Zumbis em Quadrinos #1

Page 1


ISCA (1ª parte) Texto: Ian Brill | Arte: Jason Ho | Trad.: Ork História publicada originalmente na revista norte-americana ZOMBIE TALES THE SERIES #5 em agosto de 2008 pela BOOM! Studios.

3

ZUMBIS Frank Dutra 5

PSYCHODÉLICO Cesar (China) Meirelles 6

A1ª VEZ Frank Dutra 8

FRIO: Decrépito, úmido e mofado Encarte informativo 9

BAR DOCE LAR Cesar (China) Meirelles 17

CARANGO TWIST Frank Dutra 18

MY GIRL Frank Dutra 19

2

ZUMBIS EM QUADRINHOS #1 é uma publicação independente e sem fins lucrativos publicada em abril de 2013 São Leopoldo | RS

ISCA (2ª parte | final) Texto: Ian Brill | Arte: Jason Ho | Trad.: Ork 21 A HORA DA MORTE Cesar (China) Meirelles 24


3


4


5


6


7


8



FRIO é o encarte mais quente do extremo sul do país. Um fanzine dentro de outro fanzine. Aqui você, caro leitor, encontrará informações e dicas de outros fanzines, artistas, revistas e curiosidades do universo independente. E como dizem na linguagem “facebookiana”: #ficadica.


O Boêmio é de autoria de Daniel Cunha e teve suas tiras publicadas em 2007 no jornal alternativo POIS É e em 2013 no jornal EXPRESSO RS.

Martín Tognola nasceu na Argentina em 1972. Iniciou sua carreira no jornal “El Diario Clarín” e logo já estava publicando na “Playboy” e no “Olé”. Em 1995 mudou-se para Barcelona onde colabora há mais de 15 anos com jornais e revistas da Catalunya e semanalmente com a revista “Time Out Barcelona”. Seu talento como desenhista se manifestou na “Barcelona Low Cost”, o seu primeiro livro em quadrinhos publicada pela Editora Glénat em 2009. Ele também recebeu o prêmio da SND (Society of Newspaper Design).


Ilustração: Marcos Miller

Em janeiro de 2011 na Livraria do Trem, um antigo sebo da cidade de São Leopoldo, Cesar (China) Meirelles e Daniel Cunha concederam uma entrevista para bibliotecária Fernanda Spíndola sobre o comércio de discos de vinil realizado no sebo. A entrevista ficou bem bacana e esclarecedora sobre o consumo desta mídia e vale dar uma conferida.

Por Romano D’Avila (Fernanda entrevistadora) Queria que vocês falassem um pouco desse comércio de vocês. O porque vocês começaram agora? O vinil está certo que voltou a ser produzido, mas o que motivou vocês, além de tu [César] já ser colecionador, a trabalhar com os discos? (César) A necessidade é claro. Necessidade, dinheiro... [risos] (Daniel) A idéia da Livraria, do Sebo, é a de resgatar uma série de coisas. Eu, por exemplo, e no caso o Júlio também, somos apaixonados por livrarias e sebos já há muito tempo. Desde a nossa adolescência (nós nos conhecemos desde a infância) e sempre freqüentamos estes espaços, espaços estes que geralmente são tidos como alternativos. Então, a partir dessa vontade de encontrar um espaço que atendesse as nossas necessidades, pensamos: porque não montar um espaço para atender aos colecionadores? Daí a Livraria do Trem foi criada. Primeiro com o conceito dos livros e, aos poucos, começamos a adquirir LP's sempre com aquela vontade de trabalhar com o disco de vinil. O Júlio [César] já é colecionador há bastante tempo, desde sempre na verdade. Então, hoje ele tem um acervo com um número elevado de peças raras, discos que tem 300 cópias no mundo inteiro. Um material realmente difícil de “juntar”. Não sei, tu deves estar com quase 3 mil discos hoje? (César) Por aí, por aí... (Daniel) Então essa parceria que estamos fazendo (eu e o Júlio) acarreta todo um conhecimento da área do disco, desde a produção até ao ato de colecionar, enfim. O Júlio além de colecionador é músico também. O resultado era obvio - entrei em contato com ele e disse: vamos trabalhar juntos, vamos agregar essa história com os discos que tu tens. O mercado existe, está aí, apesar da dita “morte do vinil”, que parou de ser produzido aqui no Brasil e agora retomaram. O comércio de discos nunca parou realmente. Estatísticas dizem que hoje se vende um disco a cada dez segundos na internet, isso só no eBay, desconsiderando outros sites como o Mercado Livre e outros sites próprios que comercializam discos no Brasil e no mundo. Então nós começamos a trabalhar com o vinil aqui na Livraria do Trem. E temos a pretensão de trabalhar de uma forma bem qualificada, com conhecimento do produto, com o devido respeito e cuidado que a mídia e seus usuários merecem. Foi assim que nos juntamos e aqui estamos hoje, trabalhando agora a praticamente 7 ou 8 meses com discos. (Fernanda entrevistadora) E como é que está a saída dos discos? É só na região metropolitana ou vocês estão conseguindo vender para fora? (Daniel) Pois é, devido a internet nós estamos vendendo para o Brasil inteiro. Então, a saída, a procura pelos discos de vinil é boa. Como o nosso comércio de discos aqui na Livraria do Trem tem pouco tempo a procura por esta mídia aqui na loja ela está, como dizer... um pouco tímida ainda. Até por um processo todo de divulgação que está sendo feito aos poucos. A procura por discos aqui no espaço da loja vai acontecer com o tempo de trabalho.

Porém, a procura (de forma geral, loja + internet) ela é diária, todos os dias saem discos, sempre tem alguém procurando algum LP. (Fernanda entrevistadora) E para a capitação de novas peças para o acervo da loja, vocês estão comprando de outras cidades? (Daniel) O último acervo que nós buscamos foi... (César) Ijuí. (Daniel) Ijuí. Nós fomos até Ijuí... Foram 5 mil discos que compramos lá. Então, esse foi o acervo mais distante que compramos. Até porque trazer discos de fora tem suas limitações como forma de transporte em casos de acervos de número elevado, custos de deslocamento para fazer uma avaliação do material entre outras tantas coisas. O normal é compras menores (em número de peças) nas cidades aqui do Vale dos Sinos. A não ser com o mercado de discos novos, estes nós importamos. (Fernanda entrevistadora) Começaram a importar? (Daniel) Sim. Começamos a importar. (César) Para comprar um disco usado temos que fazer uma avaliação do material, e não tem como comprar sem verificar o estado do disco. O estado físico do LP tem que ser avaliado porque não há como fazer uma compra segura de “olhos fechados” no material usado, ainda mais no disco que é um material perecível. Pode acontecer de acabar investindo dinheiro em uma coisa que vai ficar encalhada se tu não fizeres uma análise boa do que está comprando. (Fernanda entrevistadora) E tu César, como colecionador, quando encontras algumas peças raras (só dos “filés”), como é que tu fazes? Tu vais buscar para a loja ou para ti? Ou uma coisa é “o que é teu” e outra é o que tu vais “por na roda”? Como tu divides isso? (César) Ah, ultimamente eu nem tenho comprado mais nada, não para mim. Não tenho mais espaço para guardar. Então, tudo que eu compro eu escuto, se é legal eu fico, se não passo para frente. O fato é que não tem mais “disco difícil”, essa que é a verdade, com a internet se popularizou o acesso aos materiais que antes eram escassos devido a limitações geográficas. Hoje ficou bem mais viável de se achar títulos difíceis, não tem mais aquela coisa do “Paêbirú da vida”, há dez anos atrás ele era uma lenda, ninguém o tinha, hoje em dia tu achas. O “Louco por Você” tu achas também, então não tem mais esse problema todo de se achar títulos raros. (Daniel) O “Louco por Você” não foi relançado ainda? (César) Não foi, mas...

(Daniel) É o do Roberto Carlos. (César) Para tu ver, por menos de R$ 3.500,00 não é assim para encontrar. (Daniel) Sim... (Fernanda entrevistadora) É. Essa questão da raridade é vocês [lojistas] que fazem. Pelo que tenho visto é uma questão meio “cada um diz que é”, “cada um tem o seu padrão” na verdade. É assim? (César) Em alguns casos as raridades são feitas no “achismo”. Porém, existem formas de determinar a raridade ou não de uma peça. (Daniel) É, tem a questão da raridade que depende da demanda e procura do disco. Todo disco, evidentemente, tem uma história. No caso do “Paêbirú” houve uma enchente na fabrica que dizimou praticamente toda a tiragem do disco do Zé Ramalho. Sobraram 300 cópias aproximadamente, é assim que reza a lenda. O original desse disco, hoje, vale em trono de R$ 3.000,00 mesmo já tendo sido relançado, que, por sinal, já está esgotado também. (César) Sim, sim.

(Daniel) Mas, isso torna o disco raro? Até pouco tempo o disco não tinha sido regravado Porém, o LP ganhou popularidade com o tempo por vários fatores que vão para além do incidente da enchente. Por exemplo, até hoje o Zé Ramalho não quer falar sobre esse disco, um LP completamente psicodélico que poucos conhecem. Já o disco do Roberto Carlos, o primeiro dele, que é o “Louco por Você” não teve relançamento até hoje. Este ficou “famoso” porque foi um disco recolhido por ele e devido a isso estima-se que estejam circulando hoje no Brasil em torno de 300 cópias do LP. Então, isso faz dele uma obra rara, dado a importância do cantor e a outras peculiaridades do disco. Este, talvez, seja o disco mais caro do Brasil sendo vendido em torno de R$ 6.000,00. (César) O que não significa que ele seja bom [risos]. (Fernanda entrevistadora) [risos] (Daniel) Não. [risos]... Até porque o próprio Roberto Carlos considerou o disco ruim. (Fernanda entrevistadora) Sim, ele não está na capa [risos]. (Daniel) Mas, essas peculiaridades é que tornam um disco raro e não o gosto ou critério do lojista. A música, neste caso, é o último detalhe a ser considerado. O que chama a atenção do colecionador nesses materiais é justamente


a rarefação da peça. É um material que poucos têm acesso. Então, é daí que vem aquele desejo de se ter, no seu acervo privado, um disco extremamente raro e que fez história na discografia nacional ou mundial. Já, por outro lado, há coisas que foram editadas em algum município do interior do Brasil com tiragens limitadas que também poderiam ser raras. Peças que foram herdadas por gerações, só que é uma coisa tão específica que não tem um apelo nacional, não é um cantor conhecido e nem faz parte de qualquer contexto histórico cultural. Ou seja, o fato de ser antigo ou escasso não torna um disco raro, não com valor. É claro, que hoje um disco da década de 60, por exemplo, tem aí volta de 40 a 50 anos o que torna ele realmente difícil. (Fernanda entrevistadora) Bom e no comércio de discos, rola mesmo essa competição entre comerciantes por esses acervos? Ou como é que funciona essa competição? Até porque vocês, aqui em São Leopoldo, são os únicos na área do vinil. (César) Nós estamos bem distantes da capital então não rola tanto essa competição... (Daniel) Já estiveram aqui na loja muitos comerciantes de Porto Alegre, quase todos que trabalham com vinil, que nós conhecemos pelo menos. Olhando o acervo, alguns não se identificaram, outros se identificam até porque nós conhecemos quase todos. (César) Sim, sim. (Daniel) Então, nós não estamos participando dessa “competição” porque nós ficamos realmente fora dessa forma de trabalho. Talvez por estarmos ilhados aqui em São Leopoldo fora de Porto Alegre. Em Canoas tem a Prisma Discos que é uma das lojas mais antigas da região. E, também, em São Leopoldo somos só nós. Iniciamos há pouco tempo este trabalho. Então neste quesito nós não sabemos como é que funciona a concorrência em Porto Alegre. Mas, eu aprendi pelo trabalho com o sebo que a questão da concorrência se dá de uma forma saudável, no trabalho, no atendimento, no qualificar o acervo. E como são produtos usados não significa que o que nós temos aqui o outro lojista vai ter em sua loja ou se tiver não significa que esteja nas mesmas condições. E, além disso, cada um tem seu público alvo o que torna possível comprar o produto de outro lojista para revender na nossa loja. Isto é um trabalho que fazemos. (César) E o fã do disco ele compra independente de fidelização: “ah vou comprar sempre do cara”. (Daniel) Os que compram aqui compram em outras lojas, eles conhecem todas as lojas da região e da Capital. (Fernanda entrevistadora) E a essa altura vocês já tem alguns clientes? Vocês já têm uma rede de contatos? (César) Sim, sim. (Daniel) Pela própria carência que a região tinha e ainda temos o caso da venda pela internet, estamos indo bem. Até se divulgar melhor o trabalho que estamos fazendo com discos permanecemos criando uma clientela rapidamente que vem aumentando a cada dia. Tanto que tivemos que aumentar o nosso acervo que subiu consideravelmente. Nós começamos, há menos de um ano, com 400 discos (um acervo bem selecionado), hoje estamos com 10 mil discos em nossa loja. Isto superou muito as nossas expectativas, até mesmo de quando falávamos entre nós: “quando é que nós vamos ter 10 mil discos no acervo”, isso aconteceu bem antes do que esperávamos. E é claro, o número não quer dizer nada, até porque tu consegues juntar facilmente 5 mil discos só de Xuxa por exemplo. (César) Ela [Xuxa] e novela... [risos]. (Daniel) A questão é a diversidade é a qualidade do acervo. Um material bem conservado, que é limpo, tem os seus reparos nas capas e nos encartes quando necessários. Um acervo assim é que faz a diferença.

(Fernanda entrevistadora) Vocês disseram que estão importando discos novos? (Daniel) Sim. (Fernanda entrevistadora) Até porque isso é uma coisa, que eu saiba, só outros dois lojistas faziam aqui no Estado, que é o cara da Boca do Disco e o da Toca do Disco em Porto Alegre. (César) O Getúlio da Boca do Disco. (Fernanda entrevistadora) É. E porque vocês começaram a importar? Como surgiu a demanda? (César) Para diferenciar, trazer um produto para poder concorrer com os outros lojistas também, tem que ter um produto que chame a atenção. Se tem as mesmas “carnes de vaca” que têm nos outros lugares tu não vais vender nada. (Daniel) E tem ainda a questão de quem é o cliente substancial do vinil hoje? Basicamente as pessoas que curtiam a mídia na década de 80 e de 90, principalmente na primeira metade, que foi quando estava rolando o forte do consumo do disco e que gostam de rock and' roll. Então hoje o rock dos anos 60, 70, os rocks clássicos dos anos 80 também são muito consumidos e, aliás, esse é o gênero que mais vende hoje. Então é para este público que estamos trabalhando. As pessoas que já tiveram o disco e não tem mais com os relançamentos dessas obras eles têm a oportunidade de resgatarem esses LP's como os discos dos Beatles por exemplo. Enfim, todos os grandes clássicos estão a disposição nos importados Tiragens limitadas, capas clássicas, edições piratas, todas lacradas. (Fernanda entrevistadora) São raras? (Daniel) Sim, algumas são raras mesmo sendo reedições. Esse cliente hoje é um consumidor já estabelecido, com um padrão social já bem definido e com a vida encaminhada. Então eles têm um poder aquisitivo maior. E o disco mesmo tendo voltado a ser prensado ele jamais vai voltar a ser popular. Porque ele tem uma outra idéia, um outro conceito de fruição... Não é só a música que está imperando ali. Se for ver hoje, num mundo extremamente globalizado com a internet, em tempos de uma velocidade exacerbada, as pessoas hoje escutam música fazendo alguma coisa qualquer. O disco ele te propõe um descanso para essas tecnologias, isso está para além do bem e do mal, não significa o que é melhor ou o que é pior e sim que são formas diferentes que estabelecemos em relação ao ouvir música. Com o disco tu és obrigado a tirar o vinil da capa cuidando para não arranhar no manuseio, virar o lado do disco, limpá-lo adequadamente para guardá-lo após

ouvi-lo, ou seja, tu paras para escutar a música. E isso proporciona um prazer, pra além do saudosismo, o vinil é diferente. Com as novas tecnologias tu podes pegar um mp3 e escutar uma música correndo ou fazendo qualquer outra atividade. A música está na vida de todo mundo, mas como que tu consomes esse produto? Esse produto cultural, se é que podemos dizer assim. Com o relançamento dessas edições clássicas acabamos por notar aqui na loja que o disco vem despertando certo fascínio, ele vem cativando aos poucos àqueles que são apresentados a essa “nova” forma de ouvir música. Novos usuários, pessoas que não tiveram acesso a essa mídia. Pessoas que já nasceram no tempo dos CD's e mp3. Quando são apresentados a esse tipo de mídia ficam completamente fascinados. E é uma outra forma de consumir a música. (Fernanda entrevistadora) Tu não colecionas? (Daniel) Não...eu não coleciono. (Fernanda entrevistadora) Tá, quem compra vinil é homem ou mulher? Mulher compra vinil? Porque tem essa lenda de que mulher não compra vinil. (César) Compra. (Daniel) Compra, compra.... (Fernanda entrevistadora) Geralmente é presente para o namorado [risos]. (César) Aí eu não sei [risos]. (Daniel) Olha... Se tu fosses um comerciante na década de 80, 90, eu não sei, talvez pudesse ser diferente, poderia ser um público mais masculino... Mas, hã... Hoje em dia não dá para definir assim quem compra mais, se é o homem ou se é a mulher. Porque é muito dividido, o público está circulando... Enfim, mesmo para presentear ou curtir, muitas mulheres entram aqui olhando e comprando discos. (Fernanda entrevistadora) É isso aí...

ABAIXO “Enquanto Isso na Livraria do Trem” é uma série de tiras de Cesar (China) Meirelles. Nestas tiras ele retrata a sua própria pessoa na função de vendedor de discos de vinil em um sebo na cidade de São Leopoldo. Foram feitas mais de 40 tirinhas e todas com o mesmo desenho mudando apenas os diálogos com os clientes do sebo. O autor fala que o material é ficção, mas qualquer semelhança com a realidade NÃO é pura coincidência...


Por Rodrigo Kaiser

HELLRAISER

NEONOMICON

THE WALKING DEAD

Publicado em abril de 1991

Publicado em agosto de 2012

Editora Abril

Editora Panini

Publicado em outubro de 2012 (série mensal em andamento)

Licenciador Marvel Comics | Epic Comics

Licenciador Avatar

Editora HQ Maniacs

Gênero Terror

Gênero Terror

Licenciador Image

A aclamada série de terror criada por Clive Barker saiu das telonas para os quadrinhos em um mix de história ocorridas dentro do universo e sem relação direta com os filmes. Uma equipe de monstros das HQ's contribuiu para expandir um pouco mais essas fantásticas histórias de terror. A revista pintou por estas bandas em 1991 lançada pela Editora Abril. Porém, só quatro números foram lançados e hoje se tornaram uma verdadeira raridade. Ainda em maio de 2003 a extinta Editora Brainstore lançou uma edição especial, com 232 páginas, e que é tão difícil de encontrar quanto os quatro números de 1991. A boa notícia é que em 2012 lá nos Estados Unidos a Boom Studios, após 20 anos da franquia cinematográfica, retornou com uma HQ mensal do Hellraiser. A série tem sido bem recebida lá fora pelos fãs e, ao contrário da primeira adaptação, está expandindo a mitologia criada para os filmes com uma relação cronológica. Até o momento da construção desta nota não existe nenhuma previsão do lançamento desta série aqui no Brasil. Mas, para aqueles que dominam o inglês a Boom Studios resolveu disponibilizar toda a primeira edição gratuitamente na internet.

Gênero Terror

Com roteiro de Alan Moore e arte de Jacen Burrow, Neonomicon é uma história de terror e um tributo ao escritor H.P. Lovecraft. Na HQ misteriosos assassinatos atraem a atenção do FBI e, durante a investigação, revelações indicam coincidências muito estranhas. Para chegar à verdade, um expert na revolucionária Teoria da Anomalia envolve-se em uma missão sob disfarce, que o leva a um clube que abriga uma seita possivelmente envolvida com os crimes. Mas o rumo sobrenatural dos acontecimentos exige a presença de dois outros investigadores, que serão levados ao extremo do horror e aos limites da realidade como a conhecemos. A edição inclui também a HQ O Pátio, escrita por Antony Johnston, baseada em um conto inédito do escritor inglês.

E é claro que não podemos esquecer de uma série de terror que virou mania entre a garotada entusiasmada com a idéia do apocalipse zumbi. The Walking Dead é a HQ que deu origem ao seriado de maior sucesso da televisão. Lançado em 2003 pela editora norte-americana Image Comics e criada pelo escritor Robert Kirkman e desenhada pelo artista Tony Moore (que mais tarde foi substituído por Charlie Adlard) a HQ recebeu em 2010 o Prêmio Eisner de melhor série continuada. Neste mesmo ano a série foi adaptada para televisão que segue um enredo um pouco diferente do que a história em quadrinhos, na TV as personagens entram e saem em uma ordem diferente. Há também romances completos prolongando a cronologia da história em quadrinhos. A série de livros (assim como o resto da franquia) foi traduzida para vários idiomas, incluindo o português, e lançado aqui no Brasil.


Acredito que todo fanzine é experimental. Então, o zine “Zona Morta” não é uma exceção. O material com 8 páginas e qualidade “Xerox” é focado, neste primeiro número, na ficção científica e para ser mais especifico na “Lua 74”. Este pequeno universo que os editores estão nos apresentando não está bem claro. Porém, já temos alguns personagens bem característicos nas páginas desenhadas por Cesar (China) Meirelles. O zine traz algumas tiras de Daniel Cunha que apresentam uma espécie de seqüência e/ou correlação com os quadrinhos (HQ's) do Cesar que corresponde a maior parte da publicação. O zine faz parte de um “projeto” de Daniel e Cesar que pode ser visto no blog http://maltracadaslinhas.blogspot.com. br/ onde todo o material produzido por eles e outros autores estão disponível para visualização. O contato de Daniel Cunha para quem tiver o interesse de adquirir o fanzine “Zona Morta” é: daniel.livraria@terra.com.br

Por Romano D’Avila

Neste fanzine a regra é não ter regras. “Frank Dutra” é um zine feito a moda antiga com os quadrinhos desenhados e montados (com colagem) no corpo do original de onde serão feitas as cópias no velho e bom “Xerox”. Mas, se você acha que isto é coisa de dez anos atrás não sabe o que está perdendo. Frank Dutra traz uma carga enorme de humor negro e nonsense em quadrinhos e tiras com grande criatividade. O zine já está em sua 19ª edição e com tiragens que já superaram a 150 cópias. Tudo isto sem falar no seu grande protagonista, o próprio Frank Dutra e sua turma de amigos. Diversão garantida...

O contato para quem tiver o interesse de adquirir o fanzine “Frank Dutra” é frankdutra@hotmail.com

Demência Quadrinhos é um zine de tiras com autoria de Cesar (China) Meirelles que foi publicado no final de 1999 e início de 2000. O fanzine teve apenas dois números (um em cada ano). Porém, no começo deste ano de 2013 o projeto “Demência Quadrinhos” foi retomado pelo seu autor. Os dois primeiros números foram (re)editados e logo, logo surgirá o material inédito. Com muito “mais morte, loucura, atrocidades, humor negro e violência gratuita!”

http://chinameirelles.blogspot.com.br/ (onde podem ser acessadas todas as tiras publicadas nas edições anteriores).

E você leitor pode acompanhar as novidades no facebook e no blog do Zine

Por Romano D’Avila

Por Romano D’Avila


Ordinário é uma série de tiras publicada por Rafael Sica em seu blog desde 2009. Essas tiras, em preto e branco e sem falas, retratam a vida na metrópole, marcada por sentimentos intensos como solidão, tristeza, medo e horror, sempre com um humor ácido e um toque de surrealismo. Nesse universo bastante particular - e facilmente reconhecível - criado por Sica, questiona-se a vida urbana e o comportamento do homem contemporâneo de um modo quase tragicômico. O resultado seria algo próximo de Macanudo, se fosse escrito por alguém como Tim Burton. Rafael Sica teve seu trabalho publicado em revistas como Piauí e +Soma, no caderno Folhateen da Folha de S.Paulo e no fanzine Tarja Preta. Vencedor de dois prêmios HQ Mix (Desenhista Revelação e Web Quadrinhos), é considerado um dos mais influentes quadrinistas brasileiros da nova geração. A exposição "Cinza-Choque", apresentada no Museu do Trabalho em Porto Alegre em 2009, contou com treze desenhos inéditos seus, feitos a lápis, e foi um reconhecimento ao valor da obra do jovem quadrinista gaúcho.

Antes do papa João Paulo II, a cristandade teve um soberano pontífice que tomou o nome de João Paulo I. Parecia ser um homem bom e conciliatório, mas ficou apenas um mês no trono de S. Pedro. O senhor chamou-o e levado à presença de Cristo, que o recebeu com benevolência e lhe disse: - Sim, eu sei, o teu pontificado foi um pouco breve. Mas tenho as minhas razões. Eu explico-te. - Seja feita a tua vontade respondeu João Paulo I com a voz maravilhada. Como poderei eu, humilde criatura, discutir as tuas radiosas decisões? Agradou-te trazer-me para junto de ti e está escrito: «Não saberás o dia, nem a hora.» Agradeço-te, sinto-me tocado pela tua graça, eu… O papa interrompeu-se porque acabava de avistar ao longe, nas nuvens, qualquer coisa que o perturbou. Cristo notou essa perturbação e perguntou-lhe o motivo. - Mas diz o papa não é o arcebispo de Cantuária que acaba de avistar além, entre duas nuvens? - É bem possível respondeu Cristo. - O arcebispo de Cantuária está aqui? - E porque não? E para dissipar a confusão ainda humana do pontífice, Cristo disse-lhe, sorrindo: - Não penses, João Paulo, que todos arcebispos de Cantuária estão aqui, pois há entre eles sinistros canalhas. Mas tens que compreender uma coisa: aqui, no meu paraíso, são admitidas todas as criaturas humanas que se mostraram justas e boas, como tu. - Sem levar em conta a sua religião? Pergunta o papa um tanto cético. - As religiões responde Cristo com doçura e inteligência são as divisões da terra. Pelas loucas querelas que engendram, pela tensão extraordinária que suscitam nos espíritos, talvez sejam úteis para a manutenção, para a sobrevivência dessa terra minúscula a que devotei tanto apreço. Aí está, como vês, uma velha e ardente questão. Qual é preferível, o fanatismo ou o silêncio? A obscuridade do coração ou a luz apaixonada? Discutimos isso muitas vezes, Buda e eu, e estamos em desacordo sobre diversos pontos de grande importância. - Buda está aqui? perguntou o papa, que mostrava cada vez maior espanto no rosto. - Mas como poderia não estar? Foi dos melhores que

viveram na terra. A sua inteligência é profunda, quase ilimitada. Aconselho-te a ires vê-lo de vez em quando. A sua presença poderá ajudar-te a suportar a eternidade. - E… Lutero? perguntou João Paulo I com uma voz que tremia ligeiramente. está aqui? - Hesitei um pouco respondeu-lhe Cristo pois tem um caráter execrável, mas afinal, após uma temporada bastante breve no purgatório, admiti-o. No fundo, é um homem de justiça e boa vontade, e isso conta acima de tudo. Portanto, não creio que encontres junto de mim um grande número de papas. A eternidade reserva surpresas. E mais não te digo. - Então diz o papa Confúcio está aqui? - Naturalmente. E Zoroastro? - Claro. E Ramakrishna? - Ora, então! Então o papa baixou a voz e pronunciou a palavra que queimava os seus lábios: - E Maomé? Maomé está aqui? - Mas naturalmente, Maomé está aqui! Onde havia de estar? Nisto Cristo voltou-se e disse em voz forte, por cima do ombro: - Maomé! Dois Cafés!


17


18


19


20


21


22


23



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.