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#equĂŞ?!
Juventude sem RĂłtulos
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Índice Agradecimentos
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Introducão 9 Sobre a Campanha
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As Imagens da Campanha
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Imagens Adicionais
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Conclusão 75
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Agradecimentos Este livro foi criado com o objetivo de contribuir para o impacto a longo prazo da Campanha #EQuê?!, agora que a sua fase online terminou. Desta forma, foi nosso intuito termos algo físico que possa ser usado no futuro a ajudar a espalhar a mensagem desta Campanha: Juventude Sem Rótulos. Gostaríamos de começar por agradecer a todos e todas que participaram na Campanha, contribuindo com fotografias inspiradoras. Foi um passo corajoso para todos e todas vocês e esperamos que a vossa mensagem seja ouvida em toda a parte. Em particular, gostaríamos de expressar a nossa gratidão ao voluntário Andrew Miller que criou este livro, mesmo após o término do seu voluntariado connosco, revelando uma grande coragem ao ter aceito este novo desafio. Estamos igualmente extremamente gratos à voluntária Alifya Akerbali e ao voluntário Pedro Silva pela sua ajuda na edição de fotos, design da Campanha e sugestões perspicazes. O vosso apoio foi crucial. Gostaríamos também de agradecer à Uselabel por ter aceito imprimir generosamente as fotografias para a exposição da Campanha e aqui temos também de agradecer à Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva por acolher a exposição. Finalmente, uma palavra de sincero apreço para todos aqueles e todas aquelas que interagiram com a Campanha ao longo dos seus 6 meses. O vosso apoio e feedback foram inestimáveis. Obrigado por junt@s termos ajudado a contribuir para uma juventude mais digna, mais humana, mais positiva. Enquanto acreditarmos, uma juventude sem rótulos estará sempre ao nosso alcance, num futuro (esperamos) mais próximo. Juventude Cruz Vermelha - Braga, Setembro 2017 eque livro final.indd 7
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Introdução A luta contra o preconceito é de todos os tempos. Infelizmente, ela persiste no nosso quotidiano. Se cada ser humano se pusesse na pele do outro, quando se socorre do preconceito para atacar, diminuir ou desprezar, ele acabaria por desaparecer, pois não tem razão de existir e porque há muita dor na diferença. A diversidade dos povos, as características das gentes, as opções de cada um devem ser respeitadas. Ser humano é, entre outras coisas, banir o preconceito, seja ele qual for. A Campanha #EQuê foi uma iniciativa da Juventude Cruz Vermelha de Braga que através da sua rede social sensibilizou todas as semanas dezenas de jovens ansiosos/as por quebrarem rótulos sociais. Durante 6 meses, a Campanha demonstrou que não há problema em sermos a iguais a nós próprios/as, mesmo que diferentes de todos/as. De resto, o trabalho humanitário da JCV Braga procura diariamente fazer face à discriminação e preconceito, através da educação para os direitos humanos e sensibilização para o respeito pela diferença junto dos/as mais jovens, contribuindo assim para uma sociedade mais saudável, mais positiva e, por isso, mais digna, mais humana e mais pacífica. Não nos devemos nunca esquecer que discriminar é deitar ao chão os nossos melhores sentimentos. Ficam os outros, os mais violentos … para quê? Porquê? Armando Osório Presidente da Delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa eque livro final.indd 9
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Sobre a Campanha A Campanha EQuê?! decorreu durante seis meses, tendo começado a 6 de novembro de 2016 e terminado a 30 de abril de 2017. Durante esse período, uma nova foto foi partilhada todos os domingos, o que significa que um total de 26 fotografias foram partilhadas on-line ao longo da Campanha . Cada uma dessas fotos incluiu uma diversidade de pessoas e de temas diferentes, com o objetivo de desafiar o uso diário de estereótipos dentro da nossa sociedade e ajudar a contribuir para uma comunidade sem julgamento e sem rótulos. No álbum criado para o efeito, podiam encontrar a seguinte descrição: “A Campanha “E Quê?!” é um projeto fotográfico, online, que procura combater alguns estereótipos e preconceitos comuns presentes na sociedade. As pessoas que dão a cara a esta Campanha são pessoas que se cruzam diariamente contigo e com todos nós. Pessoas únicas que todos os dias, pelas suas características, qualidades e experiências, desafiam estereótipos e nos relembram que sermos iguais a nós próprios, mesmo que diferentes de tod@s, não tem de ser um problema. Todas as semanas, no Domingo de noite, será postada uma nova foto. Gostavas de participar? Tira uma foto com a tua mensagem e envia-nos para dbraga.juventude@cruzvermelha.org.pt Podes também ajudar a Campanha a chegar a mais gente partilhando ou deixando um comentário. Ajuda-nos a combater a indiferença e a insensibilidade social. Porque nós não temos de ser os nossos estereótipos. Porque queremos uma JUVENTUDE SEM RÓTULOS! #EQuê?!” Qualquer pessoa no Facebook conseguiu interagir com a Campanha, quer gostando, comentando e / ou partilhando as diferentes fotografias. Aquel@s que o fizeram acabaram também por se tornar participantes da Campanha, pois tornaram-se aliad@s na luta para erradicar os estereótipos e a rotulagem das pessoas. A Cam eque livro final.indd 10
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11 panha já recebeu milhares de “gostos” no Facebook, e esperamos que continue a receber visitantes no futuro, para que possamos continuar a divulgar a mensagem que aspiramos criar: uma #JuventudeSemRótulos. Pode ver como a Campanha foi apresentada on-line através da imagem abaixo:
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As Imagens da Campanha
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Vanessa
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“Sou Cigana, estudei, trabalho e sou solteira! #EQuê?!” Uma concepção comum sobre o modo de vida dos/das ciganos/as é que eles/as se casam quando são extremamente jovens, particularmente as raparigas antes dos 18 anos. No entanto, 25% das que se casam fazem-no quando têm 19 anos ou mais. Além disso, acredita-se que as mulheres ciganas não trabalham, que o seu objectivo é casar, ter filhos/as e manter a casa. No entanto, como mostra o Estudo Nacional sobre as Comunidades Ciganas (2014), mais de 10% das mulheres ciganas estão empregadas. Isto, juntamente com a imagem adjacente da Vanessa, mostra que não podemos universalmente atribuir idéias comuns à comunidade cigana: membros da comunidade cigana não se enquadram num estereótipo comum.
Referência: Candeias, Magano, e Mendes, Estudo Nacional sobre as Comunidades Ciganas, Observatório das Comunidades Ciganas, 2014. eque livro final.indd 15
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Carlos
13 de Novembro de 2016 eque livro final.indd 16
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“Sou Católico e vou à Missa todos os domingos. #EQuê?!” Portugal é uma nação laica, e isso reflete-se na comunidade cada vez mais, nas décadas mais recentes. No entanto, 7,629,643 (84.9%) da população com mais de 15 anos afirmam estar envolvidos/as numa religião. Destes, 95,4% identificam-se com a religião católica. Como o Carlos afirma com orgulho, não há nada de embaraçoso sobre expressar uma religião, e ele faz parte dos 45,7% dos católicos que vão à missa regularmente, de acordo com o Centro de Estudos de Religiões e Culturas. De uma forma geral, crê-se que apenas as gerações mais velhas vão à missa regularmente e que os mais jovens não têm ligação à religião. O Carlos contraria esta ideia, mostrando que pessoas de todas as idades podem ser, e são, religiosamente ativas.
Referência: Censos 2011 Resultados Definitivos - Portugal, Instituto Nacional de Estatística, I.P. https://www.publico.pt/2012/04/16/sociedade/noticia/oito-em-cada-dez-portugueses-sao-catolicos-e-quase-metade-vai-a-missa-1542295 eque livro final.indd 17
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Su e Narin
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“Sou Muçulmana e escolho usar Hijab.” “Eu tb sou Muçulmana e escolho não usar. #EQuê?!” A palavra Hijab, como entendida hoje, refere-se ao vestido islâmico das mulheres, muitas vezes relacionado especificamente com um lenço. Certas condições devem ser atendidas para que o vestido seja considerado islâmico, mas não existe um estilo particular que deve ser seguido; Clima, tradição, gosto pessoal e moda todos têm um papel. No entanto, Hijab significa muito mais, também relacionadas a questões como o comportamento. No Alcorão, Deus instrui homens e mulheres a baixar o olhar e a vestir-se modestamente. No entanto, a decisão de usar Hijab depende apenas de cada indivíduo, como Su e Narin demonstram. Esta decisão esclarece que nem todas as mulheres muçulmanas se cobrem com o Hijab, como o estereótipo faria acreditar. Cada pessoa tem o direito de expressar-se da forma que sente adequada. Isso também contradiz as idéias ocidentais de que as mulheres muçulmanas têm de seguir estritamente as orientações dos homens, demonstrando que elas têm liberdade de escolha.
Referência: https://www.islamreligion.com/articles/2770/why-muslim-women-wear-veil/ http://www.ilaam.net/intl/popstats.html eque livro final.indd 19
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Jorge
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“Sou selecionador nacional de futsal, e dedico o meu tempo livre a crianças com necessidades educativas especiais. #EQuê?!” Muitas vezes achamos que as pessoas com ocupações de alto nível e/ou com agendas extremamente ocupadas não têm tempo ou vontade para ajudar os outros. Jorge mostra-nos que isso não é verdade. Ele dedica o seu tempo livre a ajudar algumas das 82.667 crianças e alunos/as com necessidades educativas especiais em Portugal. Através das suas ações, Jorge mostra que é possível atingir um nível elevado na sua profissão, superando diversos desafios, mas devolvendo algo à sociedade ao mesmo tempo. O treinador nacional de futsal sabe que as suas capacidades, conhecimentos e experiências podem ser utilizadas em benefício dos outros e das outras, contrariamente ao estereótipo que muitas vezes temos de que as figuras influentes se consideram acima de todos. Isso demonstra, independentemente do trabalho, área de especialização ou ocupação, que é sempre possível contribuir.
Referência: Necessidade Especiais de Educação - Dados estatísticos, Ano letivo 2016/2017, Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência eque livro final.indd 21
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Humberto
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“Terminei a Licenciatura aos 36 anos. #EQuê?!” Muitas pessoas têm razões pessoais para não entrar no ensino superior após o décimo segundo ano - isso não tem qualquer impacto na pessoa que é. Uns optam por frequentar a universidade mais tarde, outros decidem não a frequentar, contudo isto nada diz sobre as capacidades de um indivíduo (e até onde ele pode chegar). Como o site da Universidade do Porto deixa claro, não há limites para a idade de entrada para o ensino superior, ‘dos 18 aos 99’, desde que os requisitos de entrada académica sejam cumpridos. A idade não deve ser uma barreira para a educação e o guarda-redes do ABC prova isso aqui, mostrando como obteve o seu diploma de licenciatura com 36 anos.
Referência: https://sigarra.up.pt/up/pt/web_base.gera_pagina?p_pagina=internacional-estudar-em-portugal#idade https://alumni.uminho.pt/pt/news/Paginas/Not%C3%ADcias%202015/Humberto-Gomes.aspx eque livro final.indd 23
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Tânia e LuĂs
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“Sou mulher e não preciso de ajuda para estacionar o carro.” “Mas eu preciso. #EQuê?!” Há muito tempo que existe o estereótipo de que os homens são melhores condutores do que as mulheres. Mas é claro que isso não é sempre assim. Como esta imagem do Luís e da Tânia mostra, é a mulher que é melhor condutora nesta situação, pois não precisa de ajuda para estacionar o carro, enquanto o homem precisa. Na verdade, um estudo publicado em 2015 descobriu que as mulheres podem realmente ser melhores condutoras do que os homens de várias maneiras. Por exemplo, descobriram que as mulheres conduzem a uma velocidade mais apropriada, enquanto os homens têm impactos mais negativos noutros condutores. Isso demonstra que fazer suposições e sempre presumir que o homem sempre será o melhor condutor é um pré-conceito e não pode ser tido como um facto. A aptidão para conduzir não depende do género, mas sim das capacidades pessoais de cada indivíduo.
Referência: http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/mulheres-dirigem-melhor-do-que-os-homens-diz-estudo/ eque livro final.indd 25
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Carlotta
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“Rasta nem sempre é = droga! #EQuê?!” Rastafari é um movimento religioso originado na década de 1930 e que se baseia na adoração de um Deus judaico-cristão, referido como Jah, acreditando-se que ele reside parcialmente em cada um/a de nós. Existem muitos princípios associados a este sistema de crenças, denominado Rastalogia, incluindo a crença de que Haile Salleise I da Etiópia foi a segunda vinda de Deus, ou o seu mensageiro, e a inclusão de uma dieta específica chamada Ital que inclui a rejeição de alimentos processados. Uma das idéias mais comumente associada aos Rastafaris é o consumo de drogas, mais especificamente os cannabinóides. No entanto, como a Carlotta demonstra nesta imagem, isso não é necessariamente o caso. Não devemos assumir automaticamente que um/a Rasta, como o caso da Carlotta, consome drogas. Como noutras religiões, não devemos fazer suposições e criar estereótipos que as pessoas fazem ou acreditam em certas coisas. Por exemplo, é também um estereótipo e um preconceito acreditar que, porque alguém é muçulmano, é terrorista, ou presumir que todos os cristãos/cristãs se opõem à homossexualidade.
Referência: https://en.wikipedia.org/wiki/Rastafari#Practices https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_rastaf%C3%A1ri http://www.religionfacts.com/rastafarianism eque livro final.indd 27
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AndrĂŠ
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“Sou um menino e a minha cor preferida é o cor-de-rosa. #EQuê?!” Atualmente temos ideias muito firmes estabelecidas acerca das crianças e estereótipos relacionados com questões como a preferência de roupa e cores. Esta foto mostra o André indo contra a convenção, revelando o cor-de-rosa como sendo a sua cor preferida, sendo que esta é uma cor tipicamente associada a meninas e não a meninos. No entanto, se olharmos para trás na História, é possível constatar um período em que a associação do cor-de-rosa e do azul com meninas e meninos, respetivamente, era inversa. Assim, o azul era associado a meninas e o cor-de-rosa era associado a meninos. Com isto, podemos aprender que os estereótipos, de facto, significam pouco, e nem sempre têm um fundamento factual, variando ao longo do tempo e dependendo das tendências e mudanças de pensamento. Neste caso, aprendemos que não devemos associar universalmente a cor cor-de-rosa a meninas e azul a meninos, visto que as preferências de cor estão, na verdade, reduzidas a uma escolha pessoal.
Referência: http://genderspectrum.weebly.com/the-history-of-pink-and-blue.html eque livro final.indd 29
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Armando
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“Qd me emociono choro! #EQuê?!” Como já podem ter notado, há algumas imagens relacionadas com género capturadas ao longo da campanha #EQuê?!. Esta imagem de Armando Osório é uma dessas, e relaciona-se com estereótipos de género e emoções. Enquanto homem, não é esperado que Armando demonstre sinais externos de emoção. Desenvolvemos muitos estereótipos resultantes da ideia que os homens devem ser frios, e que chorar é sinal de fraqueza. Armando demonstra que não é bem assim - que os homens não devem ter medo de exteriorizar as suas emoções, e mesmo de chorar.
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Vanda
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“Casar? Escolho não o fazer. #EQuê?!” É um estereótipo comum que todas as pessoas vão crescer, conhecer alguém, casar, comprar casa e ter filhos/as. Historicamente, isso aplicou-se particularmente às mulheres devido aos papéis que a sociedade lhes atribuiu. Casar era (e ainda é) considerado a “norma”. No entanto, este estereótipo não tem qualquer fundamento, já que o casamento não deve ser considerado obrigatório. Como Vanda demonstra aqui, é uma escolha casar ou não, e ela escolhe não o fazer. Na verdade, o número de pessoas que partilham deste ponto de vista aumentou significativamente nos últimos anos. Em 2015, a taxa de casamento por mil pessoas em Portugal foi de 3,1%, uma diminuição de mais da metade desde 1960, quando a taxa foi de 7,8%. Não há nada de errado ao escolher não casar, sendo possível ter um relacionamento de longo prazo, estável e duradouro sem o formalizar através do casamento.
Referência: https://www.pordata.pt/Portugal/Taxa+bruta+de+nupcialidade-530 eque livro final.indd 33
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Vitor
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“Nasci, cresci e vivi num bairro problemático e não sou delinquente. #EQuê?!” Ainda existe a ideia que quem cresce e vive em áreas consideradas problemáticas fica consignado/a a uma vida similar, quase que se resignando a uma vida de delinquência. Em 2008, o documentário “A Vida Normalmente” (RTP), abordou diretamente esta questão, procurando desafiar os estereótipos em torno de bairros problemáticos e os/as seus/suas residentes. A jornalista Fernanda Câncio, co-autora do documentário, explicou que o programa mostrava pessoas “que conseguiram suplantar uma série de adversidades e fazer um percurso, independentemente do sítio onde vivem. Gente que não se deixa derrotar pela existência de estereótipos”. O Vitor é um exemplo vivo disto; ele não deixou que os estereótipos atribuídos ao seu contexto o derrotassem. Não deixou que as ideias pré-concebidas e os rótulos definissem a sua vida. Este é mais um exemplo vital que prova que as origens de um indivíduo não devem moldar a forma como o/a vemos. Não são os estereótipos que devem determinar a forma como olhamos para alguém, mas, simplesmente, quem verdadeiramente são.
Referência: https://www.publico.pt/2008/09/15/portugal/noticia/serie-de-dez-documentarios-a-vida-normalmente-estreia-amanha-na-rtp2-1342817 eque livro final.indd 35
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Rolanda
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“Tenho Trissomia 21 e tenho uma loja! #EQuê?!” Existe um conjunto de pressupostos e estereótipos relativos a pessoas com Trissomia 21, prejudiciais e sem base justificativa. Primeiramente, é importante sublinhar que a Trissomia 21 não é uma doença. Assim como a Rolanda é orgulhosa por ter uma loja, ter uma condição genética não faz de ninguém menos pessoa, e não significa de forma nenhuma que se é limitado/a em relação àquilo que se pode fazer. Cada pessoa com Síndrome de Down é um individuo único – toda a gente é diferente. Ninguém com Síndrome de Down, ou ainda, ninguém que sofra de uma condição genética anómala, deve ser tratada como “coitadinha”. Qualquer pessoa, incluindo qualquer pessoa com algum tipo de deficiência, pode conseguir grandes coisas, tal como Rolanda ter uma loja!
Referência: http://www.movimentodown.org.br/wp-content/uploads/2014/06/Folder-Guia-para-jornalistas-arquivo-digital_bx.pdf eque livro final.indd 37
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Toni
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“Sou cigano e incentivo o empoderamento das mulheres. #EQuê?!” Ao contrário do estereótipo, o Toni, orgulhosamente cigano, apoia o empoderamento das mulheres, acreditando na igualdade de género. Este jovem acredita que as mulheres podem e fazem mais do que o papel que a sociedade lhes atribuiu durante séculos, declarando-o orgulhosamente nesta fotografia. Isto mostra-nos que não podemos fazer suposições sobre as atitudes de uma pessoa, com base na sua etnia, pois todas as culturas são preenchidas com uma grande variedade de pessoas com diferentes personalidades e pontos de vista. Por outro lado, também mostra-nos que devemos parar de estereotipar as mulheres. Todos/as podem e devem pensar na mensagem do Toni, e desconstruir os rótulos e os preconceitos que nós, enquanto sociedade, ainda temos contra as mulheres. Ter opiniões predeterminadas, simplesmente com base no género, é uma ideia ilógica e desrespeitosa. Também vale a pena considerar que o Toni, enquanto Cigano, enfrenta estereótipos e discriminação diariamente. Isso mostra-nos que não devemos ter medo de lutar por aquilo que acreditamos, como o Toni um jovem sem rótulos que luta diariamente para que todos/as possam se expressar como querem sem o medo de enfrentar preconceitos.
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Alifya
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“Sou Muçulmana. Não sou terrorista. Defendo a paz. #EQuê?!” Por todo o mundo, os/as muçulmanos/as têm sido, cada vez mais, associados/as ao terrorismo, extremismo e violência. Contudo, os actos de terrorismo que são cometidos por uma pequena minoria, e apesar de serem executados alegadamente em nome do Islão, não são representativos da religião. Atos de terror e de dor contra outros seres vivos são estritamente proibidos na religião islâmica. Na verdade, a palavra Islão vem da raíz arábica “Salema” que significa paz, pureza, submissão e obediência. Este é um indicador importante que demonstra que estes actos violentos não refletem a religião. Esta violência provocada por certos indivíduos não representa também as pessoas que praticam o Islão. Como a Alifya demonstra nesta fotografia, ela é uma muçulmana e isso não significa de nenhuma forma que ela é terrorista. A sua religião ensinou-lhe a espalhar uma mensagem de paz para todos/as, e não a instigar violência que muitas vezes vemos difundida nos meios de comunicação social.
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SĂŠrgio
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“Sou cego porém, autónomo, trabalho, passeio, trato de mim. #EQuê?!” De acordo com estatísticas de 2014, o Sérgio é uma das 2.062.731 pessoas com 15 anos ou mais que relataram problemas com sua visão, incluindo aqueles/as que usam aparelhos visuais, como óculos ou lentes de contato. Estas pessoas representam 23,2% da população residente com 15 anos ou mais. Destas, 382.327 pessoas têm problemas visuais elevados. Isso faz com que seja extremamente provável que haja pessoas nas nossas vidas que tenham algum tipo de deficiência visual. Se pensarmos sobre esses indivíduos específicos, provavelmente percebemos que vivem vidas ricas e satisfatórias, apesar dos problemas com a visão. No entanto, quando pensamos sobre aqueles que são deficientes visuais em geral, muitas vezes generalizamos, presumindo que a vida perde todo o sentido ou que eles/as não podem fazer nada por si mesmos/as. Precisamos erradicar essas idéias, porque, como mostra o Sérgio, é possível ter uma deficiência visual e ainda assim sermos capazes de alcançar os nossos objectivos e manter a nossa autonomia.
Referência: Inquérito Nacional de Saúde 2014, Instituto Nacional de Estatística, I.P. eque livro final.indd 43
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Margaret
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“Sobrevivi a cancro da mama. E tenho orgulho do meu corpo. #EQuê?!” É importante lembrarmo-nos que pessoas que ultrapassaram doenças sérias - como cancro, no caso da Margaret - não se reduzem à definição de “sobrevivente”. Apesar de terem enfrentado uma doença continuam a ser indivíduos únicos, com os seus próprios interesses, competências e crenças. Pensar ou tratar estas pessoas de forma diferente, é adotar um comportamento estereotipado, baseado em pré-conceitos. Deve ser evitado a todo o custo definir alguém baseado num aspeto da sua vida, ao invés de valorizar a pessoa em toda a sua complexidade. No caso da Margaret, enfrentou uma doença que alterou o seu corpo. E é preciso reforçar que ninguém tem o direito de fazer com que outra pessoa se sinta desconfortável consigo própria e com o seu corpo, pois ninguém é unicamente a sua aparência física nem pode ser julgado/a por tal. A difícil luta contra uma doença como o cancro não deve ser seguido por um combate diário ao estereótipo. Deveríamos, ao invés, apoiar quem enfrenta estes desafios, como a Margaret, e reconhecer a sua beleza e valor, para lá das cicatrizes.
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InĂŞs
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“Sou Católica a não sou homofóbica. #EQuê?!” A questão da homossexualidade e o Cristianismo, quando considerada conjuntamente, é fortemente controversa. É um assunto a continuar a ser tratado e discutido, pois não parece existir um consenso sobre a posição dos/das católicos/as em relação à homossexualidade. No entanto, o estereótipo de que todos os/as católicos/ as são contra a homossexualidade, e que são homofóbicos/as, não tem base justificativa. A Inês manifesta aqui orgulhosamente que o seu catolicismo não significa automaticamente que compreenda a homossexualidade de forma negativa. Esta posição pode disseminar-se para dizer que nem todas as pessoas religiosas, não unicamente os Cristãos/as Católicos/as, são homofóbicas. Além disso, há pessoas que são homofóbicas e não são religiosas – não há uma ligação clara entre a homofobia e a religião.
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Paulo
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“Não “ajudo” a minha mulher nas tarefas domésticas. Partilhamos responsibilidades. #EQuê?!” A sociedade tem ideias profundamente enraizadas sobre a dita “família tradicional” e os respetivos papéis do homem e da mulher no lar. Tipicamente, considera-se que o homem deve ir para o trabalho e ganhar dinheiro para sustentar a família, enquanto a mulher deve permanecer em casa e ser responsável pelas tarefas domésticas. No entanto, esta conceção tem evoluído, e hoje em dia já não se encontram tão comumente estas ideias tradicionais sobre os papéis no seio familiar. Agora, existe uma ideia mais igualitária no que toca ao trabalho - tanto ao emprego como às tarefas domésticas. Como o Paulo nos mostra aqui, a responsabilidade das tarefas domésticas não pertence exclusivamente à sua esposa, é dever de ambos partilhá-las. Nos últimos anos tem existido um grande passo em frente nesta direção. Em 2014, um inquérito feito aos/às estudantes da Universidade da Beira Interior revelou que em 32% das famílias as tarefas domésticas eram partilhadas. Desta forma, é claro que as perceções do papel de um(a) parceiro(a) têm vindo a mudar, pelo que os estereótipos relativos aos papéis que cada pessoa deve desempenhar na relação devem, urgentemente, cair em desuso. Referência: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602014000200009#f1 eque livro final.indd 49
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Pedro
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“O meu amor não escolhe género. #EQuê?!” Todas as ideias pré-concebidas que se possa ter sobre o modo como as pessoas LGBTI se devem parecer ou comportar são estereótipos. As pessoas da comunidade LGBTI não agem de forma igual, nem pode ser esperado que o façam, à semelhança que não o podemos esperar das mulheres ou dos homens, por exemplo. Da mesma forma, ninguém deve ser julgado pela sua sexualidade. Se, sem nenhum conhecimento prévio, alguém tivesse a oportunidade de conhecer o Pedro (o jovem da imagem), não seria capaz de determinar a sua orientação sexual, a menos que perguntasse diretamente. Porque a sexualidade não é algo que possas identificar por julgar ou estereotipar a aparência de um indivíduo. Sobre a sexualidade, é importante reforçar a importância de combater os estereótipos existentes contra quem não é heterossexual. Em primeiro lugar, ser LGBTI não é uma escolha que as pessoas fazem. O Pedro é feliz com a sua orientação sexual, mas não a escolheu nem se trata de uma “fase” da sua vida. É algo natural, que não se dissipa com o tempo. A construção social levou-nos, durante muitos séculos, a acreditar que o amor deve acontecer apenas entre um homem e uma mulher. Mas, ao invés de estereotipar e discriminar quem consideramos ser “diferente”, talvez devêssemos trabalhar em mudar a nossa noção de “normal”. Porque amor é amor. Referência: https://www2.viu.ca/positivespace/mythbusting.asp eque livro final.indd 51
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Ricardo
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“Sou presidente de Câmara e faço as compras para casa. #EQuê?!” É possível lançarmos dois desafios aos estereótipos tradicionais a partir desta imagem de Ricardo, presidente do município de Braga. Quando pensamos numa figura poderosa e influente, normalmente consideramos que estas estão constantemente ocupadas com suas responsabilidades, com pouco tempo para os aspectos mais rotineiros do dia-a-dia. Isso reflete o estereótipo desafiado também por Jorge Braz, que reconheceu que, apesar do seu exigente papel como treinador nacional de futsal, também consegue fazer mais para além do prestígio da sua posição. Como Ricardo demonstra, apesar de ser uma figura de alto perfil, ele não se considera demasiado importante para ajudar com a lide doméstica, destacando aqui o facto de fazer as compras para casa. Esta declaração de Ricardo também desafia os estereótipos de género de maneira semelhante ao Paulo Xavier. “Ir às compras” é uma responsabilidade que a sociedade atribui em grande parte à mulher da família por ser uma “tarefa doméstica”. No entanto, Ricardo orgulha-se aqui de assumir responsabilidades que normalmente não se consideram dentro das suas atribuições e que contribuem positivamente para o lar, compartilhando tarefas com a sua esposa.
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Virgínia
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“O meu cabelo está azul... #EQuê?!” Quando vemos alguém com um penteado que não é considerado típico, imediatamente começamos a formar idéias pré-concebidas sobre os seus antecedentes e estilo de vida. Isto pode ser aplicado a uma grande variedade de outras coisas que constituem a nossa aparência, como o estilo de roupa, piercings, tatuagens, etc... Se alguém não está em conformidade com o que são considerados os padrões “normais”, isso não significa que devemos olhar para eles/ as numa luz negativa. Em vez disso, devemos reconhecer que a maneira como alguém escolhe se vestir ou apresentar é uma expressão da sua personalidade e sentimentos. A Virgínia, uma líder juvenil que trabalha com comunidades vulneráveis, contesta estes estereótipos, demonstrando que a cor do cabelo não afeta as suas responsabilidades e capacidades. Ela mostra claramente que as pessoas podem fazer coisas incríveis, independentemente da sua aparência (ou da cor do seu cabelo).
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Daniel/Puro L
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“Faço música e nunca dei sequer uma passa! #EQuê?!” Quando pensamos em músicos, normalmente pensamos num determinado estilo de vida, muitas vezes rotulado como “Sexo, drogas e rock and roll”. Essa imagem dos músicos desenvolveu-se ao longo de muitas décadas e foi intensificada pelas ações de muitos artistas mundialmente famosos através do estilo de vida que escolheram ter. No entanto, isso não significa que podemos assumir universalmente que todos os músicos seguem esse “estilo de vida”. Podemos até pensar que essa idéia foi incentivada e promovida para ajudar a construir a empresa comercial que é a indústria musical. O Puro L é um rapper, o que significa que um dos estereótipos mais comuns que enfrenta é a suposição de que ele fuma cannabinóides. Contrariamente a isso, o Puro L evita esse hábito e contesta esse estereótipo, orgulhosamente declarando nesta imagem que ele nunca “sequer deu uma passa”. Não podemos universalmente aplicar uma categoria a um grupo inteiro de pessoas com base num comportamento, especialmente quando esse grupo de pessoas é tão vasto.
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Carolina
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“Sou Psicóloga e vou à Psicóloga. #EQuê?!” “Ir ao/à psicólogo/a”, ou fazer terapia, permanece um enorme mistério para um número alargado de pessoas, o que faz com que ainda hajam muitos estereótipos e estigmas associados a esta atividade. Ainda existe a noção de que quem procura este tipo de apoio tem algum tipo ou grau de doença mental, quando na verdade a maioria das pessoas que procura profissionais de psicologia fá-lo quando se depara com desafios sérios na sua vida, ou dificuldades perante novos ciclos. Por exemplo, problemas financeiros, questões relacionadas com a carreira ou divórcio. Procurar apoio no sentido de melhorar o bem estar psicológico não deveria ser algo que a sociedade encara como negativo e que, consequentemente, estereotipa, mas antes algo que deveria ser encorajado para que todos e todas tenhamos a oportunidade de nos sentirmos saudáveis e positivos/as. “Ir ao/à psicólogo/a” não é um sinal de fraqueza, nem deve ser estigmatizado enquanto tal. A Carolina demonstra exatamente isto, porque apesar de ser psicóloga, identificou o benefício para a sua vida pessoal de procurar este apoio para atender às suas próprias necessidades. O bem estar psicológico é essencial à nossa felicidade, e se há quem precise de apoio para o alcançar, não deve ser estigmatizado/a por isso.
Referência: https://www.psychologytoday.com/blog/occupational-hazards/200806/the-stigma-therapy eque livro final.indd 59
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Maria
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“Divorciei-me nos ano 70 e criei 4 filhos sozinha. #EQuê?!”
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Foi durante os anos 1970s que o divórcio se tornou uma prática mais comum em Portugal. A percentagem de casamentos, a cada 100, a acabar em divórcio, passou de 0,6% em 1970 para 7,4% em 1979. Os dados mais recentes disponíveis apontam para, em 2016, um aumento significativo para os 70,4%, uma das taxas mais altas da Europa. Apesar de ser mais comum na sociedade atual, o divórcio ainda é visto com algum desdém e negatividade. Torna-se, então, difícil imaginar a carga negativa associada ao divórcio nas últimas décadas, quando as ideias e atitudes em relação ao matrimónio eram mais rígidas. Isto poderia acontecer devido à influência da religião, que tinha um papel mais proeminente na altura do que na sociedade atual. No entanto, o divórcio não devia nem deve ser interpretado como um fracasso, assim como as pessoas que se divorciam não deveriam ter de lidar com este rótulo. Uma relação antiga não deve definir uma pessoa, mas sim as suas características e capacidades. Neste caso, Maria criou 4 filhos sozinha, após o seu divórcio, estando extremamente orgulhosa da sua conquista. Claramente, Maria não deixou que esta experiência - de ser mãe solteira - atravessar-se no seu caminho, e tem o direito de não ser olhada de forma negativa, ou de ser rotulada de forma negativa, por ser divorciada. Com esta fotografia podemos, ainda, descartar a ideia pré-concebida de que os homens são mais fortes do que as mulheres. Afinal, não há dúvidas que é necessária muita força e resiliência para educar 4 filhos enquanto mãe solteira. Maria não é, certamente, um fracasso, nem deveria ser estereotipada como tal por causa do seu divórcio, assim como não é fraca devivo ao seu género. Referência: https://www.pordata.pt/Portugal/N%C3%BAmero+de+div%C3%B3rcios+por+100+casamentos-531 http://psicjon.blogspot.co.uk/2015/03/el-divorcio-el-deseo-de-fracaso-para.html eque livro final.indd 61
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Artur
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“Fui toxicodependente... Não sou criminoso!! #EQuê?!” O consumo de drogas em Portugal tem vindo a diminuir gradualmente, sendo que 2,3% da população em geral já consumiu substâncias ilícitas nos 12 meses anteriores ao estudo mais recente (2015). Não devemos deixar que aqueles/as que já foram dependentes de substâncias, ilegais ou legais, sejam definidos/as pelas suas experiências passadas. O Artur está agora ansioso para o futuro e não devemos rotulá-lo e estereotipá-lo e a outros/as apenas com base no facto de terem sido consumidores de drogas. Aqueles e aquelas que cometeram actos ilegais para alimentar os seus vícios, não devem ser rejeitados, mas sim apoiados a fazerem mudanças e decisões mais positivas no futuro. Não devemos por isso isolá-los/as da sociedade, mas quebrar os estereótipos contra eles/ as devido ao seu passado e ajudá-los/as a reconstruir as suas vidas. A dependência é uma doença, e não devemos estereotipar ex-toxicodependentes como o Artur por causa de uma doença tão nefasta.
Referência: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências Ministério da Saúde Portugal SINOPSE ESTATÍSTICA Portugal 2014 Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências Ministério da Saúde Portugal SINOPSE ESTATÍSTICA 2015 eque livro final.indd 63
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Juventude Cruz Vermelha
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“Somos #JuventudeSemRótulos #EQuê?!” A nossa Campanha culminou nesta foto que foi tirada durante o Encontro Nacional da Juventude Cruz Vermelha Portuguesa de 2017. Os e as participantes desta foto são jovens agentes de mudança positiva que se juntaram para discutir questões importantes para a Juventude Cruz Vermelha e explorar como podem trabalhar para melhorar a vida dos e das jovens do nosso país. Inclui um vasto leque de pessoas com características, crenças e idéias únicas. Num ato de voluntariado, aceitaram participar nesta foto para enfatizar a mensagem de que os rótulos colocados sobre nós - os e as jovens - por outros e outras - a sociedade - são irrelevantes. Nenhum/a deles/as pode ser categorizado/a, ou colocado/a rótulos. Assim como nenhum/a de nós pode ser categorizado/a, nem colocado/a rótulos. Somos todos/as únicos/as e especiais. Nós todos/as somos #JuventudeSemRótulos.
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Imagens Adicionais Nas páginas seguintes encontram-se todas as imagens que não puderam ser publicadas durante a campanha online. O que não significa que a sua mensagem é menos importante ou significativa. Na verdade, todos e todas nós enfrentamos a luta constante contra os estereótipos de diferentes formas. Estes/as participantes também estão a tomar uma posição por algo em que acreditam, demonstrando ao mundo que querem contribuir na criação de uma Juventude Sem Rótulos.
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SimĂŁo
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Carina
Fernando
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Andrew
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Bolela
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Laura
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Adriana
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Conclusão A Juventude Cruz Vermelha tem como ambição ajudar a promover um clima de respeito mútuo, entendimento e cooperação. Acreditamos que apenas conseguiremos promover uma sociedade mais justa se estivermos focad@s nas nossas semelhanças e nos aspetos que fazem de nós seres humanos únicos e especiais. As diferenças que diariamente encontramos, de opiniões, atitudes, personalidades, aspirações, habilidades... enriquecem a nossa vivência e permitem-nos ser pessoas cada vez melhores. Acreditamos que apenas é possível caminhar para uma cultura de não violência e de paz se deixarmos de lado os nossos preconceitos, as nossas assunções baseadas apenas na nossa avaliação do outro. Estamos cert@s de que se cada um@ de nós lutar pela liberdade de pensamento e de ação, motivar o desenvolvimento de atitudes baseadas na adaptação à mudança, flexibilidade e humildade, seremos agentes de uma verdadeira mudança comportamental na nossa sociedade. Esta Campanha é o reflexo desta nossa ambição. Foram várias as pessoas que se envolveram, que deram a cara e que refletiram... não foi possível publicitar todas as imagens recebidas no Facebook, mas este é o momento de dar espaço a tod@s @s que quiseram colaborar na Campanha. Agradecemos a tod@s @s que tiveram a coragem de publicamente mostrar quem são, sem filtros, sem medo do julgamento e da reprovação pois, como nós, acreditam que não são os rótulos que nos definem, mas sim aquilo que realmente somos! Por uma #JuventudeSemRótulos, Tânia Gomes Coordenadora da Juventude Cruz Vermelha - Braga
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