a projectar destina-se a albergar as actividades musicais dos alunos do Campus Universitário. Será implantado no terreno a Sudoeste do edifício da Cantina. Contemplar-se-ão as seguintes funções: áreas encerradas: • recepção • 5 células – iguais – para o exercício individual da música ; • sala de ensaios; • sala polivalente, servida por pequeno bar; • arrumos de apoio ao bar; • Instalações sanitárias; áreas abertas: • espaço exterior destinado a recitais ao ar livre; • esplanada em continuidade com o bar.


A proposta apresentada como solução para MAQUETE DO EDIFÍCIO- VISTA AÉREA o exercício 1, foi pensada segundo o aproveitamento das características do terreno e, em especial, do muro mais próximo do lago. A sua implantação desenvolve- se, portanto, segundo eixos paralelos e perpendiculares ao muro e segundo a sua orientação. Esta relação edifício/muro permite criar uma “barreira” entre o parque de estacionamento (local associado a ruído), da escola de música (público /privado) . Desta forma, confere-lhe um carácter resguardado e calmo necessário para as características do edifício. A estrutura desta, está dividida em três partes distintas, parte privada, pública e receção onde entre elas se encontra incorporado o recital, local de destaque e de centralidade do projecto. A receção encontra-se no prolongamento do muro e é esta o eixo de divisão entre a parte pública (sala polivalente, bar e casas de banMAQUETE DO EDIFÍCIO. 1º PISO- VISTA AÉREA ho) e a parte privada ( sala de ensaios, células de ensaios e casas de banho). este espaço é o momento de ligação entre os dois polos. Esta divisão do edifício permite criar um percurso exterior cíclico, em que é possível estabelecer relações visuais quer com o envolvente, quer com a construção. Por sua vez, esta composição é fortalecida com o acesso ao edifício, em que este é efectuado pelo exterior da Faculdade e acompanhado pela estrutura do muro. As restantes partes, privada e pública, estão implantadas à mesma cota e têm características estruturantes diferentes, em que a parte privada é mais modelar, face à parte pública, propositadamente para criar este impacto de espaços e diferenciar as suas utilizações. Contudo, ambas estabelecem relações, com o elemento comum e central, o recital. A parte pública é caracterizada pela sua relação direta com o lago e o recital, através das aberturas na sala polivantente, é também caraterizada pela sua estrutura suspensa sobre o lago. Por outro lado, a zona privada é um espaço mais trabalhado a nível modelar para criar mais zonas de privacidade. Para tal, a ligação entre estes dois polos distintos é efectuada através de um percurso exterior coberto, criando uma ligação directa entre o bar / esplanada e as células.







2-EX.2 “O Objecto Arquitetónico”

MAQUETE ESCALA 1:200- VISTA AÉREA

Escala: 1:200/1:100

Objectivo: A construção a projetar destina-se a albergar uma galeria de arte e espaços para residências artísticas. A galeria de arte contempla as seguintes funções: - receção; - sala(s) exposição interiores; - arrumo; - lavabo; - área de exposição exterior; Os espaços para residências artísticas contemplam as seguintes funções: - espaço comum de trabalho; - 2 quartos com casa de banho; - arrumo; - área de trabalho exterior.


MAQUETE ESCALA1/100- VISTA AÉREA

MAQUETE ESCALA1/100- 1º PISO - VISTA AÉREA


PROCESSO





GEOMETRIA Trabalho de investigação 2014/2015 Para a realização deste trabalho de investigação foi escolhido um exercício dos vários que tivemos ao longo do ano. O exercício escolhido pelo grupo foi o nº8. Este apresentava uma cratera e uma elevação, no entanto escolhemos trabalhar só a elevação, sendo que esta encontrava-se com os planos inclinados. Desta forma, para a resolução da maquete foi necessário o rebatimento das faces, para utilizarmos a verdadeira grandeza das mesmas.

A primeira decisão após optar por este exercício foi a escolha do material para executar a maqueta, ponderando a resistência, exibilidade e facilidade de compreensão para a representação do trabalho. Materiais utilizados: Esferovite, Bristol, madeira, cola, cartão prensado, linha, folha de acetato, canetas de acetato.


Procedimento do exercício:

Descobrir as intersecções das cotas para descobrir as linhas de intersecção que dão origem às diretrizes do objeto pretendido. Fizemos um corte para entender a interação com a base e entender o rebatimento.

O exercício foi executado a lápis em suporte de papel e fotocopiado para a realização de maquetas de estudo,para averiguar a eventual existência de falhas no processo. Em paralelo foi analisado o processo do trabalho com viats a explicar o seu desenvolvimento. Foram efetuados estudos relativos ao encaixe da maquete, às técnicas de abertura, à introdução de cortes e suporte da estrutura.

Fizemos, também, várias maquetes de estudo para veri car se o material escolhido e o processo de desenvolvimento se encontrava correto e correspondia às expectativas do grupo.

Realização da maqueta


MOVIMENTO DE ARTE E ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA

Texto de Re exão sobreNOVA YORK DELIRANTE: o manifesto retroativo para Manhattan, de REN KOOLHAAS


Introdução

Delirious New York, de Rem koolhaas, marca a 2º metade do século XX no campo da arquitetura. É a obra chave de introdução a uma nova forma de pensar/projetar e criticar. Foi escrita em forma de manifesto retroativo, e colocou em revisão o contrato de arquitetura moderna. Koolhaas propõe, com esta obra, a rede nição da arquitetura, a reprogramação do papel do arquiteto bem como a reinvenção da forma de escrever um livro de arquitetura. Delirious New York, sendo uma teoria não formulada, tem dimensões utópicas idealistas, promovendo uma ideia desejada/imaginada, mas não concretizada. O fato de ter sido escrito durante um período de crise nanceira e petrolífera permitiu a Koolhaas ter uma visão mais ambiciosa/visionária e futurista da cidade de New York, numa perspetiva de antecipação. Partindo de uma análise da história de Manhattan, o autor, fundamenta o seu próprio manifesto, considerando que aquele espaço conseguia ter a “ capacidade de fundir o popular e o meta sico, o comercial e o sublime, o re nado e o primitivo - os quais, juntos, explicam a sua capacidade de seduzir o público de massa”(1). O Autor considera, portanto, que a cidade é o somatório de todos os desejos, anseios e planos de quem a projetou, sendo o palco de uma constante encenação teatral delirante. Este projeto era de tal forma ambicioso que não era possível ser declarado. A proposta utópica da cidade é o resultado do uso do método paranóico crítico: delírio como base do pensamento. O ponto de partida era a utilização do delírio como forma de chegar a uma conclusão racional onde o natural e o real deixam de existir e a cidade passa a ser um local totalmente fabricada pelo homem. Síntese

Koolhas tencionava tornar New York num ponto de referência. Este via a cidade como um local propício a novas aventuras, experiências e fantasias. Como defendia a construção com base no delírio, criava novos caminhos teóricos que alteravam de nitivamente a relação, até então, dos intervenientes com a cidade, tornando-a mais próxima e mais emocional. A re exão sobre a malha urbana traduziu a construção de uma linguagem à qual se chamou mahattanismo, onde surge a energia da exploração da densidade. A necessidade de albergar a população crescente num espaço reduzido, levou a cidade a ultrapassar as suas limitações de escala e a estabelecer uma nova relação entre aqueles que detinham o capital e os arquitetos que detinham a possibilidade de transformar e reaproveitar o modo de edi car. A cidade de New York foi, então, rasgada verticalmente, pela necessidade, pela tecnologia e pela teatralidade, fomentando o conceito da “tecnologia do fantástico”. Este salto na edi cação vertical reprogramou a cidade levando-a à criação de cidades dentro da cidade, onde as diversas camadas tinham papéis e ações diferentes. A desconexão entre pisos permitia veri car a conjugação de diversas realidades numa só verticalidade. Os arranha-céus foram a resposta à utopia e à concretização desse sonho.


Empire State Building é um dos exemplos apresentados como o paradoxo para resolver os constrangimentos de uma cidade em mutação. Este edifício subdivide-se da mesma forma que um lme: por layers. Cada camada continha uma funcionalidade diferente, sendo o fragmento de um todo. É o “climax de Manhattan subconsciente”. A monumentalidade do edifício vergou-se à capacidade de se tornar notícia, e dominar por si só a curiosidade de quem o procurava. O fervilhar das atividades internas do edifício permitiu tornar-se visível ao mundo através dos média fazendo parte da primeira arquitetura difundida em massa. Um símbolo paradigmático da arquitetura dos média é o centro Rockfeller. Criado na senda especulativa, numa lógica de planeamento (cliente anónimo), albergou a radio Corporation of America e a NBC, permitindo a transmissão de informação e a difusão do espaço arquitetónico. A criação da sensação de pertença e a indução a uma experiência coletiva, tornou possível o encurtamento da relação entre o espaço e o espetador. Antítese

O autor, Rem Koolhaas, fundamenta por oposição à sua teoria, as análises utópicas propostas para a cidade de New York, dos artistas em destaque na época com visões teóricas e criativas opostas: Salvador Dali e Le Corbusier. O único ponto comum entre eles era a vontade de impor a Manhattan uma regeneração, tendo pela cidade uma perspectiva apaixonada e obsessiva. Já Le Corbusier, de igual forma apaixonado, arquitecto modernista, propunha a destruição da cidade, como forma de resolução, pois considerava que só aniquilando a essência se poderia expandir uma nova New York. Do confronto de ideias e modelos, veri caram-se as grandes divergências face à leitura do que é a cidade. Cidade, essa, que detém uma imprevisibilidade, uma inconstância física e uma utuação emocional que condicionam a criação de modelos, mas onde se materializa o verdadeiro desa o para um arquiteto. O foço entre Koolhaas e Le Corbusier centra-se na leitura desigual da cidade, numa re exão onde estava presente a oposição entre o modelo heróico europeu e o modelo metropolitano americano. Corbusier defendia a “cultura da congestão”, que para Koolhaas tornaria a cidade “ racional moderna, normalizada e regrada, totalmente esvaziada da animação, excitação e entusiasmo da vida humana”, sendo a antítese da própria New York. Salvador Dali, sendo um artista ícone do movimento surrealista, procurava interpretar e modi car a cidade através do existente, combinando a razão e a fantasia. Foi através do seu “método paranóico crítico”(2) que permitiu a Koolhaas construir os fundamentos da sua teoria, havendo desta forma uma ponte entre os seus raciocínios. O artista plástico acreditava que através da “loucura do raciocínio “ conseguia alcançar novas “ imagens de irracionalidade concreta”, tornando o sonho exequível.


Conclusão

Delirious New York, é um dos livros mais desconstrutivos da arquitetura, é um ato visionário que, por antecipação, tenta representar uma solução ideal prevista, sob a forma de manifesto “retroativo” para a cidade de New York. O objetivo não era revelar ou corrigir fatos históricos mas utilizá-los como material para perceber as diversas peles (camadas) da cidade. Pela primeira vez englobou no mesmo manifesto, uma nova relação entre o interesse público e a iniciativa privada, salientando-se o valor do capital e o novo papel do arquiteto na sociedade como um instrumento do imobiliário. Esta abordagem reinventava o texto teórico da arquitetura socorrendo-se do método paranóico crítico onde incluía a especulação, a teoria, a conjuntura e a história para a obtenção de uma Manhattan “perfeita”. A submersão desta teoria num mundo surreal para obtenção de uma nova ordem racional e futurista, permitiu a análise de edifícios emblemáticos de New York dando corpo à teoria de que, os mesmos, vivem de uxos verticais e horizontais e que dispõem de densidades diferentes entre o seu interior (núcleo) e o seu exterior (pele). A concretização desta ideia partiu do uso do delírio e da necessidade de fantasiar, de tornar New York num local de permanente espectáculo e emoção, funcionando, os edifícios, como cenário de um espectáculo teatral contínuo. Esta teatralidade tinha como principal objetivo o transporte dos visitantes e dos habitantes para uma atmosfera idílica que se deveria assemelhar ao multiplicar de sensações com semelhanças ao prazer proporcionado e fruído de uma montanha russa. A híper densidade da cidade promovia um fascínio pela tecnologia (uso da máquina) como forma de desenvolver e facilitar a vida dentro dela. A visibilidade e a mediatização dessa realidade construída ca incessantemente ligada aos média. A construção teórica de koolhaas não foi isenta de in uências de outros artistas e arquitetos, absorvendo destes fundamentos e práticas que vieram revolucionar o seu próprio pensamento. A redação do Delirious New York, não se fechou apenas no fato de ser um livro revolucionário sobre uma cidade que desde a sua fundação assumiu a identidade de quem a procurou e reproduziu no seu território a necessidade de crescer. Criou, igualmente, um novo paradigma de ver e sentir a todos os níveis fazendo dela o elemento essencial no desenvolvimento de uma sociedade. Koolhas escreve, portanto, este manifesto de forma consciente e com a intencionalidade de quebrar uma linha de pensamento até então vigente. A extravagância e a grandiosidade do seu manifesto era de tal forma visionária que usava um método delirante para construir e criar impacto. É uma obra escrita não só para os arquitetos mas, também, para todos aqueles que se reveem no sonho de criar.


LABORATÓRIO DE DESENHO.





1. Os novos uxos migratórios vieram trazer novas abordagens sobre as motivações e as tendências de viver na cidade e no campo. A alteração do paradigma da cidade, como “local ideal”, para o campo como “local de preferência” baseiam-se na ânsia de encontrar, neste, um estilo de vida mais próximo da natureza e em consonância com um modo de vida mais simples. Contrariando a tipologia migrante, estes novos viajantes pertencem a grupos inteletualmente privilegiados que optam por alterar os padrões da sua vida para níveis mais simples/modestos. O acolhimento destes migrantes em Santa Maria da Serra é o exemplo de como a população rural se adaptou e bene ciou com este uxo. As redes de acolhimento respeitaram o princípio da simbiose de culturas e rejeitaram liminarmente a aculturação por parte destes novos elementos. A base desta “parceria migratória” residia no respeito pela terra e pelos costumes. Em troca, os estrangeiros apelidados de “alemões” poderiam permanecer nas propriedades cedidas de forma gratuita com vista a preservar as terras sem as alterar e usufruindo do sossego desejado. Este ciclo de chegada, aprendizagem e partida, trouxe prioritariamente benefícios nanceiros à população local e a possibilidade de manter as terras com culturas sem intrusão. Os novos habitantes tendencialmente de curta duração encontraram em locais como Santa Maria da Serra, as condições para satisfazer esta nova forma de viver. 2. A evolução dos conceitos que envolvem a cidade vieram desembocar num princípio de divisão da mesma por zonas. O crescimento natural veio criar aglomerados segundo a nidades, proximidades culturais e condutas morais que se traduzem em núcleos distintos estanques entre si, mas constituintes da mesma cidade. A plani cação veio seguir a lógica do funcionalismo em que a cidade está, também, organizada segundo as áreas de funcionalidade distintas, indo ao encontro das necessidades comuns da população residente. O conceito de cidade como um conjunto de zonas que respeitam lógicas sociais e culturais representativas de políticas urbanas e novas abordagens do urbanismo, segundo Corbusier, tornaram o zoneamento, na forma de ler e interpretar as cidades sejam elas quais forem. Esta abordagem por zoneamento veio levantar novas questões sociais, de privacidade e de segurança. Para tal, as respostas nem sempre foram as da inclusão e, muitas vezes, privilegiou-se a separação e a exclusão hierárquica. O resultado desta política urbanística levou à criação de espaços habitáveis fechados onde as “cidades vivem dentro de cidades”. Existe, portanto, um conceito base na análise da cidade, ou seja, a zona. A forma como esta é vista, projectada e integrada, terá, cada vez mais, que responder às necessidades das diferentes comunidades, tornando-as, o mais possível, unas.

POLOGIA


PROJ ETO

3

Escala 1/1000 1/500 1/200 1/100 1/50 Objectivo: -Elaborar uma tipologia de habitação unifamiliar, económica, para famílias numerosas (6 a 8 pessoas), enquadrada num loteamento urbano de média dimensão A habitação familiar deve ter em conta as seguintes áreas e funções: -Área do lote: 300 m2 -Área máxima de implantação da habitação e anexos: 130 m2 -Área bruta da habitação: 150m2 -Área bruta de anexos (garantindo estacionamento para um automóvel): 20 m2 -O loteamento terá para além de um número de lotes a de nir pelo aluno os seguintes equipamentos que deverão ser desenvolvidos apenas em termos de volumetria e acessibilidade: -Equipamento público: 300 m2 -Parque infantil: 400 m2 -Estacionamento público: maior ou igual ao número de lotes previstos -Paragem de autocarro: 5 m2


MAQUETE - VISTA AÉREA - LOTEAMENTO

MAQUETE- VISTA AERÉA- COBERTURA

MAQUETE - 2º PISO- VISTA AÉREA


PROCESSO

MAQUETE- 1ยบ PISO VISTA Aร REA



Loteamento:

A ideia base de loteamento partiu de um conceito simples de uma bissetriz de um retângulo, em que foi criado um padrão lógico de aglomeração em losango. Desta forma, os lotes, encontram-se espelhados entre si, o que permitiu estabelecer relações de intimidade mais próximas e criar uma lógica. O edifício torna-se assim num elemento de destaque de ponto de vista aérea quanto à sua geometria. Na sua implantação no terreno, tentei jogar com as relações do envolvente, as habitações, os muros, mas dei maior foco à área de verde já existente, pois considerei que seria um dos elementos fundamentais para dar nexo à casa. Por sua vez, a sua implantação segue uma lógica de eixo paralelo à envolvente sendo que estes se encontram apenas com uma malha de direção para simpli car a estrutura e leitura do conceito. Foi, também, projetado com a lógica de espelho do lote, em que criei dois braços que se ligam e que compactam, de certa forma, e desenham os limites mais geométricos da área verde. Desta, surgem praças como consequência da extração de lotes que servem como espaços públicos que estão interligados entre si. O percurso pedonal passa a ter um dos papeis principais no projeto e é este que estabelece a ligação entre os dois blocos. Lote: O lote apresenta uma geometria complexa em que a organização desta surge como uma



necessidade de aglomeração de espaços pequenos encerrado entre paredes, pois a consola, o elemento de maior destaque estava exposto ao envolvente e considerei que esse espaço necessitava de ser mais privado e encerrado em si. Em seguida, a ideia da fragmentação permitiu criar um conjunto de volumes que parecem desorganizados no espaço, mas com uma lógica de percurso que os interliga. A lógica de máquina e de motor em que se retira a tampa e se vê um conjunto de formas distintas entre si, mas com uma lógica por trás está representada metaforicamente neste projeto. O 1º piso, surge então como o elemento de destaque de ponto de vista aéreo, em que foi fragmentado o quarto “tipo” e construído um conjunto de células para albergar a zona de dormida e de higiene (sanitas e chuveiros). Estes espaços encontram-se encerrados e apenas têm aberturas para os pátios interiores. Os chuveiros aparecem como um elemento vertical de destaque no decorrer do corredor, quase como chaminés pontuais de vidro. Aqui inverti a lógica de privado e encerrei o quarto e a casa de banho em si, mas abri o chuveiro para o percurso. Tal como Le Corbusier fez quando criou a banheira ao lado da cama, aqui o chuveiro passa de um elemento privado para público, de destaque. Por sua vez, devido à sua geometria, criei para além do acesso interior da casa a este piso, dois acessos exteriores distintos em pontos diferentes.



Um deles encontra-se no percurso pedonal e leva-nos directamente para dentro do edifício. O outro enconta-se na parte inferior e é um elemento agarrado a uma parede que encerrada a área de garagem da zona de acesso á casa. O piso-do-rés-do-chão surgue como um bloco compacto e encerrado, como um contraste de ponto de vista visual exterior em relação ao piso superior. Para entrar neste, acede-se por uma caixa de vidro que se encontra centrada e interligada entre os pisos. Aqui encontra-se, também, o poço. Entra-se então na habitação e depara-se com um espaço de recepção, em que se destacam as escadas de acesso interior para o piso superior, e um conjunto de móveis que desenham a geometria do espaço. Neste volume, após a área recepção existem dois espaços distintos- a sala do lado mais próximo da rua e a cozinha do outro. A sala encontra-se a diferentes cotas para representar e incorporar a lógica de altimetria do piso de cima. Criou-se uma zona mais privada e encerrada no canto, para zona de leitura e outra para zona de estar, em que descemos o nível do olhar para chegar à linha do chão. Desta forma, foi criado um acesso do percurso pedonal que leva o habitante mais rapidamente para o piso do rés-dochão, onde este passa por um corredor que tem os arrumos, a casa de banho e a lavandaria.


PROJ ETO

4

“ DELIRIOUS GUIMARÃES”


MAQUETE DE AGREGAÇÃO DO PISO TIPO 1 - ESCALA 1/100

MAQUETE DE AGREGAÇÃO DO PISO TIPO 2 - ESCALA 1/100

MAQUETE DE AGREGAÇÃO DO PISO TIPO 3 - ESCALA 1/100

MAQUETE DE AGREGAÇÃO DO PISO TIPO 4 - ESCALA 1/100

MAQUETE DO EDIFÍCIO ( VISTA AÉREA) - ESCALA 1/500

ESCALA 1:1000 / 1:500 / 1:200 / 1:100 / 1:50 OBJECTIVO: “Exercício de reinterpretação crítica do programa da Unité d’Habitation de Marselha de Le Corbusier, a partir do projecto simultâneo de dois edifícios de grande escala. Localizados em dois lugares distintos da cidade mas relativamente próximos entre si - o lugar A situado na na Rua de Trás de Gaia, o lugar B situado na Rua Dr. José Sampaio -, os edifícios a projectar - que terão, cada um, cerca de 12500 m2 de área útil de construção, mas com restrições relativamente à área de solo que poderão ocupar - deverão articular de forma clara e propositiva, programa, forma e princípio compositivo, estabelecendo relações de compromisso/ confronto entre si e com a paisagem urbana e natural - que os envolve.” ELEMENTOS A PROJECTAR: - 150 apartamentos (75 m2), que deverão compreender duas variações tipológicas: a) apartamento para um casal com dois lhos; b) apartamento para três pessoas sem vínculo familiar. - 25 estúdios (25 m2), que deverão compreender um espaço de estar/ trabalhar/dormir, um espaço para cozinhar e instalações sanitárias. - 25 quartos de hotel ( 25m2), que devem compreender um espaço de dormir e isntalações sanitárias - 1 recepção de hotel/ restaurante (150m2) - 6 espaços comerciais (12.5m2) - 2 espaços comerciais ( 100m2) - 1 ginásio (300m2) - 1 creche (500m2) - estacionamento ( 1/apartamento)

MAQUETE DO ESTACIONAMENTO( VISTA AÉREA) - ESCALA 1/500






















DAC EXERCÍCIO 1: a. Composição de modelo arquitectónico digital (informação vectorial), a partir do levantamento de plantas, cortes e alçados (em papel) que informem o caso de estudo escolhido pelo aluno; b. Representação grá ca bidimensional do modelo e da envolvente onde se implanta, bem como a sua reprodução que deverá conter referências de coordenadas relativas (@) e absolutas (x,y); c. Na representação do modelo será obrigatória a formatação do desenho, nomeadamente no texto, espessura de linhas e cotagens.

EXERCÍCIO 2: a. Utilizando como ferramenta o AutoCAD (modelação tridimensional e renderização) pretende-se o desenvolvimento do modelo concebido no Exercício 01, nomeadamente na sua expressão arquitectónica; b. Montagem de modelo tridimensional e respectivo cenário, pela con guração de câmaras de visualização, iluminação, e aplicação de materiais, de forma a revelar a tectónica e morfologia do objecto arquitectónico; c. Captação de imagens digitais (renderização) que interpretem o modelo desenvolvido, com resolução su ciente para serem impressas.


EXERCÍCIO 3: a. Tratamento, manipulação de imagem e fotomontagem dos renders desenvolvidos durante o Exercício #2, no sentido de ilustrarem o contexto imagético do caso de estudo. Este processo far-se-á pelo recurso a um programa de edição de imagem (Adobe Photoshop, Gimp, …). b. Composição grá ca de painel síntese de apresentação nal do caso de estudo. O painel deverá conter informação necessária à ilustração da(s) ideia(s) de projecto subjacente(s) ao caso de estudo.



LABORATÓRIO

DE CONSTRUÇÃO

PLANTA DE ARQUITETURA DO PISO TÉRREO

PLANTA DE ARQUITETURA DO PISO 1

PLANTA DE ARQUITETURA DA COBERTURA


ENCADEAMENTO DE OBRA

PLANTA DE MOVIMENTO TÉRREO- CALCULOS E CORTES


PLANTA ESTRUTURAIS


PLANTA DE DRENAGEM DAS ÁGUAS FREÁTICAS E PLUVIAIS DO TERRENO

PORMENORES CONSTRUTIVOS


CARACTERÍSTICAS DOS ELEMENTOS DA ENVOLVENTE DO EDIFÍCIO



INÉRCIA TÉRMICA


CONDENSAÇÃO

INSOLAÇÕES E SOMBREAMENTOS

ESTUDO SEM PALA- VERÃO

ESTUDO SEM PALA- INVERNO

ESTUDO COM PALA DE 1M- VERÃO

ESTUDO COM PALA DE 1M- INVERNO

ACÚSTICA


DESENHO





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