TRANSFIGURAÇÕES DA PERCEPÇÃO DO ESPAÇO COM A LUZ
AUGUSTO RUSCHI APEZZATTO
TRANSFIGURAÇÕES DA PERCEPÇÃO DO ESPAÇO COM A LUZ: instalações no MuBE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Centro Universitário SENAC, como exigência parcial para obtenção do título em bacharel de Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Professor Doutor Gabriel Pedrosa
SÃO PAULO 2016
AGRADECIMENTOS
Gostaria de começar agradecendo a Escola de Arquitetura
e Urbanismo, por me mostrar uma nova forma de olhar a cidade e o mundo, conseguindo entender seus espaços e o melhor que eles podem nos oferecer. Em seguida por ter encontrado as melhores pessoas para me acompanhar nessa jornada um tanto quanto conturbada, Luana, Pilar, Gabriela, Felipe, Gustavo e Daniela. Também para meu professor e orientador Gabriel Pedrosa, por me aconselhar e me aguentar desde o começo da faculdade. Ao meu professor Marcio, pela amizade, e por me ajudar a entrar na área de luminotécnica. Ao meu atual chefe, Carlos Fortes, pela oportunidade e por todos os ensinamentos dessa radiação eletromagnética que provoca sensação visual nos seres vivos. As minhas colegas de trabalho, Fernanda, Débora e Talita, pelos conselhos e companheirismo. Ao amigo Alberto Blumenschein, por acreditar em mim e me introduzir ao mundo da arte.
Agradeço também a minha família, minha mãe Claudia,
minhas irmãs Mariana e Paula e minha irmã Patrícia pela paciência, companheirismo e carinho, sem importar a situação, sempre me mostrando como dar a volta por cima nas situações mais complicadas. Aos meus padrinhos Adriana e Arnaldo, pelo grande exemplo e carinho que sempre estiveram dispostos a dar. E, principalmente, para o meu companheiro, melhor amigo e conselheiro Rodrigo Fanaro Quartarone, que nossa jornada não acabe.
Em memória de Carlos Felipe Rodrigues Apezzatto, meu pai.
RESUMO
Este Trabalho de Conclusão de Curso parte da indagação de como
a luz consegue interferir na vida do ser humano, tendo um estudo de sua evolução, como o fogo passou a ser dominado e com a chegada da luz elétrica e suas demais tecnologias, passando para a percepção da luz no espaço e suas possíveis formas de ser aplicada, com seu direcionamento, intensidade e cor. Depois disso foram analisados estudos de caso, onde aparecem as questões da luz na prática artística e um breve estudo sobre o que é instalação e alguns dos principais artistas que utilizam a luz para criação de suas instalações, como Dan Flavin e Olafur Eliasson. Por fim, apresento a trajetória e meu projeto de uma instalação site-specific no Museu Brasileiro de Escultura. PALAVRAS-CHAVE: Instalação; Luz; Site-Specific; MuBE.
ABSTRACT
This project begins with the question of how light can interfere with
the life of the human being, study your evolution, as the fire came to be dominated and with the arrival of electric light and it’s other technologies, passing through perception of light and space and all the possible forms of being applied, like direction, intensity and color. After that were analyzed different cases of art installation, with the appearance of light issues in artistic practice, studying some of the top artists which use a light to their creation facilities, as Dan Flavin and Olafur Eliasson . Finally, I present my project and my way to build it, it is a site-specific installation at the Brazilian Sculpture Museum. KEY WORDS Installation; Light; Site-specific; MuBE.
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INTRODUÇÃO
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IMPORTÂNCIA DA LUZ ELÉTRICA E SUA HISTÓRIA
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PERCEPÇÃO DA LUZ NO ESPAÇO E SEUS MODOS DE DIRECIONAMENTO
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4 APLICAÇÃO DA LUZ EM INSTALAÇÕES ARTÍSTICAS 30
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O LOCAL
O PROJETO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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INTRODUÇÃO A luz e a iluminação estão presentes no dia a dia de todas as pessoas, e incluí-la na arquitetura é imprescindível e necessário para a criação de espaços e ambientes, podendo criar diferentes sensações que auxiliam no seu respectivo uso, como residências, locais de trabalho e até mesmo em festas. Nesse trabalho de conclusão de curso, estudarei como a luz
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e a iluminação conseguem alterar a percepção dos espaços, podendo trazer diferentes sensações a partir da diferença de cor, intensidade, direcionamento e forma. Com uma pesquisa que passa por diversos pontos, como a história da luz, a luz elétrica e a lâmpada incandescente, as demais tecnologias (como lâmpadas fluorescentes e lâmpadas de vapor metálico) e, especialmente o LED, que será o material utilizado no meu projeto final. Depois passarei por assuntos como demarcação espacial, as funções da luz (como iluminação ambiente e iluminação de destaque), direcionamento e luz difusa (como nas luminárias japonesas) e aspectos de cor, tratando sobre cor da luz ou cor do objeto e qual a relação entre as duas. Ao ter tido minha primeira experiência direta com a arte misturada com tecnologia, participando da montagem da instalação Nanocriogênio III, de Ana Barros e Alberto Blumenschein, na FILE 2013 (Feira Internacional de Linguagem Eletrônica),
indaguei-me muito sobre o assunto e resolvi ter referências vindas de grandes artistas que utilizaram a luz como material de suas instalações, como Dan Flavin, James Turrell e Olaffur Eliasson, entre outros. A partir disso, foi definido que iria ser feita uma instalação artística que trabalhasse a percepção do espaço e do edifício, especificamente o Museu Brasileiro de Escultura, projetado por Paulo Mendes da Rocha. O processo de execução do projeto foi primeiramente através de croquis, depois foram feitos experimentos de luz com fitas de LED em uma maquete do edifício e, por fim, o detalhamento das soluções escolhidas.
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A IMPORTÂNCIA DA LUZ ELÉTRICA E SUA HISTÓRIA
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Desde os primórdios da vida humana, a luz sempre foi algo indispensável para a sobrevivência, sendo responsável por um dos ciclos biológicos mais importantes para o comportamento humano1, que o faz acordar ao amanhecer e se deitar ao anoitecer. Com a descoberta do fogo, esse ciclo começou a se alterar, criando um novo rumo para a evolução do homem e dando a possibilidade de iluminar a escuridão que prevalecia na noite. Ao conseguir seu domínio, foram descobertos os mais diversos modos dele ser gerado, desde madeira até gordura animal. No caso da gordura, ela era armazenada em um objeto chamado Lucerna (Imagem 1), que, inicialmente, era feito de barro, e, com o passar do tempo, passou a ser criado em outros materiais, como metal, sendo o objeto mais utilizado da época para a iluminação artificial, e a inspiração para a criação de velas. 1 também conhecido por ciclo circadiano, ciclo de 24 horas e 10 minutos, que regula os períodos de sono e de despertar, muito influenciado pela luz
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Imagem 1: Lucerna de barro, acesa
Com o passar do tempo, foram criados outros objetos, como lampiões e tochas, usados principalmente em áreas públicas. Percebeuse que, quanto mais alta a posição do fogo, maior era a área iluminada, surgindo a ideia do castiçal, seguida da criação das lanternas, que possibilitavam o direcionamento da luz. Até que em 1783 foi gerada a primeira luz a gás, a lâmpada de Argand. Nesse momento da história, ficou clara a mudança radical que a luz artificial fez na vida humana, ao criar a possibilidade de ‘estender o dia’, fazendo-o durar mais tempo, independente das condições naturais, de forma que poderia ser feita qualquer ação diurna no período noturno. ELETRICIDADE E A LÂMPADA
Com a chegada da eletricidade passou a ser possível a criação de diversos itens para auxilio das atividades feitas pelo homem, como maquinário e, posteriormente, a lâmpada. Depois de diversas tentativas, por diversos cientistas, Thomas Edison comprou a patente da lâmpada incandescente em 1879, nos Estados Unidos da América. Com o aperfeiçoamento do projeto de Henry Woodard e Matthew Evans, Edison fez com que ela fosse viavelmente comercializável. A lâmpada incandescente funciona a partir de um filamento de tungstênio, fechado em um espectro de vidro, a vácuo. No filamento, a energia elétrica passa de um lado para o outro, transformando energia elétrica em energia luminosa e térmica (calculada em 90% da energia gerada pela lâmpada, que se torna desperdício). Um dos itens que mais diferem a lâmpada incandescente das outras tecnologias é o fato de ela possuir o índice de reprodução de cor (IRC) de
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100. O IRC é a qualidade de percepção dos objetos, comparada à luz solar. Por exemplo, uma cesta de frutas, quando está sob luz artificial de baixa qualidade, pode aparentar um tom mais apagado, com menos saturação, com relação a quando é exposta à luz solar, em que apresenta cores mais vivas, como na Imagem 3. Foi criado um cálculo, que é feito a partir de 8 amostras de cor (predominantemente tons pastéis), chamado CRI, que utiliza um espectrômetro que visualiza e informa qual a percepção dessas oito cores, e então é tirada a média dos resultados e é dado o IRC da lâmpada. Por não ter muita precisão, foi criado, pelo National Institute of Standar Technology, o Color Quality Scale, que é um cálculo mais preciso, pois conta com 15 amostras de cor, de diferentes tons e saturação.
Imagem 2: Lâmpada de filamento de carbono, um dos tipos de lâmpadaincandescente.
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Imagem 3: Exemplos de índice de reprodução de cor.
DEMAIS TECNOLOGIAS
Em 1938, foi criada a lâmpada fluorescente, por Nikola Tesla, com a qual foi possível gerar mais luz com menos calor. Para isso, é utilizado o princípio de descarga de gás de baixa pressão. O tubo de vidro é preenchido por um gás nobre a baixa pressão e mercúrio, e as paredes do vidro são revestidas com uma fluorescência. Dentro do tubo acontece um processo de descarga de energia que gera raio UV, que, quando em contato com a fluorescência, emite luz visível. A fluorescência é o que influencia na cor da luz, podendo ser alterada para a utilização desejada. As lâmpadas de vapor são lâmpadas com alta potência luminosa, funcionam como a lâmpada incandescente, com um filamento, mas, para conseguir maior potência, são adicionados vapores metálicos (como de sódio ou mercúrio), o que faz com que o filamento resfrie e gere mais potência luminosa. Este tipo de lâmpada é mais utilizado em iluminação urbana e de grande escala, como postes e arandelas.
Imagem 4: Uma casa, por Carmela Gross. 2007. A artista utliza tripés, fios, reatores e lâmpadas fluorescentes na obra, da mesma forma como usa em diversas outras obras. A lâmpada fluorescente produz uma linearidade para o desenho, sem muito ofuscamento e de forma difusa, o material é usado também por Dan Flavin, como veremos mais a frente.
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imagens 5 e 6 mostram o antigo poste da Avenida Paulista, e o novo, respectivamente. Na imagem 5 mostra como é a projeção da iluminação do poste com a lâmpada de vapor metálico, com tom amarelado e intimista, já na imagem 6 é mostrada a iluminação super eficiente e ofuscante do LED branco, que nos deixa em estado de alerta.
Com diversas possibilidades de iluminação, as lâmpadas halógenas contam com diversas formas e potências, além de possuir uma incrível qualidade de luz, em tom branco quente. Com elas é possível criar percepções diferentes do ambiente, pois, diferente das incandescentes e fluorescentes, que são lâmpadas difusas, é possível criar focos e dar maior importância a alguns pontos do ambiente ou a algum objeto que deva ter destaque. Georges Claude, depois de se impressionar pelos gases inertes, começou a armazenar o gás neon, um subproduto de sua empresa, que tinha como
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produto principal o gás liquefeito. Em 1910, ele descobriu que, se passasse uma corrente elétrica dentro de um tubo com o gás, gerava-se uma luz em tom avermelhado. Depois de um tempo, ele criou a lâmpada neon, com a qual era possível gerar misturas de alguns desses gases, criando cores diferentes. O neon passou a se popularizar como item publicitário, aparecendo em fachadas, com a possibilidade de ter um letreiro ou desenhos em alto relevo, com grande visibilidade e destaque, por emitir luzes em diversas cores. Imagem 8: Seven Figures, por Bruce Nauman.
Imagem 7: Lâmpadas Halógenas.
O artista plástico norte-americano Bruce Naumam tem a maior parte de suas obras feitas com o neon, explorando sua linearidade, mais complexa e delicada que a das lâmpadas fluorescentes, como se vê na imagem acima. Muitas vezes o neon é utilizado de forma ‘acende e apaga’, para criar movimentos na peça, como nos anúncios de bares e casas noturnas, em que havia o desenho de uma dançarina levantando e abaixando a perna. Produzindo um efeito de neon, o projeto do Alfabeto da Luz, apresentado na semana de design de Milão de 2016 e desenvolvido pelo escritório BIG associado à empresa de luminárias Artemide, é feito a partir de módulos de linhas e curvas, e encaixes específicos, com os quais é possível criar diferentes
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Imagem 9: Parte da instalação do escritório BIG + Artemide, na semana de design de Milão de 2016.
formas, desde linhas contínuas até qualquer letra do alfabeto, como se vê na imagem abaixo. Nesse projeto é explorada a utilização do LED com difusor leitoso, produzindo o efeito do neon, de luz difusa, diferente das fitas de LED sem difusor, ou com um difusor mais transparente, que produzem um efeito pontilhado.
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Imagem 10: Módulos para produção das letras e formas da luminária criada por BIG+Artemide.
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LED
LED é a sigla para Diôdo Emissor de Luz, que é um elemento semi condutor, composto a partir do diôdo e de um semi condutor que transforma energia elétrica em energia luminosa. Por ser um elemento bipolar, ele tem um terminal positivo (anodo) e um terminal negativo (catodo). Ele é polarizado com uma solda de fio de ouro, e, quando em contato com um fluxo de corrente, gera luz visível a partir da saída de fotons, pelo pulo do lado positivo pelo negativo, ilustrado na imagem 11. Em 1962 foi criado o primeiro LED, o vermelho, pela empresa General Eletric, e começou a ser utilizado em produtos eletrônicos, como rádios e televisões. Após quase 10 anos, em 1971, foi criado o LED verde, e, em 1993, o LED azul, que, inclusive, levou os japoneses Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura a ganhar o prêmio Nobel de Física. A composição dessas 3 cores geram a composição que chamamos de RGB (red, green, blue). Depois de estudar o LED azul, foi descoberto que, ao se adicionar fósforo, o LED passava a emitir luz branca, e que, quanto maior a adição dessa substância, mais a luz adquiria uma tonalidade amarelada. Quanto maior a temperatura, mais branca e azulada fica a luz, e quanto menor a temperatura, mais amarelada e ‘quente’ é a luz gerada. Quando começou a ser utilizado, o principal problema do LED era a temperatura de cor, em que não havia muita precisão. Por exemplo, eram colocadas luminárias iguais e
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Imagem 11: Diagrama de funcionamento do LED
com as mesmas especificações lado a lado, mas uma delas tinha a luz mais amarela que a outra. Para a melhoria deste controle da cor, foi criado o MacAdam Steps, um processo que consiste em fazer uma seleção menos abrangente de tons da luz, selecionando apenas os LEDs que têm as cores mais parecidas, de acordo com a temperatura de cor desejada, conforme demonstrado na Imagem 12.
Imagem 12: Demonstração básica de como é feita a divisão do MacAdam Steps. No exemplo, essa divisão seria apenas de uma temperatura de cor. É notável a diferença entre as demais cores entre si, mas as cores centrais, estão sempre com um tom mais definido e parecido, não deixando criar percepção de temperaturas de cor diferentes em um mesmo ambiente.
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A vida útil do LED está relacionada à temperatura da junção, onde 85°C é a temperatura máxima permitida para se ter longa durabilidade. A emissão de calor do LED, diferente das outras lâmpadas, é feita para a parte de trás do elemento, conforme se vê na imagem 13, o que faz com que seja necessária boa dissipação de calor, geralmente feita por elementos de alumínio. Para funcionar corretamente, o LED precisa de uma corrente elétrica reduzida, para isso, é utilizado o driver, que gera uma corrente constante, medida por miliampére (mA). É a corrente que determina a potência do LED e seu fluxo luminoso.
Imagem 13: Dissipação de calor do LED.
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PERCEPÇÃO DA LUZ NO ESPAÇO E SEUS MODOS DE DIRECIONAMENTO
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As principais influências nas percepções das pessoas são suas memórias, que tornam possível associar qualquer momento da sua vida a uma pessoa, um objeto ou a algum lugar. A xícara que faz lembrar o sítio da avó, por exemplo, ou até mesmo o cheiro do tempero do seu avô. Esse objetos e lugares passam a ter uma importância maior nas nossas vidas depois das associações feitas com essas percepções, com o estímulo afetivo, que afeta diretamente as nossas emoções. Para se perceber as coisas, elas precisam estar no mesmo tempo e espaço que o observador, e sua posição também afeta sua percepção.
DEMARCAÇÃO ESPACIAL
A espacialidade de um ambiente está muito relacionada à iluminação, tanto natural, quanto artificial. A luz natural tem um caráter efêmero, sempre se alterando, em termos da posição solar e das diferentes intensidades de luz durante o dia. A importância da iluminação natural é muito perceptível em alguns projetos arquitetônicos, como na Igreja de Saint-Pierre, na França, projetada por Le Corbusier, e também na Casa Koshino, de Tadao Ando, nas imagens 14 e 15.
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Imagem 14: Igreja de Saint Pierre, por Le Corbusier, se altera durante o dia de acordo com a posição do sol, por ter um vitral central, que que funciona como se fosse um prisma, criando diferentes desenhos pelas paredes da igreja.
Imagem 15: A sala de estar da Casa Koshino, por Tadao Ando, sofre a mesma alteração diária que a Igreja de Saint Pierre, pela movimentação do sol e o rasgo na cobertura, onde a entrada da luz fica livre, e se altera pela sobreposição com a viga.
A efemeridade da luz solar é completamente diferente da luz artificial, que se fixa em algum local e não tem alteração, a não ser que você a altere, podendo fazer o uso de Dimmer ou uma possível sobreposição de duas fontes de luz, como, por exemplo, na utilização de duas fitas de LED ao invés de uma, para se ter alternância de cor durante o dia.
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A demarcação de um espaço pode ser muito alterada a partir da iluminação. É possível criar um ambiente mais amplo ou mais intimista, por exemplo, com um ambiente bem iluminado, com luz saindo do teto e se distribuindo igualmente por todo o espaço, com mais intensidade e em tons brancos e azulados, ou com luzes pontuais, possuindo mais sombras, e com coloração mais amarelada, respectivamente. Com isso, podemos definir espaços, enfatizar volumes, criar atmosferas e ainda por cima transmitir uma mensagem, criando uma relação total com nossos sentimentos e emoções, tornando os espaços locais ameaçadores, em que ficamos em estado de alerta, tensionados pela luz, ou locais mais acolhedores, em que conseguimos relaxar e descansar.
DEMARCAÇÃO ESPACIAL
A principal função da iluminação artificial é a possibilidade de extensão da luz natural, tornando possível realizar tarefas rotineiras no período noturno, ou o auxílio em locais com poucas aberturas para iluminação natural. Pode-se dividir as funções da luz em três principais categorias: a iluminação ambiente, a iluminação funcional, e a iluminação de destaque. Iluminação ambiente consiste em uma iluminação difusa, que ilumina todas as partes do ambiente de forma geral, fornecendo uma quantidade mínima de luz para ser possível realizar tarefas rotineiras no período noturno. Pode ser feita de forma direta ou indireta.
Imagem 17: Estudio Carlos Fortes, iluminação por Carlos Fortes.
Imagem 19: Luminária Lens Pendant, por Tom Dixon
Imagem 16: Foyer Teatro Del Lago, iluminação por Limarí Lightining Desing
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Imagem 20: Vitrine da loja Bvlgari, em Londres.
Imagem 18: Luminária Focus, Simes
A iluminação funcional está diretamente ligada a uma função específica, como luzes para áreas de trabalho, salas de cirurgia, cenários, etc. São mais direcionadas para esses trabalhos que precisam de maior concentração. Na Imagem 17, por exemplo, o espaço configurado com mesas próximas às paredes e um vazio no meio, conta com uma iluminação difusa, feita a partir de luminárias pendentes com iluminação indireta, e também com abajures individuais, para gerar a iluminância necessária para o local de trabalho. Já a iluminação de destaque, pode ser considerada de duas maneiras, uma em que a luz seja o destaque, como em luminárias decorativas, quase esculturais. Por exemplo, as luminárias de Tom Dixon (Imagem 19), que chamam atenção dos espectadores. Em outra situação, a iluminação de destaque é utilizada para fazer o destaque de algum objeto, como em uma joalheria, por exemplo, que precisa contar com uma iluminação específica para a iluminação das joias, que pode conter diversas temperaturas de cores e diversos circuitos, para poderem ser feitos corretamente destaques variados, dependendo das cores das joias que estiverem expostas.
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DIRECIONAMENTO Com a chegada do LED, o direcionamento passou a ser tratado como item imprescindível na discussão sobre a luz, pois ele, diferente das outras lâmpadas, ilumina somente para um lado do dispositivo, tendo, no máximo, 120° de abertura. O direcionamento pode ser dividido, principalmente, entre luz direta e indireta. A luz direta, normalmente, mostra a fonte da luz que está sendo projetada, mas é definida por iluminar diretamente o objeto. São exemplos um abajur ou um projetor que iluminem diretamente uma estação de trabalho. Já a luz indireta é definida por iluminar através de uma reflexão secundária, onde normalmente não se vê a fonte de luz, sendo o ambiente iluminado pelo reflexo da luz projetada no teto ou na parede. Uma sanca ou rasgo no forro, ou luminárias que emitem luz somente para cima são exemplos de luz indireta.
Imagem 21: Luminária Concrete Applique, Simes. Arandela com iluminação direta e indireta.
É importante não confundir luz indireta com luz difusa, pois apesar de ambas criarem uma iluminação ambiente, não têm a mesma definição. Um exemplo disso são as luminárias chinesas (Imagem 22), em que não se vê a fonte de luz, mas o objeto ilumina o espaço diretamente, sem necessitar da reflexão da luz em algum plano.
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Imagem 22: Akari Lamps, por Isamu Noguchi.
Há diversas formas de se obter luz difusa. O artista norte-americano James Turrel, por exemplo, em sua obra Aten Reign, de 2013, faz uso de anéis de lona tensionados, pendentes em cabos de alumínio, para, com a iluminação em LED, criar uma luz difusa e indireta, iluminando a lona pela periferia.
Imagem 23: Aten Reign, por James Turrel.
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COR
“A luz é parte de um fenômeno ondulatório chamado radiação, cujo espectro é formado por ondas eletromagnéticas que se diferem entre si pela frequência que em que se propagam” (LIMA, 2010, p. 4)
O que nós enxergamos é só uma parte de todo o espectro, que vai de raios gama até infravermelho e ondas de rádio. Essa seção que nós conseguimos ver tem a variação de cores a partir da sua ondulação, estando as cores quentes, como o vermelho e o laranja, nas ondas de menor comprimento, e as cores mais frias nas ondas de maior comprimento. Um dos aspectos mais importantes para se falar de cor é a diferença entre a cor luz e a cor pigmento, que são as cores que provêm da luminosidade e da tinta, respectivamente.
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Imagem 24: Espectro de radiação eletromagnética.
A cor luz é dividida em duas categorias, os tons brancos, já explicados no capítulo anterior, e os coloridos. Para a criação dos diversos tons, é utilizada a mistura aditiva, que é a junção das três cores aditivas primárias (vermelho, verde e azul RGB). Com a junção e mistura das cores é possível criar diferentes cores e padrões de luz. Por exemplo, o azul com o vermelho gera a cor magenta, o vermelho e o verde geram uma cor amarelada, o azul e o verde geram a cor ciano, e, ao se juntar as três cores, gerase o branco. Esse panorama pode ser melhor entendido com a imagem 25.
Imagem 25: Mistura Aditiva
Imagem 26: Mistura Subtrativa
Já a cor pigmento é feita a partir do método oposto, representado pela imagem 26. É perceptível que as cores primárias desse método são as cores secundárias do primeiro. Isso acontece para que as cores primárias tenham mais possibilidades de reflexão. Por luminosidade, entende-se a qualidade clara e escura da cor. É possível alterar a luminosidade própria de cada cor, adicionando branco ou preto, para deixar com maior e menor luminosidade, respectivamente. O amarelo é a cor com maior luminosidade entre todas as cores.
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APLICAÇÃO DA LUZ NA PRÁTICA ARTÍSTICA O termo instalação começou a ser utilizado nas revistas de arte dos anos 60, em que era definido como toda obra que, de alguma forma, explorasse a articulação espacial envolvendo o espectador pela sua presença corporal e sinestésica. Nessa mesma época, Rosalind Krauss escreveu um dos textos mais importantes para a consolidação deste termo no mundo das artes, ‘A Escultura no Campo Ampliado’. Depois disso, o termo passou a ter uma definição ampla, como ocorre muitas vezes na arte contemporânea, abrangendo diferentes métodos de apropriação do espaço arquitetônico. Uma instalação é um princípio experimental, e a intenção do artista é a essência de sua obra, onde o objeto final é a experiência do espectador, que participa da obra e do espaço proposto. Nelas, podem ser utilizados vídeos, performances, esculturas, entre outros itens que são determinados pelo artista, e que podem aparecer sozinhos ou combinados.
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“Na continuidade dos processos de questionamento sobre a localização e classificação da Arte, qualquer tentativa de ‘enquadramento’ de uma obra ou sob um ou outro conceito e modalidade demonstrase cada vez mais frágil diante da localização da expressão artística nas intersecções entre as linguagens” (Cohen, 2015, p. 51)
Mais ligadas às pessoas, à sua percepção, as instalações sempre provocam alguma sensação, sendo ela boa ou ruim, tendo cada pessoa sua própria experiência que é alterada, principalmente, pela sua memória e vivência ligadas aquele tipo de situação. Uma instalação pode ser projetada para poder ser montada em locais diferentes, como a obra ‘Alternating Pink and Gold’, do artista Dan Flavin, que mostrarei ainda nesse capítulo, mas também pode ser desenhada para um lugar específico, em função de suas características, podendo ser permanente ou efêmera, alterando definitivamente a memória daquele lugar para as pessoas que a vivenciaram, num limite entre arte e arquitetura.
“Refletir sobre o “campo ampliado” e seus desdobramentos, no sentido de compreender uma produção contemporânea que tende para uma linha de convergência entre arte e arquitetura, significa retomar as próprias definições da arquitetura que possibilitam definir seus limites disciplinares. Voltar-se para a demarcação das especificidades de campos de atuação contribui para revelar paradoxos e contradições da própria definição da arquitetura, percebida nas suas obras de limite.” (Tonetti, 2013, p. 43)
Criando uma nova cenografia para o espaço, com uma ambientação construída para novas ações e sensações e com um discurso sobre a arte e como ela colabora para promover a percepção estética, as instalações sempre instigam a imaginação do visitante.
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DAN FLAVIN
Manipulando o espaço através da luz, Dan Flavin começou a trabalhar com a lâmpada fluorescente em 1964, interagindo com o espaço vazio e sempre respeitando ao máximo a criação arquitetônica. Ele utiliza a lâmpada como objeto, não só como um emissor de luz, diferente do que ocorre em nosso dia a dia, em que estamos em contato constante com lâmpadas fluorescentes mas não as notamos. Ele tem um trabalho com uma técnica muito simples, mas ao mesmo tempo com muita riqueza poética. As obras que irei analisar do artista estão dividas em 5 tipos: cantos, corredores, barreiras, séries e sitespecific2. Nessa primeira obra, nomeada de Untitled (To the ‘innovator’ of a Wheeling Peachblow), Flavin usa 4 suportes, dois horizontais, com lâmpadas viradas para o espectador, com cor branco-dia, e dois verticais, que suportam uma lâmpada amarela e uma lâmpada pink, dando uma percepção de cor laranja-pêssego. Com elas, ele cria uma moldura ao canto, dando mais atenção a ele, mas ao mesmo tempo ele dissolve aquele espaço com a luz.
Imagem 27: Croqui de Untitled (To the ‘innovator’ of a Wheeling Peachblow) (1968)
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2 “práticas que, de uma maneira ou de outra, articulam troca entre o trabalho de arte e os lugares nos quais seus significados são definidos” (JOSEPH, 2000 : 1)
Imagem 28: Untitled (To the ‘innovator’ of a Wheeling Peachblow)
Em Red out of a Corner, o artista utiliza apenas 1 lampada fluorescente de 224m na cor vermelha, instalada em um suporte fixado no canto entre duas paredes. A extensão da linearidade da lâmpada se expande com a luz, eliminando a aresta do canto instalado. Ao olharmos a cor vermelha por muito tempo, ela começa a afetar o funcionamento do cone do globo ocular que percebe a cor vermelha, o que faz com que você passe a ver a cor complementar do vermelho, que é o verde, transformando a percepção de qualquer superfície branca, percebida como verde. Para enfatizar isso, Dan Flavin, quando montou sua própria galeria, em NY, com instalações próprias remontadas nesse espaço, colocou uma obra com luzes verdes atrás do canto, para enfatizar a percepção do verde neste espaço.
Imagem 29: Red Out of a Corner.
Imagem 30: Red Out of a Corner, com vista para luz verde no fundo da instalação.
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Imagem 31: Varese Corridor (1976)
Dan Flavin apenas começou a intervir em corredores depois de ter certeza do seu conhecimento da luz e da percepção das pessoas. São apenas linhas ortogonais, paralelas, que, devido à perspectiva, provocam a percepção de um espaço arquitetônico tridimensional. Utilizando esses aspectos, ele se apropria desse espaço, através da profundidade e perspectiva, como na obra Varese Corridor, em que o artista utiliza lâmpadas fluorescentes verde, pink e amarela, dispostas em
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uma linha contínua por toda a extensão do corredor. Com estruturas autoportantes, que seccionam o espaço expositivo de um extremo a outro, sendo um deles inatingível, as barreiras criam uma nova percepção do espaço, redefinindo a arquitetura e ao mesmo tempo respeitando-a. Com estas intervenções, Flavin põe em jogo a relação do corpo do observador com o espaço onde está a obra.
Em Untitled (to Barry, Mike, Chuck and Leonard), Dan Flavin faz o bloqueio da passagem de um corredor, utilizando suportes de lâmpadas fluorescentes convencionais, para lâmpadas de 224cm. Com suportes apontados para lados diferentes, o artista usa a cor amarela de um lado e pink do outro, para que você sinta o espaço segregado e um local não transitável do lado oposto.
Imagem 32: untitled (to Barry, Mike, Chuck and Leonard), lado dourado (1972-1975)
Imagem 33: untitled (to Barry, Mike, Chuck and Leonard), lado rosa (1972-1975)
Baseada em lógica numérica, a obra Alternating Pink and Gold cria uma série de lâmpadas rosas e douradas, onde o ponto de partida é o ponto central das 4 paredes de um ambiente, podendo ser instaladas em locais diferentes. A partir do eixo da parede, estão localizadas duas lâmpadas, uma com cada cor, e vão se alternando para cada um dos lados. A cada adição de lâmpada, é aumentado um módulo de 62,5cm. Por exemplo, temos um par
dourado-rosa: ao lado da lâmpada rosa, a 62,5cm está uma lâmpada dourada, e, a 125cm, da lâmpada dourada, está localizada outra lâmpada rosa.
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Imagem 34: Alternating Pink and Gold, David Zwirner Gallery (1967)
Imagem 35: Alternating Pink and Gold, local nĂŁo identificado (1967)
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Como dito antes, as obras site-specific dependem, imprescindivelmente, das características do local em que são implantadas, uma vez desmontadas, não é possível serem remontadas em outro lugar, por só fazerem sentido no local em que estava implantada (sendo, neste aspecto, o oposto da obra que acabamos de comentar). No museu Guggenheim, em Nova Iorque, o artista teve a oportunidade de realizar duas instalações, uma antes da restauração, em 1971, em que ele ocupou a galeria em espiral, projetada por Frank Lloyd Wright, utilizando lâmpadas fluorescentes nos pilares dispostos ao longo de todo o percurso, nomeada de Untitled (to Ward Jackson, an old friend and colleague, who, when, during fall, 1957, I finally returned to New York from Washington and joined him to work together in this museum, kindly comunicated). Após a restauração, Flavin teve a oportunidade de recriar a instalação, adicionando apenas uma grande coluna luminosa no grande vão existente no centro do edifício, trabalho nomeado de Untitled (to Tracy, to celebrate the love of a lifetime).
Imagem 36: Vista interna da instalação de 1971, no museu Guggenheim.
Imagem 37: Vista da instalação na fachada do edifício.
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Imagem 38: Vista inferior da instalação,no vão central.
Imagem 39: Vista da instalação de um pavimento intermediário.
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Seu último projeto foi em uma igreja em Milão, na Itália, a igreja Chiessa Rossa. Ele não chegou a visitar a obra ou criar naquele espaço, por não poder viajar. As informações sobre o local vinham de levantamentos, fotos e vídeos mandados por sua equipe. Nesse projeto, ele trocou os vidros da igreja por vidros transparentes, para criar uma relação entre a luz natural e a luz artificial. Além disso, foi pedido que pintassem o teto e todas as paredes de branco, para poder refletir melhor as cores das lâmpadas. Foram instaladas duas grandes linhas de lâmpadas com luz azul pela grande nave, a nave transversal foi ocupado pelo pink das lâmpadas instaladas e, no altar, utilizou-se lâmpadas amarelas. O cuidado maior com esse projeto foi pelo posicionamento das lâmpadas, para que elas não pudessem ser vistas de diferentes pontos, tornando visível apenas a projeção da luz.
Imagem 40: Vista da entrada da igreja Chiessa Rossa.
Imagem 41: A capela da igreja Chiessa Rossa.
Imagem 42: Vista da nave lateral da igreja Chiessa Rossa.
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JAMES TURRELL Artista plástico formado pela universidade da Califórnia e piloto de avião desde os 16 anos, James Turrell considera o céu seu estúdio e sua tela, sendo ele uma das principais inspirações do artista. Sua maior preocupação era a de sempre criar a sensação de algo presente no espaço, uma entidade, além de criar sempre uma relação entre o Interior e o Exterior do espaço, sempre tendo influências da luz natural.
“My work has no object, no image, and no focus - what is important to me is to create an experience of wordless thought”James Turrell
Por ter uma gama muito extensa de obras dividas em diferentes tipos, foram selecionadas aqui apenas seis de suas obras, de cinco tipos diferentes, mais diretamente relacionadas a este trabalho de conclusão de curso. Entre elas, está incluído seu maior projeto, o Roden Crater. Em Projection Piecies, Turrel cria a impressão de objetos flutuantes, com massa e peso que são feitos apenas de luz. Para isso, ele faz a projeção de um facho único de luz controlada, em que o projetor fica no lado oposto da sala, fazendo a projeção em uma quina côncava.
Com o mesmo conceito e idealização que a obra anterior, em Corner Shallow Spaces, o artista usa as quinas convexas para criar a ilusão de um objeto tridimensional na parede, utilizando a mesma técnica de projeção ao lado oposto do ambiente. Imagem 43: Obra Afrum Pale Pink, Projection Pieces (1968)
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Imagem 44: Afrum Pink II, Corner Shallow Spaces (1970)
Imagem 45: Rayzor, Shallow Space Constructions (1982)
Em Shallow Space Construction, a intenção de James Turrell é de mudar a percepção de profundidade do espectador de sua obra. Em uma grande sala, ele cria uma borda em toda a extremidade da parede, como uma sanca, iluminando os cantos, locais mais escuros da sala, fazendo com que você tenha a percepção de um plano único.
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Já em Ganzfelds, o artista foi mais a fundo na anulação da percepção espacial das pessoas, como ocorre, por exemplo, em grandes nevascas, que chegam, inclusive, a gerar desorientação. Para a execução de “Breathing Light”, foi necessário um espaço exclusivo, fora do edifício em que ocorria a exposição do artista, no LACMA (Los Angeles County Museum of Art): uma enorme sala branca, com bordas arredondadas, que foi iluminada por uma grande quantidade de LED RGB, em que não se podia entrar com sapatos, apenas descalço ou com meias, o que gerava uma sensação ainda maior de flutuação e perda da percepção do espaço. Nos projetos ligados à arquitetura, James Turrel sempre trabalhou com cores e sua construção de novas percepções do espaço construído, deixando sua marca em edifícios de diversas proporções. A seguir, vemos algumas dessas situações. Em Light Raiment, o artista ilumina as janelas com LED RGB de forma homogênea, dando luz a um galpão que aparenta ser antigo. A luz vai trocando de cor de forma homogênea em todo o edifício.
Imagem 46: Breathing Light, Ganzfelds (2013)
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Imagens 47, 48 e 49: Três variações de cor da instalação Light Raiment (2006)
No projeto Skygarden, em São Francisco, James Turrell utilizou apenas neon para sua execução, realizada em um rasgo de 3 pavimentos na fachada sul, criando um grande bloco azul luminoso, com uma linha na diagonal no sentido da cobertura do edifício. Durante o dia, este espaço é utilizado como um observatório do céu (referência ao ‘seu estúdio’) e da cidade, e, a partir do pôr do sol, o espaço ganha a cor do Neon. É possível visitar o Prédio Federal de São Francisco, onde a obra está instalada, durante o dia, com acompanhamento de um guia do prédio. Imagem 50: Vista próxima da instalação
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Imagem 51: Vista geral do edifício.
Imagem 52: Vista da cidade de São Francisco, pelo local da instalação Skygarden, por James Turrell.
RODEN CRATER
Desde 1997, Turrell vem desenhando e idealizando o Roden Crater, seu maior projeto já construído. Localizado no Painted Desert, no norte do Arizona, e instalado sobre cinzas vulcânicas, o projeto conta com 21 salas e 6 túneis. Até agora já foram construídos 5 espaços, a Crater Bowl, o Alpha (East) Tunnel (que foram os que tiveram mais quantidade de movimentação das cinzas), o East Portal, a Sun/Moon Chamber e o Creater’s Eye. Para ter o mínimo de intervenção na paisagem, todo o projeto é subterrâneo. O projeto foi feito para ser um observatório do céu a olho nu, sendo uma fuga para a contemplação da luz, da passagem do tempo e da paisagem, com seus portais de acesso, túneis e salas. Com uso de luz natural, Turrell mostra a relação da luz com os ciclos geológicos e celestiais, que estão sempre em fluxo constante. As salas têm seus locais definidos para a melhor visualização de certos fenômenos celestiais e geológicos, através de suas aberturas zenitais, que permitem uma experiência direta desses acontecimentos. É disponível no site do espaço um cronograma com a previsão desses fenômenos celestiais.
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Imagem 53: Mapa interativo, disponĂvel em: http://rodencrater.com/spaces/map/
Imagem 54: Crater Bowl, vista do lado externo.
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Imagem 55, 56 e 57: Alpha East Tunnel, de diferentes pontos do mesmo.
Imagem 58 e 59: Parte interna do East Portal. Nesse momento, fica claro como Turrell da importância para a luz natural e ao céu, criando uma relação direta entre ela e a luz artificial, que, neste exemplo, cria uma moldura para o céu.
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Imagem 60: Entrada do East Portal.
Imagem 61: Vista externa do East Portal.
Imagem 62: Maquete Sun|Moon Chamber
Imagens 64 e 65: Crater’s Eye
Imagem 63: Projeto Finalizado da Sun|Moon Chamber
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CARSTEN NICOLAI UNICOLOR A instalação Unicolor, de Carsten Nicolai, foi exibida em uma sala fechada no Sapporo International Art Festival, em 2014. Ela faz parte de uma sequência de trabalhos do artista, que inclui instalações como a Unidisplay, de 2012, que explora a mesma técnica, mas com outra projeção. O projeto é feito a partir de uma longa parede para projeção e duas paredes de espelho, uma em cada lateral, em ângulo reto, o que gera uma percepção de parede infinita.
Imagem 66: Vista frontal da instalação Unicolor.
Imagem 67: Vista lateral da instalação Unicolor, onde exemplifica o efeito de infinito.
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Na projeção, o artista explora a percepção da cor, e como ela pode criar a percepção de ampliação ou diminuição de um ambiente. Em um momento do vídeo, ele faz a mistura dos tons RGB, alternando rapidamente as cores, o que faz com que o espectador perceba uma luz branca, como nas imagens abaixo.
Imagem 68, 69, 70 e 71: Alteração das cores RGB para gerar percepção da cor branca. Imagens tiradas a partir do vídeo da instalação: https://vimeo.com/104910449
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α (ALPHA) PULSE
Já a instalação α (alpha) pulse, foi feita na fachada de um dos prédios mais altos da costa de Hong Kong, o Centro Internacional de Comércio, que tem 490m de altura e pode ser visto de diversos pontos da cidade. Foi uma instalação audio-visual com duração de 1 hora, apresentada na segunda edição da Feira de Arte de Hong Kong. A luz, instalada na fachada, acende e apaga em sincronia com uma frequência de som, criada pelo artista.
“α (alpha) pulse is based on the principles of neural feedback on pulsating light sources” Carsten Nicolai Link para vídeo da instalação: https://vimeo.com/105547177
Imagem 72: Vista panorâmica da costa de Hong Kong, com a instalação de Carsten.
O trabalho explora efeitos que a luz pode ter na vida das pessoas, como sentimentos de relaxamento, atenção, e outras emoções, relacionadas a certas frequências. No pier, do outro lado do lago, local ideal para visualizar a instalação, estavam instalados diversos totens de 3m de altura com LEDs que acendiam e apagavam em sincronia com os do edifício. Lá, durante a primeira das apresentações, também estava o artista, cuidando da trilha sonora da instalação.
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Imagem 73: Vista do pier, onde estavam dispostos os totens. Imagem 75: Vista do Centro Internacional de Comércio de Hong Kong
Foi disponibilizado um aplicativo para smartphones, que continha a trilha sonora e a frequência de ‘acende-apaga’ da instalação. Com isso, o artista criou a possibilidade de ampliar a visibilidade de sua obra, que, assim, podia ser vista e sentida, minimamente, por pessoas em diferentes lugares. Imagem 74: Artista durante a performance.
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ANTHONY MCCALL
FIVE MINUTES OF PURE SCULPTURE
Após uma pausa em sua carreira, Anthony McCall voltou à ativa, na busca de novas tecnologias para seus trabalhos, que sempre utilizaram projetores para um efeito de luz focalizada e sombras. Depois de adquiridos conhecimentos sobre as novas opções do mercado, em 2012, no Hamburger Bahnhof – Museum Für Genenwart, em Berlim, ele criou a instalação Five Minutes of Pure Sculpture. Com sua marca registrada, o artista fez um misto de projeções, com desenhos e fachos de luz em branco, no preto, com a presença de uma fumaça fina, que fazia com que o desenho planificado ganhasse uma forma tridimensional, formando cones de luz, que criavam para o espectador a aparência de esculturas físicas, tangíveis. McCall usou linhas orgânicas e sinuosas para ocupar um espaço de 1000m² (pé direito de 10m), com sete projetores (dois deles duplos), cinco instalados na posição vertical, na estrutura do edifício, que se configura como uma treliça. Sem nenhuma lâmpada acesa, cria-se a impressão das luzes saírem do vácuo, pela escuridão em volta do projetor. Os outros dois projetores foram instalados na posição horizontal, o que cria maior interação com os espectadores. A sonografia dessa instalação foi feita pelo próprio Anthony, em colaboração com David Grubbs.
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Imagem 76: Vista da entrada da instalação, onde estavam os 5 projetores verticais.
Imagem 77: Pessoa e projetor horizontal.
Imagem 78: Vista diagonal da instalação, com os 5 pontos verticais. 55
COS X SOU FUJIMOTO FOREST OF LIGHT Na Semana de Design de Milão de 2016, ocorreu, pela quinta vez, a parceria de uma marca de roupas chamada COS com algum arquiteto renomado, para a montagem de uma instalação. Nesse ano, a parceria foi feita com o arquiteto japonês Sou Fujimoto, que projetou a instalação nomeada de Forest Of Light.
“This forest is not static, but light and people interact with one another, this interaction connects fashion, space and forest as a form of architecture.” Sou Fujimoto
Imagem 79: Vista geral da instalação.
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Umas das maiores preocupações do arquiteto foi a de não utilizar materiais descartáveis, por ser uma instalação de curta duração (cinco dias). Sendo assim, utilizou a luz como principal elemento de seu espaço. Para criar o efeito de uma floresta vasta, ele utilizou espelhos nas paredes, criando uma percepção de maior profundidade.
Com o auxílio de sensores, os pontos de luz, instalados no teto de um teatro abandonado (o Cinema Arti, projetado por Mario Cereghini), respondiam ao movimento das pessoas, tornando a luz mais intensa quando havia a presença de alguma pessoa no espaço demarcado pelo ponto, tornando a instalação mais interativa e dinâmica. Imagem 81: Banco curvo na instalação.
Imagem 80: Vista superior da instalação.
Imagem 82: Vista geral da instalação, com uma pessoa para se ter noção da escala.
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OLAFUR ELIASSON
THE WEATHER PROJECT
A principal intenção do projeto era a de criar uma representação do sol e do céu no Turbine Hall, na Tate Art Gallery. A ideia do artista Olafur Eliasson veio das conversas sobre o clima, de como sempre esse assunto é tratado para ter mais envolvimento com as pessoas ao redor. Com uma divulgação diferenciada, as propagandas e anúncios da instalação não continham nenhuma imagem ou desenho do que a pessoa iria ver, apenas textos com perguntas como: “como está o tempo hoje?”. Para Olafur, se o público visse representações da obra antes de visitá-la, sua percepção do espaço seria alterada, bem como a ideia do que aquilo poderia significar. Na instalação, também não havia textos explicativos, em lugar nenhum. Ao invés disso, os monitores da Tate ficavam perambulando pela instalação, repetindo as perguntas do material de divulgação e mais algumas que poderiam gerar esse assunto e começar conversas com espectadores mais interessados. Para sua construção, foi criada uma estrutura metálica em formato de semicírculo, a 7,7m de altura, no fundo do hall, onde foram instaladas lâmpadas de vapor de sódio. Essa estrutura era visível, e era permitido aos espectadores ir até o fundo do hall, para ver como o projeto estava instalado, para que as pessoas tivessem a percepção de que viam uma obra, uma construção, e nada além disso. Para seu efeito ser mais realista, havia uma fina fumaça por todo o espaço, que, da noite para o dia (o tempo em que a galeria ficava fechada), baixava, ficando próxima do chão, como uma neblina. No teto, havia um grande espelho instalado, com o fim de criar ofuscamento e uma ligação do espaço real com a reflexão. Imagem 83: Vistas da entrada da galeria.
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Imagem 84: Vista da instalação pelo beiral.
Imagem 85: Vista da instalação pela entrada da galeria
Imagem 86: Espaço de vivência.
Imagem 87: Vista inferior da instalação.
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5BE
O LOCAL
MU
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Depois de buscar referências de diferentes artistas, cheguei à definição de projetar uma instalação site-specific. Como já falado no capítulo anterior, uma instalação site-specific trata a arquitetura como elemento central da obra, pois ela só acontece no espaço em que foi projetada, perdendo o sentido quando instalada em qualquer outro local. A escolha desse tipo de obra foi feita por ressaltar a proximidade com a arquitetura. O local escolhido para meu projeto é o Museu Brasileiro de Escultura (MuBE), em São Paulo, projetado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, inaugurado em Maio de 1995.
Imagem 88: Vista para o palco aberto e sua escadaria, e ao fundo, o Diversa Fest.
Com um terreno com um declive total de 3,5 metros, foi proposta a criação de uma grande praça aberta, na mesma cota da Avenida Europa, que conta com um marco, que é uma grande viga protendida em concreto, posicionada perpendicularmente à avenida. Imagem 89: Vista aérea do MuBE e do MIS.
A praça funciona como um museu a céu aberto, contendo diversas esculturas, podendo também ser usada para diferentes eventos, como o Diversa Fest - Festival de Cultura LGBT, que aconteceu durante os dias 26, 27 e 28 de Maio de 2016, e utilizou a parte externa do MuBE para a implantação de uma feira de arte e uma feira gastronômica, e também a parte interna do MIS para debates e mostras de filmes no tema do festival. No projeto original, não estava prevista a instalação de grades na volta do museu, que poderia ser utilizado a qualquer momento do dia ou noite, e que assim permaneceu por um tempo, até as instalarem, fechando a praça aberta e pública, que passou a ser menos utilizada pelas pessoas, pois passou a ter um caráter quase privativo e que inspira pouco conforto e não instiga sua utilização.
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Imagem 90: Grades e Palmeiras na praรงa do museu. Imagem 90: Grades e Palmeiras na praรงa do museu.
Imagem 91: Vista da grande viga de concreto protendido. Imagem 91: Vista da grande viga de concreto protendido
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Imagem 92: Vista inferior a viga.
Para não gerar monotonia na grande praça, em paralelo com o marco, foi projetada uma grande escadaria, que ganha um caráter de palco ao ar livre e é utilizada pelas pessoas como arquibancada para conversas e descanso. A entrada para o museu fica localizada na Rua Alemanha, onde fica a cota mais baixa da área externa, o que faz com que o museu esteja em subsolo com relação à Avenida Europa, e é aí onde estão as instalações do programa básico de um museu, o foyer, a recepção, as áreas administrativas, as salas de exposições diversas (para esculturas de diversos tamanhos), o restaurante, etc. Todos esses espaços do museu são dispostos de modo a permitir uma circulação contínua entre os ambientes e o espaço interior e exterior do museu.
Imagem 93: Vista da entrada do Museu pelo espelho d’água.
Imagem 94: Vista da entrada do Museu e do Restaurante.
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Imagem 95: Entrada da área administrativa do museu.
Imagem 97: Vista geral do edifício.
Imagem 98: Vista do espelho d’água, de dentro do museu.
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Imagem 96: Vista da rampa de saĂda de emergĂŞncia.
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Imagem 99: Vista da grande sala de exposições.
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Imagem 100: Vista da grande sala de exposições.
Imagem 101: Vista da viga.
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Imagem 102: Planta baixa - Subsolo MuBE. Escala 1:1000 - cortes 1:500 LEGENDA: 1 - Largo da Entrada 2 - Acesso 3 - Exposições 4 - Circulação 5 - Administração 6 - Depósito
7 - Apoio 8 - W.C. 9 - Atelier 10 - Restaurante 11 - Livraria 12 - Auditório 13 - Maquinas 14 - Saída de Emergência
Imagem 104: Corte AA - MuBE.
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Imagem 103w: Implantação MuBE. Escala 1:1000 - cortes 1:500 LEGENDA: 1 - Largo da Entrada 2 - Teatro Aberto 3 - Exposições 4 - Jardins Burle Marx 5 - MIS 6 - Espelho d’água
Imagem 105: Corte BB - MuBE.
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6O PROJETO PRIMEIROS ESTUDOS
Após o estudo e a definição do local, comecei a pensar em possíveis propostas de intervenção no MuBE. No primeiro momento, as ideias vieram à tona em croquis, realizados sobre plantas e cortes impressos da área externa do Museu. A partir desses estudos, foram feitos testes com luz em um modelo físico do MuBE, para, então, selecionar e detalhar as propostas finais. A primeira proposta desenvolvida era como uma homenagem ao programa do museu, elaborado por Paulo Mendes da Rocha, em que ele chama a área coberta pela viga, na cota 99.25, de ‘Teatro Aberto’. Nela, a instalação consistiria em uma cortina de luz, em que haveria uma luminária com facho de luz concentrado fixada em uma seção da lateral da viga protendida em concreto.
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Imagem 106: Implantação com croqui de primeira proposta.
Imagem 107: Corte AA com croqui de primeira proposta.
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A segunda proposta está relacionada a ilusão, à utopia de um objeto flutuante, como o arquiteto menciona o desejo de “uma pedra no céu”, e ao modo pelo qual a percepção do espaço e da arquitetura pode ser alterada pela forma de iluminá-los. Para essa proposta, foram pensadas duas possíveis formas de realização: uma em que a viga seria iluminada pelas duas extremidades, e outra em que seria iluminada apenas de um lado.
Imagem 108: Implantação com croqui de variação de segunda proposta.
Imagem 109: Corte AA com croqui de variação da segunda proposta.
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Imagem 110: Implantação com croqui de segunda proposta.
Imagem 111: Corte AA com croqui de segunda proposta.
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A terceira das propostas iniciais veio da ideia de trazer o interior do museu para o exterior, invertendo o sentido de luz da clarabóia, transformando-a em um holofote direcionado à viga, o que traria maior atenção à clarabóia do grande salão de exposições, que frequentemente passa despercebida na área externa do museu.
Imagem 112: Corte AA com croqui de terceira proposta.
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Imagem 113: Implantação com croqui de terceira proposta.
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EXPERIMENTOS Para criar soluções com mais precisão e estudar novas possibilidades, foram feitos diversos experimentos de luz com fitas de LED em uma maquete do Museu, feita em papelão, na escala 1:50. Foram utilizadas fitas de LED das marcas Brilia e Lemca, e, com a oportunidade de ter acesso a fitas com diferentes intensidades e temperaturas de cor, foi possível imaginar e testar variações também destes aspectos. Imagem 114: Vista superior da maquete.
Imagem 115: Vista do palco aberto e sua arquibancada
Imagem 116: Vista da entrada do museu.
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PROPOSTAS EXISTENTES Os primeiros testes foram feitos para as propostas já existentes, começando com a proposta da cortina de luz. Desde o início, a incógnita era como transformar a luz em um elemento tridimensional, para ser possível criar a sensação da cortina como um material. Foi feito um teste de luz com fumaça, que poderia trazer visibilidade para o facho de luz, mas essa solução foi descartada, por ser efêmera e por não ser possível controlar a fumaça, pois o lugar é aberto. Dando continuidade a essa ideia inicial, foram feitos outros testes, dessa vez com fibra óptica, formando uma cortina com os fios, fixada na lateral de viga. Foram feitos dois testes com esse material, um com as pontas desalinhadas, e outro com as pontas alinhadas, para ter melhor noção de como executar essa proposta. Por não trazer relação direta com a forma do edifício, pois nasceu do discurso do partido do projeto, essa proposta foi descartada.
Imagem 117: Projeção da luz no primeiro teste da cortina de luz.
Imagem 118: Projeção da luz com fumaça, em teste para a primeira proposta.
Imagem 119: Primeiro teste com a cortina de fibra ótica, com as fibras em comprimentos alternados, vista frontal.
Imagem 120: Primeiro teste com a cortina de fibra ótica, com as fibras em comprimentos alternados, vista frontal..
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Imagem 121: Segundo teste com a cortina de fibra 처tica, com as fibras em comprimentos alinhados, vista frontal.
Imagem 122: Segundo teste com a cortina de fibra 처tica, com as fibras em comprimentos alinhados, vista lateral.
Para a proposta da viga flutuante, foram feitos diversos testes, com fitas de LED com diferentes cores, posicionamentos e intensidades. A primeira, e mais simples delas, foi feita com duas fitas, uma em cada encontro da viga com o pilar, direcionadas para a viga, de forma que n찾o iluminasse o pilar, e foi a que chegou mais perto do que se era imaginado para a proposta.
Imagem 123: Primeiro teste para proposta da viga flutuante, vista do espectador, pr처ximo a entrada do museu.
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Imagem 124: Primeiro teste para proposta da viga flutuante, vista do espectador.
Imagem 125: Primeiro teste para proposta da viga flutuante, vista do espectador, no palco aberto.
Imagem 126: Primeiro teste para proposta da viga flutuante, vista superior.
Imagem 127: Primeiro teste para proposta da viga flutuante, vista geral.
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O segundo teste foi feito com duas fitas em um dos encontros de viga e pilar. Com uma fita mais direcionada para cima, iluminando a periferia da viga, e a outra fita mais direcionada para o comprimento da viga, deixando-o mais iluminado. Essa solução trouxe um problema de marcação de luz indesejada, pela maior intensidade nas extremidades, foi descartada.
Imagem 128: Segundo teste para proposta da viga flutuante, vista lateral.
Imagem 129: Segundo teste para proposta da viga flutuante, projeção da luz no comprimento da viga.
O terceiro teste para essa proposta foi feito com a luz vindo do vão entre o pilar e a pavimento inferior do museu, direcionando-a para cima e criando um facho de luz delineado e concentrado apenas em um local determinado da viga.
Imagem 130: Terceiro teste para proposta da viga flutuante, vista lateral.
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Imagem 131: Terceiro teste para proposta da viga flutuante, vista espectador, nível do palco aberto.
O quarto, e último, teste para essa proposta foi feito com uma fita de LED RGB, fixada no vão entre o pilar e o pavimento inferior do museu, direcionada para cima. Com esse teste foi possível perceber as diferentes formas que as luzes coloridas se projetam no espaço, com a vermelha projetando-se de forma difusa, a roxa apresentando um facho mais direcionado, e a verde ficando mais escura, com o facho mais concentrado de todas. Imagem 132: Quarto teste para proposta da viga flutuante, vista espectador, nível da praça, luz vermelha.
Imagem 133: Quarto teste para proposta da viga flutuante, vista espectador, nível da praça, luz roxa.
Imagem 134: Quarto teste para proposta da viga flutuante, vista espectador, nível da praça, luz verde.
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A última das propostas iniciais testada, foi executada com uma fita de LED fixada na lateral do vazio da clarabóia, embaixo da grelha, fazendo a projeção dos vazios na parte lateral da viga.
Imagem 135: Vista da fixação da fita de LED na maquete.
Imagem 136: Viga iluminada pela fita de LED sem a grelha.
Imagem 137 e 138: Vista iluminada pela fita de LED com a grelha.
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NOVAS PROPOSTAS As novas propostas, surgidas com os testes no modelo, relacionamse, principalmente, aos desníveis do projeto, destacando-os. Nessa primeira nova proposta, a idéia é iluminar a viga de baixo pra cima, a partir do vazio existente entre a praça do Museu e o “palco aberto”, demarcando uma linha ortogonal na parte inferior e lateral da viga, a 90° do sentido da mesma.
Imagem 139: Vista da fonte de luz da primeira nova proposta.
Imagem 140: Vista do palco aberto da primeira nova proposta.
Imagem 141: Vista do nível da praça da primeira nova proposta.
Imagem 142: Vista do nível da praça, do lado da entrada do museu, da primeira nova proposta.
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A segunda nova proposta conta com uma iluminação linear em uma das únicas paredes não ortogonais do projeto (próxima à entrada do museu), virada pra cima, marcando a parte inferior da viga com um facho de luz bem marcado na diagonal.
Imagem 143: Vista do nível da entrada do museu, com a parede iluminada, da segunda nova proposta.
Imagem 144: Vista do nível da palco aberto, onde é possível ver a fonte de luz, a parede iluminada e a viga marcada pela luz, da segunda nova proposta.
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Imagem 145: Vista do nível mais alto da praça, mostrando a marcação de luz na viga, da segunda nova proposta.
A terceira nova proposta também parte da relação dos desníveis da praça com o teatro aberto, mas, dessa vez, o que é iluminado é apenas a parte lateral da viga, que, pela sombra causada pelo desnível, é iluminada apenas pela metade.
Imagem 146 e 147: Vista da entrada do museu para o palco aberto, da terceira nova proposta.
A quarta, e última, nova proposta trata da relação de luz e sombra da viga com o espaço aberto, em que haveria uma linha de luz em toda a extensão da viga, direcionada diretamente para o chão, demarcando todo o comprimento do grande marco do projeto. Imagem 148: Vista no nível do palco aberto, da quarta nova proposta.
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A ILUMINÁRIA Por ser necessário um grande alcance da projeção da luz, foi preciso encontrar luminárias especializadas para fachadas, que, com um sistema de óptica especial, conseguissem alcançar a projeção desejada. Dentro das opções do mercado, foram selecionadas duas luminárias, uma da marca Osvaldo Matos (Portuguesa), chamada Tubo Evo, fabricada no Brasil (uma opção com menor custo), e outra da marca iGuzzini (Italiana), que tem um alcance maior de luz, mas tem um valor mais alto por ser importada. A luminária da iGuzzini, chamada Linealuce, tem luz direta, corpo em alumínio extrudado, tampa de alumínio fundido, e é selada com silicone e pintada com tinta acrílica. O conjunto óptico é fechado por uma tela de vidro transparente de espessura 3mm, fixado com silicone. Com uma placa multi-LED, equipada com as lentes, feitas de acrílico, especiais para lavagem de parede com luz. A luminária Linealuce BI56 tem potêncida de 59,7 Watts, intensidade de 3136 lumens, temperatura de cor 3000K (branco quente - foi escolhida essa cor para trazer uma sensação de conforto sem perder a potência da intervenção), com um facho de luz concentrado, tem 8° de abertura, que faz com que a luz chegue a uma distância de 13 a 18m, índice de reprodução de cor de 80% e IP66 (à prova de poeira e protegido contra jato potente de água - consegue receber chuva sem ser danificada).
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Imagem 149: Versões da luminária Linealuce, da iGuzzine
Imagem 150: Luminária Tubo Evo, da Osvaldo Matos.
O PROJETO
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Entre as propostas desenvolvidas, foram selecionadas 4 instalações, que criam uma forte relação do projeto arquitetônico com as possíveis alterações que a luz pode fazer no espaço. São duas propostas que apareceram nos croquis iniciais e duas que aparecem nos testes com a maquete. As instalações não possuem narrativa e conexão entre si, são individuais e cada uma aconteceria em um momento diferente.
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Imagem 151: Planta baixa com indicação das instalações escolhidas. Amarelo - Segunda proposta em croqui. Verde - Terceira proposta em croqui. Rosa - Primeira nova proposta. Azul - Segunda nova proposta. Esc 1:1000
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VIGA FLUTUANTE Nomeada de “Viga Flutuante”, na instalação que retrata a ilusão de a grande viga de concreto flutuar no espaço, a fixação será feita a partir de um perfil metálico encaixado no vão entre a viga e o pilar, de forma que não prejudique a conservação do edifício. A luminária fica fixada no perfil metálico, direcionada para a viga. São necessárias 14 luminárias para a execução dessa instalação. 嘀䔀刀 䐀䔀吀
Imagem 152: Corte A, Instalação Viga Flutuante. Esc 1:500
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Imagem 153: Ampliação Corte B, Instalação Viga Flutuante. Esc 1:100
Imagem 154: Detalhe 01, Instalação Viga Flutuante. Esc 1:10
Imagem 155: Vão entre pilar e viga, local da fixação do perfil metálico.
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Imagem 156: Maquete eletrônica da instalação Viga Flutuante.
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LUZ INVERTIDA Por inverter o papel da Clarabóia do grande salão de exposições, a instalação nomeada de “Luz Invertida” tem a fixação feita com um suporte metálico, apoiado na laje, na lateral da clarabóia, com a luminária direcionada para a viga. Com uma luminária em cada vão da clarabóia, são necessárias duas luminárias nessa instalação. 嘀䔀刀 䐀䔀吀 嘀䔀刀 䐀䔀吀
Imagem 157: Corte C. Instalação Luz Invertida. Esc 1:100.
Imagem 158: Detalhe 01. Instalação Luz Invertida. Esc 1:10.
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Imagem 159: Detalhe da grelha metálica da clarabóia, mostrando o sistema feito por vergalhão, que permite a passagem de luz, quando direcionados para o lado correto.
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Imagem 160: Maquete eletrônica da instalação Luz Invertida.
90° A primeira instalação que apareceu nos testes com a maquete foi nomeada de ‘90°’, por fazer uma linha perpendicular à grande viga de concreto. A fixação é feita por um perfil metálico encaixado no vão entre o acabamento do piso e o acabamento da parede, ambos em concreto. Para essa instalação, é necessário especificar uma variação da luminária escolhida no projeto, a Linealuce BH07 (42,7W; 2442lm; 3000K; 36°, chega a uma distância de 8 a 9m), também da iGuzzini, com um ângulo mais aberto e menor intensidade, pois a distância do ponto da luz para a superfície que precisa ser atingida é menor. A luminária tem um ângulo diferente da escolhida para as outras instalações, para conseguir projetar a luz com uma dimensão mais próxima do vão entre a praça e o palco aberto. São necessárias 16 luminárias.
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Imagem 161: Corte A. Instalação 90°. Esc 1:500
Imagem 162: Detalhe 01. Instalação 90°. Esc 1:10
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Imagem 163: Foto do local de encaixe do perfil metรกlico.
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Imagem 164: Maquete eletrônica da instalação 90°.
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DIAGONAL A última, instalação foi nomeada de Diagonal, por reforçar a diagonal que demarca a entrada do museu. Nesse caso, as luminárias ficam apoiadas em um suporte metálico, apoiado no chão. A necessidade do suporte nessa instalação é pela segurança dos espectadores, tornando-as menos acessíveis. A luminária utilizada será a Linealuce BH07. São utilizadas 7 luminárias.
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Imagem 165: Corte DD. Instalação Diagonal. Esc 1:100
Imagem 166: Detalhe 01. Instalação Diagonal. Esc 1:10
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Imagem 167: Maquete eletrônica da instalação Diagonal.
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7FINAIS CONSIDERAÇÕES
Este trabalho de conclusão de curso nasceu das minhas indagações sobre o comportamento da luz e sobre como ela pode afetar a nossa percepção dos espaços e da arquitetura, que vai desde luminárias que alteram a textura das superfícies com projeções de luz e sombras a edifícios que têm a fachada alterada do dia pra noite, podendo fazer, por exemplo, com que uma fachada marcada por elementos verticais, durante o dia, torne-se um conjunto de linhas de luz horizontais, à noite. Com isso, quando defini que faria uma instalação artística usando a luz como única matéria, tornou-se imprescindível, como futuro arquiteto e urbanista, fazer uma instalação site-specific, criando diálogos entre a luz e a arquitetura. Nas minhas intervenções, encontrei diversos detalhes do edifício do Museu Brasileiro de Escultura, que muitas vezes passam despercebidos, e trouxe o máximo de atenção possível para eles. Não mostrando a parte física, de detalhes técnicos e forma de fixação, e sim a sensação que esses detalhes querem causar nos usuários do espaço, como a separação do pilar com a viga, o uso de poucas diagonais em um projeto praticamente ortogonal, os desníveis para os acessos do museu e a luz que é possível ser encontrada em uma grande clarabóia. Então concluo meu trabalho ao dizer que criei diálogos do MuBE com a luz, ressaltando aspectos utópicos e esclarecendo diferentes elementos do projeto, colocando luz sobre o desenho do edifício. Consegui adquirir, ao longo do trabalho, mais conhecimentos sobre uma área em que eu já tinha interesse e experiência, e me sinto plantando uma semente, em um primeiro passo nesse caminho de utilização da luz para experiências sensoriais.
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REFERÊNCIAS
Como criar em Iluminação / Design Museum ; tradução Bruno Vasconcelos (Belo Horizonte: Editora Gutenber, 2011) Título original: How to deisgn a Light KRAUSS, Rosalind. A escultura no campo ampliado (Outubro, Vol. 8. Primaveira, 1979) LIMA, Marina Regina Coimbra de. Percepção Visual Aplicada a Arquitetura e Iluminação (Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2010) VILARES, Fernanda Carvalho Ferreira. A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO ATRAVÉS DA LUZ. Dissertação (Mestrado - Área de Concentração: Design e Arquitetura) - FAUUSP. 1F MEDIA PROJECT. ANTHONY MCCALL – FIVE MINUTES OF PURE SCULPTURE – HAMBURGER BAHNHOF – BERLIN. Disponível em: http://www.1fmediaproject.net/2012/04/20/anthony-mccall-five-minutes-of-pure-sculpturehamburger-bahnhof-berlin/. Acesso em: 01 Mai. 2016. A ORIGEM DAS COISAS. A origem da Luz Néon. Disponível em: http://origemdascoisas. com/a-origem-da-luz-neon/. Acesso em: 11 Abr. 2016 AZZARELLO, Nina. art basel hong kong presents alpha pulse skyscraper lighthouse by carsten nicolai. Disponível em: http://www.designboom.com/art/art-basel-hong-kong-presents-alpha-pulse-skyscraperlighthouse-by-carsten-nicolai-03-18-2014/. Acesso em: 05 Mai. 2016. CARSTEN NICOLAI. unicolor. Disponível em: http://www.carstennicolai.de/?c=works&w=unicolor. Acesso em: 01 Mai. 2016. CHOW, Jason. Carsten Nicolai’s ‘Alpha Pulse’ Kicks Off Art Basel Hong Kong. Disponível em: http://blogs.wsj.com/scene/2014/05/16/carsten-nicolais-alpha-pulse-kicks-off-art-baselhong-kong/. Acesso em: 01 Mai. 2016
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DB, Leigha. anthony mccall: five minutes of pure sculpture at hamburger bahnhof. Disponível em: http://www.designboom.com/art/anthony-mccall-five-minutes-of-pure-sculpture-athamburger-bahnhof/. Acesso em: 10 Mai. 2016 FRACALOSSI, Igor. Clássicos da Arquitetura: Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) / Paulo Mendes da Rocha. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/776774/classicos-da-arquitetura-museu-brasileiro-daescultura-mube-paulo-mendes-da-rocha. Acesso em: 17 Mai. 2016. JAMES TURREL. Disponível em: http://jamesturrell.com/. Acesso em: 09 Mai. 2016. SILVIA, Luciana Bosco e. Instalação. Disponível em: http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo5/instalacao.html. Acesso em: 15 Mai. 2016 SPERLING, David. Museu Brasileiro da Escultura, utopia de um território contínuo (1). Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.018/828. Acesso em: 17 Mai. 2016. TATE. About the installation: understanding the project. Disponível em: http://www.tate.org.uk/whats-on/exhibition/unilever-series-olafur-eliasson-weatherproject/understanding-project. Acesso em: 01 Mai. 2016. TATE. Olafur Eliasson the Weather Project: about the installation. Disponível em: http://www.tate.org.uk/whats-on/exhibition/unilever-series-olafur-eliasson-weatherproject/olafur-eliasson-weather-project. Acesso em: 01 Mai. 2016.
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LISTA DE IMAGENS Imagem 1: Lucerna de barro, acesa. Disponível em: http://pensarparaagir2010.blogspot.com.br/2010/01/o-meujesus-amantissimo.html Imagem 2: Lâmpada de filamento de carbono, um dos tipos de lâmpada incandescente. Disponível em: http://www. starlux.com.br/category/categoria-outros/lampadas-especiais/lampadas-de-filamento-de-carbono Imagem 3: Exemplos de índice de reprodução de cor. Disponível em: http://www.itaimiluminacao.com.br/servicos/ pressreleaseview/id/179 Imagem 4: Uma casa, por Carmela Gross. 2007. Disponível em: http://www.pinacoteca.org.br/pinacoteca-pt/default. aspx?c=exposicoes&idexp=1078&mn=537&friendly=Exposicao-Carmela-Gross---Um-Corpo-de-ideias Imagem 5: Avenida Paulista com poste antigo. Disponível em: http://gazetapress.com/pauta/26286/visita_a_ decoracao_de_natal_provoca_congestionamento_na_av__paulista_em_sao_paulo Imagem 6: Avenida Paulista com novos postes, em LED. Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/ secretarias/servicos/menu/index.php?p=27799 Imagem 7: Lâmpadas Halógenas. Disponível em: http://www.osram.com.br/osram_br/noticias-e-conhecimento/ lampadas-halogenas/index.jsp Imagem 8: Seven Figures, por Bruce Nauman. Disponível em: http://www.artslant.com/ams/articles/show/22297 Imagem 9: Instalação do escritório BIG, em parceria com a empresa Artemide. Disponível em: http://www. designboom.com/design/big-bjarke-ingels-artemide-alphabet-of-lights-milan-design-week-04-21-2016/ Imagem 10: Módulos para produção das letras e formas da luminária criada por BIG+Artemide. Disponível em: http:// www.designboom.com/design/big-bjarke-ingels-artemide-alphabet-of-lights-milan-design-week-04-21-2016/ Imagem 11: Diagrama de funcionamento do LED. Disponibilizada pela empresa Lumini. Imagem 12: Demonstração básica de como é feita a divisão do MacAdam Steps. Imagem feita pelo autor. Imagem 13: Dissipação de calor do LED. Disponibilizada pela empresa Lumini. Imagem 14: Igreja de Saint Pierre, por Le Corbusier. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/762196/lightmatters-le-corbusier-e-a-trindade-da-luz/ Imagem 15: A sala de estar da Casa Koshino, por Tadao Ando. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/0154430/classicos-da-arquitetura-casa-koshino-tadao-ando/ Imagem 16: Foyer Teatro Del Lago, iluminação por Limarí Lightining Desing. Disponível em: http://www.archdaily. com.br/br/01-69907/projeto-de-iluminacao-teatro-del-lago-lld-limari-lighting-design/ Imagem 17: Estudio Carlos Fortes, iluminação por Carlos Fortes. Disponível em: http://www.estudiocarlosfortes.com/ pt-BR/projects/carlos-fortes-studio Imagem 18: Luminária Focus, Simes. Disponível em: http://www.simes.com/pt/catalogue/famiglia. php?idM=49&fam=Focus Imagem 19: Luminária Lens Pendant, por Tom Dixon. Disponível em: http://www.tomdixon.net/row/lens-pendant.html Imagem 20: Vitrine da loja Bvlgari, em Londres. Disponibilizada pela empresa
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Imagem 21: Luminária Concrete Applique, Simes. Arandela com iluminação direta e indireta.Disponível em: http:// www.simes.com/pt/catalogue/famiglia.php?idM=117&fam=Concrete%20applique Imagem 22: Akari Lamps, por Isamu Noguchi. Disponível em: http://www.thestar.com.my/lifestyle/ features/2013/12/15/the-making-of-akari-lamps/ Imagem 23: Aten Reign, por James Turrel Disponível em: http://www.fastcodesign.com/1672872/the-visual-trickbehind-james-turrells-latest-led-trip-aten-reign/1 Imagem 24: Espectro de radiação eletromagnética. Disponível em: http://www.infoescola.com/fisica/espectro-eletromagnetico/ Imagem 25: Mistura Aditiva. Disponível em: http://www.geocities.ws/sesasifi2/mesh/aula_entendendo_cores.htm Imagem 26: Mistura Subtrativa. Disponível em: http://www.geocities.ws/sesasifi2/mesh/aula_entendendo_cores.htm Imagem 27: Croqui de Untitled (To the ‘innovator’ of a Wheeling Peachblow) (1968) (fonte:tese Dan flavin, pág 56 Imagem 28: Untitled (To the ‘innovator’ of a Wheeling Peachblow). Disponível em: http://www.telegraph.co.uk/news/ picturegalleries/picturesoftheday/9188027/Pictures-of-the-day-5-April-2012.html?frame=2186233 Imagem 29: Red Out of a Corner. Disponível em: https://www.flickr.com/photos/thermo-police/264681201 Imagem 30: Red Out of a Corner, com vista para luz verde no fundo da instalação. Disponível em: http://hyperallergic.com/78684/neon-visions-at-the-end-of-long-island/ Imagem 31: Varese Corridor (1976). Disponível em: http://www.varesenews.it/2004/09/il-ritorno-di-dan-flavin/287407/ Imagem 32: untitled (to Barry, Mike, Chuck and Leonard), lado dourado (1972-1975). Disponível em: https:// worleygig.com/tag/dwan-gallery/ Imagem 33: untitled (to Barry, Mike, Chuck and Leonard), lado rosa (1972-1975). Disponível em: http://www.artnet.com/artists/dan-flavin/untitled-to-barry-mike-chuck-and-leonard-a-YbCrjnpQb452ENPpB68jPw2 Imagem 34: Alternating Pink and Gold, David Zwirner Gallery (1967). Disponível em: http://www.artlinked.com/ Object/15781/Dan-Flavins-Alternating-Pink-and-Gold-1967 Imagem 35: Alternating Pink and Gold, local não identificado (1967). Disponível em: https://br.pinterest.com/ pin/81205599502925509/ Imagem 36: Vista interna da instalação de 1971, no museu Guggenheim. Disponível em: http://fadn303.net/ miyoungo/wordpress/work-2/g-u-g-g-e-n-h-e-i-m-1966-71/ Imagem 37: Vista da instalação na fachada do edifício. Disponível em: https://news.artnet.com/art-world/happy-birthday-dan-flavin-283540 Imagem 38: Vista inferior da instalação, no vão central. Disponível em: http://www.davidzwirner.com/artists/dan-flavin/exhibitions/solo/ Imagem 39: Vista da instalação de um pavimento intermediário. Disponível em: https://www.nga.gov/ exhibitions/2004/flavin/light/frank_fs.htm Imagem 40: Vista da entrada da igreja Chiessa Rossa. Disponível em: http://www.melloncelli.it/portfolio_page/san-maria-annunciata-milano/ Imagem 41: A capela da igreja Chiessa Rossa. Disponível em: http://www.milanoarte.net/hidden-treasures/santa-maria-annunciata-chiesa-rossa Imagem 42: Vista da nave lateral da igreja Chiessa Rossa. Disponível em: http://www.melloncelli.it/portfolio_page/san-maria-annunciata-milano/# Imagem 43: Obra Afrum Pale Pink, Projection Pieces (1968). Disponível em: http://jamesturrell.com/work/afrum-pale-pink/
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Imagem 44: Afrum Pink II, Corner Shallow Spaces (1970). Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/180355160054996561/ Imagem 45: Rayzor, Shallow Space Constructions (1982). Disponível em: http://jamesturrell.com/work/rayzor/ Imagem 46: Breathing Light, Ganzfelds (2013) Disponível em: http://jamesturrell.com/work/breathing-light/ Imagens 47, 48 e 49: Três variações de cor da instalação Light Raiment (2006). Disponível em: http://jamesturrell. com/work/lightraiment/ Imagem 50: Vista próxima da instalação. Disponível em: http://illuminatesf.com/posts/sto/skygarden-central-market Imagem 51: Vista geral do edifício. Disponível em: http://jamesturrell.com/work/skygarden/ Imagem 52: Vista da cidade de São Francisco, pelo local da instalação Skygarden, por James Turrell. Disponível em: http://illuminatesf.com/posts/sto/skygarden-central-market Imagem 53: Mapa interativo, disponível em: http://rodencrater.com/spaces/map/ Imagem 54: Crater Bowl, vista do lado externo. Disponível em: http://rodencrater.com/spaces/crater-bowl/ Imagem 55, 56 e 57: Alpha East Tunnel, de diferentes pontos do mesmo. Disponível em: http://rodencrater.com/ spaces/alpha-east-tunnel/ Imagem 58 e 59: Parte interna do East Portal. Nesse momento, fica claro como Turrell da importância para a luz natural e ao céu, criando uma relação direta entre ela e a luz artificial, que, neste exemplo, cria uma moldura para o céu. Disponível em: http://rodencrater.com/spaces/east-portal/ Imagem 60: Entrada do East Portal. Disponível em: http://rodencrater.com/spaces/east-portal/ Imagem 61: Vista externa do East Portal. Disponível em: http://rodencrater.com/spaces/east-portal/ Imagem 62: Maquete Sun|Moon Chamber. Disponível em: http://rodencrater.com/spaces/sun-moon-chamber/ Imagem 63: Projeto Finalizado da Sun|Moon Chamber. Disponível em: http://rodencrater.com/spaces/sun-moon-chamber/ Imagem 64 e 65: Crater’s Eye. Disponível em: http://rodencrater.com/spaces/craters-eye/ Imagem 66: Vista frontal da instalação Unicolor. Disponível em: http://www.carstennicolai.de/?c=works&w=unicolor Imagem 67: Vista lateral da instalação Unicolor, onde exemplifica o efeito de infinito. Disponível em: https://www.flickr. com/photos/29727266@N02/18813698814 Imagem 68, 69, 70 e 71: Alteração das cores RGB para gerar percepção da cor branca. Imagens tiradas a partir do vídeo da instalação, disponível em: https://vimeo.com/104910449 Imagem 72: Vista panorâmica da costa de Hong Kong, com a instalação de Carsten. Disponível em: https://news.artnet.com/market/art-basel-cities-further-basel-dominance-456980 Imagem 73: Vista do pier, onde estavam dispostos os totens. Disponível em: http://www.carstennicolai.de/?c=works&w=alpha_pulse Imagem 74: Artista durante a performance. Disponível em:
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https://curiator.com/art/carsten-nicolai/alpha-pulse Imagem 75: Vista do Centro Internacional de Comércio de Hong Kong, durante a instalação. Disponível em: http://observer.com/2014/05/the-art-world-lands-in-hong-kong-art-basel-has-gained-a-foothold-in-china/ Imagem 76: Vista da entrada da instalação, onde estavam os 5 projetores verticais. Disponível em: http://www.designboom.com/art/anthony-mccall-five-minutes-of-pure-sculpture-at-hamburger-bahnhof/ Imagem 77: Pessoa e projetor horizontal. Disponível em: http://www.designboom.com/art/anthony-mccall-five-minutes-of-pure-sculpture-at-hamburger-bahnhof/ Imagem 78: Vista diagonal da instalação, com os 5 pontos verticais. Disponível em: http://www.designboom.com/art/anthony-mccall-five-minutes-of-pure-sculpture-at-hamburger-bahnhof/ Imagem 79: Vista geral da instalação. Disponível em: http://www.designboom.com/design/cos-sou-fujimoto-milan-design-week-16-forest-of-light-04-11-2016/ Imagem 80: Vista superior da instalação. Disponível em: http://www.dezeen.com/2016/04/12/video-sou-fujimoto-forest-of-light-for-cos-milan-design-week-2016-movie/ Imagem 81: Banco curvo na instalação. Disponível em: http://www.designboom.com/design/cos-sou-fujimoto-milan-design-week-16-forest-of-light-04-11-2016/ Imagem 82: Vista geral da instalação, com uma pessoa para se ter noção da escala. Disponível em: http://www.archdaily.com/785460/sou-fujimoto-installs-a-forest-of-light-for-cos-at-2016-salone-del-mobile Imagem 83: Vistas da entrada da galeria. Disponível em: http://www.artitude.eu/?p=articolo&categoria=news&id_pill=251&language=1 Imagem 84: Vista da instalação pelo beiral. Disponível em: http://www.tate.org.uk/whats-on/tate-modern/exhibition/unilever-series-olafur-eliasson-weather-project Imagem 85: Vista da instalação pela entrada da galeria. Disponível em: http://www.artitude.eu/?p=articolo&categoria=news&id_pill=251&language=1 Imagem 86: Espaço de vivência. Disponível em: http://dirty-mag.com/v2/?p=15712 Imagem 87: Vista inferior da instalação. Disponível em: http://one360.eu/blog/archives/35728 Imagem 88: Vista para o palco aberto e sua escadaria, e ao fundo, o Diversa Fest. Foto do autor, 2016. Imagem 89: Vista aérea do MuBE e do MIS. Fonte: Google Earth, 2016. Imagem 90: Grades e Palmeiras na praça do museu. Foto do autor, 2016. Imagem 91: Vista da grande viga de concreto protendido. Foto do autor, 2016. Imagem 92: Vista inferior a viga. Foto do autor, 2016. Imagem 93: Vista da entrada do Museu pelo espelho d’água. Foto do autor, 2016. Imagem 94: Vista da entrada do Museu e do Restaurante. Foto do autor, 2016. Imagem 95: Entrada da área administrativa do museu. Foto do autor, 2016. Imagem 96: Vista da rampa de saída de emergência. Foto do autor, 2016. Imagem 97: Vista geral do edifício. Foto do autor, 2016. Imagem 98: Vista do espelho d’água, de dentro do museu. Foto do autor, 2016. Imagem 99: Vista da grande sala de exposições. Foto do autor, 2016. Imagem 100: Vista da grande sala de exposições. Foto do autor, 2016. Imagem 101: Vista da viga. Foto do autor, 2016. Imagem 102: Planta baixa - Subsolo MuBE. ESC 1:1000. Disponibilizado por Pedro Mendes da Rocha Arquitetos Associados. Imagem 103: Implantação MuBE. ESC 1:1000. Disponibilizado por Pedro Mendes da Rocha Arquitetos Associados. Imagem 104: Corte AA - MuBE. ESC 1:200. Disponibilizado por Pedro Mendes da Rocha Arquitetos Associados. Imagem 105: Corte BB - MuBE. ESC 1:200. Disponibilizado por Pedro Mendes da Rocha Arquitetos Associados.
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Imagem 106: Implantação com croqui de primeira proposta. Imagem 107: Corte AA com croqui de primeira proposta Imagem 108: Implantação com croqui de variação de segunda proposta. Imagem 109: Corte AA com croqui de variação da segunda proposta. Imagem 110: Implantação com croqui de segunda proposta. Imagem 111: Corte AA com croqui de segunda proposta. Imagem 112: Corte AA com croqui de terceira proposta. Imagem 113: Implantação com croqui de terceira proposta. Imagem 114: Vista superior da maquete. Foto do autor, 2016. Imagem 115: Vista do palco aberto e sua arquibancada. Foto do autor, 2016. Imagem 116: Vista da entrada do museu. Foto do autor, 2016. Imagem 117: Projeção da luz no primeiro teste da cortina de luz. Foto do autor, 2016. Imagem 118: Projeção da luz com fumaça, em teste para a primeira proposta. Foto do autor, 2016. Imagem 119: Primeiro teste com a cortina de fibra ótica, com as fibras em comprimentos alternados, vista frontal. Foto do autor, 2016. Imagem 120: Primeiro teste com a cortina de fibra ótica, com as fibras em comprimentos alternados, vista frontal. Foto do autor, 2016. Imagem 121: Segundo teste com a cortina de fibra ótica, com as fibras em comprimentos alinhados, vista frontal. Foto do autor, 2016. Imagem 122: Segundo teste com a cortina de fibra ótica, com as fibras em comprimentos alinhados, vista lateral. Foto do autor, 2016. Imagem 123: Primeiro teste para proposta da viga flutuante, vista do espectador, próximo a entrada do museu. Foto do autor, 2016. Imagem 124: Primeiro teste para proposta da viga flutuante, vista do espectador. Foto do autor, 2016. Imagem 125: Primeiro teste para proposta da viga flutuante, vista do espectador, no palco aberto. Foto do autor, 2016. Imagem 126: Primeiro teste para proposta da viga flutuante, vista superior. Foto do autor, 2016. Imagem 127: Primeiro teste para proposta da viga flutuante, vista geral. Foto do autor, 2016. Imagem 128: Segundo teste para proposta da viga flutuante, vista lateral. Foto do autor, 2016. Imagem 129: Segundo teste para proposta da viga flutuante, projeção da luz no comprimento da viga. Foto do autor, 2016. Imagem 130: Terceiro teste para proposta da viga flutuante, vista lateral. Foto do autor, 2016. Imagem 131: Terceiro teste para proposta da viga flutuante, vista espectador, nível do palco aberto. Foto do autor, 2016. Imagem 132: Quarto teste para proposta da viga flutuante, vista espectador, nível da praça, luz vermelha. Foto do autor, 2016. Imagem 133: Quarto teste para proposta da viga flutuante, vista espectador, nível da praça, luz roxa. Foto do autor, 2016. Imagem 134: Quarto teste para proposta da viga flutuante, vista espectador, nível da praça, luz verde. Foto do autor, 2016. Imagem 135: Vista da fixação da fita de LED na maquete. Foto do autor, 2016. Imagem 136: Viga iluminada pela fita de LED sem a grelha. Foto do autor, 2016. Imagem 137: Vista iluminada pela fita de LED com a grelha. Foto do autor, 2016. Imagem 138: Vista iluminada pela fita de LED com a grelha. Foto do autor, 2016. Imagem 139: Vista da fonte de luz da primeira nova proposta. Foto do autor, 2016. Imagem 140: Vista do palco aberto da primeira nova proposta. Foto do autor, 2016. Imagem 141: Vista do nível da praça da primeira nova proposta. Foto do autor, 2016. Imagem 142: Vista do nível da praça, do lado da entrada do museu, da primeira nova proposta. Foto do autor, 2016. Imagem 143: Vista do nível da entrada do museu, com a parede iluminada, da segunda nova proposta. Foto do autor,
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2016. Imagem 144: Vista do nível da palco aberto, onde é possível ver a fonte de luz, a parede iluminada e a viga marcada pela luz, da segunda nova proposta. Foto do autor, 2016. Imagem 145: Vista do nível mais alto da praça, mostrando a marcação de luz na viga, da segunda nova proposta. Foto do autor, 2016. Imagem 146: Vista da entrada do museu para o palco aberto, da terceira nova proposta. Foto do autor, 2016. Imagem 147: Vista da entrada do museu para o palco aberto, da terceira nova proposta. Foto do autor, 2016. Imagem 148: Vista no nível do palco aberto, da quarta nova proposta. Foto do autor, 2016. Imagem 149: Versões da luminária Linealuce, da iGuzzine. http://www.iguzzini.com/linealuce-compact-surface/ Imagem 150: Luminária Tubo Evo, da Osvaldo Matos. http://www.om-light.com/index.php?id=214&product=1502 Imagem 151: Planta baixa com indicação das instalações escolhidas. Amarelo - Segunda proposta em croqui. Verde Terceira proposta em croqui. Rosa - Primeira nova proposta. Azul - Segunda nova proposta. Esc 1:1000 Imagem 152: Corte A, Instalação Viga Flutuante. Esc 1:500 Imagem 153: Ampliação Corte B, Instalação Viga Flutuante. Esc 1:100 Imagem 154: Detalhe 01, Instalação Viga Flutuante. Esc 1:10 Imagem 155: Vão entre pilar e viga, local da fixação do perfil metálico. Imagem 156: Maquete eletrônica da instalação Viga Flutuante. Imagem 157: Corte C. Instalação Luz Invertida. Esc 1:100. Imagem 158: Detalhe 01. Instalação Luz Invertida. Esc 1:10. Imagem 159: Detalhe da grelha metálica da clarabóia, mostrando o sistema feito por vergalhão, que permite a passagem de luz, quando direcionados para o lado correto. Imagem 160: Maquete eletrônica da instalação Luz Invertida. Imagem 161: Corte A. Instalação 90°. Esc 1:500 Imagem 162: Detalhe 01. Instalação 90°. Esc 1:10 Imagem 163: Foto do local de encaixe do perfil metálico. Imagem 164: Maquete eletrônica da instalação 90°. Imagem 165: Corte DD. Instalação Diagonal. Esc 1:100 Imagem 166: Detalhe 01. Instalação Diagonal. Esc 1:10 Imagem 167: Maquete eletrônica da instalação Diagonal.
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