O AZEITE QUE BLINDA O CORAÇÃO
Paul Rosolie, um cineasta apaixonado pela vida animal, está prestes a passar por uma aventura das mais radicais de sua carreira. Ele será engolido vivo por uma sucuri gigante para um especial do canal de TV Discovery Channel.
Chamado de “ouro líquido” pelos mediterrâneos, o azeite extraído da oliva evita o acúmulo da gordura visceral, que provoca doenças cardiovasculares e diabete, combate a osteoporose e inflamações.
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ENGOLIDO VIVO POR SUCURI GIGANTE
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RIO ARAGUAIA, Decantado em versos e prosas, venerado por pescadores tal sua abundância de peixes, fruto de lendas e magia... O Rio Araguaia emite sinais de alerta e apela à consciência humana.
FOTO: DB-CITY
UM APELO À VIDA
Produtor rural: o campeão da economia brasileira O país inteiro tira o chapéu para o setor que mais cresceu e gerou riqueza, emprego e renda em 2014. Que o próximo ano seja de conquistas ainda maiores.
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ÍNDICE 24 BRASIL O brasileiro mostrou também na política sua faceta racista
26 RODOVIAS Brasil tem apenas 12% de suas rodovias pavimentadas
18 NATUREZA Milton Fries, saudoso empresário de Mineiros, provou que é possível conciliar produção de alimentos e preservação ambiental
11 ARTIGO
Everardo Maciel
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ENTREVISTA Luziano Carvalho O Rio Araguaia pede socorro
27 MINEIROS Prefeito Agenor Rezende inaugurou várias obras no aniversário da cidade
22 MUNDO Ban Ki-moon, secretário da
28 ESTADOS Governadores de GO E DF
Organização das Nações Unidas, fez um apelo à paz: “Precisamos encontrar sementes de esperança”
atuam juntos em busca de benefícios para o entorno de Brasília
30 Renata Carrijo
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38 VEÍCULOS Jaguar vai produzir o utilitárioesportivo Discovery no Brasil
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48 ESPORTE
Obras prometidas para a Copa do Mundo só vão ficar prontas para as Olimpíadas de 2016
50 DE CAMAROTE
Com Hércules Dias
34 AGRONEGÓCIO José Mário Schreiner, presidente da FAEG, destaca as conquistas do setor em 2014, mas aconselha cautela no próximo ano
46 EXPLOSÃO
DEMOGRÁFICA Estudo indica que o planeta pode chegar a 11 bilhões de habitantes em 2100
53 DITO E FEITO Frases
54 COMPORTAMENTO
Através de plataformas online, pais vigiam filhos na escola em tempo real
56 FATO INCRÍVEL
Viagem pioneira a Marte, prometida pela empresa holandesa Mars One, pode transforma-se em tragédia
36 ECONOMIA Carlos Langoni, expresidente do Banco Central e professor da FGV, afirma que o Brasil ainda é uma economia bastante fechada
58 SAÚDE Primeira bebê de proveta da América Latina, Ana Paula Caldeira, chega aos 30 anos
62 OPINIÃO
Fernando Rizzolo
ANO 1 - Nº 05 - NOVEMBRO - 2014 REVISTA EDITADA BIMESTRALMENTE PELA OLHAKI REDAÇÃO, ARTE E PUBLICAÇÃO LTDA. EMAIL: OLHAKIREVISTA@GMAIL.COM CNPJ: 18.564.326/0001-07
SUCURSAIS BRASÍLIA SCN, Quadra 5, Bloco A, Sala 1.307 Brasília Shopping, Brasília – DF. CEP: 70715-900 Fones: (61) 3254-0262, 8440-2528 e 8154-6919 GOIÂNIA Rua Geraldo Ney, nº 683, Campinas Goiânia – GO. CEP: 74515-020 MINEIROS Avenida Antônio Carlos Paniago, nº 75 Sala 02, Setor Cardoso - Mineiros – GO. CEP: 75830-000 Fones: (64) 3661-3071 e 9225-7039
DIRETORIA DIRETOR GERAL: Fernando Brandão DIRETORA EXECUTIVA: Renata Santos Carrijo DIRETORA COMERCIAL: Glória Elaine M. Preto DIRETOR OPERACIONAL: Gutemberg Viana Silva de Oliveira EDITORES: Fernando Brandão Renata Santos Carrijo Diagramação: Rodrigo Martins Revisão: Pite Rezende
Circulação em 135 municípios de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Pará e Distrito Federal. GOIÁS: Aparecida de Goiânia, Goiânia, Senador Canedo, Mineiros, Portelândia, Santa Rita do Araguaia, Chapadão do Céu, Perolândia, Estância, Caiapônia, Doverlândia, Palestina, Iporá, Arenópolis, Amorinópolis, Piranhas, Bom Jardim, Aragarças, Fazenda Nova, Jussara, Novo Brasil, Israelândia, Jaupaci, Firminópolis, São Luiz dos Montes Belos, Bom Jesus, Rio Verde, Itaguaçu, Paranaiguara, São Simão, Almerindópolis, Santa Helena, Aparecida do Rio Doce, Cachoeira Alta, Caçu, Jataí, Maurilândia, Castelândia, Porteirão, Aporé, Itajá, Lagoa Santa, Quirinópolis, Planalto Verde, Inaciolândia, Gouvelândia, Serranópolis, Goiatuba, Montividiu, Itumbiara, Catalão, Ipameri, Pires do Rio, Palmelo, Santa Cruz, Cristianópolis, Ouvidor, Vianópolis, Silvânia, Leopoldo de Bulhões, Bonfinópolis, Cezarina, Palmeiras de Goiás, Paraúna, Jandaia, Indiara, Edéia, Pontalina, Itauçu, Itaberaí, Goiás, Sanclerlândia, Anicuns, Niquelândia, Uruaçu, Campinorte, Mara Rosa, Porangatu, Minaçu, Jaraguá, Goianésia, Itapaci, Rubiataba, Ceres, Rialma, Padre Bernardo, Alexânia, Abadiânia, Campo Limpo, Ouro Verde, Nerópolis, Petrolina, São Francisco, Pirenópolis, Piracanjuba, Caldas Novas, Rio Quente, Morrinhos.
MATO GROSSO: Cuiabá, Alto Araguaia, Alto Garças, Alto Taquari, Ribeirãozinho, Araguainha, Ponte Branca, Barra do Garças.
MATO GROSSO DO SUL: Campo Grande, Cassilândia.
TOCANTINS: Palmas, Gurupi, Alvorada do Norte, Porto Nacional, Paraíso, Miracema, Miranorte, Guaraí, Colinas, Araguaína, Colmeia, Araguatins, Pedro Afonso, Babaçulândia.
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ARTIGO
UM ROTEIRO DE REFORMA TRIBUTÁRIA
Everardo Maciel
No Brasil, os problemas tributários podem ser desdobrados em três categorias: tamanho da carga tributária, federalismo fiscal e qualidade do sistema tributário
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ovos governos, mesmo nos casos de reeleição, estimulam expectativas de reformas. Afinal, os candidatos se apresentam sempre como paladinos de mudanças. Reformas costumam trafegar no território das falsas construções. Diz-se, por exemplo, que a reforma política é a mãe de todas as reformas, em uma paródia torpe de uma bravata de Saddam Hussein na guerra do Iraque. O que é reforma política? Não se tem resposta pronta para essa pergunta. Essa suposta condicionalidade pode revelar um propósito de impor, pela via autoritária, uma determinada reforma. Na melhor das hipóteses, é um mero frasismo inconsequente. Reformas tributárias são muitas e não necessariamente boas. Correspondem a percepções distintas e soluções igualmente distintas dos problemas tributários, que se originam do contínuo desalinhamento dos sistemas tributários com as novas realidades econômicas e sociais. Projetos de reforma tributária visam ao enfrentamento de problemas identificados como relevantes em um dado momento. Por constituir um processo, serão sucedidos inevitavelmente por outros projetos. Sua viabilidade será inversamente proporcional à abrangência, em virtude das resistências e tensões políticas que provocam. No Brasil, os problemas tributários podem ser desdobrados em três categorias: tamanho da carga tributária, federalismo fiscal e qualidade do sistema tributário. Reduzir a carga tributária é uma tarefa, sob o ponto de vista técnico, trivial. Consiste, tão somente, em reduzir alíquotas ou bases de cálculo ou, no limi-
te, eliminar tributos. A questão é, todavia, outra. É indispensável que haja uma compatibilidade entre o tamanho do gasto público e a carga tributária. Caso contrário, ocorrerão indesejados déficits ou haverá uma elevação perigosa no nível de endividamento público. Essa simples correlação não é percebida por muitos que bradam continuamente pela diminuição dos tributos, mas olham com indiferença ou, paradoxalmente, chegam mesmo a postular a elevação do nível dos dispêndios públicos. Federalismo fiscal é tema extremamente complexo e de elevada sensibilidade política, porque envolve a partilha do poder no âmbito do Estado. Tal evidência desautoriza qualquer pretensão de cuidar do federalismo fiscal concomitantemente com outras matérias. Sua inclusão em um projeto de reforma tributária inibe qualquer outro debate. Extremamente minuciosos na partilha das rendas públicas, jamais fomos capazes de estabelecer sequer um arremedo de discriminação dos encargos públicos na Federação. Como se repartem, por exemplo, as responsabilidades da União, dos Estados e dos Municípios por
mobilidade urbana, saneamento básico e ambiental, segurança pública, educação e saúde? Nenhuma legislação foi capaz de dirimir essa dúvida. Preferimos optar pela imprecisão e pelo pouco virtuoso caminho das transferências voluntárias, razão de sucessivos escândalos. É necessário instituir um Código do Federalismo Fiscal, autônomo em relação ao Código Tributário Nacional, fundado em previsão constitucional, que permita articular conceitos hoje dispersos no texto constitucional, tratar simultaneamente da partilha de receitas e encargos públicos, disciplinar as transferências voluntárias e estruturar a cooperação intergovernamental e a integração regional. É uma missão de grande envergadura, mas é o único caminho capaz de prevenir as extravagantes demandas por mais recursos para as entidades subnacionais, sem que se tenha uma prévia definição de suas responsabilidades na execução das políticas públicas. O sistema tributário brasileiro encerra, hoje, uma grande quantidade e diversidade de problemas, que se buscou enfrentar, muitas vezes, por meio de ambiciosos e polêmicos projetos de reforma, que naufragaram em razão dos impasses gerados. Esses problemas podem ser vistos por diferentes perspectivas: competitividade da economia, justiça fiscal, direitos do contribuinte, simplificação e desburocratização. Pela extensão do tema, merecerão um artigo específico. Everardo Maciel é ex-secretário da Receita Federal, consultor Jurídico e professor do Instituto Brasileiro de Direito Público
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FOTO: SEDTUR/MT
ENTREV O RIO ARAGUAIA
PEDE SOCORRO O Delegado Titular da DEMA, Luziano Severino de Carvalho, afirma que o futuro do Rio Araguaia é tenebroso e que ele pode se tornar intermitente em 40 anos se ações preservacionistas não forem colocadas em prática: “Queremos alertar a todos, afirmando que já acabou o cenário de abundância de água na Bacia do Araguaia”.
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LUZIANO CARVALHO
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F
az tempo que o Rio Araguaia vem transmitindo sinais de agonia. Mas o ‘bicho homem’ continua ação perversa e degradante: Mais e mais desmatamentos nas áreas de preservação, mais pivôs de irrigação instalados, mais gado pisoteando nascentes de rios e córregos afluentes... O sinal emitido agora em 2014 não foi apenas de alerta. Ele sentencia, de forma dramática, a morte do Rio Araguaia. Resta-nos agora correr contra o tempo para salvá-lo. Sua bacia pode secar em 40 anos se ações concretas e urgentes não forem tomadas. O Rio Araguaia nasce no município de Mineiros, próximo ao Parque Nacional das Emas. Possui uma extensão de 2.115 quilômetros, fazendo divisa entre os estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Pará. É considerado um dos mais importantes do Cerrado e um dos mais piscosos do mundo. O Delegado Titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (DEMA), Luziano Severino de Carvalho, tem travado ao longo dos anos uma luta sem tréguas em defesa do Rio Araguaia. Em entrevista exclusiva a Olhaki Revista ele afirma que o ser humano tem sido perverso demais com o rio, e, com isso, contraído um débito que precisa ser pago urgentemente.
contraído um grande débito, que precisa ser pago urgentemente, do contrário será irreversível.
Veja como o rio era há 40 anos e o que é hoje. Tudo que só se tira e não se repõe, um dia acaba
Quais são as ameaças que colocam em risco a vida do Rio Araguaia? Luziano Carvalho – As ameaças são concretas. O desmatamento e a falta de proteção das áreas de preservação permanente (APP’s) como margens de rios, das nascentes, dos lagos, das áreas naturalmente alagadas, tudo isto gera consequências extremamente negativas para as águas superficiais e subterrâneas, diminuindo o estoque de água nas nascentes, no Rio e no Aquífero. A água de chuva, por exemplo, deveria ter apenas dois destinos quando cai ao solo: evaporar ou se infiltrar. Agora, como se infiltrar no solo se houve supressão da cobertura vegetal e o solo dos lagos está compactado devido ao pisoteio do gado e não se tem manejo adequado?
Percebe-se que as previsões para o Rio Araguaia são sombrias. É verdaprotegidos por Lei, são áreas de relevande que ele pode secar em 40 anos, ou te interesse ambiental, mas estão sendo seja, virar história? utilizados como pastagem. Luziano Carvalho – O futuro do Rio Araguaia é realmente tenebroso; São dados preocupantes, não é as agressões em sua bacia tornaram-se mesmo? generalizadas, são ações suicidas, que Luziano Carvalho – Sim, de fato o em muitos casos a sabedoria e a prudênresultado foi preocupante, porém tudo A DEMA realizou recentemente cia recomendam não criminalizar, mas ocorreu por falta de conscientização. O um levantamento na bacia hidrográcorrigir os erros, além de recuperar as Homem foi e está sendo perverso defica do Rio Araguaia. Fale-nos sobre áreas. mais com o Rio Araguaia e com isto foi esse trabalho... Queremos alertar a todos, afirmanLuziano Carvalho – A do que já acabou o cenário de FOTO: VICENTE M. DE FREITAS abundância de água na Bacia Policia Civil, representada por policiais da DEMA, juntamente do Araguaia. No Rio Vermecom técnicos da SEMARH, SAlho, próximo a Britânia, em NEAGO e Secretarias do Meio vários pontos, o local mais Ambiente dos Municípios de fundo não era mais de meio Jussara, Britânia e Aruanã, metro. No Rio do Peixe não realizou vistorias em alguns era mais de 10 cm e o Rio pontos. Esse levantamento, inAraguaia podia ser atravessaclusive aéreo, mostrou danos do andando em vários pontos. e/ou crimes gravíssimos como Vários lagos, inclusidesmatamentos, e como conseve da planície de inundação, quência, centenas de nascenque são fundamentais para o tes, olhos d’água, lagoas e lagos equilíbrio do sistema, pois artotalmente secos e com premazenam água e atuam como sença de gado. Esses locais são Rio Araguaia, no município de Ponte Branca-MT berçário de uma enorme bio-
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LUZIANO CARVALHO FOTO: DEMA
É preciso recuperar não apenas o Rio Araguaia, mas a Bacia Hidrográfica do Rio Araguaia que representa aproximadamente 1/4 do território goiano diversidade aquática, já não seguem sua finalidade original. Hoje são pastagens. No mês de julho, praticamente no início do período da seca, estivemos em um desses lagos enormes, conectado a outro e, consequentemente, ao rio. Ambos estavam secos, e como respeitamos a sabedoria popular dos antigos moradores, consultamos a experiência de um morador local e ele afirmou que há 40 anos saía com Pirarucu nas costas daquele lago e que tinha mata, muita água e muito peixe, e que hoje não tinha mata, que no local da água tinha capim e no local dos peixes havia bois, inclusive com compactação do solo e rebaixamento do lençol freático. Assim, após ouvirmos diversas pessoas do local, nunca querendo ser visionário e trazer intranquilidade popular, falar que o Rio Araguaia vai se tornar intermitente daqui a 40 anos, com um cenário de conflitos (milhares de pivôs centrais), é o previsível anunciado. Veja como o rio era há 40 anos e o que é hoje. Tudo que só se tira e não se repõe, um dia acaba. Essa é a nossa conclusão, juntamente com os antigos moradores da região. O que precisa ser feito com urgência para reverter esse quadro? Luziano Carvalho – O Brasil assumiu um compromisso, como País soberano, ninguém lhe impôs esse dever, dentre outros de proteger as áreas de preservação permanente. APP – é uma área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, do solo, dos recursos hídri-
Animais em nascente que abastece o Rio Araguaia
cos, para o bem estar desta e das gerações vindouras. Assim a supressão indevida da APP, obriga o proprietário/ocupante/possuidor a recompor a vegetação, desta forma é uma obrigação de natureza REAL. É momento de todos, Poder Público/Sociedade e, principalmente, o produtor rural recuperar as APP´s. A nossa luta não é para criminalizar o produtor rural, mas também não é para alimentar o crime ambiental, e sim, MOBILIZAR, formar uma consciência pública para recuperar o Rio Araguaia com ações concretas e planejadas, de respeito, de integração, tratando o produtor rural não como vilão, mas como alguém que poderá se tornar o ator principal; cercando, isolando as nascentes, lagos e lagoas, recuperando as margens de todos os cursos d’água, legalizando os pivôs centrais, recuperando pastagens degradadas e respeitando as Leis Ambientais. Imagens de satélite e o próprio trabalho da DEMA detectaram ações predatórias em praticamente todo o curso do rio. Alguma região específica preocupa mais? Luziano Carvalho – É preciso recuperar não apenas o Rio Araguaia, mas a Bacia Hidrográfica do Rio Araguaia que representa aproximadamente ¼ do território goiano, além de cobrir partes dos territórios de Mato Grosso, Tocantins e Pará. Portanto, representa um sistema fluvial de extrema importância para o povo brasileiro. A nossa preocupação maior começa com as nascentes
em Mineiros até a sua confluência com o Rio Tocantins. Uma grande voçoroca na nascente principal do Araguaia, no Município de Mineiros, foi motivo de muita preocupação anos atrás. Como está o trabalho de preservação hoje? Luziano Carvalho – A Polícia Civil, através da DEMA, vem trabalhando na região do Araguaia há anos. Em 2002 iniciamos a recuperação das principais nascentes do Araguaia, bem como a estabilização da “Voçoroca Chitolina”, todas no município de Mineiros. Hoje o trabalho está concluído. A Polícia Civil incentivou a reparação dos danos causados, inclusive doando mudas. Com uma linguagem de sinceridade, conquistou a confiança do produtor rural Milton Fries, e hoje, a região é o maior exemplo no Brasil de como harmonizar o uso produtivo da terra com a preservação/recuperação do cerrado, do solo e principalmente da água. Milton Fries e sua família para a Polícia Civil de Goiás é referência nacional como produtor e defensor da natureza. Um exemplo a ser seguido. Essa consciência ambiental ganha força em outras regiões que margeiam o rio? Luziano Carvalho – Apesar de tantas dificuldades, tenho visto várias pessoas querendo compartilhar do trabalho de recomposição do Araguaia, em toda a sua extensão. Sentimos a multiplicação
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ENTREV
das pessoas do BEM, da reflexão sábia, da preocupação da sobrevivência, do respeito ao direito de TODOS, ao meio ambiente equilibrado. TODOS significa os seres vivos, dentre eles, destacamos os Humanos. A verdade é que a destruição vem de forma generalizada, enquanto a recuperação é pontual, lenta. Esta realidade só vai mudar quando houver formalização e implantação de ações preventivas, de proteção e fiscalização.
as de preservação permanente, inclusive temos o PROGRAMA NASCENTES, através do qual já recuperamos centenas destas em Goiás. É interessante frisar que tudo deve ser precedido de levantamento de técnicos da área, planos simples de controle e ações preventivas (construir soluções), eliminando-se os festivais de projetos onerosos com filosofia técnico-burocrática, que são abortados na primeira fase de vida.
Quais são as agressões mais gritantes que o senhor poderia destacar? Luziano Carvalho – Percebe-se enorme desperdício de água; fertilizantes e agrotóxicos muitas vezes são carreados para o leito do rio, causando assoreamento. A falta de manejo adequado do solo, pastagens degradadas, muitas erosões e até mesmo voçorocas, e o que entendemos ser muito grave, o desmatamento das APP´s (bordas de chapada, áreas brejosas, veredas, faixas marginais de cursos d’água). O Rio Vermelho foi totalmente desviado, criou-se um novo leito, com distância de 15 km. Acreditamos que fatores humanos tenham contribuído. A cada dia a situação piora, até mesmo porque suas águas não alimentam mais o Lago dos Tigres, em Britânia. Estamos trabalhando para voltá-lo ao seu leito antigo. Já temos bons exemplos de recomposição das áre-
Quem sobrevoa o Rio Araguaia percebe o quanto suas margens foram desmatadas, tanto em Goiás quanto em Mato Grosso, Tocantins e Pará. Existe uma atuação conjunta dos dois estados visando fazer com que as APAS sejam respeitadas? Luziano Carvalho – Não temos uma integração consistente, mas precisamos continuar buscando ações conjuntas. Agora, se os goianos fizessem acontecer, ninguém estaria indagando porque aconteceu. Muitos sabem o que fazer, mas não querem fazer, não gostam, não têm prazer. A conclusão é que é preciso fazer o que se gosta porque com prazer se atinge com facilidade as metas e conquista-se a felicidade. Vamos fazer a nossa parte, sem transferir responsabilidades. O óbvio precisa ser dito: “É melhor fazer pouco do que não fazer nada.”
FOTO: DEMA
Desvio do Rio Vermelho criou novo leito com 15 quilômetros de extensão
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Vamos fazer a nossa parte, sem transferir responsabilidades. O óbvio precisa ser dito: é melhor fazer pouco do que não fazer nada.
Alguns ambientalistas costumam dizer: “Quem não se conscientizou até hoje, não vai se conscientizar nunca mais”... E defendem penas duras aos agressores do Rio Araguaia. O senhor concorda com essa premissa? Luziano Carvalho – Respeito os que pensam de tal forma, porém, parece que o Brasil falha no seu principal papel (DEVER) que é “EDUCAR”. Nunca é demais dizer que se entende por educação ambiental não formal, as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre questões ambientais, Leis e à sua Organização e Participação na defesa do Rio Araguaia. É fácil criticar leis, o que devemos fazer é encontrar as melhores soluções com as leis que temos. Não iremos perder a fé e a esperança na recuperação do Rio Araguaia. A pior catástrofe é a falta de educação, e esta mesma educação é uma arma muito mais poderosa do que qualquer Lei Dura. Como está a interação turismo e preservação do Rio Araguaia? Luziano Carvalho – A política de conscientização do turista já foi desenvolvida e vem melhorando a cada ano, já se tem uma consciência harmoniosa com o Rio; por exemplo, na instalação de acampamentos não se usa mais a madeira da mata ciliar; há a separação do lixo, este não fica mais nas praias; sanitários são construídos com material biodegradável; utilizam-se isolamento acústico nos motores geradores. Porém, ainda temos poluições pontuais, em especial quanto ao lançamento de esgoto das cidades, a presença dos
VISTA
FOTO: WALTER PEIXOTO
Delegado Luziano e membros da DEMA atravessam o Rio Araguaia andando
possantes JET SKIS e Lanchas que trazem impactos negativos ao Rio.
produtor rural, do poder público e da comunidade.
Quais são as ações que a DEMA pretende tomar visando solucionar as agressões contra o Rio Araguaia? Luziano Carvalho – Nós, da DEMA, acreditamos que ainda há tempo de serem adotadas medidas preventivas para evitar que o Rio seja totalmente destruído, como também ainda há tempo de corrigirmos, em conjunto, alguns erros que já foram cometidos. Para isso, cada ser humano precisa olhar para o Araguaia com as lentes voltadas para princípios técnicos, científicos e jurídicos, abrindo desta forma o espírito cívico do povo brasileiro, em especial a lei terá eficácia, pois estará respaldada na consciência cívica do
O que seria de Goiás, Mato Grosso e Brasil sem a magia e a beleza do Rio Araguaia? Luziano Carvalho – O Rio Araguaia é o nosso mais valioso patrimônio natural, traz um bem-estar para a vida, em especial a população humana, patrimônio afetivo, cultural, de praias e o pôr de sol mais bonito do Brasil. Inspiração para poetas, habitat para o maior peixe de escamas do planeta – PIRARUCU, enfim, ideal para histórias de amor. Sem o Rio Araguaia, perderíamos tudo isso. Sabe-se que o senhor tem uma história de luta em defesa do Rio Araguaia. Como se sente ao vê-lo agonizando?
LUZIANO CARVALHO Luziano Carvalho – O maior adversário de um homem é a preguiça, a ignorância, levantar dificuldades sem enfrentá-las, enfim a autopiedade. Sou consciente e neste momento fico feliz, não por alcançar vitórias, mas por lutar para salvar o Rio Araguaia. O Rio só sairá desta situação agonizante quando houver a integração da sociedade, dos integrantes dos órgãos públicos ambientais, dos proprietários de terras, no sentido de mobilizar consciências para que se possa fertilizar a vida política, econômica, social e ambiental, ou seja, adquirir a cultura da sustentabilidade, conscientizar-se que para construir o progresso não se pode sacrificar os recursos naturais do nosso Rio Araguaia. Todo ato que praticamos é movido por interesse pessoal, para nos sentirmos bem. Doando o nosso trabalho, sinto que estou sendo beneficiado, pois acredito que aquilo que damos, volta para nós de alguma forma e em outro momento, com juros. Concluindo, como o senhor gostaria de ver o Rio Araguaia daqui a 40 anos? Seria possível traduzir em palavras seu sentimento? Luziano Carvalho – Gostaria que o Rio Araguaia voltasse a ser um Cartão Postal cheio de vida, o mais rico patrimônio natural dos goianos. E nunca que a atual geração olhasse para o Araguaia e tivesse apenas uma visão de SAUDADES.
O Rio Araguaia é o nosso mais valioso patrimônio natural, traz um bem-estar para a vida LUZIANO CARVALHO
NATUREZA
PRODUÇÃO COM CONSCIÊNCIA AMBIENTAL Um dos maiores empresários do Sudoeste Goiano, o saudoso Milton Fries, sempre defendeu que é possível conciliar produção de alimentos e preservação do meio ambiente
M
FOTOS: DALTON LUIS
ilton Fries sempre foi um homem empreendedor. Mas além disso, foi um homem que lutou pela natureza e pela terra. Sempre ciente da importância de ambas para sua vida, e para a vida de todos que sempre estiveram à sua volta. Quem nos conta um pouco de sua trajetória na área ambiental, trajetória essa que merece ser conhecida por todos, é o Sr. Dalton Luis, engenheiro Agrônomo e responsável por elaborar e executar os projetos para plantio das árvores nativas do Cerrado nas propriedades de Milton Fries. Tudo teve inicio quando Milton Fries verificou que a Nascente A era a principal nas- Nascente recuperada, antiga “Voçoroca Chitolina” cente do Rio Araguaia, em função de ser a mais distante da foz deste rio e de maior altitude. Sabendo da importância da preservação desta nascente em sua propriedade, demarcada pelo exército, ele foi além das exigências legais, e deixou aproximadamente 50 hectares de área de floresta de sua propriedade para proteger e isolar esta nascente. Em 2002, quando o Delegado Titular da Delegacia Estadual do Meio Ambiente (DEMA), Dr. Luziano de Car-
O sonho do empresário Milton Fries de plantar um milhão de mudas de espécies do cerrado transformou-se em realidade
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valho, esteve na voçoroca Chitolina e conheceu Milton Fries, iniciou-se os trabalhos para recuperação e atitudes em comum acordo foram tomadas. O primeiro plantio das mudas nativas do cerrado foram transportadas de ônibus de Goiânia para fazenda Jacuba, posteriormente os caminhões da fazenda buscaram mais mudas em um viveiro em Inhumas, devido à dificuldade de se encontrar mudas de plantas nativas em nossa região. Em 2008, quando os produtores rurais da região de Mineiros assinaram seus termos de averbação de reserva legal, com a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás, assinaram também o termo de compromisso de recomposição destas reservas. Milton Fries, como produtor rural foi além, aderiu em 2002 ao PROLEGAL - Programa de Revisão, Regularização e Monitoramento das Áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente, instituído em Goiás através da Superintendência do IBAMA e do Ministério Público Federal. Com o passar dos anos e ao longo de 37 safras de grãos colhidas na fazenda Jacuba, região do Parque Nacional das Emas, recuperou-se não só a principal
Sempre buscando respeitar a legislação ambiental, empresário de Mineiros é um exemplo a ser seguido nascente do Rio Araguaia (Nascente A), como também recuperou as nascentes que deram origem à Lagoa Azul. Há décadas, nesta propriedade, havia uma grande voçoroca, uma formação de grandes buracos de erosão, conhecida hoje por “Buracão” que está praticamente extinta. Suas propriedades protegem dezenas de nascentes que formam o alto Rio Araguaia. Ao adquirir outras propriedades, onde também havia locais degradados, Milton Fries imediatamente iniciava a recuperação das terras, sem auxílio financeiro, público ou privado. Tudo com recurso próprio. Investiu mais de 800 mil reais somente na recuperação da voçoroca Chitolina, com a utilização de curvas de contenção destinadas a eliminar o escoamento superficial a esta erosão, hoje totalmente estabilizada e em franco processo de recuperação. Este homem sempre levou a sério a questão ambiental. Foi um dos pioneiros na integração de lavoura com floresta e pecuária, prática que somente há pouco tempo passou a ter uso em maior escala, jogou sementes de plantas nativas do cerrado em boa parte de sua propriedade, onde se planta até hoje mudas nativas.
UM MILHÃO DE MUDAS DO CERRADO Milton esteve, todo o tempo, firme em seu objetivo de plantar 1 milhão de mudas nativas do cerrado. E não só plantou, como também viu crescer e desenvolver grande parte destas plantas. Viu boa parte das áreas das suas fazendas recuperadas, e isso lhe dava muito prazer. Sempre dizia aos funcionários de suas fazendas “capricha!”. Entre os meses de novembro de 2011 a março de 2012 foram plantadas mais de 120 mil mudas nativas, em bordas de serras, cabeceiras de nascentes, reserva legal e áreas de preservação permanente. Iniciando assim a recuperação de 20 hectares de área, com o plantio de
árvores de espécies nativas do cerrado como pequi, ipê, bálsamo, baru, angico, jatobá, cajuzinho, entre outras. Sempre utilizando mudas produzidas em um viveiro de sua propriedade. Motivado pela função, que orgulhosamente cumpria, de Patrono do Projeto Corredor de Biodiversidade Rio Araguaia, criou uma RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural, uma área particular transformada em Unidade de Conservação, mas que continua sendo sua a posse sobre a terra, mas passa obrigatoriamente a submeter-se às normas de uso previstas no SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação).
REFERÊNCIA NA ÁREA DE PRESERVAÇÃO O compromisso com a produção de qualidade e respeito às normas ambientais, fez de Milton referência para pesquisadores e autoridades que militam nesta área. Dr. Luziano, Delegado do Meio Ambiente; Dr. Clarismi-
no Júnior, advogado, ex-presidente da FEMAGO (antecessora da SEMARH) e ex-presidente da Agência de Meio Ambiente de Goiânia; Leandro Silveira e Anah Jácomo, Diretores do Instituto Onça-Pintada; e Ary Soares são algu-
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“Capricha aí”, era o recado de Milton Fries quando defendia reflorestamento de áreas degradadas e a preservação de nascentes. mas destas pessoas que se espelham em seu legado. Em setembro de 2011 Milton recebeu um certificado da Delegacia Estadual de Meio Ambiente, com os seguintes dizeres: “A Policia Civil do Estado de Goiás vem com satisfação certificar que Milton Fries é hoje o produtor rural que mais compartilha com a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente – DEMA, na execução de ações concretas de recuperação de nascentes, matas ciliares e controle de voçorocas no Estado de Goiás; além de ter criado uma unidade de conservação no alto do Rio Araguaia.” Como também teve seu compromisso reconhecido nacionalmente através das mídias como Globo News, Globo Repórter e Globo Rural. A Real Máquinas, representante da marca John Deere, com base nos ideais de seu fundador Milton Fries, também desenvolve projetos sociais e ações de preservação, entre estes a campanha do meio ambiente, distribuindo sementes e mudas de árvores nativas do cerrado brasileiro, como o ipê amarelo, bálsamo, aroeira, cedro, sucupira, pequi, dentre outras espécies, para seus clientes, fornecedores, colaboradores e comunidade, há 5 anos consecutivos. Como também possui em suas lojas lavador ecológico, onde reutiliza água da chuva na lavagem dos veículos e maquinários agrícolas, realizando a separação do óleo e areia que são destinados a órgãos competentes.
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RPPN Nascentes do rio Araguaia e inicio do corredor ecológico. Antes do Plantio de mudas nativas do cerrado
Corredor Ecológico e RPPN Nascentes do Rio Araguaia em janeiro de 2013
LEGADO A SER SEGUIDO Com seu falecimento, em abril de 2012, Milton Fries deixou a sua família e funcionários um legado: seu compromisso ético em tudo que fazia ou participava. Deixou-nos também uma responsabilidade enorme: dar seguimento a seus ideais de compromisso com a sustentabilidade ambiental. Em 22 de novembro de 2012, Milton Fries (in memorian) foi agraciado com o premio CREA – GO. Este prêmio se destaca principalmente pelo seu empenho em valorizar quem realmente se preocupa com a preservação da vida e está consciente da importância de deixar como legado um meio ambiente mais sustentável para as futuras gerações, onde na ocasião foi entregue a sua família. Na propriedade, hoje comandada por sua família, já foi realizado o plantio em aproximadamente 20 KM de bordas de serras, como também foi estabilizada a voçoroca Buração e Chitolina (esta passou a se chamar Nascente Recuperada Milton Fries), possui um viveiro de plantas nativas do cerrado, ipê-roxo, baru, saboneteira, bálsamo, angico, guarita, jatobá, cajuzinho, pau-santo, mar-
melada, tamboril, ipê-rosa, embiruçu, aroeira, boca-boa, copaíba entre outras, produzindo anualmente cerca de 25 mil mudas, cujo destino é realizar o plantio e o replantio nas áreas de reserva legal, de preservação permanente e na RPPN - Nascentes do Rio Araguaia. Em maio de 2014 sua família recebeu o prêmio Altamiro Pacheco de Moura – Comenda Araguaia. O prêmio homenageou in memorian o senhor Milton Fries pelos anos dedicados a trazer o progresso sem denegrir o meio ambiente, inovando em práticas sustentáveis. Alvo de todo este trabalho é compor um corredor ecológico para conexão entre os biomas do cerrado e Amazônia, através da RPPN - Nascentes do Rio Araguaia, que é uma área contínua ao Parque Nacional das Emas, formando um corredor ecológico cuja extensão é 5.296 metros, unindo o Parque ao Rio Araguaia. Diante disso, sua família e funcionários assumem o compromisso de chegar a 2 milhões de mudas plantadas. SAIBA MAIS: www.nascentesdoaraguaia.com.br
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MUNDO
LÍDERES CONCLAMAM PAZ NO MUNDO O apelo à paz partiu simultaneamente do Secretário da ONU, Ban Ki-moon, e do Presidente dos EUA, Barack Obama
O
secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, surpreendeu a todos recentemente ao afirmar que a paz mundial vive um risco eminente e que isto é fator de preocupação. Ele pediu aos líderes globais que encontrem “sementes de esperança” em meio ao tumulto e desespero de um mundo que parece desmoronar. Ele parecia antever os perigos que rondam várias nações e que podem desencadear numa guerra sem precedentes. Em seu discurso na abertura da Assembléia Geral da ONU, Ban lembrou que as crises estão aumentando, as doenças se espalhando, os fantasmas da Guerra Fria retornando e boa parte de Primavera Árabe indo violentamente para o caminho errado. “Mas agir com liderança trata-se precisamente de encontrar sementes de esperança e alimentá-las para que se tornem algo maior”, disse o secretário-geral a presidentes, primeiros-ministros, monarcas e ministros dos 193 países que compõem a ONU. “Esta é a nossa missão”, disse Ban. “Este é meu apelo a vocês hoje.” Ban citou muitas crises, de decapitações ao uso de bombas de barril na Síria, à volátil situação na Ucrânia e a “investida assassina” do Boko Haram na Nigéria. Numa prévia de seu discurso na semana passada, Ban disse que todas as “múltiplas crises” apresentam como ca-
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FOTO: REPRODUÇÃO
“Este é o meu apelo a vocês”
racterística ataques a civis e têm dimensões sectárias, étnicas ou tribais. Além dos conflitos maiores, Ban disse que o mundo não deve se esquecer da violência no Mali, da situação volátil na Ucrânia, do caos na Líbia, da grande polarização entre israelenses e palestinos após a devastadora e recente guerra na Faixa de Gaza, e dos avanços do Boko Haram na Nigéria que “crescem de forma alarmante a cada dia”.
‘Precisamos encontrar sementes de esperança e alimentá-las para que se tornem algo maior’
FOTO: SPENCER PLATT/AFP
MUNDO ESTÁ EM ENCRUZILHADA O Presidente dos EUA, Barack Obama, também enfatizou na ONU fatores que colocam a paz mundial em risco, afirmando que o mundo está numa encruzilhada entre a guerra e paz, entre a desordem e a integração, e entre medo e esperança. Em relação ao primeiro ponto, o Presidente norte-americano citou os conflitos no Oriente Médio envolvendo a rede de extremistas Estado Islâmico, que tem atuado na Síria e no Iraque. “O Estado Islâmico é um risco para a paz e o progresso do mundo e deve ser destruído”, disse Obama, acrescentando que “os EUA vão desmembrar com força a ‘rede da morte’ do Estado Islâmico”, descrito por ele como um “câncer do extremismo violento”. Na questão de ordem e integração, Obama lembrou a intervenção russa no conflito entre ucranianos e separatistas pró-Rússia. Para o presidente dos EUA, as ações da Rússia na Ucrânia desafiam
“O Estado Islâmico é um risco para a paz”
a ordem pós-guerras. Ele pediu, inclusive, que as outras nações do Ocidente se juntem aos EUA para isolar a Rússia, por meio principalmente de sanções econômicas. No seu discurso, o Presidente norte-americano também mencionou o surto de ebola na região ocidental da África, como uma das novas ameaças à humanidade, por conta do risco que há de se espalhar para outras partes do mundo.
‘Mundo está numa encruzilhada entre a guerra e paz, entre a desordem e a integração, e entre medo e esperança’
GUERRA SERÁ LONGA CONTRA O ESTADO ISLÂMICO O Presidente americano Barack Obama afirmou que a batalha para destruir o Estado Islâmico será “a missão de uma geração”, e na opinião de analistas, a guerra contra o grupo jihadista não é uma tarefa fácil que será conquistada unicamente com ataques aéreos, e provavelmente serão necessários muitos anos até que seja possível comemorar uma vitória contra os extremistas da Síria e do Iraque. Um dos pontos fundamentais da estratégia é a formação de rebeldes armados sírios moderados, que deve ser um processo extremamente lento, admi-
FOTO: REUTERS
Grupos extremistas, “barril de pólvora”
tiu a rede CNN, o general John Allen, coordenador da coalizão internacional contra os jihadistas. Ao se engajar numa nova guerra no Oriente Médio, os Estados Unidos
“reconhecem que levará muito tempo até que o cenário seja mais otimista”, explica o cientista político Karl Mueller. Se há três anos Obama se mostrava reticente
quanto a intervenções na Síria, o cenário agora mudou. Ainda assim, o Presidente insiste que não se trata de “uma guerra dos Estados Unidos contra o Estado Islâmico”, mas sim “dos Estados Unidos encabeçando a comunidade internacional para ajudar um País com o qual temos um acordo de cooperação de segurança”. Os estrategistas da casa Branca e do pentágono esperam que os ataques contra os ultra-radicais sunitas os deixem suficientemente desestabilizados para que o Exército iraquiano possa recuperar os territórios perdidos. FONTE: DOW JONES NEWSWIRES
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BRASIL Este é o primeiro ano em que os candidatos tiveram de informar ao TSE a sua cor de pele ao registrar suas candidaturas
BRASIL VOTA NO BRANCO O movimento ‘vote em branco’ ainda não é uma supremacia no nosso País. O racismo sim. Candidato branco tem 3 vezes mais chance de ser Deputado do que o de cor negra
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efinitivamente o Brasil não é uma democracia racial. Dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram que o acesso à representação no Legislativo federal é mais fácil para certas raças do que para outras. Eles revelam que um candidato a deputado federal que se diz branco tem mais que o triplo de chance de se eleger do que alguém que se declara não branco - ou seja, preto, pardo, amarelo ou indígena. Apenas um Estado brasileiro tem taxa de não brancos eleitos deputados federal neste ano comparável à média da sua população: o Amapá. Todas as outras 26 unidades federativas têm bancadas com mais brancos do que pardos,
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pretos, índios e amarelos em relação a seus eleitores. Quatro Estados nem sequer elegeram um deputado não branco para a próxima legislatura: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Este é o primeiro ano em que os candidatos tiveram de informar ao TSE a sua cor de pele ao registrar suas candidaturas. Ao analisar os números, é possível enxergar um marcante funil racial que separa representados e representantes na maior Casa legislativa do Brasil, com 513 eleitos. Os não brancos se candidatam menos a deputado federal do que brancos, proporcionalmente, recebem ainda menos votos e têm menor chance de serem eleitos.
DIFERENÇA NA COR DA PELE VARIA POR ESTADO Segundo dados do Censo Demográfico de 2010 feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 53% da população brasileira não é branca - a maioria, portanto. No entanto, entre os candidatos a deputado federal, os não brancos representam 42% do total. Entre os concorrentes que foram eleitos, a proporção é ainda menor: 20%. No balanço final, apenas 103 entre os 513 deputados federais que vão representar seus eleitores em Brasília a partir de fevereiro não são brancos. A diferença na cor da pele dos deputados e na da população varia bastante por Estado. Os números evidenciam dois perfis regionais em que há grande discrepância entre a composição racial do Congresso e do povo. O primeiro é formado por Estados nordestinos, onde há grande proporção de negros e pardos, mas cujos deputados eleitos são, na sua maioria, brancos. Em Sergipe, por exemplo, onde 60% da população não é branca, apenas 1 dos 8 deputados eleitos é negro - todos os outros 7 se declararam brancos. As exceções são Pernambuco e Bahia. O segundo grupo de Estados em que há bem mais brancos no Congresso que na população são aqueles em que o agronegócio é uma importante força econômica, nas regiões Norte e Centro-Oeste A maior diferença em pontos porcentuais da proporção de não brancos se dá
justamente no Tocantins: 75% da população não é branca, mas todos os seus oito deputados federais eleitos são dessa cor. No Pará, onde 55% da população é parda, negra ou indígena, só 4 dos seus 17 deputados federais não são brancos. Juntos, esses dois grupos de unidades federativas criam o corredor escuro que está representado no gráfico ao lado na parte central do Brasil, indo do Pará ao Ceará e, em seguida, a Mato Grosso do Sul. Além do Amapá, outros Estados que elegem bancada relativamente similar à sua composição racial são Santa Catarina e Rio Grande do Sul, principalmente por
causa da alta proporção de brancos na população, e Rondônia e Pernambuco, onde mais de 40% dos eleitos não são brancos. NÚMEROS ABSOLUTOS Para que a representação na Câmara dos Deputados ficasse proporcional às raças da população de maneira geral, seria necessário eleger 166 não brancos a mais nas próximas eleições em comparação com o resultado de 5 de outubro - ou seja, mais do que dobrar a atual proporção na Casa. O maior déficit em números absolutos, desta vez, fica nos dois Estados
mais populosos da federação: Minas e São Paulo. Neste último, 66 dos 70 deputados eleitos são brancos, apesar de um terço da população se declarar de outra cor. Para equilibrar esse número no Estado, seriam necessários mais 21 deputados paulistas não brancos. Em Minas, a situação é parecida menos de um em cada cinco dos seus deputados não é branco, enquanto mais que o triplo dessa proporção se declarou não branco no Censo. Seriam necessários 22 deputados não brancos a mais nesse Estado para igualar esse perfil.
DIFERENÇA PATRIMONIAL TAMBÉM AFETA DISTORÇÃO ENTRE RAÇAS Reverter a concentração de cadeiras ocupadas por brancos na Câmara dos Deputados é uma tarefa difícil, para não dizer impossível. Isso porque os candidatos brancos são bem mais ricos que os postulantes de outras raças - seu patrimônio declarado à Justiça eleitoral é 75% maior que o dos pardos e mais de 3 vezes o dos negros. E, como há correlação entre o patrimônio dos candidatos e sua chance de sucesso nas eleições, é razoável esperar que mais brancos vão continuar se elegendo enquanto essa diferença patrimonial persistir.
A comparação do patrimônio foi feita pelo Estadão Dados com base na mediana do valor total declarado por todos os candidatos a deputado federal - ou seja, comparando o valor correspondente ao político que está bem na metade do ranking de mais ricos de cada raça. A mediana é melhor do que a média nesse caso porque o patrimônio dos candidatos varia bastante. Assim, um candidato muito rico de uma determinada raça pode distorcer o patrimônio médio de todos os outros por causa do tamanho relativo da sua fortuna.
DIFERENÇAS Assim, o valor mediano do patrimônio de um candidato branco é de R$ 300 mil, ante R$ 172 mil de um pardo e apenas R$ 90 mil de um negro. A chance de um político de cada uma dessas raças ser eleito aumenta de acordo com seu patrimônio, o que explica porque os deputados eleitos são, em média, mais de duas vezes mais ricos que o total dos candidatos. Texto: Rodrigo Burgarelli Fonte: Agência Estado
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RODOVIAS
‘NO MEIO DO CAMINHO TINHA UMA PEDRA...’ E MUITA LAMA Brasil tem apenas 12% das rodovias pavimentadas, segundo levantamento da CNT
E
mbora apenas 12% das rodovias brasileiras sejam pavimentadas, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), 62,1% dos trechos pesquisados apresentam algum tipo de problema, mostra documento divulgado em outubro último. Além disso, os pontos críticos na malha rodoviária aumentaram 32% nos últimos quatro anos. Dos 98.475 km percorridos por equipes da CNT, somente 32,4% estavam em condições perfeitas de rodagem. A pesquisa de campo mostra, ainda, que 44,7% da malha pavimentada avaliada apresenta desgaste e 19,1%, têm trincas e remendos. Em outros 3,3% existem afundamentos, ondulações e buracos. Em 0,5%, a pista está simplesmente destruída. O levantamento abordou quase a metade dos 203.599 quilômetros de rodovias pavimentadas do País. Os trechos asfaltados, porém, representam apenas 12% dos mais de 1,691 milhão de km de estradas brasileiras. “É muito pouco para um País que quer crescer. A nossa densidade é muito menor que a de países como a Argentina e o México. O Brasil precisa melhorar a extensão e a qualidade da sua malha rodoviária”, diz o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista. O investimento necessário em infraestrutura rodoviária para corrigir as deficiências das estradas brasileiras é, segundo a CNT, de R$ 293,88 bilhões em 618 projetos que vão desde a duplicação até a construção de novas rodovias. “Se todas as rodovias brasileiras fossem boas ou ótimas, teríamos uma economia de
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Estradas brasileiras, cenário que se repete em todos o estados
R$ 1,79 bilhão em 2014. Também gastaríamos 737 milhões de litros de óleo diesel a menos”, calcula Batista. Entre os pontos críticos encontrados pela entidade, estão 28 quedas de barreira, 13 pontes destruídas, 100 erosões na pista e 148 buracos grandes. O total de 289 ocorrências críticas em 2014 supera os 250 pontos identificados em 2013 e é 32% superior aos 219 problemas registrados em 2011. “Isso é bastante preocupante porque é um reflexo imediato sobre a segurança das pistas, com relação direta sobre o número de acidentes”, avalia Batista.
CHUVA Com relação à sinalização das pistas, em 39,9% dos trechos rodoviários pesquisados a pintura das faixas laterais estava desgastada e em 15,9% era simplesmente inexistente. No caso da faixa central, havia desgaste em 40,8% da extensão analisada e em 6,8% não havia sequer sinalização. “Na chuva, por exemplo, esse desgaste aumenta muito a insegurança”, diz o diretor da CNT A confederação também identificou falhas graves na ausência de dispositivos de proteção contínua - as chamadas muretas ou “guard-rails” - em 45,9% dos trechos, todos eles com necessidade da estrutura. Em 11,8% os dispositivos existiam de maneira adequada, em 17,7% estavam presentes apenas e parte do percurso e nos 24,6% não havia a necessidade da estrutura. Como ponto positivo, as placas de sinalização vertical tiveram bom resultado, estando visíveis - sem obstáculos, como mato - em 82,3% dos trechos avaliados, e legíveis em 88% da extensão pesquisada. Quanto à geometria das vias, porém, 49,7% da extensão percorrida pela CNT conta com curvas perigosas sem placas e sem muretas de defesa completas. Apenas 11,5% dos trechos contam com os dois instrumentos de segurança e sinalização. Além disso, em 60,1% delas não havia acostamento e 66,9% das pontes e viadutos não contavam com as estruturas de segurança ideais. TEXTO: EDUARDO RODRIGUES FONTE: AGÊNCIA ESTADO
MINEIROS
PREFEITO ENTREGA OBRAS NO ANIVERSÁRIO DA CIDADE Prefeito Agenor Rezende entregou várias obras na área de educação, lazer, trânsito, infraestrutura urbana e rural
O
mês de outubro não marcou apenas as tradicionais comemorações do 76º aniversário de Mineiros, dia 31, com desfile cívico-alegórico e shows. A programação foi intensa durante uma semana e marcada pela realização de leilão, competições esportivas, eventos religiosos, visitas e inaugurações de obras pelo prefeito Agenor Rezende. Veja abaixo as obras entregues pelo prefeito, como presente à comunidade mineirense: Praça da Juventude, no Setor Leontino. Nova sede da Universidade Aberta do Brasil – UAB – Polo Mineiros, no Setor Ioris.
Bloco do Curso de Direito da UNIFIMES. Sede própria da Superintendência Municipal de Trânsito – SMT, no Setor Aeroporto. Internet Pública (Sinal Aberto), na Praça Dep. José Alves de Assis – Centro. Ponte Aristóteles Sobral sobre o Córrego Mineiros, na Rua 10 – Centro. 1ª Etapa da Escola Municipal Prof. Juarez Távora de Carvalho, no Parque dos Jatobás Ponte sobre o Córrego Monte Alto, na zona rural. Ponte sobre o Córrego Valzinho, na zona rural. Ponte sobre o Córrego Matrinchã, na zona rural. FOTOS: ODONEL PERREIRA
Prefeito Agenor Rezende e equipe administrativa, durante visitas e inaugurações de obras
PREFEITURA INICIOU TROCA DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA A Prefeitura de Mineiros, através da Secretaria de Obras Urbanas, começou esta semana a troca de 1.200 conjuntos de iluminação pública nas principais ruas e avenidas da cidade. Um moderno sistema que vai beneficiar todos os moradores, facilitando seu acesso às ruas de Mineiros. O trabalho começou dia 10/11, com a instalação de 78 conjuntos de luminárias na 6ª Avenida (Centro). Cada conjunto possui luminária amarela, braço com três metros de comprimento, lâmpadas de 250W, vapor metálico e vai proporcionar inúmeros benefícios, como: mais eficiência na segurança pública, melhor imagem da cidade, favorecendo, assim, o turismo, o comércio e tráfego de veículos e pedestres.
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ESTADOS
GO E DF DEFENDEM PARCERIA PARA O ENTORNO Governadores Marconi Perillo e Rodrigo Rollemberg discutem parcerias para o Entorno do DF. A criação de núcleos de geração de emprego e melhorias para o transporte coletivo são prioridades
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FOTOS: WAGNAS CABRAL
esmo antes de tomarem posse oficialmente em seus mandatos, o governador reeleito de Goiás, Marconi Perillo, e o governador eleito do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, discutiram por duas vezes em Brasília, pauta antecipada de ações conjuntas que os dois governos irão desenvolver no Entorno do Distrito Federal, a partir de 1º de janeiro de 2015. Os dois estão criando uma comissão de representes dos dois governos, cada uma com três integrantes, para discussão dos temas que dizem respeito à atuação dos dois entes federativos. No encontro, o governador Marconi Perillo apresen-
tou a Rodrigo Rollemberg, que é senador da República, as ações que já estão sendo desenvolvidas pelo Governo de Goiás nas áreas de transporte público, saúde e segurança. Marconi informou sobre a construção dos hospitais regionais de Águas Lindas e de Santo Antônio do Descoberto, no Entorno Sul, que segundo ele desafogarão a demanda por serviços de saúde em Brasília. Além de segurança, saúde e transporte urbano, Marconi e Rollemberg discutiram a criação de núcleos de geração de emprego e renda na região, de forma a reduzir a demanda por emprego na capital federal, com o consequente aumento da renda nos municípios que fazem parte da Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno (Ride). Ambos ressaltaram que terão um relacionamento de alto nível com a presidente Dilma Rousseff e defenderão a ampliação de parcerias com o governo federal. Os dois governadores se comprometeram a trabalhar conjuntamente
‘Nossa agenda não terá fim. Será aberta o tempo inteiro. Vamos ter um relacionamento de muito diálogo’. Marconi Perillo
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para solucionar a demanda por transporte coletivo na região. Dentre os projetos está a reativação de uma linha férrea entre Brasília e Luziânia, que seria utilizada para transporte de passageiros. Marconi voltou a defender uma ideia que havia apresentado no início do atual mandato, no sentido de que o governo federal crie um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) específico para o Entorno do DF. Rollemberg gostou da proposta e disse que poderá ser tema das audiências que terão com a presidente Dilma Rous-
seff no decorrer de seus mandatos. Além de elogiar a disposição de Marconi para um diálogo permanente, o futuro governador brasiliense afirmou que os dois governos terão o melhor relacionamento possível. “Eu tenho um grande apreço pelo governador Marconi. Nossa relação não é de hoje”, disse Rollemberg, ao enfatizar que os dois vão atuar “de forma articulada”, porque isso será “bom para Goiás e bom para o Distrito Federal”. “Vamos viver um bom tempo para Região do Entorno
do DF”, ponderou. O governador Marconi Perillo disse ter saído “muito feliz” do encontro, porque sentiu da parte de Rodrigo Rollemberg disposição para atuar ao lado dele nos pleitos do Entorno de Brasília junto ao governo federal. “Nossa agenda não terá fim. Será aberta o tempo inteiro”, afirmou Marconi, ao enfatizar que já falou quatro vezes ao telefone com o governador eleito do GDF, do dia da eleição para cá. “Vamos ter um relacionamento de muito diálogo”, sintetizou.
GOVERNADOR VAI APROFUNDAR PARCERIAS COM OS MUNICÍPIOS O governador Marconi Perillo, em entrevista a imprensa, adiantou também que pretende aprofundar e qualificar ainda mais as parcerias com todos os prefeitos goianos para executar o plano de governo pactuado durante as eleições. Marconi disse que, passada a disputa das urnas, é preciso que Goiás e o Brasil se unam para enfrentar e solucionar os problemas da população.“Nós não nos preocupamos com os compromissos apenas à véspera e durante as eleições, porque temos a responsabilidade de levar a cabo nossos compromissos todo o tempo, onde quer que estejamos. É isso que eu quero fazer cada vez mais, que é buscar a união dos municípios, a união do Estado em favor de Goiás e dos goianos”, afirmou o governador. Marconi destacou o empenho da atual administração para reconhecer, combater e contornar as dificuldades financeiras herdadas do governo anterior para promover as obras e programas reivindicados pela população. Ele destacou os bons resultados conseguidos na área da saúde, da educação e da infraestrutura e afirmou que, no caso da segurança, fez o possível para diminuir o problema da violência.
DESAFIOS “Aprendi que é possível vencer os desafios trabalhando, suando a camisa, realizando, arregaçando as mangas, planejando as ações, enxergando atrás das montanhas”, afirmou Marconi. O governador disse ainda que após três mandatos à frente do Estado aprendeu que é “possível resolver situações simples ajudando os prefeitos, ajudando os municípios a enfrentar e vencer os seus desafios locais”.“Eu tenho essa visão, que é de enxergar o pequeno problema aos olhos de um governante estadual como aquele que é o maior problema daquela localidade e que portanto merece a minha atenção, merece a minha priorização, o meu apoio e o meu empenho”, observou o governador, para em seguida garantir que esse continuará sendo, “cada vez mais”, o princípio que norteará sua administração.
‘Vamos atuar de forma articulada, porque isso será bom para Goiás e bom para o Distrito Federal’. Rodrigo Rollemberg
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DE OLHO EM BRASÍLIA FOTOS: REPRODUÇÃO
PT JÁ MIRA 2018
CHEGA DE DISCURSO O clima está esquentando nos bastidores políticos de Brasília. Durante entrevista, o Presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (foto), alfinetou o PT e disse que a reforma política “não é apenas discurso”. Alves, que disputou o governo do Rio Grande do Norte e foi derrotado por Robinson Faria (PSD), lembrou que um grupo de trabalho chegou a elaborar uma proposta de reforma política no ano passado, que não foi votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por “uma obstrução feita pelo PT”. “Não é apenas discurso de fazer”, disse Alves. “É, na prática, tomar posições para perder ou para ganhar. Essa é uma manifestação que essa Casa tem obrigação, mais do que nunca, de votar”, declarou o peemedebista.
A presidente Dilma ainda comemorava a reeleição quando o presidente nacional do PT, Rui Falcão, antecipou o que pode acontecer daqui a quatro anos. Ele articulou que o
OPOSIÇÃO SE REFORÇA O recado já foi dado pela oposição em Brasília. Com a derrota do PSDB na disputa presidencial, a presidente Dilma Rousseff deverá enfrentar uma oposição reforçada por nomes tradicionais, com histórico no Executivo e no Congresso, e tende a ser mais aguerrida do que a enfrentada pela petista no seu primeiro mandato e muito concentrada no Senado. O motivo é que, apesar de ter tido a bancada reduzida de 12 para dez senadores, o PSDB contará com a participação do adversário da petista na disputa pelo Palácio do Planalto, Aécio Neves, e do candidato derrotado à vice, Aloysio Nunes. E tem mais, o eleito senador Ronaldo Caiado já prometeu oposição consistente ao PT.
ex-presidente Lula (foto) é o candidato natural do partido à Presidência em 2018. “Ainda é muito cedo, a Dilma acabou de ser eleita, mas eu pessoalmente defendo essa alternativa”, destacou.
13º SALÁRIO AQUECERÁ ECONOMIA DO DF O Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista) estima que o 13º salário deve aquecer a economia do DF em R$ 6 bilhões. Segundo a entidade, cerca de 1,7 milhão de pessoas receberão o abono. A expectativa é de que as vendas cresçam menos que em 2013 (3% contra 5% registrados ano passado), mas que o brasiliense gastará mais com presentes: neste ano as compras sairão em média R$ 97 em vez de R$ 95. De acordo com o sindicato, neste ano o comércio deve criar 4 mil empregos para o Natal. Em todo o país, o 13º salário deve movimentar a economia em R$ 158 bilhões, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
ATO CONTRA O ABORTO Mais de cinco mil manifestantes contrários ao aborto reuniram-se em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, dia 04/11, para protestar (foto) contra o projeto de lei em tramitação na Câmara Federal e cobrar a votação de outras propostas. A ação foi coordenada pelo Movimento Nacional da Cidadania Pela Vida Brasil Sem Aborto. Este foi
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o sétimo ato organizado pela entidade. O secretário-geral do Brasil Sem Aborto, Allan Araújo, disse que a principal preocupação do movimento é acompanhar a reforma do Código Penal, em tramitação no Senado. O texto prevê a descriminalização do aborto até o terceiro mês de gestação. Grupo pediu aprovação de leis que garantem direitos dos fetos.
Renata Carrijo
PROJETO AME, MAS NÃO SOFRA! O projeto Ame, mas não sofra!, da Subsecretaria de Políticas Sobre Drogas (Subad), da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejus), que ajuda famílias de dependentes químicos, completou um ano no dia 5 de novembro. A mãe do cantor e compositor Renato Russo, Carminha Manfredini (foto), foi convidada para dar seu testemunho de como foi ser mãe de um dependente químico em uma época em que pouco se falava sobre o assunto. Ela é uma das apoiadoras da iniciativa da Secretaria de Justiça. Em um ano de atuação foram realizadas cinco edições do Curso de Multiplicadores de Ações de Apoio às Famílias de Dependentes
DILMA VENCEU ‘PERDENDO’, AFIRMA AÉCIO Depois das eleições, o senador Aécio Neves (foto) retornou ao Senado acompanhado por cerca de 600 militantes tucanos. Na oportunidade, ele afirmou que o resultado das urnas fortalece a oposição e se declarou “revigorado” com o retorno, após uma semana de folga: “O governo da presidente Dilma venceu as eleições perdendo e eu e a Marina Silva (PSB) perdemos vencendo”. Aécio Neves criticou a forma como o governo Dilma atuou durante a campanha eleitoral. Segundo ele, os ataques do PT inviabilizam um diálogo produtivo entre a base aliada e a oposição. Por diversas vezes, o tucano aproveitou para cutucar a petista: “A presidente Dilma deve tomar muito cuidado, senão seu governo chega no primeiro dia de janeiro com cheiro de fim de festa”.
Químicos, tendo formado 602 pessoas. Também foi atingida a marca de 1.464 atendimentos a familiares de usuários de drogas e profissionais e voluntários atuantes na área. O projeto tem como público-alvo os familiares, uma vez que cabe a eles importante papel na recuperação do dependente químico e também na prevenção do uso de drogas.
PARA SORRIR OU CHORAR CRIATIVIDADE DOS NOSSOS
PARLAMENTARES Não é difícil, durante pesquisas na internet, encontrar alguns projetos de lei que são considerados verdadeiras ‘pérolas’ da vida parlamentar brasileira. O mais incrível, alguns deles foram votados e aprovados. Veja alguns desses projetos bizarros que fazem parte do folclore político nacional: Ø Pastor Reinaldo dos Santos (PTB) –Nova Friburgo - RJ Requer proibir que animais de estimação recebam nomes de pessoas com pena de multa. Ø Hiram Júnior (PFL) – Itapetininga - SP Um projeto de lei classificado por seus pares da cidade como “muito oportuno” institui o bolinho de frango como patrimônio cultural de Itapetininga. Ø Roger Lin (PSB) – São Paulo -SP Criaria em São Paulo o Dia do Fã
de Séries de TV que seria comemorado em 17 de Março. Ø Dílson Fortes (PTB) - Caicó, RN Obriga em lei a distribuição de Viagra para impotentes. Segundo o vereador, a disfunção erétil abala a auto-estima e pode estimular o alcoolismo, violência e suicídios. Ø Antônio Pedregal (PT do B) Rio de Janeiro -RJ Queria instituir no Rio de Janeiro o Dia Estadual do Cachorro, pois é o melhor amigo do homem.
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CHEGOU O FEIJÃO POIZÉ. EXPERIMENTE. A QUALIDADE VAI TE SURPREENDER...
AGRONEGÓCIO
A FORÇA DO TRABALHO NO CAMPO José Mário Schreiner, presidente da Faeg, explica como o agronegócio continua crescendo mesmo com a crise que se abateu sobre os demais setores da economia brasileira em 2014
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residente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner é claro: o principal entrave para um crescimento ainda mais representativo do agronegócio brasileiro é a falta de políticas públicas nacionais que atendam ao produtor rural. Condições deficientes de logística e transporte, falta de investimento em assistência técnica, burocracia e legislação defasada são os principais problemas enfrentados por trabalhadores e empresários do campo. Mas Schreiner, que ocupa ainda a presidência do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) de Goiás e o cargo de diretor-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ainda comemora as vitórias do setor, que mais gerou emprego e cresceu em 2014. Para o próximo ano José Mário prevê que a atuação dos produtores terá de ser ainda mais cautelosa, em virtude da recuperação dos estoques internacionais de grãos. Mas a expansão dos mercados e a ampliação da demanda mundial por alimentos ainda trará grandes oportunidades para o agronegócio brasileiro. Os indicadores mostram que o agronegócio foi um dos poucos setores da economia que apresentaram crescimento durante 2014, enquanto a in-
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O produtor rural brasileiro é um grande batalhador. Ele administra uma verdadeira empresa a céu aberto e hoje já é responsável pela contratação de um terço da força de trabalho empregada no Brasil José Mário Schreiner dústria, por exemplo, sofreu crises financeiras e demissões. A que o senhor atribuiu essa sustentação do setor? O principal fator responsável por fazer com que, mais uma vez,a agropecuária pudesse superar o crescimento dos demais setores da economia foi a incorporação de tecnologia. Além das adversidades climáticas, o setor foi capaz de superar outros inúmeros desafios que puseram à prova a sua competitividade, tais como logística e infraestrutura, juros elevados e falta de uma política agrícola. As potencialidades naturais (disponibilidade de terra e água), capital humano (produtores, trabalhadores e técnicos),
desenvolvimento de pesquisa científica específica para as condições brasileiras e a incorporação de tecnologia em todos os segmentos da agropecuária promoveram o aumento da produtividade e eficiência do setor. Todos esses fatores acabaram sendo os principais responsáveis para que o setor estivesse em condições de responder rapidamente às oportunidades oferecidas pelo mercado externo, como alta demanda por alimentos e energia. Sabemos que, apesar de bem sucedida, a agropecuária ainda enfrenta muitos problemas, como as más condições das rodovias. O que mais tem segurado o crescimento do agronegócio no Brasil e como o produtor tem lidado com esses gargalos? Sem dúvida, o produtor rural brasileiro é um grande batalhador. Ele administra uma verdadeira empresa a céu aberto e hoje já é responsável pela contratação de um terço da força de trabalho empregada no Brasil. O setor como um todo é muito influenciado por fatores exógenos e a falta ou insuficiência das políticas públicas são entraves fortes. Falamos de problemas logísticos relacionados a estradas, portos, ferrovias, falamos de problemas relacionados a aumento de custos, falta de assistência técnica qualificada, alta carga tributária e tantos outros. Porém, o principal de todos é sem dúvida o não reconhecimento do poder público de que o setor agropecuário bra-
Temos acompanhado o aumento dos índices de inflação, que preocupa a todos. Como o senhor avalia que o aumento dos preços dos alimentos afeta a produção rural? O processo inflacionário é uma ocorrência brutal que afeta diretamente a todos os brasileiros. No campo não é diferente. Sobe o preço do combustível, do defensivo agrícola e isso impacta nos custos e preços. O que não podemos perder de vista é que o setor agrícola tem sido um dos principais agentes de controle da inflação, através das ofertas abundantes de produtos alimentícios, que pesam no índice geral da inflação, amortecendo inclusive as explosões de preços do mercado internacional. O que podemos esperar do agronegócio durante o ano de 2015? Passamos por três safras seguidas de preços estáveis ocasionados pela alta demanda mundial e as perdas observadas nas safras de grãos em outros países, em especial os EUA. Em 2015, com a recupe-
FOTO: MENDEL CORTIZO
sileiro é a principal alavanca de crescimento desse País. Temos o potencial para ser o celeiro do mundo em termos de produção mundial de alimentos, mas falta investimento público para que isso se concretize. Diante de tantas situações adversas, o produtor tem procurado potencializar o seu negócio focando principalmente na redução dos custos de produção. O produtor não tem outra alternativa em relação à infraestrutura, que é o principal gargalo que afeta a produtividade, a não ser pressionar os governos para realizar investimentos necessários. Isso exige a luta pela ampliação de investimento em armazenagem em nível de propriedade rural, uma política agrícola de longo prazo e desburocratização no registro de defensivos agrícolas e nas legislações ambiental e fundiária, entre outras lutas. Para todas estas questões, a solução passa pela organização do setor em suas entidades representativas, como a Faeg, colaborando e participando dos principais debates em nível parlamentar e governamental, visando a elaboração de soluções que atendam da melhor forma todos os segmentos envolvidos.
Presidente da FAEG afirma que 2014 foi um ano de conquistas, apesar das dificuldades, mas aconselha cautela em 2015 ração dos estoques mundiais a partir desta última safra, os preços das principais commodities agrícolas estão em queda. Considerando a equação de custos altos e preços de produtos em baixa, causados pelo aumento da oferta, é possível que o mercado gere alteração na renda do produtor em 2015. Principalmente pelo fato de os produtores já terem adquirido seus
insumos para o próximo plantio, ainda a um custo alto. Será um ano que vai exigir muita precaução e atenção do produtor na comercialização, para aproveitar as poucas oportunidades que o mercado vai oferecer. Mesmo assim, a situação mundial ainda é de alta demanda, influenciada principalmente pelos países em desenvolvimento, como a China.
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MERCADO ECONOMIA
LANGONI DEFENDE ‘REVISÃO PROFUNDA’ NO PAPEL DO ESTADO Ex-presidente do Banco Central adianta que chegou o momento de se realizar no Brasil um verdadeiro ‘choque na economia’
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FOTO: REPRODUÇÃO
economista Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), defendeu recentemente uma “revisão profunda” do papel do Estado brasileiro na economia. “A modernização do Estado terá de ser implementada, ou sempre ficaremos atrasados em termos de investimentos”, disse Langoni durante palestra no 20º Fórum Internacional Supply Chain, promovido pelo instituto de logística ILOS. Segundo Langoni, a complexidade do Estado brasileiro, a obsolescência, o alto grau de burocracia e a multiplicação de processos de licenciamento são
limitadores dos investimentos, principalmente em infraestrutura. Diante desta realidade, ele argumentou que há necessidade de promover dois choques na economia. O primeiro choque, disse o economista, seria endógeno: uma revisão profunda do papel do Estado na economia brasileira. “Essa revisão tem de partir do princípio fundamental de que o Estado não tem capacidade gerencial de liderar esse processo de modernização (da infraestrutura). Ele pode ser regulador, árbitro de conflito de interesses, mas não pode monopolizar ter papel único na modernização”, detalhou. O segundo choque, por sua vez, seria exógeno. “O melhor caminho seria um novo ciclo de abertura da economia brasileira, negociada, mas que gera ganhos importantes em termos de transferência de tecnologia e inovação, e provocaria pressão saudável para que esses processos de investimento em infraestrutura e logística tomassem rumo”, disse. “O Brasil ainda é uma economia bastante fechada para padrões inclusive de economias emergentes.”
O Brasil ainda é uma economia bastante fechada para padrões inclusive de economias emergentes.
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INFRAESTRUTURA
Para Langoni, o atraso na infraestrutura brasileira é uma oportunidade para empresas estrangeiras, mas nem o fluxo ainda significativo de Investimento Estrangeiro Direto (IED) tem se traduzido em melhorias na infraestrutura ou ampliação da capacidade. “A atração desses investimentos talvez seja um dos caminhos mais interessantes, que talvez até ajude a reduzir papel do BNDES, que tem o seu limite”, disse o economista. O ex-presidente do Banco Central ainda citou um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) em que os investimentos em infraestrutura são indicados como uma saída para a crise em economias emergentes. “Não é uma questão ideológica, mas sim pragmática. Não é política de governo, mas sim de Estado. Independentemente de quem seja eleito, minha convicção é de que modernização da infraestrutura é uma prioridade absoluta e um atalho para o Brasil se livrar da armadilha atual de baixo crescimento”, frisou o economista. Os ganhos de eficiência trazidos no longo prazo, destacou Langoni, deveriam se somar ainda à redução da burocracia e da complexidade tributária, outros dois obstáculos que explicam o baixo investimento. “É uma agenda de Estado. Os benefícios são tão palpáveis que qualquer novo líder deve aderir”, disse. TEXTO: IDIANA TOMANELLI FONTE: AGÊNCIA ESTADO
SEM PROTEÇÃO, EMPRESAS INVESTEM EM PARAÍSOS FISCAIS Múltis brasileiras investem cada vez mais em paraísos fiscais. Ilhas Chavo já recebeu US$ 429 milhões em dois anos
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desistência do governo do Brasil de negociar acordos de proteção de investimento nos últimos anos tem levado as multinacionais brasileiras a buscar países considerados paraísos fiscais pela Receita Federal, como destino de seus investimentos diretos no exterior. Como resultado, quase metade dos chamados Investimentos Brasileiros Diretos (IBD) já se destinam a paraísos fiscais. No ano passado, 45,5% seguiram esse caminho, segundo dados do Banco Central. De janeiro a julho deste ano foram 47,5% do conjunto. Um caso curioso são as Ilhas Chavo, território britânico no Oceano Índico, que tem recebido cada vez mais investimentos brasileiros, mesmo funcionando apenas como uma base militar do Reino Unido em uma região remota do planeta. Foram US$ 286 milhões no ano passado e US$ 143 milhões este ano até setembro. A América Latina, por outro lado, em 2013 recebeu US$ 1,18 bilhão de um total US$ 18 bilhões de Investimentos Brasileiros Diretos. Ao mesmo tempo, os paraísos fiscais receberam US$ 8,2 bilhões. O caso do Chile é emblemático: há US$ 25 bilhões chilenos investidos aqui e apenas US$ 1 bilhão de recursos brasileiros investidos lá.
Para calcular os valores, o BC inclui na conta todas as remessas feitas por brasileiros que detêm ao menos 10% do capital da empresa que vai receber os recursos. A norma segue recomendação do Fundo Monetário Internacional (FMI). O estoque de IBD entre 2007 e 2013 é de US$ 295,4 bilhões. Desses recursos, US$ 42,3 bilhões estão na Áustria e US$ 30,7 bilhões, nos Países Baixos. Parte na indústria extrativa e, em segundo lugar, em atividades financeiras. Mas 40,5% desse estoque está em paraísos fiscais: Cayman, Ilhas Virgens Britânicas, Bahamas e Luxemburgo são os maiores. O Brasil abandonou o caminho dos acordos de proteção de investimento, ainda na gestão de Fernando Henrique Cardoso, quando todos os tratados desse tipo foram retirados do Congresso. Em seguida, Luiz Inácio Lula da Silva e agora Dilma Rousseff também deixaram de lado essas negociações. Cynthia Kramer, advogada especialista em comércio internacional do L.O. Baptista-SVMFA, diz que muitas empresas buscam hoje a proteção de um acordo desses por entender que há mais chances de reaver o investimento em caso de ruptura econômica ou política. “Os mais modernos acordos bilaterais de investimento têm a cláusula investidor-Estado.”
FATOR ARGENTINA
Fontes diplomáticas e empresariais ouvidas pela reportagem confirmam o movimento, mas explicam a decisão brasileira citando o caso recente da tentativa argentina de renegociar parte de sua dívida. Por ter um acordo de proteção de investimentos com os EUA, a Argentina pode ser acionada judicialmente por não honrar o retorno do investimento feito por algum americano. Sem o acordo de proteção de investimentos isso não seria possível. E é por isso que diplomatas e empresários defendem a assinatura, pelo Brasil, de tratados diferentes: Acordos de Cooperação e Facilitação de Investimento (ACFI). Esses documentos estabelecem que eventuais divergências serão resolvidas em uma mesa de negociação. Até o momento, o Brasil assinou dois ACFI: com Moçambique e Malawi, mas já apresentou a modalidade para Angola, Colômbia, Peru, África do Sul, Argélia, Marrocos, Tunísia e Nigéria.
Ilhas Chavo, território britânico no Oceano Índico, tem recebido cada vez mais investimentos brasileiros, mesmo funcionando apenas como uma base militar do Reino Unido
VEÍCULOS
MERCADO DE LUXO IGNORA CRISE DO SETOR O utilitário-esportivo Discovery Sport, da Jaguar, vai custar R$ 180 mil e será produzido pela fábrica de Itatiaia-RJ
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e olho no segmento de carros Premium, que cresce no Brasil mesmo quando o mercado, em sua totalidade, está em queda, a Jaguar Land Rover anunciou durante a realização do Salão Internacional do Automóvel, que produzirá no Brasil o utilitário-esportivo Discovery Sport, modelo que vai custar R$ 180 mil. Será o primeiro veículo a sair da linha de montagem da fábrica de R$ 750 milhões que o grupo está construindo em Itatiaia (RJ), a ser inaugurada em 2016. O utilitário que será lançado mundialmente no próximo ano chegará inicialmente ao País no primeiro semestre de 2015, importado do Reino Unido. O modelo já será vendido pelo preço da versão nacional, informou Terry Hill, presidente da Jaguar Land Rover do Brasil. Ele acredita que o segmento premium, que hoje responde por cerca de 2% das vendas totais de automóveis e comerciais leves no País, terá essa fatia ampliada para 3% a 5% em 2020. “Em dez anos é possível que essa participação chegue a 10%, se igualando à de países maduros”, disse o executivo. Para Phil Popham, diretor global da Jaguar Land Rover, o mercado brasileiro como um todo tem grande potencial e deverá passar das atuais 3 milhões de unidades vendidas ao ano para 5 milhões em 2020. “O segmento premium, que cresceu significativamente nos últimos anos, continuará crescendo.” A fábrica carioca terá capacidade para 24 mil veículos ao ano e o grupo
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FOTO: DIVULGAÇÃO
Discovery produzido no Brasil será comercializado a partir do próximo ano
ainda estuda quais serão os próximos produtos a serem produzidos localmente. Um modelo Jaguar não está descartado, informou Hill. O presidente da BMW do Brasil, Arturo Piñero, previu para este ano vendas de 49 mil a 50 mil veículos de luxo no País, uma alta de quase 10% ante as 45 mil unidades de 2013. O número inclui marcas de superluxo, como Ferrari e Porsche. O grupo inaugurou este mês sua fábrica em Araquari (SC) onde está produzindo o Sedã Série 3. O utilitário-esportivo X1 entrará na linha de montagem em breve. Outra marca de luxo, a Audi, inaugura sua fábrica em São José dos Pinhais (PR), no mesmo complexo da Volkswagen no próximo ano O grupo anunciou que o A3 sedã, o primeiro carro a ser fabricado no País, terá motor flex fabri-
cado pela Volkswagen em Taubaté (SP). No início de 2016 será a vez da Mercedes-Benz abrir sua fábrica de automóveis em Iracemápolis (SP). Hoje, no segundo dia dedicado à imprensa no Salão, foi a vez dos importados mostrarem suas novidades. A Porsche mostra modelos inéditos como o 911 Targa 4S e o híbrido 918 Spyder. HÍBRIDOS O presidente da Porsche do Brasil, Marcel Visconde, assim como executivos de outras marcas de luxo, informaram que modelos híbridos e elétricos só serão viáveis no País com novas regras no programa de incentivos ao carro verde. No mês passado o governo anunciou a redução do Imposto de Importação desses modelos, mas não incluiu versões plug-in (que pode ser recarregada na tomada) e as somente elétricas. A Jaguar traz o XE - que muitos apostam que pode ser produzido no Brasil futuramente - e a nova versão do XF. A Susuki mostra várias versões do jipe Jimny, que está sendo fabricado no Brasil desde o ano passado e uma edição especial do Grand Vitara que tem como atrativo um sistema que elimina o estepe. O salão abre as portas ao público do Anhembi nesta quinta-feira, às 14h, após cerimônia de inauguração que terá a presença do ministro do Desenvolvimento, Mauro Borges, representando a presidente Dilma Rousseff. TEXTO: CLEIDE SILVA FONTE: AGÊNCIA ESTADO
GOIÁS RECEBE PRIMEIRA CONCESSIONÁRIA DA MOTOCAR Unidade implantada na capital pretende vender 15 triciclos por mês. Inicialmente três modelos serão comercializados
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ara disponibilizar uma opção que tenha o custo semelhante ao de uma moto, mas com a conveniência de um carro, Goiás está recebendo a primeira unidade da Motocar. Desde o dia 22 de novembro, a fábrica de triciclos instalada na zona franca de Manaus e única do Brasil a produzir veículos de três rodas homologados. Esta novidade está sendo aos moradores de Goiânia e de todo o Estado. A concessionária está instalada na Avenida Castelo Branco. A marca fornece ao mercado três modelos de triciclos. Dois deles são voltados para o transporte de carga, podendo carregar até 2.250 litros, o equivalente a cargas de até 350kg. A Motocar produz veículos de três rodas homologados nas versões MCA-200, com carga aberta, a partir de R$ 13.900,00, e o MCF-200, com baú isotérmico para o transporte
Além de apresentar economia de combustível (25 km por litro na versão carga) o Motocar dispensa o uso de capacetes
de cargas com necessidades específicas, no valor de R$ 14.900, ambos sem a inclusão do frete. Estes modelos são recomendados às empresas ou pessoas que desejam transportar diferentes tipos de materiais ou investir em uma opção mais barata de logística. Além dos modelos de carga, a Motocar desenvolveu uma versão para passageiros. Além do condutor, é possível transportar mais duas pessoas e bagagem de até 25kg. Neste caso, o MTX150 é comercializado no valor de R$ 11.500,00, sem a inclusão do frete. As três versões possuem um eixo cardan utilizado na transmissão, o que permite mais potência no torque, confiabilidade e durabilidade. Com o intuito de fornecer ainda mais conforto ao condutor, ambas as versões disponibilizam em seu sistema de transmissão a marcha à ré, facilitando a
locomoção nas mais diversas manobras. Além disso, os triciclos possuem mais de 20 itens de segurança, como extintor de incêndio, freio de mão, vidro laminado, além de apresentar economia de combustível (25 km por litro na versão carga) e dispensar o uso de capacetes. O investimento para abertura da primeira concessionária em Goiânia foi de R$ 500 mil. Após a inauguração, o empresário Frederico Taveira Lopes prospecta vender, em média, 15 triciclos por mês. Esta é a 19ª unidade da Motocar no Brasil, que possui como meta fechar o ano com 25 concessionárias em funcionamento. A próxima inauguração da marca será realizada em Macapá, no Amapá. Nos últimos meses, a Motocar desenvolveu um protótipo de triciclo destinado a cadeirantes. O projeto tem como objetivo oferecer uma nova alternativa móvel às pessoas com deficiência, além de facilitar, viabilizar e baratear seu transporte.
Esta é a 19ª unidade da Motocar no Brasil, que possui como meta fechar o ano com 25 concessionárias em funcionamento
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EMPRESA
PNEU SERÁ FABRICADO COM CASCA DE ARROZ A Goodyear vai usar casca de arroz na produção de pneus. Empresa já negocia compra da matéria prima na Ásia, Estados Unidos e Brasil
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casca do arroz vai assumir, em breve, o papel de matéria-prima na fabricação de pneus de uma das maiores fabricantes do mundo. Após um período de estudo de quatro anos, a americana Goodyear descobriu ser possível obter, a partir da queima das cascas, a sílica - substância usada principalmente em pneus de alta performance. Extraído hoje principalmente da areia, o elemento tem a propriedade de reduzir o atrito do pneu com o chão, o que proporciona economia de combustível. A empresa diz estar em negociação com possíveis fornecedores de casca de arroz da Ásia, dos Estados Unidos e do Brasil. Os nomes dos parceiros ainda não são revelados. O diretor de programas de ciência e tecnologia na Goodyear, Surendra Chawla, afirma que a expectativa da companhia é começar a usar esse novo tipo de sílica no início do ano que vem. A ideia é substituir a sílica obtida da areia pela derivada das cascas de arroz. “Nós esperamos que os consumidores continuem
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comprando esses pneus (com sílica na composição)”, diz. “Para alguns, o lado ambientalmente responsável do processo de produção pode deixá-los mais propensos a comprar o pneu.” A empresa afirma que continuará a usar a sílica vinda da areia - apesar de ser um processo mais custoso e complicado - porque as cascas de arroz fornecidas pelos parceiros não serão suficientes para atender à demanda. Para obter 1,3 kg de cinzas com sílica é preciso queimar entre 6,3 kg e 6,8 kg de cascas de arroz. O preço para o consumidor será o mesmo do pneu que já contém a sílica vinda da areia, segundo a companhia. A durabilidade do produto também é a mesma. MERCADO Encontrar formas mais sustentáveis de produzir pneus é uma preocupação crescente do setor. A Continental, por exemplo, integra um consórcio de institutos de pesquisa e parceiros industriais que voltam sua atenção para o dente-de-leão - flor cujas sementes se espalham
pelo ar com um sopro. O látex da planta medicinal produz uma borracha com a mesma qualidade da seiva da seringueira, segundo descobertas de pesquisadores alemães. A fabricante de pneus Michelin, a petroquímica Braskem e a empresa de biotecnologia Amyris são parceiras no desenvolvimento de uma tecnologia que usa açúcares de plantas, como cana-de-açúcar, para produzir isopreno renovável - composto usado na produção de pneus. Para Robert Wieselberg, sócio da Mindpartners, consultoria em estratégia de negócios e marketing, as iniciativas sustentáveis são consequência da necessidade da indústria de reduzir os danos ambientais e usar menos derivados do petróleo. É também, segundo o especialista, uma resposta às pressões da sociedade em torno dos três “erres”: reduzir, reciclar e reutilizar. “Numa indústria que tem pouca diferenciação, é interessante ver as marcas tentando criar um vínculo emocional diferente com o consumidor”, diz.
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NAVEGAR É PRECISO
GOOGLE APRESENTA PÍLULA QUE DETECTA O CÂNCER
D INGLÊS GRATIS NO CELULAR Agora você pode aprender inglês sim. Ficaram no passado os tempos em que era preciso ir a um instituto ou a uma escola para aprender um novo idioma. No Século XXI, a Internet mudou radicalmente o ensino e, sobretudo, o uso do celular. Agora é possível aprender inglês à distância, de qualquer lugar em que haja acesso à Internet, através de um celular ou de um tablet. Essa é a proposta da startup Ingles-Curso.com, que oferece um aplicativo para celulares Android e tablets Android. Ela oferece o curso completo de inglês em três níveis (principiante, intermediário e avançado), totalmente livre e gratuito. O aplicativo foi criado com a tecnologia mais moderna, para ser utilizado em qualquer celular ou tablet Android. O curso foi elaborado em 38 lições, tem dicionário e tradutor online, assim como três exames virtuais, para o estudante testar seu nível de conhecimento do idioma inglês. Esse aplicativo do curso de inglês já foi usado por mais de 500.000 alunos em todo o mundo. É a nova forma de aprender um idioma através do celular.
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etectar um câncer pode se tornar tão fácil como tomar uma pílula no futuro próximo. O Google está trabalhando num dispositivo wearable com nanotecnologia capaz de encontrar células cancerígenas dentro do corpo. Um dos cientistas da empresa americana, Andrew Conrad, apresentou o projeto numa conferência do Wall Street Journal Digital. No projeto, minúsculas partículas são programadas para se espalhar por todo o corpo através da pílula e travar as células anormais. Em seguida, o dispositivo wearable “chama” as nanopartículas de volta para perguntar-lhes o que está acontecendo com o corpo e para saber se a pessoa que engoliu a pílula
tem câncer ou outras doenças. Este é o terceiro projeto em uma série de iniciativas de saúde do Google. A equipe já desenvolveu uma lente de contato inteligente que detecta os níveis de glicose para diabéticos e utensílios que ajudam a gerenciar tremores nas mãos em pacientes de Parkinson. O projeto ainda está na fase dos testes, mas o Google se mostra esperançoso para fazer com que essa tecnologia se torne uma realidade para a medicina na próxima década. Fonte: www.administradores.com.br Com informações do TechCrunch
TURBINANDO A TARTARUGA Agora é para valer. A partir deste mês, as operadoras de banda larga fixa e móvel com mais de 50 mil clientes devem garantir 80% da velocidade média contratada e 40% da velocidade instantânea - medida a qualquer momento no mês. Os padrões exigidos estão sendo atualizados desde novembro de 2012, quando as regras estipuladas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) passaram a valer. Na época, exigiase 60% da velocidade média e 20% da instantânea, em um momento
em que a velocidade entregue era de cerca de 10% do contratado. Em 2013, a taxa mínima subiu para 70% e 30%, respectivamente. Isso significa que, na média mensal, a operadora deve entregar 8 Mbps a um cliente que contratou um plano de 10 Mbps. E, medida em qualquer dia do mesmo mês, não deve ser menor que 4 Mbps. No caso de um plano de internet móvel 3G, que tem 1 Mbps oferecido com velocidade máxima, o mínimo entregue deve ser de 800 Kbps; medida a qualquer instante, deve entregar 400 Kbps.
Gutemberg Oliveira
COMO SERIA SUA VIDA SEM ELES? Tente imaginar como seria sua vida em 1964. Muito diferente? Pode apostar que sim. Muitas coisas consideradas essenciais hoje sequer existiam meio século atrás. Vamos fazer uma viagem no tempo e mostrar 05 coisas que fazem parte do seu dia a dia e não existiam há 50 anos:
TELEFONE CELULAR Você é do tipo que não desgruda do celular nem na mesa do bar? Imagine então como era viver sem ele. Depois de algumas empreitadas em telefonia móvel (que já havia chegado em forma de aparelhos peso-pesado instalados em
carros), o primeiro protótipo do celular da maneira que conhecemos apareceu em 1973. John F. Mitchell, então engenheiro chefe da Motorola, foi o responsável por criar o primeiro telefone celular, que pesava 1 kg (!). Em 1983 a Motorola lançou o DynaTAC 8000x, primeiro modelo disponível comercialmente. No Brasil, o aparelho só chegou em 1990.
VIDEOGAME A história dos jogos eletrônicos começou na década de 1940. Em 1947, Thomas T. Goldsmith Jr. e Este Ray Mann registraram a patente de um “dispositivo de diversões com tubo de raios catódicos” – o que não parecia tão divertido assim, na verdade. Mas, não muito depois da invenção mirabolante da dupla, surgiam os primeiros jogos de computador – opções de entretenimento em vídeo analógico lançados na década de 1950. Em 1972 foi lançado o primeiro console que podia ser conectado à TV, o MagnavoxOdyssey,
inventado por Ralph H. Baer e representante da primeira geração de videogames. O console se tornou mais popular com o lançamento do Atari, que chamou atenção do mercado para o produto que segue crescendo – hoje, considera-se que os consoles estão em sua 8ª geração, com o lançamento de plataformas focadas em maior conectividade, como é o caso do Wii U e o Nintendo 3DS.
CÂMERA DIGITAL Hoje elas estão sempre no bolso – câmeras digitais integradas ao celular permitem não apenas o registro ágil de imagens, mas o seu compartilhamento imediato. Algo considerado tão corriqueiro era impossível pouco mais de 20 anos atrás. O engenheiro da Kodak, Steve Sasson, foi o responsável por criar o primeiro modelo de câmera digital em 1975. A máquina pesava 3,6kg e gravava imagens em preto e branco, em uma fita cassete compacta com uma resolução de apenas 0,01 megapixels. O protótipo de teste não foi desenvolvido para a comercialização, mas foi o
pontapé inicial para o desenvolvimento da importante tecnologia. A primeira câmera realmente digital disponível comercialmente, a DycamModel1 (ou Logitech Fotoman), só apareceu em 1990. O modelo já permitia o armazenamento digital interno de imagens e podia ser conectada ao computador para download das imagens. Começava assim a popularização do formato, que relegou a fotografia analógica a um nicho de mercado – e a filtros no Instagram.
TV EM CORES Os testes iniciais para o desenvolvimento da TV em cores começaram no início dos anos 1900 e na década de 1950 os laboratórios RCA criaram o sistema definitivo de transmissão. Ela já estava por aí 50 anos atrás, é verdade, mas só se popularizou e chegou amplamente às casas no final da década de 1960.
MP3 As pesquisas que permitiram o desenvolvimento deste revolucionário formato de áudio começaram na década de 1970. Na época, o objetivo dos estudos não era facilitar o compartilhamento das últimas músicas da banda do momento – a ideia era desenvolver uma forma de transmitir fala em alta qualidade através de linhas telefônicas. O formato de compressão de áudio MPEG AudioLayer3, ou MP3, foi oficializado em 1995. A compressão (que apresenta perdas quase imperceptíveis ao ouvido humano) representa uma redução do tamanho do arquivo de áudio em quase 90%. A Apple não venceu esta corrida. O MP3 Player, aparelho que permite armazenar e reproduzir arquivos de áudio no formato, surgiu em 1998. O chamado MPMan foi criado pela empresa sul-coreana SaeHanInformation Systems, e chegou ao mercado três anos antes do iPod, lançado em 2001.
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EU VI NA WEB
HOMEM SERÁ ENGOLIDO POR SUCURI GIGANTE Americano usou traje especial para sobreviver ao bote. Petição na internet defende boicote à emissora em defesa do animal
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O programa Eaten Alive está previsto para estrear no dia 07 de Dezembro, no canal fechado Discovery Channel
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programa ‘Comido Vivo’ (Eaten Alive) do canal de TV Discovery Channel, promete adrenalina pura a seus assinantes. Um documentário que será exibido em dezembro vai mostrar o especialista em vida selvagem Paul Rosolie, de 30 anos, sendo engolido por uma sucuri gigante. O programa já foi gravado e, ao que tudo indica, Paul ainda está vivo e bem, pois segue postando em redes sociais. De acordo com um trailer, Rosolie usou um traje especial para ser engolido. As imagens do momento em que a cobra o abocanhou, no entanto, não foram divulgadas. A produção causou reação de defensores dos animais que consideram que fazer uma cobra engolir uma pessoa e depois puxar o “alimento”, como teria sido feito para o filme, é algo cruel. Uma petição online que defende boicote ao canal tem pouco mais de 2 mil assinaturas. “Isso é abuso de animais em seu mais alto grau e absolutamente repulsivo, e poderia matar a cobra”, diz a petição. Rosolie se defendeu pedindo que aqueles que o criticam conheçam mais seu trabalho para saber que não seria capaz de machucar um animal. A sucuri é a maior espécie de serpentes do mundo. A maior já encontrada tinha 11 metros e 65 centímetros. Já foi também tema do filme de terror “Anaconda”, de 1997, que conta a história de uma equipe da National Geographic que é perseguida por uma sucuri gigante. As cenas do filme foram gravadas no Brasil e no Peru.
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EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA FOTOS: REPRODUÇÃO
PLANETA PODE TER 11 BILHÕES DE HABITANTES EM 2100 Ao contrário do que previam os especialistas em demografia, a população mundial deverá crescer sem parar até o fim do século 21
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om a aplicação de ferramentas estatísticas sofisticadas, um novo estudo indica que o Planeta tem alta probabilidade de chegar ao ano de 2100 com 11 bilhões de habitantes - dois bilhões a mais do que as estimativas anteriores. De acordo com a pesquisa, publicada em setembro último, a maior parte da explosão populacional ocorrerá na África, que poderá quadruplicar sua população e chegar ao fim do século com 4 bilhões de pessoas. O estudo também prevê que, em 2100, a população do Brasil estará mais envelhecida que a população atual do Japão. Originalmente, esperava-se que a
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Estudo também prevê que, em 2100, a população do Brasil estará mais envelhecida que a população atual do Japão população do Planeta - com 7,2 bilhões de habitantes atualmente - atingiria um pico de 9 bilhões em 2050, para depois se estabilizar, ou até mesmo declinar. Mas o novo estudo, coordenado pela Universidade de Washington e pela Or-
ganização das Nações Unidas (ONU), revela uma probabilidade de 80% de que a população mundial aumente para um número entre 9,6 e 12,3 bilhões de habitantes até 2100. De acordo com um dos autores do estudo, Adrian Raftery, da Universidade de Washington, o artigo analisa os dados mais recentes da ONU sobre população mundial, publicados em julho. “Aquele foi o primeiro relatório populacional oficial da ONU a empregar a metodologia conhecida como probabilidade bayesiana, que combina todo tipo de informação disponível para gerar previsões com margens de erro muito menores”, disse Raftery. Segundo Raftery, antes os relató-
rios se baseavam em cenários, que não permitiam considerar tantas nuances. “Sem considerar probabilidades, os cenários tinham 50% de chance de levar a conclusões erradas. Usando inferências estatísticas, pudemos estreitar a gama de resultados possíveis - o que será útil para a discussão de políticas públicas”, explicou. O estudo indica uma probabilidade de 70% de que a população mundial não se estabilize neste século. “Isso coloca a questão populacional de volta como prioridade na agenda internacional”, declarou. O estudo mostrou que a África, hoje com um bilhão de habitantes, tem 80% de chances de chegar ao fim do século com população entre 3,5 e 5,1 bilhões de pessoas. “A principal razão para isso é que as taxas de natalidade na Áfri-
ca Subsaariana não têm caído tão rápido quanto se previa”, disse Raftery. As mudanças nos outros Continentes são menores, de acordo com as novas estimativas. A Ásia, hoje com 4,4 bilhões, deverá ter um pico de 5 bilhões em 2050, para começar a declinar depois disso. A América do Norte e a Europa deverão ficar com menos de um bilhão de habitantes cada. A população da América do Sul deverá chegar a 467 milhões de habitantes em 2100, de acordo com o estudo. No conjunto da América Latina e Caribe, a previsão é de 736 milhões de habitantes até o fim do século.
ENVELHECIMENTO Outro aspecto considerado no estudo foi o provável nível de envelhecimento da população em diferentes pa-
íses. A medida usada para isso é a taxa PSR (Potential Support Ratio), que consiste na razão entre a população economicamente ativa - de 20 a 64 anos - e o número de pessoas com mais de 65 anos. Quanto mais baixa a taxa PSR, mais envelhecida a população. O estudo prevê que a população brasileira, em 2100, estará mais envelhecida que a população atual do Japão. A taxa PSR do Brasil, que atualmente é de 8,6, cairá até o fim do século para 1,5. Atualmente, a taxa PSR mais baixa do mundo é a japonesa, com 2,6. De acordo com o artigo, o único país que terá taxa PSR acima de 3 no fim do século é a Nigéria, que passará do índice atual de 15,8 para 5,4. TEXTO: FÁBIO DE CASTRO FONTE: AGÊNCIA ESTADO
BRASIL
JÁ SOMOS MAIS DE 200 MILHÕES O Brasil tem uma população estimada em 201.032.714 habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado, referente a 1º de julho deste ano, foi publicado no “Diário Oficial da União” . Na resolução, assinada pela presidente do Instituto, Wasmália Socorro Barata Bivar, estão as estimativas populacionais de todos os municípios do País. Segundo o IBGE, o Brasil tem 7.085.828 habitantes a mais que o registrado em 1º de julho de 2012, quando a população era de 193.946.886. Entre as unidades da federação, o estado mais populoso continua sendo São Paulo, que conta com 43,6 milhões de residentes. O estado de Minas Gerais tem 20,5 milhões de habitantes. O Rio de Janeiro ocupa a terceira posição, com 16,3 milhões de habitantes. Bahia tem 15 milhões de pessoas e o Rio Grande do Sul, 11,1 milhões. O estado menos populoso é Roraima, com 488 mil habitantes. A cidade de São Paulo é a que pos-
Praia lotada no Rio de Janeiro. Como estará em 2100?
sui a maior população do País: 11,8 milhões (número que é maior que o de 22 estados e do Distrito Federal). No posto de cidade menos populosa do Brasil está Serra da Saudade (MG), com 825 habitantes. Borá (SP), que aparecia empatada com o municí-
pio mineiro até o ano passado, tem hoje 834 residentes. A projeção das populações é feita anualmente, a pedido do Tribunal de Contas da União (TCU), e serve de base para o repasse de recursos do orçamento aos municípios.
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ESPORTE
LEGADO DA COPA DO MUNDO NO BRASIL Obras prometidas para a Copa só vão ficar prontas para as Olimpíadas de 2016. Algumas obras foram praticamente abandonadas pelas construtoras
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Copa do Mundo já passou, mas há um conjunto de obras prometidas ainda para o Mundial que só ficará pronto, com sorte, para a Olimpíada de 2016. Algumas das obras selecionadas em levantamento feito pelo ‘Estado’, cujos investimentos somam R$ 3,2 bilhões, não têm nem data para a conclusão. Outras foram abandonadas no meio do caminho pelas construtoras. O atraso atinge, sobretudo, os empreendimentos de mobilidade, que foram “vendidos” à população como o principal legado dos grandes eventos. Os dados globais de gastos com a Copa, reunidos pela Controladoria-Geral da União (CGU), confirmam a lentidão governamental. O órgão monitora o andamento de 324 ações voltadas ao Mundial, entre obras e programas como o de segurança e informação ao turista. No conjunto, elas somam R$ 25,4 bilhões Mas, até setembro, haviam sido desembolsados R$ 17,1 bilhões - ou 67,3% do total. A diferença refere-se, principalmente, a obras ainda não concluídas. Em Cuiabá, Mato Grosso, a construção de uma via de 22,4 quilômetros para instalar um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) mergulhou numa espiral de problemas. O empreendimento, que teve seu contrato assinado em junho de 2012, deveria ter sido entregue em março deste ano. Já no fim de 2013, porém, sabia-se que não seria possível cumprir o prazo e um termo aditivo foi assinado, prorrogando a data para dezembro de
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FOTO: ALTAIR SANTOS
Uma das várias obras atrasadas no Brasil, corredor de BRT em Cuiabá não tem data certa para conclusão
O atraso atinge, sobretudo, os empreendimentos de mobilidade, que foram “vendidos” à população como o principal legado dos grandes eventos 2014. Agora, no entanto, percebe-se que, mais uma vez, não haverá como entregar a obra. “Evidente que todos nós queríamos entregar as obras, mas ainda não foi possível. Estamos discutindo mais um aditivo com o consórcio, para estender o prazo para dezembro de 2015. E, se não for suficiente, teremos de adiar ainda mais”, diz Maurício Guimarães, Secre-
tário da Copa do Mundo do governo de Mato Grosso As obras do VLT de Cuiabá são tocadas por um consórcio que reúne as empresas CAF, CR Almeida e Santa Barbara, além das projetistas Magna e Astep. Segundo o governo, a execução física do projeto só alcançou 40% até agora. O custo da obra, afirma Guimarães, continua em R$ 1,477 bilhão.
DE CAMAROTE herculesdiasturismo@gmail.com
CAROLINA DETERMINADA NATANRY EM ALTA Jornalista e professora universitária do Distrito Federal, Natanry Dias, filha deste escriba, está cada vez mais em alta. Termina mestrado em Turismo e já pensa em alçar novos voos.
O VELHO GUERREIRO Empresário de comunicação e estreando nos negócios imobiliários, Júlio Capparelli, de Rio Verde e o competentíssimo Secretário Municipal de Ciências e Tecnologia, Fausto Capparelli, filho do velho guerreiro.
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A bela Carolina Servian, aniversariante de outubro, estudante do curso de Biomedicina da UFG de Jataí, se prepara para conquistar novos horizontes. Determinada, Carol está preparada para brilhar cada vez mais. Na foto, ao lado do namorado estudante de Fisioterapia na UFG, o não menos Ítalo Galo.
SUCESSO NO SICREDI Anderson Wolff, gerente geral da unidade do Sicredi em Rio Verde, talentoso, prestativo e estimado por todos que o conhecem. Na foto, ao lado do HD, um dos cooperados daquela cooperativa de crédito.
ALEXANDRE: CONQUISTAS Servian participou, nos dias 10, 11 e 12 deste mês, do Startup Weekend, no Sebrae de Goiânia. O evento, que enfocou a criação de startups e no relacionamento de pessoas de diferentes áreas, acontece em todo mundo, no mesmo dia. A equipe de Alexandre, composta por Ana Maria Linhares de Almeida, Leandro Gonçalves Rosa, Melainy Ferreira de Lima, Moulay Youssef Zin El Abidine, Natália Borges, Tosta, Ana Cláudia Rocha Bueno e Thaise O. Matos ficou em terceiro lugar, com o projeto Faxina Legal, que reúne profissionais domésticos em um ambiente onde “eu , que estou precisando de uma diarista, entrei no sistema e achei a faxineira que mais corresponde ao meu perfil”. A ferramenta vai aceitar empresas que prestam o serviço de limpeza, assim aumentando mais ainda o leque de opção do usuário que busca esse serviço.
LIDERANÇAS RIO-VERDENSES Encontro de jovens lideranças políticas de Rio Verde: presidente eleito da Câmara Municipal de Rio Verde, Iran Mendonça, deputado estadual eleito pelo Tocantins, Valdemar Júnior e Lissauer Vieira, empresário rural e de comunicação e que se elegeu deputado estadual por Goiás nas últimas eleições.
com Hércules Dias A GRIFFE DO COLUNISMO
O SEGREDO DE UMA EMPRESA É verdade que o sucesso de uma empresa não se mede apenas pela dinâmica administrativa e visão empreendedora de seus proprietários. É preciso muitos mais... Quem se hospeda no Pilões Palace Hotel, em Mineiros, pode perceber o quanto um atendimento personalizado e caloroso faz a diferença. Se o cliente gostar de uma boa prosa, pode, até mesmo, desfrutar da atenção especial e amizade do casal Dr. Nilton Carvalho de Souza e Vera Lúcia, que
dirige o Pilões há 26 anos e recebe a todos com o carinho de sempre.
TROFÉU GEÓRGIA GOMIDE Aconteceu na noite do dia 27 de outubro a entrega do Troféu Geórgia Gomide à Golda Boruchowski (gerente-geral do Hotel TRYP Higienópolis, administrado pela rede Meliá Hotels International) e Aninha Monteiro (colunista social). Criado pelo jornalista e historiador da televisão brasileira Jaime Palhinha, o troféu homenageia pessoas ou artistas que tenham contribuído para causas beneméritas. A entrega da estatueta foi feita pelo jornalista, relações públicas Ovadia Saadia, presidente da FEBRACOS – Federação Brasileira de Colunistas Sociais, durante coquetel no hotel TRYP Higienópolis. O evento contou com as presenças da cantora Vanusa, Marly Lamarca, Lilian Gonçalves, Zaine Assaf, Maria Emilia Genovesi, Christiane Abrão, Simone Poniatowski, Tadeu Ribeiro, Suely Couto (Colunista), entre outros.
TRIPLA COMEMORAÇÃO Hércules Dias, Léo Panne e Jesuíno Alberto, o ex-craque de futebol Zuíno, juntamente com Luciano Pinho e Carlão Batera, na festa em comemoração á passagem de seus aniversários, no último mês de setembro, no Bar da Sirlene, no Setor Bueno, em Goiânia.
ALTO NÍVEL Na inauguração da Havan, em Rio Verde, Hércules Dias e sua mulher Sirley do Prado
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GENTE QUE FAZ
AÇÃO SOCIAL NO INSTITUTO POLITRIZ Projeto atende aproximadamente 400 menores, que buscam um futuro com mais oportunidades
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rojetos na área de ação social ganham espaço nas grandes empresas brasileiras. Desde 2010 tem sido assim na Politriz, com sede em Uberlândia, que inaugurou o Instituto Politriz – um centro de formação para crianças e adolescentes de 6 a 15 anos – com uma filosofia voltada para o desenvolvimento físico, social e cultural de seus participantes,
formando futuros e honrados cidadãos. Hoje, com três unidades de atuação, o Instituto atende aproximadamente 400 menores, oferecendo refeições, oficinas de informática, artes, capoeira, hip hop, jazz e evangelização. Além disso, as crianças aprendem a reciclar e assim colaboram com o futuro do Planeta. A administradora da instituição, Dorisnei Firmino Costa, comenta que
o projeto é baseado no amor ao próximo, e é tão contagiante que consegue despertar o sentimento de solidariedade. Hoje o Instituto Politriz, com o seu marketing social, não só conscientiza os colaboradores da indústria, mas também a sociedade como um todo. MAIS INFORMAÇÕES: WWW.POLITRIZ.IND.BR
DESTAQUE EM VENDAS SETEMBRO – 2014
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Representante Gilmar Souza Cruz, de Jataí-GO, recebendo das mãos do empresário Paulo Renato Carrijo o certificado como melhor vendedor da marca Poizé no mês de setembro – 2014.
DITO E FEITO
Quando lhe jurei meu amor, eu traí a mim mesmo
Meu egoísmo é tão egoísta que o auge do meu egoísmo é querer ajudar Não se drogue por não ser capaz de suportar sua própria dor. Eu estive em todos os lugares e só me encontrei em mim mesmo
Ninguém morre, as pessoas despertam do sonho da vida
Vivemos num mundo onde nos escondemos para fazer amor! Enquanto a violência é praticada em plena luz do dia
Toda mudança positiva começa por nós mesmos quando aceitamos nossas falhas e não temos medo de reconhecê-las
RAUL SEIXAS
MC GUI E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém JOHN LENNON
Se um dia fecharem-lhe as portas da vida, pule a janela AUGUSTO CURY
Eu sou o cara mais mal-humorado do mundo. Sou tímido, chato e ranzinza. Não gosto que me achem engraçado na rua. As pessoas olham para mim, começam a rir e eu fico furioso.
Sou uma menina. Já namorei, mas não deu certo por vários motivos. Eu prefiro namorar do que ficar com qualquer um. Gosto de ter alguém para conversar, me apoiar. Sou calminha
RENATO ARAGÃO
BRUNA MARQUEZINE
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COMPORTAMENTO
PAIS VIGIAM FILHOS NA Se antes o acompanhamento da vida escolar dos filhos era por boletins bimestrais e encontros com professores, hoje a vigilância é em tempo real e à distância
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ais e colégios reforçam a aposta em plataformas online, redes sociais e reuniões transmitidas ao vivo para conversar sobre os
alunos. As ferramentas também são uma saída prática para famílias participativas, apesar da rotina corrida. Para especialistas, a tecnologia ajuda, mas não deve substituir o contato presencial. A artista plástica Adriana Bertini costuma viajar a trabalho, mas tenta não ficar longe dos filhos Lorenzo, de 4 anos, e Alice, de 3. Para saber cada passo das crianças na escola, mesmo quando está fora do País, a solução foi usar o aplicativo de mensagens WhatsApp. “No início, eu ficava super ansiosa com essa distância. Agora tenho mais con-
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O contato virtual aproxima as famílias da escola, mas não deve ser a única ponte para uma comunicação eficiente fiança ao receber vídeos e fotos das crianças, saber se estão comendo bem”, garante. Adriana recebe ao menos três mensagens diárias da escola dos filhos, o Colégio Mater Dei, no Jardim Paulista, zona oeste da capital. Ela fica informada sobre as atividades em classe, além de pequenos problemas, como quedas ou enjoos. Segundo ela, às vezes é mais fácil receber notícias dos meninos pela escola do que pelo marido. “Na pressa, nem sempre ele consegue mandar vídeos e fotos das crianças”, conta. O recurso também faz o papel da agenda, para recados. “Só não podemos abusar da ferramenta para não perder essa relação.” Lucila Cafaro, coordenadora da educação infantil do Mater Dei, afirma que a maioria dos pais usa as redes para
pedir informações sobre os filhos. “Mas o contato fica centralizado em mim, para não atrapalhar o trabalho das professoras”, explica. De acordo com ela, a maioria das demandas é relacionada à saúde e ao bem-estar dos filhos, mas a rede também serve para comunicar pequenos avanços de aprendizagem, como as primeiras palavras das crianças mais novas. “Esse atendimento individualizado é importante”, defende. Já a avaliação formal, mais completa, só é passada às famílias em reuniões com os professores. As viagens de trabalho não impediram Leonardo Romanelli de acompanhar os dois filhos no Colégio Internacional Ítalo- Brasileiro, em Moema, zona sul de São Paulo. Na escola, da mesma rede do Mater Dei, os pais podem acompanhar os encontros com professores em transmissões ao vivo. “Participo da maioria das reuniões presenciais, mas esse recurso é ótimo para uma situação adversa de quem tem a agenda problemática”, elogia o diretor de vendas, que também já marcou encontros separados com professores por videoconferência. De acordo com ele, outra vantagem tecnológica é a chance de acompanhar o desenvolvimento de aprendizagem dos
ESCOLA EM TEMPO REAL filhos, que estão na educação infantil, pela tela do computador ou do smartphone. “Agora acesso os relatórios escolares por arquivos compartilhados na internet”, diz ele, pai de Pedro, de 5 anos, e Lucas, de 3. “Isso também serve para os alunos que queiram acompanhar aulas remotamente.” O próximo passo, sugere Romanelli, é tornar toda a agenda das crianças virtual. Por outro lado, o diretor de vendas dispensa a troca constante de mensagens com professores pelas redes sociais “Eu não uso tanto”, afirma. “Fico preocupado em interromper o trabalho dos professores; quebrar a dinâmica”, acrescenta.
NADA SUBSTITUI PRESENÇA FÍSICA
O contato virtual aproxima as famílias da escola, mas não deve ser a única ponte. Para uma comunicação eficiente, segundo especialistas, pais, estudantes e professores precisam entender as potencialidades e os limites dos recursos tecnológicos. Apesar do interesse, ainda são poucas as escolas que têm estruturas mais amplas de interação online com os pais. “É importante a presença física da família, em reuniões ou até festas”, defende a professora da Faculdade de Educação da USP, Silvia Colello. “Assim eles podem conhecer o clima de trabalho, a relação entre as crianças e como o espaço é utilizado”, completa. Pesquisas mos-
Pela rede social, mãe descobre até detalhes do comportamento dos meninos, antes restritos à classe tram que o acompanhamento presencial melhora os resultados dos alunos. Outra necessidade, segundo a pesquisadora, é que a escola se prepare para atender a essa demanda com qualidade. “É importante que o sistema tenha interação e não seja só informativo”, diz. A cobrança pela internet é a versão atualizada do que os pais já faziam no passado. O que muda é a intensidade elevada de contato, com maior risco de abusos. “Isso pode gerar uma sensação de perseguição”, alerta Rosa Maria Farah, coordenadora do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Para ela, é importante que pais, escolas e alunos entendam e criem limites para o contato virtual. E embora mais conectados, muitos pais ainda têm dificuldades de compreender o ciberespaço. “Boa parte tem uma visão preconceituosa e não sabe, por exemplo, como os filhos participam nas redes”, avalia Rosa Maria.
REDES SOCIAIS NA MIRA DOS PAIS
Se as crianças pequenas estão sob controle dos pais a poucos cliques, as mais velhas também não escapam da vigilância. Além da filha caçula, de 6 anos, a Pedagoga Betina Gouvea aproveita o alcance virtual para acompanhar os dois filhos adolescentes no Colégio Rio Branco, em Higienópolis, zona central de São Paulo. No monitoramento, Betina rastreia as contas do colégio nas redes sociais e a plataforma virtual do Rio Branco, que reúne registros de notas, entrega de trabalhos, faltas e atraso em classes. “Se ele vai mal na primeira prova, dá tempo de conversar para recuperar a nota”, relata ela. Pela rede social ela descobre até detalhes do comportamento dos meninos, antes restritos à classe. “Na internet, já descobri até fotos dos meus filhos cochilando”, conta. “Dei bronca, claro. Mas eu sei que é algo que também acontecia na minha época”, pondera. Filho mais velho de Betina, Thiago Gouvea, de 17 anos, diz que já sofreu mais com a preocupação da mãe. “Agora vejo que ela procura mais os meus irmãos”, afirma ele, aluno do 3.º médio. Ele acredita que o acompanhamento é necessário, mas em alguns casos, como na foto da soneca em aula, incomoda. “É um pouco chato quando a brincadeira sai da esfera das pessoas envolvidas”. TEXTO: VICTOR VIEIRA FONTE: AGÊNCIA ESTADO
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VIAGEM SEM VOLTA Estudo prevê morte de viajantes a Marte a partir do 68º dia de missão
O
s corajosos pioneiros dispostos a embarcar em uma missão a Marte, prevista pela empresa holandesa Mars One, começarão a morrer no 68º dia de missão, alerta um rigoroso estudo científico divulgado recentemente. Cinco estudantes de aeronáutica do prestigioso Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) chegaram a esta conclusão, após terem analisado os dados científicos disponíveis sobre a missão, que a empresa pretende transformar em um ‘reality show’. Segundo o informe de 35 páginas, que analisa com gráficos e fórmulas
matemáticas recursos como oxigênio, nutrientes e tecnologias disponíveis para o projeto, a morte do primeiro pioneiro “ocorrerá aproximadamente aos 68 dias de missão, por asfixia”. As plantas, que teoricamente devem alimentar os colonos, produzirão oxigênio demais e a tecnologia para equilibrar a atmosfera “ainda não foi desenvolvida”, afirmam os autores do estudo. Além disso, os colonos dependerão do envio de peças de reposição em uma missão que poderá custar US$ 4,5 bilhões, uma cifra que, segundo os autores do informe, aumentará com o envio de outros equipamentos.
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IMAGEM: MARS ONE
FATO INCRÍVEL
Primeira viagem tripulada a Marte está prevista para 2024
O Mars One é um projeto lançado pelo co-fundador da companhia, o holandês Bas Lansdorp (PDG), que pretende enviar em 2024 a primeira tripulação de quatro voluntários para colonizar Marte sem retorno à Terra, após uma viagem de sete meses. Lansdorp rechaçou as cifras do estudo na revista Popular Science, alegando que se baseou em dados incompletos. Mais de 200.000 pessoas de 140 países se apresentaram voluntariamente para participar do projeto, que gerou muito ceticismo, mas também o apoio de cientistas como o ganhador do prêmio Nobel de Física em 1999, Gerard’t Hooft.
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SAÚDE
PRIMEIRA BEBÊ PROVETA DO BRASIL FAZ 30 ANOS A primeira bebê de proveta do Brasil e da América Latina completou 30 anos. Anna Paula Caldeira mora em Curitiba, no Paraná. O nascimento dela foi um marco para a medicina
E
ra 7 de outubro de 1984 e o médico Milton Nakamura revelou que o primeiro “bebê de proveta da América Latina” havia nascido em São José dos Pinhais, cidade paranaense a 20 quilômetros de Curitiba. Anna Paula Caldeira era a sexta filha da técnica de raio X Ilza Caldeira. Uma infecção na gravidez anterior a impedia de ter filhos com o segundo marido, o urologista José Antonio Caldeira. Os dois procuraram o especialista em São Paulo e foram o 23.º casal em que Nakamura fez o procedimento. De todos, só Anna Paula nasceria - uma menina de 50 centímetros e 3,3 quilos. Isso 6 anos e 2 meses depois da notícia da primeira bebê de proveta do mundo: Louise Brown, em Oldham, Inglaterra, que nasceu com 2,6 quilos. “Cresci sabendo que o dia em que nasci tinha sido uma data importante para a medicina. Meus pais sempre conversaram sobre isso comigo. Desde pequena tive o assédio da mídia e de outros curiosos para saber se meu desenvolvimento seria normal e se eu teria saúde. Uma sensação boa que tenho é saber que meus pais me queriam muito e fizeram um grande esforço para que isso acontecesse”, diz a Nutricionista Anna Paula, prestes a completar 30 anos, ainda sem filhos. No nascimento de Anna Paula, Nakamura, morto em 1997, explicou em entrevistas que para passar pela técnica a mulher precisava “apenas de um ovário que funcionasse bem,
um útero normal e um marido fértil”. A fertilização era eficaz para aquelas que tivessem problemas nas trompas. Trinta anos depois, a técnica evoluiu e beneficia muito mais pessoas - mulheres na menopausa, casais em que um dos parceiros tem HIV ou hepatite B ou C, homens com baixa contagem de espermatozoide, casais homossexuais e pessoas que passarão por radioterapia e quimioterapia. “Tentamos muitas pacientes. Mas, pela inexperiência e pela dificuldade das técnicas, o resultado era muito ruim”, lembra o especialista em reprodução humana Isaac Yadid, diretor médico da Primordia Medicina Reprodutiva, integrante da equipe de Nakamura, que continua em atividade. Quando Ilza engravidou, os médicos coletavam um embrião por ciclo da mulher. E isso ocorria por laparoscopia, método cirúrgico minimamente invasivo. “Em alguns casos tínhamos de abrir o abdómen para captar o óvulo, como em uma cesariana. Foi o que aconteceu com Ilza.”
FOTO: RANK BRASIL
Cresci sabendo que o dia em que nasci tinha sido uma data importante para a medicina. Meus pais sempre conversaram sobre isso comigo
CUSTO O que ainda não mudou é o custo do tratamento, que continua alto - chega a US$ 9 mil, com as medicações. “Há poucos hospitais públicos e algumas clínicas que fazem atendimento de baixo custo, mas ainda assim é caro. O Rio de Janeiro não tem nenhum centro público que faça fertilização in vitro, por exemplo”,
afirma o médico Paulo Gallo, chefe do setor de reprodução humana do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. “Ganhei todos os equipamentos para abrir um centro público na Uerj, mas faltou o investimento de R$ 1 milhão em infraestrutura. Está tudo se estragando.” TEXTO: CLARISSA THOMÉ FONTE: AGÊNCIA ESTADO
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DICAS DE SAÚDE
DRA. CAMILA OLIVEIRA DE SÁ CLÍNICA MÉDICA – CRM: 18857-GO
TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE A DOENÇA
DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO
A
doença do Refluxo Gastroesofágico ou DRGE é um dos problemas mais comuns relacionados ao aparelho digestivo. Estima-se que cerca de 45% da população ocidental relate a ocorrência de um episódio de refluxo por mês e que 5 a 10% destes indivíduos façam referência diária ao sintoma. A doença do refluxo gastroesofágico ocorre quando o ácido estomacal retorna involuntariamente ao esôfago, levando uma sensação de queimação no tórax ou garganta denominada pirose (azia). O problema é que esse ácido em excesso pode alcançar outros órgãos dos aparelhos digestivo e respiratório, que não têm a mucosa preparada para suportá-lo, inflamando suas estruturas e provocando distúrbios graves no organismo, como úlceras e, em casos extremos, câncer.Qualquer um, incluindo bebês, crianças e mulheres grávidas, podem ter DRGE. CAUSAS Alterações no esfíncter que separa o esôfago do estômago e que deveria funcionar como uma válvula para impedir o retorno dos alimentos; Hérnia de hiato provocada pelo deslocamento da transição entre o esôfago e o estômago, que se projeta para dentro da cavidade torácica; Fragilidade das estruturas musculares existentes na região.
FATORES DE RISCO Obesidade; Refeições volumosas antes de deitar; Aumento da pressão intra-abdominal; Tabagismo; Ingestão de alimentos como café, chá preto, chá mate, chocolate, molho de tomate, comidas ácidas, alimentos
apimentados, frituras e comidas gordurosas, frutas cítricas (limão, laranja, abacaxi),bebidas alcoólicas e gasosas. SINTOMAS Os principais sintomas do Refluxo (DRGE) são: Azia persistente e regurgitação de ácido. Dor torácica, às vezes intensa, que pode até ser confundida com a dor da angina e do infarto do miocárdio Rouquidão pela manhã Tosse seca; Doenças pulmonares de repetição como pneumonias, bronquites e asma; Dificuldades para engolir – sensação de afogamento, garganta apertada ou de comida engasgada na garganta; Mau hálito; Engasgo. A intensidade e a frequência dos sintomas da DRGE não estão necessariamente relacionados com a presença ou gravidade da doença. DIAGNÓSTICO O diagnóstico leva em conta os sintomas clínicos e o exame físico; por isso, na dúvida você deverá passar por uma avaliação médica. Os exames complementares são usados para avaliar os sintomas, quando não estiver claro se eles são de fato causados por refluxo ácido; se existe complicações da doença como dificuldade para engolir, sangramento e engasgos; grau de agressividade da doençca ou ainda se os sintomas não melhorarem com o uso da medicação. Os exames utilizados são: o esofagograma com bário ou seriografia esôfa-
go-estômago-duodeno, a endoscopia, a manometria e phmetria esofágicas. TRATAMENTOS Inúmeras vezes a sintomatologia é desencadeada principalmente por alterações comportamentais como sedentarismo, estresse, medicamentos e hábitos alimentares. O tratamento compreende mudança no estilo de vida, medicamentos e em alguns casos cirurgia . O tratamento clínico inclui a administração de medicamentos que diminuem a produção de ácido pelo estômago e melhoram a motilidade do esôfago. Paralelamente, o paciente recebe orientação para mudança do estilo de vida como: perder peso, evitar alimentos e bebidas que agravam o quadro, fracionar a dieta, suspender tabagismo, não se deitar logo após as refeições e praticar exercícios físicos. A cirurgia é uma opção quando os medicamentos e alterações do estilo de vida não deram resultado. Ela pode ser realizada de maneira convencional ou por laparoscopia e está indicada nos casos de hérnia de hiato, para os pacientes que não respondem bem ao tratamento clinico ou quando é necessário confeccionar uma válvula anti-refluxo. Ela é sempre um procedimento adequado, quando a persistência do refluxo gastroesofágico provoca esofagite (inflamação do esôfago) grave, uma vez que a acidez do suco gástrico pode alterar as células do revestimento esofágico e dar origem a tumores malignos.
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SUA SAÚDE É NOSSO LEMA.
NUTRIÇÃO E BOA FORMA
A OLIVEIRA, O AZEITE E A SAÚDE É o melhor exemplo de que nem toda gordura faz mal. Muito pelo contrário. O azeite de oliva oferece atributos especialíssimos à saúde
É
difícil apurar exatamente quando surgiram as primeiras espécies de oliveira, hoje olea europea, mas presume-se que tenha sido na Ásia Menor e tudo indica que o cultivo remonta à Síria Antiga, explorado pelos egípcios e armênios. Os povos mediterrâneos iniciaram o cultivo para a extração do azeite por volta de 3.000 a.C e a expansão do Império Romano foi fundamental na dispersão dessa cultura. Entre os séculos VII e VIII a.C., o azeite de oliva começou a ser estudado pelos filósofos, médicos e historiadores da época por suas propriedades benéficas ao ser humano. Durante anos de estudos e investigações foram comprovados seus efeitos na prevenção do câncer de
fígado e em outras doenças, como, por exemplo, as cardíacas, muitos desses atribuídos às gorduras monoinsaturadas e polifenóis (antioxidantes naturais) presentes no azeite. Experiências mostram que entre os povos do Mediterrâneo há menor percentual de obesos pelo maior consumo de azeites, pois sua ingestão regular ajuda no equilíbrio do metabolismo do corpo. Muitas doenças do envelhecimento, em particular a osteoporose e a deterioração das funções cognitivas, podem ser prevenidas por uma dieta rica em azeites. Maior é o consumo de extra virgens, maior é o efeito de calcificação óssea e melhor sua mineralização, pois muito contribui para a absorção do cálcio. Exatamente a quantidade de azeite que deve ser consumida para essas prevenções é incerta. O azeite extraído da oliva evita o acúmulo de gordura visceral, que provoca doenças cardio vasculares e diabete.
FOTOS: REPRODUÇÃO
O azeite de oliva tem propriedades e vitaminas que podem prevenir doenças e melhorar a pele 60 | NOVEMBRO/2014 |
ÓLEO DE OLIVA NAS ÚLCERAS DE PRESSÃO As úlceras de pressão (UP) são definidas como danos causados por processos isquêmicos que podem afetar e necrosar as áreas da epiderme, derme, tecidos subcutâneos e músculos onde as UP aparecem, podendo afetar também os ossos e as articulações nos casos mais severos. Elas provocam uma queda na qualidade de vida dos pacientes e no seu ambiente social e familiar, além de envolver uma piora no quadro do paciente, assim como diminuindo a sua expectativa de vida. Podem aparecer em qualquer parte do corpo, com as proeminências ósseas (sacro, quadril e calcanhares) sendo as mais comuns, e afetam principalmente idosos, pacientes imobilizados com doença aguda severa e pacientes com deficiências neurológicas. Os principais fatores de risco das UP são a imobilidade, incontinência, má nutrição e nível de consciência. A avaliação dos fatores de risco, o uso de superfícies de suporte, o reposicionamento do paciente, um bom status nutricional e um hidratante para a pele são estratégias para a prevenção das UP. Vários produtos são planejados para essa prevenção, como os compostos oleosos à base de ácidos graxos hiperoxigenados. O óleo de oliva é composto de 98% de triglicerídeos, incluindo predominantemente os ácidos oléicos monoinsaturados, os quais conferem a ele suas propriedades antiinflamatórias, essenciais para a manutenção da saúde e da pele. Além disso, é rico em polifenóis que têm ação antioxidante e antiinflamatória, benéfico para doenças de pele inflamatórias. Além disso, o ácido oléico participa na reconstrução das membranas celulares, promovendo uma maior maciez da derme através da restauração dos níveis de umidade cutâneos, ou seja, hidratando e promovendo elasticidade. No entanto, os pesquisadores ressaltam para a necessidade de mais estudos para averiguar a eficácia e segurança desse tratamento alternativo.
Rica em nutrientes e minerais, a água de coco é conhecida principalmente por hidratar o corpo
ÁGUA DE COCO NA HIDRATAÇÃO E PERFORMANCE A perda de fluido corporal durante o exercício prolongado e extenuante é comum e pode resultar em um estresse térmico, problemas cognitivos e da função cardiovascular, fadiga acelerada e prejuízo na performance física. Apesar de a água ser normalmente sugerida pela maioria dos estusiastas de fitness, que talvez se exercitem por períodos relativamente curtos (<75 minutos), as bebidas esportivas isotônicas são altamente recomendadas e parecem ser a bebida de escolha dos atletas, particularmente os aeróbicos, mais sérios. Algumas pessoas preferem alternativas naturais às bebidas isotônicas industriais. Por exemplo, os isotônicos
contem frutose e/ou maltodextrina, flavorizantes, conservantes e adoçantes artificiais e eletrólitos adicionados. Uma alternativa mais viável e natural é a água de coco, a qual é rica em potássio, contém sódio, cloreto e carboidratos. Além disso, alguns estudos mostram que ela tem propriedades antioxidantes, as quais podem ajudar a neutralizar as espécies reativas de oxigênio resultantes do exercício prolongado. Com relação à nutrição esportiva, ela tem demonstrado promover efeitos de hidratação semelhantes às bebidas isotônicas. TEXTOS: JOYCE ROUVIER FONTE: AGÊNCIA ESTADO
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OPINIÃO Fernando Rizzolo
NÃO QUERO “PAPO” COM VOCÊS Observamos hoje que parte da população expõe nas redes sociais seu preconceito e intolerância, algo inconcebível no âmbito de uma democracia saudável e madura
U
ma das coisas mais difíceis na vida é tentar dialogar ou nos aproximar de quem não está disposto, de forma alguma, a este movimento conciliatório. Isso, em todas as situações – quer no plano familiar, nas amizades, no trabalho. Parece que algo maior impede tais pessoas de um gesto superior em nome da paz, da construção ou até do reconhecimento daquele que, por inúmeros motivos, estende a mão e quer, sim, dialogar. Eu mesmo já enfrentei várias vezes a postura de pessoas refratárias ao diálogo. Mas, por mim, tenho a consolação de que tais comportamentos são universais e não apenas interpessoais. Isso ocorre também, e principalmente, no âmbito da política internacional, de modo que podemos, diante da história, aferir que muitas das desavenças provocadoras de guerras mundiais ou locais se deram em razão deste espírito de fechar as portas ao bom entendimento. No mundo pós-contemporâneo, podemos observar essa postura nas relações do Oriente Médio, onde Israel tenta o diálogo. Enfrenta, porém, o fundamentalismo daqueles que querem defender seu ponto de vista por meio da violência, o que, é claro, acaba gerando violência da parte contrária, legitimada pela proteção do Estado Judeu. No Brasil, estamos vendo algo que jamais poderíamos imaginar que ocorresse na nossa jovem democracia. A
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O Brasil é um só e todos temos o dever de contribuir para sanar obstáculos, combatendo a corrupção, os gastos públicos e a inflação
oposição, ao exemplo dos radicalismos incoerentes, não está disposta ao diálogo, à união, ao entendimento e, o pior, faz de tudo para que a primazia na construção de um Brasil mais unido – como o apregoado pela presidente Dilma – seja desmantelada, desconstruída, simplesmente porque existe uma infantilidade democrática em não aceitar a derrota numa eleição democrática. Observamos hoje um Brasil em que parte da população, principalmente
no Sul e no Sudeste, expõe nas redes sociais seu preconceito e intolerância aos nossos queridos irmãos nordestinos, algo inconcebível no âmbito de uma democracia saudável e madura. O Brasil é um só e todos temos o dever de contribuir para sanar obstáculos, combatendo a corrupção, os gastos públicos e a inflação. Tal empreitada, entretanto, deve ser feita a partir da união, com respeito à democracia, às diversidades regionais, às diferenças e, acima de tudo, mantendo-se um patriotismo constitucional. Sei como é difícil conversar com alguém que não quer “papo” com você, como disse há pouco. Eu mesmo, muitas vezes, não consegui. Mas, quem sabe, os articuladores políticos do Congresso, os interlocutores entre governo e oposição, consigam. A presidente Dilma já estendeu as mãos, assim como eu e tantas pessoas nesse mundo já fizemos. Confesso que não tive sucesso, fracassei, pois, talvez, não seja suficientemente habilidoso. Em relação ao Brasil, todavia, sou otimista. Sei que a união vencerá o ódio e, enfim, acabaremos com essa história triste apregoada por alguns de que agora “Não quero ‘papo’ com vocês”... Vamos, sim, bater papo com todos e construir um Brasil fraterno. Fernando Rizzolo é Advogado, Jornalista, Mestre em Direitos Fundamentais, membro efetivo da Comissão de Direitos Humanos OABSP