Editorial
I T had a dream...
odo mundo tem um sonho. A dimensão chega a ser surreal, inconcebível, impossível. O campo das ideias é tão fértil que assusta. Mas é um campo que deve ser explorado. Aí, o sonho de torna real. Seus medos foram colocados em segundo plano – ou descartados –, a vida ficou mais fácil, até respirar ficou mais simples. Coração batendo mais forte, arrepios, friozinho na barriga... Neste sentimento que estamos aqui, na edição Nº 50, feita com toda dedicação e pensando simplesmente no que apresentar ao leitor. Grandes novidades, promoções e uma infinidade de informação que trazemos para todos. Queremos que aproveite ao máximo esta edição especial e confira a coletânea que produzimos especialmente para os nossos leitores. Muito obrigado. Sem vocês não estaríamos aqui!
Table of Contents 06 - Nova Coluna - Lapada 09 - Coluna - Doomal 13 - News - World Metal 17 - Entrevista - Riccardo Veronese 22 - Diรกrio de Bordo - Black Sabbath 26 - Review - Monsters of Rock 32 - Capa - Sepultura 44 - Entrevista - Instincted 48 - Nova Coluna - Movie 51 - Entrevista - Sodoma 54 - Entrevista - Hiscos
Direção Geral
Pei Fon
Revisão
Katherine Coutinho Rafael Paolilo
Capa
Alcides Burn
Diagramação Pei Fon Conteúdo Breno Airan Daniel Lima Colaboradores Agradecimentos
Canuto Jonanthas Ellen Maris Mauricio Melo (Espanha) Sandro Pessoa Wildred Gadelha Alexandre Afonso Charley Gima
CONTATO Email: contato@rockmeeting.net Facebook: Revista Rock Meeting Twitter: @rockmeeting Veja os nossos outros links: www.meadiciona.com/rockmeeting
De quem Q
uando, há alguns meses, a amiga Pei Fon me convidou para escrever uma coluna na Rock Meeting, eu aceitei imediatamente. Mas depois me perguntei: sobre o que eu escreverei? Tá bem, eu escrevo sobre metal desde 1990 e assunto nunca vai faltar. Nunca. O aspecto que me deixou inicialmente preocupado, é que, nunca houve tanta notícia sobre metal. São milhares de sites, blogs, colunas, textos, vídeos, podcasts e por aí vai. Muita informação. Talvez, em excesso, mas isso é uma outra questão. De modos que me lembrei na hora de escrever este texto de um debate que participei no dia 17 outubro. O pessoal do festival No Ar Coquetel Molotov, evento que completou a décima edição no mês passado, me convidou para discutir a cena pernambucana junto a Mathias Canudo (guitarrista do Desalma) e Alcides Burn (designer, vocalista do Inner Demons Rise e dono da The Burn Productions). Entre os assuntos que conversamos, um, eu gostaria de explorar mais a fundo: a presença (no caso, a ausência) do público nos eventos mais recentes.
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Há alguns anos, a reclamação geral era que os shows locais não eram prestigiados pelo público local. Uma cena que conta com nomes como Decomposed God, The Ax, Malkuth, Terra Prima e Cruor, só para citar os mais antigos, estava sofrendo com audiências pequenas. Mas os shows de bandas do Sudeste e de fora do Brasil sempre tinham bastante público. De uns dois anos para cá, a coisa se ampliou. Não só os eventos locais estavam vazios. Gradativamente, você via que bandas de São Paulo também tocavam para
é a culpa?
Foto: Pei Fon
Público compareceu em massa no primeiro show do Destruction em janeiro, no Recife. O que não aconteceu na sua segunda passagem, em setembro.
ninguém. E notamos, infelizmente, este ano que o fenômeno chegou aos nomes estrangeiros. Só neste ano, tivemos no Recife shows de bandas como Skull Fist, Enforcer, Destruction (duas vezes), Circle II Circle, Legion of the Damned e Vader. À exceção do primeiro show do Destruction, em janeiro, e do Abril Pro Rock (que teve Sodom, Krisiun e Dead Kennedys), todos os outros eventos deram prejuízo. Agora a pergunta: por que isso está acontecendo? De quem é a culpa? Das bandas?
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Dos produtores? Do público? Em minhas conversas e pesquisas, a reclamação geral é com o público. Mas, em minha opinião, é quem menos tem culpa. Para mim, o que há de errado é a maneira como se está comunicando com quem frequenta os shows. É um assunto complexo e, muito provavelmente, vai voltar à coluna Lapada. Vai, porque, ou ele se resolve de uma maneira ou de outra. Mais importante: sem público, não se faz metal. Até o mês que vem.
Apocalyptichaos
Por Mirella Max (HellArise) Fotos: Fabio Braga
Doomsday Fest - Resenha Como a grande maioria das pessoas sabem, o doom metal não é dos subgêneros mais populares da música pesada. Mas isso não impediu de forma alguma o sucesso do primeiro Doomsday Fest, evento que reuniu cinco excelentes bandas do gênero na noite do último dia 12 de outubro. Cheguei ao Arena Metal às 22h, horário em que estava previsto o inicio do evento, e a casa ainda estava relativamente vazia. Claramente havia um atraso na programação, coisa que já virou de praxe em eventos do tipo. O que surpreendeu, no entanto, foi a quantidade de pessoas que começaram a chegar no local. Logo o espaço do Arena, que não é pequeno, se encontrava quase todo ocupado. Com aproximadamente uma hora de atraso por conta de problemas técnicos e o
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tempo de setlist reduzido, a Lúgubres sobe ao palco para dar início ao festival, abrindo com a música “Heavy Chains Of Sorrows Put My Soul to Down”. O grupo, que lançou um slipt com a banda Les Mémoires Fall em 2012, apesar de ter seu tempo de palco reduzido, não mostrou desânimo. Passando uma energia super positiva ao público, emendaram com “Autumn Of The Soul”, também contida no split. Para fechar o set escolheram a ótima e inédita “Death (or Hymn Of Essential True)”. A banda paulistana mostra um doom metal cheio de melodia, peso e bem executado. Só fica minha ressalva para o vocais, que a meu ver, poderiam ser mais trabalhados. Após um pequeno intervalo para troca
de equipamentos das bandas, vem ao palco Les Mémoires Fall, banda de São José dos Campos (SP) que se prepara para lançar o primeiro álbum intitulado “Endless Darkness of Sorrow”. Dando início ao show com a inédita “Mourning Your Death” e emendando com “My Death”, o grupo mostra a que veio, tocando um doom com fortes influências de gothic metal, mesclando vocais guturais com femininos. Seguiram com as também novas “River Of Pain” e “My Last Pain”, para finali-
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zarem o set com a ótima e já conhecida “Deception”. A banda, que tem apenas dois anos de idade, deixa uma ótima primeira impressão ao ouvinte. Fugindo daquele doom mais arrastado e adicionando um pouco mais de dinâmica às músicas, o sexteto liderado por Emerson Mördien deixa uma boa impressão ao vivo e aquela curiosidade de conferir o vindouro full-lenght. Logo após, diretamente de Goiânia (GO), veio o ApocalyptichaoS. Depois de uma breve introdução intitulada “Prelude to December” a banda entra com a nova “Lies”, emendando na empolgante “Reborn From My Ashes”. Os goianos seguem com “Cry In The Dark”, o excelente single de 2012 que vem apenas para aumentar a empolgação do público. Em seguida, sobe ao palco Rafael Sade (HellLight) para um cover improvisado de “Teargas” do Katatonia, o que cativa ainda mais os presentes. “Never Be”, mais uma novidade para os fãs, vem para anteceder “Nemesis”, o primeiro single da banda, que fecha o set no ponto alto do show. Mesmo com a voz do vocalista Sandro Pessoa danificada em função da longa viagem, a banda conseguiu fazer uma apresentação extremamente bem executada, di-
nâmica e que em momento algum se tornou entediante. Com um som pesado mas cheio de melodia, com passagens tanto lentas quanto mais rápidas, o ApocalyptichaoS deixa um gostinho de quero mais, pois se os trabalhos de estúdio tem uma ótima produção, ao vivo o grupo não fica nada atrás. Com um intervalo um pouco mais longo dessa vez, chega a vez do Mythological Cold Towers, aclamada banda com 20 anos de estrada e amplo reconhecimento nacional e internacional. Abrindo com “Lost Path to Ma-noa”, música do aclamado “Immemorial” de 2011, a banda leva o público à frenesi, emendando com a clássica “In The Forgotten Melancholic Waves of The Eternal Sea”. Em seguida arrebatam com o público com “Fallen Race” e “Like an Ode Forged In Immemorial Eras”, também do último trabalho, e “The Shrines of Ibez”. “Immemorial” e “Akakor” foram escolhidas para dar sequência ao espetáculo, terminando com “Contemplating The Brandish Of The Torches”. Mantendo a atenção dos presentes em todos os momentos, a banda mostrou o porquê do sucesso entre o público do doom metal. Apesar de não ser um som pra qualquer um, tendo menos dinâmica e músicas com uma característica mais arrastada, a exce-
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lente execução e todo o feeling esbanjado pelos paulistanos garante o bom entretenimento. Por último e já com a casa um pouco mais vazia (aparentemente boa parte do pessoal havia vindo especialmente para ver o Mythological Cold Towers), veio o HellLight, banda de funeral doom já bem conhecida na cena e que dispensa apresentações. Deram início com as novas “No God Above, No Devil Below” e “Shades of Black”, seguindo com
a já clássica “Nexus Alma” do album “Funeral Doom”. Apresentando a também nova “Unsacred”, deram sequência com “Winter’s Theatre”, do primeiro álbum do grupo. Para encerrar o set escolheram “Fear No Evil”, que foi recebida com entusiasmo e cantada por boa parte dos presentes. Assim, a banda de São Paulo fecha o evento, tocando com maestria um funeral doom cheio de melodia, feeling e peso (o que atribuo especialmente ao baterista Phill Mota, que não tem dó de sentar a mão na bateria). O único ponto negativo fica para o som da casa - o vocal de Fábio estava estourando e os teclados estavam extremamente altos, dificultando a audição e até incomodando em
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certos momentos. Com um público estimado de 320 pessoas vindas de diversos estados do país especialmente para o evento, chega-se a conclusão de que a cena doom metal não é tão pequena quanto se pensa, e que basta boa vontade e união entre as bandas e os fãs pra fazer o movimento crescer. A qualidade do som da casa também fica como ponto positivo, tendo pecado apenas na última apresentação. E que venha um próximo Doomsday Fest!
“To my father” O renomado guitarrista gaúcho Paulo Schroeber lançou o videoclipe para a música “To My Father” em divulgação ao elogiado álbum “Freak Songs”, lançado em 2011. No belo vídeo o músico contracena com a bailarina Lisa Susin e demonstra mais uma vez toda sua técnica, marcando o retorno de um dos grandes nomes da guitarra brasileira! Para assistir o videoclipe clique AQUI.
Liberado
Primeiro vídeo
A banda carioca Hatefulmurder liberou a música “Gates Of Despair” para audição gratuita no SoundCloud oficial na última segunda-feira (30/09). A faixa estará presente em seu disco full-lenght, ainda sem data de lançamento prevista. Para audição gratuita da música clique AQUI.
A banda feminina de Hard/Grunge Marie Dolls lançou o primeiro videoclipe da carreira para a música “Desires My Fall”, que integra o track list do EP de mesmo nome, lançado em 2013. O vídeo foi produzido pela Quadro Productions com direção de Kleyton Souza. Para assistir o videoclipe clique AQUI.
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“Jeff não está mais aqui”
Cd em 2015
O baixista/vocalista do Slayer, Tom Araya, concedeu uma entrevista para a Bilboard. com e falou sobre o futuro da banda. E sobre tocar sem Hanneman, Araya se emociona: “De vez enquando tenho que lembrar que ele não vai voltar mais. É desse jeito agora. Tenho que me lembrar de que ele não está mais vivo. Isso é difícil”, pontuou.
A banda finlandesa Nightwish foi entrevistada pelo o site holandês Lord of Metal, dentre outras coisas, o tecladista Tuomas Holopainen conta que o cd será lançado em 2015 e que no verão de 2014 vão se juntar para produzir o sucessor de “Imaginaerum”. O cd será lançado na primavera europeia e logo virá a turnê mundial. Enquanto isso assista mais um trailer de “Showtime, Storytime” AQUI.
Maio de 2014 O Metal All-Stars, formado por Phil Anselmo, Max Cavalera, Joey Belladonna, Nick Menza e outros músicos, fariam uma tour sul-americana em novembro, porém os planos foram adiados. A mudança ocorreu pelos inúmeros shows no mês de novembro. Agora só para ano que vem, para ser mais preciso, em maio de 2014 que poderemos ver um show do Metal All-Stars. O que já tem confirmado é a tour europeia que vai contar com a presença de músicos como Udo (Accept), Ross The Boss (Manowar), Rob “Blasko” Nicholson (Ozzy Osbourne), Cronos (Venom) entre outras feras. 14
Foto: Pei Fon
Confirmado
Há quem pensava que o italiano Fabio Lione não servisse para o Angra. Ledo engano. Em entrevista para o Cult Magazine, Felipe Andreoli confirmou que Lione vai gravar o próximo álbum da banda. E ainda disse mais: “Fabio é um cara que toma a sua cervejinha e fuma o seu cigarro antes do show, mas a voz dele não acaba. É impressioante. Ele não alcança os tons mais altos do Andre, mas faz um trabalho maravilhoso”. Agora é só esperar para conferir o novo álbum do Angra.
Março de 2014 A banda finlandesa HIM já tem mês marcado para vir ao Brasil. Por meio do jornalista José Norberto, que adiantou a notícia, e confirmado pelo baterista do HIM pelo facebook, a banda já fechou uma turnê pela América Latina. Além do Brasil, a banda vai passar pela Argentina, Chile e México. Agora é aguardar as informações sobre o local, data e valores dos ingressos.
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Novo álbum
A banda estadunidense Adrenaline Mob, de Russel Allen (Symphony X), já divulgou a data do sucessor de “Covertá”. E não vai aguardar muito, o disco está previsto para 18 de fevereiro de 2014. A banda ainda não tem um substituto para Mike Portnoy que deixou a banda por falta de tempo e agora segue com o The Winery Dogs. Por hora, Allen disse que não vai esperar por ele (Portnoy), mesmo porque, o “Omertá” já estava pronto antes dele entrar na banda chamado por Allen.
Documentário
Depoimento
Os mineiros do Tuatha de Danann lançaram um documentário de 26 minutos que fala sobre a volta da banda após um hiato de três anos. Intitulado “The delirium is not over” o vídeo reanima os fãs da banda. Produzido pela Black Project Produções e dirigido por Bruno Estever narra o período em que a banda esteve parada e a sua volta aos palcos. Assista ao documentário AQUI.
A banda paranaense Kattah liberou um vídeo com depoimentos do produtor Roy Z e o engenheiro de som Andy Haller, que estão trabalhando na produção do novo álbum de estúdio do grupo, intitulado “Lapis Lazuli”. No vídeo ambos falaram sobre pré-produção, processo de preparação para gravação, a importância de bons equipamentos no estúdio e muito mais! Assista AQUI.
Trabalhando Duro Sebastian Bach está trabalhando duro no seu próximo álbum que tem previsão para lançamento no início de 2014. O sucessor de “Kicking & Screaming” está sendo produzido novamente por Bob Marlette que já trabalhou com Rob Zombie, Black Sabbath e outros. O novo cd traz a participação de Duff McKagan, John 5, Steve Stevens, Devin Bronson, por exemplo. “Estou extremamente animado para que todos vocês ouçam”, e nós também Bach.
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Entrevista Riccardo Veronese
“(...) passei por muita dor e dificuldade na minha vida, então é por isso que eu gosto de compor músicas sombrias” Por Rodrigo Bueno (Funeral Wedding) Tradução: Marcelo Bauducco Fotos: Divulgação
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Conversamos, recentemente, com o guitarrista Riccardo Veronese (à direita na foto), que é um dos nome mais atuantes dentro do cenário Doom. Dentre as três bandas que Riccardo participa, podemos chamar uma de super grupo Doom: Aphonic Threnody. Ela reúne membros do Urna, Gallow God, Pantheist e Leecher. Nessa conversa ele nos contou mais sobre suas bandas, download ilegal, seu estado de saúde e por ai vai. Olá, Riccardo, como você está se sentindo depois daquele seu pequeno problema de saúde? Oi, Rodrigo. Eu estou bem melhor agora, obrigado. Foram alguns meses difíceis e só agora estou voltando à minha rotina normal. Você aproveitou pra compor durante esse tempo em casa? Eu não fiz nada relacionado a música por cerca de um mês. Mas, nos últimos meses, estive ocupado escrevendo material novo. De um modo geral, até que escrevi bastante música. Para os leitores que não conhecem sua banda, Gallow God, poderia fazer uma biografia resumida? O Gallow God começou há alguns anos, em 2004. Eu e o Dan começamos a trabalhar juntos num projeto de Doom Metal usando o nome Celephais, com a intenção de não ser nada além de um projeto de estúdio que lançaríamos se o resultado acabasse sendo bom. Quando estávamos terminando de gravar o EP, decidimos expandir o projeto numa banda completa e trouxemos Jim Panlilio para a bateria e Martin Singleton para o baixo. A mudança de nome de Celephais para Gallow
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God foi feita no início de 2010. Martin deixou a banda, então eu e Dan voltamos a trabalhar só nos dois no álbum The Veneration of Serpants e o completamos em 2012. Então nós trouxemos o Mitch como baixista e o Cris, da minha outra banda, Dea Marica, para a bateria. Em que pé está o Gallow God? Vocês lançaram o Veneration of the Seraents em abril, como foi a recepção? A recepção foi ok, mas o álbum não deslanchou como eu imaginei que iria. Isso se deve, parcialmente, a sua fraca divulgação e a falta de um contrato. As pessoas esperaram mui-
to tempo por este álbum e, quando nós terminamos, ainda demorou cinco meses até ele ser lançado. Então, acredito que muito do interesse despareceu. Houve uma mudança no lineup desde o EP False Mystical Prose para este novo CD. Ouvindo o disco, não parece que estes membros foram substituídos, devido ao entrosamento da banda. Como está a situação atual? Pra ser honesto, eu e o Dan tocamos tudo no EP False Mystical Prose e no The Veneration of Serpants. O Mitch tocou baixo no The Circle, pro qual o Dan já tinha escrito as linhas de baixo e o Jim e nosso ex-baterista adicionaram algumas partes em algumas faixas. Então não tivemos muita contribuição dos outros membros.
Eu acho que no novo álbum nós tivemos uma estrutura melhor e o Roberto teve mais liberdade para se expressar. Eu escrevi tudo para Ritual e foi legal deixar o Roberto fazer a magia dele e se soltar neste álbum, o que ele fez com muito sucesso. O feedback tem sido ótimo. O álbum The Curse of the Haunted Album foi lançado recentemente, mas o áudio já estava disponível na página deles no bandcamp. Como foi a recepção deste material? Foi muito positiva e nós assinamos logo em seguida com a Weird Truth Productions, então estamos muito felizes com o resultado. As pessoas estão começando a ver do que realmente se trata a nossa música.
Neste meio tempo, você lançou um projeto chamado Dea Marica junto com Roberto Mura, do Urna. Como surgiu a ideia para este projeto? Eu estava esperando o Dan acabar as partes dele, já que ele tinha muita bateria e guitarra pra gravar, então decidi fazer outro projeto, já que tinha muito material que não ia usar no Gallow God. O Roberto me contatou e nós começamos o projeto Dea Marica.
Não contente com todas essas bandas, você atualmente faz parte do projeto Aphonic Threnody, que inclui outros membros de bandas conhecidas do cenário Doom. Como surgiu a ideia deste projeto? Eu e o Roberto estávamos de boa um dia e eu disse “vamos fazer um projeto de Funeral Doom”. Ele riu, mas logo percebeu que eu estava falando sério. Nós começamos a trabalhar bem rápido nele, a ideia da banda e o conceito foram feitos em alguns dias. Eu nunca tinha feito este estilo de música e é uma nova área fantástica que posso explorar.
No EP “The Ritual of the Banished”, comparando com este novo material, nós notamos uma grande evolução nos vocais do Roberto. Neste material, você puderam explorar mais a fundo esta linha que falhou no EP?
O CD vai ser lançado pela Weird Truth Production no Japão e o vinil pela Avantgarde Prod. Existe uma pequena diferença na capa dos dois discos. Foi algo pré-determinado ou simplesmente aconteceu?
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Ok. O Dea Marica está sendo lançado pela Weird Truth Production apenas em CD e download via bandcamp. O Aphonic Threnody está sendo lançado em CD pela Avantgarde Music e o vinil pela Terror From Hell Records. A mudança nas capas é pra Aphonic Threnody. O Roberto deu a ideia de trocar as capas, o tipo de ideia em que ele é ótimo em ter. Vocês já tem um terceiro álbum pronto, o que podemos esperar dos próximos lançamentos? Eu comecei o trabalho no terceiro álbum do Dea Marica e temos umas quatro músicas no momento. Nós também vamos remasterizar três faixas do Ritual EP como um bônus com a participação de convidados. Em relação ao Aphonic Threnody, nós praticamente terminamos o segundo álbum. Só precisa de mais uns instrumentos e vai estar pronto. Deve sair no ano que vem. Nós também temos o Greg do Esoteric numa faixa e o Mike do Loss também. Eu também tenho cinco faixas prontas para o terceiro álbum do Aphonic. Mudando de assunto, a respeito dos downloads grátis, qual a sua opinião? Sou bem de boa quanto a isso, pois, uma vez 20
que sua música está nas ruas, as pessoas vão passá-las pro computador de qualquer jeito e não tem muito que você possa fazer quanto a isso. O lado positivo é que mais pessoas vão poder ouvir sua música. Um tema que costumo abordar nas minhas perguntas é a morte. Qual é a sua relação com o além-túmulo? Eu penso bastante na morte. Eu sempre tive esse lado, o lado depressivo, e passei por muita dor e dificuldade na minha vida, então é por isso que eu gosto de compor músicas sombrias. Eu não acho que seja algo ruim. Não há nada de errado com a morte. É uma parte da vida, então por que não aceitá-la e tornar todo mundo mais miserável através da música? O que você ouve hoje em dia? Qual o seu playlist atual? Eu tenho ouvido o novo projeto do Urna, que estou adorando. Não foi lançado ainda, mas o Roberto gravou os vocais comigo, então preparem-se para este álbum. Também tenho ouvido Ataraxie e Before the Rain. Riccardo, obrigado pela entrevista. Como sempre, foi um prazer, meu chapa.
Black Sabbath e Megadeth Campo de Marte, SP
Por Alexandre Afonso - Rádio Rock Freeday Fotos: MRossi
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heguei à São Paulo um dia antes do show, pra trabalhar e, sobretudo, rever amigos e parceiros - Se bem que meu trabalho é irmão da diversão e primo da sorte - Ah, mas não precisa explicar isso. O grande lance mesmo foi constatar que o heavy metal é um dos gêneros da música que mais chama atenção, de todos, seja pelo lado de quem o ama ou de quem o detesta. A fiel horda de seguidores desse estilo musical chega a impressionar e se destacar dentre os demais mortais, em razão de tanta paixão e loucura. Paixão essa que faz um cidadão sair da Bahia – em pleno meio da semana – pra ir a São Paulo, cobrir e conferir um dos maiores espetáculos da Terra (pois foi!). Sim, uma banda liderada por um senhor de mais de 60 anos que, reza a lenda, comeu um morcego (louco! rs). Então, tudo começou com o poderoso Megadeth de Dave Mustane & cia. Antes dos 22
pais do Metal, foi simplesmente sensacional! A abertura de luxo começou de maneira diferente, se levar em consideração as mais recentes apresentações que os americanos realizaram nas últimas onze vezes que pisaram em solo nacional. O Megadeth deixou de utilizar na abertura a música “Trust”, do álbum “Cryptic Writings”, de 1997. Repetindo o script da atual turnê latino-americana, o grupo executou o clássico “Hangar 18″, do aclamado “Rust in Peace”, de 1990. Como o show era curto, a banda desfilou uma penca de músicas importantes da carreira. A dobradinha “Wake Up Dead”, do disco “Peace Sells… but Who’s Buying?” (1986), e “In My Darkest Hour”, do álbum “So Far, So Good … So What!”, de 1988, fez a alegria dos fãs mais antigos, que vibraram muito neste momento da apresentação. Num salto para os anos 90, o Megadeth
trouxe a ótima “She-Wolf”, do “Cryptic Writings”, e a sempre empolgante “Sweating Bullets” do “Countdown To Extinction”, de 1992. O quarteto veio com um belo fundo de palco formado pelo telão central, que reproduzia imagens ligadas às músicas e até trechos de videoclipes históricos da banda. Do novo álbum, tocaram “Kingmaker”. A banda norte-americana trouxe a maravilhosa “Tornado of Souls”, do “Rust in Peace”, que deveria ser obrigatória em todos os setlists. Na sequência, “Symphony of Destruction”, do “Countdown To Extinction”, fazendo tudo e todos pularem, (inclusive esse que vos escreve). Ainda rolou “Peace Sells” e “Holy Wars… The Punishment Due”. Uma apresentação digna, sabendo que sua condição dessa vez era de coadjuvante, de luxo, mas coadjuvante. Ok, agora a porra ficou séria... Em instantes, na minha frente, no palco, o Black
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Sabbath. Na boa gente, nunca pensei que pudesse viver aquele momento, sério... Nem nos meus pensamentos mais otimistas. Então, às 21h05, dez minutos antes do horário anunciado para o início da apresentação, um tal de Ozzy Osbourne começou a “reger” o público que lotou o Campo de Marte para o show. Antes que ele pudesse nos ver e nós a ele, foi possível ouvir sua voz, por trás das cortinas pretas no palco, incitando um coro de “ôô-ôô”, seguido por um “u-huu!”e um “let me hear you!”. Que figura! rs Com mais de 70 mil ingressos esgotados, quatro meses antes, o Black Sabbath subiu ao palco em São Paulo sem precisar arriscar ou provar nada. A resposta dos fãs, visível e audível nos comentários durante os intervalos entre as músicas, parecia um misto de reverência e respeito. A simpatia de Ozzy, Tony Iommi um gentleman (com a fisionomia serena, a fineza
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e a precisão de sempre) e o baixista Geezer Butler cumprem com maestria exatamente o que se espera deles. Discretos, se movimentando pouco, eles são os alicerces de uma banda que não precisa de gracinhas ou discursos para conquistar seu público. Ao longo das duas horas seguintes, Ozzy repetiria incontáveis vezes os pedidos de coro, e, principalmente, dizia sem parar – até mesmo durante as músicas – o quanto ama todo mundo. E, curiosamente para alguém que lançou há poucos meses uma música em que questiona “God is dead?”, repetiria muitas vezes um “Deus abençoe todos vocês”. O Black Sabbath optou por revisitar as principais canções - dos seus quatro primeiros discos - e distribuir algumas das músicas do recém-lançado 13. Já na primeira música, “War Pigs”, era possível sentir a catarse de todos, a segunda música, “Into the Void”, deve ser invejada por todos que acham que possuem músicas com bons e pesados riffs. Tony consegue dar uma densidade única através de notas quase minimalistas, sem firulas ou recursos ultra tecnológicos. Aí veio “Snowblind”, a nova “Age
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of Reason” e a épica “Black Sabbath” para deixar a plateia plantada no chão, apenas acompanhando - ou com a cabeça ou com a garganta - as batidas e riffs sincopados dos reis do heavy metal. Parecia uma fábrica de headbangers - cada um balançando à sua maneira e ao seu equilíbrio. O príncipe das trevas anunciou “Fairies Wear Boots”, depois Ozzy saiu na instrumental “Rat Salad”, que precedeu o solo de bateria - competente de Clufetos. E voltou para “Iron Man, God is Dead, Dirty Woman e Children of the Grave”. Então, veio o bis - uma introdução de “Sabbath Bloody Sabbath“ e nada, mais que “Paranoid”, e com pedidos para ficar, a plateia deu aos pais do heavy metal a energia que merecem - com 65 anos de rock n’ roll. A noite do nosso encontro com os criadores do metal foi memorável, leve e inesquecível, apesar do som não ter ajudado muito uma coisa ficou certa: o Heavy Metal, assim como seus criadores e discípulos, impressiona pela lealdade e respeito. Ir, ver, sentir e cantar com uma galera de mais de 70 mil pessoas só me fez ter uma certeza que, se pudéssemos ver novamente esses monstros no palco, faríamos tudo de novo... Sem pensar muito!
Aerosmith encerra Monsters Of Rock com maestria Por Charley Gima (FuteRock | MiG 18) Fotos: Stephan Solon - XYZLIVE
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Aerosmith, banda liderada pelo vocalista Steven Tyler, encerrou o festival Monsters of Rock com muita disposição e música boa! O dia, que havia começado com as bandas Doctor Phoebes e Dr. Sin, prometia muita Hard Rock e faria a galera das antigas se deliciarem com as bandas do cast. Tá certo que, na minha singela opinião, faltou uma ou duas atrações com mais nome, já que somente Whitesnake junto com o Aerosmith levariam o mesmo público ao Anhembi, que ficou bem abaixo do dia anterior. Prova disso foi a grande quantidade de pessoas que chegaram somente para ver estas duas bandas. O Dokken entrou no palco e muitos fãs reclamaram do vocalista, que não conseguiu agradar ao vivo. A banda realmente parou no tempo e Don Dokken pediu pros fãs imaginarem estar em 1987… 26
O Queensrÿche de Geoff Tate fez um show empolgante, mas atrapalhado pela má sonorização dos PAs. Não faltaram hits como Jet City Woman, Empire e Silent Lucidity, cantada em coro por todos no Arena Anhembi. É inegável que a banda que acompanha Geoff Tate é ótima, mas para um fã das antigas do Queensryche como eu nada melhor que ver e ouvir Chris DeGarmo tocando e cantando com Tate. Com o Sol a pino, músicos e fãs sofriam com o calor! Neste dia o boné deve ter sido o merchandise oficial mais vendido e, com certeza, as cervejas se acabaram! Quem caminhou pela Arena Anhembi pôde vibrar com as tendas do Wikimetal e Rock on Line, onde bandas tocavam vários sucessos. O bar Manifesto também se fez presente com uma tenda vendendo bebidas, assim como a Tagima estacionou seu ônibus dentro do festival e mostrou algumas guitarras e baterias.
Aerosmith
Queensrÿche
Marcelo Rossi, fotógrafo oficial das cinco edições do Monsters of Rock, fez uma apresentação de algumas fotos de todas as cinco edições do Monsters of Rock, um apanhado geral, mostrando artistas e fatos como montagem de palco e backstage. Tive e honra e o privilégio de ter duas fotos minhas entrevistando Sebastian Bach para a BURNN! Magazine do Japão, no Monsters of Rock de 1996, incluídas nesta compilação! Voltando ao palco principal era hora Buckcherry, que fez um show simples e não acrescentou muito ao festival, assim como o Ratt, que fez um set para agradar os fãs, e só, tocando sucessos como Body Talk, Back for More e Round and Round abrindo caminho para o Whitesnake de David Coverdale, que se mostrou muito simpático no palco e na entrevista pré show concedida a Eddie Trunk, do That Metal Show. É lógico que não faltaram hits como
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“Love ain´t no stranger”, “Is this love” e várias outras músicas que falam sobre sexo e transas, como definiu o próprio Coverdale durante a entrevista antes do show. Os solos dos músicos do Whitesnake foram cansativos e desnecessários, do ponto de vista do fã, mas sabendo que Mr. Coverdale precisa tomar um fôlego pra poder continuar o show até que é aceitável… Foi então que, após um certo atraso fora da programação, entrou no palco Steven Tyler e Cia, mais conhecidos como Aerosmith! É gratificante ver músicos do calibre de Tyler e Joe Perry tocando juntos por tanto tempo, mostrando química e energia no palco, atitudes que uma verdadeira banda de Rock deve ter! O Aerosmith misturou músicas e hits de várias épocas diferentes, e abriu o show com Back in the Saddle com Love in Elevator já na sequência, seguida por Toys in the Attic.
Whitesnake
RATT
Foi então que Steven Tyler falou com o público: ”Oi, São Paulo. Vocês sentiram nossa falta que nem sentimos a de vocês?”, perguntou o vocalista do Aerosmith. “Eat the Rich” me fez lembrar o Monsters of Rock de Donigton Park, na Inglaterra, quando vi o Aerosmith pela primeira vez ao vivo, em 1994. Me senti privilegiado por poder ver a banda em duas edições distintas do festival, em dois países diferentes! Living on the Edge e I don´t wanna miss a thing foram cantadas em uníssono pelos fãs da banda. Infelizmente essa hora já havia muito menos público, já que os fãs que contavam com o transporte público pra poder voltar pra casa já haviam ido embora, muito a contra gosto… No bis tivemos “Dream On”, com Steven Tyler no piano, seguida de “Sweet Emotion”, que encerrou o show. Um final com gosto de quero mais, com Tyler apresentando toda a banda após o término da música e saindo do palco aos poucos, fazendo muitas gracinhas com o público através da câmera e dos telões. Que venha o Monsters of Rock de 2014!
Buckcherry
Slipknot, Korn, Limp Bizkit e Sepultura detonam no primeiro dia do Monsters Of Rock
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omeçou mais um festival Monsters Of Rock, a quinta edição brasileira, tendo como principais atrações do dia o Slipknot, Korn e Limp Bizkit. Muitos devem estar falando agora “mas o Sepultura não tocu no Monsters of Rock“, sim, é verdade, mas leia o texto e acompanhe a trajetória do Sepultura neste festival. Sim, foi o dia do New Metal, ou Metal pula-pula, com uma faixa etária mais jovem e 30 mil ingressos vendidos! Nada mal para um festival pós Rock In Rio e diversos shows 28
em São Paulo, com valores de ingressos caríssimos, como Iron Maiden e Black Sabbath. As primeiras bandas a se apresentarem foram Gojira e Hatebreed que mostrou uma performance forte e arrojada. O Gojira fez um show sob um calor infernal e esquentou mais ainda a galera quando homenageou o Sepultura! O Sepultura aliás foi a banda mais citada do dia, já que o Hatebreed também tocou Refuse/Resist, com participação de Andreas Kisser. E esta seria apenas a segunda menção do dia ao Sepultura…
Hatebreed Buckcherry
Killswicth Engage
Korn
Limp Bizkit
O Killswitch Engage, tocando no Brasil pela segunda vez na carreira, veio logo após e mostrou ao público brasileiro seu “novo” vocalista, Jesse Leach, que mandou “esta é minha primeira vez no Brasil e vocês estão incríveis hoje!”. Fizeram um set dinâmico e o baixista Mike D’Antonio é uma figuraça tocando! Vale a pena acompanhar sua performance no palco. O Limp Bizkt, com Fred Durst aparecendo no telão minutos antes do show dando uma entrevista para Eddie Trunk, do That Metal Show, fez a galera pular, sendo esta a terceira apresentação da banda no Brasil. O guitarrista Wes Borland surpreendeu aos fãs que esperavam aquela famosa figura pintada de preto, já que ele subiu ao palco com uma roupa brilhante, com luzes próprias, ora branca, ora vermelha, dando um destaque especial no palco. Tocaram Rollin’ logo de cara 29
e ganharam os fãs! Fizeram ainda covers de “Smells Like Teen Spirit” e “Killing In The Name“, do Rage Aginst the Machine e “Faith” de George Michael, isso é claro, sem contar “Take a Look Around”, a música tema de “Missão Impossível“. Um fato negativo é que tem muita pausa entre as músicas, quebrando um pouco o clima, esfriando a galera… O Korn me surpreendeu com a performance no palco bastante energética! Os fãs não aceitaram muito o fato da banda tocar as músicas novas, mas mesmo assim os músicos no palco faziam um show brilhante! Então, para surpresa geral, Jonathan Davis chamou ao palco Derrick Green e Andreas Kisser para tocarem juntos “Roots Bloody Roots”, do Sepultra, e incendiou novamente o Anhembi! Pude cumprimentar Derrick e Andreas, quando eles estavam a caminho do palco, acompanhados por Eloy Casagrande. O Papi-
to Supla, também estava presente no show. E para fechar a noite os mascarados do Slipknot! Com os músicos todos mascarados, como de costume, muita parafenália no palco, pirotecnia e macacada geral, a principal atração da noite começou com “Disasterpiece” e fez todos no Anhembi pularem como deveriam! Vieram então “Wait and Bleed”, “Get This” e o hit “Before I Forget”. Corey Taylor mandou então “demorou muito tempo para voltarmos para São Paulo. Obrigado!” tendo
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uma resposta mais que atenciosa dos fãs. Um momento inesquecível para os fãs do Slipknot foram os dois hits “Psychosocial” e ”Duality” na sequência. Corey ainda pediu pra todos no Anhembi se abaixarem e pular junto no começo de “Spit It Out” . Para os fãs do gênero, foi uma noite realmente inesquecível! Para os rockers menos “modernos” foi apenas o prenúncio da volta de um festival que fez história no Brasil! Monsters of Rock is back!
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“O fã do Sepultura semp
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pre espera o inesperado!”
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São Paulo, 10 de outubro. Audição do novo álbum do Sepultura. Num lugar muito legal, o The Sailor Legendary Pub. A imprensa estava lá para sentir o primeiro impacto do novo álbum dos caras. Primeira impressão: porradeira. Os músicos estavam lá, de fácil acesso e dava para tirar proveito deste momento, trocar algumas ideias e tietar, por que não? Possibilidade. Tudo é possível nesta banda que já está prestes a completar 30 anos de existência, de influência e representatividade no mundo. Pois bem, aos amigos leitores da Rock Meeting, trouxemos uma entrevista super bacana com o Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura. A entrevista é uma de nossos presentes na comemoração da edição nº 50 deste periódico virtual. Por Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net) Fotos: Fernando Schlaepfer (I Hate Flash)
Vamos aos trabalhos. O novo álbum chegou, que nome enorme, vale salientar. Conta para nós como foi o processo de composição, escolha de temática? E, claro, quem foi que escolheu o nome? Andreas Kisser - Eu escolhi o nome. Nós começamos um processo de composição. Eu faço uma pesquisa, procuro realmente um nome, um tema para o que estamos fazendo. Livro e filmes são sempre uma fonte de inspiração fértil, dá para achar bastante coisa. Enfim, este filme, o Metropoles, foi encontrado imagens que estavam perdidas em Buenos Aires, então relançaram o filme e assisti o filme em HD e tem um impacto fantástico, principalmente com a trilha sonora original. E esta frase que está no filme é a frase que começa e termina. É a mensagem que o filme mostra, que diz: se você tiver informação na cabeça e ação pelas mãos, sem ter o coração/ a parte humana, sem ter o poder de argumento, de protesto, do questionamento, é como ser um robô, é só informação e ação sem saber o que está fazendo.
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Pow, eu vejo muito disso através da religião, da política, da mídia. As pessoas estão votando sem explicação sem nada, e vivem através de algo que não sabem definir, é uma atitude robótica. As pessoas acham que este título é grande e tal, isto é um pensamento robótico, não estão acostumado com nada novo, nome de disco tem que ser curto. Não tem de ser curto, a arte está aqui para quebrar regras. A arte está aí para te dar novas possibilidades de pensamento, de ação. O Sepultura sempre trouxe algo novo em cada disco, o fã do Sepultura sempre espera o inesperado. Não tem regra alguma de usar nomes curtos ou longos, de poder usar quinze, dezoito ou vinte e cinco palavras num disco. Todo mundo usa um nome curto e tem de ser assim? O Sepultura sempre exerceu esta liberdade, de poder se expressar de uma forma e abrir pos-
sibilidades sempre. Tendo espaço para por o nome no disco... Mesmo se não tivesse, poderia começar na frente e terminar atrás. O próprio Megadeth já fez isso e o nome não era tão grande assim. “Peace sells, but who’s buying?” e continua com “Killing is my business and my business is good”. Acho que as possibilidades são infinitas e a arte está aqui está aqui para mostrar. Este é o primeiro álbum que Eloy participa. O que você pode dizer deste menino prodígio?
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É um baterista fora de série. Fantástico. Um moleque de 22 anos e, apesar de ser jovem, já tem muita experiência. Já tocou com muita gente, já viajou o mundo, começou a tocar bateria muito cedo, um monstro na batera. Provavelmente, o melhor batera que já toquei. E abriu possibilidade para a banda, tem uma técnica incrível. Praticamente quem escreveu o álbum foi eu e ele. Começando assim com guitarra e bateria, ele escreveu algumas partes de batera sozinho e mandou para mim e assim que começou. Até a gente se juntar numa sala de ensaio e desenvolver as ideias, Derrick nas de voz, o Paulo na parte do baixo. No final é um trabalho de equipe.
O Eloy trouxe muita energia nova, está ajudando a levar a banda para um nível diferente. Ele tem uma pegada metal. Jean Dollabella, nosso antigo baterista, super músico, ele não tinha um background Metal, não era um estilo que dominasse totalmente. Com Eloy é mais natural, ele conhece mais, curte as bandas do estilo. Tem essa pancada, essa violência aliada com a técnica e o Sepultura tem essa tradição de bateristas espetaculares. Coisas que o Igor e o Jean escrevam, o Eloy coloca o jeito de tocar dele. Ele trouxe uma motivação e energia fantástica para a banda. Ouvindo o The Mediator, nota-se uma versatilidade maior dos vocais de Derick, riffs mais pesados e uma levada Hardcore. Como você pode apresentar este novo álbum? Eu acho que tem um pouco de tudo que o Sepultura já fez. Tem um lance mais Death 36
Metal no começo, mais Thrash, coisas da percussão brasileira, tem coisas mais melódicas, mais diretas. Tem de tudo um pouco. Define o trabalho com um nome, no “Mediator”. Sepultura é Metal. Fazemos o que estamos afim, ser algo mais livre. Não ficar muito preso aos estilos. Lógico que é Metal, a maneira mais direta de se expressar, o estilo que gostamos, tem influência da música brasileira, dos estilos Metal. Outros elementos são notados como a percussão (ainda mais participativa), blast beats, Death e Doom (como em “Grief”). Pode-se dizer que “The Mediator” foi mais ousado dentre os cd’s que o Sepultura já lançou? Acho que sim, cada música tem uma história. Já fizemos de tudo! Estes trabalhos percussivos, com orquestra, o próprio Zé Ramalho. O Sepultura tem esta versatilidade de manter
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a característica e ir para outros territórios e não perder sua identidade. Vai ser Sepultura do todo jeito. Temos uma maneira de se expressar bem peculiar e uma identidade que todo artista busca ter. Você vai sentir que tem a característica Sepultura. Diante disso, não temos medo de ir para outros territórios musicais, arriscar, expandir os limites. A arte está aí para quebrar as amarras que limitam o ser humano. A coisa é ser livre mesmo. Em “The Mediator” já uma faixa cantada em português do Nação Zumbi e você mostra seu lado vocalista. Até para o Derick cantar e, principalmente, compreender as muitas gírias que há na música seria complicado. Por que escolheram esta música? Existe alguma homenagem por trás desta escolha? Sempre quando fazemos um cover é uma ho37
menagem. Desde o Ratos de Porão, aquela pegada mais Hardcore. Fizemos Black Sabbath, Motörhead e até as coisas mais inusitadas como Titãs, U2. A gente sempre teve uma chance de fazer uma versão Sepultura destas bandas que nos influencia tanto. Desde 1994, quando lançamos o “Chaos AD”, tocamos “Polícia” do Titãs, não tocamos em português. Mas aí o Max saiu da banda, fizemos o “Ratamahatta” do Carlinhos Brown, um português mais gíria, uma coisa mais musical. O Derrick entrou, um gringo, e nunca mais tivemos uma oportunidade de fazer alguma coisa para o Brasil. Apesar do Derrick falar razoavelmente bem o português, ele não compreenderia as gírias, o modo de falar. Foi difícil até pra mim. O Chico Science tinha um modo único de se expressar, tem o sotaque do Nordeste, coisas únicas desta região. Eu já tinha usado
a minha voz algumas vezes no backing vocal, mas é a primeira vez que assumo um vocal de uma música inteira. Derrick foi para a percussão. Gostamos tanto do cover que decidimos colocar no disco e vamos fazer um videoclipe da música. E vão sair dois vídeos: “The Vatican” e “Da lama ao caos”. Tem previsão de quando serão lançados? Estamos fazendo com o mesmo diretor, o Rafael Kent, que é baiano, tem uma equipe fantástica. Fizemos o “The Vatican” e “Da lama ao caos” com ele também. Neste primeiro momento, será lançado “The Vatican” e só depois a música do Nação Zumbi. A parceria que vocês já fizeram, talvez, nunca houve tanta repercussão como foi no Rock in Rio com o Zé Ramalho. Como foi isso de chamar o Zé 38
Ramalho, tocar músicas deles no estilo Sepultura, dele cantar Sepultura “a zé ramalhado”? Foi maravilhoso! Trabalhar com Zé Ramalho foi um privilégio, uma grande honra. Um cara que tem uma história maravilhosa na música brasileira. Um cara que tem princípios, tem um ponto de vista muito bem definido. Começou quando tivemos a oportunidade de fazer a trilha sonora de “Lisbela e o prisioneiro”, em 2003~2004. Fizemos uma música do Alceu Valença, “Dança das Borboletas”. Desde então tivemos essa vontade de chamar ele para o palco, chamar ele para o show. O palco Sunset nos dá esta oportunidade e nasceu ali com o Tambour du Bronx em 2011. Foi um grande impacto. Fomos a primeira banda a ser anunciada no Rock in Rio 2013. E agora o impacto foi muito maior. Artista brasileiro. E você ver aquela galera Metal
cantar as músicas do Zé Ramalho, abrindo os braços para ele, de modo respeitoso. Foi algo fantástico. Sempre existe o risco de algo assim não dar certo, acontecer “N” coisas, mas se não houver este risco é melhor não fazer. A galera ficou querendo cd, mais shows juntos. O show foi específico para o fechamento do Palco Sunset, mas nos deixou possibilidades para algo novo mais para frente e ver o que podemos fazer algo no futuro, de fazer mais músicas, vamos ver qual vai ser. Beirando os 30 anos de banda, seria possível acontecer uma tour brasileira de ter a participação de Zé Ramalho ou qualquer outra influência? Sepultura, tudo é possível. Sempre deixamos aberto e temos o privilégio de poder viajar e conhecer o mundo, conhecer muita gente, vários músicos de diferentes vertentes. As possibilidade com o Sepultura estão sempre 39
abertas, mente e ouvidos abertos. Mesmo com este novo trabalho saindo do forno, existe a possibilidade de gravar um DVD? Vai sair o dvd com o Tambour do Bronx, gravado no Rock in Rio, com toda a estrutura do festival e vai sair ano que vem. Esta foi a intenção, de um show que deu tão certo em 2011, fizemos a mesma apresentação no Rock in Rio Lisboa, no Wacken Open Air e todos assim com uma resposta espetacular, e aí tivemos a oportunidade de gravar o dvd. Com o Zé Ramalho é possível, ainda não há nenhum plano específico para que se possa fazer isso, por hora. Já tem data de lançamento? Ainda não, ainda não vi nada, o festival acabou tem pouco tempo. Agora é que vamos ter a oportunidade de ver o material do Rock in
Rio. Só sei que será em 2014, vamos lançar muitas coisas em comemoração aos 30 anos de banda, e o dvd será algo especial. Falando em parcerias. E aí o projeto com o “De La Tierra”? Uma música já saiu para a audição da galera. Como está sendo o retorno após o lançamento da música “Maldita História”? Tem sido muito bom. Putz, fantástico! É um projeto que foi feito este ano, nós músicos financiamos o projeto, não foi uma coisa feita por empresário. Nunca tocamos juntos, apenas nos ensaios, são músicos com mais de 20 anos de carreira. Já fizemos um vídeo do single “Maldita História”. Fechamos com a Warner para a distribuição na América Latina e a RoadRunner para distribuir no mundo não latino. O pessoal está animado, uma banda nova, uma pegada nova, uma proposta nova, em espanhol e em português. Nunca houve algo parecido, uma banda de “portunhol” no mercado. E com a junção dos músicos do Maná, Sepultura, Fabulosos Cadillacs e Animal y Demente cada um no planeta, mas fazendo parte do mesmo universo. E isso é o que estamos juntando aqui, está sendo um projeto interessante, estou curtindo bastante. De acordo com as datas do Sepultura e as demais bandas vamos marcar os shows, entre março e abril. Estou bastante ansioso com este projeto, um feedback muito positivo. Dá para achar datas para tocar? O Maná é uma banda gigante no mundo latino, super requisitado e tudo, as demais bandas também. Já sabíamos que seria assim, um projeto, nos organizar e quando houver uma brecha vamos nos apresentar.
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Costumo dizer que você é o músico “arroz de festa”, está tocando em tudo que é banda (risos) Anthrax, por exemplo. Mais recente foi o Hatebreed e o Korn no Monsters of Rock. Como é ser essa referência para a galera, ser o músico que inspira outros músicos? É para você ver o respeito dessas bandas, sempre mencionaram o Sepultura como grande influência. E tem esse convite dos caras, para tocar com eles, em grandes festivais, no palco de um modo geral. São bandas que influenciamos e acabam que nos influenciam. É um ciclo super saudável. É bom ter esse reconhecimento de bandas que estão fazendo história e que até hoje respeitam o Sepultura de uma maneira espetacular. O Hatebreed foi um convite mesmo, mas o Korn foi ali no dia, aprendendo a música no camarim, nem ensaiamos, fomos lá e tocamos. Este é o espírito, da jam mesmo. Não tem coisa melhor. Quem seria a Dream band? Quem seriam os músicos para a formar uma banda dos sonhos? Eu estou muito satisfeito com a banda que tenho com Eloy, Paulo, Derrick. Seria meio injusto falar o nome de outros caras. Tem tantas possibilidade de juntar músicos de tendências diferentes. Acho que todos são possíveis. Estou satisfeito com o que a gente tem, com os elementos que temos. Existe algum músico que você sonha em poder tocar? Gostaria de fazer algo com o Bono, The Edge, alguma coisa assim. Seria uma oportunidade única poder fazer alguma coisa juntos. Seria lindo! (risos). Para matar a minha curiosidade, o que
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você tem escutado ultimamente? Poderia listar as cinco bandas e álbuns. Comente um pouco sobre eles. Eu ainda escuto as coisas velhas. Você vê aí o Black Sabbath botando 70 mil pessoas num show, e ainda depois de tantos anos. Você vê a força que essas bandas têm. Então, Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeppelin. Cada vez que você escuta o cd deles sempre encontra algo novo. Das coisas mais novas, por causa do meu programa na rádio 89 FM que faço com meu filho. Tenho um espaço aberto para as bandas nacionais, e tenho me surpreendido bem positivamente com o que tem saído.
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Bandas cantando em português, fazendo um trabalho muito bem feito, as próprias bandas batalhando e fazendo a produção e botando a banda na estrada. Então, o know-how da galera tá muito melhor e a profissionalização. Tem muita coisa boa no underground brasileiro. Bandas nordestinas, você tem alguma proximidade, conhece o som feito por estas região? Sim, entrevistei os caras do JackDevil, do Maranhão. Estiveram em São Paulo, uma galera legal. Eu não vou me lembrar o nome, mas tenho recebido materiais muito bons e me
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surpreendido positivamente com a qualidade que a galera tem feito os trabalhos. Por fim, o que ainda podemos esperar do Sepultura para este ano? Saudações, sucesso ainda mais. Este ano temos uma turnê no EUA por três semanas, a primeira tour do novo álbum. Em fevereiro tem a turnê europeia e em abril voltaremos para o Brasil para a divulgação do material. Muito obrigado e até mais! Nota: Quando esta entrevista foi realizada ainda não se tinha notícia do cancelamento da tour nos EUA que ocorreu por conta de problemas no visto da banda.
“Tínhamos que gostar realmente do que estávamos criando sem pensar no que iriam falar e deixar fluir” Por Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net) Fotos: Renan Facciolo
Olá Fábio, satisfação enorme em conversar um pouco contigo sobre sua outra banda, o Instincted. Neste primeiro momento, apresente a banda para os nossos leitores. Fábio: E ai pessoal! A satisfação é minha por participar pela terceira vez na revista, e agora com a minha banda. Hoje, nós somos um quarteto e, além de mim no baixo e nas vozes, contamos com o Rogério Fergam nas vozes principais e programação dos samples, Rafael Sousa nas guitarras e vozes e Roberto Santos nas baterias e vozes. “... Is All that I am” é o primeiro lançamento do grupo. São músicas experimentais e, minha memória falha agora, mas não lembro de algum outro 44
registro com a pegada “louca” que tem. Fale um pouco sobre o EP. Fábio: Ele foi construído sobre essa intenção, de chegar ‘chegando’ aos ouvintes. Além da proposta de tentar soar inovador, todas as artes são baseadas no surrealismo, deixando tudo a livre interpretação. Ainda não tínhamos a identidade que adquirimos hoje, pois a nossa fórmula modificou-se bastante e, felizmente, para melhor. Rogério: Obrigado pelo “pegada louca”(risos). Mas acredito que experimental seja algo mais além disso. O EP foi criado com a intenção de ser o mais verdadeiro possível em primeiro lugar. Tentamos fugir do óbvio, mas sem forçar a barra entende? Tínhamos que gostar realmente do que estávamos criando sem pensar no que iriam falar e deixar fluir.
Soa engraçado, mas a voz do vocalista só me remete ao “Somebody save me” do seriado Smallville. Mesmo ali, naquela ficção, o personagem busca firmar-se enquanto indivíduo. Instincted busca sua afirmação também, pelo menos no que se pode ouvir. Esta briga entre o eu e seu ponto de loucura é presente nas músicas. É isso mesmo ou estou errada? Rogério: Nunca me compararam com ele (Risos)… Acho que o medo é nosso aliado e nosso inimigo. Aliado porque coloca um limite em algumas circunstancias e inimigo quando o limite vira um vicio. Não somente nas letras, mas nas músicas como um todo tentamos fugir completamente desses limites, seja ele aliado ou inimigo, pois artisticamente podemos (e devemos) ser completos. Se isso é um “ponto de loucura” de cada um, então, acho que você está certa sim, pois essa briga existe em todo mundo, seja artista ou
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não, acho que no final todos buscam o auto conhecimento. A banda já existe desde 2009. A proposta do som se manteve desde o início? Fábio: Sim e não. Na verdade, eu já tocava com o Rafael em uma outra banda com uma proposta um pouco mais tradicional, mas quando o Rogério chegou, ele nos apresentou essa ideia de misturar elementos diferentes. Confesso que demorou um pouco para eu digerir, mas hoje vejo que foi a melhor coisa que nos aconteceu. Sinto que amadureci muito musicalmente, e inclusive até a minha maneira de compor foi modificada. Rogério: Quando entrei a banda tinha um outro nome e uma outra proposta, então acho que com o nome Instincted foi desde o começo sim. É possível ouvir alguns elementos de
“tribos” diferentes. Se a proposta foi essa, conseguiram. Aliado ao peso das guitarras e as variantes o som é bem progressivo. “...Is all that I am” saiu do jeito que pensavam? Fábio: Na minha opinião, sim. Ele foi fruto de muitas tentativas e testes, já que ainda estávamos engatinhando nessa mistura. Alinhar os instrumentos, vozes e samples sem deixar nada para trás é um grande desafio. O EP tem algumas ideias antigas e também coisas de ex integrantes, então também foi um fator para ‘embolar’ ainda mais a mistura. Rogério: O trabalho de mixagem foi muito difícil. E, pra quem faz isso, sabe que ele não tem fim. Fazer tudo ficar compreensível foi um grande desafio pois em ensaios não dava pra ter a noção de como iria soar. Foram longos meses até chegar num consenso e no final acho que deu tudo certo. Confesso que a voz do vocal me intrigou muito quando ouvi pela primeira vez. Mas aí você vai ouvindo e entrando na vibe das músicas. “Essential Ignorance” é uma das faixas que mais gosto. Qual a inspiração de vocês? Rogério: Como eu citei acho que a grosso modo é a completa ausência de medo. Faço músicas há muito tempo e sei o quanto isso me completa, se vou escrever sobre mim ou sobre uma situação que assisti tanto faz, o importante é ela criar a emoção que preciso, como uma droga. Você que compôs 3 das 4 faixas, de onde vem estes questionamentos do eu? Fábio: Vem da busca incessante de se encontrar. Todos os dias vemos diversas situa-
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ções onde nos perguntamos se ainda é possível sermos nós em sua essência, mas também devemos analisar ‘quem somos nós’, já que estamos em constante evolução e transformação. O Rogério me ajuda muito com esses pensamentos, e hoje em dia ele assumiu grande parte das letras da Instincted... Me contento em colaborar com uma palavra ou outra, e focar mais no instrumental. Mas me diga, Fábio, o que você tem ouvido ultimamente? Cite as cinco bandas e fale um pouco sobre elas. Trivium – Atualmente eles são os melhores
Gostaria muito de dividir o palco com eles um dia! Rush – É um banda atemporal e fonte de inspiração. Geddy Lee é um monstro sagrado e seguramente um dos meus baixistas preferidos. O último trabalho deles é o melhor em muitos anos. Stratovarius – É curioso voltar a ouvir essa banda... Durante muitos anos ela foi muito importante na minha formação musical, mas depois que houve algumas baixas na banda, ela começou a cair, porém com esse novo disco, senti muitas mudanças positivas e conseguiram se reinventar, inclusive com elementos eletrônicos.
para mim. Conseguem manter aquele thrash oitentista na pegada do Metallica e mesclar com a modernidade. O quarto CD deles, Shogun, é um dos melhores da história. In Flames – Essa é uma banda que consegue acertar em tudo o que faz, principalmente do Clayman pra frente. Sou muito fã da identidade que a banda possui e que amadureceu ao longo dos anos, pois no começo da carreira eles eram bem diferentes. Trayce – Conheço a banda desde o seu nascimento, tenho os dois discos e é a minha banda nacional preferida. É um metalcore muito bem feito e com uma produção cristalina.
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2014 já está aí, será que sai um cd do Instincted? Quais os planos para ano que vem? Fábio: Seguramente virá um novo EP para 2014, e muito mais louco do que este primeiro! Os planos são manter o que já vemos fazendo, porém num ritmo maior. Infelizmente tivemos uma baixa com um dos integrantes e isso nos custou (e ainda nos custa) um bom tempo para readaptarmos as músicas, já que decidimos seguir como um quarteto. Vocês podem acessar o link www.instincted.com que lá tem tudo sempre atualizado. Para finalizar, quando é que a galera pode ver um show de vocês? Sucesso e continue nesta loucura. Rogério: Primeiramente obrigado ao Rock Meeting pela entrevista e a toda galera que tem nos apoiado. Por enquanto estamos em fase de novas composições e adaptações das musicas que temos para uma guitarra só. Ainda não temos nada marcado, mas em breve teremos novidades!
Por Alcides Burn
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REMAKES: AME-O OU ODEIE-O!
e uns anos pra cá, a onda de refilmagens tomou conta do cinema mundial. Especialmente no gênero “Terror”. Grandes clássicos ganharam uma nova roupagem e, claro, agradou uns e decepcionou outros fãs do estilo. Vou falar de quatro filmes que tiveram essa nova roupagem mais recentemente.
Vamos começar com O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA - 1974. Lançado em 1974, o filme foi proibido em vários países e chocou o público com sua realidade. Inspirado num caso verídico de Ed Gein, um psicopata que assassinou várias pessoas em 1906 em sua cidade. Ed retirava a pele de suas vítimas e usava como roupas, então surge ai o vilão Leatherface, o mesmo usava uma mascara feita de pele humana, usava uma motosserra para matar suas vítimas e morava numa casa no texas com sua família de sádicos. O filme conta a história de 5 jovens que viajam na estrada do Texas e acabam dando de frente com o louco e sua família, a única sobrevivente foi Sally Hardesty. O filme
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tem um tom “Gore” e puxa muito pra o terror psicológico. Teve um orçamento de de US$ 150 mil dólares e rendeu mais de US$ 100 milhões de dólares. Até hoje o Massacre da Serra Elétrica é considerado uma obra prima para os fãs de terro.
MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA – O REMAKE (2003) Em 2003, a produtora Platinum Dunes, empresa criada pelo diretor Michael Bay (Transformers, A Ilha, Armgedon...) resolveu “recriar o massacre”. A história é basicamente a mesma, com algumas mudanças. Uma delas na parte dos personagens. apenas Latherface faz parte da família de Sádicos. Para direção do filme, foi contratado Marcus Nispel, que era um diretor de vídeo clipes e colocaram Toobe Hooper, diretor do original, como co-produtor. O filme é bom, pelo menos eu gostei, apesar de faltar alguns elementos clássicos. A história é simples, mas bem bolada. Algumas das cenas clássicas estão lá, mas a principal, a da mesa
de jantar, não! Eles poderiam esquecer de tudo, mas a parte mais perturbadora do filmes eles não poderiam ter deixado de lado. Dos atores, Jessica Biel (Erin) e Thomas Hewiit (Leatherface) se destacam. Uma coisa legal também é que o começo do filme é como se fosse um documentário, deixando a trama mais interessante. Depois do remake foram produzidos mais dois filmes, O Massacre da Serra Elétrica – O Início, que é focada na história de Leatherface e Massacre da Serra Elétrica 3D é uma continuação do orginal de 74, o filme começa exatamente onde termina o original. Vale a pena assistir esses também.
SEXTA-FEIRA 13 (1980) Em 1980, chega aos cinemas Sexta-Feira 13. O filme que, depois do primeiro nos apresentou um dos maiores serial killers que o mundo já conheceu, Jason Voorhees. Um garotinho com problemas que se afogou no acampamento Crystal Lake, a culpa foi dos monitores que não estavam prestando atenção na hora. No primeiro filme quem mata é mãe de Jason só a partir do segundo que ele realmente aparece. O filme teve várias sequência, mas se tornou meio repetitivo a passar dos
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anos.
SEXTA-FEIRA 13 – REBOOT/REMAKE (2009) Em 2009, mais uma vez a Platinum Dunes de Michale Bay, resolveu ressuscitar o Assassino da mascara de Hóquei e, mais uma vez, contou com Marcus Nispel na direção. Sexta-Feira 13 de 2009 funciona como um Reboot e um Remake, na verdade, ele descarta todas as sequências. O filme começa no fim do original com Jason criança vendo sua mãe sendo decapitada e depois passamos para os dias atuais. O Crystal Lake agora está abandonado e um grupo de jovens vai lá procurar uma plantação de maconha escondida. Chegando lá, quem eles encontram? O filme, na minha opinião, é excelente. Vemos o assassino, Jason, como nunca vimos. É como se ele fosse um caçador. Ele corre, coisa que nunca vimos nos outros filmes e ele não é não retardado como parece. Mostra como ele conseguu a clássica mascara de Hóquei, antes ele usava um saco na cabeça como no segundo filme da série, tudo isso com uma história bem legal. Muitas homenagens aos antigos filmes também podem ser vistas neste. En-
fim, de todos os remakes, esse pra mim foi o melhor de todos.
uma personalidade sarcástica e aterrorizante ao mesmo tempo.
A HORA DO PESADELO (1984) Freddy Krueger, de todos os vilões do cinema, sempre foi o meu preferido. Sou fã! Tenho todos os filmes em casa, Action figures, camisas... A Hora do Pesadelo é um daqueles filmes que misturam Terror com um pouco de comédia na dose certa. Criado em 1984, por Wes Craven, o filme conta a historia de Freddy Krueger, um gentil zelador de colégio de Springwood que depois se mostrou um pedófilo e abusou e matou várias crianças da cidade, então, alguns pais se juntaram e queimaram ele vivo. Mas, depois que as crianças da Rua Elm cresceram, começaram a ter pesadelos com um homem queimado com uma luva que nos dedos tinham lâminas e se alimentava do medo dessas pessoas. Então começa toda carnificina! Como em Sexta-feira 13, o filme teve várias continuações e até uma briga com Jason em Freddy. Robert Englund, ator que deu vida a Freddy Krueguer foi genial. Ele criou
A HORA DO PESADELO (2009) Em 2009, veio a decepção. Mais uma vez, a empresa de Michael Bay, que ia tão bem nos seus remakes, acabou transformando Freddy num verdadeiro pesadelo. A primeira besteira que ele fez foi ter mudado totalmente o visual da face do assassino. A roupa, o chapéu e as garras estavam lá, mas o Freddy Krueger não era o mesmo. Nem mesmo a personalidade do personagem foi respeitada no filme. A história foi mudada. Tinha algumas cenas clássicas do primeiro mas, a personagem principal Nancy não tinha nada haver com a original, ela na verdade parece ser mais uma coadjuvante, só começa a aparecer bem depois. A única coisa que prestou foi ter mostrado como Freddy foi perseguido e assassinado pelos pais das crianças e nada mais, o resto é uma decepção. Alguns Remakes que eu indico: A Mosca, King Kong, Evil Dead, Halloween, Super-Man e Batman.
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“O homem responde por si” Sem rodeios, a banda Sodoma conta um pouco sobre o seu novo álbum, cena underground, público e o futuro. Confira agora esta entrevista feita com o guitarrista Samidarish Por Daniel Lima (@daniellimarm | daniel@rockmeeting.net) Fotos: Divulgação
Muito obrigado por aceitar nosso convite e, para início de conversa, gostaria que apresentasse a banda para nossos leitores da Rock Meeting. Agradecemos o convite. A banda é formada por Hate (‘vochaos’/baixo), Samidarish (guitarra), Seth (guitarra) e Dagon (bateria). Sodoma está na ativa há uma década, desde 2003. O que chama a atenção é o fato das letras serem em português, o que ajuda a entender com mais facilidade. Foi uma escolha natural manter essa linha ou realmente o inglês não estava nos planos? As letras, em geral, são todas vociferadas em português. No entanto, acrescentamos frases em algumas músicas em outras línguas como latim e aramaico arcaico. 51
Antes do lançamento do 1° álbum, “Sempiterno Agressor”, haviam gravado duas demos (“Sadomazocristo” e “Renascida em Trevas”). Quais as mudanças mais notórias das demos para o álbum? Analisamos que, de um álbum para o outro, há uma evolução significativa na qualidade sonora, de gravação e produção, e uma perspectiva diferente a ser abordada. Porém, sempre mantendo a identidade fiel ao que propomos. O “Sadomazocristo” é mais ríspido e cru. “Renascida em Trevas” já tem uma atmosfera mais obscura, excelente qualidade sonora e de arte. O début “Sempiterno Agressor”, consegue unir isso tudo, agregado à novos elementos, atitudes e pensamentos.
Quais as temáticas que foram abordadas neste álbum do Sodoma? Abordamos a liberdade do ser, seja ela carnal ou mental, o homem responde por si, não há doutrina que o valha, nem mesmo submissão a dogmas, não há lei a se curvar perante o universo. Como foi e como está sendo a resposta do público com o “Sempiterno Agressor”? Tem sido bastante satisfatório. Principalmente o reconhecimento ao nosso trabalho e a nossa luta. Isso cada vez mais nos fortalece a seguir em frente desbravando barreiras e derrubando dogmas. O álbum tem músicas dos demos anteriores ou foram novas composições para a gravação do primeiro disco? Há uma composição intitulada “Manto de Lúcifer” que foi gravada na nossa primeira demo (“Sadomazocristo”) e que resolvemos 52
acrescentar no “Sempiterno Agressor” junto com as demais composições novas. Para chegar em alguns festivais o caminho é longo. Com o disco gravado ficou mais fácil de tocar em festivais como o Forcaos e mostrar o trabalho da banda? A cada material lançando notamos a evolução de nossas músicas e o que elas tem nos proporcionado, seja tocar em lugares diferentes ou festivais diversos, é o reconhecimento que é fruto de muito esforço e dedicação. Sabemos que é apenas o começo de toda a destruição que ainda está por vir e que se faz presente em nossos caminhos, no cotidiano de trabalho e profissionalismo disseminando o caos aos quatro pontos. O Nordeste sempre é citado por bandas de outras regiões como o melhor público do Brasil. Sodoma já tocou em vários estados e pode sentir um pouco desse retorno, como é chegar num lugar que nunca tocaram antes e ver que
o público conhece o trabalho de vocês? Gratificante! Sabemos que a cena underground nacional está fortalecida e os reais bangers sempre estarão presentes nas celebrações apoiando a cena e dando suporte as bandas. O Death e o Black Metal são duas vertentes que sempre tiveram fãs fieis e assíduos mas, ultimamente, esses dois gêneros estão agregando cada vez mais seguidores. Qual a sua opinião sobre esse aumento de fãs que estão aderindo essa vertente do Metal? Achamos interessante essa junção de vertentes. Onde se está fazendo algo de bom e que agrade mentes, sempre,será notado e apreciado. Você acha que ainda falta muito para que o Metal tenha um pouco mais de visibilidade e venha a ter mais espaço em grandes festivais? Apesar de ser um gênero novo 70/80, desde sempre, tem mostrado sua força seja em pequenos ou grandes festivais. Mas as coisas só acontecem, por conta das bandas que fazem
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por merecer e o público comparece mantendo o elo. Apesar da exposição de grandes festivais, é no dia-a-dia que a batalha é travada até chegar ao ápice, que é o show, onde tudo se resume àquele momento. O Brasil já foi explorado pela banda, há pretensões ou propostas para tocarem no exterior? Já foram? Há contatos na América do Sul, Europa, América Central e Japão, porém, também há lugares no Brasil que ainda não tocamos. Fecharemos uma tour mais ampla por esses lugares e concretizaremos esse giro pelo mundo. Já existe alguma data ou previsão para o lançamento do segundo álbum? Estamos em processo de composição, finalizando as últimas músicas do tracklist, preparando um material ainda mais destruidor, então, gravaremos. A previsão para o lançamento é no fim do 1º semestre de 2014. A Rock Meeting agradece pela entrevista e deseja mais sucesso para a Sodoma. Sodoma agradece o convite. O caos prevalece.
Por Vicente de Albuquerque Maranhão Fotos: Divulgação
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banda de Thrash Metal, Hicsos, é uma das mais experientes do cenário underground nacional. Com mais de 20 anos de estrada, os cariocas são considerados precursores do metal nacional já dividindo os palcos com grandes nomes da cena mundial, possuindo tês full-lenght gravados e com uma extensa lista de turnês, tanto no Brasil, quanto no exterior. A mescla, do Thrash Metal com Hardcore, exprime toda a marcante característica sonora da banda. Já as letras, abordam assuntos como religião, política, conflitos da personalidade humana e o cotidiano. Em Julho de 2013, a banda lançou seu 3° álbum de estúdio intitulado “Circle of Violence” através da Laser Company, uma das mais importantes gravadoras do gênero na América Latina. O disco foi recebido pela crítica especializada com um dos melhores registros do ano e considerado o trabalho mais 54
“Nós não p pesado da banda. A Rock Meeting bateu um papo com a banda. RM - A banda surgiu em 1990, tendo lançado sua primeira Demo “The Face of the Abyss” em 1991. De onde surgiu a ideia para o nome Hicsos e o que motivou a montar uma banda de Thrash Metal? Anvito - A escolha do nome foi iniciada por uma ideia do primeiro guitarrista ( Allan Arbbas ). Procuramos conhecer mais sobre o povo bárbaro e começamos a admirar a história, daí veio a vontade de adotar esse nome. O Thrash Metal era o que mais escutávamos na época. Nossa maior influência vinha de bandas como: Slayer, Exodus, Testament, Nuclear Assault e etc... Foi natural a vontade de fazer esse som. Do lançamento da primeira demo em 1991 até o debut, Eatin’ Concrete, em
paramos nunca!” 2004, passaram cerca de 13 anos. Durante este tempo o grupo passou por algumas mudanças no line up, lançou mais duas demos e participou de shows com grandes nomes do metal mundial como: D.R.I, Exodus e Mercyful Fate. Apontem o que mudou na banda em termos de sonoridade e qualidade de produção durante todo esse período. Marcelo Ledd - Ficamos cada vez mais experientes. Cada show desses com bandas consagradas foi um aprendizado muito grande. Eu entrei na banda em 1997 e sempre que troca a formação tem uma freada no trabalho. Quando se compõe com novo integrante, algo se acrescenta em nossa musica. Nós não paramos nunca! Estamos sempre em movimento . O movimento do Metal porrada. Ouvindo a discografia, fica claro a pre55
sença de elementos do metal e do hardcore nas músicas. Quais são principais as referências que influenciam no processo de composição de um novo trabalho? Marcelo Ledd - Isso é difícil de dizer. Influência, para mim, é tudo o que eu ouço e fica na minha cabeça. Então, no meu caso, por exemplo, tem muito hardcore, punk, mas também Thrash e Heavy Metal Tradicional(NWOBHM). Porém, tem um monte de coisas de fora do rock ou do rock clássico como Led Zeppelin e The Who.Tudo isso me influencia a fazer o meu som. Sem cópias desse ou daquele artista, entende? Anvito - Não ficamos pensando em referência quando estamos compondo. Fazemos o que vem e naturalmente sai aquilo que cada um se identifica mais. Acredito que isso é um ponto positivo, pois assim criamos uma identidade própria.
O Hicsos faz parte de um seleto grupo de bandas com origem no Rio de Janeiro consideradas precursoras do Thrash Metal Nacional e que tem mais de 20 anos de atividade na cena underground. Ao que se deve toda essa história e tempo de carreira? Marcelo Ledd - Acho que o tesão pelo som que fazemos,o respeito dos fãs e o o vício chamado Heavy Metal. Em 2007, vocês lançaram o segundo full lenght intitulado “Technologic Pain”. Apesar de contar com a mesma produção do disco anterior, o álbum é extremamente voltado à temas políticos, contando, inclusive, com a polêmica faixa “Pátria Amada” composta em português. Expliquem quais foram as questões que influenciaram na composição deste segundo trabalho e o que levou vocês a optarem pela composição em português? Marcelo Ledd - Bem, o primeiro trabalho também tem uma conotação politica nas letras. O “Tecnologic” teve uma produção melhor, com mais cuidado e saiu quase como queríamos. A música em português surgiu naturalmente. Eu tive a idéia de fazer um paralelo com o hino e não faria sentido se fosse em inglês. A mensagem de Pátria Amada é bem clara e as letras desse trabalho são bem variadas como sempre foi na História da banda, porque nós nos dividimos, cada um que escreve uma letra apresenta para o resto da galera e vamos separando as melhores. No ano de 2008, houve rumores da produção de um documentário em DVD em comemoração aos 18 anos de carreira da banda denominado Violence and Blood, tendo sido disponibiliza-
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do na internet um teaser de divulgação deste documentário. Como anda a produção deste projeto e há alguma estimativa para seu lançamento? Marcelo Ledd - Bem, esse DVD deveria ter sido lançado agora junto com o novo álbum, mas novamente teve a saída do Nilmon e isso atrapalhou a finalização do material. O Celso esta na banda agora e estamos refazendo todo o material incluindo o Celso que agora faz parte de mais uma página em nossa carreira e deve estar presente nesse documentário. No entanto, acredito que em 2014 ele será lançado. Em 2009, o Hicsos lançou um Split com a banda Mortal Factor (Suíça), onde as faixas são do álbum echnologic Pain através da Mr. Vain Records. Este fato aconteceu conjuntamente com a turnê europeia da banda. Conte-
Marcelo Ledd - Acho que em termos de peso está a mesma coisa, porém, esse tem um “Q” de Death Metal que não havia nos anteriores e isso foi pela influencia que o Nilmon (ex-guitarrista) trouxe quando criamos as músicas, ou seja, mais uma coisa para misturar: Thrash, Metal, Hardcore e Death Metal. A diferença, pra mim, é essa; talvez com um pouco menos pitadas de hardcore.
-nos como surgiram as oportunidades do lançamento do Split e da circulação na Europa. Marcelo Ledd - Cara, isso foi por causa da tour. O cara da Mr. Vain entrou em contato e falou sobre esse split e nós topamos. Quando começamos a tour, ele nos disse que mais da metade do que tinha sido lançado já havia sido vendido e antes de terminar ficou esgotado. Foi muito gratificante a resposta dos europeus para com o Hicsos. No mês de Julho deste ano vocês lançaram o terceiro full-lenght denominado “Circle of Violence”. Algumas resenhas da mídia especializada consideraram este álbum como o mais pesado da carreira da banda. O que no processo de composição do disco gerou este “peso” e quais as diferenças deste álbum para os discos anteriores?
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Comentem um pouco sobre como foi o show de lançamento do Circle of Violence no RJ e como está sendo a aceitação do público para o novo álbum. Anvito - O show de lançamento foi muito bom. Tivemos presença de bandas amigas na abertura, a casa tinha uma estrutura muito boa pra show e um bom público também. Na verdade foi uma grande festa onde podemos mostrar o novo trabalho e a nova postura do Hicsos nos palcos. O novo disco da banda foi lançado em contrato com a Laser Company, considerada uma das maiores gravadoras do mercado fonográfico sul-americano, como surgiu e se concretizou essa parceria? Marcelo Ledd - Eles já conheciam nosso som , por causa da repercussão do “Tecnologic Pain”, e vinhamos tendo contato com alguns caras de lá. Até que, quando estava tudo pronto, nos reunimos com a Laser e acertamos o lançamento. O “Circle of Violence” foi lançado no exterior ou há planos para isso? A banda tem algum retorno de fãs de outros países que conheceram o Hicsos através da internet? Marcelo Ledd - Sim, temos planos para o
exterior com o “Circle of Violence”,mas ainda é cedo para falar sobre isso. Temos muitos fãs fora do Brasil, incluindo a Europa. Alguns conheceram pela internet e outros nos shows da turnê. Nesse ponto, a internet é muito importante para um artista divulgar seu trabalho. O Hicsos sempre foi uma banda que apostou muito nos recursos multimídias para a divulgação do seu trabalho (seu primeiro álbum em 2004 já contava com uma faixa extra contendo o vídeo clipe da música Insane Future). Hoje, com a democratização de conteúdo através da internet, quais as mudanças vocês observam no comportamento da cena e quais as perspectivas para o futuro? Marcelo Ledd - Fico muito irritado ao ver pessoas vendendo discos piratas em shows, pra mim, isso é roubo e ponto. Por outro lado, como eu disse antes, serve para divulgar e levar sua musica a lugares distantes de forma rápida e eficiente. Como tudo na vida tem o lado bom e o ruim. Anvito - Acho que a internet é a maior ferramenta de divulgação hoje em dia. Você pode alcançar distâncias inimagináveis até então. Acredito que esse é um dos principais motivos do crescimento da cena de hoje. Porém, o principal ainda não aconteceu, que é o fã de Metal sair de casa e ir aos shows de bandas autorais. Infelizmente, o público que comparece ainda é muito pequeno. Mas quando é uma banda renomada a gente vê estádios cheios. Falta a galera se unir mais e ver o que realmente é gostar de Metal, dar mais valor as bandas nacionais. Mas por outro lado, tem a mentalidade dos produtores que precisam 58
mudar também... Enfim, ainda há muito o que mudar. Sendo vanguardistas deste tipo de trabalho, qual a opinião de vocês sobre o uso de redes sociais para a divulgação de bandas e o que vocês consideram de pontos positivos e negativos em relação à troca de músicas pela internet e ‘download’ gratuito? Marcelo Ledd - Se for liberado pela banda tudo certo, se não...Roubo! Acho que as redes sociais servem como meio de comunicação e divulgação, mas a maioria das pessoas usam como divã para expor seus problemas e sua vida particular. O Rio de Janeiro teve uma forte cena Metal nos anos 80 e 90 com bandas de estilos diferentes como Azul Limão, X-Rated, Dorsal Atlântica, entre outros. Como está hoje o espaço para as bandas de Metal?
Marcelo Ledd - Boa pergunta, como está? (risos) Anvito - Espaço tem. Bandas tem. Alguns produtores fazem um excelente trabalho. Mas na maioria vemos espaços com som ruim e isso afasta o público. Devido ao fato do Brasil ser um país continental muito se fala sobre os diversos problemas para a realização de grandes turnês. Qual avaliação que vocês fazem, visto o longo tempo que a banda já tem de estrada? Quais regiões brasileiras vocês gostariam de estar tendo oportunidade de divulgar seu trabalho? Marcelo Ledd - Cara, nós já rodamos bastante, mas queremos levar nossa “Thrash Violence Tour “ para lugares que não fomos ainda como o Centro-Oeste. Voltaremos nos lugares por onde já passamos e queremos muito ir novamente para o Nordeste. O Norte do país está em nossos planos, temos muitos 59
fãs nessas áreas. O que realmente dificulta é a distância longa. Mas vamos reverter isso com certeza. A Rock Meeting agradece imensamente a oportunidade dessa entrevista histórica e gostaríamos de deixar o espaço para vocês mandarem uma mensagem para os fãs e amigos que curtem o trabalho do Hicsos e para os novos fãs da banda que surgirão através do Circle of Violence! Marcelo Ledd - Nós é que agradecemos, estamos muito contentes com o novo trabalho e peçam para os produtores locais a violência musical em sua cidade que nós iremos. Anvito - Muito obrigado a vocês da Rock Meeting. Valeu aos fãs que nos acompanham, sem vocês não teríamos a força necessária pra dar continuidade ao trabalho. Obrigado a todos, um grande abraço!