PictoDialogia 5: Arte? Erte? Irte? Orte? Urte?

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PictoDialogia 5:

Arte? Erte? Irte? Orte? Urte?

Então queres arteirice de incertezas, para ir-te às sortes, pois curtes antecnoburocracias?

Traçaremos uma pauta de serendipidades contratacando encimadomurismos inconfessos?

Marotos poezares a ruir distopias, a florescer desnudamentos, em irteurtes provocavos?

Fesns a celebrar esfuziâncias: agentes dos devires desatrelados? arte, erte, irte, orte, urte,

Aderindo aos discursos flácidos, ecos parrão de arenas mimadas, qual estatutos clínicos?

Utopiaremos à derradeira, desentocando traquinagens arculistas, porém nunca serelepes?

Proliferaremos desulidades, qual alvoroçado pincel apontado à crua tela ainda por escar?

Configurar uma reflexão como an-capítulo parte de poéco flerte, éco ir-te em orte, subsumindo que surtem dialogias numa franca oposição à delinquência acadêmica? Em qual medida perguntas efevamente inquietam? A parr de qual ponto apenas amortecem a inquietude? A alardeada liberdade arsca é mero feche, dissimulando a escravidão contemporânea? Todas as questões macro e microestruturais reincidentemente confrontadas pela classe arsca só seriam coerentemente abordadas quando instrumentalizadas por uma maior consciência acerca das especificidades deste nosso campo de conhecimento, bem como dos Meandros do processo criavo? Este texto integra algum experimento arsco? Ou trata-se de amálgama conceitual, numa bricolagem teórica concebida via escrita automáca? Iniludível tornado visível? Um texto sisifiano? Utópico? Entrópico?

Möbiano? Letras ao léu? Receptáculo de projeções? Faltou combinar o jogo com os tecnoburocratas? Por que esta profusão de notas explicavas? O autotelismo que caracteriza a avidade arsca se faz paradoxal ou coerentemente à sua natureza cogniva? Daí algo sempre escapar nas interpretações simplificadoras, que recalcam os aspectos complexos da arte? E daí tudo aquilo que desconforta, assombra e seduz neste trabalhar roçando as sublimes fronteiras do desconhecido?

desencarguemo-nos, pois, de todos os fins e de todos os nadas, bem bom seria leminskar em cada encruzilhada dos caminhos do meio, então distopias ruiriam, a arte se sobreporia ao atuar parasitário, florescendo amorosidades, radicando fluíres libidinosos, absolvendo novagos que se esvoaçam no elocubrar de inversões para nos liberar do inquirir, enquanto desfraldaríamos traquinagens por conta de cargas imaginavas que se impacientam em desnudar isto que daqui paru rumo a um experimentalismo arculista, delirância de compulsiva arteirice, devir provocavo que nalgum ponto incorrerá em derradeira causicoisalidade, propondo sublimarmos plenas potências de visualidades libertárias, remetermos epifanicamente aos encantamentos não testados, deslindarmos dialogias prenhes de complexidade, desfrigorificarmos eflorescências, honrarmos letrados kamikazes decolados ao caos, já que decoravas escritas provém só de pesquisadores minguados poéca e sabiamente, conscientes somos que tal remanescente servilidade se posterga instrumentalizada ao arrepio de nosso despreparo frente a esta reedição da ditadura civil-empresarial-midiáca-religiosa-militar, enquanto os golpistas-privatopatas e os biofinanciopentecostonarcotraficantes verde-amarelam milícias, calcificando desnos terceiro-mundistas, incrustando sectários formalistas de umbigos, rentabilizando vozes ressonantes de melodias sonambulistas, inocentando purulências, nutrindo expectadores reféns dos significados mecânicos, das ruminações deslavadas, das banalidades carimbadas na esperança de que dialécas sim-senhorizem todos os proveitos dos assessórios que conjuram o tecnicismo dos algoritmos obsolezados, alimentando seus crentes para que nunca faltem picadeiros, para que todos os velhacos pseudoconhecimentos delimitem percursos por premissas marteladas, porque seriam desmascarados tantos alardeamentos bancados via recursos astronomicamente disparatados, evidenciaríamos as reais demandas destes canastrões recursivos em maquiar seculares ineficiências, alforriaremos produções ainda não contaminadas por falsos privilégios, boicotaremos rudes pirotecnias, neutralizaremos os tributários de sepcemias, emprestaremos vozes aos jogos de cutucares e, desatarantados dos labirintos de dúvidas vulgares, diuturnamente autorreferenciaremos as proposições de tantos contemplares pasmosos, das arquiteturas picas ao encantamento, avando potências visuais capazes até de transpirar silêncios inseminadores, sussurrando libertárias blasfêmias naqueles parlatórios dobrados à claudicância, subvertendo letramentos, como que aviando aventuras próprias às façanhas semâncas urdidas a esbordo das cartesianices,

naufragadas no esquivamento de prenhos devires, nunca permidos ao alvorecer, clausuras atreladas à ignorância de quem nunca demonstra boa vontade para revisar fundamentos, enleados às suas peripécias obscurizantes, pendulares avalistas de demonstrações inconsistentes, desfrutando do fato de ainda prosperarem tecnicidades à moda de neuroissos e neuroaquilos, monstrinhos fofos caídos dos leitos desamados, escando penas ao sol, temperando escambos, mal assentados sobre o belo velho, em pseudo-oposição aos academicismos canônicos, reciclando proposições generalistas, coagulando eufonias enquanto aos demais faltava a liberdade do verbo, requentando estatutos em banho-maria, berro cínico em sendo amplo e, ao mesmo tempo, atestando sua crônica imperícia, desqualificando refutações por meio daquelas vetustas catequeses fragmentadoras e que dane-se todos os fazendeiros de clichês entregues ao eterno debacle contra os abolicionistas da sujeição distópica, nós mulfacetaremos os demais rebeldes fazendo eclodir poécas, retomando o passo rumo às nascentes, adensando o acatamento dos destemores ancestrais, vigores desmedidos em prol dos fesns celebrando ardentes caldeirões a serem catapultados em pleno provocavo, tanta arteirice, toda delirância, porque em cada parr arte, erte, irte, orte, urte, cargueiros de porquês comprovam esquisices de mudas exclamações onde pensamos solitudes esclarecidas em escaldapés amenizadores de agruras apicas, qual amálgamas prismácos no dançar de línguas, camaleônicas premências esmaecendo lendas, zarpando sem saudade daqueles contextos inférteis, dos coesos performácos nas órbitas anmíscas que se anunciam como mistérios solucionados no seu contrário, aforismas predispostos à transcriação sistemáca, entrementes torpezas albergadas no baralho existencial, subsumidas expiações são almoçadas no chinês e paranóicos veios permanecem mal suturados por insistências escorregadiças naquela subsistência refratária ao abrir de cornas de palco, claro, só algumas carroças emperradas em inerários simplórios diagramados para ensinar veladuras às cabeças planas, feito lobotomias que sasfazem ao eterno retorno dos modelos tramados por especialistas em ligios, antagonizando clamores pluralistas, conspurcando o divisionismo dos elementares mais troglos, análises vasculhantes eliminando sumariamente evidências daquilo que tais relações teriam de indubitável fatuidade, truculência personificada em alijar oposições aos pensamentos tensionados por banalidades que constuem agonias homogêneas, qual expiações nietzschianas, sobretudo após preleções polêmicas,

desavergonharemos nossas colheitas nas desaforadas ferlizâncias de territórios processuais enfim libertos, puta vontade lógica a paradoxar derrames euclidianos dando tratos à bola em plena área de fractais, substuindo fazeres recalcitantes, arquivando regulamentos de eróca desfaçatez, espreguiçando ansiedades do criar e do rever introspecvo, com mais prazer dia a dia, na sua, comunicadores de afetos arremessados no mondrianar de improvável pollockidão, naquele iconoclasmo às transversas, pois é sempre providencial lembrar que o olhar, nunca só reniano e jamais monocular, se faz corpotemporambienteceteretalmente, tal críca aquela do exemplar críco que se arrisca em seu papel ao observar tudo muissimo bem observado, ah, como são lindos os crícos infalíveis, só que não, os adulamentos fracionados são passíveis de contestar pelos já reiterados despedaçantes visuais, enquanto é para presgiadores da pós-verdade desnados à fabricação em escala industrial daqueles factoides desnados a corromper discursos ainda atrelados ao liberalismo, estes delatores de suas próprias sanhas lambe-botas, estes fanfarrões descaradamente explícitos na intransigência fusgada de artérias abertas não se prestando a coisa outra do que ao escarafunchar de fraturas férteis, prepotências daquele voltar mudo às épocas inquisidoras, porque se alguém ou alguma coisa aqui trata senão de tal atuação e isso faz-se expressão inoportuna, sublinharemos as raízes de todas as evidências no esforçar-se em tal aproveitamento, em suma, urgências exigem, portanto agora mesmo, não depois, tomaremos ciência de que mundo, como possíveis engenhocas, já não criam dificuldades por antonomásia as primárias petulâncias completamente disntas das imaginavas, incapazes de reiterar momentos do vacilar de um que outro purista, disciplinado sem elucidação, recordaremos aos quatro sopros os caminhos libertários mui pouco trilhados de fato, pois quintanear é o que há de bom, danadas vanitas abolirão monofonias e enfim degustaremos cartografias pluriperspecvadas, como sempre vislumbrado no pleno desabrochar das formas indóceis de nossas nuas sinfonias dissonantes aos ouvidos maldosos, qual narcisos espelhados nos próprios frágeis, a diversão da diversidade é esculhambar monoculturas, rizomazando descontroladamente, sem o rapinar de aplausos pelos traçados que abomino, enxergo neles certa verborragia e tals, mas não tão a ponto que me façam ausentar do debate, só que agora vou preparar o jantar e até logo, bom saber, eu também nunca sei tudo o que passará neste pensar com lápis na mão, como se liberar do imobilismo depois do já feito, não é o mesmo que reviver tanto quanto necessário por apagamentos nossas pinturas e desenhos?

Observações

Orte

O termo “orte” foi criado pelo arsta Nelson Leirner. O críco Tadeu Chiarelli comenta: “Orte... ort: prefixo de origem grega (Orth(o)-) que designa correto, reto, exato, direito, esclarecido. Aqui está a segunda definição de ort (ou orte) na obra de Nelson, aparentemente contra aquela primeira: uma subverte, desorienta; a outra, coloca no eixo. Porém, a orte de Nelson subverte corrigindo ou corrige subvertendo porque o orsta possui, efevamente, essas duas facetas. Ele é o demolidor e, ao mesmo tempo, aquele que instaura, que esclarece.” (CHIARELLI, 2002, p. 22)

Delinquência acadêmica

Referência ao texto A Delinquência Acadêmica (TRAGTENBERG, 2004), de autoria do sociólogo e professor Mauricio Tragtenberg (1929 – 1998). O autor reflete sobre a sobrecarga burocráca nas instuições de ensino, seus movos e alternavas para o enfrentamento deste problema.

Liberdade arsca como mero feche

Alusão às palavras do filósofo, historiador, críco de arte e professor Georges Didi-Huberman que, numa entrevista publicada no caderno Aliás de O Estado de São Paulo, se refere à liberdade a autoridade do arsta como um feche ulizado pela tecnoburocracia para escamotear o autoritarismo contemporâneo.

Sisifiano

Relavo ao mito grego de Sísifo, condenado por Zeus a empurrar uma pedra até o cume de uma montanha. Próximo do seu objevo, a pedra rolava montanha abaixo, obrigando o personagem a executar o mesmo trabalho ad aeternum.

Escrita automáca

Método basilar do movimento surrealista inaugurado no livro Les Champs Magnéques (Os Campos Magnécos, 1921), de Philippe Soupault e André Breton. Teve sua importância descrita no próprio Manifesto Surrealista (1924): “SURREALISMO, s.m. Automasmo psíquico puro pelo qual se propõe exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de todo controle exercido pela razão, fora de toda preocupação estéca ou moral.” (BRETON, 1924). Este método é tributário da livre associação de Freud, que empregava a velocidade para evitar censuras racionais, liberando assim conteúdos subconscientes: “um monólogo de fluência tão rápida quanto possível sobre o qual o espírito críco do sujeito não emita nenhum julgamento” (BRETON, 1924). Mas a livre associação, um dos pilares da psicanálise, antecede Freud. Em 1788, Schiller já defendia o respeito à “livre ideia incidente”, em uma carta à Körner. Freud havia lido, em sua adolescência, um ensaio de Ludwig Börne, A Arte de Tornar-se Um Escritor Original em Três Dias, cujo exemplar conservou em sua biblioteca parcular até o final da vida. O autor propunha: “Pegue algumas folhas de papel e escreva por três dias seguidos, sem enganos e fingimentos, tudo que lhe vier à cabeça. Escreva o que você pensa de si mesmo, de sua esposa, da guerra dos turcos, de Goethe, do processo criminal de Fonk, do dia do juízo final, dos seus superiores. No final do terceiro dia, você ficará espantado com o que você teve de pensamentos inusitados, todos eles provenientes de você.” (BÖRNE, 1823, tradução nossa)

Tornado visível

Referência ao texto de Paul Klee em sua Teoria da Arte Moderna, onde se lê: “A arte não reproduz o visível; ela torna visível.” (KLEE, 2007, p. 35, tradução nossa)

Möbiano

Referência a Auguste Ferdinand Möbius (1790 – 1868), matemáco que em 1858 descobriu uma supercie estranha, uma fita que conformava um objeto topológico, hoje comumente lembrado para simbolizar connuidades infinitas.

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