UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
Trabalho de Curso - Boulevard Gastronomico A formação do espaço público como local de encontro Beatriz Rodrigues da Silva - C27BHB-8
Trabalho para obtenção de conceito na disciplina de Trabalho de Curso Anteprojeto para graduandos no curso de Arquitetura e Urbanismo apresentado à Universidade Paulista – UNIP Orientadora: Renata Priore Lima
SÃO PAULO 2018
AGRADECIMENTOS À minha família, que ao longo destes 5 anos sempre esteve ao meu lado dando o apoio necessário, compreendendo minhas ausências e me incentivando a continuar, pelo amor e confiança que sempre depositaram em mim. Aos amigos que a graduação me proporcionou que andaram comigo lado a lado compartilhando risadas, choros, ideias e muito carinho, agradeço que tenham depositado em mim a confiança de trabalhar com cada um de vocês. Em especial, a professora Renata por ter abraçado este trabalho com tanto carinho quanto eu. Obrigada!
TITULOS SUBTÍTULOS
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“Como arquiteto, se desenha para o presente, com certo conhecimento do passado, para um futuro que é essencialmente desconhecido.” Norman Foster
TITULOS SUBTÍTULOS
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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 1. ÁREA DE ESTUDO ÁREA DE ESTUDO: EIXO BUTANTÃ - VILA SÔNIA
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PERÍMETRO URBANO: LEITURA USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ZONEAMENTO HIPSOMETRIA REDE VIÁRIA EQUIPAMENTOS DINÂMICAS URBANAS PERÍMETRO URBANO: DIAGNÓSTICO
18 18 19 19 20 20 21
2. PLANO DE MASSAS DIAGRAMA CONCEITUAL REDE VIÁRIA PROPOSTA USO DO SOLO PROPOSTO SHOPPING PROPOSTO BOULEVARD MAQUETES
24 25 26 27 28 30
3. O TEMA JUSTIFICATIVA DIRETRIZES ESPAÇOS PÚBLICOS DE ALIMENTAÇÃO A GASTRONOMIA COMO ELEMENTO DE IDENTIDADE OS RESTAURANTES A GASTRONOMICA NA CIDADE DE SÃO PAULO
32 33 34 35 36 37
4. ESTUDOS DE CASO EATALY SÃO PAULO MERCADO ROMA VILA BUTANTAN
40 42 44
5. INTERVENÇÃO O TERRENO LEGISLAÇÃO DIAGRAMA CONCEITUAL ESTUDO PRELIMINAR
49 49 50 52
6. O PROJETO PROGRAMA IMPLANTAÇÃO GERAL TÉRREO GERAL PRIMEIRO PAVIMENTO GERAL
54 57 58 59
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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INTRODUÇÃO Este trabalho consiste na proposta de um Boulervard Gastronômico para o bairro da Vila Sônia que se fundamenta a partir da leitura e analise do eixo Butantã – Vila Sônia para identificação de suas potencialidades, fragilidades e carências a fim de propor um plano urbanístico que solucione os problemas encontrados e qualifique a área, de acordo com a projeção realizada pela legislação vigente e em conjunto com o desenvolvimento do transporte público. Ao fim desta apresentação o objetivo é demostrar os benefícios e soluções que a implantação do plano de massas e em especial um boulevard gastronômico trariam para a área não somente no tratamento das fragilidades encontradas, mas na requalificação desta região buscando abrangência regional.
ÁREA DE ESTUDO
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ÁREA DE ESTUDO EIXO BUTANTÃ - VILA SÔNIA A área de estudo deste projeto compreende o eixo formado pela Avenida Professor Francisco Morato e Avenida Eliseu de Almeida – paralelas a Rodovia Raposo Tavares – desde a ramificação destas no Butantã, onde se conectam com a Av. Rebouças por duas pontes que cruzam o Rio Pinheiros: Ponte Eusébio Matoso e Ponte Bernardo Goldfarb, até o final do bairro Vila Sônia, onde ambas as avenidas se conectam a rodovia federal Régis Bittencourt (BR-116) e vias de ligação entre os bairros. Historicamente, a região do Butantã cresceu como uma rota de passagem de bandeirantes e jesuítas, quando estes se dirigiam ao interior do estado de São Paulo. Em 1607 se iniciam na região as atividades de produção de cana-de-açúcar, que levam os jesuítas a firmarem sua localização no local, permanecendo neste até 1759, quando foram expulsos para que as terras fossem divididas e vendidas como grandes sítios. A urbanização do bairro iniciou de fato em 1900, com a implantação do Instituto Butantã – hoje vinculado à Secretária de Estado de Saúde – e da Cidade Universitária implantada em 1915, uma das famílias arrendatárias vendeu suas terras para a Cia. City Melhoramentos, responsável pela urbanização das margens do Rio Pinheiros na época e que ao longo das décadas se consolidou como uma das organizações a participar ativamente do desenvolvimento urbanístico da cidade de São Paulo. A partir da década de 20 começam a surgir os primeiros bairros dessa região, ainda muito próximos as margens do rio. Na década de 30 os bairros começaram a se espraiar e as grandes avenidas começam a se insinuar. Em 1940 a companhia imobiliária Morumby dividiu os lotes restantes da antiga fazenda e esta área também se expandiu, consolidando-se como residencial em 1948. As décadas de 50 e 60 permitiram bairros ainda mais espraiados enquanto aqueles que surgiram anteriormente se consolidavam. Atualmente a área que compreende a Prefeitura Regional do Butantã está conurbada aos municípios vizinhos de Taboão da Serra e Osasco quase que em sua totalidade. A troca existente entre estes municípios e o de São Paulo é acentuada, principalmente no aspecto comercial, mas também se destacam serviços e lazer.
A área de estudo escolhidapara leitura e análise das potencialidades e fragilidades tratou de dois eixos principais – Av. Francisco Morato e Av. Eliseu de Almeida – e das quadras que os permeiam. A Av. Professor Francisco Morato é definida pelo Plano Diretor como um eixo de transformação urbano. Segundo essa classificação as áreas demarcadas ao longo dos sistemas de transporte coletivo de alta e média capacidade – metrô, trem, e os novos corredores de ônibus – que visa intensificar o desenvolvimento do solo urbano através do adensamento populacional e fomento de atividades urbanas diretamente ligadas a mobilidade e o melhor aproveitamento de espaços públicos de qualidade. Estas áreas foram planejadas para o ordenamento da cidade, promovendo mudanças nos padrões construtivos presentes atualmente, fim de ampliar a quantidade de atividades permitidas e possibilitadas pela rede viária estruturada e todo o sistema de transporte públicos, assim procurando reequilibrar questões como o descompasso entre o local de moradia e emprego que geram grandes deslocamentos. As definições citadas pretendem trazer qualidade a vida urbana, estimulando o uso de espaços e atividades que estejam voltadas para a rua e o aspecto urbano, como, por exemplo, serviços, comércio, equipamentos sociais e de lazer, que reafirmem o espaço público como parte integrante do cotidiano paulista. Pensando nisso, a área escolhida para intervenção urbana e desenvolvimento do plano de massas consiste em um conjunto de quadras situadas entre os dois eixos, nos quais se prevê uso misto, alta concentração de empregos e moradias. Neste contexto foi escolhido um terreno de aproximadamente 18.000m² para o desenvolvimento de uma variação de boulevard, com temática gastronômica que visa dar suporte ao aspecto alimentício, mas também propor espaços de lazer a este conjunto e que será desenvolvido e apresento ao longo deste trabalho.
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O perímetro selecionado para estudo aprofundado e posteriormente intervenção através de um plano urbanístico de massas, fica entre os parques da Previdência e Caxingui, inclui o Shopping Butantã e o terreno onde será futuramente a estação São Paulo – Morumbi da linha 4 amarela do metrô. Destacado em amarelo na imagem.
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Perímetro Urbano PARQUE DA PREVIDENCIA
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USO DO SOLO
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SHOPPING BUTANTÃ
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AV. DEP. JACOB
A atual distribuição do uso do solo neste perímetro torna perceptível que o uso predominante é residencial, tendo atividades de comércio e serviço em escala de bairro oferecidas principalmente na Av. Francisco Morato e mesmo nesta se destaca o entorno do Shopping Butantã que se caracteriza como uma centralidade da área.
LEGENDA:
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RESIDENCIAL INSTITUCIONAL COMÉRCIO
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PARQUE DO CAXINGUI
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INDUSTRIAL ÁREA DE INTERVENÇÃO Mapa de uso do solo atual - esc.: 1:8000
Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo. Base vetorial: Geosampa.com.br (2018)
ZONEAMENTO
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ZEU - ZONA DE ESTRUTURAÇÃO URBANA
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SHOPPING BUTANTÃ
ZCOR1 - ZONA CORREDOR 1 ZCOR2 - ZONA CORREDOR 2
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ÁREA DE INTERVENÇÃO
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ZER - ZONA EXCLUSIVAMENTE RESIDENCIAL
PARQUE DA PREVIDENCIA
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LEGENDA:
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O zoneamento atual prevê para o perímetro estudado principalmente territórios de transformação, as ZEU’s (Zona de Estruturação Urbana) cujo objetivo é o adensamento construtivo e populacional, – previsto em função da implantação do metro que dá continuidade à linha amarela e conecta à Av. Francisco Morato a Av. Faria Lima, Paulista e ao centro tradicional – este visa promover atividades econômicas e a diversificação de atividades, enquanto as diferentes categorias de ZCOR (Zona Corredor) buscam promover uma transição dos usos residenciais para a ZEU e sugerem serviços compatíveis e adensamento populacional moderado.
Mapa de zoneamento - Esc.: 1:8000
Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo. Base vetorial: Geosampa.com.br (2018)
N
Perímetro Urbano HIPSOMETRIA Uma das características do eixo de estudo é a topografia acentuada em sua extensão, no perímetro selecionado esta diferença de níveis chega a ser de até 55 metros, sendo que o ponto mais alto se situa dentro do Parque da Previdência a 780 metros do nível do mar e o ponto mais baixo na Av. Eliseu de Almeida onde o encontro dos córregos Pirajussara e Itararé a caracterizam como fundo de vale, sua altura é em média de 730 metros.
LEGENDA:
Mapa de hipsometria - esc.: 1:8000
730
760
735 740 745
765 770 775
750
780
755
785
Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo. Base vetorial: Geosampa.com.br (2018)
REDE VIÁRIA
N
A estrutura viária do perímetro se desenvolveu visando o trânsito de veículos, principalmente nas duas avenidas e isto as fez menos acolhedoras para o pedestre por conta do alto fluxo de carros. O atendimento do transporte público é moderado, contemplando corredores e faixas exclusivas de ônibus nas principais avenidas, além da estrutura ferroviária da linha 4 Amarela do metrô que propõe no perímetro a estação São Paulo – Morumbi que já está em construção.
EIDA
ALM
PARQUE DA PREVIDENCIA
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LINHA 4 AMARELA DO METRÔ
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PARQUE DO CAXINGUI
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Mapa de rede viária - esc.: 1:8000
PONTOS DE ÔNIBUS ESTAÇÃO SÃO PAULO - MORUMBI
AV. DEP. JACOB
SHOPPING BUTANTÃ
LEGENDA:
SALVA
N VE
Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo. Base vetorial: Geosampa.com.br (2018)
CORREDOR DE ÔNIBUS FAIXA EXCLUSIVA DE ÔNIBUS CICLOVIA ÁREA DE INTERVENÇÃO
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Perímetro Urbano DE
PARQUE DA PREVIDENCIA U
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Assim como ocorre com os usos, a maior concentração de equipamentos públicos e privados ocorrem ao redor do Shopping Butantã e ao longo da Av. Francisco Morato principalmente nas atividades de comércio e serviço. Os equipamentos educacionais demonstram menor concentração, assim como os equipamentos de saúde e segurança havendo destes somente um de cada no perímetro estudado. Os empreendimentos alimentícios envolvem a Rua José Jannarelli, cujo público alvo são pessoas de maior poder aquisitivo, não se aproximam do eixo principal que é onde está presente o transporte público.
SHOPPING BUTANTÃ
COMÉRCIO SERVIÇOS
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PARQUE DO CAXINGUI
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SEGURANÇA
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EDUCAÇÃO
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ALIMENTAÇÃO ÁREA DE INTERVENÇÃO
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EQUIPAMENTOS
LEGENDA:
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Mapa de Equipamentos - esc.: 1:8000
Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo. Base vetorial: Geosampa.com.br (2018)
DINÂMICAS URBANAS E USUÁRIOS Os usuários desta região são, na maioria pessoas que residem no bairro. Há também uma grande quantidade de usuários dos bairros do entrorno e do Shopping Butantã. Durante a noite a quantidade de usuários diminui drasticamente pela falta de ativiaddes gerando sensação de insegurança. Os usos e equipamentos próximos ao shopping aumentam a relação deste com o entorno e fortalecem a conexão das pessoas com ele, pois o entorno só oferece atividades que não são oferecidos no shopping, como por exemplo: borracharia, supermercado, posto de gasolina e etc. As travessas que cortam a Av. Francisco Morato, sentido Morumbi, abrigam um comércio consolidado para atender uma área residencial de maior poder aquisitivo, mas isto não ocorre no eixo principal onde o comércio oscila e entra em declínio pela falta de transeuntes na região, causada por um planejamento urbano que prioriza os veículos.
LEGENDA:
PONTO DE IDENTIDADE (RELIGIOSA) PONTO DE REFERÊNCIA
20
N
PARQUE DA PREVIDENCIA
SHOPPING BUTANTÃ
PARQUE DO CAXINGUI
PRÁTICA CULTURAL (CICLOVIA) CRESCIMENTO DO COMÉRCIO LOCAL DECLÍNIO DO COMÉRCIO ÁREA DE INTERVENÇÃO Mapa de Dinamicas Urbanas - esc.: 1:8000
Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo. Base vetorial: Geosampa.com.br (2018)
Perímetro Urbano DIAGNÓSTICO As potencialidades encontradas na região podem ser subdividas em aspectos principais, como a rede viária e a futura extensão da Linha 4 Amarela do metrô que inclui a futura estação São Paulo – Morumbi da Via 4 Amarela. Quanto ao sistema viário se destacam os acessos e conexões com pontos da cidade de São Paulo e outros municípios através da Rodovia Raposo Tavares, Avenida Francisco Morato (que conecta com a Rodovia Regis Bittencourt BR-116) e a proximidade com a Marginal Pinheiros. O transporte público é outra potencialidade da área devido à presença de corredores, faixas exclusivas de ônibus e que irá melhorar com a inauguração do futuro terminal Vila Sônia (em construção) presente na continuidade do eixo, além das ciclovias ao longo das Av. Eliseu de Almeida, Jorge João Saad e Deputado Jacob Salvador Zveibil. No âmbito de atividades ofertadas, o Shopping Butantã hoje atende as necessidades básicas do bairro quanto ao comércio e serviços, sejam básicos ou mais sofisticados tanto para quem mora quanto para quem frequenta a região eventualmente, sendo ele a única centralidade identificada em todo o perímetro. Outro fator que mostra o potencial do perímetro são os dois parques que o delimitam e que se abordados podem atender as necessidades de lazer e entretenimento dos residentes e eventuais usuários, atividade que hoje é precária na região.
Nos miolos do bairro, onde o uso é predominantemente residencial, a carência de usos diversificados e a falta de equipamentos para os usos ausentes é outro ponto que merece atenção, dado que os residentes precisam se deslocar para o outro lado do Rio Pinheiros para suprir necessidades de lazer, serviços, cultura e até mesmo para trabalhar, ainda que funcione em horário comercial. Isto ocorre numa escala reduzida e ao fim do horário comercial o bairro pode ser caracterizado como dormitório. Apesar dos dois parques que conectam o perímetro a região carece de áreas verdes de qualidade, uma vez que ambos os parques estão fechados atualmente e as vias não possuem praças ou espaços arborizados que possam atrair a população. A projeção indicada abaixo faz um comparativo do que se presume que ocorra na região do perímetro após alcance do potencial construtivo máximo através da verticalização adjacente à Av. Francisco Morato prevista pela legislação e proporcionada pelo funcionamento da estação de metrô em construção, que poderá abrigar um polo de comércio e serviços que hoje não é presente na região. É possível que a partir desse adensamento previsto possam se formar novas centralidades à escala de metrópole, atendendo aos municípios mais próximos do eixo de estudo e bairros adjacentes.
Como fragilidade , identificamos que o planejamento viário voltado ao veículo é notável pelas calçadas estreitas e não acessíveis, conexões entre quadras dificultadas pela distância das travessias e carência de opções para passeio de pedestres. Essas condições geram ausência de transeuntes e consequentemente um declínio do comércio local devido à falta de demanda.
ATUAL
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projecao
Comparativo entre situação atual e projeção do potencial construtivo máximo evidenciando os principais aspectos levantados no diagnóstico
Fonte: Elaboração dos integrantes.
PLANO DE MASSAS
Plano de Massas DIAGRAMA CONCEITUAL O plano de massas foi e analises das características urbanas do perímetro estudado. Este objetiva transformar a região selecionada em um polo que concentre múltiplos usos e atividades, inclusive institucionais, culturais e de entretenimento suprindo as necessidades dos que ali habitam e atraindo novos usuários. Como diretrizes para alcançar esse objetivo, se destaca a requalificação da rede viária a partir da implantação de passeios públicos mais largos, confortáveis e convidativos pela permeabilidade proposta na implantação das quadras acompanhando um caminho verde cuja função, além do conforto ambiental, é conectar os parques do Caxingui e da Previdência. Este caminho verde se relaciona com o uso variado previsto no térreo das novas implantações priorizando um percurso para alternativo à Av. Francisco Morato onde os veículos têm maior presença. Nesta avenida a proposta é promover uma centralidade linear com uso misto. No que tange à centralidade, buscouse fomentar a formação de uma nova área de uso misto situada ao longo das avenidas Jorge João Saad e Dep. Jacob Salvador Zveibil. Essa transversalidade se conecta a um novo shopping proposto, mais aberto do que o atual e que permite que o pedestre o atravesse através de um boulevard amplo e pedestrializado que continua na Rua Chiquinha Rodrigues oferecendo uma centralidade linear conectada diretamente com o fluxo de pedestres proposto. Esse boulevard foi escolhido como objeto de intervenção principal deste trabalho de curso.
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N
Diagrama conceitual do plano de massas proposto para o perímetro - Sem escala
Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo.
Plano de Massas REDE VIÁRIA PROPOSTA
N
O tratamento da rede viária foi uma das premissas norteadoras deste plano urbano. A proposta inclui a requalificação da pavimentação, alargamento de passeios públicos e criação de um fluxo de pedestres através de espaços de qualidade entre as quadras e independente da avenida principal. O objetivo é tornar o trânsito de pedestres mais agradável e confortável possibilitando que este coexista com o trânsito de veículos em um equilíbrio funcional. Segue abaixo o corte representativo desta nova configuração viária, com passeios mais largos e bem definidos, recuos nas construções permitindo térreos mais livres, acessíveis e permeáveis.
LEGENDA:
Mapa de fluxos e rede viária - esc.: 1:8000
FLUXO DE VEÍCULOS FLUXO DE PEDESTRES ÁREA DE INTERVENÇÃO
Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo. Base vetorial: Geosampa.com.br (2018)
Corte representativo da rede viária proposta - Esc.: 1:250
Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo.
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Plano de Massas N
USO DO SOLO PROPOSTO
LEGENDA:
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PARQUE DA PREVIDENCIA
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No corte representativo abaixo pode-se notar essa distribuição com instituições de grande escala e edificações de comércio e serviços dispostas no eixo principal e as residenciais mais afastadas, mas ainda com usos que estimulam a vida urbana e a passagem de pessoas nos níveis mais próximos ao térreo. Junto ao planejamento viário, estas condições visam promover qualidade para os usuários do local.
EIDA
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SHOPPING BUTANTÃ
RESIDENCIAL INSTITUCIONAL COMÉRCIO
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PARQUE DO CAXINGUI
Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo. Base vetorial: Geosampa.com.br (2018) AV
Mapa de uso do solo proposto - esc.: 1:8000
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SERVIÇOS ÁREA DE INTERVENÇÃO
AV. DEP. JACOB SA LVADO R
A distribuição de usos proposta no plano sugere descentralizar todas as funções do shopping e criar atividades similares e complementares ao longo da Av. Francisco Morato com uso misto. Também buscou implantar no perímetro usos institucionais cuja presença atualmente é escassa e locar o uso residencial é mais afastado da avenida a fim de prover melhor qualidade acústica ao evitar os ruídos do maior fluxo de veículos.
Corte representativo dos usos propostos para o perímetro - Esc.: 1:500
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Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo.
Plano de Massas SHOPPING PROPOSTO Um dos fatores que interrompem o fluxo de pedestres no perímetro é a presença do atual Shopping Butantã, sendo ele uma construção extremamente fechada para o entorno e localizado exatamente entre as duas avenidas de destaque. Sua presença interrompe a transversalidade sugerida em todos os demais pontos analisados e propostos no plano urbano. Mas reconhecendo que este é a principal centralidade da área, removê-lo seria equivocado e mudaria toda a dinâmica urbana já existente que pode ser aproveitada. Portanto, como meio de tratar sua solidez e providenciar a fluidez no pavimento térreo, o novo shopping proposto é uma construção mais aberta, com uma divisão clara que permite sua travessia sem que seja preciso acessar seu interior e sugere o inicio de um boulevard que é uma alternativa aos eixos formados pelas Avenidas Francisco Morato e Eliseu de Almeida.
Perspectiva da implantação do novo shopping e boulevard propostos
Corte representativo dos usos propostos para o perímetro - Esc.: 1:750
Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo.
Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo.
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Plano de Massas BOULEVARD PROPOSTO Para tratar a intensidade dos fluxos que passam em frente ao shopping e adequando estes a sua nova composição já apresentada buscou-se continuar a transversalidade que o novo shopping forma como alternativa às avenidas que estão perpendiculares aos seus limites – Av. Professor Francisco Morato e Av. Eliseu de Almeida. Esta continuação também possui o caráter de descentralizar algumas funções que o próprio shopping possui e monopoliza na região, oferecendo então um leque maior de opções para os usuários atuais assim como para aqueles que estão previstos com a expansão sugerida não somente pelo plano urbano apresentado, mas também pelos parâmetros legais que visam o adensamento desta área como uma nova centralidade regional. A nova centralidade citada também se apresenta de forma linear, contudo não está disposta como as demais linearidades que temos em destaque no perímetro, pois não se encontra paralela as avenidas e nem mesmo ao shopping, sua formação justamente atravessa esses dois eixos principais que foram criados e permeia no interior das quadras em forma de um boulevard, retomando o conceito de criar um fluxo de pedestres que seja mais confortável e seguro para os transeuntes, portanto longe das avenidas, mas ainda assim com contato a comércios, serviços e a vida urbana que este plano urbano propõe. Este boulevard é um costura que conecta os usos que o cercam e servem como uma transição entre estes, formado por um conjunto de restaurantes, bares, bistrôs e comércios ligados a gastronomia, todos estes dispostos pela Rua Chiquinha Rodrigues convidam o pedestre a seguir sua continuidade linear e possibilita a criação de novos espaços públicos sejam eles de permanência ou não, que não se limitem ao entorno do shopping ou da estação proposta, além de promover ao bairro uma regionalidade que hoje não está presente.
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Perspectiva a mão livre do boulevard proposto - Sem escala
Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo.
Parque da Previdencia
shopping butanta
Plano de Massas
estacao sao paulo - morumbi boulevard
MAQUETES
PROPOSTO NO PLANO DE MASSAS
As maquetes elaboradas como objeto de desenvolvimento e formação do plano urbano representam com clareza as intenções apresentadas para todo o perímetro selecionado. O modelo eletrônico destaca o contraste que as novas edificações (em preto) e espaços criam quando comparados com o que existe atualmente (em branco), podemos notar a verticalização incentivada pelos instrumentos legais como zoneamento, coeficiente de aproveitamento e outros. Vemos também os novos espaços abertos projetados tornando o interior das quadras mais permeáveis, e também a nova arborização e percursos de áreas verdes que qualificam toda a área e integram facilmente os dois parques nos limites do perímetro. A maquete física além de também apresentar todos estes pontos já citados os apresenta em conjunto com a topografia do local e evidencia as intenções de centralidade e continuidade dispostas na nova composição do shopping e o boulevard que se inicia após este feito.
EXISTENTE
Maquete 3D representativa da aplicação do plano de massas proposto- - sem escalas
Maquete física da aplicação do plano de massas proposto
Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo.
Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo.
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O TEMA
O Tema JUSTIFICATIVA O número de pessoas utilizando as áreas de lazer da cidade de São Paulovem crescendo consideravelmente. Este interesse em ocupar e vivenciar é consequência da mudança de ábito das pessoas acerca da ocupação dos espaços oferecidos à população, assim como na qualidade desses espaços distribuídos no território urbano. Há uma evolução no entretenimento ofertado o que incentiva o surgimento de feiras, apresentações artísticas e eventos gastronômicos que atraem cada vez um público maior. Essa experiência de diferentes formas de lazer evidencia a necessidade de espaços que atendam a essas finalidades. Pensando nessa tendência, a proposta prevê além de um empreendimento gastronômico, a criação de um espaço urbano de excelência que conversa com seu entorno, onde a ideia central é reunir diferentes tipos de atividades em um mesmo local, buscando abranger o maior número de pessoas possível, através de usos e atividades como: aulas de culinária, venda e compra de produtos alimentícios entre outros e a realização de feiras livres. O objetivo primário desta intervenção é possibilitar o encontro de pessoas e grupos, de diferentes estilos e idade para desfrutarem de um espaço acolhedor voltado a gastronomia, considerando que esta á capaz de atrair grande público e quando associada à outras expressões culturais permite ao usuário usufruir das raízes e da evolução da identidade cultural local, nacional ou internacional. A alimentação é um dos aspectos de maior importância no que tange à cultura de uma sociedade, muito da cultura de uma nação se conhece através da sua culinária. A escolha desta intervenção considera a ocupação e atividades propostas pela atual legislação e pelo plano de massas desenvolvido, sendo viabilizada pela proximidade com o transporte de massas de alta capacidade – Via 4 Amarela – e o grande número de pessoas transitando diariamente, uma potencialidade gerada pelos eixos de mobilidade. Este fator possibilita atrair usuários a trabalho ou a lazer e aqueles que residem na região para novos usos, sendo este o objetivo da centralidade proposta neste projeto, que busca atender a demanda que será formada pelas zonas de ZEU (Zona de Estruturação Urbana), nos serviços oferecidos e no espaço urbano onde irá auxiliar na transposição do fluxo de veículos através de um trajeto alternativo de qualidade para o pedestre, assim como aliviar a verticalização que ocorrerá ao redor de todo o eixo. Através da disposição de restaurantes, bistrôs, bares e cafés ao longo da área escolhida, planeja-se a formação de um boulevard voltado ao pedestre que permita a concepção de um espaço público de alcance regional ao abrigar entretenimento e atividades noturnas das quais a região carece atualmente, a intervenção prevê também a instalação de um Mercadão Regional que se conecta ao boulevard e estimula seu uso. O mercado nasceu com as primeiras civilizações e ao longo da história se consolidou como um espaço econômico, político e social dentro das cidades. Começando com as primeiras trocas de excedentes, posteriormente os bazares árabes e progredindo até a concepção atual pode-se afirmar que o mercado ocasiona as mais diferentes interações e trocas entre as pessoas.
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O Tema PARTIDO PERMEABILIDADE E ACESSIBILIDADE Edificações, percurso e espaços acessíveis que atendam a todos os públicos e estimulem a curiosidade dos transeuntes gerando mais visitas e usos para as edificações propostas. Permite a passagem, e ao mesmo tempo estimula a permanência do público nas praças internas, seja consumindo os produtos à venda ou somente para encontros.
INTEGRAÇÃO Inclusão dos setores próximos a sua localização. Pela localização do projeto perpendicularmente a Av. Professor Francisco Morato, a implantação deste projeto visa integrar esses setores e atender a demanda gerada pela verticalização sugerida pela legislação e possibilitada pelo transporte público de massas de média capacidade.
RELAÇÃO PÚBLICO E PRIVADO As edificações apesar de privadas permitem o acesso livre a todos, para que se possa receber inúmeros eventos distintos (ferias, eventos de lazer, festivais), que venham a se acomodar nas galerias ou nas praças propostas eliminando assim a distinção entre público e privado.
LINEARIDADE A divisão dos espaços, sua concepção de interior e externo, público e privados seguem um ritmo pensado para descaracterizar a linearidade sugerida pela rua onde a intervenção é implantada e destacar a flexibilidade de usos nos espaços propostos.
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O Tema ESPAÇOS PÚBLICOS DE ALIMENTAÇÃO “A gastronomia nunca esteve tão em alta como nos dias de hoje, consequência do processo histórico da globalização. No mundo interligado pela internet, tendências e ideias se espalham em segundos, ingredientes e técnicas culinárias circulam rapidamente, influenciando de maneira multicultural os hábitos a mesa.” (FREIXA; CHAVES, 2008, P 253.) Os espaços compartilhados de alimentação no Brasil até o início do século XIX resumiam-se em pequenas hospedarias familiares e serviços informais que serviam comidas de caráter mais simples e dispunham de pouca variedade, essas hospedariam eram os únicos locais que recebiam os viajantes. Ainda no século XIX, começaram a nascer no Brasil, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro os primeiros hotéis com restaurantes de cozinha francesa. Após a Segunda Guerra Mundial, a população brasileira cresceu continuamente e isso gerou a criação de uma classe média que transformou a forma das grandes cidades do país, essa urbanização atraiu mão de obra barata que veio do campo, os imigrantes passaram a trabalhar em bares e restaurantes, juntamente com os brasileiros que vinham das demais regiões do país, principalmente a nordeste. O próximo passo significativo no desenvolvimento desses espaços de alimentação se deu com a formação de bares e restaurantes externos aos hotéis e muito mais sofisticados na década de 70, isso traz para as principais capitais do país bares e restaurantes que são comparados aos existentes em outras partes do mundo, como a Europa e os Estados Unidos, este fato tem como consequência a continuidade deste crescimento pretendo atingir um patamar ainda mais alto. Já nos anos 80 a multiplicação é de restaurantes de redes de fast food’s, pizzarias e outros estabelecimentos onde se é possível comer rápido a um baixo custo, a década de 90 é marcada pelo aumento da importação de produtos e maior abertura deste mercado de trocas no brasil, estes fatores unidos a necessidade recém despertada da década anterior geram um aumento na sofisticação dos restaurantes brasileiros e provoca a vinda de chefs estrangeiros que vão levar a um novo estágio a gastronomia nacional. Abordando este assunto na atualidade, a cultura da alimentação fora de casa expande-se cada vez mais rapidamente, hoje a alimentação corresponde a um total de 15% das operações de um shopping no Brasil segundo pesquisa do último Censo Brasileiro de Shopping Centers, divulgado pela Abrasce. Está crescente notoriedade dos restaurante, lanchonetes e bares redefine o conceito de Shopping em todo o mundo e gera uma noção de comunidade que se reúne em prol da gastronomia. No entanto, o ato de alimentar-se fora de casa é apontado por sociólogos como uma das razões para a dissolução do núcleo familiar, uma vez que a comensalidade, ou seja, o ato de alimentar-se junto a outros indivíduos esteve ligado intimamente ao conjunto familiar – Etimologicamente a palavra família em sânscrito “dhaman” significa casa ou lar, e a palavra lar, originada do latim “lare” significa a parte da cozinha onde se acende o fogo – e atualmente com a cultura dos fast food’s e shoppings centers se torna cada vez mais comum o ato de alimentar-se ser algo solitário, feito mecanicamente e sem interação social, trocando o ritual familiar (da preparação até o consumo) por um simples ato de reabastecimento.
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O Tema A GASTRONOMIA COMO ELEMENTO DE IDENTIDADE É fato que a gastronomia é considerada um elemento cultural, cada cultura tem hábitos alimentares distintos, que podem ou não privilegiar alimentos específicos estimulando o seu uso. As práticas alimentares caracterizam cada cultura e, portanto, servem como objeto de diferenciação social originando-se de vários aspectos, como, econômico, geográfico, ambiental e histórico. É pela alimentação que cada grupo social se difere dos demais, se auto reconhece e é reconhecido. O conceito de comida está diretamente conectado ao de natureza. Os alimentos são selecionados e preparados através da gastronomia, essas etapas também se originam na cultura de uma população especifica. Quando analisamos a relação entre natureza e cultura, é preciso levar em consideração a mudança de colher alimentos que havia na antiguidade e que perdurou até alguns séculos passados para a produção destes de maneira industrial. Para as primeiras aglomerações humanas bastava explorar os recursos naturais para a subsistência, mas ao longo do tempo, surgiu a necessidade de produzir alimentos, escolhendo entre os recursos disponíveis e assim aumentando a variação de alimentos, especiarias e acompanhamentos a disposição para a alimentação. Esta mudança foi um ponto decisivo na história da humanidade, uma vez que através da agricultura, o homem rompe sua relação de predação imediata com a natureza e passou a desencadear um papel de exploração desses recursos. Outro conceito que pode ser colocado como decisivo nos costumes culturais é a comensalidade – ato de comer na companhia de outrem –, pois esta atribui valor as refeições, assim como ocorrem com rituais religiosos que em sua maioria envolvem alimentos como meio de selar o ritual. A cultura se percebe mais evidentemente por fatores geográficos, pois de acordo com a disponibilidade cada civilização adotou alimentos diferentes como base na alimentação, o que significa que cada sociedade empregou alimentos distintos para as suas refeições e a partir disto os hábitos e costumes alimentares se desenvolveram. Quando pautamos que a identidade pode ser interpretada como o modo pelo qual cada indivíduo constrói e representa a si mesmo, as especificidades destes hábitos alimentares tão variantes entre as civilizações é que fazem da gastronomia um elemento de identidade cultural. E não somente pelas civilizações essa percepção multicultural pode ser notada, no Brasil a culinária é um dos aspectos que mais representam as diferentes regiões, tendo ela sido formada pela combinação portuguesa, indígena e africana. Os variados hábitos, refeições, alimentos e até a nomenclatura destes se distinguem a cada estado e é muito comum encontrar por São Paulo, por exemplo, restaurantes mineiros, gaúchos, nordestinos e outros como um símbolo da cultura destas regiões.
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O Tema OS RESTAURANTES Nos primeiros séculos os únicos a alimentarem-se fora de casa eram os viajantes pela indisponibilidade que tinham de preparar suas próprias refeições, mesmo que tenham indícios de que o ambiente similar ao que conhecemos hoje já estava presente na antiguidade na forma de tavernas que serviam comidas e bebidas na antiga Roma, o termo “restaurante” só começou a ser usado para caracterizar esses locais no final do século XVIII, pois até então as estalagens faziam este papel servindo apenas uma opção de prato por dia, com preço e horário pré definidos. A palavra restaurante vem do latim “restaurare” que significa restaurar, e até o século XVIII era a representação de caldos regenerativos indicados por médicos para pessoas que estivessem muito debilitadas, até que em 1765 um francês chamado Boulanger pendurou uma placa em seu estabelecimento recém inaugurado com a seguinte frase em latim: venid ad me ommis qui stomacho laboratis, ego restaurado vos que se traduz como: vinde a mim, vós que trabalhais, e restaurarei vosso estomago, com isto Boulanger oferecia um caldo a base de carne que prometia restaurar as forças daqueles que o provassem. Após isto, novos estabelecimentos oferecendo comidas e bebidas foram surgindo por toda a França com o impulso dado pela Revolução Francesa, os nobres perderam suas propriedades e muitos dos cozinheiros mais renomados ficaram sem empregos e com os novos ideais proclamados de liberdade e igualdade todo cidadão comum tinha a possibilidade de abrir seu próprio negócio e assim os restaurantes foram se espalhando para atender a nova burguesia que se instalava na sociedade, mas ainda de forma tímida e limitada. Esse cenário muda e se aproxima ainda mais da realidade que conhecemos atualmente, quando em 1782 é inaugurado o Grande Taverne de Londres, do chef Antoine Beauvilliers, em Paris. Este é o primeiro estabelecimento a incorporar uma carta com os pratos disponíveis – denominada menu – onde os clientes escolhiam suas porções individualmente servidos em mesas separadas e com horário fixo, o empreendimento também contava com adega selecionada, cozinha profissional e garçons treinados. A partir deste momento, muitas inovações e mudanças ocorreram, as de maior destaque ocorreram nos Estados Unidos, como, por exemplo, o surgimento dos restaurantes self-service em 1885, com o autosserviço que conhecemos hoje, e também aqueles especializados em um tipo exclusivo de cozinha, como, steak houses (carne) e seafood’s (frutos do mar) e uma infinidade de restaurantes que vieram após isto. No Brasil, foi a chegada da família real em 1808 que impulsionou o aparecimento dos restaurantes, os ingredientes vindos de Portugal e de outros locais do mundo, assim como os chefes, hábitos e cultura alimentar contribuíram para o fortalecimento deste setor recém descoberto. As cidades que abrigaram os primeiros restaurantes foram Rio de Janeiro e São Paulo, primeiramente estes ficavam somente nos hotéis, mas logo se tornaram instalações independentes. O restaurante mais antigo do Rio de Janeiro ainda em funcionamento é o Bar Luiz, foi fundado em 1887 e se mantém consolidado, assim como a Confeitaria Colombo de 1894 famosa por ter sido ponto de encontro para reuniões dos nobres e intelectuais da burguesia carioca. Em São Paulo, o restaurante Carlino que foi inaugurado em 1881 no Largo do Paissandu e oferecia pratos típicos da tradicional culinária italiana. É um dos mais antigos restaurantes de São Paulo, mudou de proprietário e endereço muitas vezes ao longo dos anos, mas ainda é um símbolo da aparição dos restaurantes em São Paulo. A cozinha moderna como conhecemos nos restaurantes atuais se deve a todos estes momentos de formação que foram complementados com o auxílio de grandes gastrônomos que estudaram não só os alimentos ou refeições a serem preparados, mas também o papel e ordenamento deste espaço como uma extensão do lar que se aproximasse mais das funções de lazer e entretenimento da população. Foi o gastrônomo Jean Anthelme que publicou em 1825, a primeira grande obra sobre culinária, o livro “A fisiologia do gosto” é tido como uma certidão de nascimento da gastronomia, é um clássico caderno de receitas manuscritas. E Auguste Escoffier, um chefe renomado que estabeleceu as regras e criou cargos, técnicas e procedimentos na cozinha, a moderna divisão de tarefas que conhecemos hoje se deve a ele, assim como os cargos de chef, sub-chef (souschef), rotisseur, patissier e tantos outros encontrados nas principais cozinhas de todo o mundo.
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O Tema A GASTRONOMIA NA CIDADE DE SÃO PAULO A cidade de São Paulo é a maior metrópole da América do Sul e sendo multicultural como é, oferece culinária de todas as cozinhas do mundo, atendendo aos gostos do Ocidente e Oriente, e dispondo de estabelecimentos que fazem, servem e vendem comidas de todas as origens. Pode ser considerada uma junção da gastronomia tradicional e contemporânea dos mais diferentes povos e civilizações, reunindo diversas culturas e agradando todos os gostos, e paladares. O fato de São Paulo ser uma capital de pluralidade gastronomia é resultado do abrigo a populações de diferentes regiões do país e de inúmeros povos, cada qual destes trazendo consigo uma variedade de gostos, alimentos, receitas e adequando estes a culinária paulista o que resulta numa nova infinidade de receitas, pratos e culinária que se expandem involuntariamente pela cidade. Em um passeio rápido por São Paulo é facilmente identificável restaurantes japoneses, italianos, árabes, chineses e diversos outros. Ainda se encontra facilmente culinária vegetariana, orgânica, além de uma rede vasta de fast food, cafeterias, padarias, pizzarias e os mais novos food trucks e feiras gastronômicas.
Devido ao crescimento acelerado da cidade de São Paulo, o aumento cada vez maior das distancias entre residência e local de trabalho, a dificuldade de locomoção para vencer essa distância e a inviabilidade do retorno à casa durante o expediente de trabalho acabam por gerar uma rotina de consumo de alimentos fora do lar que caracteriza que não somente para lazer se constitui a freguesia dos restaurantes paulistas. Tamanho é o reconhecimento de São Paulo na gastronomia mundial que a revista inglesa The Restaurant nomeou o restaurante D.O.M localizado no bairro dos Jardins como o sétimo melhor restaurante do mundo em 2014, sendo o único restaurante brasileiro entre os 50 melhores que foram listados, e Helena Rizzo, chef do restaurante Maní, localizado em Pinheiros como a melhor chef do mundo.
Restaurante D O M - Nomeado sétimo melhor restaurante do mundo pela revista The Restaurante Fonte: https://www.ticinofinanza.ch/2016/04/25/il-gusto-della-vita-di-alex-atala/
Restaurante Maní da chef Helena Rizzo - Nomeada como a melhor chef do mundo Fonte: http://manimanioca.com.br/o-mani/
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ESTUDOS DE CASO
Estudo de Caso EATALY SÃO PAULO Nome: Eataly São Paulo Localização: Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 1489 – Itaim Bibi, São Paulo Ano: 2015 Área: 4.500 m² Programa: 7 restaurantes temáticos 1 restaurante e bar principal 5 balcões 2 cafeterias Escola de cursos gastronômicos Mercado com 22 departamentos. O Eataly é uma rede de restaurantes presentes no mundo todo, o nome vem da junção das palavras Eat que significa comer em inglês e Italy, do país Itália. O objetivo é reunir a excelente comida italiana, seus alimentos, receitas e tradições num único lugar, onde se possa aprender, ensinar e consumir está culinária que é reconhecida mundialmente, ao todo são 38 unidades do Eataly no mundo, uma delas estão em São Paulo. O Eataly São Paulo está localizado no bairro do Itaim Bibi, com um total de 4.500m² e uma variedade de produtos italianos à venda que ultrapassa os 7 mil, a unidade tem um espaço disponível para aulas e workshops de gastronomia, conta com 13 pontos de alimentação e um grande restaurante em seu terraço.
APLICAÇAO NO PROJETO A referência do Eataly São Paulo inspirou na intervenção deste projeto a unificação dos conceitos de restaurante e mercado criando um espaço de caráter regional onde os dois usos se completem, a variedade de restaurantes, o conceito de feiras livres e mercado públicos também foram incorporados para auxiliar na disposição destes usos de maneira mais urbana, ao longo do boulevard escolhido para implantação
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Fachada Eataly São Paulo
Fonte: Acervo Pessoal
nterior Eataly São Paulo
Fonte: Acervo Pessoal
Estudo de Caso ESTACIONAMENTO CARGA E DESCARGA TERRAÇOS ÁREA TÉCNICA NÚCLEO DE CIRCULAÇÃO VERTICAL COMÉRCIO RESTAURANTES
Acesso estacionamento
Acesso público
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Estudo de Caso MERCADO ROMA Nome: Mercado Roma Localização: Calle Querétaro 225, Roma Nte., 06700 Ciudad de México, D.F., Mexico Ano (última construção): 2013 Área: 1.750m² Programa: 2 Restaurantes 1 Bar Comércio (Mercado)
O Mercado Roma é referência de edifício contemporâneo no México, pensado para ser um espaço para brigue as faces da cultura gastronômica mexicana, sua principal vertente é a criação do sentido de comunidade e colaboração, através de um espaço que reúne seletos parceiros e vendedores para que eles possam oferecer os seus produtos. Seu estilo tem muita expressividade industrial, utilizando metal, não somente como elemento de estrutura, mas também como composição de sua fachada, o resultado é um edifício que não passa despercebido. O pavimento térreo pelo qual se dá o acesso abriga cinquenta e três tendas de vendas que compõem de forma orgânica o espaço interno e buscam reinterpretar a grade do mercado tradicional, com seus longos corredores reticulares que são todos iguais. Os dois últimos níveis superiores com dois restaurantes, um bar e um terraço.
APLICAÇAO NO PROJETO O ponto de destaque do Mercado Roma é sua integração com o passeio público e todo o exterior da edificação, a chegada do usuario é uma continuidade da via pública e dos espaços de permanência que ela possui, isto junto a conexão dos usos principais (comércio e restaurantes) coexistindo em um mesmo edifício, mas sem cque um interfira no outro, este conceito foi utilizado na criação dos pequenos comércios dispostos nos blocos, com acessos independentes dos restaurantes e que funcionam de forma independente do bloco principal e que tem seu exterior como uma extensão dos próprios blocos através de espaços para alimentação nas varandas e balanços.
42
Fachada Mercado Roma
Fonte: archdaily,com.br
nterior Mercado Roma
Fonte: archdaily,com.br
Estudo de Caso MERCADO ROMA Acesso público
ÁREA TÉCNICA NÚCLEO DE CIRCULAÇÃO VERTICAL COMÉRCIO RESTAURANTES
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Estudo de caso VILA BUTANTAN Nome: Vila Butantan Localização: Rua Agostinho Cantu, 47 – Butantã, São Paulo – SP Ano: 2016 Área: 4.000 m² Programa: 16 restaurantes variados 11 foodtrucks 7 lojas 1 bar 5 empreendimentos de serviços
O Vila Butantan, localizado no bairro do Butantã, ao lado da estação de metrô da Linha 4 Amarela é um centro de compras e lazer que reúne gastronomia nacional e internacional, entretenimento e cultura, lojas variadas desde moda à decoração e serviços. Tem como objetivo a revitalização da cidade de maneira sustentável, é formado por contêineres marítimos reciclados que se dispõe de uma forma leve criando espaços de convivência e praças internas que convidam o visitante. O local ainda abriga foodtrucks e recebe eventos de público diversificado.
APLICAÇAO NO PROJETO O estudo do Vila Butantan promoveu à intervenção proposta o conceito de praças e espaços para pedestres que pudessem ser ou não de permanência o que gerou edificações que conversam com o espaço aberto. Os terraços que a disposição dos contêineres do Vila Butantan sugere foram absorvidos e repensados para contrapor a linearidade que a rua escolhida para projeto possui.
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Praça Interna Vila Butantan
Fonte: Acervo Pessoal
Praça interna Vila Butantan
Fonte: Acervo Pessoal
Estudo de Caso
Utilização de containers agrupados, criando espaços internos e externos e pequenas praças internas que servem como ambientes de permanência. Terraços verdes nas coberturas dos blocos.
Vegetação perimetral empregada como elemento de isolamento do terreno voltada para via de fluxo alto e constante de veículos.
VILA BUTANTAN Acesso secundário por via de trânsito local com baixo fluxo – geralmente utilizada como estacionamento para os usuários do Vila Butantan.
Praça interna de foodtruck com comércios variáveis.
Praça interna de foodtruck com comércios variáveis.
Acesso principal com conexão direta a praça interna dos estabelecimentos.
Terraços no último pavimento, podendo ser ou não exclusivos do estabelecimento presente neste andar.
Deck de madeira comumente usado como palco para eventos.
45
INTERVENÇÃO
730.17
M AL
728.32
731.77
732.83
735.63
728.02 727.87
728.59
727.53
P
P
733.87 728.23
728.42
728.83
732.60 P
728.13
731.91
738.71
727.98
728.71
728.19
736.97
739 .11
729.06
E.M.E.F. MAL. DEODORO DA FONSECA
728.24
733.62
P
727.57
P
728.03 728.13
728.31
737.78
44
9.
72
728.67
A ID
N VE
P
P
729.31
738.27
P P
P
728.67
728.25
A
728.70
738.53 738.44 P
728.88
738.76
P
727.48
P
738.06 738.80
P
728.13
P
729.95
IL
4
73
5
P
P
P
ZV
731.48
P
739.38
P
B EI
730
VILA SÔNIA
734.20 P
P
739.18
P
RU
P
730
741.78
CULTURA POPULAR BRASILEIRA MUSEU DE FOLCLORE ROSSINI TAVARES DE LIMA
IQ
740.39 743.60
737.80
UI
P
741.92
741.19 736.79
P
728.45
NH
P
741.36
735
P
P
CH
P
0 74
736.14
P
ADO
740.56
740
P
728.19
SALV
SHOPPING BUTANTÃ
740.42
P
R
730
735.13
P
740.17
A
727.99
728.69
0
P
P
727.64
731.50
74
739.47
P
731.33
735.38
735.60
738.81
P
.6
742.83
P
A
BUTANTÃ P
739.29 736.35
727.67
P
P
727.85
N
P
P
734.80
728.20
735.92
9 72
735.25
P
732.74
E.M.E.F. MAL. DEODORO DA FONSECA
EU
9.4
0 P
728.80
5 73
E
736.83
P
727.34
728.20
S LI
728.48 728.69
P
737.57
DE
O TERRENO
730.18
727.74
EI
728.26
730.08
DA
732.48 727.34
72
Intervenção
730.41
728.33
729.38
727.71
727.77
V
734.71 735.10 P
737.35 P
73 5
VILA SÔNIA SETOR 101
734.36
.48 736
736.31
B JACO
0 73
736.33
741.50
DR
P
737.13
P
RO
P
729.09
729.04
P
IG
P
746.30
UE
S
743.59
737.30
P
729.28
735.65
742.86
742.46
742.45
6.4
73
73
0
741.35
0
V
.33 736
739.14 730.57
730.60
745.22
DEP.
736.45
729.69
O
.60
736
5.8
73
C CIS
AN
FR
0
736.12
ZCOR1 - ZONA CORREDOR 1
741.24
744.80
ZCOR2 - ZONA CORREDOR 2
738.80
9
.87
5.7
735
73
ESTAÇÃO SÃO PAULO - MORUMBI
741.04 6 8.4 73 735
73 2
5.4
Terreno escolhido e entorno imediato - Esc.: 1:4000 2
734
739.22
741.05
S
OR
ES OF
732.50
Fonte: ElaboraçãoPdos R integrantes do grupo. Base vetorial: Geosampa.com.br (2018) 730.90
748.50
SHOPPING BUTANTÃ 749.22
À DEMOLIR
751.30
ÁREA DE INTERVENÇÃO
751.50
752.71
0
V
0
74
75
AVENIDA
730.48
.3 735
736.25
730.41
735.20
.13
48
742.93
MO LEGENDA:
741.82
736.86
738.91
TO RA 742.44
P
729.36
745.40
752.80
N
Intervenção O TERRENO
PARQUE DA PREVIDENCIA
Atualmente a ocupação desta área é majoritariamente residencial, abrangendo um total de 33 lotes, com exceção daqueles voltados para a Av. Francisco Morato que abrigam uso de comércio e serviços, os demais demonstram uma ocupação residencial de alto padrão. O desnível total é de 24 metros, da cota mais alta na avenida em 747 metros acima do nível do mar e o ponto mais baixo no encontro da Rua Chiquinha Rodrigues com a Rua Dr. José de Moura Resende cuja cota está em 723 metros. Com uma extensão de 387 metros, ao todo a área selecionada para intervenção compreende 17.845 m².
SHOPPING BUTANTÃ
LEGENDA: PARQUE DO CAXINGUI
ZCOR1 - ZONA CORREDOR 1 ZCOR2 - ZONA CORREDOR 2 ESTAÇÃO SÃO PAULO - MORUMBI
LEGISLAÇÃO Mapa de uso do solo proposto - esc.: 1:8000
Fonte: Elaboração dos integrantes do grupo. Base vetorial: Geosampa.com.br (2018)
A área escolhida está localizada em um território de qualificação onde objetivo é a promoção à diversificação de usos ou o adensamento populacional moderado e da qualificação dos espaços públicos. Seu propósito é prever atividades típicas de áreas centrais ou de subcentros sejam eles regionais ou de bairros. Caracterizada como ZCOR (Zona Corredor) estas áreas ocorrem em lotes lindeiros à ZER (Zona Exclusivamente Residencial) ou à ZPR (Zona Preferencialmente Residencial) onde os lotes fazem frente para vias que exercem estruturação local ou regional, e são destinadas aos usos não residenciais compatíveis com o uso residencial e com a fluidez do tráfego que possam com densidades construtiva e demográfica baixas funcionar como uma área de transição entre o uso residencial e aqueles previstos em grandes eixos de transformação, neste caso, a ZEU (Zona de Estruturação Urbana). Fonte: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/marco-regulatorio/zoneamento/arquivos/
49
Intervenção DIAGRAMA CONCEITUAL A intervenção proposta se organiza a partir de uma linearidade que configura o boulevard disposto ao longo da Rua Chiquinha Rodrigues aproveitando esta como o eixo de desenvolvimento do projeto, visa destacar a continuidade de um percurso para pedestres de forma convidativa e agradável intercalando espaços internos e externos para formar um espaço único que compreenda usos e atividades variados. Para isto, foi necessário tratar a relação de pedestres e veículos neste eixo, seguindo o conceito do boulevard como um trajeto alternativo para os usuários, a preferência é para os pedestres, dispondo para estes a maior parte do terreno tornando-o acessível e adequado para o atendimento da demanda de pessoas esperadas. Em contraponto foi preciso considerar também a necessidade de acesso de veículos de carga e descarga, coleta de lixo, e até mesmo para os próprios usuários que fazem seu acesso através de carros, não limitando assim o acesso aos restaurantes somente para pedestres. Esta necessidade foi atendida através da implantação de duas ruas laterais dispostas nas extremidades do terreno com capacidade para os fluxos e funcionamentos citados e estacionamentos no subsolo do mercado principal. Os restaurantes e comércios serão distribuídos através de blocos ao longo do eixo principal, mantendo sempre o caminho do pedestre desobistruído, as construções estão permeando este caminho e separadas entre si para a criação de espaços de permanência em seus afastamentos. A combinação de todos estes elementos reforça o conceito de linearidade e continuidade proposto por esta intervenção e cria uma centralidade ao longo de um eixo contínuo. Diagrama conceitual com as intenções projetuais em relação ao terreno e entorno imediato - Sem escala
50
Fonte: Elaboração própria
Intervenção ESTUDO PRELIMINAR Os primeiros estudos apresentados para a inserção da proposta no terreno escolhido buscaram principalmente pensar os espaços com o intercalamento de interno e externo, as praças projetadas possuem o objetivo de integrar os usuarios dos diferentes blocos, pois a maioria delas se encontra entre duas construções, aquelas programadas para os fundos e frente de cada edificio serviram não somente como espaços de alimentação externos, mas também de permanência já que assim possibilita atender a outras atividades. Para a composição das edificações um módulo foi utilizado para o ordenamento dos espaços, considerando este como um restaurante de porte mediano, através do alinhamento variado dos módulos os empreendimentos terão áreas diferentes, o que resulta em diferentes acessos combinados ao níveis que a topografia proporciona. Limitados pelo gabarito da Zona de Corredor, que define 10 metros como altura máxima, os edificios foram pensados com dois pavimentos, o térreo no qual o pedestre tem acesso direto a todos os serviços oferecidos, e o primeiro pavimento, que conta com espaços mais integrados por conta de grandes terraços junto a restaurantes de grande escala. A maquete física apresenta os pontos mencionados acima e esclarece os acessos variaveis de acordo com o nível de cada construção, assim como também evidencia os patamares criados para os espaços de permanência que serão usados para eventos, feiras, cursos ao ar livre e todo tipo de atividade que necessitar de um espaço público de qualidade com proximidade a uma variadade de comércios e serviços.
Maquete física dos primeiros estudos da implantação
Fonte: Acervo pessoal.
51
PROJETO
54
Projeto
55
56
Projeto
TRABALHO DE CURSO BOULEVARD GASTRONÔMICO
IMPLANTAÇÃO ESCALA: 1:1.000
01/13
57
Projeto
58
TRABALHO DE CURSO BOULEVARD GASTRONÔMICO
TÉRREO ESCALA: 1:1.000
02/13
Projeto
TRABALHO DE CURSO BOULEVARD GASTRONÔMICO
PRIMEIRO PAVIMENTO ESCALA: 1:1.000
03/13
59
TÉRREO ESC.: 1:250
TÉRREO ESC.: 1:250
PRIMEIRO PAVIMENTO ESC.: 1:250
CORTE ESC.: 1:125
CORTE ESC.: 1:125
04/13
PRIMEIRO PAVIMENTO ESC.: 1:250
TÉRREO ESC.: 1:250
CORTE ESC.: 1:125
PRIMEIRO PAVIMENTO ESC.: 1:250
05/13
TÉRREO ESC.: 1:250
CORTE ESC.: 1:125
PRIMEIRO PAVIMENTO ESC.: 1:250
06/13
TÉRREO ESC.: 1:250
CORTE ESC.: 1:125
PRIMEIRO PAVIMENTO ESC.: 1:250
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TÉRREO ESC.: 1:250
CORTE ESC.: 1:125
PRIMEIRO PAVIMENTO ESC.: 1:250
08/13
TÉRREO ESC.: 1:250
CORTE ESC.: 1:125
PRIMEIRO PAVIMENTO ESC.: 1:250
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TÉRREO ESC.: 1:250
CORTE ESC.: 1:125
PRIMEIRO PAVIMENTO ESC.: 1:250
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CORTE ESC.: 1:125
PRIMEIRO PAVIMENTO ESC.: 1:250
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CORTE ESC.: 1:125
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ACESSO ESTACIONAMENTO
PROJEÇÃO BLOCO 1
I = 20%
PROJEÇÃO BLOCO 1
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O
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HALL DE ACESSO
12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
PR OF
13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34
ES
HALL DE ACESSO
PROJEÇÃO MERCADO
ES
SO R
PROJEÇÃO MERCADO
PR OF
FR
AN
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SC
O
740,00
(85 VAGAS)
SC
737,00
RA
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ESTACIONAMENTO
MO
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AV
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EN ID A
I = 20%
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Referências Bibliográficas PREFEITURA DE SÃO PAULO. Prefeitura Regional do Butantã. Disponível em < http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/regionais/butanta/>. Acesso em: 04 mar. 2018. PREFEITURA DE SÃO PAULO. Biblioteca Pública Camila Cerqueira César: O bairro do Butantã, 2007. Disponível em < http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/ bibliotecas_bairro/bibliotecas_a_l/camilacerqueiracesar/index.php?p=129#>. Acesso em: 10 mar. 2018. VIAQUATRO. Linha 4 Amarela do Metrô, 2018. Disponível em <http://www.viaquatro,com.br/linha-4-amarela>. Acesso em: 10 mar. 2018. MOREIRA, Sueli Aparecida. Alimentação e comensalidade: aspectos históricos e antropológicos. 2010. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0009-67252010000400009>. Acesso em: 04 abr. 2018. GIORGI, Victor de Vargas. ADENTRANDO O “ESPAÇO SOCIAL ALIMENTAR”: SOCIOLOGIAS DA ALIMENTAÇÃO, POR JEAN-PIERRE POULAIN. Victor de Vargas Giorgi. Disponível em: <http:// www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/demetra/article/view/15858>. Acesso em: 15 abr. 2018. SILVA, Alessandra Bonifacio da. EVOLUÇÃO DOS RESTAURANTES COMERCIAIS QUANTO A ADEQUAÇÃO AO AMBIENTE FAMILIAR. 2014. Disponível em: <https://www.webartigos.com/artigos/ evolucao-dos-restaurantes-comerciais-quanto-a-adequacao-ao-ambiente-familiar/127111>. Acesso em: 15 abr. 2018. GUIMARAES, Fernando L G. A origem da palavra restaurante. 2012. Disponível em: <https://laboratoriododoutornin.wordpress.com/2012/03/26/a-origem-da-palavra-restaurante/>. Acesso em: 18 abr. 2018. LEONARD, William R.. Alimentos e evolução humana: Mudança alimentar foi a força básica para sofisticação física e social. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/ alimentos_e_evolucao_humana.html>. Acesso em: 20 abr. 2018. MELO, Josimar. Restaurantes surgem para matar fome de convívio. Disponível em <http://www1.folha.uol.br/fol/brasil500/comida14.htm>. Acesso em: 20 abr. 2018. MAGALHÃES, José. História e evolução do restaurante. 2015. Disponível em: <http://www.revistahotelnews.com.br/portal/opiniao.php?get_op=257>. Acesso em: 26 abr. 2018. BEMFEITO, Fabíola. Diversidade Gastronômica em São Paulo, 2011. Disponível em <htttp://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/191-diversidade-gastronomica>. Acesso em: 26 abr. 2018. TORRES, Desire Blum Menezes. Espaço Urbano: Supermercado de Rede: aproximação e distanciamento. Revista Cardis. V.6. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2011. Disponível em <http://revistas.pucsp.br/index.php/cardis/article/view/10297>. Acesso em: 10 maio 2018. ARCHDAILY. 12 critérios para determinar um bom espaço público. Disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/01-115308/12-criterios-para-determinar-um-bom-espaco-publico>. Acesso em: 12 maio 2018. EATALY. Eataly Brazil. 2018. Disponível em: <http://www.eataly.com.br/>. Acesso em: 15 maio 2018. LORENÇATO, Arnaldo. Eataly abre primeira unidade brasileira no Itaim Bibi: Fruto de um investimento de mais de 40 milhões de reais, o misto de supermercado fino de produtos italianos e restaurantes temáticos chega à cidade no dia 19. 2015. Disponível em: <https://vejasp.abril.com.br/comida-bebida/eataly-itaim-bibi-abertura-detalhes/>. Acesso em: 16 maio 2018.
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