Tutor-coordenador pedagógicos

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este terceiro artigo sobre o projeto piloto de formação em serviço no contexto para os profissionais da educação infantil, ofertado pela Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), em parceria com a Cooperação Andina de Fomento (CAF), a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação – Coordenação Nacional da Educação Infantil (SEB/MEC/Coedi) e municípios participantes, a formação do coordenador que ocupa a função de tutor no projeto piloto é o foco da formação continuada, considerando-se que as atribuições da coordenação pedagógica são maiores do que as funções burocráticas do coordenador “apaga fogo” e suas intervenções, vistas como “pitacos” no planejamento e na prática do docente e nas questões administrativas. A partir dessa proposta de se desenvolver a formação da coordenação pedagógica em tutoria, “é requisitada uma tarefa não apenas organizacional, mas, sobretudo, formadora, em defesa da qualidade educativa dentro de programa educativo”, fundamental e prioritária para a formação continuada diferenciada e de resultado no contexto. Requer-se da função do coordenador uma participação ativa e de coparticipação na prática educativa. O tutor-coordenador, ao “dobrar o joelho”, aprende a projetar e a projetar-se; refina seu olhar e sua escuta; aprofunda seus conhecimentos e concepções de forma colaborativa, coletiva, e não “de mando”; constrói e aprende a construir caminhos que favoreçam a qualidade no atendimento das crianças pequenas. O aspecto central de toda a formação continuada do coordenador e dos professores é a criança, com uma escuta mais atenta, dando a ela voz e vez e priorizando sua coparticipação em todo o seu processo de desenvolvimento e aprendizagem. Desse modo, a formação continuada em serviço “em espelhos” requer um profissional embrenhado nos estudos individuais e coletivos, disposto a conhe-

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cer, refletir e aprender os desafios, as angústias, a solidão da prática educativa que muitos professores sentem no fazer educativo, as perdas e os prazeres experimentados e vividos pelo docente no espaço da relação criança/professor/criança, que, na maioria das vezes, não é entendida, mas ignorada pela coordenação pedagógica e pela direção da instituição. A expressão “em espelhos” denota um modo de se promover a formação continuada, em que o coordenador, movido pela sua formação, estuda, aprende e se dispõe a reaprender, multiplica sua aprendizagem e reflexões com seus educadores e transforma a instituição em espaço de estudos coletivos a partir da escuta atenta, do dar voz e vez aos sujeitos para um atendimento de qualidade. O projeto também ofereceu palestras para os pais em cada instituição//El proyecto además ofreció ponencias para los padres en cada institución


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n este tercer artículo sobre el proyecto piloto de formación en servicio en el contexto para los profesionales de la educación infantil, ofertado por la Organización de los Estados Iberoamericanos para la Educación, la Ciencia y la Cultura (OEI), en asociación con la Cooperación Andina de Fomento (CAF), la Secretaría de Educación Básica del Ministerio de Educación – Coordinación Nacional de Educación Infantil (SEB/MEC/Coedi) y municipios participantes, la formación del coordinador que ocupa la función de tutor en el proyecto piloto es el objetivo de la formación continuada, considerándose que las atribuciones de la coordinación pedagógica son mayores que las funciones burocráticas del coordinador multifunciones y sus

Elisabet Ristow Nascimento*

intervenciones, vistas como pareceres en el planeamiento y en la práctica del docente y en las cuestiones administrativas.

Divulgação

A partir de esta propuesta de desarrollar la formación de la coordinación pedagógica en tutoría, “es requerida una tarea no apenas organizacional, sino que, sobretodo, formadora, en defesa de la calidad educativa dentro del programa educativo”, fundamental y prioritaria para la formación continuada diferenciada y de resultado en el contexto. Se exige de la función del coordinador una participación activa y de coparticipación en la práctica educativa. El tutor-coordinador, al posicionarse humildemente, aprende a proyectar y a proyectarse; refina su observación y su audición; profundiza sus conocimientos y concepciones de forma colaborativa, colectiva, y no “de mando”; construye y aprende a construir caminos que favorezcan a la calidad en el atendimiento de los niños pequeños. El aspecto central de toda la formación continuada de coordinador y de los profesores es el niño, con una audición más atenta, dando a él voz y oportunidad y priorizando su coparticipación en todo su proceso de desarrollo y aprendizaje. De este modo, la formación continuada en servicio “en espejos” requiere un profesional involucrado en los estudios individuales y colectivos, dispuesto a conocer, reflexionar y aprender sobre los desafíos, las angustias, la soledad de la práctica educativa que muchos profesores sienten en el quehacer educativo, las pérdidas y los placeres experimentados y vividos por el docente en el espacio de la relación niño/profesor/niño, que, en la mayoría de las veces, no es entendida, sino que ignorada por la coordinación pedagógica y por la dirección de la institución. La expresión “en espejos” denota un modo de promoverse la formación continuada, en que el coordinador, movido por Revista Linha Direta

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Assim, os tutores-coordenadores, durante o projeto piloto de formação continuada em serviço no contexto, alguns, inclusive, em prantos, relataram suas ações ineficientes e desrespeitosas com a criança, principalmente a de zona de fronteira, na prática educativa. Eles passaram a compreender, ali, o quanto os estudos e debates durante sua formação, tanto em nível de graduação como de outras formações de que participaram, foram ausentes ou ignoraram as minúcias fundamentais que permeiam as questões culturais, sociais e históricas da criança e da sua família e como isso está relacionado diretamente ao atendimento de qualidade na educação infantil. Na concepção que os profissionais nutriam de criança e infância, anterior à formação desenvolvida no projeto piloto da OEI, pouco importavam os contextos dos quais crianças e famílias chegavam. É fundamental que a reflexão sobre as diferenças culturais seja uma opção política de formação, ou seja, que faça parte de todo o currículo dos cursos de graduação, bem como da postura cotidiana dos formadores de professores e professoras. É evidente que essa mudança de postura exigiu um repensar de caminhos trilhados pelos profissionais, de processos históricos e de marcas colonialistas que, em pleno século XXI, perpassam as práticas pedagógicas. No início da formação dos tutores, apareceram as inseguranças, os medos, já que ela exigia mudança de postura, imersão na prática educativa e momentos de estudos compartilhados. Não foi um processo tranquilo, uma vez que tirou os participantes de sua zona de conforto, exigindo que trilhassem caminhos desconhecidos, “lugares” não experimentados por eles. Porém, no transcorrer da formação, os tutores se envolveram e reconheceram o rigor e a necessidade de avançar na compreensão da prática educativa, de fazer acontecer no interior da instituição; eles perceberam que o ganho na sua formação teórica apontava para uma escuta mais atenta, para uma melhor compreensão do “fazer” docente. Desse modo, a participação foi sendo mais colaborativa e de intervenção. Houve avanços nos conhecimentos e na base teórica com a pedagogia da escuta, que dá voz e vez aos sujeitos – criança e docente/educador. As modificações na organização do tempo e do espaço na prática educativa também foram sendo observadas e sentidas pelos gestores, docentes e tutor. Nos relatos, eles demonstraram o quan-

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to haviam ampliado o seu olhar: as situações que antes não eram observadas, ou eram ignoradas, agora ganhavam a atenção de todos e recebiam encaminhamentos. Os coordenadores conseguiam perceber a alegria e a motivação de docentes na mudança de postura da coordenação. Sentiam-se mais seguros e mais presentes nos espaços coletivos. Não era mais possível aceitar o fazer por fazer, ou propor qualquer atividade de ocupação para as crianças, porque as mudanças de concepções exigiam a cumplicidade e o rigor na ação coletiva e de acolhimento a familiares, crianças e profissionais.

Requer-se da função do coordenador uma participação ativa e de coparticipação na prática educativa.// Se exige de la función del coordinador una participación activa y de coparticipación en la práctica educativa. Acreditamos que a formação continuada em serviço no contexto, quando ofertada e desenvolvida por especialista da área de educação infantil, potencializa o trabalho coletivo e a sistematização de conhecimentos teóricos didáticos, dá forma à ação, organiza e orienta o trabalho colaborativo, contribui na superação dos desafios e facilita as ações coletivas e o comprometimento com o processo de ensino e aprendizagem, favorecendo as relações cotidianas e as parcerias com a família, desdobrando-se para uma educação de qualidade. No próximo e último artigo sobre esse projeto piloto da OEI, falaremos sobre o papel do tutor-coordenador pedagógico na formação continuada em serviço e no apoio pedagógico aos docentes, incentivado e apoiado pela gestão municipal no conhecer e aprender sobre os caminhos da prática pedagógica. Até lá!  *Mestre em Educação, especialista em Educação Infantil e Prática Pedagógica, pesquisadora da Criança e da Infância, especialista em Arte/Educação e Tecnologia e em Catequética. Pedagoga, professora e formadora de profissionais na área da Educação Infantil. Sócia-diretora da Pantákulo – Assessoria, Consultoria e Projetos Ltda. Consultora educacional pantakulo@pantakulo.com.br www.oei.org.br


su formación, estudia, aprende y se dispone a re aprender, multiplica su aprendizaje y reflexiones con sus educadores y transforma la institución en espacio de estudios colectivos a partir del escucha atento, del dar voz y oportunidad a los sujetos para un atendimiento de calidad. De esta manera, los tutores-coordinadores, durante el proyecto piloto de formación continuada en servicio en el contexto, algunos, incluso, llorando, relataron sus acciones ineficientes y no respetuosas con los niños, principalmente los de zona de frontera, en la práctica educativa. Ellos pasaron a comprender, allí, cuánto los estudios y debates durante su formación, tanto a nivel de graduación como de otras formaciones de que participaron, fueron ausentes o ignoraron las minucias fundamentales que permean las cuestiones culturales, sociales e históricas del niño y de su familia y cómo esto está relacionado directamente al atendimiento de calidad en la educación infantil. En la concepción que los profesionales nutrían sobre niños e infancia, anterior a la formación desarrollada en el proyecto piloto de la OEI, poco importaban los contextos de los cuales niños y familias llegaban. Es fundamental que la reflexión sobre las diferencias culturales sea una opción política de formación, o sea, que haga parte de todo el currículo de los cursos de graduación, así como de la postura cotidiana de los formadores de profesores y profesoras. Es evidente que este cambio de postura exigió un repensar de caminos andados por los profesionales, de procesos históricos y de marcas colonialistas que, en pleno siglo XXI, sobrepasan las prácticas pedagógicas. En el inicio de la formación de los tutores, aparecieron las incertidumbres, los miedos, ya que ella exigía cambios de postura, inmersión en la práctica educativa y momentos de estudios compartidos. No fue un proceso tranquilo, una vez que saco a los participantes de su zona de conforto, exigiendo que anduviesen por caminos desconocidos, “lugares” no experimentados por ellos. Pero, en el transcurrir de la formación, los tutores se involucraron y reconocieron el rigor y la necesidad de avanzar en la comprensión de la práctica educativa, de hacer suceder en el interior de la institución; ellos percibieron que la ganancia en su formación teórica apuntaba para una acción de escuchar más atentamente, para una mejor comprensión del “quehacer” docente. De este modo, la participación fue siendo más colaborativa y de

intervención. Hubo avances en los conocimientos y en la base teórica con la pedagogía del escuchar, que da voz y oportunidad a los sujetos – niños y docente/educador. Las modificaciones en la organización del tiempo y del espacio en la práctica educativa también fueron siendo observadas y sentidas por los gestores, docentes y tutor. En los relatos, ellos demostraron cuánto habían ampliado su observación: las situaciones que antes no eran observadas, o eran ignoradas, ahora ganaban la atención de todos y recibían encaminamientos. Los coordinadores conseguían percibir la alegría y la motivación de docentes en los cambios de postura de la coordinación. Se sentían más seguros y más presentes en los espacios colectivos. No era más posible aceptar el hacer por hacer, o proponer cualquier actividad de ocupación para los niños, porque los cambios de concepciones exigían la complicidad y el rigor en la acción colectiva y de amparo a familiares, niños y profesionales. Creemos que la formación continuada en servicio en el contexto, cuando ofertada y desarrollada por especialista del área de educación infantil, potencializa el trabajo colectivo y la sistematización de conocimientos teóricos didácticos, da forma a la acción, organiza y orienta el trabajo colaborativo, contribuye en la superación de los desafíos y facilita las acciones colectivas y el comprometimiento con el proceso de enseñanza y aprendizaje, favoreciendo las relaciones cotidianas y las asociaciones con la familia, desdoblándose para una educación de calidad. En el próximo y último artículo sobre este proyecto piloto de la OEI, hablaremos sobre el papel del tutor-coordinador pedagógico en la formación continuada en servicio y en el apoyo pedagógico a los docentes, incentivado y apoyado por la gestión municipal en el conocer y aprender sobre los caminos de la práctica pedagógica. ¡Hasta luego!  *Maestra en Educación, especialista en Educación Infantil y Práctica Pedagógica, investigadora de la Niñez y la Infancia, especialista en Arte/Educación y Tecnología y en Catequética. Pedagoga, profesora y formadora de profesionales en el área de Educación Infantil. Socia-directora de Pantákulo – Assessoria, Consultoria e Projetos Ltda. Consultora educacional pantakulo@pantakulo.com.br www.oei.org.br Revista Linha Direta

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