Editorial Por Laureni da Silva Carvalho
Chegamos à 12ª edição da Revista Editar em 2022. Pensando positivamente, todas as mudanças ocorridas nos últimos dois anos, devido ao cenário pandêmico em que nos encontramos, trouxeramnos à feliz coincidência de lançar esta edição no mesmo ano em que comemoramos o aniversário de 100 anos da Semana de Arte Moderna no Brasil. E, por esse motivo, não poderíamos falar de outro tema que não fosse a arte. Após uma centena de anos, nós nos encontramos em um novo período conturbado em nosso país nos cenários político, econômico ou social. Assim como em 1922, os artistas da segunda década do século XXI tentam romper com o conservadorismo ressurgente no Brasil, representado pelas atitudes do atual governo perante a nação brasileira e a alguns dos nossos maiores patrimônios: nossa cultura, nossa arte e nossos artistas. Nesse período, em que todos nós estamos confinados em nossas casas, protegendo-nos de um inimigo comum, e o contato com amigos e familiares tem sido predominantemente à distância, a arte ocupou mais espaço em nossas vidas. A internet, as redes sociais e as novas plataformas de criação e fruição de arte preencheram novos espaços com as lives musicais, as apresentações online de peças de teatro, grupos de leitura realizados por plataformas de encontro virtual, etc. A arte foi o ponto de encontro de todas as pessoas, a âncora (ou talvez o colete salva-vidas) que manteve nossa mente no lugar, mesmo com as ondas gigantes desse oceano de incertezas tentando nos derrubar. 2022 também é o ano em que, mais uma vez, temos a responsabilidade cívica de eleger nossos representantes para o governo do Estado e da Nação e, sobre essa responsabilidade, o peso do nosso futuro: nossa cultura deve permanecer sucateada pelos próximos anos? Aquilo que mantém nossa mente sã quando tudo mais está por um fio deve ser negligenciado?