Complexo para animais

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COMPLEXO PARA ANIMAIS

PROJETO ARQUITETÔNICO PARA A SAÚDE E BEM-ESTAR DE CÃES E GATOS NA CIDADE DE

RIBEIRÃO PRETO

ROBERTA MARQUES DA SILVA ALMEIDA 2017



Complexo para Animais Projeto arquitetônico para a saúde e bem-estar de cães e gatos na cidade de Ribeirão Preto

Trabalho Final de Graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação da professora Alexandra Marinelli, do Centro Universitário Moura Lacerda.

Roberta Marques da Silva Almeida Ribeirão Preto, Novembro de 2017.


Agradeço à minha mãe Gilmara, meu companheiro Samuel e meus avós, Helena e José Carlos, por todo apoio que deram aos meus estudos.


Dedico esse trabalho Ă s minhas meninas, Linda, Marie, Nina e Sissa, que sĂŁo meus anjos de quatro patas.



Este presente trabalho traz soluções arquitetônicas que atendam ao bemestar animal, de forma a proporcionar uma relação saudável entre homem e animal e integrar cães e gatos abandonados à sociedade.

Palavras chaves: bem-estar animal; arquitetura; marquise; cães; gatos.


SUMÁRIO


introdução 8 capítulo 1 10 capítulo 2 14 capítulo 3 17 caso 21 entrevista 24 leituras 25

lugar 40

partido 49 objeto 52

bibliografia 96

animais de estimação: as nossas novas crianças o terceiro setor e a evolução da proteção animal o espaço veterinário bem-estar animal núcleo hospitalar veterinário - centro universitário moura lacerda ong Cãopaixão hospital veterinário canis mallorca rspca burwood redevelopmente Clínica veterinária em Santos clínica veterinária cães e gatos cidade área de projeto levantamento legislação índices urbanísticos

conceito e partido programa estudos

memorial implantação plantas cortes elevações detalhes perspectivas


INTRODUÇÃO

O

assunto

presente

pesquisa

é

equipamento

público

inserido

atendimento emergencial e diagnóstico

na área de projeto de arquitetura,

e de proporção que atenda a população

sendo

de cães e gatos, principais animais

da

da

requisito

para

graduação

conclusão

adequada

para

domésticos. Além desses problemas

a

analisados há também uma falta de

saúde e bem-estar para cães e gatos.

conscientização por parte da população

e

Arquitetura

infraestrutura

e

Urbanismo,

em

a

com

tem

como

tema

O presente trabalho tem como objetivo

sobre como é ter um animal em casa.

projetar um espaço adequado para

O tema é tratado em três capítulos,

atender demandas de saúde animal,

sendo

assim como proporcionar bem-estar

estimação: as nossas novas crianças’,

e apoio aos animais abandonados,

sobre a relação homem e animal e seu

além de aproximar essa questão com

desenvolvimento; o segundo, ‘O Terceiro

a sociedade, de forma a conscientizar

Setor e a evolução da proteção animal’,

e integrar a população com o projeto.

trata-se sobre o abandono e a proteção

Com essas propostas, a ideia é fazer

de animais e o papel das ONGs, e por

um

último, o terceiro capítulo ‘O espaço

complexo,

no

qual

contemple

o

primeiro,

veterinário

abrigo de animais abandonados e

explicará sobre os espaços voltados

área comercial com usos que agregam

aos animais e sobre o bem-estar

valor ao parque, no qual as edificações

animal e de como essas duas questões

propostas estarão inseridas, e que

interferem no tratamento ao animal.

qualificar

e

proporcionar

área

verde e de lazer para a população da Zona Norte de Ribeirão Preto, da qual poderá usá-lo, independente se tem ou não um animal doméstico.

o

bem-estar

de

um hospital veterinário, crematório,

irá

e

‘Animais

animal’

Na sociedade do consumo na qual todos nós vivemos, a relação entre homem e animal ocorre em uma situação em que o animal é o refúgio para esperanças e expectativas, encontrando-se em uma

A escolha do tema se deu por conta da

relação em que os humanos depositam

sensibilização em relação ao abandono

amor, mas ao mesmo tempo, reflexos

animal, algo crescente e constante na

de conflitos internos, como por exemplo,

cidade, e por experiências empíricas,

a busca de um ideal estético. Com esse

da

relação

tipo de relação os animais passam por

muito forte e afetuosa entre homem

um processo de antropomorfismo*,

e animal, entretanto, tal relação não

em que as pessoas passam a gerar

se reflete nos espaços existentes,

necessidades, que são reprodução

como a falta de áreas de lazer em

de hábitos humanos, que não são

que o animal é permitido usar, e a

inerentes à vida desses animais, e

falta de hospitais veterinários públicos

isso pode gerar problemas de estresse

qual

se

revelou

uma

*Humanização dos animais. (TATIBANA et al, 2009.)


e distúrbios sensoriais e alimentares

do outro lado o problema da falta de

compreender

neles, o que agrava, com o fato de

espaços públicos adequados em que as

necessidades do animal, que muitas

muitas

pessoas possam ir com seus animais,

vezes

são

veterinário,

gerando uma sociabilização não só entre

ideia

de

automedicando seus cães e gatos, ou se

animais, mas também entre humanos.

pessoas

importante

a

não

visita

considerarem ao

pior, abandonam eles, como desculpa

e

se

adequar

esquecidas superioridade

devido

às à

humana.

Este trabalho, através de pesquisa

Outro ponto abordado por esse tema

descritiva e bibliográfica, visa formular

é em relação ao crematório, em que

e sintetizar um embasamento teórico,

atualmente

falecidos

no qual dará respaldo ao projeto,

sanitário,

juntamente com as Leis Federais de

antropomorfismo, outra questão é o

gerando uma contradição, que ao

Proteção Animal, Posse Responsável e

excesso de expectativas no animal,

mesmo tempo em que o animal é

a Declaração Universal dos Direitos dos

em que na busca de um ideal estético,

tratado como um membro da família,

Animais. O trabalho também contará

como já dito, sendo um conflito interno

no fim ele acaba tendo que ser

com levantamentos, entrevistas com

gerado pela sociedade de consumo,

descartado como um simples objeto.

pessoas que trabalham com animais,

pela falta de condições financeiras ou e interesse em cuidar desses seres. Além

desse

problema

de

as pessoas alimentam um comércio de animais que não é saudável, em que eles são vendidos como perfeitos, porém, essa perfeição não é entendida como algo que abrange necessidades naturais do animal, como comer, se socializar, e ainda, defecar, gerando uma incompreensão por parte dos humanos, o que acaba, também, levando ao abandono. Outro ponto em relação ao comportamento é a socialização do animal com outras pessoas e até mesmo outros animais, que não é feita de forma adequada e nem há espaços socialização do animal com outras pessoas e até mesmo outros animais, que não é feita de forma adequada e nem há espaços adequados para isso. A questão comportamental é um dos principais

motivos

pelo

abandono

animal, e com isso tem-se um problema cíclico, que se por um lado as pessoas não querem mais seus cães e gatos por motivos comportamentais, temos

são

A

os

enviados

partir

de

animais ao

aterro

iniciativas

de

como veterinários e voluntários de ONGs

ONGs

e estudo de caso para aprendizagem e

(organizações não governamentais), o

complemento ao projeto arquitetônico.

objetivo do projeto é poder ajudar no combate ao abandono, proporcionando espaços adequados para tratamento e

abrigo

de

conscientização

animais, em

além

relação

de

sobre

as responsabilidades de se ter um companheiro cão ou gato. O parque será uma importante ferramenta em relação a essa conscientização, uma vez que aproximará as pessoas dos animais que sofreram devido ao abandono, como também irá proporcionar um espaço para que as pessoas possam conviver com seus animais de forma adequada, gerando não apenas o respeito à eles, mas também com o próprio ser humano. “Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante”. (Albert Schweitzer, Nobel da Paz de 1952). O respeito se faz necessário para 9


CAPÍTULO 1 animais de estimação: as nossas novas crianças

se

pensamento ou planejamento prévio,

constituí a partir de padrões, fazendo

entretanto, ao se obter a liberdade, o

com que as pessoas sejam obrigadas

indivíduo renuncia à segurança, gerada

a se encaixarem em determinados pré-

por todo esses limites morais, estéticos,

conceitos. BAUMAN (1998, p. 8) irá

e essa renuncia faz surgir dúvidas,

dizer que: “os seres humanos precisam

inseguranças e conflitos internos ao

ser obrigados a respeitar e apreciar a

indivíduo, causando esse mal-estar.

A

sociedade,

desde

sempre,

harmonia, a limpeza e a ordem. Sua liberdade de agir sobre seus próprios impulsos deve ser preparada”. Essa ordem é o que gera os padrões e a ideia de pureza, isto é, aquilo que está no seu devido lugar, e essa padronização gera um controle social, que muitas vezes é como o Estado mantém a população sob controle. E a partir do momento

Todo na

esse

conflito

sociedade

do

está

inserido

consumo,

uma

vez que o consumo é a principal ferramenta para gerar o padrão, a ordem, a pureza. Através de produtos, se formam os desejos e sonhos, incitando as pessoas a realmente quererem ser de determinadas formas.

em que as pessoas não conseguem

Com essa visão da sociedade em que

se adequarem ao conceito de pureza

a civilização viveu e vive até hoje,

são consideradas como estranhas:

pode-se entender melhor a relação

Então cada sociedade produz esses estranhos. Ao mesmo tempo em que traça suas fronteiras e desenha seus mapas cognitivos, estéticos e morais, ela não pode senão gerar pessoas que encobrem limites julgados fundamentais para a sua vida ordeira e significativa, sendo assim, acusadas de causar a experiência do mal-estar como a mais dolorosa e menos tolerável”. (BAUMAN, 1998, p. 27)

homem e animal e de como esta se

Os estranhos serão então todos aqueles que são marginalizados da sociedade, os moradores de rua, prostitutas, usuários de drogas. E os limites impostos fazem com que haja um sentimento de querer buscar a liberdade, ou que alguns dirão, a felicidade, características que só ganham valor por gerar oposição ao que é padrão, e essa busca acaba muitas vezes se refletindo em ações guiadas por impulsos, sem um

transformou ao longo dos séculos. O

que

antes

era

uma

relação

de interesses, em que o homem dava alimento ao animal em troca da proteção que este oferecia às plantações, atualmente essa relação é o equivalente entre pais e filhos. “Por muito tempo, um animal tem sido considerado apenas um animal, segundo as acepções da palavra. No entanto, a cientificidade que permeia o convívio do homem com animais tem se guiado pela psicologia animal, fundamentada na psicologia comportamental. Dessa forma, a relação homem animal foi marcada pelo olhar temeroso em direção ao animal doméstico tão somente enquanto um organismo vivo dependente, subordinado, subservente ao homem, justamente para assegurar o status quo dos seres componentes da biosfera.


Atualmente, o homem inseriu o animal em atividades antes somente dignas de serem executadas por humanos, como os únicos capazes. Então o animal passa a fazer parte de equipes terapêuticas, como co-terapeutas, como por exemplo, nas terapias mediadas por animais.” (FUCK et al, 2008). Essa transformação pode ser ligada ao fato de que o animal representa uma forma de refúgio para os conflitos internos do ser humano que são gerados pela sociedade, como dito anteriormente. Os

animais

de

estimações

são

personificação de um ser que consegue se guiar pelos seus instintos naturais, que seriam considerados selvagens, mas ao mesmo tempo são aceitos

Entretanto, o humano não consegue

comércios

viver sozinho, ele precisa de interações

a animais, como cães e gatos, que

e contatos, e assim, acaba depositando

são uma reprodução de hábitos e

essas

necessidades dos humanos, mas que

necessidades

no

animal.

roupas e sapatos, perfumes, festas

depressão, e muitas vezes usados em

de aniversário, entre outros, todos

terapias, sendo também uma forma

destinados a essas espécies.

de criar elos entre pais e filhos e até de gerar situações propícias para a

Apesar

socialização entre pessoas. Como diz

estabelecimentos serem feitos com

FUCK et al (2008): “eles passaram a

materiais e alimentos que podem

ser considerados pelas famílias que os

ser consumidos pelos animais, esse

adotam como um “integrante” do grupo

excesso

– e ver-se-á que é assim mesmo que

um estresse no animal, e atrapalha

eles se sentem, segundo a etologia”*.

principalmente a parte sensorial, como

julgados, e nem marginalizados. Assim

homem e animal é saudável quando

sendo, todas as expectativas de uma

equilibrada,

porém,

suposta liberdade são depositadas em

devido

cultura

forma de afeto no animal, ao mesmo

pode

tempo em que este transmite segurança

animais, fenômeno conhecido como

ao humano, fazendo com que haja a

antropomorfismo, e que de acordo com

sensação de segurança e proteção.

FUCK et al (2008), isso pode “conduzir

à

ocorrer

a

humanização

e

causa

com as pessoas: tentam mudar instintos e hábitos pela busca do ideal, do status,

consumo,

humanização

de

produtos

a mesma situação que a sociedade faz

principalmente do

desses

as patas, olfato, visão. Ao fazer isso, é

da estética. Além disso, como cães

dos

e gatos são tratados como crianças, como filhos, muitas pessoas acabam dando partes da sua própria comida pra eles como petiscos, remédios

uma animalização dos seres humanos”.

humanos sem uma consulta prévia ao veterinário, o que pode acarretar

São cada vez mais comuns novos

animais do que com outras pessoas, reforçando o modo em que se vive. Os padrões que são impostos mudam constantemente, gerando um mundo de inseguranças e incertezas, onde Imagem: Cachorro da raça Dachshund usando roupas e sapatos. (Fonte: Petstyle.com)

destinados

Sendo assim, vemos padarias, spa’s,

a ser uma ferramenta contra a solidão,

Essa nova relação, afetuosa, entre

mais seguras e confortáveis com seus

produtos

nada contribuí para a vida animal.

Dentro deste contexto, o animal passa

dentro de uma sociedade, não são

Atualmente, muitas pessoas se sentem

e

as pessoas se sentem puras e aceitas pela sociedade em uma hora e em outra hora isso não ocorre, e com isso faz com que elas muitas vezes se isolem, evitando contatos humanos.

*Estudo do comportamento social dos animais (Dicionário Michaelis, 2017). 11


sérios riscos de saúde para o animal. Ao mesmo tempo em que ocorre a

humanização,

também

a

animalização, onde as pessoas ficam muito presas a esses animais, e em seus instintos, que pode acarretar desde uma falta de interação social com outras pessoas, até atos ilegais por motivos banais, como agressão física, feitas de forma inconsciente. Com isso, é necessário haver um equilíbrio nessa relação, respeitar e aceitar os modos de cada animal, assim como as pessoas querem ser respeitadas e aceitas. Para isso, é muito importante reconhecer a importância de um espaço veterinário, onde há um hospital, com estrutura para fazer diagnósticos e de um controle de zoonoses, para assim haver uma conscientização de como tratar de forma adequada os animais e preservar a saúde deles, assim como a saúde humana, uma vez que várias doenças podem ser transmitidas através de cães e gatos. O contato cada vez mais próximo entre diferentes espécies, no caso a humana e a canina ou felina, faz com que haja uma necessidade de um cuidado maior sobre os riscos de possíveis doenças. Além disso, como já dito da cultura do

consumismo,

muitas

pessoas

acabam abandonando seus animais, por já estarem velhos, doentes, não se encaixando mais na humanização feita neles, e esses animais ficam nas ruas, que além de trazer sofrimento

emocional a eles, gera também riscos

em inglês) no Brasil, em entrevista para

maiores de doenças, e muitos se

Edson Junior da Rádio Câmera, dirá:

reproduzem, aumentando cada vez mais a população de animais de rua, fazendo com que haja uma saturação no centro de controle de zoonoses e nos abrigos de animais de ONGs. “O controle da população animal e de suas zoonoses é uma questão de saúde pública, e deve ser solucionado através de políticas participativas. Sabendo-se da importância desse controle, tornase necessária a implementação de edifícios que possibilitem a aplicação dos métodos adequados para a prevenção, controle ou erradicação destas doenças, bem como da população animal.” (BATISTA e FARIAS, 2016). Como pontuado anteriormente sobre o abandono de animais devido a problemas de saúde oriundos do antropomorfismo, outra questão são os comportamentos animais, que para muitas pessoas, isso se torna um problema, uma vez que são depositadas excessivas expectativas no animal, que também, por uma questão de forçar os animais se adequarem em determinados estilos de vida e padrões, muitas vezes estéticos, são

“Muitas pessoas abandonam seus animais por problemas de comportamento. E a maioria desses problemas comportamentais, na verdade, advém de uma falta de sociabilização. O filhote tem que ser apresentado a outros animais, a outras pessoas, a pessoas de diferentes características, então um filhote tem que ser apresentado a um idoso, a uma criança, isso durante a fase de sociabilização, que dura da segunda semana de vida até a décima segunda semana de vida, então é um momento muito importante na criação do filhote.” (JUNIOR, pg. 2) Se por um lado há o problema do abandono devido às questões comportamentais,

sendo

necessário

uma sociabilização, temos a questão de não haver espaços apropriados para que isso ocorra, uma vez que os parques públicos proíbem a entrada de animais, as praças estão em estado ruim, e muitas vezes andar em calçadas e ruas, se torna algo perigoso ao animal devido às más condições das calçadas e trânsito intenso. Sendo

incompreendidos e consequentemente

assim, tem-se um problema cíclico.

abandonados. Muitas pessoas deixam

Em uma cidade grande, como no caso

seus companheiros o dia todo trancados em um apartamento, sem espaço e sem interação social, agravando problemas de agressividade ou hiperatividade. Estima-se que a cada 10 animais que são abandonados e recolhidos pelos centros de Zoonoses, 8 vêem de um lar. Segundo Rosângela Ribeiro, gerente de programas veterinários da WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal,

de Ribeirão Preto, em que se estima que haja 20 mil animais abandonados, segundo dados da WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal, em inglês), e em que o Centro de Controle de Zoonoses do município chegou a fazer mais de 2.500 castrações no segundo semestre, de 2015, de acordo com dados da Coordenadoria do Bem-Estar Animal, esta acaba ficando saturada


com tanta demanda de animais que necessitam de cuidados e abrigos, e acaba não havendo uma estrutura adequada

para

esse

atendimento,

restando às ONGs de proteção animal amparar esses seres, que assim como qualquer ser humano, merecem uma vida digna, com saúde e bem-estar.

Imagem: Cães de rua dormindo em calçada. (Fonte: Revista Encontro)

13


CAPÍTULO 2 o terceiro setor e a evolução da proteção animal

O TERCEIRO SETOR E A EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO ANIMAL Como analisado no capítulo anterior, a relação entre homens e animais vem se fortalecendo cada vez mais, baseandose em um convívio de amor e carinho. Entretanto essa relação pode trazer conseqüências, necessitando de um equilíbrio, gerando a necessidade das ONGs, como as principais entidades que dão apoio e suporte aos animais, principalmente os cães e gatos, sendo uma forma de viabilização para o projeto arquitetônico de um complexo animal na cidade de Ribeirão Preto.

As ONGs exercem um papel fundamental na educação e conscientização das pessoas sobre ter e cuidar de seus companheiros, oferecendo cuidados veterinários adequados, como castração e vacinas, sobre como educá -los em relação à sociabilização, e mais do que isso, mostrar que um animal não precisa ser comprado, como um simples objeto de desejo, com raça e pedigree, acabando com o mercado de animais existente. Segundo Silvia Schtult, 2009, médica veterinária, muitos criadores de animais são de fundo de quintal, onde não há controle genético e nem cuidados adequado, como ração de qualidade e vacinas, o que gera problemas físicos e psicológicos, e que futuramente pode desencadear doenças degenerativas, e muitas vezes, acabam em abandono.

As ONGs (Organizações não Governamentais) são entidades sem fins lucrativos ou políticos, visando uma forma das pessoas participarem ativamente da sociedade. Essas organizações estão inseridas no Terceiro Setor, que é a sociedade civil organizada, sendo responsável por fazer a mediação do Primeiro Setor (governo) e o Segundo Setor (mercado). Este termo veio do inglês (Third Sector) e uni a ideia de organização sem fins lucrativos e organizações voluntárias, assim as organizações não governamentais têm um caráter de continuidade das tradicionais práticas de caridade, filantropia e mecenato, ações iniciadas com a igreja católica, como no caso da Santa Casa, onde um serviço assistencial é oferecido a partir de recursos de entidades, neste caso, a igreja. A partir do século XX, percebe-se então que outras organizações, isto é, um grupo de pessoas organizadas, com um sistema de funcionamento elaborado, podem oferecer serviços, dando assistência à sociedade sem estar ligadas a uma religião. Com isso, essas entidades começam a serem consideradas na década de 40, pelo ONU (Organização Nações Unidas), em que receberam o terno ONG, entretanto, no Brasil, a ideia de ONGs surge na década de 60, com a ditadura militar, como forma de contestação do governo, assim, essas organizações


tinham um caráter político. Posteriormente à ditadura militar no Brasil, na década de 90, o governo passa a ter tendências neoliberais, a fim de minimizar os gastos com o bemestar social, assim as ONGs ganham destaque novamente, já com um caráter de não possuir intenções nem políticas e nem lucro, a fim de dar assistência à população em assuntos como saúde, educação e meio-ambiente. Segundo Scarpelli: “Atualmente, as ONGs estão inscritas num cenário marcado, principalmente, pela globalização econômica, exclusão social, agravamento das questões sociais e, sobretudo, minimização estatal, em que o Estado vem gradativamente ausentando-se de suas responsabilidades. Para fazer frente a esse cenário, a sociedade civil vem assumindo, cada vez mais, a responsabilidade pelo bem-estar coletivo através do chamado “Terceiro Setor”, que busca contrabalançar as ações entre “Estado” e -Mercado”, ressaltando que seu objetivo não é substituir o papel do Estado como formulador e executor de políticas públicas, mas complementá-lo nessas ações.” (SCARPELLI, pg.22, 2004) Apesar de se ter a ideia de que as organizações

não

governamentais

trabalham apenas através de doações e trabalho voluntário, o Código Civíl permite que as ONGs remumerem as pessoas que prestam serviços em seu nome, apesar disso acarretar a tirada de alguns benefícios por parte do governo, como isenção fiscal. Além disso, muitas trabalham também com recursos de produtos que são comercializados por elas.

Atualmente é crescente o número de

se uma base moral para a criação dos

ONGs, podendo estar cadastradas

direitos dos animais.

na Abong (Organizações em defesa

No Brasil, no século XIX, o animal passa

dos direitos em comum), organização

a ser visto perante a lei, em uma visão

brasileira, ou no caso de proteção

bem-estarista, onde o animal deve

de animais podem estar na WSPA (Sociedade Animal),

Mundial

organização

de

ser livrado do sofrimento, entretanto

Proteção

continuam sendo propriedade de um

internacional.

humano, podendo ser submetido às

Estas associações de níveis nacionais

vontades dele. Assim as leis brasileiras

e internacionais, muitas vezes oferecem

consideram o animal mais como uma

incentivos e recursos às ONGs que

forma de manter o equilíbrio ecológico,

nelas estão cadastradas.

e no fim defender a saúde e bem-estar

Como visto, essas organizações não substituem

o

governo,

humano e não animal.

entretanto

Apenas em 1998, com a lei de proteção

são muito importantes para apoio

ambiental em alguns estados, como São

às questões que muitas vezes ficam

Paulo (Lei nº10.100 de 01 de dezembro

esquecidas, como no caso da proteção

de

animal. No caso desse tema, em

visando

a

realmente

ecológico, mas o sofrimento do animal,

a Declaração Universal dos Direitos já

passaram

considerar não apenas o equilíbrio

1978, a UNESCO, já havia publicado dos Animais,

1998),

no que atualmente temos punição com

proteção

prisão a quem comete maus-tratos aos

contra maus-tratos e direito de viver,

animais.

considerando eles como seres que sofrem e sentem dor.

Esse debate e luta pelos direitos dos animais formam um paralelo histórico

Essa questão sobre direitos dos animais

entre a luta dos direitos humanos

é uma discussão que vem desde época

e animais, em que a libertação de

Greco-romana, onde os animais já

preconceitos, maus-tratos, influenciou

eram considerados seres dotados de

estudos e ações para a proteção dos

inteligência e capazes de sofrer, e

animais, como no caso do pensador

posteriormente no século XVIII, com

Jeremy Bentham, em que se atenta ao

pensadores como Humphry Primatt

animal durante a Revolução Francesa.

e Jeremy Benthan, em que começa o

O homem e seu instinto de sobrevivência e até a sua percepção de superioridade, pensamento este trazido da igreja, acabou por aprisionar e enjaular o seu semelhante. Faz-se diferença uns dos outros, não pelos seus interesses comuns e sim pela sua aparência, cor, idade, sexo e até

questionamento sobre os animas devem ou não terem direitos, uma vez que o homem também é um animal, assim sendo, o fato do animal humano ter e os demais não, geraria uma situação de descriminação de espécies. Assim cria15


por sua religião, o homem acaba por menosprezar sua própria espécie por classificá-las como inferiores, assim como o faz com os animais. (GOMES, pg.5) Acreditamos que enquanto crianças forem vitimas de maus tratos, os animais continuaram em perigo. Enquanto as mulheres forem vitimas de seus maridos, filhos... Os animais estarão em perigo. E enquanto os animais não humanos sofrerem abusos e maus tratos, as pessoas também estarão em perigo. (GOMES, pg.5) Percebe-se que apesar de haver leis ambientais e as Unidades de Controle de Zoonoses (UCZ) ainda há uma fraqueza de suporte aos animais, tanto pela demanda, quanto pela falta de conscientização da população sobre cuidados e responsabilidades com o animal, além da sociedade como um todo se basear em uma superioridade humana

devido

ao

seu

intelecto,

inferiorizando os animais de forma que, por muitos, são considerados seres apáticos aos sentimentos, e esses fatores enfatiza a importância das ONGs como forma de viabilidade de espaços adequados para tratamento, educação, proteção e bem-estar animal, pensados de forma a equilibrar a relação homem x animal.


CAPÍTULO 3 o espaço veterinário e o bem-estar animal

neste presente trabalho. Contudo, com a evolução da medicina, esses equipamentos estão se tornando cada vez menores, o que possibilitou uma maior flexibilização em relação ao planejamento de um hospital, entretanto, a setorização ainda continua, uma vez que, mais importante que se ter um espaço de saúde com equipamentos de última tecnologia, é ter um bem planejado, que não possuí conflitos operacionais entre seus setores.

3.1 | espaço veterinário

A organização espacial de um edifício hospitalar para animais, assim como o para humanos necessita de um estudo sobre clima, topografia, drenagem, sistema viário, etc. Entretanto o fluxo interno do espaço é a característica mais relevante, uma vez que a partir dela que se determina um bom ou mau funcionamento. De acordo com GOES (2004, p.30), um hospital contempla um programa e plano diretor pensados a partir da flexibilidade e expansibilidade, visando uma possível ampliação ou alteração de uso, além de contiguidade, valência e tipologia de internação, formas de se pensar em uma melhor organização de usos, a fim de facilitar o processo de funcionamento e circulação. Com isso, um programa hospitalar é setorizado, devendo ser muito bem dimensionado para receber os devidos equipamentos que serão necessários para seu funcionamento, e isso se aplica tanto para um espaço de saúde humana quanto para o animal, como

O diagrama abaixo nos mostra a questão da setorização, com um núcleo central, onde há todos os procedimentos presentes na unidade hospitalar e em seu entorno há as áreas de apoio de funcionamento. A partir da setorização, se faz necessário inter-relacionar áreas de interesse ou de influência, dando dinâmica e praticidade ao atendimento.

Assim como a integração de áreas inter-relacionadas, é muito importante lembrar na organização do fluxo de pacientes, que neste estudo, visando um espaço veterinário, o paciente animal que na maioria das vezes estará acompanhado de seu dono, afim de

Imagem: Diagrama de um hospital geral (Fonte: RDC nº50 em ‘Manual Prático de Arquitetura Hospitalar’, de Ronald de Goés)

17


que estes não atrapalham o fluxo de funcionários, e consequentemente o bom funcionamento do espaço de saúde. Outro aspecto a se pensar é em relação ao fluxo exterior, isto é, a chegada de veículos, a fim de minimizar os conflitos de trânsito e agilizar a chegada do paciente à unidade de emergência, e isto ganha relevância no ambiente hospitalar veterinário, uma vez que os animais dependem de seus donos para chegar ao local apropriado de atendimento, muitas vezes sendo carregados no colo, e, além disso, neste trabalho, o hospital veterinário estará inserido em uma área com outros usos, como crematório, abrigo e parque, necessitando de uma organização exterior não só em relação ao hospital em si, mas também em relação a esses demais usos. De acordo com BATISTA et al (2016), no projeto esquemático abaixo de uma unidade de controle de zoonoses (UCZ), se tem o setor administrativo (em azul); controle animal (em vermelho), que são áreas destinadas à eutanásia, necropsia e observação de animais; e a parte pública (em

amarelo), onde se encontra canis, ocorrem adoções e vacinações. O setor de controle animal é separado das demais áreas, possuindo acesso de funcionários separado e acesso de carga e descarga.

Neste projeto esquemático apresentado

abrigo será menor, servindo como

na figura 2, levou em consideração

apoio à CBEA, entretanto a parte de

o programa oferecido por BRASIL

serviços veterinários será maior, para

(2007), no qual se tem as diretrizes

atender tanto os animais da população

projetuais para as unidades de controle

da cidade, quanto os animais que estão

de zoonoses. No caso da cidade de

nos canis e gatis da CBEA, já que esta

Ribeirão Preto, o Centro de Controle

não tem estrutura para tratar desses

de

a

animais em casos complexos e no

Coordenadoria do Bem-Estar Animal

caso de castração e vacinação há a

(CBEA), uma vez que este deixou de

necessidade de apoio para atender a

ter serviços de entomologia e controle

demanda.

Zoonoses

(CCZ)

tornou-se

de vetores e passou a ter apenas o controle populacional de cães e gatos. Sendo assim, o projeto, na parte do

Ainda

pensando

na

questão

da

organização, deve-se pensar em relação

Imagem: Projeto esquemático de uma unidade de controle de zoonoses baseado em ‘Diretrizes para Projetos Físicos de Unidades de Controle de Zoonoses e Fatores Biológicos de Risco’ do Ministério da Saúde. Fonte: BATISTA et al, 2016.


ao fluxo de resíduos, que neste caso,

usados em humanos, mas com uma

tanto ao meio, quanto tudo que o

sendo resíduos de serviço de saúde,

capacidade

sendo

rodeia, como objetos e ações que o

merecem atenção especial no seu

esse ambiente tratado termicamente

homem lhe dá, que ajudam, mas não

transporte e descarte. Outra questão

devido às altas temperaturas do forno.

caracterizam o bem-estar. Esse estado

sobre resíduos é em relação do presente

A cremação gera fumaça que poluí o ar,

deve se relacionar com as necessidades

projeto abranger um crematório, que

sendo assim, os fornos devem conduzir

inerentes do ser em questão, podendo

atendendo à Lei Estadual n° 15.413,

esse resíduo a um compartimento

ser de seus sistemas funcionais ou

de 09 de maio de 2014, em que a

próprio para o tratamento deste, e aí

sentimentos subjetivos.

cremação

sim podendo ser liberado na atmosfera.

deve

ser

aplicada

em

qualquer animal morto provenientes de estabelecimentos de ensino, pesquisa e assistência veterinária, sendo estes considerados

resíduos

de

saúde.

Assim sendo, é importante haver uma organização de fluxos desses animais mortos, até chegar à área adequada de cremação.

calórica

menor,

Atendendo às necessidades de forma bem organizada, tanto dos serviços veterinários, quanto do crematório, o projeto visa atender aos animais da melhor forma possível, além de dar apoio aos seus donos. Com esses serviços inseridos em um parque, a ideia é de que esses usos se tornem espaços mais

Segundo a conversa com Monique

agradáveis, não causando estresse

Garcia,

tanto no animal, quanto no humano.

gerente

administrativo

do

crematório para animais Amigos de Patas, com sede administrativa em

3.2 | bem-estar animal

Ribeirão Preto, o crematório, muito mais

Assim como os humanos, os animais

do que simplesmente atender às normas,

também

é um ato de amor e responsabilidade

ambiente, sendo assim, pensar em

ambiental, em que primeiro há uma

um espaço de saúde humanizado*

despedida e tratamento digno ao animal

para animais, em que se trabalha

no fim de sua vida e no segundo caso,

cores, texturas e espaços adequados

é uma forma de destinação correta

ao comportamento destes pacientes,

desses animais, de forma a não poluir

ajuda na recuperação deles, tanto

solo e lençóis freáticos, além de que as

física,

cinzas servem como adubo.

proporcionando

Segundo Monique, a cremação animal

são

quanto

influenciados

pelo

psicologicamente, bem-estar

a

estes

animais.

muito se assemelha à humana, tanto

O bem-estar animal deve ser entendido

em relação aos espaços necessários,

como situação em que o animal está

como sala de despedida, sala de

com suas características naturais e

cremação, no qual se encontram os

individuais estabelecidas, de forma a

equipamentos

proporcionar condições de adaptação

utilizados,

sendo

os

fornos, que também são iguais aos *Entende-se com significado de “Tornar benévolo, afável, tratável” (Dicionário Aurélio) e não como ato de deixar mais humano. 19

“Bem-estar deve ser definido de forma que permita pronta relação com outros conceitos, tais como: necessidades, liberdades, felicidade, adaptação, controle, capacidade de previsão, sentimentos, sofrimento, dor, ansiedade, medo, tédio, estresse e saúde.” (BROON et al. Pg 2, 2004)

Os animais necessitam de ambientes em que haja um respeito por suas características naturais, podendo desenvolvê-las, opondose a ideia da antropomorfização, citado no primeiro capítulo. A partir do momento em que o animal não consegue se adaptar ao meio, há o caso do estresse, que segundo BROOM et al (2004), este deve ser definido não como uma situação de estímulo passageiro, mas sim situações em que há um estímulo ambiental persistente, e há um bloqueio na capacidade do animal de se adaptar, e isso acaba por afetar seu sistema funcional, como temperatura corporal, controle nutricional e interações sociais. Em situações em que se trabalha com gatos, o problema do estresse ganha grandes proporções, uma vez que este problema afeta seu sistema


imunológico, gerando problemas fisiológicos e psicológicos. Para os gatos, pensar em espaços adequados, em que não haja excesso de animais e nem restrições comportamentais, havendo o enriquecimento ambiental, isto é, segundo DANTAS (2010 p.25), pode ser definido como “complexa combinação de estímulos inanimados e sociais inseridos no ambiente”, de forma a aumentar atividades físicas e cognitivas e melhorar o convívio social, este último sendo de extrema importância quando se trata de abrigo para animais, uma vez que faz com que o gato não tenha medo de humanos, conseguindo se adaptar e se socializar ao meio, ajudando no processo de adoção desses animais. Entendendo

as

questões

comportamentais dos animais, que interferem no seu bem-estar, um projeto voltado para eles devem atender suas demandas, que assim como um projeto para humanos deve atender. “É preciso ter consciência de que a pessoa que utiliza o espaço é a peça fundamental na definição de como deve ser o ambiente. É só conhecendo as necessidades e expectativas do usuário que será possível proporcionar-lhe um ambiente capaz de suprí-las e superá-las, tornando-o mais próximo de sua natureza, de seus sentimentos, pensamentos e valores pessoais.” (VASCONCELOS, pg. 23, 2004) Além desses aspectos comportamentais, se deve pensar também em aspectos formais da arquitetura, como cor e textura, que neste caso, além de

enriquecer o espaço para o animal, também

auxilia

no

bem-estar

de

funcionários e visitantes do projeto. Pensando nessas questões, apesar dos cães e gatos enxergarem determinadas cores, estas podem causar ilusões óticas, causando confusão para estes animais, e consequentemente estresse e medo, assim uma proposta é utilizar uma paleta de cores monocromáticas, não gerando esse tipo de problema, entretanto isso pode causar cansaço nos humanos que ali estão e assim, deve haver aspectos que tragam bem-estar também para os humanos, que neste caso pode ser o contato visual e físico com o parque, que além das pessoas, também

auxiliará

na

recuperação

de animais e proporcionar melhor conforto térmico, devido à presença de vegetação, e traz ao animal contato com pessoas e diferentes texturas, como a grama, galhos no chão, que faz com que eles voltam a ter capacidade de se adaptarem a diferentes situações. Percebe-se que o projeto em muito se baseia na proposta do parque, que este além de ser uma ferramenta de requalificação de uma área degrada e uma área de lazer para as pessoas de seu entorno, ele é o responsável pela recuperação da saúde dos animais, oferecendo bem-estar e contato com humanos, o que faz com que estes, além de perderem o medo, consigam, de forma mais rápida, um lar.


CASO núcleo hospitalar veterinário - centro universitário moura lacerda

A fim de complementar os estudos sobre área hospitalar veterinário foi realizada uma visita ao núcleo hospitalar veterinário do Centro Universitário Moura Lacerda, na unidade do Campus – Ribeirão Preto. A visita foi realizada no dia 17 de novembro de 2016 e serviu como base na organização espacial da unidade hospitalar, como também o contato mais próximo com necessidades e equipamentos de um hospital veterinário.

para conforto térmico, quanto em relação ao convívio social, podendo ser usado como área de reabilitação de animais, entretanto neste caso em questão, não é aproveitado de forma adequada. As áreas internas não possuem acesso, nem físico e nem visual para este pátio, fazendo com que este seja apenas uma área de passagem e permaneça dos estudantes unicamente. Outro ponto positivo é a organização dos ambientes, sendo separados por similaridades e áreas mais voltadas para os estudantes, como no caso das salas de aula, sanitários e os laboratórios de patologias. Apesar desta boa organização, há o problema da sala de lavanderia e desinfecção ficar entre as salas de exames e internação, aproximando uma área suja das áreas limpas. Além desse ponto negativo, há um outro em relação à humanização dos espaços, em que o núcleo segue a ideia de espaços frios, sem pensar em um maior bem-estar para o animal e funcionários.

O núcleo é um hospital escola, servindo como aulas práticas para os alunos do curso de Medicina Veterinária, assim tendo salas de aulas e laboratório de patologia voltado para aulas. O núcleo hospitalar veterinário, em serviço da sociedade, oferece atendimento veterinário, feitos e acompanhados pelos estudantes, a preços reduzidos, tendo capacidade de atender em média trinta animais por dia, desde pequeno porte até os de grande porte. Como o foco do projeto do complexo animal é atender apenas cães e gatos, sendo animais de pequeno porte, a visita se concentrou na área destinada a estes animais.

O núcleo hospitalar veterinário fornece um respaldo à população em relação aos cuidados animais, fornecendo serviços de qualidade de forma mais acessível,

Este núcleo possuí pontos positivos em relação à sua organização, sendo um deles a configuração de blocos em torno de um pátio com vegetação, o que cria uma área interessante tanto

além de dar suporte à educação sobre doenças e higiene.

21


CONSULTÓRIOS

PÁTIO/ ÁREA VERDE

(CONSULTA, VACINAÇÃO, COLETA DE SANGUE)

RECEPÇÃO

SALAS DE AULA

SANITÁRIOS

INDUÇÃO E RECUPERAÇÃO/ DUAS SALAS CIRÚRGICAS/ PARAMENTAÇÃO

ACESSO/ ESPERA

INTERNAÇÃO/ ULTRASSOM E ELETROCARDIOGRAMA/ RAIOS-X/ LAVANDERIA E DESINFECÇÃO

GUARDA DE EQUIPAMENTOS E RAÇÕES

ACESSO À PARTE DE ANIMAIS DE PORTE GRANDE

FARMÁCIA/ ALMOXARIFADO E REUNIÃO/ LABORATÓRIO DE PATOLOGIA

Imagem 1: Acesso principal ao núcleo hospitalar veterinário. Fonte: portalmouralacerda. com.br. A fim de não gerar incômodos aos pacientes que estavam no dia da visita, algumas fotos não poderam ser tiradas. Imagem 2: Planta esquemática do núcleo hospitalar veterinário. Fonte: arquivo pessoal. Imagem 3: Corredor com os consultórios. Fonte: arquivo pessoal. Imagem 4: Consultório. Fonte: arquivo pessoal.


Imagem 1: Sala para ultrassom e eletrocardiograma. Fonte: arquivo pessoal. Imagem 2: Laboratório de patologia. Fonte: arquivo pessoal. Imagem 3: Sala de Raios-X. Fonte: arquivo pessoal. Imagem 4: Indução e Recuperação. Fonte: arquivo pessoal. Imagem 5: Lavanderia e desinfecção. Fonte: arquivo pessoal. 23


ENTREVISTA ong Cãopaixão ribeirão preto - sp

Entrevista enviada por e-mail no dia

não possuímos abrigo, todos os nossos

13 de março de 2017 para a ONG

animais ficam hospedados em clinicas

CãoPaixão de Ribeirão Preto, sem sede

veterinárias ou hoteis, dependendo

fixa.

de sua condição física (temos muitos

Esta

ONG,

através

do

trabalho

animais especiais).

voluntário e doações, visa reintegrar animais

debilitados,

muitas

vezes

devido à maus tratratos, à sociedade, dando-lhe um lar. A ONG foi fundada em outubro de 2009. A

entrevista

com

a

presidente

Daniela Soares de Oliveira Rigo visa compreender funcionamento

as da

necessidades

e

organização,

de

forma à abrangê-los no projeto.

2 | Quando são realizadas as feiras e o que é necessário para o evento acontecer? Os eventos são mensais e exclusivos de animais adultos. Todos os animais precisam estar castrados, vacinados e vermifugados e com a saúde em dia. Nossa estrutura conta com quatro barracas, mesas, bancos e cadeiras, cercados onde os animais ficam durante

1 | Como funciona o trabalho de vocês,

o evento, comedouros e bebedouros.

desde a hora que o animal chega até

Além de toda parte burocrática de

vocês, e como ele chega, até o momento

entrevista e contrato de adoção.

em que há as feiras de adoção? Todos os nossos animais tutelados foram retirados do antigo CCZ [Centro de Controle de Zoonoses], hoje CBEA [Coordenadoria do Bem-Estar Animal].

3 | Caso a ONG pudesse ter uma sede física, como seria o ideal dela, o que precisaria ter?

Como lá não existe estrutura para

Precisaríamos

atender animais com casos de fraturas

guardar toda a parte de estrutura dos

ou mais graves, acabamos absorvendo,

eventos de adoção da ONG, além das

cuidando e tutelando esses animais.

doações de itens para o nosso bazar, os

Eles

chegam

bastante

debilitados.

Precisam passar por veterinários, muitas vezes

especialistas,

procedimentos

cirúrgicos, exames, tratamentos até estarem aptos a irem para os eventos de adoção. Todos os nossos animais são castrados, vacinados e vermifugados.

de

um

local

onde

documentos, decorações de festa, etc. e também um espaço onde pudéssemos ter nossas reuniões mensais de diretoria e voluntários.


LEITURAS hospital veterinário canis mallorca rspca burwood redevelopmente Clínica veterinária em Santos clínica veterinária cães e gatos

As leituras projetuais têm como objetivo fornecer repertório para o projeto do complexo animal, tanto em questões formais, quanto nas soluções de organização do programa. Sendo assim, foram escolhidos projetos com usos presentes neste trabalho, como o hospital veterinário e o abrigo de cães. As referências, então, são hospital veterinário Canis Mallorca, abrigo de cães RSPCA Burwood Redevelopment, estas sendo internacionais, e duas clínicas veterinárias brasileiras, estas dando apoio ao conteúdo do hospital e também fornecendo repertório estético ao projeto.

O hospital veterinário Canis Mallorca é um projeto de 2014, com 1538 m² que se localiza em uma área intermediária entre a zona industrial e a residencial da cidade, delimitada por um edifício abandonado, que antes era uma prisão. Em uma área considerada degradada, o projeto visa levar uso até esta, sendo a proposta de um hospital veterinário que dialogue com seu entorno, trazendo tradições da região para sua forma, combinando isso com o máximo uso do lote e a maximização da luz natural.

ILHAS BALEARES | ESPANHA

Com edificações rurais tradicionais em uma área mediterrânea, o projeto traz as formas desse tipo de edificação junto com a cor branca, que enfatiza as características locais, combinados com elementos do Modernismo, como a modulação e a funcionalidade.

ESTUDI E. TORRES PUJOL

O programa do hospital conta com

HOSPITAL VETERINÁRIO CANIS MALLORCA

Imagem 1: parte externa do hospital Canis Mallorca. Fonte: archdaily.com.br

25


os consultórios, canis, e salas cirúrgicas, além de espaços de apoio e armazenamento, como depósito de material de limpeza e estoque. O programa é disposto de forma modular e funcional, com áreas multifuncionais, de forma a obter um espaço mais flexível e conectar áreas com relações entre si. A estrutura é metálica, com pilares nas extremidades do edifício, possibilitando uma planta livre, com vedações em vidro e steel frame com tratamento térmico. A estrutura é a parente, assim como as instalações, facilitando manutenções e limpeza. Com a intenção de se aproveitar ao máximo a luz e ventilação natural de forma adequada para cada ambiente, principalmente em áreas como as salas cirúrgicas, foram feitas claraboias nessas salas e uma modulação de esquadrias, podendo variar em até três dimensões, baseada na proporção Áurea, criando uma padronização nas

Imagem 1: lateral e parte de trás da edificação. Fonte: archdaily.com.br

fachadas e harmonia com a linguagem gráfica interna, que segue o mesmo padrão

Imagem 2: Fachada frontal. Fonte: archdaily. com.br

Hospital Veterinário Canis Mallorca é uma referência a ser seguida neste presente trabalho, uma vez que traz um bom exemplo de organização de programa e relação da forma com seu entorno junto com uma construção leve e eficiente, na qual se usa a estrutura metálica.

JANELAS PADRONIZADAS SEGUINDO A PROPORÇÃO ÁUREA

Imagem 3: Proporção Áurea e a janela do projeto. Fonte: archdaily.com.br Imagem 4: Fachada lateral. Fonte: archdaily. com.br


LEGENDA

SUBSOLO Fonte: archdaily.com.br

TÉRREO Fonte: archdaily.com.br

PRIMEIRO PAVIMENTO Fonte: archdaily.com.br

27


LEGENDA

COBERTURA Fonte: archdaily.com.br

SUBSOLO Fonte: archdaily.com.br

TÉRREO Fonte: archdaily.com.br

CORTE PRIMEIRO PAV. Fonte: archdaily.com.br

Fonte: archdaily.com.br


RELAÇÃO ENTRE INTERIOR E EXTERIOR

MAXIMIZAÇÃO DO USO DA LUZ NATURAL

INSTALAÇÕES APARENTES, FACILITANDO A MANUTENÇÃO

Imagem 1: Entrada principal.Fonte: archidaily.com.br Imagem 2: Estar funcionários. Fonte: archidaily. com.br Imagem 3: Sala cirúrgica.Fonte: archidaily.com.br PREDOMINÂNCIA DA COR BRANCA COMO CARACTERÍSTICA LOCAL

Imagem 4: Espera.Fonte: archidaily.com.br Imagem 5: Loja. Fonte: archidaily. com.br

ILUMINAÇÃO ZENITAL NA CIRCULAÇÃO DAS SALAS CIRÚRGICAS

ESTRUTURA METÁLICA APARENTE

29


RSPCA BURWOOD REDEVELOPMENT BURWOOD, VICTÓRIA | AUSTRÁLIA NH ARCHITECTURE

O projeto feito pelo escritório NH Arquitecture em 2007 é de propriedade da RSPCA (Australia’ Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals), uma organização de proteção animal. O projeto é um abrigo de cães, estando inserido em uma quadra onde, além deste abrigo, há também áreas de clínicas veterinárias e comerciais, onde são vendidos produtos para os animais e também produtos para os próprios humanos, sendo uma forma de arrecadação de dinheiro para a organização. Os canis da RSPCA Burwood Redevelopment são exemplos em questão do bem-estar animal e da sustentabilidade. O projeto

e os animais que estão no abrigo, entre

para o parque, podendo os animais

as fitas há caminhos e vegetação,

serem vistos pelas pessoas. Entretanto

formando algo semelhante aos pocket

essas faces não possuem contato com

parks, ficando abertos ao público em

a face envidraçada da fita seguinte de

geral, aproximando a população dos

canil, evitando latidos e estresse entre

animais e as conscientizando sobre o

os cães. Além desse detalhe de bem-

abandono e adoção.

estar animal, o parque é feito com

Os canis possuem uma fachada toda envidraçada permitindo contato visual CLÍNICAS E COMÉRCIO

diferentes texturas, das quais auxiliam na reabilitação de cães maltratados. ABRIGO DE ANIMAIS

CORES MONOCROMÁTICAS EVITANDO CONFUSÃO ÓTICA NOS ANIMAIS

ganhou o prêmio nacional AIA Victorian

Awards Architecture, na categoria de arquitetura sustentável, em 2008. O projeto se constituí de fitas, sendo uma onde há os abrigos para os animais, que após avaliação de sua saúde, precisam ficar em quarentena. As demais, que saem desta, são onde há os canis, sendo cinco fitas de dois pavimentos, em que cada uma há 40 canis, totalizando 200, sendo todos individuais. Visando uma integração entre as pessoas

Imagem 1: Perspectiva da implantação da área da RSPCA, com edifício de clínicas, comércio e o abrigo. Fonte: keywordsuggest. org Imagem 2: Parte externa do edifício de abrigo. Fonte: holywestie.com. br


Outro ponto pensado é em relação às cores, sendo tons de preto, branco e cinza, que minimizam problemas óticos que podem confundir os cães e também estimulam estes animais. Toda a construção é feita em estrutura metálica pré-fabricada, sendo planos de paralelogramos. A estrutura combinada aos vidros resulta em uma edificação com personalidade, que chama atenção, gerando mais visitantes.

população de Ribeirão Preto para o problema do abandono, quanto na parte do conforto ambiental dos canis, como o térmico e também acústico, em relação ao barulho que pode perturbar o entorno da área de projeto. Outra referência que este projeto proporciona é sobre as cores e disposição dos canis, de forma a minimizar o estresse desses animais.

As fitas dos canis têm orientação LesteOste, de forma que todas as unidades possuem

iluminação

natural.

Cada

canil possuí sua própria captação de ar, fazendo com que o ambiente esteja sempre ventilado, e haja uma renovação de ar, não concentrando odores, como de urina por exemplo, e além disso, os dutos existentes para que haja essa ventilação são tratados acusticamente, fazendo com que o som dos latidos dos cães sejam abafados, não gerando incômodos à vizinhança. Outro ponto pensado, que junto com os citados anteriormente formam o caráter

PLANTA BAIXA

PLANTA BAIXA

Fonte: holywestie.com.br

Fonte: holywestie.com.br

sustentável do projeto, é a captação da água pluvial, responsável pela limpeza Imagem 1: Parte externa do edifício de abrigo. Fonte: holywestie. com.br Imagem 2: Vista a partir do estacionamento. Fonte: archidose. blogspot.com.br

LEGENDA

dos canis.

O abrigo de cães RSPCA Burwood Redevelopment fornece material de referência para o projeto arquitetônico do complexo animal tanto na parte de implantação, com a ideia de fitas intercaladas com áreas de lazer, de forma a atrair visitantes, aproximando cada vez mais a

1ªFITAQUARENTENA 2ªFITA-CÃES PARA ADOÇÃO

31


SAÍDA DO AR QUENTE

ÁGUA PLUVIAL CONDUZIDA PELA COBERTURA ATÉ TUBULAÇÕES QUE DÃO NO PISO DOS CANIS

PAV. SUPERIOR

FACHADA ENVIDRAÇADA DANDO CONTATO ENTRE OS CÃES E OS VISITANTES

AR FRIO EMPURRA O AR QUENTE PARA ABERTURAS NA COBERTURA LEGENDA TÉRREO

CORTE DO CANIL Fonte: holywestie.com.br FACHADA OPACA ENTRE UMA FITA E OUTRA, EVITANDO ESTRESSE ENTRE OS CÃES

JARDIM COM DI F ERENTES TEXTURAS PARA RECUPERAÇÃO DOS CÃES

Imagem 1: Parte externa. Fonte: hoarchidose. blogspot.com. br Imagem 2: Rampas de acesso da parte de quarentena. Fonte: hoarchidose. blogspot. com.br Imagem 3: Parte externa. Fonte: holywestie. com.br Imagem 4: Interior dos canis de quarentena. Fonte: holywestie. com.br Imagem 5: Interior dos canis.Fonte: holywestie. com.br


CLÍNICA VETERINÁRIA

com identidade sem contrastar com

SANTOS | BRASIL

antigos. Mesmo nas áreas molhadas,

COSTA E MACEDO ARQUITETOS

Este projeto, ainda não executado, é para uma clínica veterinária em Santos, em uma área do Centro Histórico e que já é consolidada com comércio e prestação de serviço. O projeto é de 2013, mas ainda não foi construído, com 227 m², com a proposta de atender ao uso de clínica, com consultórios e cirurgias, e também atende ao comércio, com lojas e hospedagem voltadas aos animais.

Imagem1: Perspectiva aérea da clínica veterinária. Fonte: costaemacedo. com.br Imagem 2: Perspectiva com vista do térreo. Fonte: costaemacedo. com.br

a entender como esses espaços podem se conectar. Além dessa questão, este projeto também traz a ideia de se conectar com a calçada, que aqui é através do térreo livre. Outra referência que se tem através deste projeto é em relação à linguagem gráfica, que se utiliza de imagens limpas, mas que dialoguem com a identidade proposta para a arquitetura.

seu entorno, composto por edifícios

O projeto é separado em dois blocos, um para parte de clínica e a outra para o comércio, e esses dois volumes são unidos por uma passarela nos níveis superiores. Organizado em quatro níveis, o edifício é suspenso do solo, a fim de liberar espaço para o comércio e para estacionamento, ligando-se com a calçada. Aqui, se optou por deixar o térreo mais ocupado e aberto ao público, e usar a ideia do terraço jardim, em um nível intermediário entre o terceiro e o quarto, em que este é usado para fins terapêuticos e atividades para os animais, além de ser uma área com luz e ventilação propícia para os canis.

a linguagem do concreto aparente é mantida, utilizando-se ladrilho hidráulico e concreto desempenado com resina incolor.

sse projeto traz a idea da proposta do Complexo Animal, que tem a área de clínica e a área de comércio, com espaços terapêuticos e de canis, assim esta leitura projetual ajuda BLOCO COMERCIAL

BLOCO ATENDIMENTO VETERINÁRIO

TÉRREO ABERTO GERANDO CONEXÃO ENTRE PROJETO E CALÇADA

O projeto é em concreto armado aparente,

com

fechamentos

em

vidro, criando uma aparência urbana

33


LEGENDA

Tร RREO Fonte: costaemacedo.com.br

1ยบ PAVIMENTO Fonte: costaemacedo.com.br

2ยบ PAVIMENTO Fonte: costaemacedo.com.br

3ยบ PAVIMENTO Fonte: costaemacedo.com.br

COBERTURA Fonte: costaemacedo.com.br


LEGENDA

CORTE LONGITUDINAL Fonte: costaemacedo.com.br

TÉRREO Fonte: costaemacedo.com.br

CORTES TRANSVERSAIS Fonte: costaemacedo.com.br

1º PAVIMENTO Fonte: costaemacedo.com.br

PROJETO QUE DIALOGA VISUALMENTE COM O ENTORNO

2º PAVIMENTO Fonte: costaemacedo.com.br

Imagem 1: Perspectiva do edifício e seu entorno. Fonte: 3º PAVIMENTO costaemacedo. com.br Fonte: costaemacedo.com.br

35


CLÍNICA VETERINÁRIA CÃES E GATOS OSASCO | BRASIL ESTÚDIO BRASIL ARQUITETURA A clínica veterinária Cães e Gatos, em Osasco, é um projeto de 2001 de reforma e ampliação da clínica que já era existente. Assim o projeto teve como objetivo se adequar à edificação que já se encontrava no local, de forma harmônica e adequada para atender ao programa de necessidades da clínica.

O projeto é feito em estrutura híbrida de concreto armado e metálica. Este projeto contempla um programa complexo, com uma vasta área de

edifício existente

elevador panorâmico

comércio, como também um programa grande

de

serviços

veterinários,

como diagnóstico e consultas, e isso auxilia neste presente trabalho, dando parâmetros de programa e dimensões.

ESTRUTURA METÁLICA APARENTE ILUMINAÇÃO ZENITAL

TEXTURA TRAZENDO HUMANIZAÇÃO AO ESPAÇO

Outra questão interessante do projeto analisado é a presença de uma praça de eventos, que refletindo no projeto do Complexo Animal, seria o parque, em que este pode ter espaços para eventos como bazar em prol às ONGs de proteção animal.

Imagem 1: Perspectiva do projeto. Fonte: estudiobrasilarquitetura. blogspot.com.br Imagem 2: Perspectiva da parte do café. Fonte: estudiobrasilarquitetura. blogspot.com.br


LEGENDA

TÉRREO INFERIOR Fonte: estudiobrasilarquitetura.blogspot.com.br

2

2

3

3

1

1

TÉRREO Fonte: estudiobrasilarquitetura.blogspot.com.br

37


2

2

3

3

1

1

1ยบ PAVIMENTO Fonte: estudiobrasilarquitetura.blogspot.com.br

2

2

3

3

1

1

2ยบ PAVIMENTO Fonte: estudiobrasilarquitetura.blogspot.com.br


CORTE 1

CORTE 2

Fonte: estudiobrasilarquitetura.blogspot.com.br

Fonte: estudiobrasilarquitetura.blogspot.com.br

LEGENDA

CORTE 3 Fonte: estudiobrasilarquitetura.blogspot.com.br

TÉRREO INFERIOR

TÉRREO

Fonte: estudiobrasilarquitetura.blogspot.com.br

Fonte: estudiobrasilarquitetura.blogspot.com.br

1º PAVIMENTO

2º PAVIMENTO

Fonte: estudiobrasilarquitetura.blogspot.com.br

Fonte: estudiobrasilarquitetura.blogspot.com.br

39


LUGAR cidade área de projeto levantamento legislação índices urbanísticos

CIDADE

ÁREA DE PROJETO

Este presente projeto se localiza na

O terreno escolhido para projeto se

cidade de Ribeirão Preto, interior do

localiza na Zona Norte de Ribeirão

estado de São Paulo e sendo o município

Preto, entre a Rua Sindicalista Luís

sede da região metropolitana de Ribeirão

Antônio Corrêa e a Via Norte/ Av.

Preto. O município se caracteriza por um

Eduardo Andréia Matarazzo, no Jardim

forte setor de comércio e prestação de

Heitor Rigon.

serviço, atraindo pessoas das cidades de sua região. A cidade vem tendo um crescimento espraiado, principalmente na

Zona

Sul,

caracterizado

pela

construção de condomínios fechados e geração de vazios urbanos em suas demais zonas.

A Zona Norte de Ribeirão Preto se caracteriza como uma área com uma população de renda mais baixa, com a presença de habitações populares, assentamentos

irregulares

e

áreas

degradadas, com precariedade e falta de espaços públicos de lazer. Assim,

Área do projeto

a população da Zona Norte acaba ficando marginalizada, com áreas que não possuem uma função social, além de essas pessoas ficarem longe dos principais centros urbanos, dificultando o acesso destas aos equipamentos do município. Com as características citadas acima, o terreno foi escolhido de forma que o projeto além dos serviços veterinários, também

requalifique

a

área

e

proporcione um espaço de lazer a essa população. Outra questão pensada é Quadrilátero central

Anel viário

de que muitas pessoas da Zona Norte dependem do transporte público, assim o projeto estando mais próximas delas facilitaria o acesso aos serviços, uma vez que não permitem animais dentro do transporte público, e ao mesmo tempo o terreno possuí fácil acesso através da Via Norte e da Rodovia Alexandre Balbo, que se encontra próxima à área, facilitando a vinda das pessoas das

Imagem 1: Foto área do município de Ribeirão Preto. Fonte Google Maps.


outras áreas da cidade. Área da Zona Norte

Além das questões citadas, a área é da prefeitura, o que facilita a viabilidade do

Área de levantamento

projeto, uma vez que o terreno poderá

Área do projeto

ser doado.

Rodovia Alexandre Balbo

Via Norte/ Av. Eduardo Andréia Matarazzo Via Norte/ Av. Eduardo Andréia Matarazzo

Quadrilátero central Rua Sindicalista Luís Antônio Corrêa

Área do projeto

LEVANTAMENTO

L

AA

CÓ E

ORT

AN VI

CAMPOS

O ZZ

AZ

R TA MA

ETO

ÉA

PR

DR

ÃO

AN

EIR

ARDO

RIB

DU

EGO

.E AV

RR

RODOVI

DOS EGO CÓRR

ÍS

Imagem 3: Mapa figura-fundo. Fonte arquivo pessoal.

LBO

BA

LU

Imagem 2: Foto área do terreno. Fonte Google Maps.

E

NDR

A EX

A ALISTÊA DIC SINIO CORR A RU TÔN AN

Imagem 1: Foto área de parte do município de Ribeirão Preto. Fonte Google Maps.

Através do mapa figura-fundo, apresentado na figura 4, se percebe que a área possuí uma parte mais densa, no qual se encontra lotes menores com uma alta ocupação, entretanto a predominância é de áreas vazias, constituindo praticamente metade da área levantada. Esses grandes vazios acabam por serem áreas sujeitas à degradação e despejo de lixos, o que acaba com a qualidade ambiental para a população que ali se encontra, havendo poluição do córrego, atração de animais

EGO

CÓRR

SECO

LEGENDA

FIGURA-FUNDO

41


peçonhentos e gera insegurança aos habitantes da área. Como já analisado no mapa de figurafundo, o entorno do terreno possuí muitos vazios, característica que se apresenta novamente no mapa de uso. Tirando

E

DR

AN

X LE

LBO

BA

AA

ZZ

CAMPOS

O

DOS EGO CÓRR

EGO

CÓRR

destas, e há comércio de grande porte apenas na parte direita da Via Norte,

realizar atividades no parque projetado. Em relação às áreas verdes, estas são constituídas pelos canteiros de avenida e rodovia e entorno dos córregos Seco, dos Campos e do Ribeirão Preto, sem que haja uma manutenção ou infraestrutura nessas áreas que permita um uso, deixando a população sem áreas de lazer e com áreas ociosas, assim como as áreas vazias, citadas anteriormente. Assim, o projeto visa trazer visibilidade e conexão com essas áreas, gerando manutenção nelas,

E

AZ

uma residência ou compartilham o uso

projeto, de forma que os alunos possam

ETO

R TA MA

ÍS

são estabelecimentos onde antes era

escolas, que poderão se integrar com o

PR

LU

da Av. Maestro Alfredo Pires, e que

estando ao lado do terreno, sendo duas

ORT AN

ÉA

comércios e serviços se aproximando

pontos com áreas institucionais, um

ÃO

A ALISTÊA DIC SINIO CORR A RU TÔN AN

irregulares. Há a presença de pequenos

boa parte da área levantada. Há dois

EIR

algumas áreas onde são assentamentos

Petrobrás, com um terreno que ocupa

RIB

DR AN

de residências unifamiliares e com

onde se encontra uma distribuidora da

EGO

residencial, se constituindo praticamente

VI

RR

ARDO DU

esses vazios, o uso predominante é o

.E AV

RODOVI

USO

LEGENDA

SECO

Imagem 1: Mapa uso. Fonte arquivo pessoal. Foto 1: Residência na Rua Mathilde Carolina de Souza. Fonte arquivo pessoal. Foto 2: Assentamento inrregular no lado direito da Via Norte. Fonte arquivo pessoal. Foto 3: Vazio com lixo na Via Norte. Fonte arquivo pessoal. Foto 4: Estabelecimento inprovisado em residência. Fonte arquivo pessoal. Foto 5: Estabelecimento inprovisado em residência. Fonte arquivo pessoal.


além de trazer uso para uma área que até então estava sem uso, gerando lazer e segurança para a população, principalmente para a que residente do bairro Jardim Heitor Rigon. E

NDR

ORT AN E

ÃO PR

R TA MA

ETO

ÉA

pavimento,

VI

DR AN

EIR

RIB

um

com

RR

de

edificações

baixo,

ARDO DU

predominantemente

.E AV

é

L

AA RODOVI

EGO

O gabarito do entorno do terreno

LBO

BA

A EX

AZ

entretanto vemos dois pontos em que

ZZ O

há uma concentração de edificações DOS EGO

ÍS

CÓRR

LU

Alexandre Balbo no lado esquerdo da

CAMPOS

A ALISTÊA DIC SINIO CORR A RU TÔN AN

mais altas, sendo perto da rodovia Via Norte, sendo edifícios residenciais de cinco pavimentos e na parte direita

EGO

CÓRR

da Via Norte, que são tonéis do terminal

SECO

LEGENDA

da Petrobrás, porém esses pontos se encontram afastados do terreno, não causando interferências neste. Com isso, a área possuí uma horizontalidade,

GABARITO

o que não causa impactos ao projeto, entretanto isto nos dá uma diretriz,

LEGENDA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO

fazendo com que o projeto também não seja alto, a ponto de causar impacto visual ou de ventilação e insolação nas edificações mais próximas. E

NDR

De acordo com o levantamento feito

L

CAMPOS EGO DOS

LU ÍS

há quatro equipamentos, um sendo

Imagem 2: Mapa equipamentos. Fonte Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.

ETO ZO PR E ZZ ÃO RA ORT TA EIR AN MA VI RIB ÉA EGO DR AN ARDO DU

sendo, no entorno imediato do terreno

Imagem 1: Mapa gabarito. Fonte arquivo pessoal.

.E AV

A ALISTÊA DIC SINIO CORR A RU TÔN AN

condizente com a realidade, assim

RR CÓ

USINA GALO BRAVO

EGO

CÓRR

SECO

CÓRR

AA RODOVI

na área, o mapa de equipamentos da prefeitura de Ribeirão Preto está

LBO

BA

A EX

uma base de apoio comunitário na Av. Maestro Alfredo Pires e os demais são escolas de 1º Grau, educação pré-escolar e creche estando na Rua Sindicalista Luís Antônio Corrêa, ao lado do terreno. Esses equipamentos além de trazerem movimentação de pessoas

EQUIPAMENTOS

43


para a área, gerando um fluxo de pessoas que podem freqüentar o parque e os serviços veterinários, no caso das escolas, estas podem estar integradas ao projeto, como dito anteriormente, de forma que os estudantes possam fazer atividades escolares no parque e interagir com os animais do abrigo, criando uma conscientização e afeto entre as crianças e os animais, e possivelmente

acarretar

em

lares

para os cães e gatos. Os demais equipamentos presentes no mapa se encontram no Conjunto Habitacional Valentina Figueiredo e Adelino Simione, que apesar de se encontrarem em uma distância maior da área de projeto, estes ainda geram um fluxo de pessoas que podem freqüentar o Complexo Animal, uma vez que se utiliza de acessos em comum com o projeto, como a Via Norte e a Av. Maestro Alfredo Pires. Outros equipamentos presentes no entorno é a estação de tratamento de esgoto e a Usina Galo Bravo, mas ambos não interferem no projeto, já que a usina está desativada e a estação se encontra do

LEGENDA

Foto 6: Base de Apoio Comunitário na Av. Alfredo Maestro Pires. Fonte arquivo pessoal.

outro lado da rodovia Alexandre Balbo, com utilização de acessos incomuns ao projeto.

E

NDR

LBO

BA

A EX

o terreno é cercado por importantes vias, como as vias expressas, sendo a Rodovia Alexandre Balbo e Via

VIÁRIO - FUNCIONAL

CAMPOS GO DOS CÓRR E

e assim sendo, o mapa nos mostra que

SECO ÍS

EGO

CÓRR

O

LU

levantamento feito na área de estudo,

ZZ

o

AZ

com

R TA MA

condizem

ÉA DR

Hierarquia

E

AN

Funcional

de

ORT

Viária

Preto

ARDO DU

Ribeirão

A ALISTÊA DIC SINIO CORR A RU TÔN AN

de

AN VI

As informações do mapa da prefeitura

.E AV

L

AA RODOVI

Foto 7: Escolas na Rua Sindicalista Luís Antônio Corrêa. Fonte arquivo pessoal. Imagem 1: Mapa viário funcional. Fonte Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.


Norte/ Av. Eduardo Andréia Matarazzo,

LEGENDA

as avenidas Maestro Alfredo Pires, Ernesto Guevara La Serna as que serão formadas pelas ruas Antônio Carlos de Pádua Rinhel e José Roberto Arantes de

E

DR

N XA

LBO

BA

LE

AA RODOVI

ARDO CAMPOS

ÍS

EGO

CÓRR

SECO

CÓRR

pra quem vem dos bairros vizinhos ao

DOS

LU

com trajeto através da Via Norte, quanto

EGO

quem vai das outras zonas da cidade,

ZO ZZ RA E TA MA ORT ÉA AN DR AN

A ALISTÊA DIC SINIO CORR A RU TÔN AN

o projeto terá fácil acesso tanto para

VI

DU .E AV

Almeida e Prof. Takashi Skimo. Assim

Jardim Heitor Rigon, como Parque dos Pinos, Valentina Figueiredo e Jardim M. Lourdes, com acesso através das avenidas citadas acima.

VIÁRIO - FÍSICO

Através do mapa viário de hierarquia física, percebe-se que muitas vias da área ainda serão implantadas, o que faz com que o mapa da prefeitura seja compatível com a realidade, uma vez B

que as avenidas parques e o parque linear não existem ainda, assim como a Via Norte, que apesar de já exercer sua função de via expressa, ela ainda não possuí as características físicas de uma, como dimensão, marginal e acostamento. Com o projeto implantado

UÍS AN

e os bairros adjacentes, uma vez que

NIO

irá integrar a cidade com esses bairros

ÊA CORR

Imagem 2: Mapa topográfico. Fonte arquivo pessoal.

AL ALIST

a requalificação do Jardim Heitor Rigon Imagem 1: Mapa viário físico. Fonte Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.

NDIC

implantar o projeto dessas vias, fazendo

A SI

interesse e necessidade de realmente

RU

este irá requalificar um vazio, gerando

A IMO

valorização do local, uma vez que

RUA TAK ASHI SK

nesta área levantada, haverá uma

e o projeto proposto e irá também requalificar os canteiros dessas vias, que

LEGENDA

atualmente se encontram abandonados e sem qualquer tipo de equipamento

VENTOS VINDOS DA DIREÇÃO SUDESTE

TOPOGRAFIA

0

45

20

40 M


que a população possa usar. O Terreno possuí uma topografia bem suave, havendo quatro metros de desnível apenas em toda sua extensão e isso é favorável em questões de projeto que se refere à acessibilidade das pessoas e animais que andarão pelo parque, não havendo obstáculos que dificulte o uso da área. Entretanto, esse baixo desnível pode trazer um problema em relação ao escoamento da água pluvial, uma vez que parte do terreno será impermeabilizado para o projeto, e a topografia plana faz com que a água não tenha um escoamento suficiente para esta ir embora, necessitando de se pensar recursos de absorver essa água no período de grandes chuvas. Em relação aos ventos, estes vêm da

Foto 8: Terreno visto da Rua Sindicalista Luís Antônio Corrêa. Fonte arquivo pessoal. Foto 9: Terreno visto da Rua Sindicalista Luís Antônio Corrêa e início do terreno da escola. Fonte arquivo pessoal. Foto 10: Vista da Via Norte próximo ao terreno. Fonte arquivo pessoal. Imagem 1: Cortes do perfil topográfico do terreno. Fonte arquivo pessoal.


direção sudeste, e são intensificados pela presença de vegetação no Córrego

LEGENDA FOTO (NUMERAÇÃO VER NAS RESPECTIVAS LEGENDAS) LIMITE DO TERRENO

Ribeirão Preto. 7.4 | LEGISLAÇÃO De

acordo

com

a

legislação

do

município de Ribeirão Preto a área de projeto, dentro do macrozoneamento pertence à Zona de Proteção Máxima (ZPM), à Área de Interesse Social I (AIS I), no mapa de áreas especiais e Área de Uso Misto I (AUM I) no zoneamento industrial. Em relação à ZPM, o mapa se refere à APP (Área de Preservação Permanente), que possuí sua área definida de acordo com a largura do rio,

LOCALIZAÇÃO DAS FOTOS DE LEVANTAMENTO

sendo assim, a área ilustrada no mapa é apenas para mostrar a necessidade

LEGENDA

de haver a APP. Já na AIS I e AUM I permite-se os usos propostos no projeto já que estes, como serviços veterinários e o crematório possuem índice de 1,0 de incômodo à vizinhança e impacto ambiental e são usos de geradores de tráfego com índice 1,0, aqueles que promovem fluxo moderado e inerentes ao uso, como carga e descarga. Sendo

Imagem 1: Localização das fotos. Fonte Google Maps. Imagem 2: Macrozoneamento. Fonte Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.

MACROZONEAMENTO

0

47

160

320 M


assim, o projeto é viável de acordo com

LEGENDA

as normas de uso e ocupação do solo proposto pela prefeitura. 7.5 | ÍNDICES URBANÍSTICOS USO

RESIDENCIAL

NÃO RESIDENCIAL

TAXA DE OCUPAÇÃO

70% DA ÁREA DO TERRENO

80% DA ÁREA DO TERRENO

COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO

5 VEZES A ÁREA DO TERRENO

5 VEZES A ÁREA DO TERRENO

ÁREA PERMEÁVEL

5 % (ATÉ 400 M²) 10 % (ATÉ 1000 M²) 15 % (ACIMA DE 1000 M²)

5 % (ATÉ 400 M²) 10 % (ATÉ 1000 M²) 15 % (ACIMA DE 1000 M²)

GABARITO

ATÉ 10 METROS

ACIMA DE 10 METROS

RECUOS LATERAIS E FUNDO

MÍN. 2 METROS

R=H/6 ; MÍN 20 METROS EM AVENIDAS; MÍN. 10 METROS EM AVENIDAS PARQUES

RECUO FRONTAL

MÍN. 5 METROS

H=3X(L+R)

O gabarito é computado a partir do ponto médio do terreno, podendo ser computado a partir de 1,5 metros acima deste ponto. ÁREAS ESPECIAIS

0

160

320 M

Área total do terreno: 25.342,33 m²

Taxa de ocupação: 80%=20. 273, 86 m²

LEGENDA

Coeficiente de aproveitamento: 5 = 126. 711,65 m² Área permeável: 15% = 3.801,34 m²

Imagem 1: Mapa de áreas especiais. Fonte Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.

ZONEAMENTO INDUSTRIAL

0

160

320 M

Imagem 2: Zoneamento industrial. Fonte Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.


PARTIDO conceito e partido programa estudos

conceito e partido

O projeto visa a interação entre homem e animal, de forma a proporcionar uma relação saudável, assim como lazer para ambos. Sendo assim, o complexo para animais traz como proposta um parque com diferentes possibilidades de uso a fim de atrair visitantes e consequentemente mais pessoas interagindo com os animais para adoção, até que por fim adoteos, e se conscientizando sobre o abandono. Como há vários usos neste projeto, foi então proposto uma grande marquise para unificar esses edifícios e a ideia foi de usá-la de tal forma que criasse identidade ao parque, atraindo atenção para este. A marquise é o elemento principal do projeto, criando diferentes situações, como espaços abertos, semi-abertos e fechados e foi pensada de forma modular, o que traz flexibilização, sendo possível aumentá-la ou até mesmo diminuí-la, abri-lá ou fechála conforme necessidade, e isso torna algo muito importante para o hospital, que pode necessitar de ampliações conforme cresce sua demanda.

Imagem 1/2/3: Volumetria do módulo que forma a marquise.

Como a marquise é feita com um único módulo, este é produzido em série, o que facilita sua fabricação e barateando seu custo. 49


PROGRAMA

HOSPITAL VETERINÁRIO AMBIENTE 1 - SETOR PÚBLICO RECEPÇÃO/ ESPERA SANITÁRIO PUB. MASC. SANITÁRIO PUB. FEM. SANITÁRIO PNE 2 - SETOR ATENDIMENTO CONSULTÓRIO SALA DE CURATIVOS

ÁREAS HOSPITAL VETERINÁRIO CREMATÓRIO ABRIGO DE ANIMAIS COMÉRCIO PARQUE (SEM AGILITY) SERVIÇOS

755,65 216,64 598,17 169,08 458,41 364,06

MARQUISE (ÁREA COBERTA) ÁREA COM GRAMA APENAS

4905,27 3623,29

SALA DE MEDICAMENTOS/ SERVIÇOS

POSTO DE ENFERMAGEM PRESCRIÇÃO MÉDICA FARMÁCIA DML SALA DE UTILIDADES COPA SANITÁRIO FUNC. FEM. SANITÁRIO FUNC. MASC.

CONTROLE DE ZOONOSES

ESTABELECIMENTOS

RDC 50

VETERINÁRIOS

PROPOSTA

QUANTIDADE

ÁREA TOTAL(m²)

EQUIPAMENTOS

20 6 6 _________

1,3 / PESSOA 1,7 / 6 PESSOAS 1,7 / 6 PESSOAS 3,2

10 _________ _________ _________

41,07 2,59 2,59 3,3

1 1 1 1

_________ _________ _________ _________ _________ _________ 2 _________ 9 8 8

7,5 9 8 6 2 4 2 4 2,6 1,7/10 PESSOAS 1,7/10 PESSOAS

6 6 _________ _________ _________ _________ _________ _________ _________ _________ _________

14,43 11,3 10,04 10,87 2,51 4,93 2 12,2 4,35 2,25 2,25

5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

49,55 41,07 2,59 2,59 3,3 318,38 72,15 11,3 10,04 10,87 2,51 4,93 2 12,2 4,35 2,25 2,25

_________

12

_________

14,42

1

14,42

_________

12

_________

45,41

1

45,41

17 ANIMAIS

_________ _________ 12 _________ _________ 8 8 _________ _________

3,6 3 14 12 5,5 6

4 _________ _________ _________ _________ _________ _________ _________ _________

12,06 6,65 23,29 11,23 11,23 11,23 15,56 7,49 7,49

1 1 1 1 1 1 1 1 1

12,06 6,65 23,29 11,23 11,23 11,23 15,56 7,49 7,49

MESA INOX/ ARMÁRIO/LAVT.

17,0 m2. Dim. mín.=2,8m, acrescentar 8,5 m2 por mesa adicional 3,0 m2 se houver câmara frigorífica

_________

17,47

1

17,47

4,8 1,10 /TORNEIRA

6 4

21,09 1,17

1 3

183,21 21,09 3,51

MESA/COMPUT./CADEIRAS 1 CONJUNTOS DE LOUÇAS 1 CONJUNTOS DE LOUÇAS 1 CONJUNTO DE LOUÇA MESA INXOX/ LAVAT. MESA INOX/ ARMÁRIO/LAVT. BALCÃO/ ARMÁRIO/LAVT. BALCÃO/ ARMÁRIO/LAVT. BALCÃO/ ARMÁRIO BALCÃO/ ARMÁRIO TANQUE PIA/LAVATÓRIO/EXPURGO BANCADA/PIA/MICROONDAS 1 CONJUNTO DE LOUÇA 1 CONJUNTO DE LOUÇA

2.1 URGÊNCIA/EMERGÊNCIA

SALA DE EMERGÊNCIA

1 MESA INOX

2.2 INTERNAÇÃO

TOTAL CONSTRUÍDO

INTERNAÇÃO / PEDIATRIA

4905,27

2.3 DIAGNÓSTICO

SALA DE COLETA

LEGENDA

ÁREA P/ CLASSIF. E DISTR. DE AMOSTRAS

LABORATÓRIO DE ANÁLISE ENDOSCOPIA ECOCARDIOGRAMA ULTRASSOM RAIOS-X SALA DE LAUDO SALA DE IMPRESSÕES NECRÓPSIA

CENTRAL DE SERVIÇOS AMBIENTE SETOR PÚBLICO ATENDIMENTO/INFORMAÇÕES SETOR DE SERVIÇOS SALA DE AULA DEP. DE RESÍDUOS CENTRAL

DML CENTRAL BANHEIRO PNE VEST./ FUNC.MASC. VEST./ FUNC.FEM. REFEITÓRIO SETOR ADMINISTRATIVO ALMOXARIFADO FARMÁCIA CENTRAL RECEBIMENTO DE RAÇÃO GUARDA EQUIPMAENTOS DE EVENTOS

SALA ADMINISTRATIVA SALA DE REUNIÕES

CONTROLE DE

RDC 50

ESTABELECIMENTOS

20

1,3 / PESSOA

10

14,26

1

_________ 12 8 _________ 9 9 40

26 _________ _________ 3,2

100

_________ _________ _________ _________ _________ _________ _________

30,75 37,52 9,94 5,28 25,89 25,89 71,84

1 1 1 1 1 1 1

2,5/ PESSOA 0,6/ LEITO _________ _________ 5,5/PESSOA 2,0/ PESSOA

_________ _________ _________ _________ _________ _________

19,2 12,25 11,54 11,04 22,87 19,23

1 1 1 1 1 1

ZOONOSES

12 _________ 12 _________ 15 30

0,5/ PESSOA 0,5/ PESSOA

VETERINÁRIOS

PROPOSTA QUANTIDADE ÁREA TOTAL(m²)

14,26 14,26 207,11 30,75 37,52 9,94 5,28 25,89 25,89 71,84 96,13 19,2 12,25 11,54 11,04 22,87 19,23

EQUIPAMENTOS MESA/COMPUT./CADEIRAS CADEIRAS

SETOR CENTRO CIRÚRGICO SALA DE ESTERILIZAÇÃO ESCOVAÇÃO

ARMÁRIO/ COMPUT. ARMÁRIO ARMÁRIO ARMÁRIO MESA/ COMPUTADOR MESA DE REUNIÃO

RECUPERAÇÃO

_________ _________ 12 _________ _________ _________ _________ 9 9 _________ 2 8 9 _________

POSTO DE ENFERMAGEM E PRESCRIÇÃO SALA DE GAURDA E PREPARO DE ANESTÉSICOS

BANHEIRO FUNC. MASC. BANHEIRO FUNC. FEM. BANHO/TOSA DML GUARDA DE EQUIPAMENTOS COPA ESTAR - FUNCIONÁRIO SETOR DE SERVIÇOS GUARDA DE EQUIPAMENTOS DEPÓSITO TEMPORÁRIO DE RESÍDUOS

ESTAR - MÉDICO VET.

CIRCULAÇÃO TOTAL

4 4

SALA DE UTILIDADES SALA CIRÚRGICA SALA DE PARTO ANTECÂMERA (VESTIÁRIO DE BARREIRA)

PONTO D'ÁGUA 1 CONJUNTO DE LOUÇAS 2 CONJUNTOS DE LOUÇAS 2 CONJUNTOS DE LOUÇAS

18

CONFORME EQUIPAMENTO

6 6

MÍNIMO 2 MACAS MAIS ÁREA DE MANOBRA DESTA

_________

11,97

1

11,97

4 20 20 3 2 4 0,5/ PESSOA 0,5/ PESSOA _________ 2 4 2,6 1,3/PESSOA

_________ 10 _________ 4 _________ _________ _________ _________ 4 _________ _________ _________ _________

6,27 24,22 19,6 7,41 7,99 5,11 4,86 4,86 10,26 2 4 5,32 10,26

1 2 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1

8 _________ _________

4 2 5

_________ 1 _________

4 9,24 10,53

1 1 1

6,27 48,44 19,6 7,41 7,99 5,11 4,86 4,86 20,52 2 4 5,32 10,26 23,77 4 9,24 10,53

CONTROLE DE

RDC 50

SETOR PÚBLICO AGILITY PLAYGROUD INFANTIL ACADEMIA AO AR LIVRE ÁREA DE EVENTOS SANITÁRIO PUB. MASC SANITÁRIO PUB. FEM. SANITÁRIO PNE

CONTROLE DE ZOONOSES

_________ _________ _________ _________ 6 6 _________

RDC 50 _________ _________ _________ _________ 1,7 / 6 PESSOAS 1,7 / 6 PESSOAS

3,2

ESTABELECIMENTOS

VETERINÁRIOS _________ _________ _________ _________ _________ _________ _________

1 200 150 50 200 16,38 16,38 3,3

1 1 1 1 1 1 2

439,36 1 200 150 50 200 16,38 16,38 6,6

EQUIPAMENTOS

BRINQUEDOS APARELHOS DE GINÁSTICA BANCOS 4 CONJUNTO DE LOUÇA 4 CONJUNTO DE LOUÇA UM CONJUNTO DE LOUÇA

AMBIENTE SETOR PÚBLICO RECEPÇÃO E ESPERA SANITÁRIO PUB. MASC. SANITÁRIO PUB. FEM. SANITÁRIO PNE SETOR ATENDIMENTO ATENDIMENTO/ ENTREVISTA GATIL INDIVIDUAL QUARENTENA

GATIL INDIVIDUAL DEPÓSITO DE RAÇÃO GATIL

19,05 458,41

CANIL INDIVIDUAL QUARENTENA DEPÓSITO DE RAÇÃO QUARENTENA

CANIL INDIVIDUAL CANIIL COLETIVO DEPÓSITO DE RAÇÃO CANIS SETOR DE SERVIÇOS DML COPA

ZOONOSES

20 6 6 _________

1,3 / PESSOA

ESTABELECIMENTOS

VETERINÁRIOS

PROPOSTA QUANTIDADE ÁREA TOTAL(m²)

3,2

10 _________ _________ _________

_________ _________ _________ 12 _________ 12 4,6 _________ 12

_________ _________ _________ _________ _________ _________ _________ _________ _________

_________ _________ _________ _________ _________ _________ 1 _________ _________

7,84 11,39 11,39 9,86 11,13 12,8 15,76 56,78 17,16

1 4 10 1 5 1 15 1 1

2 9

2 2,6

_________ _________

2,32 4,13

1 1

1,7 / 6 PESSOAS 1,7 / 6 PESSOAS

20,85 2,25 2,25 3,3

1 1 1 1

CIRCULAÇÃO TOTAL

CIRCULAÇÃO TOTAL

BANCADA/ PIA/ LAVT. TORNEIRAS GAIOLAS/ CANIL

1 MESA CIRÚRGICA 1 MESA CIRÚRGICA COMPUT./ BANCADA/LAVAT. BANCADA/LAVAT. 1 CONJUNTO DE LOUÇA 1 CONJUNTO DE LOUÇA TANQUE DE BAHO/ BANCADA

TANQUE/ARMÁRIO TANQUE/ CONTAINER CAMA/ MESA/TV

CONTROLE DE ZOONOSES

RDC 50

ESTABELECIMENTOS

VETERINÁRIOS

_________

_________

_________

46,06

3

2 2

1 _________ _________ _________ _________

4,37 3,3 2,81 2,81 5,39

1 1 1 1 1

1,7 / 10 PESSOAS

2,6

EQUIPAMENTOS MESA/COMPUT./CADEIRAS 1 CONJUNTO DE LOUÇA 1 CONJUNTO DE LOUÇA 1 CONJUNTO DE LOUÇA MESA/ COMPUT. COMEDOURO/BEBEDOURO COMEDOURO/BEBEDOURO

TANQUE/ARMÁRIO COMEDOURO/BEBEDOURO

TANQUE/ARMÁRIO COMEDOURO/BEBEDOURO COMEDOURO/BEBEDOURO (10 ANIMAIS)

TANQUE/ARMÁRIO

TANQUE BANCADA/PIA/MICROONDAS

CREMATÓRIO PROPOSTA QUANTIDADE ÁREA TOTAL(m²)

_________ 2 9 8 9

1,7 / 10 PESSOAS

28,65 20,85 2,25 2,25 3,3 555,95 7,84 45,56 113,9 9,86 55,65 12,8 236,4 56,78 17,16 6,45 2,32 4,13 7,12 598,17

COMÉRCIO SETOR PÚBLICO BOXES COMERCIAIS SETOR DE SERVIÇOS DEPÓSITO DE RESÍDUOS DML SANIT./ FUNC.MASC. SANIT./ FUNC.FEM. COPA

MESA INOX/CÂMARA FRIA

ABRIGO DE ANIMAIS PROPOSTA QUANTIDADE ÁREA TOTAL(m²)

CIRCULAÇÃO TOTAL

AMBIENTE

EQUIPAMENTO EQUIPAMENTO EQUIPAMENTO COMPUT./MESA/IMPRESSORA

46,56 364,06

PARQUE AMBIENTE

BANCADA/ GELAD./ARMÁRIO BANCADA/PIA/MESA INOX/ APARELHO

138,18 138,18 18,68 4,37 3,3 2,81 2,81 5,39 12,22 169,08

EQUIPAMENTOS

TANQUE/ CONTAINER TANQUE 1CONJUNTO DE LOUÇAS 1 CONJUNTO DE LOUÇAS BANCADA/PIA/MICROONDAS

AMBIENTE SETOR PÚBLICO RECEPÇÃO E ESPERA/LOJA SANITÁRIO PUB. MASC SANITÁRIO PUB. FEM. SANITÁRIO PNE SETOR ATENDIMENTO ATENDIMENTO SALA DE VELÓRIO SALA DE CREMAÇÃO SETOR DE SERVIÇOS DEPÓSITO DE RESÍDUOS DML SANIT./ FUNC.MASC. SANIT./ FUNC.FEM. COPA GUARDA CARRINHOS DE CORPOS

CÂMERA FRIA CIRCULAÇÃO TOTAL

CONTROLE DE ZOONOSES

20 6 6 _________ _________ _________ _________ _________ 2 9 8 9 _________ _________

RDC 50 1,3 / PESSOA

ESTABELECIMENTOS

VETERINÁRIOS

PROPOSTA QUANTIDADE ÁREA TOTAL(m²)

3,2

10 _________ _________ _________

34,17 3,63 3,63 3,3

1 1 1 1

_________ 15 _________

_________ _________ _________

9,81 21,8 34,89

1 1 2

2 2

1 _________ _________ _________ _________ _________ _________

4,9 2,45 3,13 3,13 6,27 2,57 13,68

1 1 1 1 1 1 1

1,7 / 6 PESSOAS 1,7 / 6 PESSOAS

1,7 / 10 PESSOAS 1,7 / 10 PESSOAS

2,6 _________ 14

44,73 34,17 3,63 3,63 3,3 101,39 9,81 21,8 69,78 36,13 4,9 2,45 3,13 3,13 6,27 2,57 13,68 34,39 216,64

EQUIPAMENTOS MESA/COMPUT./CADEIRAS 1 CONJUNTO DE LOUÇA 1 CONJUNTO DE LOUÇA UM CONJUNTO DE LOUÇA MESA/ COMPUT. POLTRONAS/ CAFÉ

TANQUE/ CONTAINER TANQUE 1 CONJUNTO DE LOUÇAS 2 CONJUNTO DE LOUÇAS BANCADA/PIA/MICROONDAS CÂMARAS FRIAS


ESTUDOS

O projeto teve seu desenvolvimento através de maquetes físicas e eletrônicas e croquis. Nas imagens a seguir vemos o desenvolvimento da implantação e as primeiras ideias em relação à marquise.

Imagem 1: Maquete física. Imagem 2: Estudo de implatação. Imagem 3: Estudo da marquise. Imagem 4: Estudo da marquise. Imagem 5: Maquete eletrônica com vista superior. Imagem 6: Maquete eletrônica com volumes. Imagem 7: Maquete eletrônica com marquise.

51


OBJETO memorial implantação plantas cortes elevações DETALHES perspectivas

memorial justificativo e descritivo

O projeto arquitetônico do complexo para animais na cidade de Ribeirão Preto contempla vários usos a fim de atender cães e gatos com diferentes necessidades e fazer com que a relação entre eles e o homem seja saudável e que ambos possam ter uma área de lazer. O projeto contempla um hospital veterinário, com cinco consultórios, três salas cirúrgicas, sendo uma especial para partos, internação e salas de exames, como raios-x, ultrassom, endoscopia e eletrocardiograma; abrigo para animais abandonados, separados em canis e gatis, tendo capacidade para abrigar 30 cães e 14 gatos; parque com área de agility, espaço para eventos, academia ao ar livre, playground e é aberto para comerciantes ambulantes que são moradores do entorno; haverá o crematório para animais, com estrutura adequada para cremação e um espaço de velório; comércio com três boxes para alugar, podendo ser pet-shop, sorveteria, entre outros usos. O projeto visa além de proporcionar bem-estar aos animais e oferecer lazer à população de Ribeirão Preto, também pretende atrair visitantes com diversas possibilidades de uso e aproximá-los dos animais disponíveis

para adoção e conscientizando-os sobre o abandono de tal forma que as adoções sejam feitas de forma responsável e com planejamento. Implantação Os edifícios foram dispostos de acordo com os acessos necessários para cada tipo de uso, de forma a facilitar a chegada de usuários e carregamentos, assim como também não gerar conflitos entre veículos e pedestres. Esses edifícios tiveram seus programas dispostos em fita a fim de melhor aproveitar a iluminação e ventilação natural. O abrigo possuí a parte de atendimento aos visitantes, sendo esta mais próxima ao estacionamento e possuindo a fachada voltada para os canis e gatis em vidro para ter contato visual com estes. Já os canis e gatis ficam mais ao centro do terreno a fim de preservar os animais dos ruídos do entorno, assim como reservar o entorno dos latidos. Essa parte foi dividida em canis individuais, canil coletivo, canis de quarentena, gatis individuais e gatis de quarentena. Os canis e gatis de quarentena ficam mais próximos ao hospital para facilitar o atendimento, já que abriga animais que ainda estão em observação ou se recuperando de alguma lesão antes de poderem ser adotados.


Os canis e gatis são em fitas com orientação leste-oeste, favorecendo o sol da manhã. A fachada oeste será fechada com venezianas ventiladas, a fim de manter uma ventilação, mas sem receber a insolação e também para tirar o contato visual com o canil ou gatil a frente, diminuindo o estresse entre os animais. O hospital foi disposto em fita formando a letra L, permitindo futuras ampliações. A edificação possui uma fachada voltada para Rua Takashi Skimono (com diretriz viária para avenida parque) e uma fachada para a via proposta no projeto. A entrada, com a recepção e sala de emergência fica na via proposta, bem perto do estacionamento, facilitando a chegada dos usuários. Na parte da recepção, o fechamento é todo de vidro criando contato visual com o exterior e a ideia é de que as pessoas com seus animais possam esperar do lado de fora também. Ainda na parte da espera, foram criadas duas áreas com um vidro no meio, separando cães e gatos de forma a diminuir o estresse entre eles, e os consultórios foram divididos também, sendo três para cães e dois para gatos, assim, não ficando odores nas salas que possam deixar o animal agitado. O crematório, devido ao caráter do serviço, fica mais reservado em relação aos demais edifícios.

Sua entrada também fica para a via proposta, mas esta é acessada pela Rua Sindicalista Luís Antônio Corrêa. A recepção e a sala de velório possuem fechamento todo em vidro, proporcionando contato visual com o exterior, o que pode ajudar a deixar o ambiente com um aspecto mais leve para a pessoa que se encontra ali e que estará em uma situação triste.

acompanhados com seus donos, quanto os que ainda estiverem para adoção, sendo levados pelos funcionários ou até mesmo pela pessoa que pretende adotá-lo. Como o projeto contempla diversos usos, haverá um grande número de funcionários e fluxo de material, assim foi criado o edifício de serviços, estando perto do hospital e abrigo, que são os usos que mais necessitarão dessa parte e fica perto do estacionamento, não gerando fluxos de veículos que farão descarregamento de material dentro do parque. Essa parte de serviço conta com depósito de ração, farmácia central, almoxarifado, e a partir daqui são distribuídos aos demais edifícios. Aqui se encontra também a parte administrativa e os vestiários e refeitório para funcionários, este último possuindo contato visual com o parque e com os canis e gatis, oferecendo um local mais agradável para os funcionários e também os aproximando dos animais para adoção.

A parte comercial são boxes para alugar e também os food-trucks e comerciantes ambulantes, atraindo usuários para o parque e oferecendo um espaço que a população do entorno possa se beneficiar economicamente. Essa parte tem acesso pela Rua Takashi Skimono (com diretriz viária para avenida parque) e pela Rua Antônio Carlos de Pádua Rinhel (com diretriz viária para parque linear), gerando maior tráfego de veículos nessa parte e consequentemente a visibilidade do projeto. Os usos específicos do parque são o agility, área de eventos, academia ao ar livre e playground. O agility fica perto dos canis e gatis para ficar mais reservado também aos ruídos do entorno e o restante fica próximo à avenida parque, de forma a ficar mais visível e atrair visitantes.

Para integrar as edificações pensouse em uma grande marquise modular em forma de hexágono, sendo uma geometria que permite várias faces de encaixe, gerando flexibilidade ao projeto, que pode aumentar ou diminuir conforme necessário, e uma estética diferenciada, atraindo atenção ao parque, ao mesmo

O agility também será uma praça para animais, sendo um espaço para eles brincarem, tanto os que vierem 53


tempo em que não é uma forma antieconômica na sua execução, já que será reproduzido em série. Todos os edifícios, exceto os canis e gatis possuem orientação sudeste - noroeste, a fim de ter um diálogo com a forma da marquise e esta serve também como anteparo para as fachadas com maior incidência solar. As edificações foram dispostas também de forma mais espraiada, a fim de ter uma maior ocupação do terreno e estimular os visitantes a caminharem por todo o parque e conhecer tantos os animais, como também os serviços disponíveis alí.

natureza e à cidade.

independentes em relação à marquise, assim criando uma laje técnica entre a

Estrutura O

projeto

edificação e a marquise. possui

como

sistema

estrutural o aço, sendo a marquise composta por módulos de vigas em perfil tubular retangular, no quais formam os hexágonos (ver página 49), sendo sustentada por pilares também em perfil tubular retangular. Os edifícios possuem o sistema estrutural em steel frame, sendo perfis metálicos que recebem

Para as edificações se encaixarem entre os pilares da marquise, pensou-se em um hexágono com medida de um círculo de quatro metros de diâmetro, gerando vãos entre os pilares que variam de 6 à 12 metros, assim encaixando-as nos nós de encontro dos módulos que formam o hexágono.

placas cimentícias do lado externo e

As áreas cobertas da marquise serão

placas de gesso do lado interno, e são

com as vigas metálicas recebendo

O projeto é organizado em três cotas de níveis de forma que não haja desníveis em relação à calçada, fazendo com que esta seja uma continuação do parque. Entorno A ligação do projeto com o entorno é em relação a proporcionar lazer para a população, recuperar uma área que até então estava degradada, e ter conexão com a escola infantil e a creche existente ao lado do terreno. Em relação às escolas, foi pensado a substituição de parte do muro que faz divisa entre os terrenos por gradis com portões, criando acesso direto entre os dois usos e criando um contato visual, trazendo as crianças para o parque e para um contato mais próximo aos animais, à

Imagem 1: Esquema de montagem do steel frame. Fonte: ebah. com.br Imagem 2: Esquema de montagem do steel deck. Fonte: BRsteelframe. com.br


cobertura em steel deck, sendo uma

ideia do módulo, criou-se um retângulo

também

forma metálica que recebe uma camada

de 1,10mX1,10m, que se repete em

menores, e sendo responsável por

de concreto por cima.

todos os edifícios, podendo criar janelas

fazer a transição entre pavimento e

altas, baixas ou planos inteiros de vidro,

vegetação (grama).

A escolha do sistema estrutural, sendo o aço, steel frame e o steel deck, se deu por serem sistemas pré-fabricados, o que acelera a obra e diminui problemas em relação à execução, são sistemas leves, permitindo uma fundação leve, como o radier, e consequentemente mais barata e também são mais fáceis de readequação em caso de ampliação. Aberturas Em relação às aberturas, seguindo a

sem gerar conflito visual para a estética

Onde

do edifício quando houver sanitários e

por

lajotas

grama

e

hexagonais

o

piso-grama

haverá árvores de grande porte, como

criando uma unidade visual entre as

sibipiruna, pau-mulato e ipês, sendo

diferentes edificações.

espécies propícias para a região de

Pavimentação e paisagismo

Ribeirão Preto, e de forma a dialogar com a marquise devido à suas alturas,

A ideia do projeto é que não se crie

criando grandes áreas de sombra e

caminhos fixos e dê a sensação de

sem gerar conflitos com os animais que

continuidade, assim como a marquise.

poderiam comer as vegetações caso

Com isso, a pavimentação será em

estas fossem de pequeno porte.

lajotas de concreto de forma hexagonal,

Mobiliário

e piso grama, sendo estes formados

Os pilares da marquise são iluminados de forma a deixar o parque propício ao uso também no período da noite, agregando valor e segurança à área. O mobiliário possuí assento e lixeira com saquinho para recolhimento das fezes do animal e também haverá poste com uma iluminação mais focada, demarcando as áreas de estadia. Abaixo do assento do mobiliário tem uma torneira para os animais beberem água. Essa torneira será aberta e fechada pelo próprio dono do animal para assim haver um controle da água

Imagem 1: Referência de pavimentação. Fonte: valeriofranzone. com

e não atraindo outros tipos de animais, como insetos. Água pluvial Como o terreno é plano e está próximo

Imagem 2: Referência de pavimentação. Fonte: pinterest.com

ao córrego Ribeirão Preto há uma possibilidade de alagamento durante

55


fortes chuvas. Assim, a área do agility será usada também como lagoa de contenção caso ocorra grandes chuvas. Essa área será com grama e um metro abaixo da onde será implantado e esse desnível, além de criar a lagoa ajuda no controle dos animais quando estes estiverem soltos nessa parte. Monocromia Apesar dos cães e gatos enxergarem determinado tons de cores, estes podem gerar profundidades no espaço que os confudem, sendo assim, para um melhor bem-estar deles, o projeto é monocromático, usando tons de cinza e branco, já que tons de cinza, preto e branco, não causam essas distorções, não gerando confusão ótica nos animais e

consequentemente

diminuindo

o

estresse deles. Com

este

projeto,

pretende-se

proporcionar um espaço adequado para a relação entre homem e animal de forma equilibrada, respeitando as necessidades e o bem-estar de cães e gatos e conscientizar as pessoas sobre o abandono e sobre os cuidados necessários à estes animais de forma que eles sejam tratados com respeito, carinho e responsabilidade.


AcEsso HOSPITAL VETERINÁRIO SERVIÇOS Abrigo dE ANiMAis

B'

C'

1

AcEsso CREMATÓRIO

E

tENt

A' 2

A

AcEsso priNcipAl PARQUE COMÉRCIO

olA

Esc NtE

stE

Exi

lA Esco

E

tENt

Exis

Exis tENt E

implantação 0

6

12 M

IMPLANTAÇÃO

C

Esco lA

Exis

B

lA Esco



0

6

12 M

PLANTAS

Planta Baixa



abrigo

PLANTAS

P lanta Localização



A

A'



A

A'



estudo solar dos canis e gatis

A

P lanta Baixa

A'

LEGENDA 6 horAs 9 horAs 10 horAs 11 horAs MANchA solAr

S eção AA'



P lanta Localização

A'

P lanta Baixa

PLANTAS hospital

A



P lanta Baixa

S eção BB'



P lanta Baixa

crematório

A

P lanta Localização

PLANTAS

A'



A'

A

P lanta Baixa

S eção AA'



P lanta Localização

P lanta Baixa

PLANTAS serviços

P lanta Baixa



P lanta Localização

P lanta Baixa

PLANTAS parque

P lanta Baixa



P lanta Localização

comércio

P lanta Baixa

PLANTAS

P lanta Baixa



C orte AA'

CORTES

C orte BB'



VISTAS

v ista 2



A'

A

cobertura

S eção AA'

DETALHES

C obertura



estrutura

Estrutural

DETALHES

Estrutural



A

A'

1

S eção AA'

mobiliário

v ista 01

DETALHES

P lanta B aixa



PERSPECTIVAS

Imagem 1: Perspectiva com vista do comércio com foodtrucks Imagem 2: Perspectiva com vista do crematório. Imagem 3: Perspectiva da área do agility.

93


Imagem 1: Perspectiva com vista para o canil coletivo. Imagem 2: Perspectiva com vista da entrada do hospital.


Imagem 1: Perspectiva da recepção do hospital. Imagem 2: Perspectiva do mobiliário do parque. Imagem 3: Perspectiva do gatil individual.

95


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Universal

dos



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