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VII ENELUD - FACED/UFBA

Cultura Lúdica e Formação de Educadores Salvador, 28/02/2013

Cultura Lúdica na Educação Infantil Maria Thereza Marcilio


O que é o Brincar? "Historicamente, brincar tem sido visto como um intervalo frívolo entre importantes empreendimentos como trabalhar e aprender quando, na verdade a habilidade infantil de engajarse em brincadeiras é essencial para sua aprendizagem, produtividade e desenvolvimento integral.” Steve Gross e Rebecca Cornelli Sanderson, 2012

A brincadeira é intrínseca à infância. É natural, é cultural e é de direito.


O que é o Brincar? “As pessoas com frequência pensam em brincar como ‘brincadeiras específicas’ como esconde-esconde, jogar futebol ou brincar na caixa de areia. Em oposição, elas pensam em trabalho em termos de atividades como varrer as folhas do jardim, cozinhar, limpar, fazer as tarefas escolares. Nós acreditamos que qualquer atividade, desde que realizada ludicamente, é brincadeira. Em outras palavras, não se trata de o que você faz, mas sim, como você faz. Brincar é a expressão da nossa inclinação natural para explorar, se engajar e conectar-se com o mundo ao redor livre e alegremente.” Steve Gross e Rebecca Cornelli Sanderson


Brincar e desenvolvimento “Uma inclinação natural para o brincar é universal em todos os mamíferos jovens. Crianças de todos os grupos sociais no mundo passam tempo brincando. Por que? Porque brincar é um veículo crucial para explorar e aprender, desenvolver novas habilidades e conectar-se com outros. Do primeiro sorriso do bebê à cuidadosa construção de uma torre por uma criança da pré-escola, crianças usam o brincar para engajar-se e aprender sobre o seu mundo. Brincar tem benefícios neurológicos, cognitivos, socio-emocionais e fisiológicos fundamentais para a saúde da criança. Mais importante ainda, brincar é a maneira pela qual as crianças constroem relações amorosas e de confiança.” Steve Gross e Rebecca Cornelli Sanderson


A brincadeira transborda através do corpo, do movimento, da imaginação, do ritmo, das palavras, e vai se materializar em toda e qualquer criança.


O Direito ao Brincar Brincar é um direito da criança reconhecido pela Declaração Universal dos Direitos da Criança da qual o Brasil é signatário. O artigo 31 afirma:

“Os estados reconhecem o direito da criança de descansar e ter lazer, de brincar e realizar atividades recreacionais apropriadas à sua idade e de participar ativamente da vida cultural e das artes.”


O Direito ao Brincar O Plano Nacional pela Primeira Infância (PNPI), norteador das políticas públicas para esta fase da vida, reitera o brincar como um direito da criança e explicita em seus objetivos:

• Priorizar o direito ao brincar, considerando a criança como sujeito desse direito com suas necessidades e características próprias, possibilitando que se desenvolva integralmente. • Reconhecer o brincar como uma necessidade e forma privilegiada de expressão da criança. • Oferecer espaços lúdicos que atendam às demandas da infância, acolhendo a singularidade do indivíduo, e que contemplem a diversidade cultural, produzida também pelas crianças e que formam um conjunto de padrões de comportamento, crenças e valores morais e materiais.


O Brincar e a Educação Infantil As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil enunciam no Art. 4º: “As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.” Indicando ainda no Artigo 9º que as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira.


O Brincar, o Desenvolvimento e a Aprendizagem “O ato de brincar e as brincadeiras representam para muitos autores a possibilidade de as crianças se desenvolverem e por meio deles a criança aprende a se conhecer e a atuar no mundo que a rodeia. Assim, as instituições voltadas para as crianças devem levar em conta a maneira como a criança brinca, suas preferências, pois estas indicam uma produção de sentidos e ações. Neste contexto, é fundamental reconhecer as diferenças e as especificidades das crianças, a importância da disposição do lugar e do material, bem como a atitude dos profissionais que lidam com esse acervo.” Fernanda Nunes


Qual o papel do adulto? “A função mediadora do adulto requer uma ampliação do conhecimento sobre a importância do brincar no desenvolvimento infantil e também, em muitos deles, o resgate da esquecida ou recusada dimensão lúdica de sua infância. Sendo assim, é preciso incluir nos encontros com as famílias das crianças e nos cursos de formação dos profissionais da educação infantil os meios que possibilitem a esses adultos dialogar sobre o brincar e reviver a brincadeira em si próprios. O resgate de sua dimensão lúdica torna o adulto mais sensível aos processos de desenvolvimento da criança”. (PNPI, 2010, p. 73)


A funçaõ mediadora do professor “A criança, naturalmente, brinca. Ao brincar, culturalmente se expressa: internaliza aspectos do mundo que a cerca e põe para fora a sua percepção, os seus pensamentos e sentimentos sobre este mesmo mundo. Portanto, para o professor, a brincadeira tanto serve como estratégia ou recurso pedagógico que facilita o processo de aprendizagem e favorece o desenvolvimento da criança, como servirá, também, para conhecer melhor a criança e seu contexto sociocultural.” Ana Oliva Marcilio


OBRIGADA! www.avante.org.br www.primeirainfancia.org.br mariathereza@avante.org.br

Tel: (71) 3332-3344


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