Libertando-te do Efeito Camale達o
Libertando-te do Efeito Camaleão
Libertando-te do Efeito Camaleão Livro II série: Feridas Psico-afetivas
Lic. Rodolfo Bismarck Mejía Dr. Divindade Cientista em Familia
Edição Digital Executável, DNL, DML Edição Digital E-Pub www.ministeriovidaypaz.org www.pastorrodolfobismarck.com
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Pr. Rodolfo Bismarck Mejía Artunduaga, 2102 ® Todos os direitos reservados. © Nenhuma parte desta publicação pode ser utilizada ou reproduzida sem a permissão escrita do autor.
Editor e Tradutor: Milena Fantoni Capa do Livro: Ministério Vida e Paz Edição: Gênese Criação Web
As citações bíblicas neste livro foram usadas em versões diferentes das escrituras, para proporcionar um melhor entendimento das questões apresentadas, Reina Valera 1960, 1990, NIV, NVI.
Edição Digital Executável, (DNL, DML) Junho 2012 Edição Digital E-Pub Julho 2012
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Comentário
Excelente material, muito relevante para a Igreja contemporânea. É hora de acordar do sono, é hora de remover a passividade e começar a preparar para alcançar os propósitos que Deus tem preparado para cada um de seus filhos. Rodolfo explica claramente as medidas a tomar para viver uma vida vitoriosa. Eu recomendo este livro para todos os crentes que querem atingir novos níveis em Deus.
Apóstolo Hector Torres Héctor P. Torres Presidente e Fundador da Hispanic International Ministries. Autor de "Bet Seller" na América Latina, tais como: Ministério de Liderança e Batalha, apóstolos e profetas, Produtor de língua espanhola a versão dos vídeos de "transformações".
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Agradecimentos
Deus é Fiel! ...Ministrar no Brasil é uma grande satisfação pessoal, eu amo este país e agradeço a todos aqueles amigos que são instrumentos de bênção neste propósito. Este eBook foi apoiado financeiramente por algumas igrejas que semearam para cumprir o sonho, especialmente a Igreja de CEI de Balneário Piçarras-SC, também em Navegantes-SC a Igreja Efraim apoiaram com um grão de areia nesta idéia. Estou especialmente satisfeito com a tradutora das páginas deste livro, que pegou o texto em espanhol para traduzir ao Português: Milena Fantoni (Igreja CAM, Brusque-SC), Obrigado Milena! Deus Prossiga sendo fiel em vocês.
Pastor Rodolfo Bismarck Mejía
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I
Introdução
O meio no qual vive um Camaleão não o deixa outra opção, ali sua única saída é matar ou morrer, pois a lei da selva deixa os menos privilegiados numa posição vulnerável. A diferença nossa que como seres humanos, o habitat que fende nossas relações afetivas e interpessoais cotidianas necessita interdependência, interpolação nas relações, ali cada qual revela sua forma de pensar, e apreende de quem o rodeia e do meio, essa apreensão o faz crescer, viver e ser feliz, pois é parte de seu fundo ontológico, seu ser está programado para uma relação comunitária, por isso pode falar, expressar-se e compartilhar, não foi desenhado para mimetizar-se em outros, senão simplesmente para ser ele e só ele. Obviamente nessa interpolação esse ser humano se descobre a si mesmo quando descobre ao seu próximo, e ao mesmo tempo quando sabe valorizar e respeitar a individualidade e particularidade desse outro.
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II
Por isso é importante reconstruir nosso entorno emocional, este alvo será bem sucedido Reinserindo Camaleões… Restaurando o Ecossistema. O ser humano merece e foi criado para viver dentro de um meio ambiente propício para desenvolver-se psico-afetivamente, e mesmo que isso inclua situações e experiências negativas e positivas, a dependência (Síndrome do Efeito Camaleão) e as feridas emocionais, não são a ordem do que deve primar, pois definitivamente, esta ordem pertence a outro tipo de ecossistema natural: a selva, portanto, Os Camaleões para a Selva, Seres Humanos para serem livres! Na inter-relação que vivemos diariamente com nosso próxima o dar e receber afeto é parte fundamental de nosso crescimento, é por isso que a escritura nos ensina a “Amar-lhe como as nós mesmos” (Mateus 22.39) ou a olhar cada um com alto sentido de respeito, que se sinta valorizado, e ainda mais ver-lo como alguém superior, no sentido que nossa honra e respeito por suas características e notas pessoais se evidenciem em uma excelente relação (Filipenses 2.3); mas ainda mais que isso, essa solicitação divina de exercer valorização afetiva do amor eterno que temos recebido por sua misericórdia, o exemplo disso é claramente revelado quando Jesus diz a seus discípulos: “... que os ameis uns aos outros como eu vos tenho amado” (João 13.34). Como viveríamos hoje se nossas relações interpessoais fossem interpretadas sob estes parâmetros? Quem sabe teríamos sociedades muito mais sãs que as que temos hoje.
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III
Quando pessoalmente conseguimos (como implicitamente escreve nestes capítulos) revalidar a forma de ver a quem nos rodeia, a posição que temos frente a eles, o lugar que Deus nos tem dado, o que somos como seres humanos, e o que eles representam realmente para nós, então, somos livres, sãos e agradecidos por ser parte de suas vidas e que eles o sejam da nossa, independentemente de suas características pessoais, as quais, podem ser em suma diferentes, mas no fundo de tudo, são um complemento a nosso ser, posto que na diferença esta nossa capacidade de poder valorizar o que pessoalmente somos, de nos sentirmos agradados, e além disso, felizmente diferentes ao resto, individualmente particulares, dentro de uma charmosa coletividade de cores e formas alegres, estando satisfeitos de ser nós mesmos, um eu total, que se expressa, que vive em concordância com o meio que o rodeia, e às vezes é diferente dele. No princípio Deus criou ao homem e à mulher, e mesmo que esta procede dele, não é ele, e os que deles procedem não são eles, Deus não fez ninguém igual, mas sim nos criou para amarmo-nos e proteger-nos mutuamente dentro deste vasto sistema. O rei Davi disse a Deus: “Por que Tu formaste minhas entranhas, Tu me fizeste no ventre de minha mãe.” (Salmo 139.13), ele simplesmente sabia que, mesmo que vivesse num mundo rodeado por milhares de pessoas, ele foi visto por Deus desde o começo, isso é sentir-se único, e é algo a que temos direito. Finalmente, deixo estas notas finais especificamente para aqueles que hão sofrido de conduta manipulável:
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IV
Nossa restauração começa uma vez que temos a humildade para reconhecer nossas deficiências, é a partir daí, quando somos dependentes daquele Deus de amor que pode curar-nos, Ele disse: “Vinde a mim os que estão trabalhados e cansados e eu os farei descansar; ... e darei descanso para vossas almas” (Mateus 11.28). Depender Dele não é fácil, porque custa o preço de reconhecer que temos falhado, que nossas decisões não foram as melhores, mas sempre trará como consequência um fruto agradável a nossas vidas. E uma vez livres, devemos reconhecer que mais ali de nossa restauração individual, também existe a necessidade de ajudar àqueles que são manipuláveis, posto que, quem melhor do que aquele que já padeceu sob o Efeito Camaleão, para reconhecer aqueles que estão sob essa necessidade? É óbvio que por haver padecido, identifica todos os sintomas de uma pessoa presa neste estado. Só que algumas pessoas livres de uma marca psico-afetiva como a manipulação emocional, tende a rejeitar aqueles que reconhecem este tipo de conduta, provavelmente pela lembrança que isso lhes ocasiona, ou no pior dos casos chegam a converterem-se logo em seus manipuladores. A história de Jesus ao falar do devedor perdoado pelo seu credor, que logo se converte em intolerante diante daquele que lhe devia cem dinares, joga um papel muito importante para refletir a respeito (Mateus 18.23.34). Uma vez escutei esta frase de um dos meus líderes: “Nosso consolo consola”... Que verdade tão preciosa! É assim simples, a sanidade que Deus te dá, outorga-te a autoridade para dizer-lhe ao reino das
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V
trevas, a doença e a necessidade: “Eu conheço a um Deus que tem poder para te libertar dessa situação e é a esse Deus a quem declaro no controle agora...” Nenhuma das experiências de nossa vida, por infortunadas que tenham sido, ficam fora do propósito de Deus, Ele pode transformar uma vez mais pedras em esculturas e tirar tesouros do meio do lixo, tudo o que necessitamos fazer é permitir a Deus, ser Deus através de nossas vidas. Dar as costas a necessidade, ser intolerante à dor de nosso próximo, é ser parte de seu problema, para refletir nisso, quero semear-te a ideia que me foi revelada numa palavra sobre o apóstolo Paulo, ela concluiu assim: “Tenha cuidado de lastimar a outros, porque Deus pode revelar-te o que significa padecer”. Em Hechos 9.16, disse: “Porque eu lhe mostrarei quanto é necessário padecer pelo meu nome”, se referia ao chamado apóstolo, quem sabe escolhido para servir nessa dimensão, por ser parte da perseguição a Igreja, fosse ou não essa a razão, em todo caso, é uma lei natural: semear para colher é um efeito conseqüente, dar as costas não ajudará a restaurar, há um propósito em nossa dor e em nossa recuperação, fomos restituídos para restituir. Deus nos criou para sermos livres e para dar liberdade, comecemos agora. Liberta-te do Efeito Camaleão!
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Índice
Capítulo I Conhecendo Camaleões
Pág. 21
a. O Problema da Identidade
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b. A Identidade do Camaleão é Manipulável
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c. Sequestradores Emocionais X Camaleões Vulneráveis d. O Efeito Camaleão na vida de Jacó
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e. Os Manipuláveis são dependentes Emocionais
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f. Manipuláveis pelos Homens, Arrogantes perante Deus
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Capítulo II Sob a pele dos Camaleões
Pág. 37
a. Em um Mundo estranho nada é o que parece
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b. Inconscientemente Presos
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Capítulo III Jesus e os Camaleões
Pág. 52
a. Há Evidência de que Jesus foi controlado?
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b. A Identidade da Personalidade de Jesus
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c. Jesus Arrancando a Homocrômica e Cripsis dos Camaleões
Mais recursos do ministério Pastor Rodolfo Bismarck Mejía
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Libertando-te do Efeito Camaleão Feridas Psico-afetivas CAPÍTULO I
Conhecendo Camaleões Você conhece os camaleões? Em primeiro lugar, recordemos que o “camaleão” é o nome comum de certos lagartos, muito populares por sua capacidade de mudar de cor quando se sentem ameaçados, para estes pequenos animais as situações lhes fazem transformar seu pigmento na pele, se transformando defensivamente e, por sua vez, se camuflando daquilo do qual temem. Também transformam sua cor como resposta a mudanças de temperatura, luz, cor e outras transformações
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ambientais. Esta mudança se percebe com a ação de hormônios que afetam as células pigmentarias especiais presentes na pele. Quando era pequeno queria ter o poder daquele famoso personagem mexicano chamado “Chapolim Colorado” queria ter a capacidade de tomar umas pastilhas de “chiquitolina” e para que ninguém pudesse me ver enfim, ter o poder de me camuflar; ou por que não aqueles super-heróis que se ocultavam de seus inimigos um exemplo deles era o homem invisível ou até ter o avião da mulher maravilha? Como seria se pudéssemos nos esconder em situações que são difíceis de resolver? Quantas vezes quisemos nos esconder de coisas, pessoas e/ou que não podemos controlar ou enfrentar? Situações psico-afetivas que nos superam, ou, que superam nossas capacidades emocionais, e, por isso nos impedem de conduzi-las ou resolvê-las. Alguém diria: “Que espetacular poder me esconder do que me causa temor, ameaça, ou o que a gente quer que seja e me adaptar a todos! Conheço pessoas que, como um Camaleão, se tornaram peritas em ser (e fazer) qualquer coisa que os outros esperam delas, incapazes de determinar ou revelar com segurança como são realmente, o que gostam, ou qual é sua verdadeira opinião ou personalidade, em outras palavras, são facilmente adaptáveis.
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a. O Problema da Identidade Quando se perde a identidade, ou quando não há uma bem definida, terminarás fazendo o que te pedem as pessoas que o rodeiam, minimizas teus desejos, sacrificas tuas próprias metas, para pegar as dos outros, sempre viverás por ou sob influência daqueles dos quais queres agradar. Nossos fracassos, alegrias, felicidades ou infelicidades dependem de nossas decisões, e isso é um privilégio como seres humanos. As pessoas que constantemente querem agradar aqueles que os rodeiam, carecem de caráter necessário para confrontar o que pode ser uma atitude ou ação incorreta da sua parte ou da parte de outra pessoa. É assim como se perde a autenticidade, e nasce a dependência e codependência, existem pessoas que se sentem controlados por outros e perderam o sentido de sua própria personalidade, inseguros de quem são e se sentindo impotentes para conduzir sua vida, se convertem em co-dependentes emocionais daqueles que os conduzem ou lhes manipulam.
b. A Identidade do Camaleão é Manipulável Alguém que não toma suas próprias decisões, alguém que não vive sua própria vida, faz-se vulnerável a perder sua identidade; normalmente pessoas com feridas psico-afetivas ou lesões de caráter são facilmente manipuláveis, vivem sujeitos e dependentes das
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emoções, e das formas de conduta de quem lhe rodeia, para esta dependência emocional a chamamos Efeito Camaleão. Estes dependentes emocionais, ainda que confessem a fé Cristã, presos neste tipo de feridas, deixam de viver autenticamente, o que afeta seu desenvolvimento pessoal e ainda, sua relação com Deus. Os manipuláveis tem normalmente uma necessidade compulsiva de ser aprovados. Em minhas experiências, como conselheiro, encontrei este padrão de comportamento em muitas pessoas. Em certa ocasião atendi uma mulher com o lar a ponto de colapsar, se sente a minha frente e começa a me falar de um episódio de sua vida que lhe foi infiel ao seu marido; havia uma forte expressão de dor em sue rosto ao falar do acontecido. O arrependimento era evidente, somente de recordar à grosso modo do episódio, trazia uma grande dor na sua alma ao falar sobre o acontecido; no transcorrer do aconselhamento entendi que não havia a intenção de repeti-lo, e além do mais, essa mulher amava seu marido, contudo, não encontrava uma verdadeira explicação lógica por haver permitido que acontecesse essa situação de infidelidade em sua vida; é então quando surge a pergunta: Por que o fizeste? No processo de aconselhamento encontrei nela alguns padrões causados por feridas psico-afetivas, tais como: conduta vulnerável à manipulação, forte obsessão por agradar aqueles que a rodeiam e perda de autenticidade, entre outros. Tudo isso causado por uma infância vulnerável pelo temor influenciado nesta etapa de sua vida,
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sentimentos de solidão, desaprovação, e ausência de relação paternal; isto, somado a situações atuais de seu matrimônio, colapsaram, produzindo o adultério e infidelidade. A obsessão por agradar a todos, tem raízes em feridas muito fortes, e ao ser compulsiva, abre espaços para a “necessidade” de ser manipulável. Seus efeitos, como no caso anterior poderiam ser extremamente destrutivos e nocivos.
c. Sequestradores Emocionais X Camaleões Vulneráveis Outra característica de quem é manipulável, é que alguns deles se permitem se seqüestrados emocionalmente, se fazendo de vulneráveis para que os outros lhes firam facilmente com palavras de desaprovação, entregando sua estabilidade emocional para aqueles que os ferem. Em nossa sociedade há milhares de pessoas que são seqüestradores emocionais, eles tentam em todo tempo descer, e até sepultar, o estado de ânimo de quem lhe rodeia, tentando lhes minimizar o caráter, reduzindo assim sua força emocional, e afetando o seu temperamento, com o simples exercício de expressar constantemente frases negativas para prejudicar aqueles que são dispostos. Para evitar o Efeito Camaleão sobre ti, é importante romper a vulnerabilidade de ser sequestrado emocionalmente. Um exemplo típico de sequestradores emocionais versus camaleões vulneráveis, é o caso de uma pessoa que chega em seu trabalho,
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prepara cada detalhe de sue dia pois há um bom cliente para atender, uma boa venda que efetuar ou a reunião periódica com o gerente geral ou de departamento; desta forma deve considerar todos os aspectos para este momento, ou seja, as estatísticas, formas de expressão, relatórios de contas, e até o melhor vestuário, pois sabe-se que a aparência pessoal joga um papel importante no que se quer expressar; nesse momento aparece “esse alguém”, chame-o de o companheiro de trabalho ou o amigo, do qual gosta de “seqüestrar emocionalmente” todo aquele que é vulnerável; se aproxima e diz: “Hoje você está horrível...” - Ups! (Dizem que para uma expressão de desaprovação devem seguir cinco que aprovem para que a pessoa volte a se recuperar totalmente) a luta entre sequestrador emocional e camaleões vulneráveis continua, a menos que quem está tentando sequestrar se depare com alguém que não é no mínimo um ser manipulável. Caso contrário é que ache um dependente das emoções, e das formas de conduta de quem lhe rodeia, quero dizer: alguém sob o Efeito de Camaleão. Esta pessoa imediatamente entrará numa prisão, que lhe deixará um dia completo seqüestrado, provavelmente não consiga expor claramente suas idéias, perdendo a capacidade de produtividade por onde andar, fracassar em seus objetivos principais daquele momento tão esperado. Outro exemplo se dá na mulher que chega ao seu trabalho, universidade, ou até a igreja, e se encontra com uma amiga na porta de entrada que lhe diz: “esta cor de vestido fica muito mal em você!” ;” “Teu cabelo está horrível!”; “Poderias ter colocado outros sapatos!”; ou no caso dos homens , um simples: “É impossível, já não tentes mais,
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não creio que consigas!”, “Nem se atreva a apresentar este projeto, a economia está pelo chão!”, “Não há dinheiro!”... E porque não mencionar as pessoas que confessam a fé cristã, e que vivem com esta ferida psico-afetiva, chamada identidade manipulável, ou como a titulamos neste livro: Efeito Camaleão; em seu comportamento aparente poderiam imitar a maneira que Jesus viveu, com condutas aparentemente mansas, mas em seus espíritos internos estavam bem longe de ser os servos livres, viver o amor , a feliz liberdade que Jesus modelou a seus discípulos. De fato, este tipo de pessoa que vive sob o Efeito Camaleão, vem a si mesmos não somente impotentes senão também carentes de valor. Digo isto, porque os cristãos gostam de falar da sua identidade, dizemos: somos filhos de Deus, somos reis e sacerdotes, príncipes do Reino de Deus, embaixadores celestiais, ministros, enfim... mas, se em algum episódio de nossas vidas mostramos a síndrome do Efeito Camaleão, então esta identidade tem que ser curada, para poder viver verdadeiramente a Imagem de Cristo. Assim então, Podemos comparar a escravidão chamada co-dependência com a necessidade compulsiva de ser aprovado pelos outros. Esta “necessidade”, que quase sempre é inconsciente, está profundamente arraigada e controla praticamente cada decisão que toma uma pessoa sob a obsessão de agradar aos demais. Parecem livres, mas na realidade estão escravizados a sua necessidade insaciável de ser admirados.
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Facilmente porque a dependência emocional pode chegar a afligir a qualquer que esteja envolvido numa relação com uma pessoa que é importante para ele ou ela do qual quer impressionar favoravelmente. Obviamente que haja tido espaços de vulnerabilidade, como são as feridas da alma, e/ou fortes marcas emocionais em episódios passados de sua vida. É por isso que há pessoas que se aterrorizam pela desaprovação dos outros, chegam a sentir que morrerão, que não são ninguém ou deixariam de existir como pessoas, se outros o afirmassem. O episodio é claro em nossa sociedade, por exemplo: pais com filhos que lhes manipulam, homens e mulheres manipulados pelas decisões de seu cônjuge, amigos que foram ou são influenciados pelos seus “melhores amigos” para tomar decisões incorretas, relações de noivado tortuosas e apesar disso juram se amar de verdade, filhos como o Jacó da escritura, que sempre teve uma semente semeada pela influência negativa de sua mãe (o engano), o ajudando no processo de sua mentira, fingida, e até não morrer sua babá (quem lhe recordava o que sua mãe queria dele) não pode passar a experiência de saber decidir o que Deus realmente queria em sua vida.
d. O Efeito Camaleão na vida de Jacó Jacó é o típico enganador enganado, sua vida reflete a possibilidade de ver um homem que vive com uma promessa e sobre quem repousa
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uma eterna benção, transcorrendo no processo de uma luta com seu passado, e ainda que avançando em direção a um futuro cheio de promessas e cheio de uma grande conquista, enfrenta suas vulnerabilidades ocasionadas pelo temor aos seus atos antecipados, é por isso que foge do lugar onde habitava ai lado de sua família paternal, para buscar proteção na região de Haram , pois seu irmão “se consolava sobre ele com a idéia de lhe matar” (Gen 27.42). Seu irmão literalmente lhe aborrecia por lhe haver roubado descaradamente a benção de primogenitura, e havia decidido lhe matar quando terminassem os dias de luto de seu pai. Em outra ocasião posterior devia sair da terra de Labão posto que o mesmo Labão e seus filhos pensavam que ele havia roubado suas riquezas (Gen. 31). Depois de muito tempo Jacó encontrou-se inevitavelmente com quem havia desejado lhe matar todos estes anos, e que no capítulo 32 de Gênesis levanta uma oração diante de Deus por causa do medo que lhe causa dita situação dizendo: “Livra-me agora da mão de meu irmão, da mão de Esaú, porque lhe temo... (Gen. 32.11) A vida deste homem é interessante em todos os aspectos, mas quero enfatizar um detalhe específico: O Efeito Camaleão em sua vida; a identidade de Jacó esteve marcada por perseguições, mentiras, enganos, roubos, fugas, e em meio de todos os encontros com Deus; uns mais profundos que outros, até chegar o momento que arrancaria a semente de maldição de sua vida, qual era essa semente? A manipulação da qual se viu enfrentado, não me refiro a Jacó como “manipulador”, senão como “manipulado”, sequestrado e controlado grande parte de sua vida, adaptado a cor que o meio lhe influenciava,
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escondido de si mesmo para aceitar idéias e projetos heterônomos ou exteriores a ele. Rebeca, uma grande sequestradora emocional, sempre dirigiu os passos de seu filho à sombra das mentiras: o disfarce, o manjar de cabritos, a fuga para as terras de Labão; mas o desesperado Jacó tinha uma voz interna que não podia mudar, sua própria voz, com ela não podia enganar como expressou o mesmo Isaac em seu leito de morte: “As mãos, mãos de Esaú... mas é a voz de Jacó” (paráfrase de Gen.27.22) Tudo transcorreu para ele numa série de experiências baseadas na origem de uma decisão ao qual foi guiado por Rebeca, até que um dia, Jacó foi transformado, nesse dia, diz a escritura: “e se foi de Deus, do lugar de onde havia estado com ele” (Gen 35.13), você leu isso?: se foi de Deus? Uau! Que experiência! Quando Deus se afasta, quando nos deixa só, já pensou nisso? Ou viveu isso?; bem, para Jacó era um momento crucial, Gênesis 25.8 revela que Débora, a ama de sua mãe Rebeca, havia morrido. Débora era a ama-de-leite de Jacó, sua segunda mãe, ou como era de costume, a pessoa que levava a cabo os pensamentos de sua ama, transmitindo-os sobre aqueles a quem tomavam em tutoria. Débora, a ama-de-leite de Jacó sempre manteve vivo os conceitos de sua mãe e, além disso, as lembranças, as marcas específicas que causaram mais dano a sua vida emocional. Quando Débora morre, e por alguma razão que só Deus conhece, no mesmo instante, Deus volta a aparecer na vida de Jacó, e lhe diz: “Teu nome é Jacó; não te chamarás mais de Jacó, senão Israel será teu nome; e chamou seu nome Israel”, o interessante, é que não
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disse: “agora te chamarão…” pois, neste novo momento é Deus quem lhe chama de Israel (Gen. 35.10) e seguido disso lhe repete a maravilhosa promessa Abraãmica, é aí quando Deus se afasta dele. A razão? Creio firmemente que é pelo que está a ponto de acontecer… Eles, então, partem de Betel e estando a meia légua para chegar a Efrata, quiçá a cidade de Belém; Raquel, esposa de Jacó, começou o trabalho de parto, e, ao dar a luz, morre. Um instante antes de morrer, levanta a voz e dá um nome para seu filho: Benoni, um nome fatal para quem seria um príncipe de Deus, uma das tribos formadoras de um povo chamado a um propósito eterno, pois o significado é “Filho que causa morte”; e é quando vemos que o caráter daquele Jacó havia mudado, a semente havia sido tirada, Deus havia se afastado dele, mas agora ele entendia quem era, conhecia seu destino, sua transformação, e então, diz: Não! Seu nome é Benjamin: “Filho de minha ajuda”; porque agora reconheço que meus filhos são herança de Deus, são reis, são depósitos de uma promessa. Sua consciência havia mudado, o enganador enganado, agora era livre, a semente da manipulação que decidia por ele se quebrou, já não é mais um camaleão que se transforma segundo a cor do ambiente que o rodeia, agora pode superar o meio, agora o meio lhe fala de morte e ele fala de vida!
e. Os Manipuláveis são dependentes Emocionais As pessoas que vivem sob o Efeito Camaleão se convertem em dependentes, até o ponto de sentirem-se impotentes para conduzir
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suas vidas e decisões, adoecem do vírus de querer agradar aos outros, e em alguns casos não só exclusivamente aos outros, senão a todos, basicamente porque no fundo temem a rejeição, a serem excluídos do “amor” de quem os controla, e por quem “desfrutam” serem controlados. Há gente ferida psicoafetivamente comportando-se servilmente, disposta a aceitar migalhas, ainda, em suas relações mais importantes; isto não é mais que um contundente emocional, um sofisma de distração para se sentirem úteis por suas próprias decisões. O pior é que se sentem como “zeros à esquerda”, e estão, sem o saber, enfurecidas, a ponto de explodir, perdem seu próprio valor deixando de serem elas mesmas; isto implica que quem as rodeia tire proveito desta fraqueza, e se una ao grupo de quem as controla, perdendo-lhes o respeito. O caso claro está evidenciado naquelas relações emocionais que mesmo que causem dano são impossíveis de acabar, a pessoa que é rejeitada ou controlada se sente tão frágil quando se acaba a relação que mesmo sabendo conscientemente que lhe é nociva, volta a buscar aquele outro (a) simplesmente para se sentir aprovado(a), o que obviamente ocasionará que no futuro, as feridas, a manipulação, o dano emocional, e até físico seja pior que a primeira vez e que a segunda vez. O menino jovem que é desconsiderado em casa, chega a escola e tenta chamar a atenção tornando-se popular, a conduta dele pode variar desde atitudes muito positivas, ou as mais comuns que se evidenciam: rebeldia, desobediência, desordem; na realidade o que
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ele necessita é se sentir aprovado por alguém. As atitudes positivas bem dirigidas podem permitir a ele que direcione seus potenciais, o contrário, faz seu problema emocional convertê-lo em escravo de uma busca pela aprovação. Os exemplos são infinitos, mas o problema é um só: Ser viciado na manipulação, o que cria uma conduta de dependência e sequestro emocional, além de co-dependência; ou seja, um caráter sob o Efeito Camaleão. Viver navegando na manipulação emocional de quem te rodeia é distanciar-se cada vez mais do porto de tuas próprias decisões e de teu verdadeiro estilo de vida, é perder identidade, é deixar de ser “você mesmo”, é se ver, ao final de um caminho, naufragando à deriva em meio a um oceano de insatisfações e perigando diante da possibilidade de se afogar sem ver nunca a terra que estava dentro dos teus sonhos... tua própria e verdadeira conquista.
f. Manipuláveis pelos Homens, Arrogantes perante Deus Outro forte exemplo na escritura está revelado no episódio do Rei Saul. Analisando sua vida podemos ver alguém que pode ser considerado um homem sob o Efeito Camaleão, por isso, altamente manipulável e apegado à aprovação. Saul, em primeiro lugar, guardava conceitos de inferioridade a respeito de si mesmo, isso foi revelado por Deus a Samuel, interiormente se identificava como um homem pequeno diante de seus próprios olhos (1Samuel 15:17), por isso, quando Deus lhe aparece, e lhe fala de seu
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sentimento de incapacidade, mesmo que por propósito divino este homem chegaria a ser chefe de tribos e até rei de uma nação, com uma missão absolutamente clara. Em segundo lugar, Saul se mostra como alguém dolorosamente consciente de suas incompetências (1 Samuel 9:21). E, em terceiro lugar, outro episódio destacável foi o momento de sua coroação; ninguém podia encontrá-lo, mas Deus, que o conhecia perfeitamente, enviou a tirá-lo de seu esconderijo entre a bagagem (1 Samuel 10:22) Estes momentos na vida de Saul nos mostram que aquilo que a princípio pôde parecer humildade, ou um sentimento piedoso, finalmente terminou sendo um desesperado temor à exposição, vergonha e ao final chegou a converter-se em um firme problema de insubordinação e autonomia pessoal. Passado um tempo, quase ao final de seu governo, Saul revelou que era uma pessoa dependente das emoções dos outros, um homem vulnerável até o ponto de ser manipulado pelos homens, e assim se converteu em um rei arrogante ante Deus, isso ele expressou quando disse: “Temi ao povo e consenti a voz deles “Temi o povo e dei ouvidos à sua voz.” ( 1 Samuel 15:24) Em explicação ao anterior, o profeta Samuel declarou que o maior problema de Saul não estava em agradar às pessoas, nem em sua insegurança pessoal, mas na rebelião e arrogância contra Deus. Afinal de contas, ser manipulável, viver sob o Efeito Camaleão traz consequências desastrosas a nossas vidas, e a pior delas é que se produz uma extrema arrogância contra Deus.
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Quero deter-me e fazer-te uma pergunta direta: - Parece-te incompreensível esta definição? – Então considera algo a respeito do que quero dizer com o termo arrogância: que é melhor: obedecer aos homens ou a Deus? Aí consiste o problema mais forte da co-dependência, da manipulação, da dependência emocional, do Efeito Camaleão; que é que, nunca obedecerás a Deus enquanto estiveres preso a estes sentimentos, ou a estes tipos de feridas. Saul colocou Deus de um lado e sua necessidade de aprovação de outro, e tristemente inclinou a balança até o lugar onde estavam os homens, Ao final isso é literalmente o que faz o Efeito Camaleão, conduzir-te a ser dominado, manipulado, para desobedecer a Deus, mas Deus te quer livre!
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Sob a pele dos Camaleões Você já se perguntou alguma vez: Como se sente um Camaleão? Quiçá hoje estamos perto de pessoas controladas, e/ou provavelmente sejamos os seqüestradores daqueles que são vulneráveis ou altamente propensos a serem manipulados, vemos
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diariamente, incomoda-nos sua personalidade, ou nos incomoda que sejam assim para poder alcançar nossos objetivos egocêntricos, o que revela não só falta de misericórdia e caridade, mas também uma relação pobre com Deus. Sob a pele dos camaleões se expõe secretamente uma série de emoções que foram dominadas por um código de silêncio que o reprime de evidenciá-las publicamente. Vamos por um momento nos introduzir sob a pele dos camaleões, e assim tentar neste capítulo descobrir parte daquilo que sente alguém que sofre de personalidade manipulável. a. Em um Mundo estranho nada é o que parece Eu gosto muitíssimo desses documentários e comentários de investigação científica do reino animal, sobretudo daqueles que começam com frases atraentes, como por exemplo: “... Em um mundo estranho onde nada é o que parece...”, a respeito penso particularmente que quiçá um dos reis a atribuir a força dessa expressão é o camaleão; esse pequeno animal se acomoda a qualquer situação, é por isso que quero usar metaforicamente a conduta do camaleão para assinalar anotações a cerca do que pode experimentar alguém cativo em uma conduta manipulável. Os Camaleões...
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- Surpreendentemente, não são caçadores ativos, eles preferem permanecer imóveis por horas, esperando que a presa passe por onde eles estão. Que frustrante deve ser ele não poder tomar decisões próprias, que estejam de acordo com os critérios pessoais, ou estabelecer medidas que levem ao desenvolvimento, a conquista; que bom é poder caçar o pedaço que realmente se quer, aquele pelo qual se sonha. Um camaleão permanece quieto, e se por ventura, tem uma oportunidade, pega uma presa; essa conduta passiva difere daquelas que compreendendo promessas como as de Josué, vão ao lugar de seus sonhos porque sabem que para o lugar aonde vão serão benditos, “... teu Deus estará contigo aonde quer que vás” (Jos. 1.9) Viver sem a iniciativa de pegar tuas presas, é como viver sempre sob a sombra de outro, no final não te deixará sentir realizado, pois não poderás dar teus frutos. Faz um ano semeei no meu jardim duas plantas, a primeira delas muito charmosa com flores realmente preciosas, creio que Hortência é seu nome, a segunda só tem umas folhas grandes, no sul do Chile se conhece como “Nalca”, a princípio tudo parecia estar bem, depois de um tempo as grandes folhas da Nalca começaram a crescer sobre a Hortência, impedindo que os raios do sol chegassem até ela, cada vez mais fraca, a Hortência deixou de dar suas belas flores, suas ramas secaram e ao final morreu; na primavera seguinte, enquanto lembrava daquela Hortência,
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pensei o quão bela podia ser agora se não tivesse permanecido na sombra, quanto potencial de beleza se perdeu! Graças a Deus nós, seres humanos, temos o poder para decidir sair da zona de escuridão. É hora de despertar, porque algo é seguro: Teu Deus estará contigo aonde quer que vás. - Esta imobilidade dos Camaleões se conhece também como Cripsis que atua neles dando-lhes a capacidade de adaptar-se e camuflar-se ao detectar uma presença potencialmente perigosa, até o ponto de tentar não respirar. Ganhando-o por meio de um fenômeno chamado Homocrômica, que significa igualar-se a cor do ambiente que o rodeia. Temor? Isso é o que realmente está debaixo da pele de uma pessoa manipulável? Teria, então, que responder a pergunta: O que é potencialmente perigoso a uma pessoa com caráter sob o Efeito Camaleão? O mais perigoso de todos os temores: o temor de ser ela mesma, provavelmente o medo de ser rejeitado, menosprezado, separado, ou simplesmente desqualificado, então, prefere o auto-sacrifício de seus pontos de vista, até o grau de deixar de respirar o oxigênio da vida por si mesmo, camuflando-se em viver as opiniões dos outros. Este processo de adaptação a tudo o que os rodeia, não é totalmente tranqüilizante, pois ao sacrificar seus pontos de vista, não por manejar
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bem as relações, mas coagido pelo temor de si mesmo, é real e lentamente asfixiante, é um lento desespero por ser, por viver; é a intranquilizante sensação de nunca ter vivido, de nunca ser, de nunca ter o privilégio de ver a luz do sol, confundido pela penumbra de cores tristes; mas paradoxalmente saber que são potenciais encobertos; seus sonhos e palavras reais, estão desesperados para sair, por tornarem-se evidentes; e enquanto isso acontece, deixa de respirar, e uma vez mais permanece quieto na súbita imobilidade de seguir dominado pelo Efeito Camaleão. - Algo impressionante é que os Camaleões por sua maneira de viver são extremamente solitários, e só abandonam seu hábito solitário quando necessitam reproduzir-se. Viver em uma bolha, sem mostrar quem realmente somos, sem mostrar aquilo que pensamos é altamente nocivo, pois, a final de contas a solidão não é nossa característica como seres humanos, já que estamos chamados a interpolar, socializar é parte ontológica do ser e uma das funções da profundidade da razão; sendo um de seus domínios, o domínio comunitário, o que induz pela natureza que seja relacional, isso é totalmente contraditório a solidão. Expor idéias quando já tenha alcançado o topo do cansaço é perigoso, afinal, podem-se dizer palavras inadequadas, causar feridas inapagáveis, causar danos a relações construídas e apagadas com valores como o tempo, amor, cuidado. O que se expressa nas
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relações interpessoais deve fazer-se com muito cuidado, pois se constrói com tempo, mas se destrói em instantes. - Os Camaleões são altamente agressivos contra os membros de sua própria espécie. Quero abrir uma grande verdade, e é que até não corrigir nossas próprias falências de caráter, sempre será assim: o erro que mais detestamos na vida de outra pessoa é o que levamos dentro de nos. Aqueles que são manipuláveis e mudam sua aparência segundo o ambiente no qual se encontram, terão pessoas específicas sobre as quais descarregarem seu ódio. O homem covarde e frustrado no seu trabalho e emoções maltratará verbal e até fisicamente a sua mulher, nunca será capaz de enfrentar aqueles outros homens que o exigem ou ferem, ele buscará alguém mais fraco que ele para poder fazer o que não pôde fazer com quem o faz sentir-se inferior. O jovem manipulável chegará a casa para brigar com seus irmãos, ou discutir com seus pais, ou quiçá deixará sua frustração pessoal para desbocar com algum “bom amigo”, simplesmente porque assim é a espécie do Camaleão.
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O ferido sempre buscará alguém a quem ferir, o frustrado tentará fazer que outro se sinta frustrado, é como se dessa maneira se liberassem de suas tensões. A respeito, penso nas pessoas que ferem constantemente aos outros, algumas delas frequentemente muito comuns em nossas comunidades eclesiásticas, sempre as mesmas, ferem, ferem e não se cansam de ferir; são pessoas que vivem na escuridão; é eles que constantemente tropeçam ferindo a outros, ainda quando sabem que a lei da escritura proíbe causar dano ao irmão, negar o perdão, e que fala forte para aqueles que ferem aos menores, anunciando-lhes que “Melhor lhe seria se lhe atasse uma pedra de moinho ao pescoço e se atirasse no mar”. (Mar. 9.42), a razão: Quem vive emocionalmente atado a escuridão não pode interpretar a luz. - Quando está no meio de uma batalha, suas cores indicarão se ele se encontra assustado ou furioso O reino animal é fascinante, nos enfrentamentos de cada espécie expõe suas fortalezas, alguns mostram seus dentes, outros suas garras, o urso, por exemplo, se põe em pé e evidencia seu grande tamanho; ainda quando veem um adversário superior; o Camaleão pelo contrário expõe sua derrota, mesmo que esteja furioso ou assustado, seu inimigo o saberá antecipadamente, suas cores o delatam. Já escutou alguma vez alguém dizer, sempre me passa o mesmo? Já ouviu uma mulher dizendo que todos os homens são iguais? Ou, por
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que não, homens falando da mesma maneira das mulheres? A razão é simples, as feridas psico-afetivas são “olfateáveis”, percebem-se, um manipulador sempre encontrará pessoas sob o Efeito Camaleão, pessoas manipuláveis para fazer uso delas, o assunto está em deixar de serem dependentes. Sob a pele dos Camaleões se sofre em silêncio por ter uma personalidade manipulável, numa realidade clara, tristemente é um mundo estranho onde nada é o que parece. Ser livre é um direito por natureza, como seres humanos, Deus nos criou livres; a liberdade é um atributo de Deus, é parte da identidade que nos transmitiu ao nos criar, e é o centro do objetivo que nós devemos conquistar, adquirir liberdade no espírito da nossa mente, irrepreensíveis em espírito, alma e corpo (1 Tes. 5.23) b. Inconscientemente Presos Como é que alguém pode viver preso por uma necessidade inconsciente, e ao mesmo tempo ser manipulável, apesar de tudo o que sofre debaixo de sua própria pele? Viver presos por uma necessidade inconsciente é um dos piores vícios, o pior e o perigo dessa conduta co-dependente, é que: “é um dos comportamentos que muitas vezes são camufladas com as virtudes cristãs ou com padrões de cortesia e boas relações”.
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Na escritura Jesus nos instruiu que nos amássemos uns aos outros como a nós mesmos, controversamente também disse que lhe oferecêssemos a outra face àqueles que nos faziam dano. O apóstolo Paulo por sua parte também nos disse que devemos considerar os outros como superiores a nós mesmos, também nos ensina que suportemos cada um as cargas dos outros. O processo de se negar constantemente a um mesmo e sacrificar-se para ajudar e bendizer a outros, começa a aparecer como o modelo bíblico da bondade e a piedade cristã. Diante disso, quero perguntar então: O ter uma personalidade manipulável é uma norma das escrituras? E por que também não devemos perguntar-nos se deveriam os bons cristãos converter-se em presos emocionais e vítimas do maltrato e da manipulação dos outros? É claro e real na experiência diária, encontrar pessoas dentro do ambiente eclesiástico sendo controladas por outros ( e até sendo vítimas) o que é um traço muito evidente de personalidade manipulável, e ainda pior é não saber que isso é uma das características manifestas de uma vida Sob o Efeito Camaleão. Uma mulher vitimada por seu marido viciado, ou preso pelas feridas da sua infância, um filho manipulado por seus pais, controlado até o extremo de não poder se desenvolver por si mesmo como pessoa, ou não poder tomar suas próprias decisões de vida, pela superproteção de seus pais, que supostamente querem o melhor para ele, extremando
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até impedir-lo de viver sua própria realidade; havendo mencionado a surperproteção, quero acrescentar que além de ser um padrão muito repetitivo em nossa sociedade, é igualmente uma manifestação de controle, que ao final terá em quem é superprotegido a evidência do temor a vida, ou de dependência, posto que deixará de se responsabilizar, não crescerá, se sentirá impotente para tomar suas próprias decisões, e por onde andar ao escolher alguém para acompanhá-lo por toda vida, buscará inconscientemente a um controlador para ser manipulado, pois não conhece outra forma de vida. Cada dia nos conselhos ou o trato com quem assiste nas congregações, devemos trabalhar sobre pessoas que caminham pelo mundo com um baixo sentido de valor próprio, que lhes custa crer no que verdadeiramente a feito Deus neles, que lhes parece impossível aceitar que as promessas de Deus abertas nas escrituras lhes pertencem, que têm uma grande impossibilidade de se sentir verdadeiramente “Filhos” de um pai misericordioso e cuidador, pessoas que se dizem amar a Deus e ser felizes por haverem sido salvos, mas no que se refere às relações com gente que tem e professa sua própria fé, preferem viver em isolamento, porque supostamente sua relação é com Deus e não com a “gente da Igreja”. Algumas destas pessoas pelo fato de serem cristãos e de aparentar viver uma vida de exemplo deixam de praticar o princípio de transparência e preferem ocultar seus erros “internos” e viver em
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negação sobre o problema de sua família”, sem buscar uma direção, um líder, um amigo, para abrir-se à possibilidade de enfrentar abertamente suas fraquezas e vencer o temor de serem criticados ou rejeitados. Também é incrivelmente comum aqueles que em todo tempo estão tratando de controlar os outros; eles camuflados provavelmente em sua “sabedoria” e experiência de vida cristã, o sua pseudoliderança, nos anos de vida no evangelho sendo parte de uma congregação; é um exemplo patético disto, mas muito comum para aqueles que querem controlar os outros; você lembra que os Camaleões são agressivos para os membros de sua própria espécie? Bem, esta agressividade pode manifestar-se de qualquer maneira, não somente com batidas e feridas físicas, as emocionais são ainda mais fortes. E em quem não conhece acerca de Jesus ou não pertence a nenhuma congregação, os traços que acabo de mencionar: viver controlado ou vitimado pelos outros, ter baixo sentido de valor próprio, estar em isolamento, mostrar sinais de negação a seus problemas reais, também são inconscientemente presos do Efeito Camaleão. Existem casos que revelam manifestações extremas de manipulação, onde o controlador nem sequer está vivo, muitos vivem inconscientemente presos pelo Efeito Camaleão porque durante toda a sua vida tentaram agradar a um pai ou uma mãe que já faleceu, mas que nunca os aprovou enquanto vivia, a razão: aquelas palavras
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destrutivas de maldição ou desprezo emitidas pelos seus pais em momentos de ira, embriagados ou sob frustração; quando consciente ou inconscientemente abriram frases como: “Tu não és mais que uma vagabunda, uma estúpida!” ou “Nunca chegarás a ser ninguém!”, “és um(a) inútil!” ficaram marcadas na memória, abriram espaço no subconsciente dessa pessoa, se trancaram na neo-corteza cerebral, onde atuam nas emoções do agredido e hoje são parte involuntária de seu viver diário. Obviamente estas palavras ou expressões (pois é um conjunto completo, as palavras e os atos físicos que as acompanharam) não são lembradas conscientemente, mas a pessoa com conduta manipulável que vive sob Efeito Camaleão tratará sempre com seus atos comprovar que ele ou ela não é inútil, um(a) ninguém, estúpido(a), ou um miserável fracassado. É totalmente óbvio que alcançar a aprovação daqueles que jazem na tumba é inalcançável, mas, o viver condicionado e sob o efeito deste tipo de manipulação gera uma luta em quem sofre por tratar de acalmar essa sombra de rejeição e ao mesmo tempo se sentir aprovado. No fundo, essa pessoa ainda vive manipulada por alguém que agora, no presente, no seu presente não está viva, e o pior disto é que este comportamento em alguns casos pode chegar a manifestarse compulsivamente. Debaixo da pele dos Camaleões, existe uma profunda necessidade de ser livre, de compreender o que realmente está acontecendo em suas
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vidas, conhecer por que existe a sombra de uma manipulação inconsciente, o Efeito Camaleão em um mundo estranho onde nada é o que parece... para ele é necessário respostas, que sejam transformadoras, liberadoras, e causadoras de uma sanidade emocional verdadeira. Quero apresentar-lhes a um homem chamado Davi, ele era um homem poderoso no passado, chegou a ser um rei quando sua família não tinha probabilidades, e ele, era aquele que menores opções podia ter, no entanto conseguiu ser o rei, seu pai foi visitado por um homem que tinha o designo de selecionar o que seria o futuro rei de uma grande nação, este homem ao chegar pediu para ver todos os filhos de Jessé, um homem de Belém, Jessé complacentemente trouxe todos diante dele, sete no total, e aquele homem chamado Samuel lhe disse: Estes são todos teus filhos? Ao que Jessé responde pensativo: Humm... A um no campo!, mas é o menor, o pastorzinho de ovelhas...! Ok! Disse Samuel, não irei até que ele venha... e é assim como o desapreciado daquele momento chegou a ser o rei por designo de Deus (1Sam.16.1-13) Apesar disso, Davi nunca tentou fazer coisas para agradar aos seus irmãos ou a seu pai, ele simplesmente viveu sua própria vida, decidiu pelo trono até o momento em que Deus o tinha programado, sabendo esperar seu turno pacientemente, ele podia ter matado seu antecessor, o rei Saul no momento em que sua vida foi posta em suas mãos, no entanto soube decidir e esperar seu dia, pois não estava condicionado por nada, nem ninguém, tinha claro que seu propósito
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na vida dependia diretamente de Deus (1 Sam. 26). Davi viveu servindo e aprendendo o que devia aprender para chegar a ser um excelente rei, e sobretudo dirigido por Deus. Em outra experiência da vida de Davi, o Rei de Israel, ele disse: “Tem misericórdia de mim, oh Deus, cura minha alma”, essa expressão se vê refletida nos salmos 3 ao 10, e logo no 41.4, nos quais se vê Davi sendo perseguido; sob a dor de ver seu filho tentando roubar não só o trono mas também sua própria vida, é então quando ele com um grito profundo e angustiante reflete o clamor interior que sua alma esboça: “Deus, tem misericórdia e cura-me, cura minha alma”. A liberdade da alma é um propósito para Deus, Ele enviou seu filho para que Nele recebêssemos “as boas novas para os abatidos”, abatido tem a ver com alguém que perdeu o ânimo, a força para lutar, a energia para seguir adiante ou prosperar, e nada melhor do que uma nova notícia para voltar a tomar essa força interior. A escritura também disse que Jesus veio “vendar aos quebrados de coração” (Isaías 61.1), que bonito é isso, fala-nos de restauração, Deus quer que o tempo de luto, de pobreza emocional e escassez de caráter se acabem, o texto messiânico de Isaías continua dizendo: “... a consolar a todos os enlutados, ordenar que aos aflitos se dê glória em lugar de cinza, óleo de gozo em lugar de luto, manto de alegria em lugar de espírito angustiado, e serão chamados árvores de justiça, plantio de Jeová, para glória sua”; que preciosas promessas em Deus para aqueles que necessitam ser livres do Efeito Camaleão, depois disso, segue dizendo a escritura, que se converterão em pessoas que
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“Reedificarão as ruínas antigas e levantarão os arrasados primeiro, e restaurarão as cidades arruinadas, os escombros de muitas gerações” (Isaías 61.2-4); em outras palavras, não haverá limites, não só serão restaurados mas também restauradores, instrumentos de transformação, passarão de ser carentes Camaleões que se camuflam nas decisões dos outros, que buscam sem esperança que uma presa passe por diante deles, a ser verdadeiros caçadores de objetivos e bendições, porque não só tomarão as suas, mas também darão para outros, gente de propósitos, que impactarão ainda com o poder de restaurar lugares, vidas e corações que estavam invadidos pelos escombros do passado, e o mal que havia sido causado por gerações, eles, os que foram restaurados, o arrancarão!
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Libertando-te do Efeito Camaleão Feridas Psico-afetivas CAPÍTULO III
Jesus e os Camaleões No capítulo anterior expressei que algumas das virtudes cardinais e piedosas dos cristãos que são o modelo bíblico da bondade, mansidão, entre outras, podiam ser confundidas facilmente com características similares a de uma personalidade manipulável; posto que Jesus e os apóstolos nos ensinam que o sacrifício, o tomar as cargas e colocar a outra face, reflete os traços de uma vida espiritual. Então, temos que nos perguntar se deveriam os bons cristãos se
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converterem em presos emocionais e vítimas do maltrato e da manipulação dos outros? Perguntemo-nos se Jesus, o arqui-exemplo dos atributos do caráter de um homem de Deus, foi manipulado ou viveu sob o Efeito Camaleão em alguns episódios de sua vida? Será que o Filho de Deus permitiu em algum momento ser controlado pelos outros? Ou provavelmente: Foi Ele uma vítima dirigida a vontade de Judas, Pilatos, sacerdotes judeus, daqueles que o tomaram como réu sem que Ele pudesse mostrar suas verdadeiras decisões? Foi Jesus um rato de laboratório do Pai Eterno, porque “o matou” como expressam algumas religiões, marcando o Pai como um Deus perverso que mata seu próprio filho?
a. Há Evidência de que Jesus foi controlado? A vida terrena do filho de Deus (Jesus) nos deixa ver claramente nos episódios das escrituras que Ele nunca permitiu que alguém controlasse suas decisões, nada pôde controlar sequer seu estado de ânimo, nem ainda suas expectativas a respeito de seus discípulos se viram afetadas pela desobediência ou os erros destes; seu comportamento, nem sequer no momento em que estava sendo dirigido à morte, se viu mudado.
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Jesus muito longe de ser uma vítima de seu entorno, sempre revelou seu propósito de servir aos homens, e isso como um ato voluntário, que nem seus próprios discípulos exigiam Dele. Exemplo disso vê-se desde o princípio, estando no Jordão com João, o Batista, este não compreendeu que devia batizá-lo, e lhe pediu para retratar-se apesar de que tinha o instinto da revelação ativado com ele, e havia dito que Jesus era o Messias (Mateus 3.13-14), diante da atuação de Jesus segundo o propósito de pré-estabelecido por Deus, e sua posição diante de João não muda. Jesus viu Pedro, o Apóstolo, viver diversas fases e experiências ao seu lado, uma das mais surpreendentes é aquela quando, apesar de haver-lhe negado, quando Jesus ressuscita, o anjo que aparece com a mensagem para as primeiras pessoas que chegam ao sepulcro, lhes diz: “Ide, dizeis a seus discípulos, e a Pedro” (Marcos 16.7), essa curta expressão mostra muitíssimas coisas, os discípulos haviam fugido, Pedro o havia negado, e Jesus ainda é ele mesmo para com eles, suas expectativas não mudaram, os erros destes, seu comportamento, suas falhas não condicionaram seu estado de ânimo, nem o que Ele esperava deles. Por outro lado, Jesus infinitamente longe de ser uma vítima, determinou o tempo, o lugar e a maneira de morrer (Mateus 16:21, João 12:31-33). Ele disse: “Por isso me ama o Pai, porque eu ponho minha vida, para voltar a tomá-la. Ninguém a leva, senão que eu de mim mesmo a ponho.” (João 10:17-18). Todo o processo revelou um
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propósito eterno, as figuras que falam a cerca da morte do Messias no antigo testamento não podiam ser mais claras e nunca por mais premeditado que tivesse estado cada cena, podiam ter coincidido com tanta exatidão em cada um dos aspectos do processo de sua autoentrega e seu ministério, sobretudo, tendo consideração que se escreveram por diferentes homens, em diferentes lugares e épocas. Jesus efetivamente refletiu estar angustiado no Getsemaní enquanto enfrentava a visão da crucificação e o tipo de morte que viria no dia seguinte, mas em suas expressões, não observamos palavras comuns as palavras de uma vítima indefesa. Antes, com mais força, se revela que Ele decidiu morrer por amor a nós, cumprindo o propósito Eterno e retomando a glória que teve com o Pai antes que o mundo fosse. Deveras, uma das evidências de seu caráter está revelada em todo o processo de crucificação, pois Nele não era evidente a psicologia típica desesperada pelo temor à morte, nem o desespero comum de qualquer condenado a este tipo de morte, antes, em meio a dor se evidenciou que estava por cima de todas essas experiências, e que mais que o sujeito, ele era dono absoluto da cena. Outra observação que quero agregar sobre o caráter de Jesus está no momento em que lavou os pés dos discípulos, um dia antes de sua morte, no evangelho de João se revela de forma maravilhosa o contexto íntimo desta decisão de Jesus: “... sabendo Jesus que o Pai lhe havia dado todas as coisas nas mãos, e que havia saído de Deus,
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e a Deus ia, levantou-se da cena, tirou seu manto e tomando uma toalha a cingiu. Logo pôs água em uma bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugar-los com a toalha com que estava cingido”. (João 13:3-5) Evidencia-se que Ele nunca esteve pressionado a lavar os pés de seus discípulos, não foi tentativa de agradar-los; Ele não se sentiu controlado nem manipulado por seus discípulos para fazer isso, tampouco revela que não tivesse outra opção. Pelo contrário, Jesus era totalmente consciente de sua posição e seu ato foi uma evidência voluntária de seu serviço e que de antemão “Ele sabia que o Pai lhe havia dado todas as coisas nas mãos.” Jesus nunca foi vitimado, nem viveu cativo de uma síndrome como o Efeito Camaleão, porque viver sob uma doença emocional deste tipo, não é, nem será a vontade de Deus sobre uma vida. b. A Identidade da Personalidade de Jesus Jesus autocastigou sua personalidade, tomando a identidade que outros esperavam Dele? Pois escolher servir significava morrer seus interesses pessoais. Os limites da personalidade de Jesus não foram claros e por isso permitiu que seus inimigos se opusessem ao seu ministério sem nenhuma interferência?
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Em primeiro lugar o autocastigo tem a ver com a experiência de se sentir indefeso e em geral produz uma mentalidade de vítima, promovendo o desenvolvimento do ressentimento, traços que nunca foram evidentes na personalidade de Jesus. Quem está preso pelo autocastigo se vê limitado a poder controlar situações que lhe afetam dentro do ambiente afetivo no qual se desenvolve. Pelo contrário, vemos Jesus confrontando desde seus amigos e discípulos mais íntimos até os sacerdotes e fariseus que deixavam de cumprir o coração da lei de Deus, preocupando-se mais pelas formas que eles mesmos haviam imposto. Jesus sempre declarou a diferença que havia entre o que “foi dito” e o que “eu vos digo”, geralmente sua posição foi sempre o espírito da palavra de Deus, como fez no templo quando derrubou as mesas dos que negociavam, vendendo na porta aquele que seria usado para os sacrifícios. Não era fácil que alguém chegasse e “sabotasse” as mesas dos cambistas, a menos que este tivesse autoridade dada por Deus, ou levasse uma mensagem que claramente todos reconheceriam e respeitariam por ser a mensagem indiscutível de Deus (Mateus 21.12-13) Assim que, obviamente, Jesus sempre soube quem era e qual era a direção de seus propósitos eternos. Reconhecia abertamente a vontade de Seu Pai (João 6:38) havia Nele uma visão beatificada todo o tempo, porque Ele sabia o que fazer o que vinha do Pai, além disso
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sua identidade nunca esteve sujeita às expectativas de quem o rodeava. Ele não aceitou o convite de glória que lhe ofereceu a tentação (Mateus 4.1-11) aceitou a expressão de Pedro ao declarar que Ele era o Messias (Mateus 16:16-17), no entanto não deixou que a multidão o coroasse como rei (João 6:15). Jesus nunca permitiu que o encaixassem a viver sob a sombra de alguém. Quando os fariseus se opuseram ao seu ministério, Ele não duvidou em declarar os erros destes e em mostrar a evidência de sua própria mensagem. Apesar de que Jesus se deu a si mesmo se auto-humilhou, sem esperar nada em troca, jamais se reflete em sua personalidade uma perda de identidade, nem vulnerabilidade a ser manipulado, nem estar sob o controle de outros. Quando seus inimigos o tomaram para levar-lhe a cruz, ele disse: poderia pedir legiões de anjos, meu reino não é deste mundo, ponho minha vida para voltar a tomá-la, ninguém a rouba de mim, na realidade para essa hora havia chegado e nascido. Seu caráter é uma manifestação clara da vontade de Deus para o homem: ser livre, proativo, ter objetivos claros, corretos por convicção, pela certeza de ser dirigido por um Deus que nos almeja em absoluta paz, sem privações.
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c. Jesus Arrancando a Homocrômica e Cripsis dos Camaleões Os Camaleões, como disse anteriormente sofrem, de uma mudança nas células pigmentarias de sua pele, até o ponto de camuflar-se, fazendo-se homogêneos ao meio, isso se conhece como Homocrômica. Ao mesmo tempo levam a cabo uma fase onde diminuem todas as ações motoras externas, quase até o ponto de deixar de respirar, isto é uma espécie de mimetismo críptico, essa expressão nos dá a ideia, não de algo que se oculta, mas de algo que se que estando em plena vista é difícil de identificar, mostrando assim, o estado de Cripsis. Quem sabe para eles seja uma vantagem, mas para aqueles que vivem com personalidade manipulável ou sob o Efeito Camaleão, reflete seus sentimentos de impotência, confusão, medo paralisante, autocompaixão, dor, entre outros; os quais, no final terminarão por afetar seu caráter. Assim, se o temor é o que realmente está debaixo da pele das pessoas manipuláveis e, sobretudo o temor de serem eles mesmos, baseados no medo de sentirem-se desaprovados, menosprezados, rejeitados, ou simplesmente desqualificados, tomarão o caminho rápido de matar a seus pontos de opinião, terminando por afogar-se e optando pelas opiniões de quem os rodeiam.
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Pelo contrário disso, está o exemplo de Jesus que sempre foi o de acabar com as atitudes de um caráter manipulável, indeciso e cheio de temor; sua notícia foi a liberdade. Cada vez que percebeu em seus discípulos, aos quais eram seus alunos, Ele os repreendeu, falou-lhes claramente para deixar seus vícios emocionais, temores e adaptabilidade a um meio que se havia esquecido de viver a verdadeira vida do Reino de Deus, definitivamente sua mensagem foi o Reino porque só o Reino daria liberdade. Confrontou essa raiz de problemas emocionais até o extremo de responder ao mesmo Pedro: Afasta-te de mim Satanás! Quando este lhe havia dito: “Senhor deves ter compaixão de si mesmo”. (Mat 16.2223) e mesmo que Pedro tivesse razões para expressar-se assim, impacta-me compreender esse exemplo tão claro e é que: A semente da autocompaixão é semeada por operações que refletem a vontade de Satanás para com o homem; o temor, o medo que paralisa para impedir que possamos crescer, a dor que se aprofunda no consciente e inconsciente humano para minimizar suas capacidades, a autocompaixão e os sentimentos de impotência, insegurança, são um argumento emocional que reflete o desejo maligno e perverso, capaz de destruir o potencial de uma pessoa cheia de vida, quiçá por ele Jesus é tão forte ao responder a Pedro: Afasta-te Satanás! Era por acaso Pedro um demônio? Um possuído? Um filho do Diabo? Ou simplesmente um homem que por suas inseguranças estava revelando uma consciência sem a ordem da liberdade que Jesus lhes
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estava ensinando, uma liberdade que reflete em todo tempo a vontade de um Deus com propósitos para a vida de todo o ser humano. A autocompaixão e o temor associados a esta síndrome empobrecem impedindo de usar as ferramentas que se tem para transformar uma vida completamente, levando-a do nada a todo, do começa a conquista. Algumas vezes nossa mente e o meio que nos rodeia nos lançarão dardos aniquiladores para amordaçar nossos sonhos e levar-nos a viver renunciando ao nosso propósito, nossas metas, dizendo-nos: Detenha-te, não surjas, não tentes, permaneça quieto, submirja-te no mimetismo de teu temor, das ideias de outros, cria tua própria “Cripsis” até o ponto de não respirar nada novo, oxalá venha uma presa para tua vida, mas não vá em busca de nada, mas quando Deus vê uma alma enredada nesta confusão, há novamente um grito desde o céu que diz com autoridade: Afasta-te Satanás! E enquanto a nós nos diz: “Ponha a mira nas coisas de Deus e não fiques mumificado dentro das ideias dos homens” (paráfrase Mateus 16.22b) Tudo o que Deus quer fazer sobre alguém que sofre da síndrome do Efeito Camaleão é: Arranca-lhe a pele e dá-lhe um choque elétrico que lhe ressuscite de seu mimetismo críptico. Recordo de Marlon, um membro da Igreja a qual assistia quando era jovem, ele era nosso líder de evangelismo, um dia inteiro tinha
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chorado, cheio de autocompaixão, sentindo-se constrangido e derrotado ministerialmente, então de repente grita e diz a Deus: “Senhor envia-me um raio para me matar, já não agüento mais” essa mesma noite no serviço de oração a pastora da Igreja passa ao púlpito e de repente diz: Deus me mostrou alguém que há chorado e há dito a Deus, “Pai parta-me com um raio...”, nesse momento, toda a Igreja tremeu pelo grito impressionante que deu Marlon, pois seguramente jamais pensou que Deus o havia escutado seriamente, depois de sua preciosa experiência nos comentava o que havia vivido pessoalmente, ele sentiu que de verdade algo veio a quebrar-lhe por dentro e depois disso muitas coisas mudaram em sua maneira de pensar. Deus quer arrancar a Homocrômica, não necessitas ser igual a outro para poder chegar as ser alguém, és único, uma peça com capacidades próprias, e nem tudo que és é aceitável, pois algumas de “tuas coisas” ou notas particulares superam as expectativas dos outros, mas tu não estás preso nem por quem o compreende, ou por quem o rejeita, tem todo o direito de melhorar, de crescer, aprender, tropeçar, resistir, aceitar, foi criado por Deus e permitir que ele tome o controle de tudo em tuas emoções é a melhor decisão de tua vida, mas te esclareço: Jesus te arrancará a pele e te fará mover, isso se converterá em uma experiência para ti, uma aventura onde desenvolverás confiança, fé e dependência de Deus. O Salmo 139.13, e 16º, diz: “Por que tu formas-te minhas entranhas; Tu me fez no ventre de minha mãe. ... meu embrião veio de teus
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olhos”. Por que não permitir a Deus trabalhar em nossas emoções deterioradas? Sim, Ele nos conhece e sabe que é o melhor para nós! Poderias ajoelhar-te neste momento onde estás, deixar este livro de lado e falar com Ele sobre isso, algo mudará precisamente em tua vida. Conversa com Deus agora, sobre tuas limitações e teu desejo de ser transformado, teu desejo de viver em liberdade, rompe com todo jugo que ata tua alma e liberta-te de toda conduta manipulável, Deus é fiel, Ele ouvirá tua voz e te responderá. E se ainda Jesus não está em teu coração como salvador pessoal, começa tua oração dizendo-lhe: “Senhor e Deus, hoje venho diante de ti, renuncio a viver longe de ti, arrependo-me de ter errado e pecado em minha vida, e hoje me entrego em teus braços para receber do teu amor, do teu perdão e redenção, anota meu nome em teu livro e dáme de tua paz”. Amém.
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