Pantsir para o Brasil, o fim da novela

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PANTSIR para o Brasil, o fim da novela. ­ Noticias Infodefensa América

AMÉRICA | Defensa Infodefensa noticiou em outubro de 2015 o cancelamento dessa compra.

PANTSIR para o Brasil, o fim da novela.

14/02/2017 | São Paulo

Roberto Caiafa

Em outubro de 2015, um documento publicado no Diário Oficial da União (publicação do Governo Federal) informava sobre o cancelamento dos fundos ou recursos destinados para estudar, avaliar ou testar o sistema de defesa antiaéreo Pantsir, fabricado pela KBP Instrument Design Bureau . Então uma sugestão de aquisição "governo a governo", essa compra começou a definhar com a deposição do governo Dilma Rousseff, e a nota publicada na revista semanal VEJA há alguns dias reconfirmou e o cancelamento da compra, algo noticiado por Infodefensa ao final de 2015. Na ocasião, Infodefensa demonstrava a insatisfação das Forças Armadas brasileiras com uma escolha de cunho unicamente político e que, entre outros óbices, traria consigo desvantagens estratégicas como a falta de transferência de tecnologias associadas (especialmente dos códigos IFF, guiamento dos mísseis e integração/transmissão de dados entre posto de comando e bateria de mísseis). A compra de um sistema "caixa preta" com acentuada dependência do fornecedor, uma empresa baseada em um País alvo de sérias sanções diplomáticas e econômicas por parte da comunidade internacional(e que ainda continuam), também foi outro fator de risco considerado. Como Infodefensa questionou a época, o sistema Pantsir não atendia a questão da aerotransportabilidade, sendo baseado em caminhão 8x8 pesado, o que o tornava incapaz de ser embarcado em navios da Marinha do Brasil ( O Corpo de Fuzileiros Navais poderia ser um dos usuários) ou nos transportes da Força Aérea Brasileira. Até mesmo seu deslocamento por terra, em autoestradas, se tornaria um problema devido ao seu peso, massa concentrada e tamanho avantajado. Portanto, para o Exército Brasileiro, envolvido com o Projeto Estratégico Defesa Antiaérea, o Pantsir era uma carta fora do baralho. Desde o início, ficou claro que os militares brasileiros nunca desejaram o sistema Pantsir. A época, os comentários nos corredores do Ministério da Defesa apregoavam que sistemas mais capazes (e pesados) como o S­400 ou o novíssimo S­500 é que deveriam ser analisados, em caso da compra de material de origem russa se concretizar. Na atualidade, o PEE Defesa Antiaérea anota entregas de mísseis SAAB RBS 70 V/SHORAD, blindados SPAAG KMW Gepard IA2, novas unidades de MANPADS IGLA­S e algumas ações pontuais de recuperação do cansado material de tubo em 40mm e 35mm. Para a faixa de média altura, diferentes empresas brasileiras, associadas com parceiros estrangeiros desenvolvem sistemas antiaéreos que apresentam como principais características a transportabilidade pelo ar, modularidade de componentes, radar sólido do tipo AESA associado com sistemas de guiamento conectados através de link digital robusto e protegido, e mísseis de alto desempenho, compactos e preparados para disparo a frio direto de sua rampa de http://infodefensa.com/latam/noticias.php?noticia=22047&previo=1

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desempenho, compactos e preparados para disparo a frio direto de sua rampa de lançamento vertical, usando tanto tecnologia IR matriz ativa de 5ª geração quanto guiamento terminal autônomo radar com atualização do meio curso por link de dados digital. Um dos gargalos técnicos do PEE Defesa Antiaérea é o estabelecimento de um sistema IFF nacional, análogo ao sistema MOD 4 Alfa (ainda usado na atualidade) e a integração em alto nível de sistemas provenientes de fornecedores diferentes. Supondo que o radar adotado seja o M200 da BRADAR, em testes desde o início de 2015, esse sensor deverá ser capaz de "interrogar" seus alvos usando o IFF nacional, analisar as respostas, classificar os alvos, e fornecer as soluções de tiro usando um complexo sistema de link digital criptografado unificado para transmitir essas informações as baterias de tiro. Os atuais sistemas de comunicação de dados militares como o Link 2BR da Força Aérea ou o SISCOMIS, usado pelo Exército, não conversam entre si, e deverão sofrer uma readequação assim que o sinal do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações estiver disponível, tornando factível as três forças falarem com o COMDABRA (Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro) com segurança e agilidade. Sem essas capacidades, o desenvolvimento e compra de qualquer sistema de defesa antiaérea estaria comprometido, relevando­o a simples defesa pontual de alguns poucos alvos de maior valor de forma ineficiente e incompleta. Veja a seguir a íntegra da nota publicada por Infodefensa em 13 de outubro de 2015 Segundo documento publicado pelo Governo Federal, a compra do sistema de artilharia antiaérea móvel sobre rodas Pantsir, orçada em mais de meio bilhão de reais, pode estar definitivamente cancelada. Apesar das pressões diplomáticas da Rússia e das muitas conversas entre os dois governos, na recente visita da mandatária brasileira a Moscou, a compra do Pantsir, em negociação há mais de dois anos, parece ter chegado ao fim sem o fechamento de um contrato. Com o apertado calendário dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio se aproximando, acreditava­se na possibilidade do sistema russo ajudar a prover a proteção de média altitude nas principais instalações olímpicas na cidade, trabalhando em conjunto com canhões antiaéreos autopropulsados de 35 mm KMW Gepard e Manpads de curto alcance na faixa de baixa altura. De fato, dentro das próprias Forças Armadas brasileiras, a ideia da compra do Pantsir nunca foi recebida de forma entusiástica. O Exército vem trabalhando em um sistema de média altitude com radares de busca/aquisição e guiamento de concepção nacional (BRADAR) voltado para um míssil com sistema de lançamento com emprego de rampa vertical e ignição a frio, bem diferente do conceito russo. Assim, o Exército Brasileiro consolidou primeiro as suas capacidades de baixa altura adquirindo novos MANPADS RBS 70 NG da SAAB, já que o míssil sueco oferece habilidades que o tornam perfeito para a proteção de zonas críticas em áreas urbanas, especialmente em grandes eventos. O esforço no desenvolvimento de um modelo de artilharia antiaérea míssil de média altitude brasileiro em momento algum concebeu o produto Pantsir como viável ou desejável. A Avibras Aeroespacial, empresa estratégica de defesa líder em motorização de mísseis, propelentes sólidos e sistemas de artilharia, através de seu presidente, Sami Hassuani, deixou clara essa visão na Eurosatory 2014, quando declarou “Não vejo o Pantsir como parte do sistema integrado de defesa antiaérea que está sendo pensado nesse momento, trata­se de uma compra governo­a­governo de cunho político do qual nada poderemos extrair ou aprender, industrialmente falando. De fato, o Pantsir, se adquirido, terá uma participação nacional restrita ao veículo 8×8, com duas opções montadas no País (MAN 8×8 e Iveco 8×8), e alguma coisa de integração de sistemas de softwares e códigos de protocolos operacionais”. Marinha e Força Aérea brasileiras, envolvidas sem seus próprios programas como o PROSUB e FX­2, também não desejam o sistema. De fato, a Marinha do Brasil acaba de escolher o CAMM Sea Ceptor, da MBDA, como seu míssil antiaéreo para as corvetas da Classe Tamandaré, um sistema míssil com rampa vertical de lançamento e ignição a frio. A FAB, preocupada com os atrasos verificados no desenvolvimento final e industrialização dos mísseis binacionais ar­ar Mectron/Denel A­Darter, encomendou o IRIS­T, de capacidades similares, a Diehl Defence, empresa europeia que vem sistematicamente oferecendo ao Brasil o seu novo IRIS­T SL (Surface Launched), mais um sistema míssil de defesa antiaérera que utiliza rampa vertical de lançamento e ignição a frio. O documento A Medida Provisória nº 697 determina o cancelamento de empenho no valor de R$ 1,8 milhão, sinal (entrada) para a aquisição de parte do equipamento, avaliado em mais de meio bilhão de reais. Na rubrica 05.572 o registro é bem claro: CANCELAMENTO (em caixa alta) no item ‘Projeto de Defesa Nacional’ no valor previsto para ‘sistema de defesa antiaérea’. Imagens: Plínio Lins/Infodefensa/DOU © Information & Design Solutions, S.L. Todos los derechos reservados. Este artículo no puede ser fotocopiado ni reproducido por cualquier otro medio sin licencia otorgada por la empresa editora. Queda prohibida la reproducción pública de este artículo, en todo o en parte, por cualquier medio, sin permiso expreso y por escrito de la empresa editora.

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