Revista Portal de Jornalismo

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O TRÂNSITO PAROU MAS AS AULAS CONTINUAM

Universitários ficam mais tempo no trânsito do que em aula

Missão dada é missão cumprida: palestra com o ex-capitão do BOPE

O trote universitário que distribui amor e solidariedade



UNIVERSITÁRIOS VS TRANSPORTE PÚBLICO Cansaço, estresse e desinteresse nas aulas são alguns dos efeitos que tempo perdido no trânsito no trajeto para a universidade causa nos estudantes do ensino superior no Rio. Alguns dos universitários levam cerca de uma hora e meia para conseguir chegar aos campus, mais do que o tempo padrão de uma aula, que é de 50 minutos.


Segundo a pedagoga Helida Abreu, o maior problema causado pelo trânsito é o estresse, que afeta diretamente o rendimento dos alunos. Universitários que moram longe das faculdades apresentam cansaço, dispersão e desinteresse nas aulas. “Tem aluno que acaba dormindo durante a aula e perde a matéria por conta do desgaste físico”, explica. Alguns alunos se vêem obrigados a fazer trabalhos e estudar dentro dos transportes públicos para otimizar o tempo, já que acabam chegando tarde nos locais onde tais atividades poderiam ser feitas e desgastados pelo tempo no trânsito.

A estudante de pedagogia Marianne Figueiredo, 21 anos, mora em Bento Ribeiro, na zona norte, e estuda na UNIRIO, na Urca, na Zona Sul. Ela sai de casa no mínimo duas horas e meia antes do horário da aula e pega quatro meios de transporte por dia para não chegar atrasada. A rotina consiste em pegar um ônibus, que a deixa perto da estação do trem, depois o trem até São Cristóvão para, então, pegar o metrô até Botafogo, onde finalmente pega um ônibus até a Urca.


Uma pesquisa feita pelo IBGE revela que cidadãos fluminenses estão entre os que levam mais tempo no trânsito, no trajeto de sua casa até o ponto final. A pesquisa apontou que 21,3% da população leva mais de uma hora para chegar ao seu destino. Nos últimos anos, os investimentos em transporte público no Rio foram concentrados na popularização do Bilhete Único, a demarcação de faixas preferenciais para ônibus nas principais vias e pontos específicos de parada (os BRS).

Se chegar na faculdade é um problema, voltar para casa após as aulas não fica atrás. Uma das reclamações dos estudantes que saem tarde das aulas é a defasagem da frota de ônibus. Marx Vargas, de Campo Grande, é estudante de biblioteconomia da e conta que geralmente demora duas horas e meia para chegar na faculdade, cujo campus é na Praia Vermelha. Os dias em que a aula é no Fundão, o maior problema é a volta para casa. “O ônibus demora muito a passar e eu acabo chegando muito tarde em casa. Quando eu saio do Fundão eu pego três conduções chegar em casa”, conta o universitário.


palestra dada, palestra cumprida


O ex-capitão do BOPE Paulo Storani deu palestra hoje na ESPM como parte do processo seletivo da ESPM Jr. O objetivo foi expor os princípios do batalhão e mostrar como eles podem ser aplicados na vida acadêmica e profissional. Paulo Storani utiliza em suas palestras a metodologia usada no briefing do BOPE e aplica a mesma linha de comunicação do batalhão. O ex-capitão é pai de um aluno da instituição, Pedro Storani – diretor de arte do núcleo Origem Comunicação -, e diz que enxerga essa oportunidade de palestrar para os alunos da ESPM como um meio de retribuir o amor que seu filho sente pela faculdade, além de gostar de falar para jovens universitários. “Acredito que nas universidades estão os próximos grandes líderes que vão fazer diferença nas empresas. Se pegássemos essa garotada que sente amor por aquilo que faz para liderar o país, teríamos um governo totalmente diferente do que temos hoje”, acrescentou. Em sua trajetória, Storani serviu primeiro nas Forças Armadas e, após se identificar com a vida de militar, pelo âmbito da disciplina, ingressou na Polícia Militar do Rio de Janeiro. Depois chegou ao posto de capitão e viu que não tinha mais espaço dentro da polícia por questões de convicção. “Eu tive a dignidade de, primeiro, não reclamar daquilo que eu estava fazendo num momento em que percebi que não tinha mais condições de ficar”, conta. A ESPM Jr pensou nessa palestra como forma de capacitação sobre liderança para proporcionar aos trainees, que estão participando do processo seletivo, o máximo de experiência possível sobre gestão de equipes.


“Durante toda essa semana os trainees receberão capacitações motivacionais e operacionais para que se desenvolvam como profissionais excelentes”, explica Mariana Potsch, coordenadora de comunicação da empresa júnior. Ela acrescenta que esse processo tem relação direta como a missão da empresa : “Transformar o futuro de nossos clientes através de projetos com excelência em marketing que desenvolvam profissionalmente nossos colaboradores pela vivência empresarial.” Storani desenvolveu a “Regra Vitoriosa”, que consiste em definir a missão, saber planejar suas estratégias e táticas, para então mobilizar o time, ter disciplina e excelência, e por último, mas fundamental, aprender. “Eu acredito que a gente cresce no conflito”, afirma o ex-capitão sobre saber lidar com as dificuldades. Além disso, ele considera importante a observação da situação, o que implica na regra vitoriosa do Batalhão de Operações Especiais.

Paulo Storani aplica os fundamentos do BOPE para criar uma tropa de elite. Foto: Mariana Abreu


Um trote universitรกrio que distribui amor e veio para ficar


Nessa quinta-feira (03/09), será anunciada a vencedora que receberá o título de Faculdade do Amor 2015.2. A poucos dias da premiação final da competição, a ESPM Rio e a PUC Rio lideram o ranking parcial da campanha Trote do Amor, que tem como objetivo arrecadar donativos para entidades carentes do Rio. Para quem ainda não está por dentro do assunto, é um projeto que tem o desejo de incentivar o amor e a solidariedade entre os estudantes de nível superior, gerando assim uma competição saudável entre as universidades. Deu certo e fez sucesso, mas como todo “projeto” eles receberam muitos elogios, mas também algumas críticas, o que foi visto pelos organizadores como algo natural.


Inicialmente a “competição” contou com apenas sete faculdades, cada uma apadrinhando uma instituição de caridade (ESPM, PUC, FACHA, UVA, IBMEC, UniRio e FGV). Devido ao atraso no calendário das universidades públicas, a campanha foi faseada. Segundo Marcos Mendes, um dos idealizadores do projeto, esse atraso já estava previsto e, por isso, eles resolveram atrasar o início das arrecadações fazendo com que houvesse dois turnos de coletas. Foram arrecadadas 5,5 toneladas de donativos, o que superou as expectativas da organização. “Nós esperávamos fazer uma viagem no caminhão e tivemos que fazer treze para levar todos os mantimentos. Foi uma loucura”, contou Marcos.


Semana de Jornali

o novo jornalista para todas as


ismo:

a tem que olhar s plataformas O terceiro e último dia da I Semana de Jornalismo da ESPM-RJ discutiu “O perfil do novo jornalista”. O evento, que deve se tornar anual, convidou José Brito Cunha, diretor de jornalismo do Canal Futura, Mário Toledo, responsável pelo treinamento de jovens jornalistas nas redações d’O Globo e do EXTRA, e Vera Íris Paternostro, idealizadora de projetos como o Parceiros do RJ e o Passaporte SporTV, para a mesa mediada por Luís Gustavo Soares. Os participantes acreditam que o perfil do novo jornalista está ligado à convergência midiática – plataformas que suportam elementos de outras – e às redes sociais. Para Mário, o surgimento de novas tecnologias e ferramentas, como o Periscope, que foi citado por Brito, deve ser acompanhado pelo jornalismo. “Está acontecendo muita coisa aí fora e a redação não pode ficar alheia a isso”, afirmou.


Segundo Vera, os avanços tecnológicos sempre influenciaram a profissão, mas nunca foram tão rápidos e surpreendentes. Ela acredita que olhar para o telespectador é a chave do sucesso: “Temos que ver como o telespectador vê as mudanças e a informação. Nos últimos 20 anos, a informação vem de ‘n’ meios e é preciso ver como isto está acontecendo. É a partir disso que pensamos em como produzir o conteúdo”. Vera ainda afirma que isso gera novos papéis e funções dentro do jornalismo, como o monitoramento de redes sociais. Brito acredita que o grande desafio não é o acesso aos meios, mas a forma de aproveitá-los. “É muito fácil estar nas ruas com equipamento que transmite para qualquer lugar, mas é difícil saber como usar isso”, disse. Mário completou defendendo que este é o diferencial do jornalista. “O repórter nunca vai deixar de existir, independente da tecnologia que ele está usando. Aquele cara que tem o faro da notícia” Outro novo perfil destacado foi o do jornalismo independente, sustentado sem qualquer tipo de patrocínio. Brito citou como exemplo o trabalho da Agência Pública, mantida por crowdfunding através de colaboradores que podem opinar nas pautas




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