Editorial
Oportunidades
A vida é cheia de oportunidade para aqueles que buscam algo de verdade. Os sábios não perdem tempo discutindo tolices para fazer o outro entender quais são suas intenções. Somente quem é pobre de espírito fica espalhando tragédias aos quatro ventos de que o projeto do outro não vai dar certo. Sobre as oportunidades queremos deixar um recado bem simples, pode ser que não entenda agora, mas é o melhor a se fazer: não dê ouvidos às péssimas notícias, principalmente se elas forem boatos e carregadas de inveja. Se chegar a um patamar como este é porque o seu trabalho está incomodando e está no caminho certo. Ameaças, falácias, intrigas tudo isso são combustível para você continuar a fazer o que planejou. Nós, enquanto mídia especializada, vimos tantas coisas acontecendo que nos deixa assustados. Bandas que se acabam por tão pouco, têm oportunidades, mas são pegas pela fraqueza. Para você que luta todos os dias para alcançar os seus objetivos, um salve! Agora você que fica dificultando as coisas, por favor, procure fazer o mesmo para a sua vida, busque um rumo, dê um sentido a ela. Você já pensou o que é semear a discórdia pode proporcionar? Um dia, você não terá ninguém a quem se pode confiar, nem chamar de amigo!
Table of Contents 07 - Coluna - Doomal 10 - News - World Metal 15 - MatĂŠria - Panzer 18 - Review - H2O 22 - Entrevista - Dusty Old Fingers 28 - Capa - JackDevil 38 - Review - Abril Pro Rock 47 - Entrevista - Aquiles Priester 52 - Review - The Casualties 56 - Entrevista - ForKill
Direção Geral
Pei Fon
Revisão
Katherine Coutinho Rafael Paolilo
Capa
Alcides Burn
Colaboradores
Charley Gima Ellen Maris Jonathas Canuto Maicon Leite Marcone Chaves Mauricio Melo (Espanha) Rodrigo Balan Rodrigo Bueno Rômel Santos Sandro Pessoa CONTATO Email: contato@rockmeeting.net Facebook: Revista Rock Meeting Twitter: @rockmeeting Veja os nossos outros links: www.meadiciona.com/rockmeeting
Mythological Cold Towers
Por Sandro Pessoa (Sunset Metal Press & União Doom BR)
O DOOM METAL NOS QUATRO CANTOS DO PLANETA
É
fácil perceber que, ao sair de uma região para outra, alguns elementos culturais variam. Em casos mais extremos nos causa até mesmo a sensação de estar em outro planeta dado as grandiosas diferenças de um país ou outro. Mas existem coisas que parecem fazer parte não somente da cultura de um país ou região em específico, mas sim do mundo inteiro e uma destas coisas com certeza é o gosto pelo Rock/Metal. O gênero ultrapassou as barreiras da Europa, berço onde foi fundado, e se enraizou pelos demais cantos do planeta dando origem a diferentes interpretações do mesmo sem deixar de lado a característica primal do estilo. Tanto que basta dois ou três acordes para podemos definir o que é Rock ou algum outro estilo influenciado por este. Deste modo, irei aproveitar para des-
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tacar algumas bandas de Doom Metal que apesar de fazerem parte do mesmo gênero apresentam características distintas devido a bagagem cultural transmitidas em suas composições. FALLING LEAVES (Jordânia) Formada em 2006, trata-se de uma banda de Melodic Doom/Death Metal da Jordânia. Lançou sua primeira Demo em 2010, seguido do primeiro álbum oficial em 2011. Intitulado “Mournful Cry of a Dying Sun”, este contou com a participação de grandes nomes do cenário Doom mundial, dentre eles Paul Kuhl (Novembers Doom) e Pim Blankenstein (Officium Triste).
DISEMBOWELMENT (Austrália) Fundada em 1989, Disembowelment é uma banda bastante conceituada dentro de seu gênero musical, o Doom/Death Metal. Apesar de sua boa reputação a banda teve um período curto e acabou em 1994, deixando duas Demos, um EP e um álbum oficial chamado “Transcendence into the Peripheral” lançado em 1993. Em 2005 foi disponibilizada uma compilação que carregava o nome da própria banda. A banda encontra-se inativa no momento.
EVADNE (Espanha) Banda espanhola fundada em 2003 traz uma sonoridade calcada no gênero Melodic Doom/Death Metal. Lançou dois álbuns oficiais e tornou-se bastante conhecida após o lançamento do vídeoclip “One Last Dress For One Last Journey”.
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SHADOWS OF A DREAM (Irã) Em um país onde o Heavy Metal é praticamnte proibido (segundo informações da própria vocalista). Shadows of a Dream é um verdadeiro achado. Foi criada em 2012 e disponibilizou sua primeira Demo de forma online. Formada unicamente por Mahdi Borusan (vocais e demais instrumentos) e Mandana (vocais femininos), a banda gravou seu trabalho em estúdio próprio e em segredo de boa parte dos cidadãos de seu país. SINPROPHECY (Egito) Uma banda formada na região de Cairo, Egito. Trata-se de um Doom/Death Metal bastante pesado com elementos de Black Metal. É pioneira em seu país quanto a este gênero musical. Recentemente lançou um vídeo oficial onde podemos saber bem qual é a proposta da banda. Confira AQUI. STRAGE (África do Sul) Formada em 2011, Strage segue um padrão diferente das demais bandas, trata-se de um projeto instrumental formado por três integrantes. O gênero é um Sludge Doom calcado em estilos como o noise e ambient com bastante peso, características claras de bandas do tipo.
dos anos 90 o som da Mythological Cold Towers é pesado e majestoso com característica única. Realmente um dos grandes nomes do metal nacional.
CULTURA TRES (Venezuela) Um dos maiores destaques da América do Sul quando tratamos de Sludge Doom, Cultura Tres mistura a vanguarda da década de setenta do rock, Doom, metal psicodélico e folclore sul-americano as canções. Foi fundada em 2006 e já lançou 4 álbuns. Sua tour já passou por diversos países da Europa e América do Sul, porém, mesmo tão próximo, nunca se apresentaram no Brasil, realmente uma pena. HYPONIC (China) Diretamente de Hong Kong, Hyponic tem um trabalho bem semelhante ao primeiro álbum do My Dying Bride e The Gathering. Foi formada em 1996 e teve boas críticas com seu primeiro álbum “Black Sun” lançado somente em 2001. O segundo álbum “Noise of Time” foi lançado em 2005 e recentemente participaram da Doom Metal Front Compilation 9, coletânea desenvolvida pelo site alemão Doom Metal Front. MYTHOLOGICAL COLD TOWERS (Brasil) Umas das maiores e mais antigas bandas brasileiras de Doom Metal. Tem como grande característica as letras baseadas na história e nos mitos sul-americanos. Formada no início
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SOLITUDE AETURNUS (EUA) Nascida no Texas no ano de 1988, Solitude Aeturnus é uma banda de Epic Doom Metal. Tornou-se ao lado de bandas como Candlemass, grande ícone do gênero e lançou seis álbuns oficiais, um DVD, além de splits, Demos e EPs. COMATOSE VIGIL (Rússia) Primeira banda de Funeral Doom Metal da Rússia foi formada em 2003 e já obteve grande aceitação pelos fãs do estilo. Possui dois grandes álbuns, destaque para o “Fuimus, non Sumus...” lançado em 2011. Infelizmente a banda já não mais existe desde Março de 2012 conforme publicado em sua página do Facebook. Concluindo esta análise posso afirmar que dariam dezenas de livros uma abordagem completa sobre o Doom Metal no mundo. Bandas clássicas como My Dying Bride, Anathema e Paradise Lost dispensam comentários, como também Katatonia e Candlemass. O Doom Metal ressurge a cada novo dia, trazendo novas bandas e novas roupagens para o estilo. Vamos ver o que o futuro nos prepara com relação a bandas que virão!
Novo álbum A Clássica banda de Death Metal At The Gates, esta preparando seu mais novo álbum “At War With Reality” com provável lançamento no período de outubro a novembro via Century Media Records em todo o mundo! A banda liberou, recentemente, um vídeo da pré-produção deste álbum. A banda vem tendo boa repercussão do público desde que voltou aos palcos e com sua formação original. A banda conta atualmente com Tomas Lindberg - Vocais, Anders Björler Guitarras, Jonas Björler - Baixo, Martin Larsson - Guitarras e Adrian Erlandsson - Bateria. Veja o teaser da pré-produção do álbum “At War With Reality” AQUI.
Novo contrato
Novo endorsers
A banda Tanzwut que pratica uma mistura de sons que vai do Medieval-Industrial-Rock ao folk assinou contrato com a AFM Records. . Atualmente a banda esta em processo de gravação e o primeiro registro em sua nova gravadora já tem título “Eselsmesse” e será lançado no dia 6 de junho de 2014. Veja o clipe da música “Meer” AQUI.
O baterista Andrêss Fontanella, da banda gaúcha, Save Our Souls anunciou recentemente que é um dos mais novos endorsers brasileiros da marca internacional de peles de bateria Aquarian. Junto com bateristas como Fabiano Manhas, Edu Garcia, Dennis Mendes, Marcus Dotta entre outos.
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Novo grupo
Música nova
AFM Records apresentou recentemente ao seu cast a banda 21 Octayne, banda formado por ex membros dos grupos Joe Perry, Rhapsody, Axxis e Paul Gilbert, seu primeiro registro será lançado no dia 23 de maio. Com o título “Into The Open”, a banda é composta por Hagen Grohe (The Joe Perry Project), Marco Wriedt, Andrew “ The Bullet “ Lauer e o baterista Alex Landenburg. Assista o vídeo “The Heart (Save Me)” AQUI.
Para quem aguardava algum novo material do Slayer, o mês que se passou fomos agraciados com a música “Implode”. Para os que ansiavam ouvir algo novo da banda, principalmente com a saída de Lombardo e a morte do Hanneman, muito se falava se haveria continuidade. Mas, pelo visto, estão produzindo e podemos esperar algo mais para frente, um álbum novo. Escute “Implode” AQUI.
Novo álbum 2 O Machinage anuncia oficialmente o título de seu segundo e tão esperado álbum: ‘Slave Nation’. O trabalho, que já vinha sendo esperado pelos fãs de Thrash Metal, ganhou ainda mais atenção após ser anunciado que o lendário produtor inglês, Max Norman, cuidará da mixagem. Para ter ideia do currículo do produtor, confira alguns discos e bandas que o mesmo produziu, mixou ou masterizou: Ozzy Osbourne – Blizzard of Oz, Diary of a Madman, Speak of the Devil, Bark at the Moon e Tribute. Megadeth – Rust in Peace, Countdown to Extinction, Youthanasia e Hidden Treasures Bad Company – Rough Diamonds. Fates Warning – No Exit e Perfect Symmetry. Lembrando que todo o disco foi gravado nos Estados Unidos e produzido por Curran Murphy (Annihilator e Nevermore). 11
“The Quantum Enigma” Uma banda que tem tido tanto sucesso no mundo inteiro e aclamação como Epica deve ter todo o direito de descansar sobre os louros e ficar com o proverbial “fórmula vencedora”. “Quantum Enigma” mistura guitarras afiadas, diabolicamente coros angelicais, sintetizadores evocativos, e mais uma grande performance vocal de Simone Simons. “Quantum Enigma” é, simultaneamente, o lançamento mais intenso e emocional da banda até a data. “Quantum Enigma” ja foi lançado na Europa e em 13 de maio na América do Norte via Nuclear Blast Records.
Novo dvd A Rússia tem um significado especial para Udo Dirkschneider e sua banda UDO. Assim, a gravação de um DVD ao vivo para destacar a turnê “Steelhammer” foi uma oportunidade que a banda não quis perder. É o primeiro lançamento ao vivo com a nova formação da banda UDO. “Steelhammer - Live From Moscow” estará disponível como DVD/2-CD, Bluray/2-CD e triple-vinil nas cores da bandeira russa.
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Vem para o Brasil
O primeiro vocalista do AC/DC, Dave Evans, está agendando uma tour pela América do Sul em setembro, entre os dias 17 a 28. A expectativa do cara pisar no Brasil é grande e já podem reservar uma data para ela. Substituído em 1974, por Bon Scott, Evans gravou o single “Can I sit next to you, girl”, e fez parte da banda por pouco mais de um ano. Devido a problemas com o manager da banda, Evans saiu, mas foi fundamental para na formação das mais bem-sucedidas bandas, o AC/DC.
“ENDLESS MAZE” TOUR 2014
‘Future Chaos’
A banda Leave Me Out acaba de liberar as primeiras datas da “Endless Maze – Tour 2014″, em suporte ao novo álbum, de mesmo nome. Entre as datas, a apresentação com a banda estadunidense Mudhoney, no dia 13 de Maio em Uberlândia – MG; onde farão o show de lançamento oficial do álbum “Endless Maze”. Vale lembrar que no próximo dia 14/04 a Leave Me Out lançará seu terceiro vídeo clipe oficial da música.
Enfim o trabalho de uma das promessas do Thrash Metal nacional, Angry, está disponível para venda. ‘Future Chaos’ já pode ser encontrado com a banda, selo e nas melhores lojas especializadas. ‘Future Chaos’ foi gravado em São José dos Campos/SP no estúdio Oversonic com produção de Vagner Alba (Morfolk, Attomica). A arte da capa ficou sobre a responsabilidade da artista Juliana Reis.
Novo álbum 3 Depois de mais de dois milhões de discos vendidos com uma entrada habitual no top 10 das paradas de álbuns e sendo a atração principal de shows em 39 países em toda a Europa, América, Ásia e Austrália, da Alemanha. Edguy está de volta com o seu décimo álbum de estúdio “SpacePolice”. Quando o Heavy Metal foi declarado morto, no início dos anos noventa, um grupo de garotos alemães partiram no meio do nada para lutar contra todas as probabilidades. Fazendo isso conquistou os corações de toda uma nova geração de fãs ao redor do mundo. Em seu décimo álbum “Space Police” (Produzido por Sascha Paeth no Gatestudio Wolfsburg) a banda continua a fazer as coisas à sua maneira. Nenhuma outra banda no universo poderia fazer uma versão cover autêntico do Falco clássico “Rock Me Amadeus”, colocando ao lado do mais pesado material de power metal que a banda já escreveu. 13
“As dificuldades são as mesmas, só estamos mais velhos, teimosos, ranzinzas e tocando melhor” Por Pei Fon com Rodrigo Balan Fotos: Divulgação
O Panzer está de volta depois de um hiato de mais de dez anos. Qual foi o momento que vocês decidiram que era a hora de voltar? Edson: Este foi um processo longo e, na verdade, de amadurecimento meu e do André como pessoas. Nós fomos nos reaproximando novamente depois da “treta” do passado. Mas isso levou mais de 10 anos para acontecer. E, depois de uma conversa de mais de 3 horas no telefone, resolvemos marcar um ensaio apenas eu e ele, uma vez que nem banda existia ainda. Foi ali que vimos que ainda havia muito lenha pra queimar. Mesmo com uma carreira consolida15
da no fim dos anos 90 e início dos anos 2000, vocês ficaram com medo de não ter a mesma recepção hoje? Sim, isso realmente aconteceu, porque mesmo estando tocando em outros trabalhos, tanto eu quanto o André, não sabíamos se o som do Panzer ainda se encaixaria dentro do público novo. As pessoas que iam aos nossos shows em compravam nossos discos no passado, muitos deles saíram da cena, então não sabíamos se ainda era nosso tempo. Sorte que estávamos enganados. (risos) O primeiro trabalho depois da volta foi o single ‘Rising’. Como vocês enxergam o trabalho hoje em dia?
“Rising” foi a linha divisória entre o Panzer do passado e o Panzer do presente / futuro. Nessa música, a parte instrumental foi feita pelo André e por mim, nos ensaios “solitários” apenas com bateria e guitarra. Queríamos algo que fosse forte e que justificasse nossa volta. O Rafinha compôs a letra falando da volta da banda e de tudo que ele passou depois de um acidente que sofreu, ou seja, é uma letra que traz uma carga emocional forte para a gente. Fizemos o vídeoclipe dela que nos trouxe colocação como melhor vídeo nacional daquele ano em alguns sites. De quebra algumas resenhas disseram que é melhor faixa do Panzer até hoje. Acho que acertamos a mão nela!! Muita coisa mudou no cenário dos anos 90 pra hoje. Quais os paralelos que vocês fariam? Não mudou quase nada. Temos as bandas da moda, os medalhões de sempre, o espaço para shows em São Paulo ainda é restrito, muita gente ainda paga para tocar. O que mudou foi o público que era maior, porque as pessoas ainda viviam a noite. Era legal e bacana sair e ver bandas tocando, conhecer gente, pegar mulherada. Hoje muita gente fica em casa, pois a vida social mudou como um todo, tudo é virtual. As dificuldades são as mesmas, só estamos mais velhos, teimosos, ranzinzas e tocando melhor. (risos) No ano passado foi lançado o novo álbum ‘Honor’, que foi inclusive eleito como um dos lançamentos do ano por alguns veículos da imprensa, vocês estão satisfeitos com o resultado final? Sim, muito satisfeitos! Devemos muito da qualidade desse disco ao produtor Henrique Baboom, que fez um trabalho de mestre nas 16
seções de gravação, entendendo a “vibe” orgânica que queríamos nele. Eu acredito que as pessoas estão gostando tanto pelo fato de não ser um disco “de computador”, onde foi tudo editado e arrumado. A bateria foi gravada usando metrônomo e em apenas dois takes. Fiz isso, justamente, para soar natural e não precisar de edições que desconstroem as músicas, fato muito comum nas produções de hoje que soam tão perfeitas. Usamos 6 amplificadores diferentes na amplificação das guitarras, para garantir um timbre monstro. Os vocais, eu acompanhei todas as seções de gravação e o Rafinha deu seu máximo no disco, assim como o DM também. A Shinigami Records
também surgiu na hora certa para colocar o disco na praça. As resenhas e todas as portas abertas que esse está nos trazendo, nos mostra que acertamos o caminho nesse disco. Quais ão as músicas preferidas do álbum? Cada um de nós tem suas preferidas. Difícil citar uma, tem todo nosso esforço colocado ali. Posso dizer que preferimos o disco como um todo. Em dois anos vocês lançaram três trabalhos, um videoclipe, seu próprio festival (Panzer Fest) e estão preparando um DVD. Esta é uma forma de dizer 17
“olha, estamos vivos” ? Digo com segurança, olhando para tudo que fizemos no passado. Essa é a forma do Panzer trabalhar! Não somos banda de internet, somos banda de estrada, de palco, de correria e de show. Gostamos de estar em contato com o público. Nossa forma de produção é bem independente e sem frescura, por isso produzimos tanto. Vejo bandas rodando lâmpada com muitos detalhes e preciosismos inúteis nas suas produções, enquanto a gente é doidão vai lá e faz! Essa forma maluca de fazer as coisas sempre foi a fórmula da banda de ser banda. Acredito que passamos esse lance na nossa música e a galera já entendeu isso.
H2O @ Estraperlo Club del Texto e fotos: Mauricio Melo
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Ritme - Barcelona
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“Still here, still here, after all these fucking years…”. Faço da tetra de “Still Here” pertencente ao último disco de inéditas do H2O, lançado em 2008 quando Toby Morse ainda tinha 38 anos e eu alguns menos que ele. Mas é isso, ainda estamos aqui após tantos anos e com certeza temos a mesma motivação para seguir adiante. Ele(s) enviando suas mensagens e eu registrando. Tudo bem que o show foi há uns dias, mas foi necessário e proposital deixar a emoção baixar para poder sentar e relatar ou, pelo menos, rascunhar o que rolou no último dia 15 de Abril em Barcelona. Os nova-iorquinos não visitavam a cidade para um show em salas há 14 anos, tanto tempo que eu mesmo os havia visto tocando no subterrâneo de uma loja de disco pouco antes de lançar GO, em Montreal mais ou menos na mesma época, e isso tem tempo. É claro que o grupo andou circulando nas proximidades e visitando o país como por exemplo o festival Resurrection de 2012 na Galicia mas não se compara. O privilégio de poder estar diante do quinteto numa sala para 150 pessoas e com um palco de pouco mais de metro de altura nos foi oferecido e podemos afirmar que não houve desperdício. O público de Barcelona que, em muitas ocasiões deixa a desejar, se comportou de maneira perfeita, ou seja, cantando cada palavra, subindo ao palco para stage dives, participando dos refrões como se da banda pertencera e é claro. O grupo se viu recompensado e mais do que motivado. Uma noite que parecia “preguiçosa”, com o baixista Adam Blake sentado a dedilhar seu instrumento ao lado da bateria, recebendo em seguida a presença de Toby e Pistachio, pareciam combinar algo e o combinado foi iniciar o setlist com “1995”, foi como eletrocutar o público passado alguns 20
segundos dos primeiros acordes. O quinteto um pouco estático com um público parado, mas todo este comportamento durou pouco, para ser sincero durou apenas “So fresh, So green” da letra, daí por diante foi loucura, impossível de ficar parado. “Family Tree” do primeiro álbum foi resgatada com êxito e a já acima mencionada “Still Here” só fez crescer o clima no Estraperlo chegando ao cume ainda na quarta música com “Nothing to Prove”, a interação público / banda foi tão grande que Morse pediu para a banda tocar o refrão uma vez mais após o término da música, memorável. Podemos afirmar com letras bem claras, o grupo escolheu um setlist com a nítida intenção de concorrer ao melhor apresentação do ano com músicas título de seus mais celebrados discos como “Faster Than The World” e “Thicker Than Water” além de “Nothing to Prove” que já está aí acima no texto. “Guilty by Association” com direito a vários candidatos para fazer o papel que Freddy Cricien fez na versão de estúdio e “One Life One Chance” que não pode ficar de fora. Com “What Happened” a banda se despede com a sensação de dever cumprido e a difícil missão de tocar em Madrid no dia seguinte, coincidindo com a final da Copa del Rey entre Real Madrid x Barcelona. Ao final da apresentação Pistachio estava ao lado do palco, bem próximo a porta de saída, apertando a mão de cada um que passava agradecendo a presença, um motivo a mais para se derreter diante destes personagens. Na hora veio aquela velha frase da qual muito utilizo para finalizar os textos: “Nós quem agradecemos!” Voltem sempre e continuem percorrendo largos caminhos para levar mensagens positivas, o mundo está precisando. “PMA All Day”. 21
Entrevista
“Somos muito un
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nidos e focados” Dusty Old Fingers Por Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net) Fotos: Divulgação
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S
abe quando você escuta alguma música e tem aquela sensação de pertencimento de que, em algum momento de sua vida, você já viveu aquele clima que o som está lhe proporcionando? Pode ser uma viagem daquelas, mas a sensação que se tem ao ouvir as canções do Dusty Old Fingers é que está sendo transportado para uma outra época e que você tem a certeza de que viveu aquilo. Soa esquisito, mas escute e tenha esta sensação ímpar. Conversamos um pouco com os caras do Dusty Old Fingers e procuramos saber a fundo que sentimento é este que se dá ao ouvir suas músicas. Amigos de longa data, conheça agora, o Dusty Old Fingers. Aprecie sem moderação! Saudações galera do Dusty Old Fingers. Este é o nosso primeiro contato e gostaria que se apresentassem para os nossos leitores. Por favor, não meçam as palavras. O DOF é uma banda relativamente nova, com um quinteto super experiente em relação à música. Cansou de apenas assistir e agora querem sentir de perto o feeling de subir ao palco e tocar? Conta para nós como surgiu a banda. Tony Monteiro: Eu e Fabiano Negri somos amigos há muitos anos. Ele foi vocalista do Big Bang, banda que eu montei nos anos 90, eu produzi o disco “Free Fall”, do Rei Lagarto, banda de que ele fazia parte e por aí vai. Nada mais natural que acabássemos fazendo algo juntos. Assim, quando ele resolveu fazer um trabalho na linha do classic rock/blues rock, me convidou para participar, eu topei, obviamente, e o resultado está aí. Agora, o lance de “mudar de lado no balcão” e passar para os palcos não é novidade para mim. Como dis24
se, desde os anos 90 faço isso, a diferença é que agora é uma banda totalmente autoral. E acho que fui feliz nas duas atividades, já que tanto os colegas críticos musicais como os colegas músicos têm sido generosos nos elogios ao nosso disco. Classic Rock e blues, não tem como não notar estas influências. É bem a cara da banda e até do nome mesmo. A sensação que dá é estar num lugar com os amigos, num bar ou naquele quintal coberto, ouvindo esse som, rindo bastante. É isso mesmo?
Fabiano Negri: Isso tem muito a ver com o clima dentro da banda. Somos muito unidos e focados mas, ao mesmo tempo, nos divertimos muito juntos. Temos o mesmo gosto musical e discussões inexistem no nosso dia a dia. É óbvio que essa alegria em tocar juntos se reflita no som. É muito bacana dividir o estúdio e os palcos com essa galera. Tudo é feito com bastante sinceridade e é muito legal perceber que as pessoas reconhecem isso no nosso som. O álbum conta a história do fundador e primeiro guitarrista dos Rolling Sto25
nes. Como chegaram nesta concepção de falar de Brian Jones? Tony: Desde o início, a ideia era fazer do disco de estreia do Dusty Old Fingers um trabalho conceitual. Depois de muitas conversas, eu e Fabiano resolvemos fazer uma ópera-rock, o que seria um diferencial no mercado brasileiro. E quando o Fabiano propôs que fosse alguma história de “ascensão e queda”, a história do Brian Jones foi a primeira que veio à cabeça, até pela minha confessa paixão pelos Rolling Stones. Lançado ano passado, “The Man Who
Died Everyday” parece um álbum atemporal, que você acha que têm uns 30 anos, mas tem um ano apenas. Essa identificação com o passado é uma característica de cada integrante da banda, não é? Fabiano: Sim, claro. Acho que contribui para o álbum soar “atemporal” o fato de investirmos numa sonoridade que não envelhece. O rock clássico vem caminhando firme desde a década de 60 e sempre tem representantes importantes. É um som que não sai de moda. Estando ou não na vitrine, sempre temos excelentes bandas que propagam o som pelo mundo. Vide o Rival Sons, por exemplo. A faixa 5, “Everything that I want”, retrata bem essa atemporalidade, com riffs e um acompanhamento do baixo que a deixam ainda mais interessante. Preciso nem perguntar se o álbum está do jeito que imaginaram, ou preciso? 26
Fabiano: Dentro do possível, sim. Mas a gente sempre acha uma ou outra coisa que gostaria de mudar depois do resultado final. Mas isso é importante, pois não deixa a banda se acomodar musicalmente. No próximo trabalho vamos nos empenhar para superar o primeiro e assim por diante. Tony: É exatamente isso que o Fabiano disse. E eu lembro do meu querido e saudoso amigo Hélcio Aguirra, que dizia que a mixagem é algo que a gente não conclui, a gente abandona. Cada vez que ouço o disco vejo algum detalhezinho que poderia ter recebido uma outra mixagem, mas felizmente não é nada que comprometa o trabalho ou que me faça ficar triste ou irritado. “Dirty hands” me remete àquele momento em que você sentado na mesa do bar, questionando a vida, olhando para si mesmo no espelho a sua frente. Olha para a sua bebida, indaga com o
garçom. Já pensou se cada música fosse apresentada com um videoclipe? Tony: Isso é o que eu acho mais sensacional nesse trabalho! Cada pessoa tem sua interpretação pessoal e intransferível dele e de suas músicas. Essa que você propõe, por exemplo, eu nunca tinha pensado, mas ela é plenamente plausível. “Dirty Hands” é a música que retrata o momento em que Brian percebe que os amigos que ele pensava que tinha não eram tão amigos assim, e não me ocorre lugar melhor do que um boteco “pé-sujo” para afogar as mágoas desse tipo de constatação. Sim, seria maravilhoso se cada música pudesse render um clipe, teríamos um média-metragem musicada sobre a história de Brian. Pena que isso é inviável financeiramente. De todo modo, já lançamos dois clipes, “Blond Hair, Baby Face” e “Lost Eyes”, e estamos planejando mais um. O que “o homem que morre todos os dias” já tem proporcionado para vocês? Fabiano: Muita coisa legal. Não tivemos nenhuma crítica negativa. Todas as resenhas foram amplamente favoráveis ao disco. Isso é muito gratificante. O público também aprovou, já que muitas pessoas cantam nossas músicas nos shows. Estamos no caminho certo!! Costumo sempre perguntar o top 5 das bandas. Mas e aí, Tony, qual o seu Top 5 das bandas que são influência para o Dusty Old Fingers? Destaque um álbum e fale um pouco sobre ele. Tony: Puxa, que pergunta complicada! O mix de influências dos músicos da nossa banda vai de Iron Maiden a Motown, passando por Frank Zappa e pela música pop de qua27
lidade. Mas o rock clássico impera, não tem como fugir disso. Rolling Stones, Beatles, Alice Cooper, Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeppelin. É, passou de cinco. Não falei que era complicado? Selecionar um disco dentre tudo isso é pior ainda. Mas eu ficaria com um dos meus discos de cabeceira, a obra-prima dos Beatles “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”. Onde que o público pode escutar ou adquirir o material da banda? Tony: Nossa amiga internet tem feito um belíssimo trabalho para nós nesse sentido! Quem quiser, pode nos encontrar através do nosso site (clique AQUI), da nossa página no Facebook (clique AQUI) ou do nosso e-mail (dustyoldfingers@gmail.com). Também temos algumas músicas no Soundcloud pra quem quiser fazer um test-drive antes de adquirir o disco, através do nosso Soundcloud, clique AQUI. Ou seja, não tem como não entrar em contato com a gente! Para finalizar, o que podemos esperar para 2014? Sucesso sempre. Fabiano: Continuaremos nos apresentando e já demos início ao processo de composição do nosso próximo disco. Estamos trabalhando num EP que será uma espécie de continuação de “The Man Who Died Everyday”, será uma viagem sobre a chegada de Brian Jones ao “outro lado”. Ele vai ter uma sonoridade um pouco mais pesada que o primeiro álbum, mas sem deixar de lado nossas influências. Digamos que terá um pouco mais de Black Sabbath na salada. Já estamos pensando no próximo álbum completo, mas esse assunto fica para um próximo papo!
“Evoluindo gr Por Pei Fon com Maicon Leite Fotos: Divulgação
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radativamente�
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Rock Meeting – “Unholy Sacrifice” está saindo após grande expectativa, não só dos fãs, mas de todos que tem acompanhado vocês até agora. O resultado final parece ter unânime: ficou além do esperado. Do ponto de vista da banda, saiu exatamente como planejaram? André Nadler - Toda banda almeja produzir um álbum que saia dentro do que era expectável, todavia o que a maioria das vezes acontece é que o trabalho acaba saindo sempre diferente, nem que seja em alguns detalhes somente, do que era planejado, pois gravar um disco é um experimento e você nunca sabe qual vai ser exatamente o resultado final de todo o processo. No caso do “Unholy Sacrifice” ele superou as expectativas e conseguiu – principalmente na qualidade do áudio e dos arranjos – nos deixar bem contentes após o término da mixagem e masterização. Um registro como o “Unholy Sacrifice” nos mostrou que estamos evoluindo gradativamente e que podemos crescer ainda mais. Foi através do trabalho deste álbum que amadurecemos em diversos sentidos, ou seja, para sempre o nosso disco de estreia vai ter um significado além da música para gente, pois ganhamos lições de vida durante a produção dele. Ter gravado o disco em sua própria cidade, com produtores locais, ajudou a manter o equilíbrio e a compostura durante as sessões de gravação? De que maneira Felipe Hyily e Cid Campelo, do estúdio BASE17, contribuíram para o desenvolvimento do álbum? O Felipe e Cid são nossos amigos de longa data e trabalhar com pessoas na qual temos uma afinidade maior é sempre muito bom pois, a formalidade e o receio de criticar ou 30
de elogiar se esvai facilmente. O pessoal do Base 17 sabia o que queríamos obter dessas gravações portanto não demoramos muito a chegar em um denominador comum nos momentos de decidir a timbragem e volume dos instrumentos, por exemplo. Eles nos deixaram bem livres para escolher o que deveria ser feito e acreditamos que tivemos grandes companheiros ao nosso lado para construir o “Unholy Sacrifice”. Hyily e Campelo estão em uma escala de evolução simétrica ao trabalho do Jackdevil. Estamos evoluindo juntos e foi depositando confiança uns nos outros que conseguimos finalizar de forma satisfatória este novo material. A gravadora Urubuz Records é a responsável pelo lançamento de “Unholy Sacrifice” e, pelo que temos visto, o trabalho tem sido exaustivo em cima da distribuição e divulgação. Como chegaram até eles e como é o relacionamento entre as partes? Na verdade foi a Urubuz Records que nos encontrou e somos muito felizes por isso ter acontecido. Não imagino que seria melhor com outra gravadora. A Urubuz Records trabalha de forma impecável e podemos dizer que é parte fundamental para a expansão da nossa música. Quanto ao nosso relacionamento com a gravadora, podemos deixar claro que vamos além do profissionalismo e somos realmente amigos. Temos uma vontade comum e que vai beneficiar os dois lados que é ver o trabalho tomar proporções maiores mas, qualidades como o respeito e a amizade, também prevalecem na convivência entre nós e a nossa gravadora. Enfim, a Urubuz Records é excelente e estamos esperançosos para o que vem por aí ao lado da gravadora.
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Considerando que a arte gráfica é uma peça fundamental dentro do universo Heavy Metal, os fãs não terão com o que se preocupar com este quesito, já que todo o conceito do disco envolve um cuidado especial, tendo nas mãos de Ronilson Freire os traços perfeitos.... (Comentem) O Ronilson Freire é um artista muito talentoso e a prova cabal desta afirmativa são seus trabalhos impecáveis. O irmão do Ronilson, o Rom Freire, já havia desenhado uma arte para nós ( The Walking Devil) e em seguida conversamos com o Ronilson e ele aceitou fazer as artes para o nosso álbum. Ele já havia feito um trabalho para o Fúria Louca, uma banda de hard rock da nossa cidade, e em seguida começamos a trabalhar com ele. Foi parte essencial chamá-lo para trabalhar na arte do “Unholy Sacrifice”, pois queríamos algo inspirado nos antigos HQ’s como Creepshow e Tales From the Crypt e como o Ronilson tem como especialidade desenhar quadrinhos não poderíamos chamar outra pessoa naquele momento. Também posso destacar que ele fez exatamente o que imaginávamos e que estamos até agora hipnotizados com cada quadrinho feito para nossas músicas. Desde “Under the Satan Command” a temática voltada ao horror/satanismo é a força motriz por trás do conceito abordado nas letras, e desta vez contos de Stephen King acabaram por dar rumo a este lado lírico. “Unholy Sacrifice” seria um tributo a este mestre do terror? O nosso novo álbum não é apenas uma homenagem ao legado do mestre Stephen King, mas sim um tributo ao terror. Toda a essência 32
deste disco é voltada para ferramentas clássicas do horror e podemos exemplificar este fato apontando a capa, por exemplo, que foi inspirada no Crypt Keeper da série “Contos da Cripta” e outros detalhes como o Tabuleiro Ouija fazendo parte da arte do álbum – extraímos a idéia do tabuleiro quando olhamos que no filme “O Exorcista” a menina Regan brincava com um logo no começo do filme. As obras do Stephen King sempre foram temas de conversar entre os integrantes do Jackdevil e no momento de decidir o tema-base do “Unholy Sacrifice” não hesitamos em escolher histórias como “A Colheita Maldita”, “O Iluminado” e “Christine, O Carro Assassino” para inspirar o conteúdo lírico do
nosso disco. Ao mesmo tempo, surgem faixas como “Insane Speed Metal” e “Thrash Demons Attack”, que até certo ponto nada tem a ver com este escritor. Utilizar um pouco do clichê do estilo ainda é algo sadio? Tentamos mesclar os temas que tínhamos com as ferramentas básicas usadas no estilo musical que tocamos. Não basta apenas pegar e reproduzir as coisas exatamente como elas são, é preciso introduzir sua personalidade e as particularidades da banda aos assuntos abordados nas letras para que tudo ganhasse mais identidade, todavia podemos deixar cla33
ro que Insane Speed Metal foi inspirada em Christine, O Carro Assassino e “No Corredor da Morte” e Thrash Demons Attack narra a história de 4 integrantes de uma banda que se transformam em lobisomens durante a Lua Cheia, ou seja, a idéia foi mesclar a inspiração dos contos de King aos nossos temas básicos. Neste mês de maio o JackDevil estará de volta a São Paulo, além de passar também pela primeira vez em Belo Horizonte. Entretanto, a banda já foi a diversos lugares, e pretendem ir mais além. Planos para a Europa estão em pauta? No momento não temos nenhum planeja-
mento para viajarmos para a Europa. Já recebemos um convite recentemente, mas ainda precisamos organizar várias coisas antes de fazermos turnês mais longas, pois o heavy metal ainda não paga nossas contas e precisamos estudar e trabalhar para manter nossa vida pessoal estável. No Metal brasileiro, como todos sabemos, há dois lados da moeda. Há um grupo de apoiadores das bandas iniciantes, e existem aqueles que fazem de tudo pra atrapalhar quando alguém está alcançando certo reconhecimento. Vocês já passaram por quais tipos de constrangimento neste tipo de situação? Em todo lugar do mundo existem esses dois lados da moeda e uma banda realmente profissional que mantém um bom relacionamento entre os integrantes não pode dar ouvidos para qualquer tipo de falácia que possa tentar ser disseminada. Nós não ligamos para esse tipo de coisa. Priorizamos o trabalho com a banda e sabemos que se perdermos tempo com esse tipo de situação vamos acabar atrapalhando a banda. Quem quiser tentar nos prejudicar e falar mal que fique à vontade, enquanto alguns fazem isso temos o dobro de pessoas para nos defender e mais diversas outras conhecendo nosso material e passando adiante. A sonoridade do “Zeca Diabo”, como a banda é carinhosamente chamado, engloba o Thrash Metal cru e simples a uma pegada por muitas vezes calcada no Metal inglês dos anos 80, um misto de Thrash e NWOBHM. Desde o começo sempre houve esta analogia, mas 34
André Nadler - Guitarrista e vocal
parece que agora o lado Thrash aparece bem mais, concordam? Percebemos que a cada material que criamos a banda aparece cada vez mais pesada. Porém, nunca abandonamos o nosso amor pelo heavy metal britânico e músicas como Vixen Of Satan comprovam que a influência do N.W.O.B.H.M. não saiu de nossas veias. Por outro lado podemos ressaltar que no “Unholy Sacrifice” contamos com músicas mais pesadas e a bateria e os instrumentais estão bem mais agressivos. Outro fator interessante é a inclusão de um solo de baixo, aqui intitulado “The Coven”. No EP “Faster Than Evil” esta ideia já havia sido utilizada na introdução de “Bastards in the Guillotine”. Cliff Burton fez uma escola e tanto, não é mesmo? O R. Speedwolf sempre compõe linhas de baixo que nos surpreendem bastante. Em uma época onde bandas da nossa vertente musical abaixam o volume do contrabaixo e aumentam as guitarras, nós tentamos “remar contra a maré” e colocamos o baixo mais perceptível e com arranjos individuais e mais notórios. Mestres como o Burton, Geddy Lee e Harris escreveram uma estória no contrabaixo que nos ajuda bastante na nossa estrada. Eleger as músicas preferidas de um trabalho tão recente pode parecer uma decisão complicada, mas de imediato temos como destaque “Vixen of Satan” e a regravação de “Under the Metal Command”, que graças ao seu vídeoclipe tornou a banda ainda mais conhecida. Preferências pessoais, alguma? Vixen of Satan é uma das músicas mais comentadas pelos fãs, mas se tratando da nossa 35
opinião, percebemos que “Age Of Antichrist”, “Unholy Sacrifice” e “Beastrider” possuem um carisma enorme e um grande potencial em se tornarem músicas aclamadas em nossos shows. De todos os assuntos que aqui já discutimos, ainda faltou vocês comentarem sobre a sombra que o fracassado festival “Metal Open Air” projetou negativamente sobre São Luis, e consequentemente do Metal nacional. O JackDevil havia participado de um evento pré-festival, e ao que parece havia sido um sucesso. Vocês, vendo as coisas de perto, como encararam isso? O Metal Open Air foi apenas um dentre os milhões de fracassos e problemas que surgem todos os dias em São Luís. Não tenho dúvidas que existem problemas bem piores que fazem o cenário de São Luís tropeçar constantemente. Inveja, conformismo, soberba e muita desorganização são alguns fatores que posso citar como agentes destrutivos da cena maranhense. A prévia do M.O.A foi um sucesso e tocamos para aproximadamente 10 mil pessoas, mas problemas de organização já haviam sido relatados desde esse evento. Muitas coisas aconteceram por trás das cortinas e não podemos opinar sobre o que realmente houve. Mas nós fomos ao Metal Open Air e assistimos show bons como o do Destruction, Exciter, Exodus e um segundo dia onde o Korzus detonou. Sobreviver de música parece algo inimaginável hoje em dia mas, na sua opi-
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nião, com total empenho e dedicação é algo possível de se alcançar num país tão detonado pela política corrupta quanto o nosso? Isso que nem citamos Sarney, praticamente dono do Maranhão.... (Comentem) De alguma forma conseguimos pagar as despesas da banda através dos cachês e lucros que obtemos, mas ainda não conseguimos sobreviver de banda e pelo que contemplamos somente integrantes de algumas bandas bem grandes do Brasil conseguem viver com o dinheiro de suas bandas no heavy metal. É difícil trabalhar num país onde uma pessoa que acha uma mala de dinheiro na rua e devolve para o dono recebe a alcunha de “idiota” e “babaca” enquanto gente que rouba dinheiro público sendo funcionário fantasma, por exemplo, é chamado de “esperto”. Em um país onde existe um “jeitinho brasileiro” para tudo, trabalhar honestamente e ter seu trabalho respeitado e bem pago é algo difícil, meu amigo. Eleitos em votações de “melhores do ano”, elogiados por músicos como Supla, ótimas vendagens do CD, vários shows agendados... O que mais vocês planejam para breve e o que gostariam de dizer aos leitores? Podemos antecipar em primeira mão que estamos terminando de editar um clipe novo de uma das músicas do “Unholy Sacrifice”. Escolhemos a faixa “Age Of Antichrist” para a gravação do vídeo e em breve será lançado. Continuaremos viajando para shows em várias cidades do Brasil e o trabalho nunca pode parar!
Felipe Stress - bateria
Renato Speedwolf - baixo
Ric Andrade - guitarra
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Festival Abril Pro Rock
Brutalidade sonora e satisfação garantida Em um dia dedicado ao Heavy, Hardcore e Punk, milhares de pessoas lotaram o Chevrolet Hall como já é de costume Foto e texto: Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net)
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estival é um ótimo lugar para reencontrar os amigos de longa data, amigos recentes também, assistir aos shows das bandas que você gosta, trocar aquela ideia com os músicos e sair dele esbravejando para os quatro cantos de que foi o melhor que já pôde estar. Festival é isso, cara! Pura diversão. O Abril Pro Rock é um dos festivais mais conceituados do Brasil, que começou pequeno e hoje toma uma proporção inimaginável. Só quem já foi sabe o que o APR significa. Na edição de 2014, o segundo dia, dedicado ao Rock e Metal, trouxe bandas consagradas do Heavy Metal mundial, bandas brasileiras em destaque fora do país e aquelas que fazem história. As bandas foram Dune Hill (PE), Monster Coyote (RN), Krow (MG), Desalma (PE) com participação de Bongar, Conquest for Death (EUA), Olho Seco (SP), Mukeka Di Rato (ES), Hibria (RS), Chakal (MG), Havok (EUA), Kataklysm (CAN) e Obituary (EUA). Era nítido qual era a vontade dos bangers naquela reunião sazonal: se divertir até não poder mais e ser vencido pelo cansaço, como deu para perceber em muitos que deitavam no chão sem forças para aguentar o pique dos doze shows daquela noite. Pela energia destacamos as bandas Monster Coyote, Desalma e Krow. A banda Krow, tocando pela primeira vez no Nordeste, tem uma presença de palco surpreendente, forte e intimidador. Tocando músicas próprias, a banda conquistou o público pela rapidez nos riffs com o bom e velho Death Metal do Triângulo Mineiro. Um bom representante de Minas e ainda teria outro na noite. Outro agrado fica por conta das bandas Conquest for Death, Olhos Secos, Mukeka di Rato e Chackal. Enérgicos, fazendo o público ficar na insanidade, tocando o que os fãs queriam ouvir, podendo ver tudo isso no semblante daqueles que se desfiavam as leis de Newton e dividiam mais de 40
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dois corpos num mesmo lugar. Praticamente não precisava de setlist, porque os fãs berravam aos montes na grade para que os vocalistas cantassem as músicas que estavam pedindo. Sem contar com a presença de palco ímpar dos vocalistas das bandas. Sem igual, era visível tamanha satisfação da galera. Porém alguns estavam esperando pelo Hibria, outra banda que tocara no Nordeste pela primeira vez. Calorosamente foram bem recepcionados, tocando as mais conhecidas e um passeio pelos três álbuns já lançados. Bastante conhecido no Japão, a banda estava sendo cogitada pelos nordestinos e chegou a vez no APR 2014. Energia pura do Heavy Metal dos gaúchos. A galera cantava junto, parecia que a banda já frequentava aquele lugar ha mais tempo. Finalizaram o show com a versão do clássico do Led Zeppelin: “It’s been a long time since I rock and roll”. Os três últimos destaques vêm da velocidade dos riffs e das metralhadoras baterias. Havok era esperado no Brasil faz algum tempo. Considerado o futuro do Thrash Metal, os americanos fizeram a galera abrir aquela roda e levar aos montes no stage dive. Surreal! Sem contar a presença de palco dos caras, e olhe que dois deles não estão 100% de saúde. Imagina se tivessem com gás total. Alegria, riffs velozes, bateria a sentir no peito as batidas, só sendo banger para entender o que é isso. A outra banda é o Kataklysm. Pela primeira vez no Brasil, a banda detonou no palco. Os canadenses trouxeram o Death Metal para o Abril Pro Rock e não desapontaram. Tocando músicas do seu novo álbum, “Waiting for the end to come”, eles mostraram todo o seu poder e a velocidade do pedal duplo que, muitas vezes, o vocalista imitava estar atirando de uma metralhadora. Os caras 42
detonam. Para finalizar com chave de ouro, nada menos que o Obituary. Muitos guardaram suas forças para o último show da noite. Muitos estavam largados no chãos, exaustos e se levantaram com toda força para contemplar aquela banda que inspirou muitas outras. Só tocando os clássicos, o que se podia ver eram os marmanjos com olhos marejados quando o Obituary foi ao palco e tornou realidade o sonho de muitos. Definitivamente, o Abril Pro Rock proporciona estes momentos únicos e singulares.
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RECEBE PRÊMIO INTERNACIONAL INÉDITO PARA A MÚSICA BRASILEIRA Por Pei Fon com Giovana Leopoldi Fotos: Renan Facciolo
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DVD Aquiles Priester’s Top 100 Drum Fills foi eleito o melhor DVD Educational de 2014, segundo a bíblia da bateria mundial, a revista Modern Drummer USA. Em 37 anos de existência da revista, Aquiles é o primeiro baterista brasileiro a ocupar o primeiro lugar no ranking mais cobiçado do mundo da bateria. Considerado por doze anos consecutivos o melhor baterista de heavy metal do Brasil, pelas principais revistas e sites especializados, Aquiles Priester já tinha sentido o gosto de estar nesse pódio ocupando o 5º lugar como melhor baterista de Prog Metal do mundo, em 2011, ao lado de nomes como Neil Peart, Mike Portnoy, Gavin Harrison e Marco Minnemann. Nesse mesmo ano, seu DVD The Infallible Reason Of My Freak Drumming (2010), ficou em 3º lugar no ranking mundial. Aquiles Priester já realizou mais de 300 workshops em vários países e participou dos maiores festivais de bateria ao redor do globo como Modern Drummer Festival (Estados Unidos), Montreal Drum Fest (Canadá), Batuka! International Drum Fest 47
(Brasil), La Rioja Festival (Espanha), Laguna Drum Fest (México), London Drum Show e Drummer Live (Inglaterra), Musikmesse Frankfurt (Alemanha) e Namm Show (Estados Unidos). Recentemente, Aquiles foi convidado pelo guitarrista americano Tony MacAlpine para gravar seu novo disco Concrete Gardens que tem previsão de lançamento no segundo semestre. Também será gravado ao vivo em estúdio um DVD em Santa Rosa (EUA), em junho desse ano, que acompanhará o lançamento do novo disco do guitarrista. Aquiles Priester começou a tocar com Tony MacAlpine em 2012 realizando uma tour pela a Europa, depois de ser indicado por John Petrucci para Tony, após sua audição com a banda Dream Theater. Nascido na África do Sul veio para o Brasil, ainda criança, passando a infância e parte da adolescência na cidade paranaense de Foz do Iguaçu. Em 1988, mudou-se para Porto Alegre e, em 1997, montou o grupo de heavy metal Hangar, quando começou a desenvolver o estilo que o tornaria conhecido mundialmente. Com o Hangar já lançou cinco discos de estúdio e um CD/DVD acústico e ao vivo. Aquiles também teve uma passagem de sete anos pela banda Angra e atualmente também integra a nova banda brasileira Noturnall. Da concepção até o a execução, o DVD saiu como era esperado? Quando pensei num novo DVD no final de 2012, imaginei que deveria ter algo novo e bem direcionado para algum assunto específico e por isso pensei nas minhas cem melhores viradas. Logo, foi daí que veio a ideia de fazer alguma coisa que ainda não tivesse sido lançado no mundo da bateria. Pelo resultado 48
obtido, foi um tiro certeiro. A qualidade do material também ajudou e a equipe de profissionais que trabalhou comigo também merece destaque. Sem a ajuda e comprometimento de Marcello Pompeu, Heros Trench, Pedro Jr, Daniel Piquê, Antonio Carlos Monteiro, Suzanne Conradt, Renan Facciolo e sua equipe, isso não seria possível. Você se imaginava na “Modern Drummer”? Se eu voltar um pouco no tempo, mais precisamente em 1993, quando conheci a revista Modern Drummer, eu já sabia que para figurar naquelas páginas, o baterista precisava estar fazendo algo relevante para a comunidade “baterística” mundial. Hoje me sinto realizado por fazer parte da história da bateria mundial e colocar o Brasil nesse ranking tão cobiçado da bateria global. Noturnall é sua nova banda, como se sente com este novo projeto? A banda Noturnall tem sido uma grande surpresa para toda a mídia do metal brasileiro e até mesmo para nós que somos os integrantes da banda. A grande aceitação de uma “nova banda velha” é realmente intrigante. O segmento do metal em geral no mundo está bem saturado e quando fizemos o nosso primeiro disco sabíamos da qualidade dos integrantes e também que as músicas eram boas, mas preciso confessar que foi muito além do que imaginávamos. Estamos de bem com a mídia e os fãs adoraram o nosso trabalho e agora vamos a para a segunda etapa, que é tocar ao vivo em todos os lugares possíveis. Já estamos trabalhando na finalização do nosso primeiro DVD, que foi gravado no final de março em São Paulo, e muito em breve vamos ter uma data precisa de lançamento desse material. 49
Foto: Alexandre Godinho
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De que modo Tony MacAlpine influenciou em sua vida? Para falar sobre a importância do Tony MacAlpine em minha vida, preciso dizer que em 1993, quando decidi que queria ser um baterista virtuoso da música pesada, foi ouvindo o seu segundo disco “Maximum Secutiry” que minha vida mudou. Sempre fui um grande amante e seguidor fiel do baterista Nicko McBrain (Iron Maiden), mas a bateria inovadora apresentada pelo Deen Castronovo nesse disco, mudou minha vida de forma brutal. Depois desse disco, passei a ser um grande fã da música do Tony, pois a cada disco que ele lançava, ele apresentava um novo baterista que eu não conhecia e todos eram fantásticos. Em 2011, meses após minha audição para a banda americana Dream Theater, Tony MacAlpine liga para John Petrucci (guitarrista da banda) e pergunta quem dos sete bateristas ele indicaria para o Tony fazer uma tour pela Europa. E Petrucci me indicou. Foi disparado a minha maior realização musical até então e durante as passagens de som daquela turnê, eu pude mostrar para o Tony o quanto eu conhecia a sua música, pois ficávamos tocando inúmeras musicas que não estavam no repertório. Fazer parte da gravação do novo disco do Tony e também desse DVD é algo que eu jamais poderia imaginar acontecendo nessa vida. Com certeza a música tem me presenteado de forma brilhante e tudo que quero é poder dividir isso tudo com os apreciadores da minha música.
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Estraperlo Club del Ritme - Barcelona Texto e foto: MaurĂcio melo 0 Espanha
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uando uma banda como The Casualties visita a península e principalmente Barcelona, não temos como nos equivocar. No dia do show, mais precisamente nas horas que antecedem o evento, temos a certeza que estamos no caminho certo. Um rápido olhar à nossa volta e vemos jaquetas com parches e tachas de um lado, moicanos de outro e bottons mais adiante ou porque não, a fusão de tudo isso em personagens únicos. Ao desembarcar nas proximidades do Estrapelo, diante de tantas ruas parecidas do polígono industrial e de armazéns de onde está nosso clube favorito, tampouco podemos nos perder, as mesmas tachas de jaquetas brilham sob a luz de entrada e outros penteados moicanos são vistos à distância devido suas alturas e cores. Na porta, um rápido encontro com amigos já aos primeiros acordes de The Anti-Patiks, um quarteto punk-rock catalão que iniciou ontem mesmo sua turnê européia. A julgar pelas camisas de dois de seus integrantes, malhas do NOFX, não é difícil de descobrir de onde vem suas influências. As letras cantadas em catalão só reafirmam que o punk-rock é um idioma universal. Fizeram um bom show e abriram passo para a atração principal. A bandeira que cobria o fundo do palco (capa do último disco) dava a dimensão do que poderíamos esperar. Ainda que a sensação era de pouco público o mesmo compareceu no último minuto, como de habitual, e deu um brilho a mais na noite. A grande vantagem de Jorge Herrera, quando passa pela Espanha, é que pode gastar seu vocabulário com o público já que os demais integrantes da banda não dominam o idioma e o próprio Herrera reconhece que em outros shows os “caras” não o deixam fa54
lar tanto. Daí nosso vocalista em questão demonstra todo seu carisma e humildade. Com “Tomorrow Belongs To Us” abriram a noite que ainda teria “Ugly Bastard”, “Unknown Soldier”, “Resistence”, “The System Failed Us Again”, covers dos Ramones e ainda referências de Iron Maiden. Rick Lopez no baixo e Jake na guitarra com seus irados riffs, transpiravam intensidade diante de um público que à aquela altura já não era somente formada por moicanos, lá estavam várias versões que se fundiam numa única missão, celebrar o punk. Ainda que algum engraçadinho tenha insistido em cuspir diversas vezes em Herrera. O mesmo pediu a voz no microfone para falar besteira e acabou sendo esculachado pelo carismático vocalista, que no alto de sua tranquilidade e já citada humildade, lhe deixou com cara de bobo.
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m e d o p i t o s o m a Toc
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” s o m a t s o g e u q a c i s ú m Por Por Pei Fon com Maicon Leite Fotos: Divulgação
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Rock Meeting - “Breathing Hate”, primeiro registro oficial do Forkill, tem causado uma ótima impressão da imprensa e fãs de Metal em geral, especialmente de Thrash, o campo musical da banda. Ao lançar o disco, teriam ideia de tamanha repercussão? Ronnie: Gravar e lançar o álbum gerou na gente aquele sentimento de orgulho, foi feito com muito esforço de todos, e a ótima repercussão que tivemos foi uma recompensa de ter trabalhado, insistido e batalhado pelo projeto. A gente sempre quer que tenha e torcer por uma boa repercussão na cena e quer que as pessoas escutem o álbum, comentem, se divirtam escutando e é incrível receber uma resposta superpositiva, como tem acontecido! Joe: É realmente recompensador obtermos esse retorno do público, pois fizemos nesse álbum foi simplesmente o que gostamos de fazer para nos divertir. Nada foi pensado ou planejado intencionalmente para obter uma sonoridade ou uma roupagem comercial, apenas tocamos o tipo de música que gostamos e a nossa recompensa é exatamente ver o quanto as pessoas gostam do que fizemos. Contando com a produção do lendário guitarrista Robertinho de Recife e um excelente trabalho gráfico (o formato ficou excepcional!), o Forkill investiu pesado na qualidade apresentada no CD, ganhando assim ainda mais pontos em relação ao trabalho. O resultado final agradou a banda? Ronnie: É claro que a gente sempre quer mais e que fique tudo muito perfeito e tal, mas o produto final, num todo, agradou bastante sim, fizemos tudo o que queríamos! Como sou colecionador de CDs e vinil, queria 58
que o trabalho gráfico tivesse um diferencial e ele é feito justamente para quem gosta de ter o material original! Para o próximo álbum vamos manter o padrão e teremos mais algumas novidades! Joe: Todos ficaram satisfeitos com a parte gráfica e a embalagem e como o Ronnie disse é algo que não vamos abandonar, pois deu certo e ficou realmente muito bom. E como rolou o contato com Robertinho de Recife? Ronnie - Logo que o Mark (nosso batera) entrou na banda, ele começou a filmar os ensaios para estudar as músicas em casa e também pra gente escutar como estava ficando e tal. Ele trabalha com vídeo e como faz alguns projetos para o Robertinho, num encontro entre os dois, Mark acabou mostrando as imagens do ensaio da Forkill, Robertinho curtiu o material e nos chamou para uma parceria e falou “que tal fazermos um álbum?”,... É claro que topamos na hora (risos). Acabamos que fizemos uma amizade com ele e ficamos super à vontade nas sessões de gravação com direito ao Robertinho batendo cabeça enquanto o Joe registrava alguns riffs. Joe - Trabalhar com Robertinho foi um grande aprendizado para a banda e um grande momento para eu e Ronnie, pois quando poderíamos imaginar tocar guitarra na frente do lendário guitarrista Robertinho de Recife e gravar então nem se fala (risos), então tudo aconteceu muito naturalmente! Uma curiosidade também foi que em algumas sessões de gravação tínhamos a companhia de alguns artistas da música brasileira como Zé Ramalho, o cantor brega Falcão entre outros e o Robertinho mostrava nosso material para eles e eles curtiam e elogiavam as músicas e foram super simpáticos, Falcão inclusive fa59
lou que curte muito Black Sabbath e Deep Purple! (risos). Neste caso, optando por fazer este trabalho diferenciado na arte gráfica, ajuda a aumentar a busca pelo material físico em vez dos downloads? No que isto interfere? Ronnie - Acredito que sim e temos comprovado isso diretamente pelo feedback que estamos tendo, o cara que adquiri o CD hoje em dia (o colecionador ou não) quer ter um diferencial e não apenas as músicas. Ele quer algo que faça valer a pena ter, um algo mais. É também um presente para o cara que curtiu a banda e quer ajudar adquirindo material oficial. Joe - Tivemos uma ótima resposta das mídias especializadas elogiando as músicas, mas a apresentação do material foi sempre muito comentada também e acabou pegando como uma referência a mais sobre o CD num todo o que foi muito legal! O estilo da banda baseia-se no Thrash Metal, englobando influências variadas, entre o estilo europeu e americano, com fortes traços do que é produzido aqui em nosso país. Esta variedade acaba tornando as músicas mais dinâmicas e com uma cara própria. Como funcionou o processo de composição do álbum? Entre os integrantes, há alguma divisão de tarefas? Ronnie: Não temos uma divisão de tarefas diretamente, mas sempre eu ou o Joe chegamos com alguns riffs e uma estrutura já completa da música nova no caso e cada um vai dando sua opinião e montando as partes. Quanto às letras, sempre dou umas ideias para títulos ou sugiro algum temas para o Joe 60
desenvolver, mas a maior parte ele escreve! Joe: Nós ensaiamos pelo menos uma vez por semana e antes de passar o set list de shows sempre trabalhamos em algum riff que eu ou o Ronnie criamos e de vez em quando essas ideias se desenvolvem em músicas com a ajuda de todos. Eu geralmente vou criando a métrica durante essas “jams” e depois com o tema na cabeça, acabo escrevendo a letra. Tenho notado que há uma forte relação entre vocês a banda Unmasked Brains, também do RJ. Esta parceria tem rendido alguns shows, mas, pretendem fazer algo, além disso? Ronnie: Começamos a fazer alguns shows juntos coincidentemente em vários eventos e acabamos mantendo uma amizade muito legal com eles e além de tudo são grandes músicos e o Unmasked é uma grande banda! Tenho muita vontade de num futuro próximo fazer um split LP com cada banda tocando de cada lado do vinil, seria bem legal, mas pelo menos um backing vocal em nosso próximo disco vai rolar com certeza! Joe: Os caras do Unmasked são grandes amigos, temos muita afinidade e é sempre divertido andar com eles, numa cena onde um tenta sempre passar por cima do outro é muito importante encontrar e manter por perto pessoas como o Reinaldo Leal, Guga, Hélcio e Denner. Nos últimos anos temos visto várias bandas brasileiras fazendo turnês pela Europa, porém muitas delas se submetem a condições pouco favoráveis de transporte, estadia, cachê... No entanto, seu reconhecimento aumenta consideravelmente, o merchandising é todo vendido e o resultado final aca61
ba sendo positivo. Obviamente existem diferenças entre o Brasil e o circuito europeu, que recebe shows em todos os dias da semana. O Forkill tem planos para tal? Ronnie: Ter a oportunidade de poder tocar pela Europa é sem dúvida, uma meta que tentaremos realizar, mesmo que as condições forem pouco favoráveis em termos de estrutura. Acho que tudo é um aprendizado e um desafio e a experiência de fazer uma turnê assim vai gerar um amadurecimento único para a banda, o que acho muito importante para o crescimento de todos. No momento estamos focados em divulgar o álbum “Breathing Hate” por aqui mesmo e tocar o máximo possível, temos shows marcados pelo RJ e teremos uma mini tour por São Paulo em Maio e acredito que no final de Julho vamos repetir a dose por SP mas em outras cidades, temos recebido alguns convites para o Sul, vamos tentar algo para o Norte/Nordeste também para ano que vem! Uma curiosidade legal é que temos recebido uma resposta muito grande dos headbangers do México e acho que uma turnê por lá também está nos planos! Você concorda que pelo fato do Brasil ser muito grande em sua extensão, e as condições para viagens e conciliação com o trabalho fixo sejam os principais fatores para uma não realização de uma turnê nacional? Ronnie - Complicam muito mesmo, todos temos trabalhos fixos e isso acaba atrapalhando a realização de uma tour mais extensa e também temos perdido alguns shows locais o que não é nada bom, mas vamos em frente assim mesmo, respeitando sempre a agenda e a possibilidade de todos da banda e tem sido assim. 62
Joe - Temos pensado muito nisso e estamos nos programando futuramente para poder fazer uma turnê maior, mas ainda é muito complicado. No momento a solução é investir em mini tour e em shows bate e volta para divulgar o trabalho, pois essa é a nossa realidade e possibilidade atual. O mais importante é estarmos sempre tocando quando possível, pois é no palco que a coisa rola e gostamos muito de estar lá batendo cabeça com a galera e nos divertindo. Quais os próximos planos a curto prazo da banda? Ronnie - Estamos divulgando o álbum “Breathing Hate” e também nosso primeiro vídeoclipe oficial, mas a grande novidade é que já
entramos no processo de composição do novo disco e ele está se desenhando naturalmente e adianto que já temos 70% do material concluído e composto e está uma paulada para quebrar o pescoço rsrsrs. Estamos querendo gravar esse ano ainda e assim aproveitar o bom momento de criação das novas músicas. Para breve vamos lançar um novo vídeo e também um EP como aperitivo para divulgar a devastação do novo disco que está por vir! Desde já, agradeço o espaço e a oportunidade de poder divulgar nosso trabalho aqui na Rock Meeting e assim poder contar um pouco mais sobre nós e nossos futuros projetos. Agradeço também a todos que ajudam de alguma maneira a banda, sendo, compartilhando o vídeo, adquirindo o CD, camisetas, 63
adesivos, indo aos shows, apoiando e passando uma energia superpositiva, sem vocês isso não seria possível. KEEP THRASHING! Joe - Estamos trabalhando forte nas novas músicas e temos apresentado e tocado já algumas delas nos shows e a resposta tem sido incrível dos fãs. A filmagem para um novo vídeo já está programada e vamos começar a trabalhar nele em breve, tenho certeza que todos vão curtir, fiquem ligados que ainda teremos muitas outras novidades para esse ano. Gostaria de agradecer muito a Rock Meeting em nome da FORKILL pelo espaço e pela força, estamos junto aí, METAL SEMPRE! SEE YOU IN THE PIT!