Eu sei que você está ouvindo nossas músicas favoritas no Céu. A trilha sonora de nossas muitas aventuras loucas é a única que nunca vai parar de tocar na minha cabeça. Até que nos encontremos de novo, minha amiga. Coloque um Lynyrd Skynyrd quando você me vir chegando.
Prólogo — Oi, papai. — A voz geralmente clara de Kylie estava baixa e cheia de emoção. Aos dezoito anos, ela sabia que soava mais como uma criança de oito anos de idade, quando falava com ele. — Darla finalmente me expulsou... outro dos amigos dela prestou muita atenção em mim. — Ela revirou os olhos e lágrimas molhadas e pesadas deslizaram. Ela enxugou o rosto com as costas da mão, enquanto xingava-se por chorar. — Não sei por que ela desperdiça seu tempo com qualquer um deles. Nenhum deles jamais se comparará a você. — Ela deixou escapar uma risada apesar da dor incômoda no peito. — Provavelmente deveria escrever uma canção sobre isso, hein? — Tinha uma grande notícia, por isso se apressou. — Falando de músicas, estou indo para Nashville como conversamos. — Mesmo que ninguém mais estivesse por perto, ela baixou a voz para um sussurro. — Vou fazer você se sentir orgulhoso, eu prometo. Depois de respirar fundo algumas vezes e esperando que suas lágrimas cessassem, ela se aproximou, traçando as letras de seu sobrenome na placa provisória. — Em breve você terá uma real, juro. Não me importo o que tenha que fazer. Vamos comprar uma daquelas de mármore extravagante, como Mama tem. Talvez ter um violão gravado nela. Gostaria disso? — Soluços acumularam-se em seus ombros, tremores familiares acompanhados por uma profunda dor dilacerando-a por dentro quando ele não respondeu. Havia mais, muito mais que ela queria dizer. Tantas coisas que deveriam ter sido ditas antes que fosse tarde demais. Mas, assim como em seus pesadelos, aqueles em que ela estava se preparando para entrar no palco e não conseguia lembrar as letras de algumas de suas músicas, sua garganta se apertou. Prendendo as palavras sob um nó doloroso. A buzina soou ao longe.
Seu táxi estava esperando. Era hora de ir. Então, ela disse a única coisa que desejava desde a última vez que ela o viu. — Adeus, papai.
Capítulo Um Oklahoma era muito mais bonita quando estava desfocada. Mesmo que estivesse alterada pelas lágrimas que nublavam sua visão. A Greyhound sacudiu Kylie e seus pertences. A viagem foi brutal e cheirava a gasolina, mas sentia-se melhor do que tinha se sentido em meses. Deveria ter dito adeus à sua melhor amiga, Lulu, mas sabia que acabaria sendo convencida a desistir. Visitou o túmulo de seu pai e se despediu, pedindo que ele entendesse. Depois de passar pela casa e vendo que Darla não estava, ela usou sua chave pela última vez. Kylie encontrou sua velha mala cor de rosa, a que ela usou quando visitou sua avó antes dela morrer. Assim que amontoou tudo o que podia dentro dela, pegou uma banana e uma Coca-Cola e chamou um táxi para levá-la à estação de ônibus. Estava 100 dólares mais rica que o planejado já que a sua ex-chefe, a Sra. Pam, sentiu-se culpada por demiti-la e foi generosa. Kylie sabia que o dinheiro provavelmente tinha saído do próprio bolso da velha mulher. A corrida de táxi pela cidade de Oklahoma acabou consumindo seu dinheiro. Kylie apertou a caixa do violão e olhou-se quase transparente refletida na janela. Algumas letras flutuavam em sua mente sobre segurar o que você tem enquanto deixa ir o que perdeu, mas ela não tinha energia para anotá-las. Foi uma viagem de ônibus de treze horas, que lhe custou cento e cinquenta dólares, mas valeu a pena. Três imundos banheiros de posto de gasolina mais tarde, Kylie encontravase no centro de Nashville. Era ainda mais surpreendente do que imaginou, mas o ônibus praticamente sugou toda a sua esperança. Ela pegou seu celular e procurou pelo aplicativo para encontrar o hotel mais próximo. Havia um Hotel Nashville perto da Alameda Printer que só cobrava
cerca de sessenta dólares por noite. Tinha que ser este. Talvez não por muito tempo, mas tudo o que ela precisava era de algo para se concentrar agora. Qualquer coisa para manter sua mente fora o fato de que poderia ter cometido o maior erro de sua vida. Após o check-in e de um banho, ela fez uma ligação para sua melhor amiga. Quando lhe disse onde estava, a reação de Lulu foi praticamente o que ela esperava. — Você perdeu a sua sempre-adorável cabeça? — Sim. — Eu sei que parece loucura Lu, mas... — Parece loucura? Não, é loucura completa. Kylie, você está sozinha em uma cidade que você nunca esteve antes, onde você não conhece ninguém. E se alguma coisa acontecer com você? O que diabos você estava pensando? — Por favor, ouça. — Ouvindo. — Lulu suspirou sua impaciência através do telefone. Ela parecia muito mais perto do que realmente estava. Kylie respirou fundo e tentou explicar sua insanidade temporária. — Eu perdi meu pai, Darla me chutou para fora depois que ela encontrou outro de seus horrendos namorados tentando fazer alguma jogada, e depois fui para o trabalho e fui demitida. Não me leve a mal, Lu, mas quando você desistiu da nossa viagem para Nashville neste verão, senti que estava prestes a perder o meu sonho também. Não há nada para mim em Pride, Oklahoma. E por favor, não faça eu me sentir culpada porque, enquanto eu possa me dar ao luxo de manter o meu telefone, podemos conversar todos os dias. Eu juro. — Você sabe que eu não poderia ir para Nashville porque tenho que visitar meu pai na Califórnia. Não foi como se eu não quisesse ir com você. Mas ele reorganizou toda a sua agenda e faz tanto tempo... — Eu entendo, eu entendo. Confie em mim. Se pudesse ter um dia de volta com o meu pai, não há muito que eu não trocaria para obtê-lo. É só que... estava na hora. Não posso explicar, mas aqui é onde estou destinada a estar. — Kylie tinha interrompido sua amiga porque ela entendia, completamente. Se ela pudesse ter mais um dia com seu pai, ela escolheria isso do que ver sua amiga cantando noite e dia.
Sua melhor amiga soltou um xingamento exagerado que soou quase como compreensão. A voz de Lulu estava mais suave quando ela falou de novo. — Entãão... o brinquedinho da mondrasta1. Nada realmente aconteceu? Kylie riu. — Isso é o que você está pensando. Desculpe, mas não. Foi totalmente inocente. Estranho como o inferno, mas inocente. Eu derramei CocaCola na minha camisa de trabalho e ele me emprestou a dele para eu trocar. Darla acabou entrando no momento errado e pirou. Tenho quase certeza que ela estava à procura de uma desculpa para se livrar de mim há um tempo. Depois que o pai de Kylie morreu em um acidente na fábrica onde ele trabalhava, sua viúva, a ex-rainha da beleza de trinta e cinco anos de idade, deixou bem claro que não estava interessada em deixar Kylie continuar a viver na casa em que ela tinha crescido. — Assim, o que você vai fazer aí? — Lulu parecia mais preocupada do que crítica. Kylie praticamente podia ver a testa enrugada de sua amiga enquanto girava uma mecha de seu cabelo, qualquer cor que fosse hoje. — Hum, apenas fiz meu check-in em um hotel que devo ser capaz de pagar por, pelo menos, uma semana. Vou acordar cedo amanhã e ir andar na Rua da Música e na Alameda Printer procurando bares e lanchonetes que possam estar contratando. — Ok, depois o quê? — Então vou colocar um anúncio no jornal. "Menina com violão, precisa de dinheiro para gravar demo, faço qualquer coisa". — Kylie riu, mas ela ouviu sua melhor amiga murmurando palavrões. — Estou brincando, Lu. Vou me inscrever em todas as noites para amadores que eu possa incluir na minha lista e guardar até meu último centavo para gravar uma demo. Então vou enviá-la e rezar. Ela já havia se programado para a apresentação da próxima noite de amadores no The Rum Room. Eles colocaram convites em um site que Kylie havia encontrado e se inscrito meses atrás. Este era o motivo de sua viagem, ela e sua melhor amiga haviam planejado... e cancelado. — Vou rezar muito, — sua melhor amiga sussurrou. Kylie suspeitou que os soluços que ela ouviu eram de choro. — Como estão os gêmeos? — Os irmãos de seis anos de idade de Lulu geralmente serviam como um tópico para uma conversa mais leve. Como sua mãe 1
Monstro + madrasta = mondrasta.
trabalhava em dois empregos, Lulu estava praticamente criando-os enquanto frequentava a escola de beleza em Tulsa em tempo parcial. Quando eles começaram a falar, os dois rapazes tinham pronunciado Lulu ao invés de Olivia, e o apelido pegou. Kylie não podia sequer imaginar chamar a amiga de outra coisa. — Eles estão bem. Horríveis, como de costume, e Deus me ajude se eu encontrar mais um lagarto ou sapo viscoso que eles trouxeram para este trailer... Kylie deu uma risadinha, mas não pôde evitar a pontada de inveja que sentia em relação a sua amiga por ter uma família. Pessoas com quem comer refeições, conversar, rir, discutir. Ela perdeu tudo isso quando seu pai morreu. — Amo você, Lu. Vou ficar bem, prometo. — Kylie disse, porque estava cansada demais para continuar falando. Ela esperava que isso não contasse como uma mentira já que, pelo menos, esperava que fosse verdade.
Capítulo Dois Com alguns dólares a menos em seu nome, Kylie estava pronta para desistir de qualquer sonho maluco que havia perseguido até Nashville. Quase duas semanas no hotel, mais alimentos, e ainda sem emprego, a deixaram com quase nada. Após a quarta rejeição daquele sábado, ela andou pela cidade sem rumo. Em todos os lugares que ela procurou sempre havia uma lista de espera de um quilômetro de distância. Para garçonetes. Muitas das quais eram aspirantes a cantoras e compositoras. Tanta coisa para ser original. Quase um ano economizando dinheiro para comprar uma lápide para seu pai, e foi gasto em duas semanas. Apenas dois lugares pegaram seu currículo depois que ela preencheu um questionário. Um restaurante chamado Back Alley Diner e um bar e boate chamado Whiskey Jack. Nenhum dos dois tinham ligado. Na verdade, ninguém tinha ligado. Uma guitarra vermelha com brilhantes luzes de néon piscou quando Kylie passou por baixo. De alguma forma, ela vagou para o The Rum Room. A Noite de Amadores, que ela tinha se inscrito exatamente neste bar, ainda faltavam duas semanas, e do modo como as coisas estavam indo, ela poderia ser uma sem-teto até lá. Darla ficou com a picape Chevy 88 de seu pai quando ele morreu, então Kylie não teria sequer isso para dormir quando ficasse sem dinheiro para o hotel. Ela já tinha preenchido um questionário de garçonete no The Rum Room, mas irritou-se de qualquer jeito, imaginando que haveria pelo menos uma música decente para ouvir em uma noite de sábado. Uma banda de blues com um sotaque jazzy estava no palco quando Kylie entrou. Ela pagou a entrada de seis dólares, sabendo muito bem que iria custar-lhe uma refeição. Mas quanto mais ela ouviu falar da banda, mais ficou convencida de que valia a pena. Kylie sentou-se em uma cadeira perto do bar e ouviu com todo o seu corpo. Em poucos minutos sua bota estava batendo junto com o baixo e seu corpo balançava com a
suave voz da cantora. Sim, isto foi definitivamente melhor do que qualquer refeição naquele dia. — Qual o seu pedido, querida? — Uma garçonete morena com cabelos armados perguntou. Ela lembrou Kylie de uma Sra. Pam jovem, sua chefe em Oklahoma, mas com mais sombra nos olhos e um corpo melhor. — Hum, estou aqui realmente só para ver a banda, — Kylie respondeu, sabendo que ela não precisaria perder mais três dólares com uma Coca-Cola. — Entendi. Aproveite. — A garçonete piscou e girou para outra mesa. Kylie conhecia aquele olhar. A mulher tinha pensado que ela era uma fã. Ela olhou a multidão e a maioria era mulheres jovens. Ah. Normalmente, ela achava aquelas meninas superficiais e irritantes em sua grande maioria, mas naquele momento o vocalista estava parecendo muito quente. Embora não parecesse que o público estivesse aqui para vê-lo. A maioria dos outros clientes estavam ocupados escrevendo mensagens de texto do que prestando atenção na banda. — Droga, onde diabos ele está? — Dois homens estavam entre o assento de Kylie e o bar. Eles não pareciam muito felizes de ver um ao outro. — Ele vai estar aqui, Clive. O ônibus ficou preso no trânsito — um homem grisalho e bonito, com um cavanhaque prometeu para um homem gordo que usava anéis em quase todos os dedos. — Esta é a terceira vez, Pauly. Não dou a mínima para quem ele é, ele está ocupando lugares privilegiados e irritando as pessoas. Mais importante ainda, eu. — Hum, Clive? — A garçonete de Kylie parecia nada entusiasmada em interromper os dois homens. — Sim? — O homem que devia ser Clive respondeu, olhando para ela como se fosse a responsável por todos os problemas do mundo. Kylie sabia que era falta de educação olhar, mas sentiu um pouco alarmada pela garçonete que tinha sido tão gentil com ela antes. — Kimmie não vem. Ela recebeu uma oferta para tocar em alguma grande festa do momento, então, ela não vai fazer o seu turno. — Você deve estar brincando comigo. — Clive passou a mão grossa sobre o rosto. — Diga que ela está demitida. — Hum, sério? Clive estamos com falta de pessoal, e quem lidará com a recepção e com o camarim? — A garçonete trocou a bandeja para o outro braço.
— Eu estou olhando para ela, a menos que queira recolher o seu último cheque no mesmo dia que Kimmie. — O homem grande olhou para a morena até que ela balançou a cabeça e se afastou. Depois que ela se foi, ele voltou a discutir com Pauly. Kylie fez uma rápida oração e prendeu a respiração. — Hey, hum, senhora? — Ela gritou, sinalizando a garçonete. — Sim, querida. Você mudou de ideia? — A mulher colocou a bandeja na mesa de Kylie e tirou seu bloco de pedidos. — Hum, oh, uh não. A mulher de aparência cansada baixou a caderneta. — Então, o que posso fazer por você? Kylie poderia dizer que ela estava começando a ficar irritada. — Sou uma garçonete. Quero dizer, tenho experiência de garçonete e boas referências e... — Você pode começar agora mesmo? O coração de Kylie saltou em sua garganta. — Sim! Quero dizer, sim senhora. — Quantos anos você tem? — A mulher olhou para cima e para baixo. — Dezoito. — Ela quase acrescentou que ela teria dezenove em dois meses, mas soava como algo que uma criança diria. — Ok, ouça atentamente, porque só vou dizer isto uma vez. Você é minha prima, que acabou de se mudar de... inferno, de onde você é? — Oklahoma. — Perfeito. Sou Tonya, a propósito. — Prazer em conhecê-la, prima. — Kylie sorriu. Tonya apenas revirou os olhos. — Vamos lá, garota. Depois de uma apresentação brusca para Clive, que, aparentemente, era o dono do lugar, Tonya lançou a Kylie um cardápio e um avental e disse que ela foi contratada. Em uma hora, Kylie soube que isso não era nada como o Pam's Country Kitchen, o buffet doméstico que ela trabalhava perto de casa. Embora as gorjetas fossem muito melhores. Três horas depois a banda que deveria aparecer ainda não havia chegado e Clive estava furioso. Kylie tinha sido beliscada e acariciada em lugares que ela nem sequer queria pensar, por clientes que ela mal podia ver no bar pouco iluminado. Mas de jeito nenhum mencionaria isso a Clive. Suas costas doíam, seus pés estavam dormentes, e sua cabeça latejava. Quando Clive passou e perguntou como estava indo, ela abriu um largo sorriso e disse: — Fantástico! — Com todo o entusiasmo que pôde ter. Ele resmungou algo que parecia
remotamente parecido com aprovação e seguiu em frente. Quando Tonya disse que era hora do intervalo, Kylie quase desabou na cadeira mais próxima. Tonya a agarrou pelo ombro e a levantou novamente. — Oh, não, prima. Tenho algo para lhe mostrar. — A garçonete levou Kylie para trás do palco e por um corredor que ela não tinha notado antes. — Sala de imprensa. — Tonya abriu uma porta. A sala luxuosa era principalmente bege com alguns detalhes em madeira. Um sofá que, provavelmente, custava tanto quanto a casa de Kylie, estava encostado em uma parede. Uma pequena mesa escura, com duas cadeiras de madeira encontravam-se ao lado dele. A mesa de um longo buffet continha os restos do que parecia ser um impressionante buffet de jantar. Porções de frango grelhado reviradas, salada de macarrão, bandeja de frutas, e alguns rocamboles ainda estavam presentes. O estômago de Kylie roncou com a visão. Ela estava vivendo de pizza velha por quase duas semanas. — Está com fome? — Tonya obviamente tinha notado a água na boca de Kylie. — Um pouco, — disse ela, certa de que estava ficando vermelha de vergonha. — Bem, sirva-se. Coma enquanto caminhamos. Kylie pegou um pedaço de frango, dobrou-o, e seguiu Tonya para fora da porta. — Ok, então, a sala de imprensa é a cereja do bolo comparando com o camarim, — ela disse enquanto abria a porta ao final do corredor. Kylie quase engasgou com o sanduíche. Esta sala era melhor do que o bar em si. Um sofá estava em frente de uma televisão de tela plana, que ocupava a maior parte da parede. Uma grande mesa de carvalho continha bandejas cheias de asas de frango, e batatas chips cobertas de queijo. Garrafas de cerveja e água estavam ao longo da mesa. Kylie roubou uma garrafa de água enquanto caminhava. Além disso, tinha uma cozinha pequena, mas agradável, com uma geladeira de aço inoxidável e micro-ondas. A mesa de bilhar e minibar estavam escondidas atrás da cozinha. Ao virar a esquina havia um banheiro completo com chuveiro. — Esta sala é melhor do que onde estou ficando, — ela disse a Tonya. — Sim, é mais agradável do que o meu apartamento, também, e muitíssimo mais difícil de limpar. — É o meu trabalho limpá-la, não é? — Kylie perguntou quando a realidade a acertou. Ok, não há problema, ela pensou consigo mesma. Um sonho tornado realidade tinha que vir com uma desvantagem.
— Sim. — Tonya sorriu com simpatia em seus olhos. — Mas nós vamos dividir até você pegar o jeito. — Obrigada. — Kylie não sabia se essa mulher era um anjo ou apenas um ser humano decente, mas ela realmente queria abraçá-la. Ela resistiu, mas apenas um pouco. — Então, hum, quanto... Eu só quero dizer, não que isso é um grande negócio ou qualquer coisa. — Kylie gaguejou sobre a questão embaraçosa. — O bastante, — Tonya respondeu com uma piscadela. — Só não se esqueça que você precisa dar parte da sua gorjeta para o bartender todas as noites e tudo ficará bem. Kylie tinha feito isso com as recepcionistas no Pam. Mas só como cinco por cento. — Quanto você ganha de gorjeta? — Vinte por cento é o padrão, trinta, se você levar as bebidas para seus clientes antes que eles envelheçam. A gorjeta está uma merda essa noite porque algum cantor figurão não veio, mas na maioria das noites é muito boa. — Entendi. Alguma outra coisa que devo saber? — Sim, até que Clive a coloque na agenda, você está apenas fazendo testes e isso não é Oklahoma, querida. Você estava no lugar certo, na hora certa e aprecio isso, acredite em mim. — Tonya ergueu o quadril e colocou a mão sobre ele. Quando voltou a falar, sua voz era suave. — Tenho um de dois anos de idade em casa, com uma babá, e se você não tivesse aparecido eu estaria limpando estas salas até as três da manhã. Mas Clive... ele é, bem, ele é um cara durão. — Kylie observou a mulher encolher ombros. — Abrimos ás duas, todas as tardes. São apenas aperitivos até as quatro, quando eles acendem a churrasqueira. A maioria dos shows começam às sete. Nós devemos mandar todos embora à meia-noite, mas a maioria das noites regulares fica até as duas. Às vezes as bandas não saem até então e não podemos limpar as salas até que eles se vão. Seu cérebro estava trabalhando mais para manter as informações que a mulher estava atirando para ela. Basicamente, ela estaria trabalhando das duas horas da tarde até às duas da manhã. Deve ser um inferno de um salário. O pensamento de um apartamento próprio apareceu no fundo de sua mente. A garçonete estudou-a por um segundo e então suspirou. — Olha, se é muito, apenas termine hoje à noite e não volte. Sem ressentimentos, juro isso não é para todos. Kylie balançou a cabeça. — Não, estou bem. Juro. — Ok bem, até que ele coloque você na escala. — Tonya começou, apontando para um quadro branco gigante do lado de fora de uma porta, enquanto a levava ao escritório de Clive. — Você aparece à uma. Todos os dias.
— Entendi. — E Kylie? — Tonya parou e se virou tão abruptamente que quase colidiram. — Sim? — Botas e jeans são bons, mas amanhã vista uma camiseta apertada. Kylie engoliu qualquer preocupação que isso pudesse causar. — Hey Tonya, — disse ela, enquanto a seguia de volta para o bar. — Sim? — Obrigada... Quero realmente agradecer. — Pelo quê? — A morena perguntou com uma sobrancelha arqueada. — Ser a melhor prima de todas. Tonya riu alto. Foi a primeira vez que Kylie a tinha visto fazer isso. Ela parecia dez anos mais jovem. — Garota, você está louca ou desesperada, e você tem que estar ambas para estar aqui. Acho que você se sairá bem. Ambas, Kylie pensou consigo mesma. Estou as duas coisas.
Capítulo Três Depois de aparecer ás 12:30 todos os dias, durante duas semanas, Clive parou de ignorá-la. Ela usava as camisas apertadas que possuía. Ela ainda amarrava algumas na parte de trás porque hey, uma menina tem de comer. — Bem, acho que você não vai voltar para Idaho, né? — O dono do bar perguntou, batendo a mão grande no ombro de Kylie. Ela brevemente debateu corrigi-lo, mas pensou melhor. — Não, senhor. Eu receio que você esteja preso comigo, — disse ela, mudando a enorme bandeja de asas de frango e cerveja que carregava no braço que ele não estava apertando. — Tudo bem. Na próxima semana você vai estar na escala. Bom trabalho, garota. — Ele limpou a garganta, e parecia que estava debatendo sobre se devia ou não perder mais tempo falando com uma garçonete aleatória. — Não sou facilmente impressionável, mas as salas de recepção estão parecendo melhor do que nunca e Tonya diz que você é de grande ajuda. Eu tenho caras na cozinha cujas vidas eu ameacei se tentarem te convidar para sair e correr com você para fora. — Ele piscou para ela e ela sorriu para ele. — Obrigada, hum, por tudo isso. — Ela ficou surpresa ao ver seus escuros olhos frios, quentes por um segundo. Houve um lampejo de algo paternal sobre ele que desencadeou uma profunda dor dentro dela. — Bem, volte ao trabalho antes que me torne um mentiroso, — ele bufou, soltandoa. De volta aos negócios, como de costume, Kylie pensou. — Oh, e pegue com Tonya o formulário e preencha o seu W9, faça uma cópia de sua licença e tudo isso. — Sim, senhor. — Não seria mais paga todas as noites com o dinheiro da caixa registradora do bar. Salários reais estavam chegando. Um raio de esperança se instalou, fazendo-a sorrir como uma maluca pelo resto de seu turno.
Entre servir mesas, auxiliando e limpando as salas de recepção, Kylie estava exausta. Nas últimas duas semanas, ela tinha verificado com Lulu algumas vezes, mas principalmente ela só tomava banho, e escrevia e trabalhava em novas canções com seu violão até que ela desmaiava, abraçando-se a ele todas as noites. Cambaleando em sua rotina matinal de tomar banho e se preparar, pensando em esbanjar dinheiro em um café caro, ela estava meio vestida quando se lembrou que era a Noite dos Amadores. No The Rum Room. Onde ela trabalhava. Ela estava tão grata pelas gorjetas que a mantinha alojada e alimentada, por enquanto, que perdeu a noção de que dia era. Como é que Clive se sentiria sobre isso? E Tonya? Oh inferno, era perfeitamente possível que pudesse haver uma regra que proibisse os funcionários de realizar esses tipos de coisas. Em sua caminhada para o trabalho, com a caixa do violão batendo em suas costas, Kylie tentou pensar em como colocar a questão para Tonya. Se houvesse uma regra, ela saberia que provavelmente manteria seu emprego e se inscreveria para as noites de microfone aberto em outros bares. Não há falta desses. Mas caramba. Ela já tinha visto a lista de gestores e executivos de música que frequentavam a Noite de Amadores no The Rum Room. Sem mencionar o número de artistas que haviam sido descobertos lá. Falar sobre uma bênção e uma maldição. Era tudo o que poderia fazer para não gemer alto. Quando chegou ao trabalho, ela ouviu vozes vindas da cozinha então saiu do bar e foi para a sala dos funcionários. O barulho da máquina de Coca-Cola era o único som que ouviu enquanto colocava seu violão atrás do sofá. Ela tinha praticado durante horas na noite passada, e sabia exatamente qual a música que tocaria. Adeus Orgulho, a nova. Era sua canção, sua cidade, e o lugar onde seu pai permaneceria enterrado para sempre. Por favor, Deus, não deixe que Clive me demita por isso. Kylie havia tentado duas vezes puxar Tonya de lado, mas o bar estava lotado. Ela não foi capaz de chamar a sua atenção até quase sete, quando a noite de microfone aberto começaria. — Hey, prima, preciso lhe perguntar sobre algo, tipo agora — Kylie sussurrou para ela quando passavam uma pela outra, preenchendo pedidos de bebidas. Tonya descarregou os copos vazios de sua bandeja, substituindo-os por copos cheios. — Hum, ocupada aqui. — Eu sei, eu também, mas é uma emergência. Por favor, muito, por favor me encontre no saguão em cinco minutos?
— Ok, mas é melhor que seja importante. — Tonya revirou os olhos e praticamente correu para longe para entregar suas bebidas. Poucos minutos depois, Tonya encontrou Kylie se aquecendo em seu violão na sala dos funcionários. A garçonete limpou as mãos no avental e cruzou os braços sobre o peito. — Sério? A noite mais movimentada durante toda a semana e você precisa de mim para te ouvir tocar violão? Mordendo o lábio com tanta força que quase tirou sangue, ela respirou fundo e confessou. — Estou inscrita para esta noite. Acha que Clive vai ficar puto? Tonya suspirou e caiu no sofá ao lado dela. — Bem, sim, mas apenas porque a última garota que se demitiu fez a mesma coisa. Conheceu algum empresário grande e agora está em uma turnê em um hotel ou algo assim. — Mas não há nenhuma regra contra isso, certo? — Não, não há. Incapaz de manter o sorriso fora do rosto, Kylie soltou um refrão em seu violão. — Obrigada, Jesus! — Bem, a Deb Demoníaca está pegando os pedidos das minhas mesas. Ela provavelmente está roubando minhas gorjetas enquanto nós conversamos, por isso vamos ouvir alguma coisa. — Sério? — Kylie podia sentir sua alma se iluminando. — Sim, e rápido. Temos que voltar lá para fora. Kylie respirou fundo e se lançou em sua música. — Adeus orgulho, é hora de deixálo ir. É difícil ver o lugar que eu amo desaparecer, enquanto seguro o que posso. Mas segundas chances deveriam existir e coisas que deveríamos ter dito continuam me assombrando. Como fantasmas de sonhos que passaram a guardar ressentimentos, eles simplesmente não vão deixar pra lá. Não é como se eu tivesse fugido, desistido, ou simplesmente deixado a cidade, mas se ficasse mais um dia, esse orgulho me mataria2. — Kylie deixou o último acorde pairar no ar antes de pegar o ritmo. — Todo mundo tem uma história para contar, um pecado amigável que eles sabem muito bem. Não tenho vergonha de dizer que o meu é o orgulho. Porque a última vez foi a última vez. — Engolindo com dificuldade para deixar suas emoções em suas letras agitadas, Kylie fechou os olhos e continuou cantando. Goodbye pride, it’s time I let you go. It’s hard to watch the place I love fade away, while holding on to what I know. But second chances and could’ve beens and things we should’ve said keep haunting me. Like ghosts of dreams passed with a grudge to hold, they just won’t let it be. It’s not like me to run away, to give up, or just leave town, but if I stay another day, this pride’s gonna drag me down.” 2
— Então orgulho adeus, é hora de deixá-lo ir. Vou deixá-los dizer o que eles precisam ouvir, porque sou a única que sabe. O orgulho é um golpe baixo em um copo alto, e se você beber devagar achará que durará, mas sei muito bem o que é isso. Mesmo presa em sua música, ela sabia que provavelmente estava cantando alto o suficiente para ser ouvida na sala, então ela baixou a voz. — Todo mundo tem uma história para contar, um pecado amigável que eles sabem muito bem. Não tenho vergonha de dizer que o meu é orgulho. Porque a última foi a última vez. Este é o fim do que poderia ter sido. Agora acho que nunca vou saber... Ela cortou a canção antes do último refrão e abriu os olhos. — Bem? — ela perguntou, olhando para Tonya. Que tinha lágrimas em seus olhos. — Ei, ei, o que há de errado? — Foi muito bonito, realmente. Era como se você soubesse a história de toda a minha vida, que você não sabe, graças a Deus. — Obrigada. — Kylie sorriu. — Mas você não pode tocar isto esta noite, — disse Tonya calmamente, enxugando as lágrimas com um guardanapo do bar. Seu coração se afundou. — Não posso? — Não. — Kylie assistiu os olhos de Tonya endurecerem enquanto agarrava seu ombro. — Ouça-me, garota. Sei algumas coisas. Como por exemplo, o objetivo de sua vida provavelmente não é ser uma garçonete. E cá entre nós, sei que tudo o que você realmente quer é se tornar uma grande estrela da música country como qualquer outra menina nesta cidade, e que está tudo bem e eu direi “Eu a conhecia”. Na verdade, espera, assine este guardanapo. A boca de Kylie estava aberta para as observações contundentes de sua amiga. E ela estava seriamente segurando um guardanapo e uma caneta. Lentamente, Kylie pegou e rabiscou seu nome nele. — Mas aqui está o que mais eu sei. Se você vai tocar essa música sentimental que ninguém conhece as palavras, todo mundo vai sorrir e acenar com a cabeça e seguir em frente bebendo. Os empresários e caçadores de talentos continuarão trocando mensagens de texto em seus telefones e alguém em algum lugar poderá dizer "Essa foi uma bela canção" ou "Ela era bonita" e vai ser só isso. — Ok, então... — Kylie estava atordoada demais para dizer muita coisa. Lágrimas ameaçavam deslizar por trás de seus olhos. Esta foi a canção que ela havia trabalhado tão duro, colocado muito de si mesma nela. Não era uma coisa boa ser original?
— Então você leva sua bunda bonitinha até lá, canta algumas de Taylor Swift ou Kelly ou qualquer que seja o cover, e você agita e puxa o público para cantar junto enquanto não comparam você a quem realmente canta a maldita coisa. — Oh, isso é tudo? Bem, isso deve ser mamão com açúcar. Obrigada pelo conselho. — Kylie revirou os olhos e deixou-os focados no teto para que as lágrimas não caíssem. — Olha, você pode cantar, você toca o suficiente. Você é tipo sexy e todas as coisas que eles querem. Eu não perderia meu fôlego ou o meu tempo, Kylie, se você me mandasse para o inferno, mas conheço esta cidade. Se este fosse seu primeiro encontro com os executivos, diria que você colocasse tudo para fora. Mas este é um bar, e você precisa conseguir um pouco de atenção. Os caras que vêm aqui procuram uma coisa. Coisas que trazem dinheiro. As pessoas querem ouvir aquela música que faz com que eles se levantem e cantem junto e fiquem bebendo e festejando a noite toda. Pense, você pode fazer isso? Kylie engoliu em seco, empurrando para trás as lágrimas de seus olhos, e forçou um sorriso. Ela cresceu sem mãe. Enterrou o único homem que já amou menos de um ano atrás. Perdeu tudo num piscar de olhos. Certamente ela poderia fazer isso. — Sim. Sim, eu posso. — Bom, porque não importa do que eles chamem, esta merda não é para amadores. — Tonya estava oferecendo-lhe um sorriso fraco antes de deixar Kylie sozinha para descobrir o que diabos ela estava indo fazer.
Capítulo Quatro Como uma dádiva de Deus que ela era, Tonya assumiu as mesas de Kylie, enquanto ela se aquecia no saguão. Kylie correu para pegar uma garrafa de água na sala de imprensa e esbarrou com um homem que não reconheceu. — Deus, desculpe-me, — ela disse-lhe. — As mulheres não costumam chamar-me assim quando ainda estou vestido. Kylie arqueou uma sobrancelha e começou a sair da sala com a água. Sem tempo para idiotice esta noite, amigo. Tonya a avisou sobre caras que ofertavam à garçonetes a chance de ficarem nuas na frente de uma câmera. — Ei, estava brincando, — disse ele com um sorriso provocador. — Mais ou menos. Michael Miller, — informou ele, estendendo a mão. Kylie olhou para ele como se fosse uma cobra venenosa e ele abaixou a mão. — E o seu nome? — Ele perguntou, com os olhos escuros brilhando com diversão. — Apenas uma garçonete. Desculpe-me. — Kylie saiu correndo da sala. Ela tinha ouvido Clive dando boas-vindas a todos e sabia que era a terceira da lista para cantar. Perguntou-se se ele já havia visto o seu nome. Kylie correu para o banheiro dos funcionários e tentou refrescar-se. Não teria tempo para trocar a roupa que usava, suas melhores calças de brim e a camiseta preta do The Rum Room que Clive tinha acabado de lhe dar. Depois de espirrar água no rosto, seguido por algum rímel e brilho labial, saiu para o corredor bebendo sua garrafa de água e esperando na fila com os outros artistas. Encostada na parede fria de concreto, o estômago de Kylie fechou e o suor escorria pelas suas costas. Vários dos homens amadores que esperavam para cantar deram seus olhares avaliadores, mas ela estava nervosa demais para se importar. Ou falar. As outras poucas garotas na fila pareciam um cruzamento entre prostitutas de Hollywood e Barbie
country. Uma senhora parecia ter idade para ser sua avó. Querido Deus, por favor, não me deixe estar fazendo isso na idade dela. Não, ela pensou, que vergonha. Bom para ela por não desistir de seu sonho. A possibilidade de falta de moradia e fome tinha sido quase o suficiente para fazê-la desistir. O cantor que estava antes dela entrou e seus ouvidos foram preenchidos com um zumbido distante. Rezou para que Tonya estivesse certa e que o que estava prestes a fazer funcionasse. Ela deu uma boa olhada na multidão – a maioria no início de vinte e poucos anos e alguns dos velhos habituais. Não tinha certeza de que esta era uma boa ideia, mas eles definitivamente não seriam capazes de se sentar lá e ignorá-la, como poderiam fazer se mantivesse seu plano original. Se isso funcionasse, e ela tivesse sua carreira musical, Kylie mandaria a filha de Tonya para a faculdade. — Próxima! Bem, vamos ver, se não é a própria Kylie Ryan do The Rum Room, senhoras e senhores. — Nate, um dos cozinheiros, a apresentou e depois se afastou. Kylie pisou no palco, ignorando as luzes ofuscantes, se aproximou para falar com o baterista da banda da casa. Sussurrou em seu ouvido e ele concordou. Ela se inclinou para o guitarrista e disse: — Algumas mudanças. — Ele deu-lhe um polegar para cima e esperou. Vamos ver o que acontece. — Boa noite galera, — Kylie falou pausadamente para o microfone. — Preparei uma música para cantar, mas depois minha amiga Tonya, que pode ser sua garçonete, disseme que não era boa o suficiente – então acho que só vou tocar esse violão e ver onde isso nos leva. — Ela sorriu para o público e, em seguida, inclinou-se para o microfone mais uma vez. — Oh, e vou voltar para o serviço depois disso, então se você não bater palmas quando eu terminar, não vou me responsabilizar pelo o que vai acontecer com a bebida entre o bar e sua mesa. — Kylie piscou e dedilhou algumas cordas. — Ok, aqui vamos nós. Risos? Ela ouviu risos? Ela pensou que sim. Eu sei que você quer me amarrar, sei que você quer colocar um anel, mas nunca fui esse tipo de garota, não por todo o dinheiro do mundo. Kylie começou sua versão modificada do mais recente hit de Trace Corbin, Not That Kinda Man. Era a famosa música de um recente solteiro que foi deixado por sua amada e ela estava tentando transformar a música em seu ouvido. Ele escreveu e cantou como uma triste balada de separação e Kylie havia remixado e a retrabalhado como uma música de festas de menina.
Você quer me possuir, mas você não me conhece. Adivinhe o quê querido? Quando você acordar, já terei ido embora. Kylie lançou seu sorriso mais sexy e mexeu um pouco com a multidão. Então ela gritou: — Cantem comigo meninas! — Gritou no microfone pegando o tempo da música, lançando ao refrão. Várias garçonetes, inclusive Tonya, pararam o que estavam fazendo para cantar junto. Não que Kylie realmente pudesse vê-las, mas as meninas no meio da multidão juntaram-se também. Ela cantou para o guitarrista, cujo nome tinha certeza de que era Andy, e ele acompanhou, sorrindo e piscando para ela o tempo todo. Bem, não sou esse tipo de garota, não quero jogar esses jogos, não vou acordar em sua cama ou tomar o seu nome. Ela deu a Andy um brincalhão tapa na bunda e ele soprou-lhe um beijo. Assobios estridentes irradiaram da plateia. A música zumbia e pulsava contra ela e em algum lugar na mente de Kylie uma pequena voz disse: Puta merda você está fazendo isso! Quando o número acabou, ela praticamente voou para fora do palco, dolorosamente consciente da batida em seu peito. Oh, bem, se eu tiver um ataque cardíaco e morrer neste exato momento, vou morrer feliz. O aplauso foi alto o suficiente para ser ouvido sobre o zumbido em seus ouvidos e ela queria isso mais do que o oxigênio. Clive estava encostado no bar, balançando a cabeça, mas sorrindo. Tonya atirou seus dois polegares para cima. Kylie soltou um pequeno grito de felicidade e mandou um silencioso obrigada para seu pai, sentindo-se mais alta do que qualquer droga poderia levá-la. Deixaria Tonya ir para casa mais cedo hoje e arrumaria as salas sozinha. Estava com energia suficiente para limpar dez camarins. Quando disse a Tonya, a mulher a abraçou. Forte. — Você arrasou, garota! Isso foi incrível! — Sim, bem, tive alguns conselhos muito bons. — Kylie disse a ela, incapaz de manter o sorriso permanente fora de seu rosto. O próximo cantor saiu das sombras e subiu ao palco. Kylie ouviu uma voz masculina profunda, com um sotaque sexy do sul dizer: — Porra. Que sorte a minha ter que continuar isso. O público ainda estava gritando e gritando e Kylie sabia que ela tinha ido bem, mas sério?
— Peço desculpas por vocês ficarem me esperando algumas semanas atrás. Devo ter misturado minhas datas. Provavelmente já é hora de demitir meu agente, — o homem bonito no palco disse com voz arrastada. Quem era esse cara? Quem quer que fosse, as mulheres na plateia estavam enlouquecendo com ele. — Bem, já que aquela boa garçonete parece ter roubado meu número, acho que vou ter que cantar outra coisa. Onde está aquela menina de qualquer maneira? Oh Deus. Oh Deus, por favor não. O coração de Kylie afundou e se evaporou instantaneamente. Ela se virou para enfrentar o homem no palco. Trace Corbin estava lá com um violão em uma mão e outra mão nos seus olhos, examinando a multidão procurando por... ela.
Capítulo Cinco Havia apenas uma maneira de sair dessa. Ok, talvez duas. Abaixar, se esconder e arriscar perder seu emprego, ou enfrentar o homem cuja música ela tinha acabado de massacrar na frente de centenas de pessoas. E o risco de perder o emprego. Bem, ela nunca foi de recuar, e nunca abaixou e se escondeu de ninguém em sua vida. Certamente não era um cantor de música country idiota e arrogante que todos sabiam que estava praticamente jogando sua carreira pelo ralo. — Posso pegar uma bebida, Sr. Corbin? — Kylie perguntou no tom mais doce que pôde reunir, dando um passo em direção ao palco. — Não, senhora. Tenho uma, — ele disse, piscando para o público e levantando uma garrafa de cerveja em sua direção. Cabelos escuros saltavam do boné de caminhoneiro, e antebraços bronzeados e musculosos flexionados no final de sua camisa enrolada. Seu sorriso branco brilhante foi emoldurado por covinhas de menino, e caramba, os jeans estavam fazendo coisas para ela. — Então o que posso fazer por você? — Perguntou ela, revirando os olhos para a multidão como se estivesse irritada com o mega-astro por interromper seu trabalho. Bom Deus. Se eles soubessem que seu coração estava batendo o triplo contra as suas costelas. — Bem, já que você roubou a minha música, o mínimo que poderia fazer seria vir aqui e cantar comigo, — ele arrastou. Pelo amor de Deus, o homem estava meio bêbado. E, caramba, poderia sua calça jeans ficar mais apertada? Concentre-se, Kylie. — Desculpe-me, senhor. Você quer dizer que canta a canção sobre um cara solteiro que não quer ficar preso a uma garota? — O público rachou ao seu redor. — Ela é uma gracinha, Clive. Onde encontrou isso? — Trace gritou do outro lado do bar. Kylie não olhou para ver o que Clive fez, mas podia ver algumas telas de telefones celulares iluminando o ambiente. Isto estava definitivamente indo para o YouTube. Trace
Corbin estava tendo certeza que ela nunca seria reconhecida na indústria, a menos que fosse por pessoas rindo dela. — Bem, escolha uma música. Tenho mesas para servir. — Kylie disse, pulando de volta para o palco. Ele olhou-a com cuidado, levantou seu violão. — Vai mudar todas as palavras? Me fazendo parecer um idiota? — Oh, não, querido. Certeza que você pode lidar com isso por conta própria. — Kylie respondeu com um sorriso sedutor. Ela rezou para parecer calma, mas a última vez que viu este homem estava no CMT e ela estava assistindo no seu quarto em Oklamalditamente-homa. E o inferno santo, se ele não era ainda mais quente em pessoa. Ele cheirava a loção pós-barba e bourbon. Kylie decidiu então que nunca seria capaz de sentir o cheiro de qualquer um sem recordar este momento. Trace tocou algumas cordas e piscou para ela. Ela apenas balançou a cabeça. De quem maldita vida era essa? Reconheceu a música imediatamente. Esperando pela sua ligação, uma de suas "baladas para transar", como Lulu as chamava. — São duas horas, não posso acreditar que estou aqui novamente. Pedindo isso de novo hoje à noite, assim como todas as outras vezes. Mas nós dois sabemos que não era certo. O profundo timbre da voz de Trace enviou arrepios desagradáveis pelo corpo de Kylie, mas ela começou em sua metade da letra. — A TV está baixa e estou esperando o toque alto da campainha dizendo que você chegou. Mal posso esperar para ouvir a sua voz, enquanto você diz essas palavras, aquelas que sempre me fazem cair. Estou aqui esperando, esperando por sua ligação. Kylie sabia que não tinha se saído tão bem quanto tinha feito quando cantou sozinha. Sua voz tremeu algumas vezes e ela mal conseguia concentrar-se nas letras com o famoso cantor vendo-a tão de perto. Então, ela apenas olhou para as luzes brilhantes e fingiu que estava cantando para seu pai no céu quando eles harmonizaram no refrão. — Eu sei que você não quis dizer as coisas que você disse, sei que você não queria sair da minha cama. Você disse que não poderia mais fazer isso, disse que não queria tentar. Mas conheço você, e esta é apenas mais uma mentira. Ela levou um segundo para puxar o ar em seus pulmões enquanto Trace cantava sua parte. — O sol está surgindo e meu coração se quebrando. Eu ainda estou esperando aquele som que diz que você está chegando.
Suavizando sua voz para imitar o jeito que ela o tinha ouvido cantar o verso seguinte no rádio tantas vezes, ela cantou seu solo final. — Você não tem que pedir desculpas. Te perdoo. Não vou dizer que te amo, porque você já sabe. Não vamos perder tempo pedindo desculpas, basta pegar o telefone. Com o coração vibrando mais alto do que a música, Kylie deixou sua voz fluir enquanto cantavam o refrão final juntos. — Estou aqui esperando, esperando. Estarei aqui esperando, esperando. Eu ainda estou esperando por sua ligação... Ela deveria ter apenas agradecido ao público, pulado para fora do palco, e retomado sua vida regularmente programada. Mas ela não fez. Em vez disso, ela cometeu o erro colossal de olhar mais para os olhos castanhos que tinham escurecido para a cor do céu pouco antes de um tornado mortal tocar o chão, destruindo tudo em seu caminho. Ela era de Oklahoma e sabia uma coisa ou duas sobre os avisos de tempestade. Trace Corbin estava desencadeando todas as sirenes dentro dela. Kylie estava diretamente no caminho de algo selvagem e perigoso e um inferno de muito mais poderoso do que ela. Desvie o olhar, seu subconsciente gritou. Mas ela não podia, porque, pela primeira vez desde que seu pai morreu, ela estava viva.
Capítulo Seis Kylie fez tudo que podia para tentar se comportar como um ser humano normal pelo resto de seu expediente. Ela serviu mesas, completou pedidos de bebidas, e serviu bebidas enquanto algumas garçonetes estavam descansando. Ela revirou os olhos quando Tonya gesticulou loucamente para Trace Corbin e alguns outros homens que estavam sentados em uma cabine no fundo com Clive. — Isso foi seriamente incrível. Quero dizer, uau. — Tonya disse a ela com os olhos arregalados, enquanto elas limpavam a sala de imprensa. — A banda de Trace ainda não saiu do camarim. E a propósito, ele estava totalmente dando a você um olhar de foda-me, no palco. — Não, ele não estava, — Kylie disse, sentindo seu rosto aquecer porque não podia evitar, além de se perguntar o que estava acontecendo com aquele olhar dele. — Sim, ele estava, — Tonya disse com uma risada. — E eu quero dizer, você administrou bem as coisas. — A mulher nem sequer tentou manter a admiração fora de sua voz. — Aquela garota que te falei que saiu em turnê, ela não poderia se comparar a você. — Seja como for, acho que você precisa ir para casa e descansar um pouco. Eu faço isso. — Kylie a enxotou dizendo: — Pense na sua linda garota em seus pequenos pijamas cor de rosa. Tonya parou perto da porta. — Eu estou apenas... tenho medo de nunca mais vê-la novamente — disse ela em voz baixa. — A menos que Clive me demita, você vai me ver amanhã. Mas Tonya apenas balançou a cabeça e, em seguida, atravessou a sala para dar a Kylie um abraço apertado. Estou despedida, pensou enquanto a amiga a abraçou mais apertado. — Não engravide. — Tonya sussurrou em seu ouvido, e então ela se foi.
Ok, estranho. A sala dos empregados estava vazia quando Kylie entrou para esperar Trace Corbin e sua banda desocupar o camarim para que pudesse começar a limpar. Seu coração ainda estava batendo um pouco mais rápido do que o habitual pelos acontecimentos da noite. Ela não conseguia parar de repetir as cenas em sua cabeça. Se trabalhar no The Rum Room seria assim, agitado, inesperado e surpreendente, ela poderia se ver sendo feliz aqui por um longo tempo. Um sorriso largo ainda estava esticado em seu rosto quando Clive entrou, do mesmo modo que a Sra. Pam no dia que demitiu Kylie. Claro. Em sua vida, tudo o que parecia bom demais para ser verdade, sempre era. — Bem, mocinha. Tenho que dizer, você me surpreendeu esta noite. — Clive disse a ela, enxugando a testa suada e afundando no sofá ao lado dela. — Surpresa boa ou surpresa ruim? — Ela perguntou, usando todo o autocontrole que tinha para não morder o lábio. Clive riu em resposta, mas não respondeu. — Existem alguns homens por aí que têm uma proposta para... — Oh não, Tonya já me contou sobre esses homens. — Kylie interrompeu. — Não aqueles homens, Kylie. Caras de Trace Corbin. — Hum, estou tipo em apuros ou algo assim? — Ela cedeu e mordeu o lábio inferior. Nossa, o cara não poderia lidar com um pouco de sarcasmo? Seu chefe riu de novo e balançou a cabeça. — Pelo amor do céu menina, eles querem falar com você sobre uma turnê com ele. — O quê? — Kylie imaginou que isso tinha que ser uma piada. E não uma particularmente engraçada. — Olha, Trace é um bom garoto. Eu o conheço há muito tempo, mas ultimamente as coisas têm sido... — Sei, — ela interrompeu calmamente. — Eu assisto TMZ. — Certo, é o seguinte. É a sua vida e esta é uma grande pausa. Não sou muito velho para ver isso. Mas você é jovem e talentosa e posso fazer alguns telefonemas. Não é como se essa seja sua única chance, entendeu? Sua mente não podia aceitar ainda plenamente que isto realmente estava acontecendo, a fim de responder. "Caras" do Trace Corbin estavam prestes a oferecer-lhe algum tipo de negócio. Mas Clive estava aconselhando o contrário, mais ou menos. É muita coisa para processar, ela pensou consigo mesma ao tentar regular a respiração.
Suas esperanças estavam prestes a voar para fora de seu alcance, mas o aviso de Clive ainda a mantinha pendurada, mesmo que fosse por um fio. — Então você acha que devo dizer-lhes "obrigada, mas não"? Seu chefe soltou um suspiro. — Não posso te dizer o que fazer. Você parece ser uma garota inteligente, e se você decidir ir... então vou entender. Você será sempre bem-vinda aqui para tocar música ou servir mesas ou o que você quiser. — Obrigada, Clive. Sério. — Ela parou por um segundo e, em seguida, acrescentou: — Ele não gosta muito de mim, não é? — Ela fez uma oração silenciosa para que ele não respondesse. O homem mais velho limpou a garganta tão alto que parecia doloroso. — Não é sobre isso. E se começar a ser sobre isso, então você precisará sair do inferno dessa turnê.
Capítulo Sete Como o fantasma dos sonhos passados, a menina olhando para Kylie era uma estranha. Tantas vezes ela sonhara em se apresentar na frente de uma casa lotada. E agora aqui estava ela, prestes a viver seu sonho. Endireitou os cachos loiros sedosos que fluíam sobre seus ombros emoldurando a pele perfeita e olhos azuis claros que estavam maiores e mais brilhantes do que nunca. O spray bronzeador para o rosto, clareamento dos dentes, e depilação de corpo inteiro que ela teve que se submeter tinham descolado a antiga Kylie, e por baixo estava Kylie Ryans, jovem recém-chegada na turnê com Trace Corbin. Era seu primeiro show como banda de abertura de Trace. Pauly queria que eles fizessem uma música juntos, mas Trace não estava interessado. Na verdade, Trace era praticamente inexistente. Na manhã após a grande noite de Trace no The Rum Room, Lulu ligou gritando de emoção ao ver Kylie e Trace na Internet. Kylie havia dito a sua amiga sobre a oferta dos caras de Trace. Apesar dos argumentos que ela construiu em sua cabeça e uma longa lista de razões para não correr e saltar sobre uma turnê incipiente, Lulu tinha ido ao ponto. — Sem ofensa, Ky, mas o que você tem a perder? Um quarto frio de hotel e um emprego de garçonete, embora um muito bom. Parecia estúpido recusar uma oferta legítima de um superstar vendedor de álbuns de platina. Além disso, havia apenas seis shows restantes da turnê. Quão ruim poderia ser? Até agora, muito, muito ruim. A primeira vez que ela pisou no enorme ônibus, o cheiro de couro e colônia masculina cara quase a esmagou. Passando a mão levemente sobre uma bancada de mármore, ela parou abruptamente quando viu Trace Corbin sentado na cabine circular
em frente à área de cozinha compacta que ela precisava percorrer para chegar ao quarto, que haviam dito ser dela. Como uma luva. — Sr. Corbin, — ela disse suavemente, mentalmente dando um tapa em si mesma pelo quanto soava como uma garota intimidada. Ele não se levantou, não apertou sua mão, ou até mesmo ofereceu-lhe um aceno de cabeça em saudação. Sem "Bem-vinda a turnê", ou "Mi casa es su casa". Nada. Apenas olhos de aço passando sobre ela, avaliando-a e encontrando seus defeitos. Ele levantou uma sobrancelha e recostou-se na cabine, ocupando tanto espaço quanto possível. Como se dissesse que era rei de tudo o que olhava e ela estava tomando muito do seu tempo e muito espaço em seu ônibus. Bem, ela não estava à procura de um novo BFF. Poderia lidar com isso. Arqueou sua sobrancelha, passando por ele rapidamente. E então se escondeu em seu minúsculo quarto pelo resto da noite. Dormiu um sono irregular, e no meio da noite acordou em algum lugar entre Nashville e Dallas. O ônibus parou e ela ouviu os homens discutindo. Kylie tentou deitar e fechar os olhos para bloqueá-los até que ouviu algo que fez seu coração bater. O nome dela. — Sério, isso é o melhor que você pode fazer? Uma garçonete de lugar nenhum da porra de Oklahoma? Se soubesse que isso aconteceria, nunca teria puxado a pequena idiota para cima do palco. — Disse a voz fria de Trace. Kylie tentou ignorar a lâmina de ofensas cravando dentro dela. Bem, ela foi chamada de coisa pior. Os insultos que Darla lhe atirou, quando a chutou para fora de sua casa, incluíam palavras que ela nem sabia o significado. Prostituta foi uma das que ela conhecia. Meio irônico já que Kylie ainda era tecnicamente virgem, não que a madrasta teria acreditado nisso. Ela pulou ao som de algo batendo contra uma parede no interior do ônibus e caindo no chão. — Olha, entendo que esta não é a situação ideal. Mas o que diabos você esperava? Houve o desastre com The Pretty Pistols, você deu um soco no rosto de Bryce Parker, e então você quebrou o coração da pequena menina do American Idol e jogou-a para fora como o lixo. Você não está exatamente trabalhando bem com os outros, neste momento e, sinceramente... você está sem opções. Kylie não ouviu a sua resposta, mas acabou de aprender muito sobre Trace Corbin. Acontece que ele era uma espécie de idiota. Imaginava.
Ótimo, pensou, relaxando em sua posição de agachamento e apoiando a cabeça na parede ao lado dela. Estou na turnê do inferno e todos os outros têm sido inteligentes o suficiente para sair. Na manhã seguinte depois do que ela ouviu por acaso, Kylie estava pegando uma fruta da cozinha quando Trace entrou. Pauly estava curvado fazendo algo em seu iPad na cabine. — Esta era a última banana? — Trace perguntou quando ela começou a descascar seu café da manhã. Ela parou no meio da casca. — Talvez. Você quer? — Sim, quero, — disse ele, praticamente rosnando para ela. — Bem, você pode ficar com ela, — ela cedeu, lhe lançando a banana, mesmo que não se lembrasse quando comeu pela última vez. — Na condição de que, no futuro, você seja mais silencioso com a sua porcaria noturna de bebê chorão, para que esta pequena idiota possa ter seu sono de beleza. — Kylie fez uma pausa para olhar para o homem à sua frente. — Acha que você pode lidar com isso? — Pauly levantou a cabeça e ambos esperaram a reação de Trace. Trace olhou de volta, mas os cantos de sua boca se contorceram. — Posso tentar. — disse ele calmamente. — Sim, bem, não se machuque, superstar, — disse ela, enquanto passava por ele para seu quarto. Dane-se. Ela não estava mais com fome de qualquer maneira. Se ele respondeu foi abafado pelo som da risada histérica de Pauly. Desde então, ele foi educado. Distante, mas educado, e Kylie estava mais do que bem com isso. Mas agora faltava uma hora para que ela subisse no palco em Dallas, e Trace Corbin estava longe de ser visto. Enquanto olhava para o seu reflexo quase irreconhecível, teve a sensação de que ele amaldiçoaria, certa de que seus sonhos nunca se tornariam realidade. Como o inferno.
Capítulo Oito — Saia do palco! — Queremos Trace! — Volte para Oklahoma, garçonete! Ei, me consiga uma cerveja primeiro! Kylie estava no palco por mais de uma hora. Seu set era de apenas 45 minutos e o público sabia disso. A voz de Pauly veio através de seu fone de ouvido exigindo que parasse. Mas os clientes no Blue Moon conheciam um trabalho forçado quando viam um. Ela estava fora de forma e a multidão estava prestes a ficar violenta. — Sinto muito, Trace não pôde estar aqui esta noite. Ele está... Um frasco de vidro âmbar passou zunindo por sua cabeça antes que ela sequer tivesse tempo para pensar em uma desculpa decente para sua ausência. — Pauly! — ela gritou quando dois seguranças convergiram para um homem nos fundos. Pauly apareceu e acompanhou Kylie para fora do palco. Ela estava tremendo. Não de medo. De raiva. Trace Corbin ia ouvir um longo discurso. Quando ele aparecesse. Eram quase três da manhã, quando Kylie ouviu o barulho do ônibus. Eles estavam programados para se apresentarem em Baton Rouge amanhã à noite. Se o ônibus estava em movimento, ele estava nele. Kylie irrompeu de seu quarto e começou a invadir a parte da frente do ônibus, mas parou na metade. Trace estava espalhado pela cabine na cozinha compacta. — Noite divertida, Sr. Corbin? — ela perguntou. A bela bagunça em frente a ela levantou a cabeça, cabelo caindo sobre um olho. Ele lhe lançou um sorriso malicioso antes de responder: — Sim, sim, foi. — Bom, estou feliz. Porque fui vaiada no palco e tive uma garrafa de cerveja jogada na minha cabeça. Assim, pelo menos um de nós teve um bom momento.
Se ela pensou que estivesse com raiva antes, agora elas estava beirando o homicídio. O idiota arrogante riu. Loucamente riu, como se o pensamento de garrafas de cerveja sendo arremessadas nela enquanto era vaiada era o final perfeito para a sua noite. Sem "Sinto muito", ou mesmo "Isso é péssimo", apenas o riso completo. — Estou feliz que o divirto, mas, no futuro, se você não puder se preocupar em se apresentar ao seu próprio maldito show, sinta-se livre para dar a uma menina um pequeno aviso prévio. — Kylie começou a voltar ao seu cubículo de quarto, mas ela ainda estava fervendo. E estava determinada a não perder mais o sono por este idiota egoísta. Não, estava com raiva, precisava colocar tudo para fora, estava exausta. — Não, você sabe o quê? Aqui está o que realmente me queima. Há pessoas lá fora, pessoas reais, com crianças que elas mal conseguem alimentar, e contas a pagar, e aluguel, e os problemas reais. E elas aparecem para trabalhar dia após dia, noite após noite. Mas você, com seu dinheiro e seu ônibus chamativo e seu jeans apertado na bunda, você aparece sempre que lhe apetece. Ou não. Como se não houvesse um milhão de pessoas lá fora que trocariam suas próprias mães para estar no seu lugar. E sabe o que mais? — Ela suspirou puxando mais ar para que pudesse terminar. Algo parecido com dor atravessou o rosto do homem em seu último comentário, mas ela não podia parar. As palavras saíram tão rápido que ela mal teve tempo de pensar. — Você provavelmente deve ter mais quinze minutos de fama até que um outro cara com covinhas mais profundas e jeans apertados, se isso for possível, venha e roube seu lugar. Porque, na verdade, você não é isso tudo. Mas parabéns. Espero que isso faça você se sentir como um grande homem por deixar eu e Pauly em dificuldades enquanto você sai e tem um bom momento. — Você terminou? — Os olhos de Trace estavam apenas semiabertos. O tom vermelho da visão de Kylie foi sumindo um pouco. — Não, eu não, mas acho que mais dois segundos seria muito tempo a perder com um bêbado patético que joga fora o talento dado por Deus para sua própria diversão. Com isso, ele se sentou, dando de ombros e dirigindo a ela um olhar frio. — Ah, sim, e o que diabos você sabe sobre isso? Oh, uau. Ele estava pulverizando seu fogo com gasolina. Kylie baixou a voz e inclinou-se perto o suficiente para sentir o cheiro de licor que emanava dele. — Sei que agradeço ao bom Deus por não ser sua fã, porque as únicas pessoas que você trata pior
do que a mim e Pauly são seus fãs – ou talvez os membros da banda que preferem viajar abarrotados no Winnebago atrás de nós do que estar tão perto de você. — Realmente garçonete, isso é o melhor que você tem? Se sou tão patético, por que você apenas não corre para casa para o papai agora? — Ele levantou a cabeça e cruzou os braços sobre o peito. Lágrimas picaram nos fundos dos olhos de Kylie, mas de jeito nenhum ela ia deixar que esse cara a cortasse mais fundo. Estalando de volta, como se ele tivesse batido nela, ela tentou manter seu tom leve. — Você sabe, eu o faria, mas ele está morto há sete meses. E isso é uma coisa boa para você, porque se ele estivesse vivo para ver você destruir tudo em que trabalhei, você estaria em um mundo de dor. — Merda, eu não sabia... — Trace interrompeu para esfregar a mão sobre o rosto. — Não faz diferença, — ela retrucou. — Mas posso lhe dizer. É melhor que sua bunda apareça em Baton Rouge, porque um de nós realmente quer estar aqui. E raios me partam se alguém como você acabar com todo o meu sonho antes de eu mesmo ter a oportunidade de vivê-lo. — Ela sabia que estava rosnando. Bom. Talvez percebesse que ela não estava perdendo tempo. — Poderia me importar menos se você gosta de mim, ou me respeita, ou dá a mínima para mim, Sr. Corbin. Mas esta é a minha chance e tudo que eu sempre quis e... E isso era tudo que ela tinha. Ela balançou a cabeça, tentando convencer a si mesma a não chorar. Mais uma palavra e Kylie se quebraria em soluços humilhantes. Então ela virou-se sobre seus calcanhares e fugiu para seu quarto.
Capítulo Nove Trace foi o único que ficou toda a noite bebendo, mas foi Kylie que acordou com dor de cabeça. Naturalmente. Ela sentou-se e tentou se orientar. Por que estava acordada tão cedo? Gritos. Ela podia ouvir os gritos de alguém preenchendo o ônibus. Encostada na parede ao lado da cama, ouviu a voz de um homem que não conhecia. E ele estava chateado. — ...quanto custa essa merda? Pagar de volta o local, os vendedores, os bilhetes reembolsados? Essa merda está vindo diretamente do seu bolso, Corbin! O baixo ruído de resposta de Trace era ininteligível. Mas o homem que gritava era alto e claro. — Mais uma besteira deste tipo, quero dizer. Uma crise dramática, ou meninas menores de idade dizendo que você transou com elas, ou se você estiver dois segundos atrasado para uma passagem de som, você está terminado, Corbin. E não me refiro apenas com esta turnê. Quero dizer com a gravadora! Trace gritou algumas obscenidades, e algo que soava como fantoche filho da puta, fazendo com que Kylie estremecesse. Pauly murmurou algo em um tom suave e, em seguida, ela ouviu Trace saindo do ônibus. Jesus. Deitando de costas, ela praticamente suou antes de tentar adormecer novamente. Trace estragaria tudo. E estava levando-a com ele. Ela deve ter cochilado, porque quando sentou-se e olhou para o telefone, era quase dez. Dos sons fora da porta, parecia que Pauly falava com Trace e as coisas tinham se acalmado. Esforçou-se para não se sentir nervosa sobre enfrentá-lo depois de sua grande explosão, e depois de ter escutado alguém da gravadora rasgá-lo em pedaços mais cedo
esta manhã, mas havia borboletas furiosas batendo em seu estômago, tudo ao mesmo tempo. Uma mensagem de Tonya disse que Clive estava cumprindo sua promessa; ela estava agendada em algum estúdio assim que a turnê acabasse. Kylie deveria ter três canções originais preparadas. Até agora, ela tinha uma. O ensaio de palco, em Baton Rouge não seria até as duas, então, ela calculou que teria escrito alguma coisa até lá. Tomou um Excedrin e correu para o banheiro do ônibus. Certamente se sentiria melhor depois de um banho quente. Depois do banho e tomando coragem suficiente, Kylie se dirigiu para a área de estar no ônibus com seu caderno e planos para conseguir alguma música. Ela quase tropeçou quando viu Trace tomando café da manhã na cabine onde o confrontou ontem à noite. — Hum, bom dia, — ela murmurou. Ele respondeu, segurando uma caixa de cereal como um escudo. — Como se isso o salvasse, — brincou Kylie. — Desculpas aceitas. Você quer conversar? — Ele perguntou com a boca cheia de Fruit Loops. Ela começou a pensar que Trace Corbin havia bebido muito. — Com quem? — Ela perguntou enquanto pegava uma banana. Alguém tinha reabastecido. Ela ligou a cafeteira e encostou-se no balcão. — Comigo. Ela estreitou seus enigmáticos olhos castanhos claros. — Passo, — disse ela, voltando-se para a máquina de café. Não era como se houvesse mais algo a dizer. — Vamos lá, eu realmente não sou tão ruim assim. Prometo. — Oh sim. — Kylie começou quando adicionava açúcar em sua xícara de café. — Quem disse? — Sim, tudo bem, — Trace respondeu com um encolher de ombros, antes de despejar em sua boca outra colher cheia de cereal. — Sinto muito sobre Dallas. Vi online. — Ela poderia ter imaginado isso, mas parecia que ele se retraiu. — Isso foi brutal. — Exceto que sua boca estava cheia de cereal por isso saiu "butal". Deus, ele ainda falava com a boca cheia. Se todas as mulheres que jogavam suas roupas íntimas no palco em seus shows pudessem vê-lo agora. Kylie deslizou para a cabine em frente a ele e olhou para o pássaro colorido na caixa. — O que você tem, oito anos de idade?
— Emocionalmente, sim. Ela tomou um gole de café, olhando para ele sobre sua caneca. — Então, tudo faz sentido. Trace parou de mastigar e olhou boquiaberto. — Você é sempre má assim? — Bem, isso depende. Você é sempre tão egoísta e não confiável? — Nem sempre, — ele respondeu com um olhar sombrio. Ele tirou seu boné de beisebol azul marinho, passou a mão pelo cabelo grosso, e colocou-o de volta para trás. Ele não havia se barbeado. Algo sobre a barba no queixo dele fez o estômago de Kylie ficar tenso. — Veremos. Ela tomou outro gole e abriu seu caderno. Realmente ela não queria escrever próximo a este homem, mas era o único lugar confortável no ônibus. Depois de alguns minutos, Kylie estava perdida em letras de música. Ela tinha pensado muito sobre Tonya e mulheres como ela. Mães solteiras trabalhadoras que faziam tudo o que podiam para cuidar de seus filhos, mas tinham que sacrificar o tempo com eles para conseguir arcar com as despesas. Ela anotou algumas frases de conversas que tiveram e tentou envolvê-las em um refrão. Depois que essa parte estava funcionando, todo o resto começou a fluir. Ela precisava de seu violão. Ela correu para pegá-lo, se assustando quando viu Trace olhando para ela por trás da seção de esportes de um jornal. — Posso ajudá-lo, Sr. Corbin? — Ela perguntou educadamente, fazendo um esforço consciente para não ranger os dentes. — Você tem que parar de me chamar assim. É Trace. Ou os meus amigos me chamam de Tray. — Trace então, — ela cortou enquanto se dirigia de volta para buscar seu violão. Assim que ela voltou para a pequena cozinha, seu coração parou e seu sangue gelou nas veias. Ele estava debruçado sobre seu caderno. — Jesus, o que há com você? — Ela perguntou, pegando seu caderno de música de volta. Ele não pareceu se desculpar por invadir sua privacidade. — Kylie, você tem alguma coisa decente aí, sério, — disse a ela. — Surpreso? — Ela perguntou, respondendo ao seu tom de voz mais do que suas palavras. — Bem, sim. Quero dizer, o que você tem? Dezoito, dezenove anos?
Ela não viu o que a sua idade tinha a ver com algo. — Seu ponto? — Meu ponto é que, por mais algumas semanas, você estará em turnê com alguém que sabe deste negócio. Se você precisar, eu poderei ajudá-la. — Notável, — disse a ele, voltando para suas letras. — Vou deixá-la terminar isso, — disse ele quando deslizou para fora da cabine. Eles estavam se apresentando em algum lugar chamado The Texas Player's Club, que, dado o recente pesadelo que foi Dallas, Kylie estava se sentindo muito nervosa. Ela supôs que era uma coisa boa que Trace estivesse em uma turnê De volta às origens, quando ela se juntou, já que os locais eram relativamente pequenos. O cabelo e a maquiagem a transformaram em Kylie Ryans, ela desceu do ônibus, indo em direção ao bar para ensaiar. Quando o prédio de dois andares de madeira ripada apareceu, ela quase tropeçou em seus próprios pés. — Pauly, que inferno? — Ela perguntou ao empresário da banda que esperava fosse ser seu um dia. Manteve a sua voz baixa o melhor que pode, mas ela estava em pânico. — O que há de errado? — Perguntou ele, acariciando seu cavanhaque grisalho e afastando-se dos membros da banda, se dirigindo para o bar em frente a eles. — Hum, este lugar é assustadoramente enorme. Pensei que esta seria uma pequena turnê local, cenários íntimos e tudo isso? — Ela pensou isso, porque isso foi o que prometeram a ela. — Sim, este é um pouco maior. Mas não é nada para se preocupar. É uma multidão divertida, a maioria jovens universitários. Você vai ficar bem. Certo, mais pessoas para jogar garrafas de cerveja na minha cabeça. Kylie sinceramente esperava que nenhum dos jogadores de beisebol da faculdade local estivessem presentes. Depois de realizar a passagem de som, Kylie encontrou Pauly no telefone fora do ônibus. Ela viu Trace observá-la no palco, então sabia que ele tinha, pelo menos, aparecido para o ensaio e passagem de som neste momento. Não que ele não pudesse desaparecer nas próximas duas horas. Ela esperou em silêncio enquanto Pauly terminava a sua conversa. — Ok, sim, sei. Nós discutimos isso. Ele não estava interessado até hoje, mas acho que vai acontecer. — Ele sorriu para Kylie e fez-lhe um gesto para esperar um segundo. Ela assentiu com a cabeça.
— Sobre o álbum de quem? — Houve uma longa pausa e então ele balançou a cabeça, como se a pessoa do outro lado pudesse vê-lo. — Sim, está bem. Isso é o que eu pensei também. Kylie examinou suas unhas pintadas. — Terá que haver uma grande repercussão, mas o progresso é o progresso. Vou atualizá-lo à medida que avançarmos. Estarei em contato. — Pauly terminou a sua chamada e voltou sua atenção para ela. — O que posso fazer por você, Kylie? — Eu só quero te dizer que hoje à noite, quando o meu set terminar, vou sair do palco. Se o seu menino não aparecer, você poderá subir e pedir desculpas por ele e eles podem jogar coisas na sua cabeça. — Sim, senhora. Compreendido, — disse o empresário com um aceno de cabeça. Ela se virou para ir embora, mas Pauly a chamou. — Espere! Hey, Kylie. Suas opções de guarda-roupa estão penduradas em seu armário. Ela quase riu alto quando voltou para o quarto e abriu o elegante saco preto de roupas. Havia três opções - um vestido de paetês vermelho curto que era de um tamanho muito pequeno, uma saia preta ainda menor com um top de renda branca, se é que você pode chamar esse pedaço de tecido disso, e um par de jeans com camisa azul escura com a bandeira americana desbotada que dizia Pride (orgulho) em toda ela. Número três, pensou consigo mesma. Ela sabia que havia uma senhora que escolhia as coisas de suas performances, mas Pauly tinha que ter conseguido esta camisa. Ele era o único que conhecia o nome de sua cidade natal. A camisa foi cortada bem baixa de forma que ela desejou ter tempo de procurar um top em sua mala. Mas quando a colocou, um sorriso se espalhou por todo seu rosto. Ela poderia fazer isso. Lulu ficaria orgulhosa dela. Talvez o pai dela ficasse também. Embora ele pudesse não ter aprovado o top.
Capítulo Dez — Trace? — Pauly chamou na frente do ônibus. Kylie já estava vestida quando saiu de seu quarto. — Kylie, você já viu Trace? — Não, não recentemente, por quê? — Não, ele não estava fazendo isso de novo. De jeito nenhum. Pauly murmurou baixinho algo igualmente duro e pisou fora do ônibus. Sua mente disparou. Qual era o seu maldito negócio? Ele estava tentando ser descartado da Capital Letter Records, a maior gravadora em Nashville? Seja como for, não era problema dela. Ele destruindo outro não-show, onde o público iria culpá-la e, em seguida, a turnê seria cancelada antes que ela pudesse piscar, era o problema dela. Kylie torturou seu cérebro enquanto ia até o bar. Certamente Pauly tinha verificado o camarim. Alguns bares, agradáveis como este, tinham salas de festas privadas somente para VIPs, de acordo com Tonya. Se ela pudesse entrar em uma aqui no The Texas Player's Club, ela arrastaria Trace Corbin por sua bunda, enfiaria seu braço nele, e faria todo o seu set em estilo ventríloquo se ela tivesse que fazer. Empurrando a multidão, ela encontrou um corredor atrás dos bastidores semelhante ao do The Rum Room. Depois de várias tentativas fracassadas, ela encontrou uma porta trancada, com vozes agudas, principalmente de mulher, vindas de dentro. Maldito inferno, ela não queria pensar sobre o que estava acontecendo do outro lado da porta. Mas ela tinha que entrar de alguma forma. Arrancando um grampo de cabelo, respirou fundo para preparar-se para qualquer ato libidinoso que pudesse estar prestes a testemunhar. Quando ela estava prestes a arrombar a fechadura como seu pai havia lhe ensinado a fazer, no caso de alguma vez esquecer a chave de casa, enquanto ele trabalhava até tarde, uma voz masculina atrás dela disse. — Não há necessidade de arrombar a fechadura, querida. Uma menina bonita como você pode entrar como minha convidada pessoal.
Kylie virou-se lentamente, tentando tirar a culpa de seu rosto. O homem era alto, embora não tão alto quanto Trace, e ele parecia ter a sua idade. Algo sobre seus olhos brilhantes azuis, cabelo preto e tatuagens do mau, rodando os musculosos braços grossos era vagamente familiar. — Steven Blythe, — disse ele, piscando para ela. — Herói por uma noite, — acrescentou. — Hum, não preciso de um herói. Eu só preciso... Uma risada obscura a fez tremer por dentro. — Herói por uma Noite é o nome da minha banda. Nós tocamos muito aqui, mas hoje estamos aqui apenas para ver Trace. — Ah, certo. Eu sabia disso. — As bochechas de Kylie aqueceram quando o homem, que ela agora reconheceu da capa da revista Rolling Stone do mês passado, deixou seus olhos mergulharem para as curvas de seus seios salientes em seu top decotado. — Aqui, — ele disse, tirando uma chave do bolso e abrindo a porta. — Bem-vinda ao Player's Club. Se ela pensou que estava envergonhada com sua pequena gafe com Steven Blythe, ela ficaria completamente mortificada com o que estava por vir. Era como o sétimo círculo do inferno, se o diabo fosse um diretor pornô. Meninas seminuas pavoneavam-se por aí, algumas servindo bebidas em bandejas, algumas vestindo nada mais além das bandejas, como meninas indecentes que vendem cigarros. Enquanto outras estavam ocupadas dançando sensualmente. Vários homens sentavam-se ao redor, bebendo e fumando charutos, alguns deles muito envolvidos nas conversas até mesmo para notar as garotas. — Fique perto de mim, — o cara por trás dela murmurou. Felizmente. As coisas tomaram um rumo estranho já que o cara que a assustou muito há cinco minutos agora parecia ser a aposta mais segura. — Preciso encontrar Trace. Ele tem que estar no palco para a passagem de som, tipo agora, e... — E nós dois seremos chutados, se ele estiver atrasado, ela queria acrescentar. Mas ela não ficaria por aí falando dos negócios de Trace com estranhos. — Aquele ali é ele? — Seu novo amigo perguntou, apontando para um homem do outro lado da sala usando um boné, observando duas meninas indo em direção ao sofá, com um olhar entediado no rosto. Trace sentou-se sozinho, girando um líquido escuro em um copo e olhando para todo mundo como se fosse dono deste paraíso do pecado. Kylie precisava de um banho depois de apenas caminhar por ali. — Sim, obrigada. — Ela quis sugerir para Steven ir
para o negócio dele. E não queria nem pensar sobre qual era o seu negócio em um lugar como este. Mas ele a seguiu até Trace. — Você deveria estar no palco 10 minutos atrás. — Kylie informou-lhe quando se aproximou, fazendo o seu melhor para manter seus olhos fora das duas mulheres se apalpando perto dele. A mandíbula de Trace afrouxou quando viu Kylie andando em sua direção. Seus olhos endureceram visivelmente quando viu Steven atrás dela. — Kylie? O que diabos você está fazendo aqui? — Ela veio comigo, — o cara atrás dela disse. Ela ouviu o sorriso arrogante em sua voz. — Bem tire-a daqui. — Trace zombou, uma ameaça dura em suas palavras. — Não, — ela interrompeu. — Não vou a lugar nenhum até que você venha. Você ouviu o que eles disseram. Se estiver atrasado para a passagem de som, está terminado. Nós estamos terminados. Trace não respondeu, apenas olhou para ela e, em seguida, olhou ao redor. Quando ele se levantou, Steven recuou, mas ela não. Kylie viu que seu peito subia e descia, e algo dentro de si ansiava por tocá-lo. Talvez ela estivesse um pouco excitada por toda a nudez descarada e tensão sexual na sala. Talvez a sensualidade de Trace estivesse tão perto que ela podia sentir sua respiração, seu cérebro tivesse se religado para acomodar o desejo que preenchia a sua cabeça. Talvez ela estivesse perdendo sua cabeça sempre amorosa. — Vire-se e saia da sala. Agora. Olhando em seus olhos, ela esperou até que ele forçou seu olhar no dela antes de ela falar. — Não sem você. Não vou deixar esta sala até que você saia também. — Sua voz estava ofegante e fraca, mas os nervos eram de aço. Ela olhou ao redor para alguns dos homens que perceberam a sua discussão acalorada. Ela piscou para um deles. — Talvez devêssemos ficar, Trace, — ela demorou. — Aposto que posso encontrar alguns caras bonitos dispostos a comprar uma bebida para uma menina. — Você é menor de idade, — ele falou calmamente. O doce aroma de bourbon encheu suas narinas. — Eles não têm que saber isso, e posso dizer que alguns deles não se importam. Podem até preferir. — Antes que ela tivesse tempo para decidir o quão longe estava disposta a levar isso, a mão de Trace rudemente agarrou seu braço e ela estava sendo puxada para fora da sala. Alguns assobios atravessaram o ar e ela soube como isso parecia. Como se ela fosse uma namorada ciumenta puxando seu homem das garras da
tentação. Embora, tecnicamente, ele era o único que a arrastava da sala. Mas ela não se importava. Ele estaria no palco e logo a gravadora manteria a turnê. Por enquanto, pelo menos.
Capítulo Onze Era quase meia-noite quando Trace encerrou e acabou de assinar autógrafos. Kylie notou uma ruiva e duas loiras por ali como se estivessem esperando por ele. Ela não podia evitar, mas se perguntou se Trace as traria para ônibus. Certamente ele tinha mais respeito por ela do que isso. Não que realmente se importasse com quem ele ficava, mas não queria um lugar na primeira fila também. Talvez fosse melhor quando ele não aparecia. A grande ruiva estava se aproximando de Trace a cada segundo. Olá, muito desesperada? Ugh. Kylie estava muito tensa para sentar-se no ônibus de qualquer maneira. — Então como é ir de garçonete para isso? — Uma voz profunda perguntou atrás dela. Kylie virou para ver quem estava falando. Steven, seu herói desta noite. Ela sorriu para ele, embora ainda um pouco envergonhada com a cena que ele testemunhou antes. — Realmente não tive um segundo livre para pensar sobre isso. — Kylie disse a ele, inclinando-se para trás, para que ela pudesse dar uma boa olhada nele. Lulu teria feito de tudo para desmaiar sobre ele. — Kylie Ryans, não é apenas uma garçonete, mesmo que ela tenha se apresentado desta forma enquanto ela se afastava de mim, — ele leu uma cópia do Country Weekly. — O quê? Onde é que diz isso? — Ela tentou agarrar a revista, mas o Adônis tatuado diante dela ergueu a revista para fora de seu alcance e continuou lendo. — Mas, embora ela pareça modesta e tímida, à primeira vista, não se deixe enganar. No palco, ela se transforma em uma raposa, cheia de arrogância com um som sulista profundo que cativará qualquer público. — Sério que diz isso?
— Espere, há mais, — disse a ela, levantando uma mão. — Kylie confessou ter uma queda por músicos tatuados, especialmente aqueles em bandas de country rock. — Deixe-me adivinhar. Heróis por uma noite é especializada em country rock? — Ela não podia deixar de sorrir. — Felizmente, sim. Que coincidência, né? Kylie revirou os olhos e se virou para sair. Ela realmente queria voltar para o ônibus para que pudesse ficar on-line e descobrir como acabou no Country Weekly. — Ei, espere, você quer isso? — Ele perguntou, estendendo a revista para ela. — Hum, não quero tirar isso de você já que você é um leitor fanático, — Kylie disse a ele com um sorriso. Steven riu e entregou a ela. — Não, não sou um leitor. Apenas cresci com Trace e ouvi que alguma garota com quem ele estava em turnê pode ser mencionada nesta edição. Queria ver se este cara, Michael Miller, sabia o que estava falando. — E ele sabia? — Sim, acho que ele sabia. — Ele olhou em volta e enfiou as mãos nos bolsos da calça jeans. — Na verdade, gostaria de lhe convidar para ir a uma festa comigo, agora que está tudo terminado por aqui, e Trace está se comportando. — Hum, eu não acho que... — Não acha que você estaria segura com um guitarrista tatuado? Você talvez esteja certa, — ele disse com uma piscadela. — Dificilmente. É só que, não tenho certeza se o meu, hum, Pauly, ficaria bem com isso. — Por um lado, uma festa soava divertido e provavelmente seria muito melhor do que voltar para casa. E seria definitivamente melhor do que assistir Trace e a Grande Ruiva flertadora. Mas, por outro lado, ela não conhecia esse cara ou a área. Provavelmente não seria uma boa ideia sair por conta própria. — Ok, bem, seu Pauly poderia vir também. Seu namorado? — Algo obscuro passou pelo seu rosto bonito, mas ele sorriu. — Não, ele é meu, quero dizer empresário de Trace. — Dizer o nome de Trace em voz alta a forçou colocá-lo em primeiro plano em sua mente. Ela olhou por cima do ombro para vê-lo rindo e bebendo doses com a ruiva. As loiras estavam longe de serem vistas. — Bem, se ele está pendurado com Shelby, então estará na mesma festa que nós. Certamente, se ele pode ir você pode também, né? Kylie observou como Trace ajudou Shelby a sair de seu banquinho e saiu do bar. Excelente ponto. — Não vejo por que não, — ela respondeu com um encolher de ombros.
— Legal. Preciso de um parceiro de Ladderball. — Steven passou um braço sobre os ombros de Kylie e conduziu-a em direção à saída. — Tenho que voltar para o ônibus antes de amanhã de manhã. Saímos às seis. — Estou escandalizado, — disse ele soltando o braço, a boca escancarada. — Eu estou te convidando para uma festa com algumas bebidas e Ladderball inocente, e você está sugerindo uma festa do pijama? Mal a conheço. — Cale a boca. Você sabe o que eu quis dizer! — Kylie empurrou ele levemente, mas ela teve uma espécie de prazer quando ele deixou cair o braço pesado fora de seus ombros. — Uh huh. Sei como vocês famosos são. Provavelmente vou acordar amanhã sentindo-me usado e sozinho. — E se perguntando onde a sua carteira está, — ela acrescentou com um sorriso travesso. — Espere, tenho uma pergunta. Que diabos é Ladderball? Ladderball, como se viu, era muito mais difícil do que parecia. Especialmente depois de algumas doses de algo roxo que fazia a Terra inclinar. E nem sequer envolvia uma escada (ladder), o que tornou tudo mais confuso. Kylie e Steven jogaram contra o vocalista do Heróis por uma noite, Ben, e sua namorada, uma garota de cabelos negros chamada Gina. Isso parecia como um tubo de PVC e bolas em uma corda, mas havia algum sistema de pontuação complicado e Kylie não poderia manter o controle de quem estava ganhando. — Estamos ganhando? — Ela perguntou para seu novo amigo, que estava dando um gole em sua cerveja Michelob direto da garrafa e sorrindo para ela com um brilho divertido em seus olhos. — Não, querida. Estamos praticamente sendo mortos, — disse a ela com um encolher de ombros. Gina deu um high-five em Ben e fez algo que parecia uma dança da vitória bêbada. — Podemos jogar outra coisa? — Tinha visto alguns casais jogando beer pong e um monte de meninas jogando flip cup, e ela preferia jogar também. — Podemos encontrar uma sala vazia e brincar de médico se você quiser, — disse ele calmamente. A cabeça de Kylie flutuou. Ela realmente não sabia onde estava, só que eles haviam caminhado do bar para a festa. Medo e arrependimento pressionaram sobre ela. — Na verdade, preciso encontrar um banheiro, — informou a ele.
— Venha, vou te mostrar. — Ele estendeu a mão para ela, e ela pegou. Kylie fingiu não se importar enquanto Steven a levava pelas escadas até um corredor apertado, apesar de que toda a noite estava começando a parecer uma ideia de merda. Pouco antes de ela começar a entrar em pânico e fugir de volta, ele fez um gesto para a porta à direita, onde duas meninas estavam apoiadas do outro lado, parecendo prestes a vomitar. Tinha de fazer xixi, mas também queria enviar uma mensagem a Pauly com o endereço e pedir-lhe para vir buscá-la. Steven parecia inofensivo, mas estava se aproximando das duas da manhã e o grupo estava diminuindo. Kylie tinha ouvido muitas histórias de meninas em sua escola sobre o que acontecia nas festas da faculdade. No mínimo ia ficar estranho. E ela estava cansada e fortemente tonta. Assim quando ela pegou o telefone, um rapaz latino-americano de cabelo curto irrompeu de dentro do banheiro, lançando as outras duas meninas da fila para trás. — Vocês não querem ir lá senhoras. Desculpe, — ele disse antes de cambalear em direção às escadas. — Oh nojento, — uma das meninas gemeu quando espiava no banheiro. — Sei onde há outro, — Steven disse a ela, pegando Kylie pelo cotovelo. O outro banheiro era descendo outro corredor escuro e por um quarto bagunçado. Kylie entrou rapidamente para que Steven não pudesse segui-la. Assim que ela fechou a porta, pegou o telefone e começou a enviar mensagem para Pauly. Exceto, oh pelo amor de Deus, ela tinha se esquecido de pegar o endereço com Steven primeiro. — Hey, Steven? — Ela gritou. — Precisa de algum papel higiênico? — Ele respondeu de volta. — Uh, não. Estava pensando, de quem essa casa é exatamente? — É a casa Phi Kap, por quê? Ok, isso foi menos do que útil. Mas Pauly era inteligente. Certamente ele poderia descobrir. — Então, você é como um irmão aqui? Sua risada melódica profunda soou do outro lado da porta. — Nah, alguns amigos meus do segundo grau são irmãos aqui. Eu realmente não sou do tipo universitário, querida. Kylie arrepiou um pouco por esse cara casual chamá-la de querida. Depois que um minuto se passou, ele gritou: — Tudo bem aí? — Esplêndido, obrigada. — Ela fez xixi rapidamente e lavou as mãos, deixando a água correr enquanto enviava uma mensagem para Pauly.
Estou na casa Phi Kap (?) E não sei como voltar para o ônibus. Realmente não conheço ninguém bem o suficiente para pedir uma carona ou andar de volta. Vem me pegar? Pelo menos é o que ela tinha tentado escrever, mas o novo telefone que Pauly lhe dera era de tela sensível ao toque e suas mãos ainda estavam úmidas... e estava talvez mais bêbada do que o recomendado. A mensagem que ela realmente enviou mais parecia: Stou uma Phkao ?? não sei como ônibus não conhe ninguém suficiente carona de volta vêm mee bucar? — Kylie? — Já vou sair em um segundo. O pensamento de sair para aquele quarto escuro com um estranho extremamente sexy e muito intimidante, com o dobro do tamanho dela, que ela mal conhecia, estava fazendo Kylie ter náuseas. Ou talvez fossem as doses. Ou a cerveja. Ela jogou um pouco de água no rosto e tentou se lembrar de Lulu dizendo que estava sempre recitando as festas sobre cerveja e licor. Qual ordem significava que você estava limpa e qual faz você mais doente? Ela olhou para o espelho à espera de seu reflexo ficar imóvel. — Ei, tem alguém lá dentro. O que diabos você está... Kylie ouviu um homem xingando fora da porta do banheiro enquanto ela tentava se concentrar na tela de seu telefone. Deus, por que Pauly apenas não respond... A porta do banheiro se abriu e ela pulou para evitar ser atropelada. Trace ficou ali, com os olhos brilhando e peito pulsando. Steven estava atrás dele, segurando seu ombro e parecendo chateado. — Vamos. — Trace rosnou para ela. Que diabos ele estava fazendo aqui? Ela decidiu perguntar a ele. — O que diabos você está fazendo aqui? Ele olhou para ela como se estivesse calibrando com os olhos seu teor de álcool no sangue. — Não importa. Vamos. — Hum, tudo bem. Mandei uma mensagem para Pauly e...
— Kylie, estamos saindo agora. Ou você pode caminhar ou eu posso levá-la para fora. Antes que ela pudesse realmente processar o que ele estava dizendo, Steven entrou no banheiro agora superlotado. — Ela está bem, cara. Eu posso levá-la de volta para o ônibus antes que... Ele não chegou a terminar a frase antes dos nós dos dedos de Trace se conectar em sua boca. E então Kylie estava no ar e de cabeça para baixo sobre o ombro de Trace. Enquanto eles saltavam pelas escadas abaixo, ela sentiu o vômito subindo em sua garganta. Oh Deus. Ela estava prestes a vomitar no Artista do Ano da Música Country do ano passado. Na frente de uma fraternidade inteira. Definitivamente não é o seu melhor momento. — Ponha-me no chão, — ela ordenou, logo que eles estavam do lado de fora. Ele não fez. Em vez disso, lhe fez uma pergunta com os dentes cerrados. — O que diabos você estava pensando? Ela gemeu e fechou os olhos, então ela não teria que assistir a calçada embaçando. Embora isso significasse desistir de uma excelente visão da bunda de Trace Corbin. — Agora eu acho que eu vou vomitar. Felizmente, ele a colocou suavemente na calçada. Kylie inclinou-se para os arbustos que revestiam o concreto e violentamente aliviou o estômago do sanduíche de salada de frango que tinha comido antes de se apresentar. E todo o material roxo que bebeu, a julgar pelo que parecia isso. — Oh, meu Deus, — ela gemeu quando terminou. Era por isso que ela sempre foi DD3 de Lulu. Levantou-se e sentiu o cabelo cair ao seu redor. Trace devia estar segurando ele. O cheiro ácido de vômito doce flutuando dos arbustos era demais. Ela deu alguns passos vacilantes para trás, braços fortes firmando-a por detrás. — Bem, pelo menos eu não vomitei em você, — disse ela, olhando para seu rosto. O boné que ele usava lançava uma sombra, tornando impossível ver seus olhos. Por alguma razão isso a incomodava. Ele tinha os olhos mais bonitos. — Sim, obrigado. Esta é a minha camisa favorita. Kylie olhou para o botão xadrez desbotado que ele usava. — Por quê? — Uau, mesmo bêbada você é sarcástica e detestável. Estou impressionado. 3
Motorista da rodada, ou conforme a tradução, Motorista designada
Ela corou e se atrapalhou com um pedido de desculpas. — Eu não quis dizer isso. — Está tudo bem. Essa é uma das coisas que eu gosto em você, na verdade, — ele disse a ela com um encolher de ombros. Sua pele arrepiou, mas ela não tinha certeza do por que. Estava muito quente lá fora e não havia sequer uma brisa ou um frio no ar. O constrangimento extremo da situação se estabeleceu entre eles enquanto caminhavam para longe da casa da fraternidade. — Então... você teve sucesso com a ruiva? Trace virou-se para encará-la, mas continuou andando. — Quem? — A ruiva com quem você saiu do bar. Shelby? — Kylie esperava que parecesse que ela estava apenas tendo conversa casual. Ela estava irritada e não tinha ideia do por que. Trace riu tão alto que fez sua cabeça doer um pouco. — Não. Por quê? Você está com ciúmes? Seu rosto ficou quente e ela sabia que estava provavelmente brilhando com a humilhação. Graças a Deus que estava escuro lá fora e os postes que pontilhavam o caminho não eram brilhantes o suficiente para ele vê-la. Porque oh inferno. Ela estava com ciúmes. E muito estúpido, aparentemente. — Sim, estou, eu realmente adoro as ruivas. — Ela rezou para que ele apenas parasse com isso. Não teve essa sorte ele parou no meio do caminho, atrás dela. — Brincadeira. — Kylie garantiu a ele, virando-se para sorrir para a boca ligeiramente aberta. — Hey, está tudo bem por mim se você gostar de meninas, — ele disse a ela quando começou a andar de novo. — Isso explicaria por que você parece sentir repulsa por mim. Na verdade, faria maravilhas para o meu ego.
Capítulo Doze Enquanto subiam no ônibus, Trace ofereceu-lhe uma mão. Mesmo confusa por causa do álcool, ela estava ciente de que o toque dele chamuscou todas as terminações nervosas na palma de sua mão. Ela ouviu Pauly discutindo com alguém no telefone. Ou, pelo menos, assumiu que ele estava no telefone e não gritando com alguém pessoalmente. Felizmente, seu quarto era na frente, então, não teria que lidar com ele também. Ela precisava desesperadamente escovar os dentes e lavar o rosto. Um chuveiro parecia ótimo, mas isso poderia ser muito trabalhoso. Estar bêbada era desgastante. Trace a ajudou a voltar para o seu quarto. Ela virou-se para agradecê-lo, mas ele desapareceu pela porta antes que ela pudesse dizer qualquer coisa. Tirando a roupa, decidiu tomar um banho, no final das contas. Pegou uma toalha e enrolou-a em volta dela. Assim quando ela estendeu a mão para abrir a porta, ela se abriu. — Pensei que você poderia... — Trace começou, mas parou quando ele notou o estado de nudez de Kylie. — Hum, obrigada, — ela disse, estendendo a mão para pegar a garrafa de água que ele tinha em sua mão estendida. A toalha escorregou alguns centímetros enquanto ela bebia a água. Ela não pôde deixar de notar que Trace desviou o olhar. Lembrou-se de suas palavras de antes. Ele estava errado. Ela não sentia repulsa por ele. Na verdade, a julgar pela maneira como ele estava se recusando a olhar para ela, até mesmo dar uma espiada, parecia mais o contrário. Depois de um banho quente, ela se sentiu muito melhor. Ainda um pouco tonta, mas melhor. Mentalmente, repreendendo-se por entrar em uma situação tão estúpida, vestiu uma blusa e um par de boxers femininos. Steven parecia bom, mas algo sobre o olhar em seu rosto quando ela mencionou Pauly e o comentário de brincar de médico a
tinham feito sentir-se desconfortável. Tinha que agradecer Trace por ter aparecido naquele momento. Quando ela estava prestes a deitar-se, percebeu que não tinha realmente lhe agradecido. Socar o pobre rapaz foi, provavelmente, além da conta, e sua saída menos que graciosa a irritou e a fez vomitar, mas Kylie conhecia boas intenções quando as via. Devialhe um agradecimento. Ela odiava dever às pessoas. Então ela tirou as cobertas e saiu da cama. Ela entrou no hall e passou a cozinha. A porta de Trace estava fechada, mas ela podia ver a luz por baixo. Basta voltar para a cama e agradecê-lo amanhã. Mas ela realmente não queria mencionar esta noite nunca mais. Então, ela bateu de leve. — Entre, — ela ouviu uma voz abafada dizer. Uma pequena lâmpada sobre a mesa de cabeceira e o brilho azulado de uma televisão de tela plana iluminava o quarto. Demorou alguns segundos para que seus olhos se ajustassem. Mas quando o fizeram, oh. Oh. Trace sentado sem camisa em uma cadeira ao lado da enorme cama. Ele tinha tirado uma bota e estava tirando a segunda. — Hey, — ela começou enquanto todo o propósito para esta visita tarde da noite deslizou para fora de sua mente. Sua segunda bota bateu no chão com um baque suave. — Hey, — Trace respondeu, em pé e enfiando as mãos nos bolsos. — O que posso fazer por você? — Hum, uau, o seu quarto é enorme, — ela deixou escapar. Trace riu baixinho. — Sim, para um ônibus eu acho que é. Preencha o silêncio constrangedor, idiota, uma voz em sua cabeça ordenou. — Hum, então, como conseguiu ir para festa tão rápido? — ela perguntou. Os olhos de Trace apertaram. — Uh, a Ruiva, como você chamou, me deu um tour pelo campus. Eu apenas a deixei em seu dormitório quando Pauly encaminhou sua mensagem. Eu estava realmente prestes a passar por lá. — Oh, bem, hum, estou feliz. — Oh merda, fez parecer que ela estava feliz que ele não estava com a Ruiva. Que ela estava. Mas ele não precisava saber disso. — Quer dizer, estou feliz que você passou pelas proximidades. Não que eu não estava bem ou qualquer coisa, mas eu não sabia exatamente como voltar para o ônibus. — Ok, — ele disse calmamente, seus olhos encontrando os dela com uma intensidade que a fez recuar. Ok, Kylie, basta dizer o que veio dizer e malditamente saia já. — Por que ele enviou minha mensagem para você?
Trace sorriu. — Provavelmente porque falo a linguagem de bêbado fluente pessoalmente e em mensagens, e ele sabia que eu estava no campus. Jesus. Seu texto tinha alertado Pauly que ela estava bebendo. Ótimo. — Oh. Estava tão ruim assim? Ele não respondeu a sua pergunta, bastou deslizar o telefone da mesa de cabeceira e tocar a tela algumas vezes. Antes que Kylie tivesse tempo para descobrir o que ele estava fazendo, ele entregou a ela. O amontoado de letras parecia em nada com o que Kylie tinha a intenção de enviar. — Eu disse a Pauly que eu não precisava de um telefone novo. — Mesmo que ela meio que precisava já que o seu era de segunda mão, repassado por Lulu, e mal segurava uma carga. O homem insistiu, dizendo que tirariam de sua remuneração da turnê. Ela suspeitava que ele estava mentindo. Trace sorriu para ela. — Uh huh, por que, o telefone fez você beber ou algo assim? — Você sabe, estou começando a pensar que você deveria ter sido um comediante. — Talvez na minha próxima vida. — Trace disse com um sorriso triste que ela não conseguia entender. — É isso que você veio me dizer? — Não exatamente. Trace pigarreou e Kylie imaginou quantas meninas ele teve naquela enorme cama. Pelo menos uma que ela conhecia. – a garota do American Idol. Kylie havia pesquisado ela. Mia Montgomery. Ela era bonita. Ok, linda. A versão oficial disse que ela havia deixado a turnê por motivos pessoais. Bem, Pauly parecia saber exatamente o que tinha acontecido, por isso não era pessoal, afinal. — É tarde, desculpe. Eu tenho que voltar para o meu quarto. — Kylie chegou a se virar para a maçaneta da porta. — Kylie? — A voz profunda de Trace enviou um espasmo que vibrou por toda sua espinha. Ela congelou com os dedos sobre a maçaneta. — Sim? — De nada, e não se preocupe. Nós todo já estivemos lá. Demorou alguns segundos para descobrir se Trace estava sendo genuinamente doce ou irritantemente condescendente. Seus olhos estavam quentes, mas sua boca se contraiu. Hmm. Ela estava prestes a dizer adeus quando ele deu um passo e diminuiu a distância entre eles. Ela pensou que ele pararia quando chegasse ao alcance da mão, mas ele
continuou vindo. Ele não parou até que ela estivesse apoiada contra a porta e eles estivessem praticamente se tocando. Seu belo rosto apenas alguns centímetros do dela, um leve toque de sua fragrância registrada de bourbon provocava ela. Apesar de sua resolução anterior, de nunca tocar em álcool novamente, foi esmagada pelo desejo de provar o licor em seus lábios. — Kylie, se eu alguma vez vê-la em um lugar como The Player's Club, ou sozinha em um quarto com um músico que não quer nada mais do que transar com você, então não posso ser responsabilizado por aquilo que farei. Ela engoliu em seco, resistindo à vontade de se afastar da intensidade do olhar dele. — Será que agora conta como estar sozinha em um quarto com um músico que quer transar comigo? As palavras dela surpreendeu os dois. Trace se inclinou ligeiramente para trás. Ela viu como seus olhos se arregalaram e então se estreitaram. — Sim, é verdade. É por isso que você deve correr de volta para o seu quarto tão rápido quanto essas perninhas bonitas podem levá-la. E tranque a maldita porta. A adrenalina subiu quente e poderosa pelo seu corpo inteiro. Calor inundou entre suas coxas, enfraquecendo seus joelhos. Reprimindo um gemido de surpresa, ela se recusou a quebrar o contato visual primeiro. Trace cedeu, deixando seus olhos baixarem para tomar o caminho da regata que abraçava seus seios. Oh, Deus, ela queria ele tanto que doía. Queria ele – não, precisava dele – para tocála tanto quanto ela sabia que ele também queria. Mas ele fez um gesto para ela que ela se afastasse, então ela fez. Assistiu, impotente, ele abrir a porta e acenar para ela em despedida. Tudo bem, ela não ia implorar. — Boa noite, Trace, — ela disse suavemente. Um aviso escuro brilhou em seus olhos quando percebeu que era a primeira vez que o chamava pelo primeiro nome em voz alta. Ele segurou a porta aberta para ela. Seu corpo gritava para esperá-lo, pedir-lhe o que precisava. Mas seu orgulho não permitiria isso. Então, ela se esgueirou de volta para seu quarto e desabou sobre a cama. Ela não trancou a porta, e essa dor latejante estava pulsando por sua atenção. Por que ele tem que ser tão quente? O homem exalava uma força bruta mal controlada e calor opressivo. Sua pele provavelmente queimaria a dela com o impacto, mas porra ela queria tocá-lo. Desde que assistiu o desfile dos homens de Darla dentro e fora de seu quarto, tratando ela como o lixo que ela era, Kylie tinha cortado fora o sexo oposto. Ela se concentrou em trabalhar duro para manter as contas pagas, e trabalhar em sua música
tomava todo o seu tempo de qualquer maneira. Ela não sabia qual seria a sensação de um homem satisfazendo-a, mas tinha a maldita certeza de que sabia como agradar a si mesma. Ela era virgem, não uma freira. Deslizando sob as cobertas, ela fechou os olhos e imaginou. Ele sentado na sala VIP do Player's Club, seus olhos só despertando para vida em meio a todo aquele sexo quando ele a viu. Ele explodindo naquele banheiro para resgatá-la do seu próprio jeito. Fixando-a na porta com seu olhar e dizendo a ela que ele a queria. Suas mãos não eram masculinas e fortes como as dele seriam, mas isso é o que a sua imaginação era. Deslizando os dedos para baixo, para si mesma, ela gemeu e choramingou quando roçou sua carne sensível. Seu corpo estremeceu forte na cama quando ela mergulhou em sua umidade e alisou em volta de suas dobras. Sexo com Trace seria duro, ela sabia pelo modo como ele a agarrou no The Player's Club, mas ela apostava que ele podia ser gentil também. Ele a abaixou do lado de fora da casa Phi Kap como se fosse feita de vidro. Seu aroma permanecia sobre ela, aquela colônia afiada, limpa e algo mais amadeirado e quente que era só dele. Ela superaqueceu enquanto seu orgasmo crescia. Ela estava perdendo o controle, desejando que ela tivesse se jogado nele momentos atrás, quando ela teve a chance. Deus, ele se sentiria tão bem dentro dela. Ela ia gozar rápido, algo que ela nunca tinha sido capaz de dominar, muitas vezes levando-a a desistir ou evitar isto completamente. Mas desta vez ela se sentiu maravilhosa para deixar ir. Torturados gemidos escaparam de sua garganta, sem a sua permissão. Ela estava tão malditamente excitada por todo tempo. Pela primeira vez ela só queria gozar. Então ela fez. E oh, querido Senhor. Em meio a seus gritos de fúria, ela gritou o nome dele. Uma vez, duas vezes, e uma terceira vez com um suspiro quando ela voltou para a Terra com um estremecimento. O branco cobertor da vergonha da percepção daquilo que ela acabou de fazer a cobriu. Enterrando o rosto no travesseiro, ela implorou para o universo para ser gentil com ela pela primeira vez. Por favor, por favor me diga que ele não ouviu isso. Algo jogado com força contra a parede - uma cadeira, talvez? - sacudiu seu corpo inteiro, quase tão forte quanto o orgasmo tinha. Ele ouviu tudo. E ele estava irritado.
Capítulo Treze Ela estava fazendo café na pequena cozinha, quando ele saiu de seu quarto na manhã seguinte. Seu corpo inteiro corou tanto que era doloroso. Antes que ela pudesse pensar em algo para dizer que talvez aliviasse a tensão entre eles, Trace andou para perto dela. Apoiando os braços musculosos em ambos os lados dela, efetivamente prendendo-a entre ele e o balcão, ele se inclinou e deixou sua respiração fazer cócegas em seu pescoço. — Dormiu bem? — O estrondo de sua voz enviou um tremor através dos ombros de Kylie. — Tão bem que deveria ser um pecado, — ela falou pausadamente, usando seu sotaque mais pesado ao girar em seus braços para encará-lo. Um grunhido baixo escapou de sua garganta e o calor nos olhos dele era quase letal. — Será que você trancou a porta como eu lhe disse? Kylie mordeu o lábio e balançou a cabeça. Ela desobedeceu a uma ordem direta. Ela sinceramente esperava que houvesse uma punição em seu futuro próximo. De preferência algo que envolve surra. — Você realmente está me testando aqui. Eu não recomendo isso, querida. — O bourbon persistente em seu hálito puxou ela de sua névoa preenchida de luxúria. O cheiro era mais potente do que tinha sido na noite anterior. Alarmes soaram ao perceber que ele já estava bebendo tão cedo da manhã. Quando ele se virou e se dirigiu para o quarto de Pauly, Kylie quase caiu no chão. A respiração que estava segurando saiu correndo enquanto ela tentava recuperar alguma compostura. Sacudindo a cabeça, como que para realmente limpá-la, ela se perguntou o que ela tinha pensado. Ela queria uma carreira, uma chance de fazer um nome para si mesma. Não queria ser uma garota aleatória de Trace Corbin embrulhada em um saco e jogada para fora.
Por mais que ela não quisesse preocupar-se sobre ele, ela ainda estava se sentindo muito grata por ele se importar o suficiente para socar um cara em nome dela. Mesmo se fosse totalmente desnecessário. A maneira como seus olhos brilharam e como tinha os punhos cerrados, era como se ele estivesse preocupado com ela. Ora, ela não tinha ideia. Mas era bom já que a única outra pessoa que alguma vez tinha realmente se importado tanto assim estava enterrado em Oklahoma. Enquanto procurava nos armários por chá e mel, ela abriu uma porta que ainda não tinha notado antes. Garrafas de licor, coisas boas que provavelmente custavam mais do que ela faria nessa turnê, ou talvez nunca, enchiam a prateleira de baixo. Jesus. O homem poderia abrir uma loja de conveniência. O meio litro vazio de Johnnie Walker Blue Label chamou sua atenção e ela o levantou. Havia um bilhete na garrafa. Trace, grande show! Mal posso esperar para ter você de volta no Estado Blue Grass! Seus amigos do Brass Bull o touro de bronze. Outro, um uísque de malte único que Kylie nunca tinha ouvido falar, estava atrás do Johnnie com uma etiqueta presa também. Ansioso para trabalhar com você novamente! E & C Gravação. Meia dúzia de garrafas de bourbon Heaven Hill estavam atrás das garrafas mais extravagantes, algumas com cartões e recados como nos outros. Será que essas pessoas não pensavam sobre o que elas estavam fazendo? Pelo amor de tudo o que era santo, o homem era conhecido por se embriagar, se metendo em confusão, e caramba, perto de afundar seu contrato de gravação. Não se diz 'obrigado' para um alcoólatra com uma grande garrafa de licor caro. Legal. A raiva subiu violenta e quente, e um impulso que Kylie não conseguiu controlar a atingiu. Ela pegou as garrafas e começou a derramá-las na pia, uma por uma. Assim, ele não estraga essa turnê e a arruína para mim, ela tentou dizer a si mesma. Mas a verdadeira motivação por trás de suas ações? Algo que ela não queria pensar. Ou admitir. As lágrimas começaram a escorrer de seu rosto tão rapidamente quanto o licor estava indo para o ralo. Será que ninguém se importa o suficiente com ele para perceber o que estava acontecendo? No mínimo, eles deveriam ter se preocupado com a sua música e tentado impedi-lo de ficar fora de controle. Quando ela terminou, olhou para as garrafas vazias no balcão. Todas as vinte e sete delas. Sua mão subiu para sua boca quando ela percebeu o resultado de sua insanidade temporária. O que ela fez? Mais importante ainda, por que ela fez isso? — Relaxa, Pauly. É apenas uma maldita dose.
Kylie estava sentada na cabine do ônibus tentando escrever quando o ouviu chegar. Ela tinha jogado a evidência de seu surto psicótico em um saco de lixo preto e o colocado em uma lixeira atrás do bar em Jackson, que eles estariam se apresentando em menos de uma hora. As vozes ficaram mais altas à medida que pisavam no ônibus. — Trace, você ouviu o que Noel disse. Se você está tanto como... — Saia de perto, Pauly. Vou pegar uma bebida no ônibus e ninguém falará com Noel. Então vou lá e domino o maldito público como sempre faço. Seu salário está seguro. — O tom sarcástico não era um que ela estava acostumada a ouvi-lo usar com o seu empresário. Obrigando-se a não olhar para cima quando ele veio em sua direção e abriu as portas do armário, ela lutou muito para superar as ondas nauseantes de medo que rolavam sobre ela. — Que diabos? — Trace não a reconheceu, mas ele virou-se para Pauly como um homem possuído. — Juro por Deus, se você esvaziou meu armário de bebidas, sua bunda está demitida. A cabeça de Kylie estalou e ela viu como Pauly ergueu as mãos em um gesto de inocência. Trace estava diminuindo a distância entre eles. Ela reconhecia o início de um confronto físico, quando via um. Aparentemente, o empresário de Trace também, pois começou a recuar tão rapidamente enquanto ele estava se aproximando. Ela não podia deixar Trace demitir seu empresário. Pauly era provavelmente a única razão pela qual ele ainda tinha uma carreira. Deslizando para fora da cabine, ela preparou-se para a força da raiva ardente caminhando em sua direção. — Pauly não esvaziou seu armário. Fui eu. — Sua voz soava muito mais forte do que ela sentia. Confusão contorceu os traços de Trace quando ele se virou para encará-la. — Isso é muito engraçadinho, Ryans. Onde você escondeu? Mordendo o lábio, ela percebeu que ele e Pauly estavam bloqueando a única saída. Seu coração acelerou e um brilho frio e úmido de suor a cobriu. — Eu não escondi. Joguei na pia. Os olhos de Trace se arregalaram. E então a raiva obscureceu toda a sua presença. Ela não sabia o que Pauly estava fazendo, porque não podia ver por trás do homem avançando sobre ela. — Diga-me que você está brincando. Diga-me agora. — O rosnado baixo de Trace foi suficiente para quebrar a sua determinação. — Gostaria de dizer que sinto muito, — ela sussurrou. — Mas não sinto.
Raiva irradiava dele. Narinas dilatadas e peito arfante, ele apoiou-a contra a cabine. — Isso é porque não te fodi? O rosto de Kylie começou a formigar e ela perdeu toda a sensação de suas pernas. Isto deve ser o que se sente ao entrar em choque. — Não. Não é. E você é um idiota por pensar isso e sabe disso. — Kylie ergueu o queixo e mordeu com força o seu lábio inferior para que ele não tremesse. — Fiz isso porque você tem um problema com a bebida. E porque ninguém mais o faria. — Ouça-me. — Trace pontuou cada palavra com uma respiração pesada. — Você e eu, não somos nada. — Ele acenou com um dedo entre os dois. — Tudo o que você construiu na sua cabeça loira bonita, isso é tudo o que é. Na sua cabeça. A verdade doeu, mesmo que ela soubesse disso o tempo todo, mas ela engoliu a dor e endireitou os ombros. — Okay. Agora você me ouça, — ela começou, dando um passo à frente e obrigando-o sair do seu espaço pessoal. — Pensei que tivesse sido clara. Não quero uma única coisa de você. Inferno, nem mesmo gosto de você. Mas, por agora, e pelas próximas semanas, preciso que você esteja sóbrio e não estrague o resto da turnê, como você parece estar determinado a fazer. Se eu sequer sentir o cheiro de bebida no seu hálito no dia de um show, vou diretamente para você como uma louca-ex-namoradapsico-puta. E vou despejar toda e qualquer bebida alcoólica que encontrar no ônibus. — O inferno que você vai, — ele ameaçou, invadindo de novo o espaço dela. Kylie olhou em volta dele para alguma ajuda, mas Pauly estava longe de ser visto. Ótimo. — E o que você vai fazer sobre isso? Me chutar para fora da turnê? Tenho certeza de que a gravadora ficaria do meu lado já que eles não estão interessados em pagar por mais de seus não-shows. Quando esta turnê terminar, você pode beber sozinho deixando sua carreira de lado, não me importo. — Quem diabos você pensa... — Trace, já chega. Ela tem que estar no palco em cinco minutos. — Uma voz masculina suave quebrou a tensão e o interrompeu. Pauly e um cara chamado Danny da banda de Trace pararam na frente do ônibus. Kylie deu um suspiro de alívio. Ela se inclinou para a direita e correu em volta dele, mas a mão dele agarrou-lhe o braço, puxando-a de volta em sua direção. — Trace, — ela choramingou, irritada e um pouco com medo quando os seus olhos se encontraram. — Você está me machucando. Remorso brilhou nos olhos dele e ela quase quis confortar o filho da puta. Mas ele a liberou tão rudemente que ela tropeçou em sua tentativa de chegar o mais longe dele
quanto podia. Pauly a encontrou na metade do corredor e a apressou para descer do ônibus, enquanto Danny ficou para trás para lidar com as consequências de suas ações. Seu corpo traidor tremia enquanto eles caminhavam para o bar, mas ela estava feliz com o que tinha acontecido. Isso tinha servido para destruir qualquer esperança que tinha de conhecer Trace Corbin, a qualquer título. Apesar do drama em Mississippi, o show realmente foi bem. Depois, Kylie teve de sentar-se com Cora Loughlin, assessora pública de Trace, que estava na cidade especificamente para falar com ela. Agora ali estava uma mulher que ela não invejava. O sufocante perfume floral de Cora encheu o pequeno espaço da sala de imprensa no ônibus enquanto ela ajudava Kylie a configurar contas no Facebook e Twitter. Elas também postaram alguns vídeos no YouTube e vincularam eles ao website da turnê De Volta às Origens de Trace. — Não quero ser estúpida, mas o que exatamente devo dizer nessas coisas? — perguntou Kylie. Ela já se sentia como uma lesma ao lado de Cora com seu terno elegante e cabelo perfeito. Kylie estava com jeans rasgados com uma velha camiseta que era um tamanho muito pequeno e tinha a cara de Hank Williams Jr. Esta era a sua favorita. Ela colocou um lenço, arrumando-o só para tentar esconder as manchas. Não que a mulher elegante parecesse notar ou se importar. — Oh, você sabe. Apenas como você está animada por estar em turnê com o Trace, o quão grande é a multidão em cada show. Coisas assim. — Hum, tudo bem. Por quê? — Kylie não conseguia entender pela vida dela quem no mundo iria querer "seguir" o que ela tinha a dizer online. Ela tinha um Facebook pessoal em casa, mas tinha somente uma dúzia de amigos lá do colégio e ela nunca realmente atualizava com algo além de fotos dela e de Lulu brincando. — Publicar algumas fotos de você e Trace sendo bobos no ônibus, o que você está comendo, trechos de músicas que você está trabalhando... Apenas coisas divertidas e leves, ok? — Cora esperou Kylie acenar com a cabeça em concordância e, em seguida, virou para olhar algo em seu iPhone. Ela não quis dizer à mulher que tudo o que ela e Trace vinham fazendo juntos no ônibus era evitar um ao outro desde a competição de gritos deles. — Não tenho certeza que ela seja leve e divertida, mas certamente ela poderá fingir. Certo, Kylie? — Trace inclinou-se na soleira da porta da sala de imprensa lustrando algo em sua camisa. Fingir? Será que ele achou que ela tinha fingindo com ele na outra noite?
Talvez fosse melhor do que ele saber a verdade sobre sua pequena fantasia. Ou ele estava tirando sarro dela, porque ele ainda estava chateado por causa do álcool? Tanto faz. Tentar entendê-lo não estava na lista dela de coisas para fazer no momento. — Olha, — Cora começou, olhando para Trace e depois de volta para Kylie. — Esta é a maneira como as pessoas se conectam com você e é assim que construímos uma garota de Oklahoma que ninguém nunca ouviu falar em uma legião de fãs. Se você sentir que não pode fazer isso, deixe-me saber e indicarei um dos nossos técnicos para acompanhar a sua conta. Ok? — Posso fazer isso. — Kylie murmurou, se sentindo como Trace tinha acabado de chamá-la, e Cora, que a tinha conhecido não mais que uma hora, concordou. — Ótimo. — A publicitária sorriu, explodindo seus dentes brancos e brilhantes por trás de seu batom vermelho. — Você tem meu contato. Chame-me se você precisar de alguma coisa. — Trace. — Cora acenou para ele na saída. — Cora. — Disse ele bruscamente quando ela passou. Kylie não era estúpida. Ela viu a tensão que se passou entre eles. Aparentemente, Cora era mais do que a senhora Relações Públicas de Trace. Nossa, esse cara ficou com todo mundo? Bem, nem todas. Ele não brincou sobre qualquer coisa remotamente parecida como ficar com ela desde a noite em que ela teve que tirá-lo da sala VIP no The Texas Player's Club. Mas depois de ver a menina American Idol e Cora, não era como se ela pudesse competir com o tipo dele de qualquer maneira. Oh, maravilhoso... a última coisa que Kylie precisava estar pensando era competindo com as mulheres dele. Grosseiro. Kylie sentia como se tivesse estado olhando para Trace uma eternidade, mas felizmente apenas alguns segundos se passaram. Ela sabia que precisava dizer alguma coisa, tentar fazer as coisas melhorarem - ou pelo menos não serem tão estranhas. Mas as palavras não vieram, então ela se ocupou em equilibrar o laptop sobre suas pernas. Definitivamente a sala de imprensa precisava de uma mesa. Depois que navegou em seu perfil on-line, ela pesquisou sobre si mesma. Tudo o que surgiu foi a sua nova conta no Facebook, um vídeo do YouTube dela e de Trace no The Rum Room que ela já tinha visto com Cora, e algo que a Capital Letter Records tinha lançado sobre ela ser adicionada à turnê de Trace. Ela clicou para os vídeos que ela e Cora tinham postado e ficou chocada ao ver que já tinha vários comentários. Percorreu
eles e tentou não surtar já que Trace ainda estava encostado na porta, comendo uma maçã. Acho que essa é a que Corbin está pegando agora. A menina pode cantar, corpinho quente demais! Ela está totalmente dublando! Que pretensão! Ouvi dizer que ela era uma garçonete. Olá loira, hora de voltar para o seu trabalho! Gosto dela! Ela é bonita e que voz incrível! Ouvi dizer que ela totalmente mostrou a Corbin como cantar no bar onde ela trabalhava ou algo assim. Como você pode entender o que ela está cantando? Parece que ela está apenas repetindo o refrão mais e mais. Peitos legais, entretanto. E então houve um que Kylie não poderia mesmo processar. E não apenas por causa dos erros de ortografia. Foi postado por alguém chamado CunTreeSux e era horrível. Kylie estremeceu e começou a fechar o computador. A mão de Trace disparou e agarrou a tela, assustando-a. Ela não tinha sequer ouvido ele se aproximar. Ela olhou para ele rapidamente, percebendo que seus olhos eram duros enquanto examinava os comentários. O hálito quente dele roçou em seu pescoço e ao lado de seu rosto quando ele se inclinou, colocando seu corpo em estado de alerta. — Não procure no Google por você mesma, nunca. Quero dizer isso, — disse ele. — Eu só queria... — Não estou dizendo que as coisas da mídia não são boas para os seus fãs - elas são. Mas existem algumas pessoas irracionais lá fora e alguns idiotas simplesmente só querem bater em alguém. Quero dizer, você vê qualquer um deles expondo sua alma na frente de centenas de pessoas todas as noites? — Não. — Kylie disse baixinho, colocando o computador ao lado e virando-se para o homem ao lado dela. — Por que ainda tenho que colocar isso para todos verem, se as pessoas escrevem essas coisas horríveis sobre mim? Trace encolheu os ombros e deu outra mordida em sua maçã, tomando tempo para mastigar e engolir, antes de falar novamente. — Supõe-se que seja para as pessoas que gostam da sua música, mas nove em cada dez que comentam só querem te derrubar. Não sei por que, mas quem se importa? É problema deles, não seu. Ela sabia que o que ele estava dizendo fazia sentido, mas o comentário que alguém tinha dito que a tinha ouvido cantar e prefere ouvir porquinhos sendo torturados a fez encolher-se por dentro. E aquele comentário. Maldito inferno. Ele fez o que Darla dizia a ela parecer um elogio.
— Olha, sei que sou a última pessoa de quem você quer um conselho, mas você tem que ter uma pele muito grossa para isso. Como da espessura sobre-humana, porque isso é o que isso é. Você se colocou em problemas na noite em que subiu ao palco no The Rum Room. E você vai estar lá fora, a partir de agora, a menos que você decida ir embora disso. — Trace deu outra mordida em sua maçã e se levantou. Quando ele se virou para sair, Kylie lutou contra o desejo de estender a mão para ele consolá-la Ela queria que ele envolvesse seus braços em volta dela e lhe dissesse que todo mundo estava louco e essas pessoas estavam erradas sobre ela. E se ela estivesse sendo honesta? Ela ficou aliviada que eles voltaram a se falar. Pior ainda, ela queria que ele olhasse para ela do jeito que ele olhou para Cora. E, provavelmente, Mia Montgomery. E talvez mais de uma vez. — Trace? — Ela gritou antes que ele desaparecesse de vista. Ele não disse nada, mas virou-se e encontrou seu olhar na porta. — Você não é a última pessoa. — E eu te perdoo. Kylie sorriu para deixá-lo saber que ela estava grata pelo conselho. Trace sorriu e acenou com a cabeça antes de desaparecer.
Capítulo Quatorze O Saloon Hog Wild em Mobile, Alabama, era um bar churrascaria-grill o que fez Kylie lembrar-se de casa. Não apenas ela e Trace tocaram para uma casa cheia, mas os proprietários lhes trouxeram o jantar pessoalmente e disseram para ficarem a vontade pelo tempo que desejassem depois que o show acabasse. Pauly tinha amigos na cidade com quem ficou hospedado durante à noite. Kylie não podia deixar de se sentir nervosa sobre dormir sozinha no ônibus com Trace a noite toda. De alguma forma, com Pauly lá, parecia como se houvesse um acompanhante. Ou pelo menos um adulto responsável para manter as coisas dentro do controle. Ela brincou com o barman enquanto comia seu delicioso sanduíche de churrasco de porco e bebia chá doce que tinha gosto de néctar dos deuses. Ela tentou não notar que Trace estava alguns assentos a frente com uma garrafa e uma loira que ela não tinha uma visão clara. Determinada a não fazer uma merda, ela concentrou sua atenção sobre os caras da banda de Trace. Eles não tinham prestado muita atenção quando ela entrou para a turnê. Kylie imaginava que eles não esperavam que ela estivesse junto por tanto tempo, então não tornou isso pessoal. Mas ultimamente todos eles estavam muito mais calorosos. Davis Lowe, guitarrista de Trace, recuperava seu dinheiro em uma mesa redonda de pôquer de aspecto muito profissional perto do bar. Mike Brennen, o baixista que Kylie suspeitava que era um alcoólatra em recuperação já que ele sempre tinha club soda com uma fatia de limão, gemeu com a visão disso. — Cara, você vai me dar uma surra de novo? Você foi uma vadia sobre isso da última vez. Todos eles olharam na direção de Kylie tão logo Mike deixou a palavra deslizar. — Foi mal, Ryans, — Mike murmurou. Seu cabelo loiro bagunçado estava quase cobrindo os olhos, mas Kylie poderia dizer que havia um verdadeiro pedido de desculpas em algum lugar.
Ela rolou os olhos e deu de ombros. Os caras continuaram com sua conversa fiada enquanto Kylie terminava sua comida. Quando ela terminou, escorregou do banquinho e puxou uma cadeira entre Ken Lackey, o baterista, e Danny Brees, o homem mais velho que tocava violino e tinha testemunhado o incidente em Jackson. Não porque ela preferia a qualquer um dos outros, mas porque ela ainda podia ver Trace de lá. Ela nem percebeu o que tinha feito até que ela se sentou, e meio que queria dar-se uma bofetada por isso. — Uh oh, uma pequena menina em uma mesa de menino grande, — o baterista tatuado brincou. — Talvez um de vocês, meninos grandes e fortes possam me ensinar a jogar. — Kylie falou lentamente. Estava flertando um pouco, mas ela os assistiu jogar algumas vezes antes. E tinha certeza que poderia chutar todas e cada uma de suas bundas em Hold' Em. Ela mordeu o lábio para não sorrir. — Se você sentar no meu colo, vou deixar você olhar para as minhas cartas. — Mike ofereceu. Então, ele é um sedutor. Kylie gostava de avaliar a personalidade dos seus oponentes para que pudesse dizer quando estavam blefando, quando ficavam inquietos, e quando eles tornavam-se arrogantes. — Fique aqui, querida. Fique longe desse daí. Ele é uma má notícia. — Danny era grisalho, mas considerável em um tipo de jeito Patrick Duffy. Kylie sorriu para o homem mais velho. Ela se sentia meio mal por tomar o seu dinheiro. Talvez elaborasse um sinal com ele assim ele não seria enganado, como o resto deles estava prestes a fazer. — Vinte e cinco para jogar, querida. — Mike informou-lhe com uma piscadela. Ela sorriu com isso. Enquanto ele dava as cartas, Kylie permitiu-se uma espiada em Trace. Ele e a loira estavam chegando mais perto, movendo-se alguns bancos para assistir o jogo. Os peitos da “Amiga Íntima” eram definitivamente de silicone. — Trace, você não vai me mostrar o ônibus? Nunca vi o interior do ônibus de uma grande estrela da música antes. — A voz nasal e aguda da mulher cortou sobre os nervos de Kylie. Ela resmungou em voz alta. — Aposto que ela viu o interior de um monte de ônibus. — Kylie soltou sem pensar. Todos os quatro rapazes à mesa olharam para ela. — Oh, cale a boca. Vocês todos estavam pensando isso — ela disse calmamente, esperando que Trace não ouvisse. Mike fez o som de um gato miando com raiva, mas Kylie ignorou. Seu rosto queimou com a vergonha de seu ciúme público.
Tanto quanto isso quase a matou, ela perdeu as primeiras quatro mãos. As perdeu mal. Danny deu um sorriso simpático e ofereceu algumas sugestões sobre “correr” em vez de aumentar as apostas. — Às vezes é melhor desistir. Não quer dizer nada. Apenas significa que sua mão de cartas era ruim. História da minha vida, Kylie pensou consigo mesma. — Certo, sim. Preciso me lembrar disso, — foi tudo que ela disse. Ela fez o seu melhor para parecer confusa e nervosa enquanto os outros homens aumentavam a bolada. Mike estava piscando para a loira de Trace, que esgueirava pequenos sorrisos sedutores em troca, então Kylie percebeu que ele não tinha uma mão muito impressionante. Davis estava virando uma ficha entre os dedos, inquieto. Esperando por uma carta, porque ele precisava de algo específico, ela apostaria nisso. Ken tinha um curinga. Ele não flertou, ficou inquieto, limpou a garganta, deslocou o seu peso, ou fez contato visual. Apenas olhava impassível para as cartas sobre a mesa como se ele estivesse entediado com a coisa toda cada vez que ele acrescentava suas fichas ao monte. A cartada final foi a Rainha de Copas que Kylie precisava para completar seu royal flush. Era isso; ela estava derrubando esses otários. Pequena menina, a sua bunda. Ela deixou que os meninos fossem um pouco mais até o monte, antes de dar um bocejo exagerado. — Uau, estou cansada. Posso ir para o tudo ou nada e encerrar a noite? — Perguntou Kylie. — Aw, deixando-nos tão cedo? — Perguntou Mike com uma piscadela. — Kylie, se você apostar tudo e perder, você vai dever a esses caras cem dólares — Danny advertiu ela. — E eles levam essas coisas a sério. Eles tiveram que pegar empréstimos para pagar os outros de volta. Mike riu. — Vamos dar-lhe um passe livre desta vez, querida. — Foi a parte querida que fez Kylie planejar a dança da vitória em sua cabeça. — Não, isso não é justo. Tenho que aprender de alguma forma, certo? — Trace, — a companhia dele falou seu nome enquanto fazia cara feia. — Depois que ela perder ela vai para o ônibus, então não vamos estar sozinhos. — É evidente que ela queria que Kylie ouvisse. Acho que não era a única com suas garras para fora. Olhando para cima, ela pôde ver por que a mulher estava ficando irritada. Trace não tinha tirado os olhos de Kylie uma vez nos últimos minutos. Ela se contorceu sob seu olhar, mas voltou sua atenção para o jogo. — Vocês não estão cansados? Esse foi um inferno de um show que vocês fizeram esta noite. Talvez
todos deveríamos ir para cama. — Ela virou a cabeça para Trace sem olhar para ele. — Parece que talvez eu esteja me juntando a vocês esta noite; — disse Kylie. — Acham que há espaço para mim? — Claro que sim, — disse Mike, empurrando suas fichas no monte com força suficiente para derrubar algumas outras fora da mesa. — Trace? — O tom de voz assustou até a mosca do bar que estava sobrevoando por cima. Trace estava inclinado para frente e olhando para baixo, para todo o seu grupo. — Esse Winnebago está cheio, Kylie. Você vai dormir no ônibus. Kylie ignorou e colocou todas as suas fichas no meio. — Vamos ver. Terei que elaborar um plano de pagamento com esses meninos se eu perder. Trace murmurou baixinho algo incoerente enquanto Ken e Davis foram com tudo. Danny estava rindo ao lado dela. — Às vezes é melhor desistir, — ela sussurrou baixinho. Danny sorriu e acenou com a cabeça quando ele pôs as cartas viradas para baixo. — Mostre-me o seu e eu vou te mostrar o meu, — ela falou lentamente. Mike piscou para ela quando estabeleceu as duas cartas que, combinadas com as cartas na mesa, deu-lhe trip fives. Ken não tinha nada. Mas Davis tinha um full house. — Desculpe querida, — ele disse, enquanto mostrava sua mão. — Ah cara, nem sequer tenho duas que combinam. — Kylie reclamou, virando seu Jack e Rei de corações mais. Ela deslizou-as junto com as outras três cartas sobre a mesa, que completou sua mão. — Que po... A risada de Danny interrompeu a maldição de Mike e fez Kylie sorrir, forçando-a a desistir de sua fachada. — Oh, bem, vou dizer. Isso é um royal flush, não é? Ela fez um grande show de tirar o dinheiro de todos, agradecendo a cada um deles enquanto eles cediam. Então, ela mexeu os quadris em sua versão de uma dança da vitória. — Ah, acho que vou tomar um longo banho quente e contar o meu dinheiro na cama. Boa noite, pessoal. — Isso é uma besteira. — Ken anunciou. Mike era um pouco mais inflexível, apesar de que seu tom de voz estava afiado com descrença. — Essa menina apenas nos enganou. Danny ainda estava rindo quando Kylie deu-lhe os cem dólares que ele ainda tinha em fichas. Seu pai lhe ensinara a jogar quando ela era apenas uma menina. Ele também
ensinou a não ferrar as pessoas decentes. — Sim, ela enganou. — Danny piscou para ela enquanto pegava o seu dinheiro. Davis estava aparentemente bem perdendo para uma menina. — Quase valeu a pena ao ver aquela dancinha sexy da vitória. Kylie se virou para sair, planejando passar direto por Trace e sua ficante da noite. — O que, sem boa noite para mim? — Seus olhos eram escuros, a mesma cor de tempestade que tinham em Nashville. Ela parou e virou-se para encará-lo. — Boa noite, Trace, — ela disse suavemente, ignorando propositalmente as adagas que a loira estava jogando para ela. — Se você vai ter, hum, companhia, eu poderia ir dormir no quarto de Pauly assim você pode ter um pouco de privacidade. — As palavras eram ácidas em sua garganta. Mas o pensamento de ouvir Trace e a mulher pendurada em cima dele a fez doente. Ela quase estremeceu o suficiente para ele perceber. Talvez ela dormisse naquele Winnebago, afinal. Trace abriu a boca para dizer algo, mas Kylie cortou-o com um abraço que nenhum deles estava esperando. — Você pode fazer melhor, — ela sussurrou em seu ouvido antes de virar e ir embora o mais rápido que conseguiu, sem mostrar sua necessidade óbvia e desesperada para escapar. Seu lado do ônibus ainda estava quieto quando Kylie saiu do chuveiro. Ela não queria pensar sobre o que poderia estar acontecendo no quarto de Trace. Abotoando uma camisa azul extragrande de trabalho de seu pai que ela gostava de dormir, ela lutou contra a dolorosa nostalgia que jogar pôquer com os caras tinha trazido. Seu pai lhe ensinara a jogar porque recebia seus companheiros de trabalho durante o primeiro sábado de cada mês, para a noite de pôquer. Ele nem sempre foi capaz de encontrar uma babá para mantê-la entretida. Além disso, nada cansa mais um homem adulto, quando uma menina de dez anos, o engana com a metade do seu salário. Esses caras aprenderam muito rapidamente a não deixá-la jogar depois que ela tinha ganhado de todos, pelo menos uma vez. Ela deixou o cabelo molhado, permitindo que a massa de cachos umedecesse a parte de trás de sua camisa, quando apoiou-se na cama e tentou escrever. Toda vez que uma letra batia em sua cabeça, o olhar turbulento de Trace a substituía antes que pudesse escrever algo. Então o riso suave de seu pai, como o de Danny esta noite, encheu sua cabeça e seu peito com essa familiar e profunda dor na alma.
Para uma menina que tinha acabado de ganhar cerca de quatrocentos dólares, sentia-se um lixo. Ela já havia escovado os dentes, mas tinha um desejo ardente de chá quente. Havia visto uma caixa de pó de chai latte mix no armário do ônibus. Isso teria que servir. Luzes de circulação no chão iluminava o interior do ônibus apenas o suficiente para impedi-la de cair e quebrar o pescoço em seu caminho para a cozinha. Estendeu a mão e sentiu o contorno do interruptor sob os armários que iluminavam a área acima da pia. Tinha acabado de acender quando a porta do quarto de Trace se abriu. Seu coração gaguejou e Kylie congelou. Se a mulher do bar estivesse lá com ele, Kylie levaria sua bunda para aquele Winnebago, vestida exatamente como estava. Respirando fundo algumas vezes para se preparar, ela virou. Trace estava na porta, sua figura escura sem camisa fazendo seu coração acelerar. — Não consegui dormir, — ela disse suavemente. Ele apenas olhou para ela, lembrando-a com seu olhar ardente que ela estava vestida com uma camisola fina que mal chegava as coxas. — Nenhuma companhia hoje à noite? — Ela perguntou, fazendo o seu melhor para manter sua voz clara, não afetada. Trace não disse nada enquanto caminhava lentamente em direção a ela, a força de seu olhar apoiando-a contra o balcão. — Trace, — disse ela baixinho quando ele chegou perto o suficiente para tocar. Ainda nada. Apenas seus olhos queimando os dela enquanto seu peito nu expandia a cada respiração. Seu cabelo estava uma bagunça, como se ele tivesse passado a noite toda passando suas mãos através dele, e estava com os pés descalços e com calças jeans. Kylie tinha certeza de que isso era o mais quente que ela já o tinha visto. O calor inundou seu corpo, liquefazendo o desejo entre suas coxas. A sensação tornou-se tão intensa que era quase dolorosa. Antes que ela tivesse tempo de perguntar o que ele estava fazendo, as mãos fortes de Trace a agarraram e a levantaram em cima do balcão. Sua respiração difícil era o único som que ela ouviu enquanto ele usou as mesmas mãos para separar seus joelhos. Kylie gemeu quando ele avançou para se pressionar entre os dois. Este não era o Trace Corbin que ela estava acostumada. Este homem tinha olhos suplicantes e tremia ao ponto de vibrar com... desejo. Ou talvez fosse necessidade. Kylie não tinha certeza. Os músculos a seguravam firme sob suas relaxadas mãos quentes. Ele as arrastou até suas coxas, seus quadris, finalmente chegando e tocando seu rosto com
uma delicadeza que ela não esperava que ele fosse capaz. Seu polegar roçou o lábio inferior e enviou um choque direto por dela, fazendo-a arquear contra ele. — Você brincou com aqueles rapazes hoje à noite. — Sua baixa voz áspera passou por cima dela. Ela não podia falar, então ela concordou. Sim. — Você está brincando comigo? — Ele prendeu-a com um olhar intenso que ela se esforçou para devolver. Desta vez, ela balançou a cabeça negativamente. Quando ele deixou as mãos cair de volta para seus quadris, ela estendeu a mão e colocou os dedos nos cabelos dele, usando as exuberantes mechas castanhas para puxálo para mais perto. Sua cabeça caiu abaixo da dela com um suave gemido, e ela podia senti-lo respirando nela. Ela aproveitou a oportunidade para fazer o mesmo. Bourbon, loção pós-barba, e aquele cheiro amadeirado que era todo de Trace. Não perfume barato de sua amiga mais cedo. Os lábios quentes e suaves de Trace roçaram seu pescoço, enviando outro tremor através dela com tanta força que a teria sacudido para fora do balcão se ele não estivesse segurando-a no lugar. — Sinto muito sobre o que aconteceu em Jackson, — ele sussurrou. — Deus, sinto muito. — Sua voz era grossa e crua e quebrou alguma coisa dentro dela. Ela ainda não conseguia obter qualquer palavra para alcançar sua boca, então ela apenas o segurou mais apertado. Ela já tinha perdoado ele. Sua mente correu com perguntas. A mais urgente sendo: o que diabos estamos fazendo? Mas de alguma forma não parecia importante descobrir isso nesse segundo. Ela queria isso, ansiava por isso. Ela não tinha percebido o quanto até aquele momento. Segurando-o perto dela parecia certo. Seguro. Como se isso fosse o que ela precisava o tempo todo. Isto é o que levaria a dor embora. Trace se afastou, apenas alguns centímetros, mas Kylie gemeu em desagrado. Ela tentou puxá-lo de volta, mordendo o lábio quando ele sacudiu a cabeça. Deus, aqueles olhos. Proteja-se, eles diziam, porque a tempestade estava aqui, agora. E Kylie não queria nada mais do que lançar-se direto em seu caminho. Ela não sabia o que ele estava procurando, mas seus olhos procuravam respostas dela que ela não tinha. Ela nem sabia qual era a pergunta. Ela só queria ele. Como ela nunca quis nada nem ninguém em toda sua vida.
Segurando-lhe o queixo com firmeza, Trace inclinou-se e, oh, oh, ela estava mais do que pronta para a sua boca. Mas ele não a beijou. Ele pressionou a testa na dela e fechou os olhos. — Tão malditamente bonita, — ele murmurou. Agarrando seus quadris e puxando-o mais perto possível, até que a única coisa que os separavam era a renda fina de sua calcinha e o jeans da calça dele, Kylie deixou sua mão afagar seu rosto mal barbeado. Ela levantou as pernas para envolvê-las em volta da cintura dele e Trace soltou um grunhido profundo que a fez pulsar contra ele. A intimidade disso não era comparada a nada do que ela já tinha experimentado, levando-a mais alto do que até mesmo uma apresentação no palco. Trace Corbin devia vir com uma etiqueta de aviso: altamente viciante. Assim quando ela virou o rosto para ele, pronta para exigir sua boca, ele endureceu e se endireitou completamente ereto. Como se ele estivesse em um transe, ele balançou a cabeça e olhou para ela como se ele não soubesse como tinha acabado nesta situação precária. — Você pode fazer melhor, também — disse ele calmamente, antes de virar a cabeça para ela. Sua voz profunda era triste, atada com uma emoção que Kylie desejava que fosse luxúria, mas suspeitava que fosse outra coisa. — Trace... — ela começou, mas ele se desvencilhou de seu alcance e caminhou de volta para o seu quarto, fechando a porta atrás dele e desaparecendo tão rapidamente quanto ele havia se materializado na soleira da porta. Uma onda de emoções conflitantes bateu nela tão forte que ela quase caiu no chão quando tentou ficar em pé. Kylie segurou à beira do balcão para se manter em pé. Esqueça o chá. Ela tinha de voltar para a segurança de seu quarto para que ela pudesse passar o resto da noite tentando descobrir o que diabos tinha acontecido.
Capítulo Quinze Quando eles chegaram ao The Dixie Tavern, na Geórgia, Kylie ficou aliviada ao ver que era aproximadamente do mesmo tamanho que o The Rum Room. Mas Trace era de Macon, de modo que o bar estava enchendo rapidamente. Ela tinha acabado de terminar sua passagem de som quando avistou um par de meninas se dirigindo para o ônibus. Aborrecimento e ciúme agarravam-na e puxavam em direções opostas. Trace não tinha lhe dado um olhar desde seu encontro estranho na noite passada. Para piorar a situação, as duas mulheres atraentes de cabelos escuros caminhavam para o ônibus em frente à Kylie como se fossem donas do lugar. O riso já estava vibrando pelo espaço apertado, quando ela entrou. Calmamente, ela fez seu caminho para seu pequeno compartimento e trocou para sua roupa de apresentação. Sentindo-se autoconsciente sobre algumas das coisas que leu sobre ela mesma on-line antes que Trace a tivesse parado, ela escolheu um vestido folgado de um ombro prata com legging preta e botas. Colocou a joia que vinha com ele e saiu. Ela poderia se aquecer no bar do camarim e não ter de lidar com as groupies de Trace. Muito obrigada. — Kylie? — Ela ouviu a voz dele atrás dela, quando passou por seu quarto. Ótimo. — Sim, hum, só estou indo me aquecer um pouco, dar um pouco de privacidade a vocês. — Quando entrou na porta de Trace, ela viu que a mulher mais velha estava em pé perto da cama dele e a mais jovem das duas, sentada em seu colo. Algo torceu dentro dela. Talvez a noite passada nunca tivesse acontecido. Talvez ela tivesse sonhado. Mas cada vez que olhava para ele, isso estava de volta. Apegando-se a ele pela sua vida. Parecia que ele estava fazendo o mesmo. Essa parte ela definitivamente deve ter imaginado. — Essa é ela? — A morena com um corte pixie em seu colo perguntou. De jeito nenhum ela era mais velha do que dezesseis anos.
— Sim, é ela. — Trace disse com um sorriso, sentindo-se claramente sem vergonha sobre seu pequeno fã-clube. A menina petite pulou de seu colo. — Você é ainda mais bonita pessoalmente. Posso ter o seu autógrafo? — Hum, — Kylie olhou para Trace. Quem era essa garota? — Sinto muito, ela é uma espécie de praga, — disse ele com uma ligeira elevação de seu ombro. — Hey! — A menina deu a Trace um empurrão firme. Kylie ficou ali, tentando descobrir o que diabos estava acontecendo. — Acho que deveria apresentá-la, — começou Trace. — Kylie, esta é a minha irmãzinha Rae — disse ele apontando para a empurradora. — E esta é a minha irmã mais velha, Claire Ann. — Oh, hey. Prazer em conhecer vocês. — Ela tentou ignorar o alívio que inundou quando ela apertou a mão de cada mulher. — Sério. — Rae começou. — Assisti o vídeo de você aniquilando meu irmão no The Rum Room tipo cinquenta vezes. — O sorriso da menina iluminava todo o seu rosto. Uma careta atravessou o de Trace, mas seus olhos estavam cheios de amor por sua irmã mais nova. Ela ainda não tinha visto ele olhar para qualquer outra mulher desse jeito. Bem, talvez ela por apenas um segundo na noite passada. Mas estava escuro e ela poderia ter imaginado isso, também. — Não sei se aniquilar é a palavra certa. — Kylie não pôde deixar de sorrir um pouco. — Não, não é. — Trace confirmou. — Estamos felizes que Trace finalmente encontrou alguém que pode tolerá-lo. — disse Claire Ann com um sorriso em sua direção. — Não é fácil, — disse ela, piscando mesmo que estivesse completamente séria. Mas, então, ela pensou nele resgatando-a da casa Phi Kap e como ele a fez não lhe agradecer. Ele não tinha sequer tripudiado um pouco. E ele definitivamente poderia tê-la humilhado muito, se quisesse. Ele definitivamente a ouviu naquela noite. — Parece que você pode ter encontrado o seu par, irmão mais novo, — sua irmã mais velha disse enquanto se inclinava para beijá-lo na bochecha. — Vamos sair daqui, deixar vocês dois ter algum espaço antes do show. — Você está vindo hoje à noite, certo? Vocês dois? — Rae perguntou na direção dela. Kylie não tinha ideia do que ela estava falando.
— Vamos ver, Rae, — respondeu Trace. Sua testa enrugou, e Kylie poderia dizer que, para o que quer que seja que ela os convidou, não era algo que ele estivesse particularmente animado. — Prazer em conhecê-la, Kylie, e estou falando sério sobre esse autógrafo. — Rae falou quando saía. — Você também, hum, vocês duas, e tudo bem. — Kylie disse com um sorriso. Trace sentou-se na cama, olhando um pouco envergonhado e um pouco... orgulhoso, talvez? Uma coisa era certa - ele parecia muito mais jovem, após a curta visita de sua família. — Então, essas são as minhas meninas, — disse ele com um encolher de ombros. — Rae é um pouco selvagem, mas você só tem que amá-la. Ela sorriu. — Sim, vejo isso. — Ok, mas é hora de desocupar o seu quarto agora. Ela sentia como se tivesse acabado de se convidar para a uma reunião íntima de família, mesmo que soubesse que não tinha realmente. Mas havia algo que queria saber. Ela não tinha verificado on-line e sentiu-se boba por perguntar, mas isso a estava incomodando. — Quantos anos você tem, Trace? — Vinte e seis. Por quê? — Ele deu-lhe um longo olhar de lado, e Kylie perguntou-se se ele estava pensando que ela verificou isso para ver se ele era muito velho para ela. Ele definitivamente não era. — Apenas perguntando. — Vê-lo ser tão brincalhão com sua irmã mais nova deixou-a curiosa. — Okay. Bem, você está prestes a ir ou o quê? O corpo inteiro de Kylie rompeu em chamas. — Sim. Desculpe. Indo agora. — Ela se virou tão depressa que quase bateu em um violão precariamente apoiado na parede perto da porta. Ela abaixou-se para pegá-lo, colocou-o de forma firme, e levantou-se para sair. — Espere, — ele pediu, fazendo-a girar onde estava. Kylie olhou para baixo para verificar e ver se a violão estava prestes a cair novamente. Não estava. — Sim? — Ela virou-se lentamente, sem saber o que ele poderia estar prestes a dizer a ela. — Você quer ir a uma festa? Comigo? Após o show? — Trace limpou a garganta e ela viu o nó grosso em seu pescoço se mover quando engoliu em seco. Bem, isso era novo. Ele parecia... nervoso. — Hum, não sei se deveria estar indo para qualquer festa depois... — Não vai ser assim. Mas está totalmente bem se você tiver outros planos.
Kylie revirou os olhos. — Não, sem planos. E sim, eu vou, contanto que você prometa me deixar sair com meus próprios dois pés. — Ao sair, ela pôde ouvi-lo rindo. — Não estou fazendo nenhuma promessa, — ele gritou atrás dela.
Capítulo Dezesseis Após seu set, ela ficou para assistir Trace se apresentar. Ela agarrou uma cerveja no camarim, esperando acalmar os nervos sobre a festa depois. Mas vendo o homem no palco seus nervos se abalaram novamente. Pauly sentou-se com ela, mas ele raramente olhava por cima de seu telefone. Kylie, no entanto, não conseguia tirar os olhos do palco. Quando Trace estava ligado, quando ele realmente dava o seu tudo, era como nenhum show que ela já tivesse estado. Tipo como pular em um trem de carga desgovernado dirigido por um condutor com o Transtorno de Déficit de Atenção. Ela viu quando ele fez um pequeno discurso melodramático sobre uma nova música que estava nervoso e pedindo para o público cantar com ele. Então começou a tocar piano e cantando uma canção de uma boy band popular, mal imitando as notas mais altas de propósito. Kylie riu consigo mesma. Em seguida, ele cantou um de seus sucessos, seguido de um cover de uma música de Adele que quase explodiu ela e todo o público em seus assentos. Droga, o menino podia cantar. E Senhor, aqueles jeans. Oh, não. Ela estava se tornando uma fangirl de Trace Corbin. Ela podia sentir isso acontecendo e era incapaz de deter isso. Ela estava ocupada mentalmente se socando no rosto repetidas vezes quando viu a irmã mais nova de Trace vindo e sua irmã mais velha, não muito atrás. — Kylie! — Rae gritou, abraçando-a como se fossem velhas amigas. Isso a fez sentir falta de Lulu ainda mais do que o habitual. Ela mal teve tempo para responder, pois a menina se lançou em uma história complicada sobre como tinha visto o vídeo online do The Rum Room e como havia mostrado a todos os seus amigos. A menina quase não respirou. Líder de torcida, Kylie pensou. Definitivamente, uma líder de torcida. Não que ela não apreciasse a amabilidade
evidente da menina alto astral. Mas, se tivessem ido para a escola juntas, Kylie sabia que elas certamente não teriam frequentado os mesmos círculos. — Então você virá hoje à noite, certo? — Perguntou Rae, pegando-a desprevenida. — Para a festa? — Que maneira de perguntar, Rae, — Claire Ann disse, atirando a Kylie um sorriso de desculpas. — Uh, sim. Sim, vou. — Rae respondeu com um sorriso que era tão grande e aberto que Kylie sorriu de volta. Ela sabia que a menina era, provavelmente, apenas um ou dois anos mais jovem do que ela, mas sentia-se como se fosse pelo menos uma década de distância. — Com o Trace? Como, como seu encontro? — Rae pressionou. — Rae, — sua irmã avisou. — Estava apenas perguntando — a menina mais jovem disse, com um brilho cintilante nos olhos. Kylie lutou contra um sorriso. — Ele perguntou se eu viria. Disse que sim. — Ali. Essa era a verdade. — Legal. Estou tão animada! Mal posso esperar para contar a todos os meus amigos e oh, você vai conhecer alguns deles! Mas ignore Deidre. Ela tem questões sobre o Trace, mas ele realmente não estava... — Já chega, Rae. Continue falando e ela não irá. — Claire Ann interrompeu, praticamente arrastando a menina mais nova para longe. — Vejo você hoje à noite, Kylie! Grande show, a propósito! — Rae gritou quando foi puxada para a pista de dança. Ela apenas sorriu e balançou a cabeça. A tosse forte ao lado dela lembrou Kylie que Pauly ainda estava sentado na cabine com ela. — Então, você está indo para uma festa com Trace? Tem certeza que é uma boa ideia? — ele perguntou. Mas Kylie ouviu o que ele não estava dizendo. Não vá a uma festa com Trace. Não é uma boa ideia. — Hum, sim. Acho que sim. Eu disse a ele que iria. Pauly se mexeu na cadeira e inclinou-se para ela. Por um minuto, ele não disse nada, enquanto os dois assistiam Trace no palco. Ele estava cantando uma canção de amor com uma garota que ele tinha puxado para cima do palco. Era a canção favorita de Kylie. Adeus em seus olhos. Lembrava-a de seu pai. A última vez que o tinha visto. Ela estava tomando café da manhã na mesa da cozinha na manhã que ele foi trabalhar pela última vez. Na noite anterior ela teve uma discussão com Darla que ele
tentou resolver para manter a paz. Ela não conseguia sequer lembrar sobre o que era a briga, mas sentia-se como se ele tivesse ficado ao lado de Darla e ela disse isso a ele. Pouco antes de bater a porta do quarto na cara dele. Naquela manhã, ela o ignorou, porque ainda estava magoada. Antes de sair para o trabalho, ele parou, se inclinou sobre seu ombro e sussurrou: — Você sabe que vai ser sempre a minha melhor garota, — em seu ouvido antes que ele a beijasse no topo da cabeça e saísse. Para sempre. Palavras que ela deveria ter dito ainda presas em sua garganta. Ela fechou os olhos e tentou respirar. Não adiantava ter um colapso na frente de Pauly. — Você está bem, garota? — Ele perguntou, trazendo-a de volta ao presente. Ela assentiu com a cabeça. — Ei, não queria incomodá-la, só... olha, Trace não é um cara mau, e normalmente fico de fora da sua vida pessoal, tanto quanto posso, mas... — Pauly passou a mão sobre o rosto e olhou para ela por um segundo. — Não acho que é uma boa ideia para você se envolver com ele agora, — ele começou. Ela abriu a boca para dizer ao homem que ele estava por fora, mas ele levantou a mão. — Ouça-me. Ela se recostou e esperou. — Se você quer ser Kylie Ryans, artista da música country, que é levada a sério, seria imprudente... alinhar-se com um artista já estabelecido em qualquer outra forma que não profissionalmente. Confie em mim, eu já vi isso acontecer. Agora, se você quer ser Kylie Ryans, pequena aventura secundária de Trace Corbin, então, por todos os meios, aproveite. — Pauly recostou-se para sinalizar que ele disse sua parte. Ela não perdeu o jeito que ele disse o nome dela a cada vez. A primeira vez tinha sido com reverência. A segunda foi com desprezo. — Você entende o que estou dizendo? — Ele perguntou. — Sim, — ela engasgou. — Entendi. — De jeito nenhum ela poderia ir a uma festa com Trace e não correr o risco de perder o respeito de Pauly e, provavelmente, qualquer chance de tê-lo como empresário dela. Mas vendo Trace no palco, ela queria ir. Muito. Isso, combinado com a emoção tão clara no rosto de Rae, e o pensamento de deixar a menina triste quando ela não aparecesse, tornou ainda mais difícil imaginar recuar. Mesmo que ela tivesse que fazer. Kylie ficou nua no ônibus. Trace ainda não tinha voltado do bar, apesar dela saber que o seu set tinha terminado.
Ela olhou em seu armário. Pijama. Ela deveria colocar o pijama e dizer a Trace que ela não estava se sentindo bem e iria encerrar a noite. Mas a sua regata "eu montei o touro de Bud" chamou sua atenção e ela se lembrou do ajuste perfeito dos jeans de seu último show. Se ela estivesse indo para a festa, é o que ela usaria. Com suas perfeitamente desgastas botas de cowgirl. E ela deixaria seu cabelo solto e apenas o deixaria ser selvagem. Talvez dançaria com Trace uma ou duas vezes, se fosse esse tipo de festa. Não que ela estivesse indo. Ela não estava. Mas uma garota poderia fantasiar, não poderia? Lulu iria estrangulá-la se soubesse que Kylie estava prestes a recusar o convite de Trace. Você só tem uma chance na vida, ela praticamente podia ouvir sua amiga dizendo. Sim, mas ela não queria arruinar a vida por uma noite de estupidez bêbada. Mas os jeans e aquele sorriso, e ele era tão... masculino. Provavelmente valeria a pena. Não. Se isso não funcionasse, ela não teria nada para voltar. Nada. Bem... isso não era inteiramente verdade. Clive tinha dito que ela seria sempre bemvinda de volta ao The Rum Room. Certo, porque servindo mesas e limpando salas de recepção não parecia um pesadelo comparado a isso. Pijama. Assim quando ela pegou alguns moletons da cômoda de madeira estreita, ouviu vozes. Trace estava de volta. Uma batida forte em sua porta quase lhe deu um ataque cardíaco. — Kylie Lou, você está pronta? Como na terra que ele sabe o meu nome do meio? Não era exatamente algo que ela andava dizendo às pessoas. Esse tinha sido o nome de seu avô por parte de sua mãe. Ele faleceu uma semana antes dela nascer. — Hum, sim, sobre a festa... — Você está dando um fora em mim? — A dor em sua voz quase eviscerou ela. — Não, só estava tentando decidir o que deveria usar. — E se há alguma maneira de eu ainda conseguir ter uma carreira depois dessa noite. O riso de Trace fez sentir-se melhor e pior. — Basta jogar-se em qualquer outra coisa. Minha família não vai se importar. Mas precisamos ir andando. Sair do estacionamento vai ser um pesadelo. — Hum, vamos pegar o ônibus? — Kylie perguntou em voz alta enquanto ela vestia a calça jeans e quase caiu. — Definitivamente não. — Ela ouviu uma risada abafada do outro lado da porta. — Tenho uma carona, mas temos que nos mover.
— Ok. — Kylie olhou-se no espelho uma última vez depois que ela tirou sua blusa por cima da cabeça. Você é oficialmente uma idiota. A carona que Trace tinha conseguido para eles era uma pick-up semelhante a que seu pai tinha conduzido. Um amigo seu de casa havia emprestado durante a noite. O interior cheirava a hortelã Skoal e algum tipo de colônia masculina não tão cara como a de Trace. Kylie tinha visto a decepção nos olhos de Pauly quando ela passou por ele em seu caminho para fora. Bem, se eu vou estragar minha carreira antes mesmo de começar, poderia muito bem fazer valer a pena. Ela deslizou um pouco mais perto de Trace no banco. Ele olhou e sorriu. — Obrigado por ter vindo esta noite. Minha família pode ser um pouco... demais. — Não tem problema, — disse Kylie, de repente se sentindo tímida. — Obrigada por me convidar. Trace pigarreou. Duas vezes. — Hum, na verdade Rae convidou. Ela deslizou de volta para a porta do lado dela. — Lembre-me de agradecer a ela, então. — Ela olhou para fora da janela, quando eles viravam e dobravam por intermináveis estradas secundárias. Parecia que eles estavam dirigindo por um longo tempo quando Trace virou em uma longa estada de terra ladeada por uma cerca branca. Pelo menos oitenta hectares espalhados diante deles. — É aqui que você cresceu? — Perguntou Kylie, mal conseguindo conter seu espanto. — Não, desejaria que fosse. Esta é a casa que comprei depois que o primeiro álbum foi disco de platina. Claire Ann vive aqui já que estou sempre na estrada. Rae é praticamente sua hóspede permanente. — Ah. Trace estacionou a caminhonete em volta de um enorme celeiro vermelho atrás da casa principal. Pelo menos vinte carros e caminhonetes já estavam estacionados lá. Depois de colocar a caminhonete no estacionamento e desligar o motor, ele virou-se, fazendo com que o assento de couro rangesse por baixo dele. — Olha, Kylie, deveria avisála...
Antes que ele pudesse terminar sua advertência Rae bateu na janela de Kylie, fazendo-lhe saltar para Trace. — Vamos lá! Vocês estão atrasados! — A alegre fadinha gritou através do vidro. Kylie olhou para Trace. Ele apenas fechou os olhos e balançou a cabeça. Ela não pôde deixar de rir. Rae era claramente uma pedra no seu sapato, mas ela o adorava e ele a ela. Isso meio que a fez desejar um irmão. Rae bateu novamente, desta vez mais alto. Ou não. Assim que eles entraram no celeiro, um bolo de três camadas estava pronto. Cada convidado começou a cantar “parabéns a você”. Trace se inclinou para sussurrar no ouvido de Kylie. — Desculpe por isso. O calor de sua respiração a fez estremecer. Era seu aniversário. Ela não sabia e não tinha trazido um presente. É por isso que ele parecia tão desconfiado quando ela perguntou a sua idade. Tinha vinte e seis anos, hoje. Kylie não perdeu o fato de que todos os outros convidados do sexo feminino estavam decorados em vestidos curtos e botas ou que elas estavam a avaliando. Ela tinha certeza de que a "Deidre" que Rae tinha mencionado era a loira peituda no outro lado da sala dando-lhe o brilho da morte do inferno. Então ela piscou para ela. — Trace, não sabia. Não tenho um presente, — ela sussurrou para ele. — Oh, sim, você tem. Você está fazendo a noite de Rae, — disse ele, apontando para a garota que estava praticamente pulando para cima e para baixo. — Feliz aniversário querido TRACEY, — Kylie ouviu Rae gritar sobre todos. Ela levantou uma sobrancelha. Ele balançou a cabeça e sorriu. É por isso que ele passava por Trace ou Tray. Esta era uma informação interessante. Enquanto ela estava sorrindo para os cantores, Trace se inclinou e sussurrou em seu ouvido novamente. — Meu aniversário foi, na verdade, há alguns meses, mas Rae estava na cidade e elas tinham as decorações, então queriam celebrar enquanto eu estivesse na cidade. — Ah, — disse ela, ainda sorrindo e olhando acima deles, para as lanternas de papel brancas iluminadas como as estrelas. Era doce que suas irmãs fizessem tudo isso. Deve ser bom ser tão amado. O amor por seu irmão estava praticamente irradiando de seus rostos quando Trace apagou suas velas. Ela reconheceu a expressão. Era da mesma forma que o pai dela costumava olhar para ela.
Capítulo Dezessete Rae passou a maior parte da noite, arrastando Kylie com ela e apresentando-a às pessoas. Tias, tios, primos, amigos de escola, amigos de leitura e companheiros de bebedeira. Parecia que todos sabiam que Trace estava lá. Visivelmente ausente eram seus pais. Quando ela e Rae saíram para tomar um ar, Kylie perguntou-lhe onde eles estavam esta noite. Quando viu a dor e o desconforto no rosto da menina, desejou que não tivesse perguntado. — Se Trace não os mencionou, ele provavelmente preferiria que eu não os mencionasse também, — ela disse baixinho, olhando para trás em direção ao celeiro. — Oh, ok. Bem, nesse caso... — Mas ele provavelmente nunca menciona. — Eu não deveria ter perguntado. Desculpe, estava... Rae acenou com a mão, como se não fosse grande coisa. — Meu pai era um músico. Ele era tudo sobre se tornar grande na música country. Enquanto crianças, ele e seus irmãos cantavam na igreja e foram para o rádio. Mas, quando ele ficou mais velho, as coisas simplesmente não funcionaram. Ele nunca pôde desistir. Bebia. Muito. Era violento quando estava bêbado. — Rae estremeceu visivelmente e Kylie percebeu quão magra e frágil a menina geralmente vibrante de repente pareceu. — Trace fez questão que nada disso chegasse a mim, e fez o seu melhor para proteger Claire Ann, mas minha mãe não ficaria fora do caminho do meu pai. — Oh Deus, Rae. Sinto muito. — Ela odiou ainda mais por perguntar. Isso não era totalmente da sua conta. — Está tudo bem. Foi há muito tempo e não me lembro de tudo isso muito claramente — ela assegurou a Kylie com um encolher de ombros. — Meu pai morreu de
câncer de cólon, quando eu tinha dez anos e Trace tinha vinte anos. Finalmente livre de ter que proteger a todos nós, ele quis ir para Nashville e gravar um disco com alguns caras com quem estava em uma banda. Bem, isso era novo. Kylie nunca tinha ouvido falar de Trace estar em uma banda. Mesmo no escuro, ela podia dizer que a irmã mais nova de Trace estava nervosa sobre o que estava prestes a revelar. Mas a menina mordeu o lábio e continuou. — Minha mãe enlouqueceu. Estou falando literalmente. Ela disse que se ele seguisse os passos de papai, ele estaria morto para ela. — O quê? — Kylie não poderia mesmo compreender uma mãe não ter orgulho de ter um filho famoso. — Sim. Eles, hum, ainda não se falam. Ela nem mesmo diz o nome dele, e não podemos dizer perto dela. — Rae terminou suavemente. A tristeza em sua voz fez Kylie se sentir vazia por dentro. — Mas ele fez isso, e não é como o seu pai de qualquer modo, certo? A irmã de Trace ficou em silêncio por um longo tempo. O silêncio se estendeu entre elas e Kylie pensou na bebedeira da Trace. O desaparecimento nos shows, as coisas que viu em tabloides e no TMZ, ele tropeçando dentro e fora de táxis, socando câmeras-men, o que tinha acontecido com Steven Blythe, e, em seguida, o mais recente incidente em Jackson. Ah. — Mas não é assim... — Kylie sumiu, sem saber o quanto Rae sabia ou deveria saber. A diferença era que a única pessoa que Trace realmente machucava era ele mesmo. Saber o que ela sabia agora, a obscura expressão de horror que viu em seus olhos em Jackson, quando ele a agarrou, fez muito mais sentido. Ele se afastando dela naquela noite em Mobile fez também. Ela passou a mão pelo cabelo e se esforçou para ficar parada. Queria ver Trace. E meio que não queria. Porque envolveria os braços ao redor dele, o beijaria, e diria o quanto lamentava sobre o seu pai e sua mãe e de como a vida era injusta. Que estava tudo bem e ela compreendia. Mas ele não queria sua piedade, como ela não queria a de ninguém quando seu pai morreu. — Devemos voltar. — Rae disse, inclinando a cabeça em direção ao celeiro e sacudindo Kylie de seus pensamentos. — E ei, por favor, não diga a Trace que lhe falei todo nosso drama familiar. Kylie assentiu. — Claro que não. — Ela enlaçou o seu braço no de Rae e voltaram para a festa. Uma vez de volta ao celeiro, Kylie conversou com algumas pessoas sobre a sua música e com Claire Ann sobre a força da natureza que Rae era.
— Como ele está? — Claire Ann perguntou apenas alto o suficiente para ser ouvida, mantendo os olhos pela sala, em Trace. Kylie o viu sorrindo e rindo com seus amigos, e mal conseguia imaginá-lo como um garoto protegendo suas irmãs de um pai bêbado e violento. Mas a maneira como ele reagiu com Steven... fazia sentido agora, e sim, ela podia vê-lo. — Bem, na maior parte. Teve uma única coisa em Dallas, mas fora isso... — Kylie realmente queria dizer à mulher que não sabia como ele estava, porque eles realmente não eram assim tão próximos. Ele a evitou tanto quanto ela se mantinha à distância dele. Na verdade, se não fosse por Rae, ela tinha certeza que não estaria aqui. — Bom. — Claire Ann disse com um sorriso aliviado. — Ele é um bom homem, pena que nem sempre age como um. — Posso ver isso. — Kylie respondeu suavemente. Como se pudesse ouvir que estavam falando sobre ele, Trace virou-se e encontrou o olhar dela. Ela corou de vergonha e olhou para longe. No momento em que ela olhou para trás em sua direção, ele estava apenas a um pé de distância. — Vocês não estão fofocando sobre mim, estão, Claire Ann? — Eu? Nunca. Deixo isso para Rae — ela respondeu com um sorriso. — Uh huh, — ele murmurou, olhando para as duas, desconfiado. — Então, você teve o suficiente? Pronta para voltar ao lar doce ônibus? — Ele perguntou, virando-se para Kylie. — Não quero tirar você de sua festa. Posso pegar um táxi de volta em pouco tempo. — disse a ele. — Acho que não, querida. Primeiro de tudo, não há exatamente uma tonelada de táxis por aqui, e segundo, que tipo de homem leva uma garota para uma festa e não tem certeza de que ela chega em casa segura? Kylie não poderia responder de imediato. A maneira como ele a chamou de querida não pareceu ser a forma genérica que a maioria dos caras do sul dizem. Estava quente e sua voz derretida a envolveu como ele queria. Deus, ela tinha que sair daqui. Estava perdendo totalmente a noção da realidade. — Você não vai passar a noite aqui? — Claire Ann falou antes que Kylie pudesse dizer qualquer coisa. — Rae ficará arrasada. — Ah inferno, não faça isso, Claire Ann. É ruim o suficiente Rae fazê-la se sentir culpada para vir, — lamentou Trace quando gesticulou para a festa. — Mas agora vocês estão transformando isso em uma festa do pijama?
— Ei, você faz o que você quiser, — sua irmã começou, segurando as mãos para cima. — Você pode ser o único a dizer a Rae que está saindo para ir dormir em um ônibus. — Ela piscou para Kylie e desapareceu na multidão. — Não temos que sair para Carolina do Sul até amanhã à noite. Eu meio que pensei que Pauly nos conseguiria um hotel de qualquer maneira. — Kylie disse baixinho, não querendo se intrometer. — Sim, ele ia, ou ele conseguiu. — Trace encolheu os ombros. — Mas há vários quartos e faço um inferno de uma omelete, — disse ele, mal contendo o sorriso de menino. — Bem, quase nunca recuso comida e agora preciso saber se você é tão bom quanto diz. — Sempre querida. Sempre. — O exterior arrogante de Trace havia retornado, mas agora era mais sexy e menos irritante do que antes. — Festa do Pijama então, — ela disse com entusiasmo exagerado. Trace deu um positivo com dois polegares para cima e ela não pôde deixar de sentir-se feliz por tê-lo feito feliz. Quando ele a puxou para a pista de dança, ela não resistiu. Dançar com Trace a fez se sentir viva e adorava vê-lo rir com facilidade, enquanto conversavam e brincavam. Quanto mais perto ele a segurava, mais firme ela queria ser segurada. — Estou feliz que você tenha vindo, — disse ele baixinho para o topo de sua cabeça. — Eu também, — ela murmurou de volta. — Você está me evitando. — Não era uma pergunta. E era verdade. Então, Kylie não disse nada. — Provavelmente é uma boa ideia. — A tristeza em sua voz enviou uma pontada de culpa por ela. — Você praticamente me ordenou, — ela sussurrou. — Eu disse. E quis dizer isso. Não sou esse cara, Kylie. — Que cara? — Ela perguntou, se afastando para olhar seu rosto, para que pudesse descobrir do que no mundo ele estava falando. — Esse cara que você merece. A pessoa que te levará em encontros, escreverá canções de amor, serenata em público, te mandará flores, e toda essa merda. Isso não é comigo. Não tenho relacionamentos. — Percebi. — Suspirando alto, ela o puxou de volta. Quem diabos alguma vez disse que ela precisava de todas essas coisas? Ela estava muito, muito feliz bem onde estava. — Posso perguntar por quê? — O que, por quê?
— Por que você não tem relacionamentos. Não que ela necessariamente queria um. Ela tinha uma carreira para pensar, mesmo que ela estivesse estragando tudo o que tinha neste momento em particular. — Porque decepciono as pessoas. — Trace disse calmamente antes de limpar a garganta. — Então não decepcione. A gargalhada de seu parceiro de dança a fez sorrir. — Estou trabalhando nisso, Kylie Lou. — Isso é bom o suficiente para mim. — Ela encolheu os ombros e encostou a cabeça em seu ombro quente. Deus, ele cheirava bem. Ela queria respirar até doer, mas não queria mostrar-lhe toda a sua loucura, quando estavam finalmente se dando bem. — Você realmente montou o touro Bud's? — Trace perguntou, suavemente mudando o assunto para algo mais leve. — Claro que sim, montei. — Kylie respondeu. Como ela vestiria a camisa se não tivesse. —Quanto tempo você conseguiu? Ela sorriu para ele. — Montei os oito segundos completos. É assim que tenho a camisa. Outra risada gutural, mas esta a tinha levado ao limite do nervoso. — Aposto que você é uma baita de uma peoa. Arrepios estouraram sobre sua pele e ela mal conteve um arrepio. — Só há uma maneira de descobrir. Não tenho certeza de que você poderia lidar com isso, porém, homem velho. Agarrando-a mais firme, Trace lambeu os lábios tão perto de seu rosto que pôde sentir o calor úmido de sua língua. — Há uma grande quantidade de camas na casa, querida. Eu me comportaria, se você se comportasse. — Vou levar isso em consideração.
Capítulo Dezoito
Kylie acordou na cama de Trace sentindo-se mais descansada do que ela provavelmente já esteve em toda sua vida. A chuva praticamente encerrou a festa por volta das três da manhã, e Rae lhe emprestou um pijama. Entre isso e Trace insistindo para que ela dormisse no quarto principal, enquanto ele ficou com um quarto de hóspedes, ela estava quase aconchegada demais para seu conforto. Esta era o tipo de cama que poderia passar uma tarde inteira em cima. Imaginando se um certo alguém se juntaria a ela. Seus lençóis cheiravam como ele e ela não queria tomar banho, com medo que ao se lavar o cheiro dele fosse embora. E sim, ela percebeu exatamente quão patética era. Aromas inebriantes de bacon e café flutuaram até ela, fazendo-a se sentir como se pudesse flutuar para a cozinha, seguindo seu nariz. Ela resistiu e se refrescou no banheiro primeiro, vestindo seus jeans e blusa da noite anterior. Ela pegou uma camisa xadrez azul escuro do armário de Trace e colocou sobre a sua regata. Cara, o menino amava xadrez. Seguindo o som de vozes conversando na cozinha, ela encontrou Rae sentada em uma mesa de carvalho enorme, enquanto Claire Ann estava agarrando pratos de um armário. Trace estava no fogão, sem camisa, de moletom escuro. A boca de Kylie se encheu de água e rezou que fosse por causa da comida. A mesa estava literalmente repleta com bacon, salsicha, omeletes, e uma cesta de biscoitos com uma molheira cheia ao lado dela. Uma tigela de frutas fatiadas estava no meio. Trace tinha cozinhado tudo isso? Se assim for, Kylie desistiria de sua carreira de cantora e pedir-lhe-ia para casar com ela. Não é engraçado. Não vá até lá. — Bom dia, — ela disse em voz baixa, interrompendo o debate de toucinho contra salsicha de Trace e Rae. Todo mundo parou e olhou para ela por um segundo. Trace encolheu como se tivesse sido atingido com gordura. Bem, isso era o que ele conseguia por cozinhar sem camisa. — Bom dia, dorminhoca. — Rae soou, colocando todos de volta a ação. Trace balançou a cabeça e voltou a cozinhar. — Omeletes ocidentais à esquerda, Kylie. Queijo simples à sua direita, — ele falou para ela.
Kylie ouviu a sugestão de todos e só depois começou a encher seu prato. Ela escolheu uma omelete, dois pedaços de bacon, e um biscoito gigante. Pegou alguns pedaços de fruta apenas para fazer-se sentir melhor sobre a generosa gordura no seu prato. — Suco ou café? — Claire Ann perguntou a ela. — Os dos soam bem. Vou tomar café, por favor. Preto com açúcar. Depois que todos estavam sentados à mesa, Claire Ann disse uma bênção rápida sobre os alimentos. Kylie estava bem até que a mulher adicionou uma parte no final sobre ser grata por ter Trace e Kylie em casa. Com isso, seu mundo mudou, batendo em Kylie tão forte que ela teve que segurar a mesa para não cair no chão. Ela não conseguia nem engolir sua fatia perfeita de queijo ou sua deliciosa omelete. Esta não era a sua casa, ela não precisava ousar pensar nisso dessa forma. Esta não era nem mesmo sua família. Ela não tinha família. As risadas, os sorrisos, a provocação amigável, a comida, isso não era para ela. Isso nunca seria sua vida. Ela enterrou a coisa mais próxima disso que teria, juntamente com o pai dela. — Hum, desculpe-me um segundo, — disse ela, ficando em pé abruptamente. Antes que alguém pudesse impedi-la, fugiu de volta para o quarto de Trace. Lágrimas inexplicáveis se formaram em seus olhos e um nó gigante se prendeu em sua garganta. Que estúpida ideia foi esta, Kylie. Basta sair do café da manhã, fazer esse último show na Carolina do Sul, e nunca chegar perto de Trace Corbin ou alguém relacionado a ele nunca mais. E então isso bateu nela. Este era o último show. E era amanhã à noite. As lágrimas nos olhos de Kylie derramaram por suas bochechas. Ela correu para o banheiro e pegou algum lenço. De alguma forma, parecia o início, mesmo que fosse o fim. Ela tinha que ficar lembrando-se disso. Era o fim da turnê. Mas talvez o início de sua carreira? Suas mãos tremiam enquanto enxugava as lágrimas. Sobre o que diabos estava tão chateada? — Kylie, você está bem? — A voz de Trace veio de fora do quarto. Ela engoliu em seco. Não, de jeito nenhum poderia falar sem ele ouvir o tremor em sua voz. — Mmhm, — ela tentou balbuciar alto o suficiente para ele ouvir. — O quê? — Rei de impaciência que ele era, abriu a porta do quarto. Ela pensou um pouco sobre fechar a porta do banheiro para impedi-lo de vê-la, mas só pareceria excessivamente dramático e infantil. Como a vontade de chorar antes mesmo de tomar café da manhã.
— Hey, — ele disse suavemente, aproximando de seu colapso emocional. — Qual é o problema, baby? — Mesmo Trace se assustou com as palavras dele. — Kylie, eu quis dizer Kylie. Eu tenho irmãs, por isso, quando as mulheres choram, pego todos os... — Ele não terminou a frase, apenas acenou com a mão ao redor para indicar que ele estava um pouco disperso. Ela entendeu o sentimento. — Nada. Não é nada. Estou bem. — Ela tentou sorrir, mas essa era, praticamente, a situação mais humilhante que já tinha estado. Bem, uma delas. — Sim, parece que você está se sentindo super bem, — ele disse, cruzando os braços sobre o peito nu e encostando-se ao balcão do banheiro. — E não precisa nem dizer que foi a minha comida, porque você não comeu nada. Kylie riu baixinho e sacudiu a cabeça. — Coisas de família, — ela engasgou. — Ah. — Por um momento, nenhum dos dois disse nada. Então Trace estendeu a mão e enxugou uma lágrima de seu rosto. Quando ele usou essa mesma mão para dobrar uma mecha de seu cabelo atrás da orelha, ele quase quebrou seu escudo novamente. Sua mente lutava para conciliar esse homem que cozinhava, enxugava as lágrimas, e protegia suas irmãs, com o bundão egoísta que viu no ônibus. — Você sabe o que? — Ele começou, dando um passo para trás. — Deite-se. Vou dizer a elas que você não está se sentindo bem e vou lhe trazer café da manhã na cama. — Suas palavras foram um outro abalo para o coração machucado de Kylie. — Por que você faria isso? — Ela perguntou, passando o nariz na manga da camisa. — Porque, embaixo de todos esses músculos tem um cara decente. E isso foi muito para jogar em você quando pensou que estava apenas chegando a uma festa. Parecia o céu na terra, mas Kylie se preocupou com o que suas irmãs pensariam dela. Ela não queria parecer um pouco mimada. Ela gostava delas. Teve um bom tempo conversando com as duas na noite passada. Esse era o problema. Ela realmente gostava de todos eles. E desta versão caseira de Trace. Muito. De forma demasiada. — Tudo bem? — Trace sondou. Ela assentiu com a cabeça e ele bateu palmas. — Tudo bem, então. — E ele se foi. De repente Kylie se sentia esgotada e exausta. Talvez precisasse de mais descanso. Ou café. Ou os dois. Tirando suas calças jeans e colocando-as na mesa de cabeceira, ela começou a voltar para cama. Planejou se aconchegar e puxar as cobertas até a cintura antes de Trace retornar. Mas ele era como o maldito The Flash. — Ok, eu trouxe, um whoa...
Kylie saltou para a cama e, em seguida, caiu na gargalhada com sua expressão de pânico. A camisa tinha passado as coxas e ele era o capitão Panty Dropper da música country. Certamente ele não estava tão envergonhado quanto parecia. — Eu lhe trouxe café da manhã na cama, você se exibe, em seguida, ri de mim. Legal. — Não tinha a intenção de me mostrar a você, pelo menos não de propósito. — Kylie riu mais ainda, aliviada pela tensão estranha de sua crise de choro no banheiro parecesse ter ido embora. — Sim, bem, você pode ficar com essa camisa, a propósito. Certeza que nunca vou ser capaz de olhar para ela do mesmo jeito novamente, — disse ele, colocando a bandeja com o café da manhã na cama. Ela notou o que ele adicionou ao seu prato. — Ah, mas então você não vai ter nada para se lembrar de mim, — brincou ela, apreciando o leve ambiente sedutor. O rosto de Trace estava sério quando ele colocou seu café e um copo de suco de laranja na mesa de cabeceira ao lado de seus jeans. — Kylie, você cantou muito a minha canção a primeira vez que coloquei os olhos em você e então você me rasgou com a fúria dos dez infernos a primeira vez que nós realmente conversamos. Depois do que aconteceu em Jackson... — Ele fechou os olhos e engoliu em seco antes de terminar. — Não acho que esquecerei você em breve. — Quando os abriu, seus olhos geralmente brilhantes estavam escuros e encobertos enquanto queimavam nos dela. — Tudo bem, — disse ela, dando uma mordida na omelete e mastigando cuidadosamente antes de engolir. Ainda estava quente, fazendo-a se perguntar se ele o reaqueceu. — Vou ficar com a camisa, então. Trace a manteve cativa em seu olhar por mais alguns segundos e então se levantou abruptamente. — Termine o seu café da manhã e se arrume. Vou te dar o grande tour pela propriedade e, em seguida, podemos voltar para o ônibus. — Pauly provavelmente está com raiva de mim, — disse ela em voz baixa. Ou pelo menos ele vai estar quando perceber eu olhando estupidamente para você como se eu amasse você. — Ele vai superar isso. — Trace respondeu com um sorriso. Sim, mas eu vou?
Capítulo Dezenove Depois de terminar seu café da manhã, Kylie encontrou Trace sentado em um carrinho de golfe. — Legal, — ela comentou enquanto cuidadosamente contornou as cinzas da fogueira da noite anterior. — Sim, tento passear com estilo onde quer que eu vá, — disse ele com um sorriso. A propriedade era enorme. E bonita. Kylie só podia imaginar como seria no outono. — Quando tiver algum tempo pretendo comprar alguns cavalos, talvez de raça ou algo assim. — Meus avós tinham alguns cavalos. Eles eram corredores aposentados, ou eram usados para aulas de equitação, festas de aniversário de crianças, coisas assim, — Kylie disse a ele. Uma emoção com que ela estava se acostumando varreu sobre ela. Perda. Felizmente Trace não fez nenhuma pergunta. Depois que eles foram muito longe para ver a casa, ele estacionou o carrinho de golfe mais perto de uma cerca marrom que provavelmente poderia ter uma pintura nova. — Fica meio montanhoso daqui em diante. O velho carrinho não está realmente pronto para off-road ainda. — Ainda? — Ela perguntou com uma sobrancelha levantada. Trace sorriu e o brilho malicioso em seus olhos disse-lhe que tinha planos reais para levantar esse carrinho de golfe. Artista do Ano ou não, ele ainda era um menino. Kylie lembrou sua conversa com Rae. De acordo com sua irmã, ele nunca chegou a ser uma criança ou um adolescente. Não admira que ele agisse como se ainda tivesse quinze anos. Ele teve que agir como se tivesse trinta e cinco anos ou mais.
Eles caminharam por alguns minutos, as mãos quase se roçando enquanto eles passavam. Trace pareceu não notar, mas cada pincelada de pele nua enviava um zumbido de eletricidade pelo corpo de Kylie. — Aqui estamos nós, — ele disse a ela quando chegaram a um pequeno galpão. — Cuidado, ainda está barrento por causa da chuva na noite passada. Trace pegou sua mão e o coração de Kylie hesitou e, em seguida, decolou como se estivesse tentando escapar de seu peito. Ele não a soltou até chegarem à porta do galpão e ele tivesse que pegar as chaves do bolso para destrancá-la. As luzes se acenderam quando entrou e Kylie percebeu que não era um galpão. Era um pequeno estúdio de gravação. Móveis escuros aconchegantes enchiam uma pequena sala de estar que se abria em uma pequena quitinete. A lareira de pedra enfiada no canto cheirava levemente a cinzas. — A sala de escrita. — Trace disse apontando para os sofás. Ela notou que encaravam uma parede feita inteiramente de vidro, para que a vista deslumbrante sobre a propriedade ainda fosse visível. Ele a levou para uma sala à prova de som que tinha alguma fiação exposta. — Ainda estou trabalhando nessa parte, — disse a ela. — Há um banheiro lá atrás com um chuveiro, também. Kylie assentiu. — Então, quando esta turnê terminar e você estiver de férias, acho que poderia apenas me esgueirar para cá e morar. A cabeça de Trace caiu para trás quando ele riu. — Estou apenas meio que brincando, — disse ela, olhando para ele. — Não me surpreenderia se você me encontrasse caída em seu sofá a próxima vez que voltar para casa. — Provavelmente poderia viver com isso, — disse ele, todos os indícios de humor desaparecendo de sua voz. O silêncio se estendeu e Kylie tentou pensar em algo leve e divertido para dizer. As coisas estavam tomando um rumo embaraçoso. — Prometo não despejar qualquer licor que encontrar, e eu vou substituir qualquer cerveja que eu beba. — Ela piscou para deixá-lo saber que ela estava brincando com ele. — Isso mesmo, — ele rosnou, empurrando o cotovelo em suas costelas, fazendo-a rir em voz alta. Os músculos tensos em seu estômago soltaram um pouco. — Você está trabalhando em alguma coisa? — Ela perguntou, levantando uma mão para apontar para um caderno na mesa de café, quando eles voltaram para sala de estar. — Mais ou menos. Não realmente. Na verdade, vim aqui ontem à noite e anotei algumas coisas. — Seu rosto enrubesceu com algo que parecia constrangimento.
Ela podia entender como estar em casa desencadearia um desejo de escrever. — Posso dar uma olhada? — Ela deu um passo em direção à mesa, mas parou quando viu o ombro de Trace endurecer. — Deixa pra lá, desculpe, — ela murmurou, lembrando-se de como surtou no ônibus quando ele olhou para sua escrita. — Não, tudo bem. Eu realmente não... apenas não é realmente uma música ainda. — Trace deu de ombros e entregou-lhe o caderno. Ela sentou-se no sofá atrás dela e começou a passar as linhas que ele havia escrito. E podia ouvi-las. Na verdade, quase a fez se perguntar se ele tinha lido a canção que ela começou a escrever sobre ele. Não, isso não era possível. Ela tinha certeza que ele nunca esteve sozinho com seu livro novamente, depois que ela tinha adicionado essas linhas. Enquanto estava olhando para as palavras que Trace tinha rabiscado nas páginas, ele pegou um violão e começou a tocar pedaços de músicas que ela reconhecia. Uma sua, uma dela. Algumas ela poderia dizer que ele ainda estava tentando descobrir. Quando ele tocava uma melodia que era quase exatamente o que ela estava ouvindo em sua cabeça, ela gritou em pânico animado. — Espere! Volte, — disse, olhando para os olhos dele. Ele parecia quase drogado. Tocando aqui sozinho o faz feliz. Seu coração deu um pequeno aperto com essa percepção. — O quê? — Trace assustou. — Volte e toque os últimos acordes de novo, mas um pouco mais lento. — Sim, chefe. Suavemente, praticamente prendendo sua respiração, ela começou a cantar suas letras, acrescentando um pouco de sua própria aqui e ali. De repente Trace parou de tocar. — Aqui, — ele disse, entregando-lhe uma caneta. — Anote essas duas últimas linhas. — Ela não queria dizer-lhe que não era necessário, que ela as tinha memorizado. Ela escreveu em um caderno que estava escondido debaixo de seu colchão no ônibus. Pegando a caneta que ele ofereceu, ela anotou as linhas que acrescentou. Ver suas letras se misturarem na página estava fazendo algo para ela que a deixava nervosa. Cada golpe de tinta sobre o papel parecia uma carícia da pele de Trace. Quando uma linha de uma de suas letras cruzou com as dele, ela sentiu como se estivesse pressionando-se contra ele. — Hum, talvez devêssemos fazer uma pausa, — disse ela, fazendo mais do que um esforço sério para controlar a respiração.
— De jeito nenhum, você está no ápice. Deixe-me ver o que você tem, — disse ele, estendendo a mão para o caderno. Kylie teria se sentido mais confortável entregando-lhe uma foto nua de si mesma. Ok, talvez não mais confortável, mas quase tão exposta. Grandes olhos azuis e um sorriso pouco bonito, isso é o que todo mundo vê, ele começou enquanto dedilhava o violão. Deus, ele estava cantando a sua parte. Suas palavras. E uau, ele poderia cantar a sério. Suas habilidades vocais eram ainda mais impressionantes em particular. Kylie percebeu que estava prendendo a respiração e tentou expirar sem ser óbvia. Eles acham que sou champanhe cor de rosa, você sabe que sou uísque e raiva. Eles querem canções de amor e romance, você sabe que vou ficar bêbado e vamos dançar. Eu tento, eu tento, viver as suas mentiras, ser o que elas precisam que eu seja. Mas você sabe a verdade. Sabe que sou todo marcado e ferido, no meu outro lado. A música parou e Kylie não teve coragem de olhar para o homem à sua frente. Quando ela finalmente arriscou um olhar, ele não estava nem olhando para ela. Ele estava anotando algo no caderno. Ela viu quando ele segurou o violão e começou de novo. Homem grande e forte, cantando, liderando a banda, que é o que todo mundo vê. Eles acham que sou forte como touros e cervejas, você sabe que sou dor e medo. Eles me querem cantando e bebendo, você sabe que estou me afogando e afundando. Trace parou e fez algumas marcas com a caneta antes de continuar. Mas vou manter tudo isso, escondê-lo sob um sorriso. Porque você é a única que vê, o meu outro lado. Kylie sabia as próximas linhas de cor, então ela cantou junto. O mundo quer diversão, brilho e novidades, mas salvo o melhor de mim para quando estou sozinho com você. Sim, vou manter tudo isso, escondê-lo sob um sorriso. Porque você é a única que vê, sim, você é a única que vê, o meu outro lado. Por um momento, os dois apenas olharam um para o outro, a intensidade remanescente de sua música rodopiando no ar, tornando-se espessa entre eles. Estava imperfeita e crua, e a progressão dos acordes ainda precisava ser trabalhada, mas tinha potencial. O rosto de Kylie começou a formigar, além de algumas outras partes de sua anatomia. O espaço entre eles aumentou com a eletricidade que tinha uma tensão tão alta que entraria em combustão. Ela sabia que deveria ser a primeira a desviar o olhar, mas não conseguiu. É isso, ela pensou consigo mesma. Não posso voltar atrás agora. Não que ela não quisesse. Os
olhos de Trace transmitiam o mesmo querer que ela sabia que os dela tinham. Por um momento. Então ele sacudiu a cabeça como se limpando o desejo dele. Ele esfregou a parte de trás do seu pescoço e olhou para longe dela. — Bem, isso foi inesperado, — disse ele enquanto apoiava o violão contra o sofá e limpava a garganta. — Talvez quando tivermos algum tempo poderíamos tentar escrever juntos, talvez gravar alguma coisa. — Talvez, — disse Kylie. Ela ergueu o ombro no que esperava que fosse um encolher de ombro evasivo. Isso era o que Pauly estava querendo o tempo todo, ela o ouviu no telefone o suficiente para saber disso. De alguma forma, escrever e cantar com Trace parecia perigoso. Ela poderia se divertir um pouco demais, se empolgar e revelar mais do que queria. Como o fato de que realmente queria que ele a beijasse, com força e profundamente, só para saber qual seria a sensação.
Capítulo Vinte Antes de partirem, Kylie deu uma última olhada na sala de escrita. Ela queria memorizá-la para que pudesse recordar essa experiência sempre que quisesse. Era como andar de montanha-russa. O tempo todo que isso aconteceu, ela esteve pensando: Isso é loucura. O que estou fazendo? Mas quando acabou, ela teria dado qualquer coisa para fazê-lo novamente. O zumbido do telefone de Trace interrompeu seus pensamentos. Ele o tirou do bolso da camisa e olhou para a tela antes de colocá-lo de volta rapidamente. — Mensagem de Rae. As meninas estão indo às compras. Elas disseram que foi um prazer conhecê-la e esperam que você volte para visitá-las. — Algo sobre o olhar em seu rosto disse a Kylie que a mensagem de sua irmãzinha tinha dito mais do que isso, mas não quis se intrometer. — Gostaria disso, especialmente já que fiz papel de idiota esta manhã. — Ela conseguiu sentir sua pele enrubescendo só de pensar nisso. — Não, eu disse a elas que você não estava se sentindo bem. Rae meio que pensa que você está grávida e que ela poderia postar isso em seu Facepage, mas além disso, não foi nada. Dando um tapa no braço de Trace, ela disse: — É Facebook, gênio, mas isso é muito engraçado. Por um minuto, ele apenas olhou para ela com um sorriso bobo no rosto, mas então sua expressão suavizou tornando-se séria. — Quer me dizer o que aconteceu esta manhã? Ou você pode me dizer para cuidar da minha maldita vida. Qualquer que seja, — disse a ela com um encolher de ombros quando se encostou na cerca. Kylie apoiou uma bota no carrinho de golfe e olhou para Trace. Só mais um show e, em seguida, ela provavelmente nunca o veria novamente. Que diabos.
Ela respirou fundo e organizou seus pensamentos em palavras. Transformá-los em letras vinham muito mais facilmente. — Meu pai era praticamente toda a família que me restava. Ele foi morto em um acidente na fábrica onde trabalhava pouco antes do Natal passado. Eu estava tomando café da manhã da última vez que o vi vivo. — Kylie engoliu em seco. Havia mais, mas ela não tinha certeza se poderia contar. — A fábrica disse que o acidente foi resultado de algo que ele não conseguiu fazer, negligência foi o que disseram, então eles não pagam qualquer tipo de... o que quer que é chamado. Sua pequena apólice de seguro de vida pagou o funeral e o enterro, mas não pude pagar uma lápide ainda. Quando esta turnê terminar amanhã, estarei cem por cento por minha conta. Estava realmente começando a ficar bem com isso até... — Não havia nenhuma maneira de descrever o que sentia. — Até esta manhã, quando viu a minha grande família feliz tomando café da manhã? — Trace terminou por ela, inclinando a cabeça em sua direção. — Não, não foi assim. Foi apenas... — Eu queria fingir que elas eram minhas. Que você era meu. — Bem, se isso te faz sentir melhor, nem sempre fomos tão felizes, — disse ele quase não alto o suficiente para ela ouvir. — Não, claro que não me faz sentir melhor. Mas sim, Rae mencionou algo sobre isso. — O intestino de Kylie torceu. Ela esperava não deixar a garota em apuros. — É claro que ela fez, — disse ele com os dentes cerrados. Kylie estendeu a mão e colocou no braço de Trace sem a sua permissão. — Não fique bravo. Ela estava apenas tentando explicar por que... — Por que sou um idiota? — Trace ofereceu. — Algo parecido com isso, — ela respondeu com um sorriso, grata por ele não parecer muito irritado com sua irmã mais nova. — Posso perguntar onde sua mãe está? — No Céu com o meu pai, espero, — ela sussurrou, então limpou a garganta. — Ela morreu em um acidente de carro a caminho do trabalho quando eu tinha quase dois anos. Já tinha me deixado na creche. Eu realmente não me lembro de muita coisa sobre ela. — Sinto muito em ouvir isso. Ela podia ouvir a tensão em sua voz, e se perguntou o quanto ele estava pensando em sua própria mãe. Sentindo-se culpada por saber tanto sobre a situação dele, sem ele ter falado nada, fez com que ela quisesse deixá-lo saber mais do que geralmente contava.
— Na verdade, fui bem criada por meu pai. Caçávamos e pescávamos muito, passeávamos de quadriciclo, jogávamos beisebol. Ele até me levou para alguns jogos de futebol americano do Oklahoma State. — Você gosta de caça, pesca, dirige quatro rodas e esportes. — Trace sorriu largo, um sorriso de coração para ela. — Você é a menina dos sonhos de todo homem. Aposto que não era a intenção de seu pai. Kylie riu. — Não, provavelmente não. — Na verdade, ela tinha certeza de que era exatamente por isso que ele se casou com Darla antes dela completar treze anos. Ele estava preocupado em estar transformando a menina em um garoto. — Bem, sinto muito em ouvir sobre seus pais. Não mantenho contato com a minha família como deveria, para ser honesto. Certamente você já viu o quanto o drama que algumas famílias de artistas podem causar. — Kylie lembrou vagamente de ouvir algo sobre a mãe de Trace escrever um livro contando tudo sobre ele. Ela quase se encolheu com a quantidade de dor que deve ter causado, sua mãe renegando-o e, em seguida, lucrando assim. — Não que isso sirva de consolo, mas pelo menos você não tem que lidar com nada disso. É realmente uma das razões que Pauly queria você na turnê, mesmo que você fosse uma desconhecida. Você não veio com qualquer bagagem. — Hum, sim, sorte minha. — Então... não há ninguém? — Os olhos de Trace estavam cheios de compaixão que Kylie não sabia se ela queria. Ou merecia. — Não, só eu. — Bem, de alguma forma consegui estragar o que era para ser um passeio divertido na fazenda, então estou me sentindo muito bem comigo mesmo agora. Ela sorriu para ele. — Está tudo bem. Não é como se tivesse algum segredo ou se Cora tem alguma coisa a dizer sobre isso. — Assim que as palavras saíram de sua boca, a parte inferior do estômago de Kylie revirou. Ela tinha um segredo. E era um bem grande. Mas não havia razão para falar sobre Darla. Essa parte de sua vida tinha acabado. — Já que já transformei isso em um episódio do Dr. Phil, posso te dar um conselho? — Claro, contanto que eu não tenha realmente que segui-lo. — Ela mordeu o lábio, esperando que ele percebesse que ela estava apenas brincando. — Claro que não, — ele disse com uma piscadela. — É só que veio ao meu conhecimento recentemente de que você realmente tem algum talento, e sei o quanto essa indústria pode ser... uma máquina, Kylie, e pode produzir e transformá-la em algo que você chutaria sua própria bunda, se você não der a ela o que ela precisa. E o que ela
precisa é de dinheiro, venda de ingressos, hits número um, tocar no rádio, e uma marca. É nisso que eles irão transformá-la, numa marca. Não estou dizendo que é a pior coisa do mundo só... tente não esquecer quem você realmente é em tudo isso. Foi o mais que ela já ouviu ele dizer em todo o tempo que se conheciam. O olhar em seus olhos era duro e intenso e quase assustador. Como se estivesse tentando fazê-la acreditar nele com seu olhar. Isso também explicou por que ele tão malditamente se atrasava para checar o som depois da gravadora ter lhe dito para não atrasar. Mais ou menos. — Isto está acontecendo muito mais rápido para você do que para a maioria das pessoas. Do que foi para mim. — Trace pigarreou e examinou suas mãos. — No começo, quase todo mundo mentiu para mim. Escondiam coisas de mim. Tive que descobrir um monte de verdades duras sobre mim mesmo. — Ela engoliu em seco quando o olhar de Trace desapareceu por um tempo. Um sentimento estranho e desconhecido de arrependimento que ela não sabia voltou para eles, não tinha sido capaz de estar lá para ele, e isso tocou-lhe o coração. — Só não se esqueça que você pode dizer não, porque se você mudar quem é para eles, então Kylie realmente não teve êxito, alguém mais teve. O silêncio caiu e aumentou entre eles. Podia ouvi-lo respirando pesadamente. Ou talvez fosse ela. — Agora, posso perguntar uma coisa? — Disse ela, meio que esperando que ele dissesse não. Ele apenas acenou com a cabeça, seus olhos se movendo de suas mãos para os olhos dela, em seguida, parando sobre a bota que ela ainda tinha encostada no capô do carro de golfe. — Você faria algo diferente? Se você tivesse que fazer tudo novamente, você ainda se mudaria para Nashville? A mandíbula de Trace se contraiu e ela pensou que o viu estremecer. Bom, Kylie. Pior questão de todas.
Capítulo Vinte e Um
— Faria algumas coisas de forma diferente, sim, mas provavelmente ainda acabaria na música de uma forma ou de outra, — ele finalmente respondeu, embora ainda sem encontrar o olhar dela. — A música sempre foi o meu lugar seguro, — continuou ele. Seu olhar desfocado disse a Kylie que ele não estava vendo os hectares de terra espalhados diante dele, mas algo completamente diferente. — Quando havia música em minha casa, isso significava que as coisas eram boas. Todo mundo estava feliz, dançando, rindo, só gostando de estar vivo. Quando a música parou... — o peito de Trace subiu e desceu quando o sorriso que ele usava desapareceu e ela esperou em silêncio que ele terminasse. Mas apenas balançou a cabeça com seus olhos sem brilho, retornando ao presente. Sua pele conservou um leve rubor e ela não teve certeza se era do vento ou da conversa. Kylie soltou a respiração que não percebeu segurar. Uma brisa passou em um turbilhão, e fez os fios loiros do seu cabelo solto voar em seu rosto. — Rae disse que estava em uma banda quando começou, — ela ofereceu quando empurrou o cabelo para fora de seus olhos. — Sim. Eu estava realmente, com alguns rapazes que estavam na festa de ontem à noite. Mas agora eles estão todos casados, com filhos e empregos reais, e eu estou vivendo em um ônibus. Sua boca estava aberta. Ela não podia acreditar que estivesse falando sério. — Trace... Você tem um emprego de verdade, que tenho certeza que a maioria desses caras ficariam feliz em negociar os seus das nove às cinco por ele. Ele cruzou os braços sobre o peito antes de falar novamente. — É, provavelmente você está certa. Às vezes sinto-me como se isso estivesse tomando conta da minha vida. — Ele fez uma pausa e olhou para o céu, como se estivesse à procura de uma resposta para uma pergunta que Kylie não sabia como responder. — Não, é mais como se estivesse
perdendo realmente minha vida por causa disso. Como você disse, não vai demorar muito até que alguém venha e me substituía ou eu desista... de praticamente tudo isso. — Você sabe que não quis dizer isso. Eu estava com raiva, — ela assegurou-lhe. Esta foi a primeira vez que o viu baixar a guarda. Isso a desequilibrou. Tentar confortá-lo e manter a sua própria guarda ao mesmo tempo era quase impossível. — O que não torna menos verdadeiro. Não é como se alguém realmente se importasse de que eu possa lançar outro álbum ou não, há uma abundância de outros caras por aí cantando coisas semelhantes. — Eu me importo, — ela disse a ele, encolhendo os ombros como se não fosse difícil admiti-lo. — Inferno, você nem gosta de mim, — ele voltou para ela com um sorriso. — O que isso tem a ver com alguma coisa? — Além do fato de que isso não é verdade. — Então me diga por que você se importa se eu vou continuar a gravação ou não. — Trace desafiou. Kylie respirou fundo, esperando que sua resposta fosse coerente e não se transformasse em alguma coisa sentimental demais para compartilhar. — Adeus em seus olhos me faz lembrar do meu pai. Das coisas que teria dito se soubesse que aquela seria a última vez que o veria, — ela respondeu calmamente, esperando que a brisa soprasse as suas palavras para onde seu pai estava. Quando Trace não disse nada, ela continuou. — Nasci às 5:38 da manhã, e todos os anos ele invadia meu quarto com seu violão, exatamente às 05:38 para cantar Feliz Aniversário. — Kylie fez uma pausa para tomar fôlego. — A linha que você escreveu: "Toda vez que o tempo vem por aí, eu sinto o seu adeus mais uma vez", é uma das melhores linhas já escritas, tanto quanto estou afetada. Um lado da boca de Trace levantou antes que ele falasse. — Até agora, eu praticamente tenho um comentário espertinho para quase tudo. Você é a primeira mulher que conheci que pode calar-me. Isso está martelando na mente de Pauly. — Trace disse a ela com um leve bufar que pareceu uma suave risada. — E a minha, — completou. — Sim, bem, sou provavelmente a única mulher que você já se associou que tem um QI de três dígitos. — Ela mordeu o lábio inferior e sorriu para si mesma. Quando Trace não respondeu, Kylie saiu de cima do muro e ficou em linha reta. — Kylie... — ele começou, mas ela o interrompeu. — Provavelmente deveríamos voltar. Aposto que Pauly está pirando, — disse ela, na maior parte apenas para evitar que as coisas ficassem ainda mais intensas.
— Sim, tudo bem, — ele concordou. Quando ela se virou para entrar no carrinho de golfe, algo molhado bateu contra seu quadril. Ela olhou para baixo. Lama foi respingada em seus jeans e no canto inferior de sua camisa. Bem, a camisa do Trace. — Que diabos? Trace retornou o olhar perplexo dela com um sorriso malicioso e levantou as sobrancelhas. — Isso é por insinuar que eu namoro vadias — informou a ela, apontando para o quadril dela encharcado de lama. — Ah, é? — Kylie pegou um punhado de lama e arremessou-a em seu peito. Impacto direto. — Bem, isso é por me dar o cano em Dallas. Assim que as palavras saíram de sua boca, outro grupo de lama espirrou contra seu ombro. — Isso é por entrar no The Player's Club e em um quarto com um completo estranho, tudo na mesma noite. — Estava totalmente bem, — ela argumentou quando ela atirou um punhado de terra úmida que acertou muito mais perto de sua virilha do que ela pretendia. — Isso é por me segurar como um homem das cavernas. — Oh, vou te mostrar o homem das cavernas. — Trace grunhiu quando ele correu em direção a ela com dois punhados de lama preta. Kylie gritou e correu, quase tropeçando em seus próprios pés, enquanto tentava recolher um pouco mais de munição. Ela sempre foi uma corredora rápida, mas ele foi mais rápido. No momento em que a luta de lama terminou, ambos estavam ofegantes e endurecidos da cabeça aos pés de lama. — De jeito nenhum você andará no meu carrinho de golfe assim, — disse ele, apontando para suas roupas cobertas de lama. — Ah, sim, e você? Trace olhou para sua roupa encharcada. — Tenho que admitir, você tem muito mais mira do que imaginei. — Ora, Sr. Corbin, foi um elogio? Sua cabeça se levantou e ele olhou para ela. — Disse-lhe para não me chamar assim. — Ok, Tracey. Ele balançou a cabeça, atirando gotas de água barrenta que escorriam de seu cabelo. — Poderia matar Rae, às vezes, juro. Sério, você não pode sair por aí me chamando assim. Sério.
— E se eu fizer? — Então vou... — Ele não conseguiu terminar a ameaça, porque um grupo gigante de lama bateu no seu canto da boca. Ele correu atrás dela, perseguindo Kylie quase todo o caminho de volta para casa, ambos abandonando o carrinho de golfe. Agarrando-a pela cintura, ele a levou chutando e gritando para a lagoa artificial que Rae tinha dito a ela que ele mesmo construíra. — Você vai nadar, — ele disse enquanto a jogava dentro da lagoa. — Trace, não! Por favor, não sei nadar! — Ela gritou no meio do ar. Trace pulou na água bem atrás dela. Assim quando ele passou um braço em volta de sua cintura para tirá-la da água, ela pulou e mergulhou-o para dentro. Quando ele finalmente voltou para a superfície, ela estava rindo. Próxima a histeria. — Você deveria ter visto seu rosto. — Kylie emergiu, flutuando na água turva. — Você, — ele disse enquanto balançava seu cabelo molhado na direção dela, — não é uma boa menina. — Nunca disse que era. — Ela sorriu para suas costas quando ele se levantou e saiu em direção à grama. — Acho que deveria ter percebido isso quando você jogou trinta mil dólares de álcool pelo ralo, — ele murmurou. Kylie estremeceu frente ao montante que ela não tinha percebido que era tanto. Mas então ela riu, agradecida que eles eram capazes de fazer piadas sobre o assunto. — Trégua? — Ele perguntou, estendendo a mão para ajudá-la a sair da lagoa. — Trégua, — disse ela, tomando-a. Mas ela perdeu o equilíbrio, assim que ele soltou e ela tropeçou em seus braços. — Uau, você está bem? — Seus olhos se encontraram e ela sentiu calor inundando lugares que ela sabia que não devia estar pensando. Por favor, me beije, ela pensou com ele. Mas ele não quis pegar a mensagem ou ignorou isso, porque ele a soltou como se ela tivesse pegando fogo. — Estou bem, — ela murmurou enquanto o peso da decepção se estabelecia em seu peito. — Vamos ter que tirar essas roupas molhadas no vestiário e tomar banho antes de voltarmos. Na menção de Trace remover a roupa, o coração de Kylie perdeu uma batida e reiniciou tudo fora de ritmo. — Hum, não tenho exatamente mais nada para vestir.
— Basta pegar algo de Rae e vou jogar nossas coisas para lavar, — disse ele por cima do ombro enquanto caminhava em direção a casa. Quando chegaram no vestiário, Trace foi um perfeito cavalheiro, para sua frustração. Ele entregou-lhe uma toalha, então, não olhou em sua direção enquanto ele tirava a cueca boxer e enrolava uma toalha em torno de sua cintura. Ela, por outro lado, não conseguiu. A visão de sua pele nua fez suas sinapses disparar como tiros de uma AK47. Ele era denso e musculoso e tinha um toque bronzeado de um agricultor. Os músculos das costas que enrugavam com cada movimento lembrou Kylie dos cavalos que seus avós tinham. Alguma coisa estalou em sua cabeça quando percebeu o que era. Ele trabalhava, mesmo sendo provavelmente obscenamente rico, mas ele fazia todo o trabalho da própria fazenda. Ainda cuidava de suas irmãs. Ele mesmo. Tinha calos nas mãos, como o pai dela tinha, porque ele não tinha medo de trabalho duro. Ok, e sim, ele era quente como o inferno e poderia cantar a calcinha de uma menina direto para fora. Ela tirou a roupa molhada lentamente, esperando que ele se virasse e olhasse, mas ele só pegou o que ela derrubou e correu para fora do quarto. Ela manteve o sutiã e a calcinha encharcados e envolveu a toalha em volta de si mesma. Ela estava se sentindo muito insegura devido à vibração não-interessado que Trace estava subitamente radiando em sua direção. Ela se dirigiu para o quarto principal, com a intenção de usar esse banheiro para tomar banho, mas mudou de direção no último minuto. Desde que ele saiu, ela decidiu ir em frente e colocar seu sutiã e calcinha na máquina. Pegar roupas emprestadas de Rae era uma coisa, mas o pensamento de usar a roupa íntima de alguém a assustava. Ela caminhou descalça em direção ao som de uma máquina de lavar roupa zumbindo. Trace ainda estava longe de ser visto quando ela finalmente encontrou a lavanderia. Ela largou a toalha e jogou seu sutiã na máquina. Tinha apenas começado a deslizar sua calcinha para baixo quando a ingestão aguda de fôlego a alertou para a figura larga que escurecia a porta da lavanderia.
Capítulo Vinte e Dois Enquanto ela se apressava em se cobrir, o olhar dele se prendeu no dela. O vermelho-quente da luxúria que consumia o corpo dela foi refletido de volta para ela com o olhar penetrante dele. De repente, ela foi superada por algo muito mais poderoso do que querer. Ela queria ser bem sucedida em sua carreira. Ela queria fazer seu pai orgulhoso. Antes disso, ela pensou que ela queria que Trace olhasse para ela como ele olhava agora. Mas ela tinha superado esses sentimentos agora. Isso era uma dor profunda, a ponto de ser uma dolorosa necessidade física. Ela manteve contato com os olhos dele, enquanto ela jogava a calcinha na máquina de lavar. — Esqueceu alguma coisa? — Ela perguntou em voz baixa. Trace passou por ela, ainda não desviando o olhar de seu rosto, mas ela podia sentir o quanto ele queria, e jogou na máquina a cueca que ele estava segurando. — Pensei que você já estaria no chuveiro. — Seu olhar era de aço endurecido, mas Kylie não perdeu o tremor em sua voz. — Desculpe desapontá-lo, — ela brincou, quebrando o contato visual para pegar a toalha no chão. De repente, ela estava muito consciente de que a sua pele não era um órgão interligado como ela sempre acreditou. Era feita de um zilhão de pequenas células individuais que chamuscaram e vibraram violentamente quando Trace a analisou. — Nada sobre você é decepcionante, — ele murmurou. Um inferno travava entre as coxas dela e quase não resistiu ao impulso de pegar a toalha na cintura dele e puxá-la para ela. — Dois elogios em um dia. Se não o conhecesse melhor, acharia que você está começando a gostar de mim, — ela disse quando embrulhou o tecido felpudo branco e espesso em volta de si mesma. Agora que estava coberta, os olhos dele correram sobre
cada centímetro de seu corpo, tocando em todos os lugares que ela queria suas mãos. Ele teve um vislumbre e pareceu gostar do que viu, ele admitisse ou não. — Por favor, vá para o chuveiro agora, — sua voz tensa implorou. Rejeição espalhou como lava sobre sua carne exposta. Até que ela olhou para frente de sua toalha. — Sério, vá. Preciso de um minuto. — Só um minuto? — Ela perguntou, dando um passo para mais perto dele. — Bem, isso é decepcionante. Trace fechou os olhos quando Kylie passou levemente um dedo sobre o peito nu, mas ele não se moveu nem sequer pestanejou. Bêbada com poder, ela deu mais um passo para perto. A pele dele estava quente como ela tinha previsto, e esticada sobre os seus músculos. Ela queria desesperadamente substituir o dedo pela língua. — Tome banho comigo? — Sugeriu suavemente, tomando cuidado para esconder qualquer indício de súplica em sua voz. Não que ela não estivesse preparada para implorar se fosse necessário. Um pulsar intenso tinha assumido todo o seu corpo. Isso não era nada do que ela tivesse sentido antes e estava a alguns segundos de gritar para ele tocá-la. Mas ele balançou a cabeça negativamente, com os olhos ainda fechados, os músculos de sua mandíbula cerrados quase ao mesmo tempo com que a própria dor pulsante dela. — Por favor, olhe para mim, — ela sussurrou. Ele abriu os olhos. Eles queimavam com tanta força que ela temia que pudesse derreter sob o calor. Seu corpo aqueceu a uma temperatura perigosamente alta de dentro para fora. Se não estivesse tão excitada, estaria com medo. Isso a faria como todas as outras, e ela sabia disso, mas o queria por causa de quem ele realmente era. O cara que tinha visto aqui em sua casa e através dos olhos de suas irmãs. Não por causa da fama ou da reputação. Mais como apesar delas. Em sua mente, aquilo tornava a situação diferente. E não era como se ela estivesse tentando se casar com ele, nem nada. Depois de amanhã à noite, quem sabia se ela sequer o veria novamente? Ela tinha certeza que não, e isso a fez desejá-lo muito mais. — Depois é só fazer amor comigo e tomarei banho, sozinha. — As palavras dela ainda estavam pairando no ar quando Trace soltou um grunhido gutural e a levantou do chão. Ela enrolou as pernas em torno dele, como se fosse um instinto natural e cedeu à vontade para reivindicar a boca dele como a sua. Porque ela tinha que fazer.
A língua molhada e grossa dele pressionou quente em sua boca e ela se ouviu gemer. Ela não sabia que um beijo podia parecer como o amor, mas Trace fez um trabalho com isso, lambendo e chupando e mordendo suavemente seus lábios até que ele provou cada centímetro dela. Ele apertou-a contra a parede do corredor do lado de fora da lavanderia e beijou firme sua mandíbula até sua garganta. Ela gemeu novamente em voz alta, perguntando se as pessoas normais gemiam durante o beijo. Ela massageou os braços até o pescoço dele. Passando os dedos por seu cabelo espesso, saboreando-o com suavidade. Ele gemeu e ela cobriu a boca dele novamente. Ele cheirava a terra úmida e tinha gosto de água. Foi pra lá de uma má ideia e Kylie sabia que tudo o que parecia surpreendentemente bom seria seguido imediatamente por um inferno a enfrentar. Mas, que Deus a perdoasse, valia à pena. Quando finalmente chegou ao chuveiro, ela estava tremendo com a necessidade. Trace ligou a água, passado de dez graus para escaldante e Kylie se preparou enquanto a água a cobria. Puxando-a para perto, ele devorou o pescoço dela com a boca e um gemido saiu de dentro dela. Seus joelhos ameaçaram ceder, mas os braços de aço a estabilizaram quando ele a virou para encará-lo. — Você está ainda mais bonita molhada. — Sua voz era tão grossa e profunda que quase a mandou cambaleando até o limite. — Por favor, Trace. Preciso de você. Agora, — ela implorou descaradamente. Como se ele tivesse esperado a vida inteira por essas exatas palavras, ele a agarrou e a levantou novamente, pressionando-a contra a parede de azulejo do chuveiro. Estava frio contra suas costas, mas ela estava queimando. — Ah inferno. — Trace gemeu, juntamente com algumas outras palavras bem escolhidas. — O quê? O que há de errado? — Kylie estava entrando em modo de pânico tentando descobrir o que ela tinha feito de errado. — Camisinha. — Trace olhou em volta como se alguma fosse aparecer no chuveiro. — Hum, há alguma debaixo da pia? — Não, Kylie. Não tem. Não trago mulheres aqui. — Ele a abaixou e apoiou um braço na parede ao lado de sua cabeça. Oh. E oh, isso a fez querê-lo muito mais. Ela nem sequer pensou que poderia querer isso ainda mais, mas lá estava isso. — Trace, estou tomando a pílula. Desde o ano passado.
— O que você está dizendo? — Acho que você sabe, — disse ela em voz baixa, enrijecendo com a dose desagradável de rejeição prestes a derramar sobre ela. A água derramando sobre a pele perfeita dele fez Kylie querer lamber cada centímetro. — Kylie, escute-me. Eu não fodo sem camisinha. Nunca. — Então não me foda, Trace. Faça amor comigo. O homem que tinha onze hits número um nos primeiros anos de sua carreira, tinha escoltado modelos, atrizes, e inúmeras belas mulheres para tapetes vermelhos de premiações e outros eventos cheios de celebridades, que pareciam perfeitamente à vontade no meio do que Kylie considerava uma orgia, parecia completamente e totalmente perdido. — Eu-eu não faço amor também, Kylie Lou. — Você poderia tentar — ela disse suavemente. — Por favor? Por mim? — Ali estava ela. A prova inegável de que tinha caído. Longe e forte. Ela estava implorando. E ela nunca, jamais, implorou. Por qualquer coisa. Nunca. — Não sei se posso. — Trace deixou seus olhos beber cada centímetro do corpo nu e molhado dela. Ela passou a mão lentamente pelo braço esculpido. Suavemente no início, antes de agarrá-lo mais forte e pressionar-se mais perto dele. — Vou ser gentil com você. A resposta gemida de Trace ecoou pelas paredes. — Isto é como vai ser com você? Você me obrigando a fazer todas as coisas que consegui evitar toda a minha vida? Kylie sorriu o sorriso mais sedutor que conseguiu. — Espero que sim. — Colocando a boca na dele, ela o puxou de volta para onde estavam antes. Voltar para o seu corpo se contorcendo molhado, que doía com a necessidade que só ele podia acalmar. Trace usou uma mão para agarrar o queixo dela e segurá-la parada enquanto explorava sua boca com a língua e sua outra mão abria a lisa carne dobrada entre as coxas dela. Os gemidos de Kylie ficaram mais altos do que a água derramando sobre eles. Ela abriu as pernas ainda mais, dando-lhe acesso completo. Ele gemeu em sua boca quando deslizou um dedo em sua abertura. — Talvez eu tenha mudado de ideia. — Kylie disse contra seus lábios. Trace se afastou, mas ela não o deixou ir longe. — Talvez eu queira que você me foda ao invés disso.
— Tudo a seu tempo, querida. — Assim que as palavras saíram de sua boca, ele caiu de joelhos e usou os dedos para abri-la ainda mais. Olhando para ele de joelhos, diante dela, no vapor do chuveiro, quase a fez gozar logo em seguida. Sua língua molhada e grossa empurrava contra ela em câmara lenta, em torturantes lambidas. — Oh meu Deus. — De repente, ela estava desesperada e ofegante. — Sim, definitivamente mudei de ideia. — Trace lambeu mais forte, mergulhando sua língua dentro dela. Ela definitivamente não ia aguentar. As pernas de Kylie ameaçaram ceder e ela estendeu a mão para pegar em algo. Uma barra na porta do chuveiro era útil, mas provavelmente não duraria muito tempo sob seu aperto da morte. Estendendo a mão até seus seios, Trace o lambeu até que ele estivesse de pé. — Minha doce menina molhada. Tão forte por fora e tão suave e doce por dentro. — Ele fechou a boca sobre a dela e Kylie provou-se em seus lábios. Metal ressoou e o som ecoou ao redor deles. Sim, a barra na porta do chuveiro estava agora pendurada em uma única extremidade. Trace ou não percebeu ou não se importou. Ele a ergueu para cima dele, sorrindo quando ela envolveu suas pernas em volta da sua cintura. Seus músculos do estômago se apertaram com força em antecipação. O medo tomou conta dela. E se ela fosse ruim nisso? Kylie sentiu a ponta dele entrar, e mordeu o lábio inferior. Ela precisava dele dentro dela agora. Suas paredes internas estavam puxando e agarrando-o com força enquanto ele pressionava para dentro. Deus, ele era enorme e grosso. Ela não podia imaginar como a coisa toda iria realmente se encaixar já que o dedo dele parecia como uma extensão. Trace gemeu, deixando o som sair lentamente enquanto empurrava dentro dela em uma estocada deliciosamente dolorosa. Algo beliscou e rasgou e a intensa pressão era muita para lidar calmamente. Gemidos de dor misturados com prazer escaparam da garganta de Kylie. Ela cerrou os olhos em uma tentativa de sobreviver. Quando ela deixou-se olhar para os dele, eles estavam arregalados de pânico. — Kylie? Mas que diabos? Oh Deus. — Ele balançou a cabeça e Kylie apertou com mais força. Ela deveria ter contado a ele. Mas, então, ele poderia tê-la rejeitado. Ele bateu a mão com força contra a parede do chuveiro, fazendo-a vacilar. Ela não podia suportar a tristeza que viu enchendo seus olhos enquanto ele sacudia a cabeça para trás e para frente. Como se odiasse a si mesmo. Sua boca se abriu e ela
disse tudo que pôde pensar para fazer isso melhor, então ele não pararia. — Quis isso, queria você. Eu queria tanto você, Trace. Precisava que fosse você. Por favor. As veias do pescoço dele incharam enquanto ele fechava os olhos e respirava fundo. — Droga, Kylie. Pare, — ordenou, sem olhar para ela. Ela tentou, mas não pôde forçar seu corpo para sair deslizando para cima e para baixo de seu comprimento em um esforço desesperado para levá-lo ao lugar que ela precisava. Quando ela fez isso foi fundida por puro prazer. Foi tão bom que Kylie perdeu a capacidade de falar por um momento. E então ela foi atingida por uma onda avassaladora de pânico. Porque era muito, muito bom. O tipo de ruína boa que você para tudo e todos. Nada seria tão bom novamente. Quando ele finalmente abriu os olhos, o olhar que ele deu a ela lhe disse que era exatamente o que ele pretendia. Até que ele percebeu que ela era virgem. Trace agarrou seus braços, forçando-a a parar de se mover. O aguilhão frio da rejeição a agarrou. Por favor, não. Quando ela estava parada, ele retirou-se de dentro dela e colocou-a no chão. Kylie teve que morder o interior da bochecha para não chorar quando ele se virou e fechou a água. Antes que ela pudesse descobrir como convencê-lo a terminar o que tinha começado, ele abriu a porta do chuveiro. O jato de ar frio bateu nela tão forte que perdeu o fôlego. Envolvendo seus braços em volta de seu corpo nu molhado em uma tentativa de parar o tremor que a estava balançando, ela observou impotente quando ele saiu do chuveiro. — Frio? — Ele perguntou em voz baixa. Falar equivalia às lágrimas chegando, então ela balançou a cabeça e desviou o olhar. Um grito de surpresa escapou de sua garganta quando ela sentiu que estava sendo levantada novamente. Braços fortes a carregaram no estilo noiva em noite de núpcias, para a cama king-size no quarto ao lado. Ele a deitou no colchão e olhou para seu corpo nu. — Você é malditamente bonita para seu próprio bem. Inferno, você é muito bonita para o meu próprio bem. Kylie sorriu nervosamente para ele, sem saber o que estava por vir. — Meu cabelo vai deixar o seu travesseiro todo molhado, — disse ela, inclinando-se para que ele pudesse colocar uma toalha debaixo dela se quisesse. — Baby, quando terminarmos, espero que você tenha molhado todo o maldito colchão.
Alívio inundou todo o seu corpo. Assim como fez um calor muito necessário. Antes que ela tivesse tempo para rir dele por ser tão louco, Trace montou nela, cortando qualquer outra coisa que ela tivesse planejado dizer. O grosso cume de sua ereção pressionava contra ela. — É sua primeira vez, Kylie. Vamos fazer isso direito. — Inclinando-se, ele chupou cada um de seus seios em sua boca, puxando cada mamilo com os dentes, até que ela gemeu o nome dele. O calor começou a construir entre suas pernas quando ele deslizou para fora dela. Ela estava quente e úmida e pronta. Separando os joelhos com a mão, Trace olhou para a conjuntura em suas coxas como uma sobremesa proibida. — Até isso é lindo, — disse ele reverentemente, arrastando um dedo por sua umidade. Kylie corou e contraiu com o elogio incomum. — Trace. — Seus joelhos tentaram fechar, mas ele segurou-os abertos. — É. É perfeito. — Abaixando sua boca para ela, ele colocou lambidas suaves entre suas pernas até que ela estava arqueando para fora da cama. Sua língua parecia estar pedindo desculpas pelo tratamento áspero que o pau dele tinha acabado de dar a ela. Não que ela estivesse reclamando também. Apesar de que a boca dele em sua carne sensível era tão intensa, seu corpo se esforçou para se afastar. — Onde você está tentando ir, querida? — Mmm. — Ela não podia responder por que não conseguia formar nenhuma palavra real no momento. Ela queria tocá-lo, mas suas mãos estavam agarrando o edredom debaixo dela. Se ela soltasse, ela temia que subisse direto para o espaço. Ela estava perdendo o controle. Parte dela odiava o sentimento. Mas essa parte poderia calar a boca porque o que Trace estava fazendo com ela era tão bom que ela estava a segundos de distância de gritar. Deslizando suas mãos para cima, ele fez cócegas em suas coxas e ela se contorceu. Ainda lambendo suavemente seu clitóris, ele pressionou um dedo dentro e o corpo de Kylie endureceu. Gemidos e choramingos e sons que ela não podia recriar se sua vida dependesse disso, saíram de sua garganta. Prazer rasgou no meio dela tão forte que ela teve vontade de gritar só para liberar um pouco da pressão. Trace nem sequer pestanejou quando ela balançou e estremeceu, quase deu uma joelhada na cabeça dele em uma tentativa de conseguir algum alívio do assalto implacável de sua boca. — Oh, não, baby. Não estamos nem perto de terminar, — ele rosnou contra seu centro. Oh Deus.
Ela teria que implorar-lhe então. Suas palavras saíram em uma corrida frenética. — Trace, oh Deus. Por favor. Trace, não aguento mais. Por favor. Por favor. Mas ele não parou. Ele acrescentou outro dedo dentro dela e aumentou a pressão de sua língua. Era demais. Seus pensamentos fugiram e ela se perdeu em um turbilhão de êxtase. A sala estava girando forte e rápido, ou talvez apenas a cama estivesse, mas ela não conseguia descobrir como fazê-lo parar. Sua boca se moveu para cima e ele substituiu sua língua pelo polegar em seu clitóris. Ele apoiou sua estrutura muscular acima da dela enquanto seu polegar se movia em círculos tentadores. Sua respiração fez cócegas no rosto dela. — Olhe para mim, Kylie Lou. Quero olhar para esses belos azuis quando você gozar. Ela forçou abrir os olhos e encontrou seu olhar sufocante. Sua boca tentou formar uma palavra, um fundamento, algo assim. Mas nada veio. Na verdade, ela veio. Mas as palavras não. Trace a prendeu em seu olhar e seu corpo tremeu e convulsionou por própria vontade. Ele tirou os dedos dela lentamente e ela gemeu com a ausência. — Você pode aguentar mais, baby? — Perguntou ele, pouco antes dele chupar seus dedos em sua boca. Os mesmos dedos que estavam em sua umidade. Jesus. Seus olhos tinham um desafio que ela esperava que pudesse satisfazer. Mas ela estava muito fraca para responder em voz alta então ela apenas balançou a cabeça. Sim, por favor. Desta vez, quando ele se deslizou dentro dela, não doeu nada. Seus quadris se levantaram, balançando no mesmo ritmo lento, rítmico que ele estabeleceu para eles. Finalmente capaz de liberar as mãos do edredom, ela colocou os braços ao redor dele, cravando os dedos em suas costas, em um esforço para puxá-lo para baixo com ela. — Não, não, não, pequena moça, estou no comando. Você foi exigente e esteve no controle por tempo suficiente. Minha vez agora. — Estendendo a mão para trás, ele puxou as mãos dela e agarrou-lhe os pulsos com firmeza suficiente para causar uma leve pitada de dor. Prendeu-os acima de sua cabeça e continuou penetrando e afastando enquanto olhava nos olhos dela de cima. Inclinando-se, ele sussurrou em seu ouvido. — Quando eu terminar, você quase não vai ser capaz de aguentar eu não estando dentro de você.
Capítulo Vinte e Três Tudo seria diferente entre eles agora e, por essa razão, Kylie nunca queria deixar seus braços, sua cama, ou sua casa. Talvez por algumas outras razões também. Pela primeira vez em um longo tempo, ela se sentiu protegida e segura. Lar. Ela também estava se sentindo muito chateada consigo mesma. Não devia estar deixando-se querer isso. Dormir com ele era uma coisa, querer mais do que isso era apenas completamente estúpido. — Tudo bem? — Ele murmurou em seu cabelo enquanto segurava seu corpo nu contra o dele. Ela aconchegou-se nas cobertas, balançando seu traseiro contra a virilha dele. Quem sabia que conchinha poderia ser tão quente? — Mais uma vez? — Ele perguntou, sem se preocupar em afastar o choque em sua voz. Esta seria a terceira vez. A boca de Trace encontrou seu ombro nu com um beijo quente e úmido. Kylie ronronou suavemente. — Mmm, talvez, se você estiver bem para isso, velho. Mas provavelmente devemos ir embora logo. — De volta à realidade, pensou amargamente. — Ah, ser jovem e livre — sua voz quente brincou enquanto beijava seu pescoço. Oh Deus. Livre. Será que ela realmente poderia ser livre de Darla? Desde a sua discussão mais cedo, lhe incomodou os pensamentos sobre o que Darla poderia tentar fazer se Kylie tivesse qualquer sucesso. Agora não era hora, mas ele merecia saber a verdade. — Ouça, Trace, queria te dizer...
— Segure esse pensamento. — Ele pegou seu telefone vibrando fora do criadomudo. Ela nem sequer se lembrava dele pegando-o. Ele deve ter pegado em algum momento quando ela cochilou. — Olá, Pauly. Sim, trabalhando nisso agora. Ok, ok, relaxe. Estaremos lá em breve. — Ele fez uma pausa e passou a mão por toda a extensão do lado de Kylie. — Sim, eu sei, — ele respondeu ao telefone, a nitidez de sua voz contrastando com a suavidade de seu toque. Ela ouviu um clique antes que Pauly tivesse acabado de falar. Ela virou-se para que pudesse olhá-lo. — Você acabou de desligar na cara dele? — Sim. — Trace! — Bem, ele estava arruinando o momento. Onde estávamos? Kylie abriu a boca para terminar a frase de antes, mas seu olhar frio a deteve. Eles eram da mesma cor tempestuosa que tinham sido naquela noite no The Rum Room. Isso pode ser tudo o que ela conseguiu. A conversa podia esperar. — Estávamos bem aqui, — disse ele, apertando-a contra ele mais uma vez. Ele estava certo. Ela já não aguentava por ele não estar dentro dela. Essa provavelmente seria a última vez, pensou consigo mesma, então ela queria que fosse tudo. — Pauly me ligou onze vezes, — disse Kylie Trace enquanto eles devoravam seus hambúrgueres no caminho de volta para o ônibus. — Ele apenas salientou que não chegaríamos a tempo do ensaio no Tin Roof. Ele vai se acalmar quando chegarmos lá. — Sua confiança era ligeiramente reconfortante, mas Kylie não mencionou as mensagens que Pauly estava enviando sucessivamente, diziamlhe para ficar o mais longe possível de Trace e ligar para ele o mais rápido possível. Quando entrou no estacionamento RV onde o ônibus estava estacionado, Trace desligou o motor, mas não fez um movimento para sair. Quando nossos pés tocarem o chão tudo isso será apenas uma lembrança e nada mais. Eles fariam seu último show e iriam para caminhos diferentes. Algo dentro dela doía da mesma forma que doera quando a polícia lhe dissera sobre o pai. Minha alma, ela percebeu. Deixar Trace depois de tê-lo por muito menos do que 24 horas estava machucando sua alma. Porque estou, obviamente, fora da minha mente sempre amorosa. Trace não parecia estar com pressa para sair da caminhonete também. Mesmo que estivesse começando a sentir como se não houvesse oxigênio suficiente na cabine para ambos. — Kylie? Você está bem?
Ela não podia se arriscar a chorar, não agora, depois de tudo. Então, ela apenas balançou a cabeça. Não. — É Pauly? Porque prometo, ele vai ficar bem quando este último show terminar e essa turnê acabar sem problemas. Sem problemas. Huh. O pensamento de terminar isso agora se parecia com uma punhalada de uma navalha afiada para ela. — Sei. Tenho certeza que você está certo, — disse ela em voz baixa. Ele parou de amassar o invólucro de papel de seu sanduíche e olhou para ela por um momento. — Então por que você parece com medo de sair desta caminhonete? Kylie respirou fundo. Havia já uma mentira entre eles. Ela não podia ficar para adicionar outra. — A música tem sido o meu... tudo, por tanto tempo quanto me lembro. É a única ligação que tenho com o meu pai. — Ela fez uma pausa para engolir o nó ascendente em seu esôfago. — Houve momentos em que escolhi sobre comida e abrigo. Eu absorveria o ar se eu pudesse sobreviver. — Era a verdade. Ela viveria, respiraria, e o comeria se pudesse. — Kylie, está tudo bem. Eu prom... — Não é isso, — disse ela, balançando a cabeça e olhando para fora do para-brisa para evitar a intensidade de seus olhos perspicazes. — Não tenho medo de perder a música, ninguém pode realmente tirar isso de mim, nem mesmo Pauly. — Então o que... — Isso sempre veio em primeiro lugar, foi o que fez cada coisa dolorosa suportável. Antes de hoje, nunca houve nada que eu tivesse pensado em fazer por um segundo se isso significasse arriscar a minha chance. — Ela fez uma pausa, enquanto se assustava com sua própria compreensão, como ele, provavelmente, estava prestes a estar. — Mas se pudesse reviver as últimas 24 horas mais uma vez todos os dias pelo resto da minha vida... eu desistiria completamente. Eu tenho medo de te perder, ela queria acrescentar, mas não o fez porque isso a faria parecer patética. E também porque Pauly saiu do ônibus e estava indo direto para eles. Ele não parecia zangado como ela esperava que estivesse. Ele parecia... em pânico. Trace saiu da caminhonete, sem dizer uma palavra. Ela estremeceu quando a porta se fechou. Ela viu quando ele foi até a porta, tentando acalmar Pauly pelo caminho. Não parecia estar funcionando. — Não toque nela! — Pauly gritou para Trace quando ele abriu a porta e estendeuse para ajudá-la a sair do carro.
Trace sacudiu a cabeça em direção ao seu empresário. — Jesus, Pauly, o que diabos está errado com você? — Você, — Pauly fervia na direção dela, — tem uma visita.
Capítulo Vinte e Quatro — Bem, vejo que vive e respira. — Darla falou tão logo Kylie pisou no ônibus. — Sr. Corbin, sou uma grande fã sua. É realmente um prazer conhecê-lo. Todo mundo perto de Pride mal pode acreditar que nossa pequena Kylie aqui está em turnê com uma grande estrela. — Hum, obrigado. — Trace apertou a mão da mulher, Kylie atirando um olhar perplexo. Deus me leve agora, por favor. — O que diabos você está fazendo aqui? — Kylie deixou escapar. Ela e Darla nunca tinham sido nada mais do que apenas corteses uma com a outra, e depois da última vez que tinha visto a mulher, ela não viu o ponto de se preocupar com isso. — Bem, agora, Kylie, acho que a melhor pergunta é exatamente o que você está fazendo aqui? E de acordo com o entrevistador do Country Weekly, deveria perguntar exatamente o que, ou melhor, com quem, você esteve. Sua madrasta estava com um top vermelho apertado e as pérolas da mãe de Kylie. Levou a frase "ver em vermelho" a um nível totalmente novo. — Uma vez que você e eu não somos nada, não consigo ver como qualquer coisa que eu faça seja realmente da sua conta. — Kylie sabia que ela estava rosnando e que não era exatamente a versão de si mesma que queria que Trace ou Pauly vissem, mas realmente não poderia evitar. — Oh, querida, não estou aqui por você. — Darla informou a ela, usando seu melhor tom paternalista de senhora do sul. — Estou aqui para proteger o pobre Sr. Corbin aqui de uma pequena cobra sorrateira em botas de cowgirl antes que ela o morda da mesma forma que ela fez aos meus pobres Leo e Jakeykins.
— O que está acontecendo, Kylie? — Perguntou Trace, sua cabeça virando dela para Darla depois para Pauly e voltando para ela novamente. A menção de Leo fez Kylie recuar. Ele era o pior. A razão pela qual ela teve que colocar um trinco na porta de seu quarto. Claramente cansado da farsa, Pauly deixou escapar — Sra. Ryans aqui tem algumas informações sobre Kylie que ela estaria disposta a manter guardada por uma quantidade certa de dinheiro. Todo o sangue subiu à cabeça de Kylie como se Darla estivesse pendurando ela de cabeça para baixo. — Que tipo de informação? — Perguntou Trace, direcionando sua atenção para Pauly. — Ela não compartilhou todos os detalhes comigo ainda, — o empresário pareceu cansado ao responder. — Quanto é que você quer, Darla? Porque agora estou trabalhando basicamente pelo preço do que custa-me viajar e apresentar. Não recebi nenhum dinheiro ainda, mas vou dar-lhe o que quiser, assim que puder, desde que você fique o inferno fora da minha vida, enquanto nós duas vivermos. — Seu coração batia contra o peito, aparentemente tão desesperado para escapar da situação que ela estava. Ela estava perdendo forças rapidamente sob o calor do olhar de Trace. Ela se virou para ele com suplica em seus olhos. — Eu tentei te dizer antes. Esta é minha... — Mãe, — Darla interrompeu. — Madrasta é claro, já que estou longe da idade suficiente para ter uma criança da idade de Kylie. Foi exatamente tão dramático como Darla pretendia que fosse. As pupilas de Trace se arregalaram e comprimiram e seu peito arfava para dentro e para fora com cada respiração. — É só você, né? — Trace disse, bufando em descrença, ou talvez desgosto. Kylie não tinha certeza. — Kylie nos disse que ela não tinha parentes vivos, — disse Pauly, olhando para Darla como se pensasse que ela poderia estar mentindo. — Sr. Corbin, odeio ser a única a dizer-lhe, mas Kylie aqui é bastante mentirosa. Esta não é a primeira vez que ela mentiu e seduziu homens mais velhos para conseguir o que queria. Tenho certeza de que não será a última.
Trace apenas balançou a cabeça como se isso fosse limpar a confusão. — Seduziu? — Ele murmurou mais para si mesmo do que qualquer outra pessoa. Como alguém pode saber? Isso tinha acabado de malditamente acontecer e Kylie ainda não tinha processado ela mesma. Repleta de cinco anos de angústia, Kylie avançou para a mulher que ela odiava, com tudo o que ela tinha. — Você é uma vadia louca, você arruinou a vida de meu pai, e você não vai vir aqui e estragar a minha! — Kylie gritou, pegando as pérolas de sua mãe. Ela sentiu o cabelo e pele nua em sua mão antes de Pauly a puxar de volta. — Ação judicial, Kylie. Você tem que pensar, — disse ele com firmeza em seu ouvido. — Eu te odeio! Eu queria que meu pai nunca tivesse te conhecido! Gostaria que tivesse sido você no lugar dele! — Ela gritou para Darla que era segurada por Pauly, e enquanto Trace a agarrava. — Bem, acho que isso prova meu ponto, senhores, — disse Darla, endireitando seu cabelo e dedilhado o colar da mãe de Kylie. — E, francamente, não vejo nenhuma razão pela qual eu deveria mentir em favor de uma pirralha desrespeitosa que claramente não é madura o suficiente para gerir uma carreira própria. Um som animalesco rasgou de dentro de Kylie, enquanto ela se equilibrava novamente. — Tire-a aqui, Pauly. Foda-se! — Trace gritou enquanto suas mãos apertaram seus braços. — Leve-a ao meu quarto. Pauly falava palavras suaves ao ouvido de Kylie, enquanto ele a arrastava de volta ao quarto de Trace. Ela podia ouvir Trace perguntando a Darla um valor específico para manter o silêncio sobre o que ela supostamente sabia sobre Kylie. — O suficiente para encher um best-seller. — Kylie ouviu a mulher dizer. Algo sobre um acordo de não divulgação estava sendo mencionado apenas quando Pauly fechou a porta de Trace por trás deles. Kylie se pressionou contra ela para ouvir. Lágrimas de raiva queimaram trilhas de vergonha por seu rosto. Ela nem se incomodou em limpá-las. — Isso é extorsão, não é? Ela realmente pode fazer isso comigo? — É por isso que perguntei se você tinha algum membro da família ou coisas no seu passado que devíamos conhecer. Não é incomum os parentes saírem da toca quando alguém consegue um pequeno destaque. Mas o que ela disse sobre seduzir homens mais
velhos, há alguma coisa com isso? Por favor, me diga que isso não era algum tipo de plano para fazer Trace ficar mal. — Ele nem sequer olhou para ela quando fez a acusação. Kylie deslizou pela porta até chegar sentar no tapete. — É isso que você pensa de mim, Pauly? Sério? — Não sei o que pensar, Kylie. É apenas uma situação confusa e tenho que fazer o que é melhor para Trace. — Ele esfregou as têmporas por um momento e olhou para ela com os olhos injetados de sangue. — Muitas grandes gravadoras têm sido conhecidas por jogarem sujo quando querem se livrar de alguém. Até mesmo tão baixo quanto plantar uma menina para cantar sua canção em uma noite no microfone aberto para chamar sua atenção, só para ela mais tarde lançar uma fita de sexo. Esta é a música country. Algo assim poderia arruiná-lo. — Jesus Cristo. — Kylie sacudiu a cabeça para manter a feiura de suas palavras. — Ela me chutou para fora e perdi meu emprego no mesmo dia. Não tinha nada, ninguém, e nenhum lugar para ir. Usei o pouco dinheiro que tinha para conseguir um quarto de hotel e um emprego de garçonete quando cheguei em Nashville. Meu plano era economizar até gravar uma demo e partir daí. Não havia nenhuma maneira que poderia ter sabido que Trace estaria lá naquela noite. Inferno, nem mesmo Clive sabia. — Ela fechou os olhos, pensando na impossibilidade de seu destino. — O que eu deveria fazer, Pauly, quando você balançou a resposta das minhas orações, o sonho da minha maldita vida, na minha frente? Dizer-lhe que eu tinha uma cadela louca de uma madrasta, perder o meu sonho, e voltar a ter nada? O que você teria feito? — Jure pra mim que ela não tem nada de você que poderia machucar Trace, — ele disse calmamente. — Eu juro. Alguns dos homens aleatórios que ela sempre tinha entrando e saindo de seu quarto prestaram um pouco a mais de atenção em mim e ela estava com ciúmes. Ela é uma mulher horrível. O túmulo do meu pai mal estava coberto quando ela começou a namorar novamente. Tudo que ela quer é dinheiro e eu vou pagar-lhe o que for preciso para mantê-la fora da minha vida. — Pessoas assim, — Pauly começou e depois parou e balançou a cabeça. Ele passou a mão pelos cabelos ralos. — Não posso gerenciar você. Agora não. É um conflito de interesse, mas conheço alguém que pode. E você vai precisar de um advogado no caso dela alguma vez tentar de novo. Kylie assentiu, finalmente, enxugando as lágrimas. — Apenas me diga o que fazer.
— Certo, “porque você realmente me ouve”. — Ele lançou um olhar aguçado para a camisa azul de Trace que ela ainda estava vestindo. Sim, está bem. A verdade dói. — Vou neste momento. Vou fazer o que você disser. — Se você realmente quer dizer isso, vou convidar Chaz Michaelson para nos encontrar na Carolina do Sul. Ele é um empresário que já manifestou algum interesse em você e ele é bom, tem algumas conexões importantes em Nashville. Ele é jovem, mas sólido, confiável. Mas preciso que você faça algo por mim. — Qualquer coisa, — prometeu ela, passando a mão debaixo de seu nariz e levantando. — Mantenha o silêncio sobre o que aconteceu entre você e Trace na Geórgia. — Feito. — E fique longe de Trace até que esta turnê esteja completamente terminada e tudo o que sua madrasta colocar para fora na mídia morra. Qualquer coisa, exceto isso, pensou ela. Como se Trace quisesse algo com ela, agora que ele tinha acabado de ver Darla trazer filme interior. Ela assentiu com a cabeça. — Preocupo-me com ele, Pauly. Não faria nada para machucá-lo. O empresário só girou o pescoço e olhou para ela por um longo minuto. — Geralmente as pessoas com quem nos preocupamos são as que mais prejudicamos.
Capítulo Vinte e Cinco Kylie não teve tempo para responder ao comentário de Pauly. Trace irrompeu pela porta, mal perdendo um segundo para olhar para ela e, em seguida, falou com seu empresário, como se ela não estivesse lá. — Ela queria cinquenta mil, — disse ele com um rolar de olhos. — Como se isso estivesse nos meus planos. Disse a ela que Kylie era apenas mais uma Sensação Milagrosa e teria sorte se alguém sequer lembrasse o nome dela depois que essa turnê terminasse, muito menos fazer qualquer dinheiro real. Ela reduziu para a metade e assinou o NDA. Disse-lhe que teria alguém lhe enviando uma cópia no caso dela ter alguma ideia sobre como escrever qualquer coisa no futuro. Kylie não reconheceu este homem. Alguém falando com Pauly como se ela não fosse nada. Ele conhecia o negócio, porém, se isso era o que ele pensava sobre sua carreira, então ele provavelmente estava certo. Recentemente veio ao meu conhecimento que você realmente tem algum talento, ele disse a ela no seu mini-estúdio. Mas isso foi antes dele transar com ela. Não, era mais do que isso. Ela sabia em seu coração que ele não estava planejando isso. Mas estava mais do que claro sobre uma coisa. Com Darla ou sem Darla, ele não tinha relacionamentos. O que aconteceu foi único e ela teria que lidar com isso como uma menina grande. Pauly acenou com a cabeça como se concordasse com a avaliação de Trace, mas Kylie falou antes que ele pudesse expressar sua opinião em voz alta. Ela ergueu o queixo e apontou suas palavras no meio da sala. — Vou pagar de volta logo que puder, se alguém se lembrar do meu nome depois de amanhã. Kylie ouviu Trace dizer algo, mas ela não poderia ouvi-lo e não sabia se ela ainda queria. Ela saiu do quarto dele e foi até o dela, fechando o trinco atrás de si. Não foi necessário. Ninguém veio para ver como ela estava.
O som de batidas em sua porta acordou Kylie antes do amanhecer. Por favor, deixe que seja ele. Ela não se importava se ele quisesse gritar e xingar. Ela só queria colocar tudo pra fora então saberia como ela se sentia. — Kylie, vamos lá. Você tem uma reunião pelo Skype, — a voz de Pauly anunciou. O encontro no Skype era com Cora e ela estava plenamente maquiada e realizando todo o controle de danos possível enquanto Kylie lutava para concentrar-se em sua imagem através dos olhos embaçados. Basicamente Cora só queria saber se alguma coisa que Darla estava dizendo era verdade e se a mulher poderia causar mais problemas. — Cora, juro, ela é uma cadela da forma mais baixa. Nunca seduzi qualquer um de seus "homens" ou qualquer coisa, mesmo remotamente parecida. E não tenho nenhum vínculo com ela de qualquer maneira agora. — Diga-me a verdade, garota, porque a merda vai bater no ventilador, mais cedo ou mais tarde, e posso fazer muito melhor por você e Trace se souber o que está por vir. Vocês estão dormindo juntos? Um involuntário recuar a balançou um pouco e Cora assentiu. — Ok, bem, você poderá guardar isso até que as notícias morram? A sua mondrasta má fez alguns comentários seriamente prejudiciais para alguns repórteres e Trace realmente não precisa disso agora. E, francamente, nem você. Kylie acenou com a cabeça e esperou o que Cora pudesse dizer através da imagem pixelizada. — Tenho certeza que foi uma coisa de uma única vez, — disse ela em voz baixa, não tendo certeza se o microfone do MacBook realmente reproduziu. — Relaxe, você não é a primeira garota a se apaixonar por um pecado ambulante com jeans apertados. Foi a primeiro coisa que alguém disse a ela desde a pequena visita de Darla. Kylie se perguntou
se
Cora
estava
se
referindo
a
sua
própria
experiência
com
Trace
especificamente. Não que isso fosse da conta dela. — Obrigada, — ela disse calmamente. — Ok, bem, volte para a cama. Você se parece com o inferno. É só mais um show, Kylie. Você vai ficar bem. Falaremos mais tarde sobre o que vem a seguir. Uma turnê Random Road Trip só de garotas, patrocinado pela Vitamin Water, tem uma vaga e eu vou colocar seu nome no chapéu. Tudo bem pra você? — Hum, sim. Claro, — respondeu ela, embora fosse realmente muito cedo para sequer processar o que Cora estava dizendo.
— E sei que Pauly chamou Chaz Michaelson para vê-la atuar na Carolina do Sul. Ele é ótimo, e você vai amá-lo, mas hum... talvez não o ame muito porque ele é gay. — Cora lançou seu sorriso perfeito e desconectou. Quando Kylie levantou-se para voltar para seu quarto, ela pensou ter visto uma sombra na porta. Pauly provavelmente. Ela voltou para a cama e ficou acordada. A única coisa ligando-a a quem Trace foi quando eles estavam na Geórgia era uma ligeira dor que ela esperava nunca ir embora. Porque quando fosse, seria como se nunca tivesse acontecido. O único dia de felicidade que ela teve desde que seu pai morreu, e estava começando a parecer como se ela tivesse sonhado com tudo. Cora sabia o que tinha acontecido já que Pauly a chamou, e ele deve saber também. Perguntou-se quando Trace havia lhe contado. Oh bem. Não que ela estivesse esperando ter muita privacidade neste negócio de qualquer maneira. Se estranhos aleatórios poderiam comentar publicamente sobre o tamanho de sutiã, nenhuma razão de que sua vida sexual não fosse de conhecimento comum. Apenas tornou muito mais fácil deixar ir. Se isso tivesse sido um segredo compartilhado somente entre ela e Trace, ela talvez tivesse sido estúpida o suficiente para pensar que realmente significava alguma coisa.
Capítulo Vinte e Seis Quando Kylie acordou de um sonho complicado em que Darla estava processando-a em tribunal por algo que não fazia absolutamente nenhum sentido, ela sentiu como se não tivesse dormido em dias. Sua cabeça latejava, suas pálpebras estavam pesadas, e todo o seu corpo estava rígido. Ela se esticou e dirigiu-se para o chuveiro. Depois que saiu de seu pequeno canto do mundo, percebeu que o ônibus parecia estranhamente vazio. Mesmo Carl, o motorista que ela sabia que tinha três filhos e uma filha com sua esposa Lorna de 16 anos, estava faltando. Deus, ele provavelmente odiava ela agora também. No início, quando Trace se comportava como se ela tivesse a peste, e Pauly passava todo o seu tempo em seu telefone, Carl foi sua única companhia. Jesus, ela sentiria falta dele. A lista foi crescendo. Seu pai, Lulu, Tonya, mesmo Clive, Trace mais do que ela tinha força para admitir, Claire Ann, Rae, Pauly, e agora Carl. Ela precisava parar de falar com as pessoas. Ponto final. E foi aí que a ficha caiu. À medida que o vapor de água corria sobre ela, percebeu que tudo o que tinha que fazer era fechar-se para o mundo exterior. Basta parar de voluntariar informação e contribuir para conversas completamente. Trace agiu assim desde o início e se ela tivesse apenas sido igualmente tão fria, nada disso teria acontecido. Mas abrir mão da memória dessa viagem incrível para Macon seria quase impossível. A festa, a animação de Rae só porque Kylie estava lá, a dança, a escrita que foi quase tão íntima quanto o sexo, a luta de lama, e assim ajudá-la, fazer amor foi tão bom que ela teve medo de que estivesse se tornando uma ninfomaníaca. Mas não era só isso, era tudo isso, todo o pacote. Era uma vida com alguém que amava e uma família que a aceitou e a acolheu. As pessoas que entendiam como ela se sentia sobre a música, seu significado e o que faria por ela. Mas eles não fizeram isso. Ela
viu a descrença em seu rosto com as palavras de Darla. Trace jamais entenderia por que ela mentiu sobre o fato de ter um membro da família, mesmo que fosse uma parente psicopata, uma não de sangue. Claro que não, porque no cenário dele, ele tinha sido o único renegado. Mais uma vez o peso do que ela estava perdendo a pressionou como naquele café da manhã na Geórgia. Seria tão fácil se esgueirar para o chão do chuveiro e apenas chorar. Ela sabia que se começasse nunca seria capaz de parar. E isso não mudaria as coisas. Não para você, Kylie. Ninguém quer você por mais de uma noite. Se os meninos com quem ela brincava nas pick-ups e atrás das arquibancadas na escola não queriam que as pessoas soubessem que eles estavam juntos, o que em nome de Deus a fez pensar que alguém como Trace Corbin estaria interessado? Bem, seja lá o que fosse, ela estava farta de ser a caipira ingênua de Oklahoma. Ela fez uma promessa a seu pai, e pretendia manter. Depois do banho havia um saco preto de roupa em sua cama. Alguém tinha estado em seu quarto. Sem mais escolhas aparentemente. Um vestido de cor champanhe coberto de lantejoulas brilhava dentro. Na verdade, era do seu tamanho desta vez, mas era decotado na frente e a bainha mal cobriria suas coxas. Tudo bem, ela faria isso. Seja sexy e forte e cante muito. Seu pai lhe ensinou a trabalhar duro em qualquer trabalho que ela tivesse. Não me importo se você é uma famosa estrela de cinema ou se limpa banheiros para viver, Kylie. Tudo o que importa é que você dá para o que você faz tudo o que você tem. Nunca deixe ninguém de fora falar do seu trabalho. Seu pai nunca teria feito o que o porta-voz da fábrica falou. A menos que ele estivesse preocupado porque ela estava brava com ele. Estressado com o fato de que ela e Darla estavam sempre uma na garganta da outra e ele estava constantemente apanhado no meio. Não é sua culpa, Kylie, uma pequena voz dentro de sua cabeça sussurrou. Mas ela sempre se perguntava. Dezessete anos em seu trabalho e nem uma única violação de segurança. Então um dia ele se esquece de amarrar um cabo que segurava uma bobina de aço que pesava quase uma tonelada e ele se foi para sempre. Bem, ela não estava prestes a envergonhar a sua memória jogando fora sua chance de um sonho por causa de um cara, não importa quem ele era ou o que sentia por ele.
Ela sabia que era uma coisa arriscada de se fazer, para não mencionar nãoprofissional, mas pulou a checagem de som. Queria fazer um cover de uma canção de Kelly Clarkson, que ficou presa em sua cabeça e ela precisava trabalhar nela sozinha. E ela não conseguiria encará-lo ainda. Ela deveria começar às sete e o ônibus estava felizmente vazio até quase seis. Ela esperou que alguém viesse reclamar com ela sobre perder a checagem de som, mas ninguém nunca o fez. Era ao mesmo tempo um alívio e uma bofetada para seu ego. Ela fez seu próprio cabelo e maquiagem e escorregou no vestido. Olhou para os altíssimos stilettos nude que deveria calçar e quase soltou uma gargalhada. Claro, uma queda dela de bunda deve fazer uma grande publicidade. Não, obrigada. Ela vestiu as botas de cowgirl marrom escuras gasta. Faria as coisas à sua maneira, e se não desse certo, então ela não teria ninguém para culpar além de si mesma. Sem a amargura de "lutar contra a máquina" que Trace segurava. Apenas um rosto no espelho. Ela puxou sua jaqueta jeans favorita sobre ela e deu-lhe mais cachos selvagens. Pela primeira vez em muito tempo sentiu-se como ela, e estava bem com quem quer que fosse. — Kylie, graças a Deus. — Pauly correu em direção a ela nos bastidores. — Por favor, diga-me que esteve com Trace e ambos acabaram de voltar de onde diabos vocês estavam. Não ficarei nem bravo, juro. Oh, não. — Estive sozinha no ônibus, Pauly. — Kylie disse lentamente. — Não falei com Trace uma só vez desde que você me disse para não fazê-lo. Na verdade, eu ainda não o vi desde que deixei vocês na noite passada. — A menos que ele fosse a sombra no início desta manhã após sua chamada no Skype com Cora. — Filho de uma... — O que está acontecendo? — Ela perguntou, com medo de ouvir a resposta. — Ele se foi. — disse Pauly. — Estamos procurando por ele o dia todo e ele não atende o celular. — Ela tinha pouco mais de uma hora antes de entrar no palco. Chaz Michaelson estaria lá e se ela não estivesse no seu melhor, ele não a gerenciaria, e Pauly já lavara suas mãos para ela. Os rumores sobre ela e Trace só deixaram as pessoas que trabalharam com ela mais desconfiadas, de acordo com Cora. Mas o que ela disse no caminhão ainda era verdade, mesmo depois de tudo. — O que acontece se ele não se apresentar? — Perguntou para Pauly. Era o último show da turnê, então talvez não fosse tanta coisa.
— Então ele acabou. — Pauly respondeu, afundando-se em uma poltrona do sofá. — Bem, sim, a turnê acabou. Quero dizer o que vai... — Não, Kylie. — Pauly interrompeu. — Quero dizer que ele acabou, de acabado. Esta turnê era para ser uma turnê de arena, mas com toda a má publicidade pública no ano passado, brigas e as mulheres, os ingressos não estavam vendendo então eles o rebaixaram a lugares pequenos, na esperança de um retorno. Este foi, literalmente, seu último tiro e depois do não-show em Dallas a gravadora avisou que a próxima vez que ele deixasse de ganhar dinheiro ele seria dispensado. Droga. Trace estava certo, era uma máquina e se você parasse de produzir ela vomita você. Não poderia terminar desta forma para ele. Ela viu o olhar de pura felicidade em seu rosto enquanto ele dedilhava seu violão e trabalhava as letras para encaixar com as dela. — Calma, Pauly. Vou encontrá-lo. Ele se apresentará. Não diga nada a ninguém, ok? — Kylie exigiu quando começou a sair. — Não, — ele disse, assustando-a por levantar-se abruptamente e agarrar seu braço antes que ela saísse do alcance. — Kylie, se você não estiver de volta a tempo para a sua apresentação, então você vai estar acabada também. Nashville é como o ensino médio, pessoas conversam, as coisas se concretizam. Não só Chaz Michaelson dirá a todos que você deverá ser esquecida, mas haverá hostilidade entre você e a gravadora. Você assinou um contrato, — lembrou gentilmente. — Então, é a minha carreira ou a dele, Pauly. É isso que você está me dizendo? — Não. Estou simplesmente apontando que, se você entrar nessa bagunça e não voltar aqui antes de entrar no palco, então você não vai ter uma perna para ficar em pé no que se trata de ter uma carreira na música country e não haverá muito que eu possa fazer para ajudá-la. — E o que acontece com ele? Se eu me apresentar esta noite e ele nunca aparecer, haverá alguma coisa que você possa fazer para ajudá-lo? Você não pode falar com alguém da gravadora? — Tenho feito tudo que posso. Eu implorei, supliquei, pedi desculpas, e pedi cada último favor que eu pude. Você não pode fazer alguém querer esta vida. — Mas ele quer. Ele está apenas com raiva de mim e descontando em si mesmo, porque é isso que ele faz, — ela implorou. Era tão claro agora. Este era modus operandi de Trace. Autodestruição, assim ele não vai machucar ninguém. A menos que seu
espetáculo secundário a fizesse se apaixonar por ele, então sua estupidez a machucaria também. — Espere. Pare e pense por um segundo. Você quer isso e você é talentosa. Não vá à procura dele. Não jogue a sua chance fora como ele continua fazendo. A maioria das pessoas não recebe tanto. — Eu preciso, — ela disse a ele quando tirou o braço fora de seu alcance. — Porque desta vez ele está jogando fora por minha causa.
Capítulo Vinte e Sete Correndo do The Tin Roof, ela agradeceu aos céus por não ter colocado aqueles stilletos estúpidos. Checou cada bar a uma curta distância. Seu tempo estava quase terminando. Tinha 30 minutos até que subisse no palco. Ela puxou o telefone do seu bolso e ligou para a única pessoa que sabia que poderia ajudá-la. — Nós tivemos uma discussão. Não posso encontrá-lo, Rae, e se ambos não estivermos prontos para subir ao palco na próxima hora, podemos beijar nossas carreiras em um adeus. — Oh meu Deus! Diga-me o que posso fazer! — A irmã mais nova de Trace gritou, claramente preocupada com seu irmão, mas soando bastante animada porque Kylie ligou para ela. As engrenagens viraram em sua cabeça. — Sinto muito por colocá-la nisso, mas preciso que você ligue para ele e aja casualmente, mas interessada. Diga a ele que você falou comigo e que eu estava estranha, como se fosse fazer alguma loucura, me machucar ou alguma coisa. Basta dizer o que você quiser. Preciso dele de volta no ônibus, tipo agora. — Ok, incrível! Vou começar a testar minhas habilidades de atuação! Talvez possa estar em um dos seus vídeos! — Sim, ela estava definitivamente animada. — Rae, se isso funcionar e se seu irmão permitir isso, você pode estar em todos os vídeos sempre que quiser, até onde eu puder. Ligue-me assim que falar com ele. Por favor. Milênios passaram enquanto Kylie olhava para o telefone. Rodou ao redor. Se ele aparecesse, provavelmente, estaria bêbado. Ela pulou de volta no ônibus, disse um rápido olá para Carl, que também tinha saído à procura de Trace, e ligou a Keurig. Ela preparou
três xícaras e tirou uma garrafa térmica que tinha encontrado em um armário. Seu telefone tocou no balcão e quase queimou-se. — Você conseguiu falar com ele? — Sim, hum, ele está a caminho. Ele não quis dizer-me onde estava, mas pude ouvir vozes e música ao fundo, e ele estava pronunciando suas palavras lentamente. Ela meio que percebeu qual era o caso, mas ainda falou tristemente. — Ok, bem, pelo menos ele está vindo. — Sim, hum, Kylie, — a irmã de Trace hesitou. — Tive meio que falar um monte de coisas para ele ir ver você, tipo pude ter feito parecer que você está tentando se matar antes de entrar no palco, se ele não professasse o seu amor eterno, ou algo assim... Jesus. — Bem, isso vai ser estranho, mas não se preocupe, Rae. Você fez o que pedi. Direi a ele que falei sobre suicídio de carreira e havia uma conexão ruim e que você entendeu mal. — Você é realmente muito perita em toda essa coisa de mentir, então, não é? — A voz de Trace disse de trás dela. — Tenho que ir, Rae. Obrigada. — Kylie disse calmamente antes de desligar a chamada e virar-se para um homem com puro ódio no rosto. — Bem, já que você não está a ponto de nada drástico, acho que vou terminar a minha bebida agora, — Trace disse a ela. Ele não parecia sóbrio e sua língua estava pesada quando falou. — Carl, um pouco de ajuda, por favor, — ela gritou para o motorista. Felizmente, o motorista do ônibus tinha uns bons 18 quilos a mais que Trace. Ele estava na porta impedindo a saída com sucesso. — Você está demitido. — Trace rosnou quando ele encarou o homem que Kylie pensava como um grande urso de pelúcia. — Ele tem quatro filhos para sustentar, Trace — lembrou-lhe. — Você não está demitido, Carl. Não se mova. Ele vai esquecer tudo isso amanhã. — Só ouça a menina, homem, pelo amor de Deus. — Carl resmungou quando ele caminhou para fora do caminho de Trace. Seus punhos estavam cerrados e sua mandíbula estava fazendo aquela coisa de espasmos apertados, mas Trace ficou onde estava, em pé no corredor do ônibus. — Podemos sentar, por favor? — Ela perguntou, apontando para a cabine semicircular em frente a ela.
Trace caminhou até ela e sentou-se, mas seus olhos ficaram estáveis em preto e branco. Ele está bravo porque não disse a ele que tinha uma madrasta louca? — Sinto muito, eu menti, realmente sinto muito, mas foi uma mentira necessária no momento. Você encontrou Darla, e sabe a minha situação. Nunca planejei conhecê-lo, para conseguir esta incrível oportunidade. O que deveria fazer, Trace? Arriscar perder isso por causa dela? — O que você deveria fazer era dizer a maldita verdade e não fazer joguinhos estúpidos comigo e, em seguida, me enganar para dormir com você, para que você e sua madrasta pudessem me chantagear. — O desprezo em seu rosto era a única expressão que Kylie já tinha o visto usar que o fez parecer nem perto de atraente. Ela respirou fundo várias vezes. Ele tinha bebido. Ele não poderia dizer o que ele estava dizendo. — E então você usa a minha família para me seduzir aqui para que você possa o quê? Mentir para mim um pouco mais? O que diabos você quer de mim, quem diabos é você? Kylie não podia mais ficar tão perto desse homem terrível. Ela deslizou para fora da cabine e se levantou. — Tudo que quero é que você esqueça que alguma vez me conheceu, esqueça tudo o que aconteceu, e vá para o palco e seja Trace Corbin, a marca, como você disse. Faça a gravadora feliz de modo que você possa continuar gravando e fazendo o que você ama ao invés de acabar com raiva, sozinho e amargurado como o seu pai. Ela sabia que essa última parte foi, provavelmente, um passo longe demais. Mas era verdade. — O que eu amo. — Trace riu um riso feio que ela esperava nunca ouvir novamente. — Você sabe o que eu amo? Prostitutas mentirosas que pensam que sabem tudo. Você e sua madrasta não são tão diferentes. Na verdade, você é malditamente igual. Os joelhos de Kylie dobraram e um barulho de um animal sendo torturado escapou de sua garganta. Mesmo Carl se encolheu. Ela não podia nem abrir a boca para perguntar quem era malditamente igual. Quando Darla a chamou de puta, tinha sido uma mentira e ela sabia disso. Mas Trace tinha estado com muitas mulheres. Se a maneira como ela se comportou durante o sexo com ele fizesse dela uma prostituta, ele saberia. Em algum momento Pauly entrou no ônibus e estava apenas observando o pesadelo se desdobrar. Lágrimas beliscaram seus olhos e seu corpo inteiro tremeu, mas não havia nenhuma maneira dela deixar a coragem movida a álcool rasgá-la. — Perdoe-me, mas você pode ir direto para o inferno, Tracey Corbin. Cometi um erro, mas sabe o quê? Não mudaria absolutamente nada porque arrisquei tudo o que eu tinha, tudo bem, não era
muito, pelo que amo, por quem amo, e por algo que sonhei desde que era uma menininha. Agora posso não ser tão perfeita quanto você, mas aprendi a não jogar fora as oportunidades para dizer o que está em meu coração. Fiz isso uma vez e viverei com isso para sempre. Então, vou dizer a você, tenho pena pelo filho puta que você é, exatamente o que sinto. Kylie respirou fundo e olhou para um grande homem que de repente parecia muito pequeno. — Não conheço essa versão de você, e, francamente, não ligo para ela. Mas conheço Rae e Claire Ann, e sei que elas merecem um inferno de muito mais de você do que isso. Então faça por Pauly, Cora, a banda e seus fãs. Disse o que disse na caminhonete ontem e mantenho, mas estou terminando com você a partir de hoje, se você não subir no palco e cantar como se sua maldita vida dependesse disso esta noite. — Sua voz tremeu de forma audível, mas ela não poderia ter parado de dizer o restante, mesmo que ela quisesse. — Qualquer pessoa que se comporta da maneira que você faz, corre para se autodestruir em uma garrafa de seja lá o que você andou bebendo, é um covarde egoísta. E se você acha que minha carreira está indo para lugar nenhum, pois eu tentarei pra caramba. De fato, tentarei mais duramente só para ofendê-lo. — Kylie lutou para recuperar o fôlego. A falta de oxigênio a deixou vendo manchas escuras por trás de seus olhos. — Bom para você, garçonete, — ele zombou. — Eu daria um high-five em você, mas tenho medo que você me processe por agressão. Kylie não podia falar por causa do caroço que esmagava suas cordas vocais. Ela disse tudo o que deveria dizer, e dane-se o inferno, ela não poderia chegar até ele. Não foi possível chegar até o cara que trouxe o café dela na cama, enxugou suas lágrimas e protegia as mulheres que ele amava. Quando ela acabou por encontrar a sua voz, saiu rouca e cheia de mágoa. — Como você se atreve a pensar por um segundo que alguma vez faria algo para machucá-lo? Na minha vida toda eu nunca magoei intencionalmente outra pessoa. Você acha que o que você faz está bem? Como se não magoasse as pessoas que se preocupam com você por ver você destruir tudo de bom em sua vida? Você está errado. — Ela olhou para ele, esperando ver um vislumbre do homem que ela conhecia estava em algum lugar lá dentro. — Quem é você? — Ela sussurrou. — Acho que você não me conhece tão bem quanto você pensava, né? — Não, e você sabe o quê? Nem quero mais. — Por um momento, eles apenas se encararam. Então Kylie percebeu que ela mentiu. Ela queria conhecer ele. Mesmo esta
versão horrível dele. Assim, ela poderia ajudá-lo a encontrar uma maneira de parar de fazer isso para si mesmo. — Isso foi uma mentira, o que disse, — ela admitiu em voz baixa. — Mas gostaria que fosse verdade. Os olhos de Trace se arregalaram visivelmente, mas ele não se mexeu. — Apenas a adicione à lista de todas as outras mentiras que você contou. Inferno, o que é mais uma? — Aqui, — disse ela, agarrando a garrafa térmica de café que tinha preparado e que estava no balcão e bateu-a em cima da mesa na frente dele. — Sóbrio, ou não. Pra mim chega. Ela olhou para a frente do ônibus. Carl parecia prestes a chorar e Pauly estava mudo e olhando fixamente. Ela sabia que deveria sair deste ônibus, mas havia algo mais. Algo que ela tinha a dizer a esse outro homem, aquele que ela estava bem no meio de se apaixonar quando, num piscar de olhos, tudo foi para o inferno. Engolindo cada gota de orgulho que tinha, ela deslizou para dentro da cabine ao lado de Trace. Ele inclinou-se para trás e olhou para ela como se ela estivesse doente. Ele poderia muito bem ter mergulhado um punho no peito dela e apertado seu coração, com toda a força. — O que não consegui dizer ontem na caminhonete, — ela começou com um sussurro, — era que não queria sair porque estava com medo de te perder. Não que eu tivesse você realmente, mas tanto quanto amo a música, e acredite, amo isso do fundo da minha alma, amei estar com você. — Ela sentiu as lágrimas quentes escaparem e rolar pelo seu rosto, mas não importava mais. Ele já havia visto tudo mais o que ela tinha. — Próxima segunda-feira farei dezenove anos. Pela primeira vez, meu pai não vai estar lá para cantar para mim e não vou ser capaz de parar de me perguntar se tivesse feito as coisas de forma diferente, dito a você sobre Darla primeiro, se estaríamos celebrando meu aniversário juntos. Ou se sou apenas o tipo de garota que ninguém nunca vai querer mais do que uma vez. Dor esmagava os ossos e sugava o ar de seus pulmões, mas ela continuou. — E não passará um dia, a partir de hoje até quem sabe quando, que eu não desejarei que se isso fosse verdade, que eu pudesse reviver esse único dia em Macon com você uma e outra vez. Talvez até mais do que eu desejo o meu pai de volta ou fazer o melhor álbum de música country que eu pudesse para honrar sua memória. Ele só queria que eu fosse feliz, e pela primeira vez desde que ele morreu, eu fui.
Kylie enxugou as lágrimas e deu um pequeno suspiro de alívio. Trace ainda estava afastado dela, mas ele estava lá. O homem que ela poderia amar. Talvez já amasse. Ou algo próximo a isso. Ela vislumbrou um relâmpago dele em algum lugar perto do fim do seu discurso. — Você é jovem. Superará isso, — disse ele em voz baixa, sem olhar para ela de jeito nenhum. Ela deslizou para fora da cabine, mais uma vez e forçou um pequeno sorriso. — Espero que você se encontre. Eu realmente espero. — Kylie. — Pauly chamou do outro lado do ônibus. — É hora de ir. — Adeus, Trace, — ela sussurrou. Mas ele não disse de volta. Ele era apenas uma estátua olhando para as suas mãos sobre a mesa. Kylie respirou fundo. Ele estava bem. Ela estava bem. Pelo menos não seria ela quem deixaria as coisas por dizer neste momento. Sem palavras presas em sua garganta enquanto ela se preparava para apresentar. Sua voz não falharia como em seus pesadelos e ela nem sequer tinha um pingo de nervosismo. Enxugou o rosto com o lenço que Pauly lhe entregou na saída e verificou seu corpo para cortes e contusões. Como não havia nenhuma evidência física da sangrenta batalha que acabara de travar com Trace Corbin, ela pisou no palco sentindo-se cortada e esvaziada de tudo dentro dela.
Capítulo Vinte e Oito O cover de Dark Side de Kelly Clarkson de Kylie foi de longe a música mais difícil que ela cantara. Estava em sua cabeça por um tempo, e funcionaria perfeitamente com o arranjo acústico. Mas o rosto de Trace, ambos na verdade, acolhedor, aberto e sensível, ao lado do frio, fechado e com raiva, não a abandonaria. É difícil saber o que pode se tornar se você desistir quase mandou ela correndo para fora do palco. Quando terminou, os aplausos quase a deixaram surda. — Ufa, obrigada a todos vocês. Essa foi uma difícil. Só tive meu coração quebrado, e caramba, aquela Kelly sabe como derramar sal na ferida. — Várias pessoas atiraram-lhe uma sonora compaixão. — Não, isso é legal. Vou de Taylor Swift na próxima canção que cantarei. Portanto, vocês não se preocupem comigo. — O público assobiou e um único rosto apareceu na parte de trás da sala escura. Ele estava lá, observando seu desempenho. Ela só não sabia qual a versão dele estava escutando. Depois que terminou seu set, Chaz Michaelson estava esperando por ela. Ele era tão incrível como Pauly e Cora prometeram. Cinco minutos de conversa com ele e Kylie agendou com as pessoas da Vitamin Water para ver se poderia ser uma boa opção para a turnê The Random Road Trip. Ela manteria um blog e viajaria de ônibus com um monte de garotas, mas depois do que passou com Trace nas últimas semanas, parecia perfeito. Além disso, seria uma forma de ganhar algum dinheiro para pagar por um lugar para viver e o tempo de estúdio para a gravação de sua demo. Ela sairia em três semanas e visitaria vinte e três estados e trinta e cinco cidades. Se ela fizesse bem a turnê, talvez chamaria a atenção de um agente e uma gravadora que poderia estar interessado em contratá-la. Seria um cronograma insano, mas Kylie precisava ficar ocupada ou temia se afogar em desgosto.
Durante seu solitário tempo de ônibus ela terminou a canção que ela e Trace haviam trabalhado juntos. The Other Side of Me era a música deles, ainda mais agora do que foi antes de começarem, mas ela sabia que precisava deixar isso pra lá ou ela tentaria usar isso como uma maneira de vê-lo novamente em um momento de fraqueza. Gravar com ele não era algo que ela planejava. PARA TRACE E PAULY, ela escreveu na parte externa do envelope. Dentro estavam a letra concluída e um bilhete. Colocou-o na mesa do ônibus sentindo como se tivesse colocado seu coração em palavras e estava prestes a deixá-lo para trás. Fiz o melhor que pude. Esta é sua. Sempre foi. A minha assinatura abaixo é o meu reconhecimento formal e um acordo que nunca gravarei ou liberarei a música de qualquer maneira, forma ou jeito. Nunca vou processá-lo por royalties ou qualquer outra coisa. Gravea com quem quiser. Peço somente que você não inclua meu nome em qualquer lugar na versão. Trace, você estava certo. Debaixo de todos esses músculos está um cara decente. Espero que você o encontre novamente. Chaz Michaelson, o cara que vai se certificar de que eles ainda lembrem meu nome amanhã, está me levando de volta para Nashville e já tirei minhas coisas do ônibus. Ficarei com o vestido dourado de hoje à noite, Pauly. Você pode me enviar a conta. Obrigada pela carona meninos, foi uma mudança de vida, como prometido. Assinado, Kylie Lou Ryans Sob
o
envelope
ela
deixou
a
camisa
de
botão
azul
de
Trace
dobrada
cuidadosamente. Abraçou Carl em sua saída do ônibus e ele sussurrou boa sorte em seu ouvido. Pôde ouvir Trace cantando a canção de seu amigo Lee, Hard to Love, de dentro do bar e parecia que ele estava realmente dando o seu tudo. Bom para ele, no mínimo, talvez os dois estivessem um pouco mais fortes por terem conhecido um ao outro.
Capítulo Vinte e Nove — Não posso aceitar isso, Kylie. É gentil de sua parte oferecer, mas é muito. — Tonya empurrou o envelope de volta. — Tonya, tenho quase certeza que ele me pagou a mais. — Provavelmente por culpa. — Esse é apenas o excesso. Mantive o suficiente para pagar o aluguel do primeiro e último mês em meu novo lugar e mantive um pouco para algum tempo no estúdio Bluebird. Clive fez algumas chamadas então eles estão me dando um desconto. — Kylie, você trabalhou duro para isso. Você merece isso. — Cara, ela merecia. Mas ela não queria nenhum dinheiro vindo da culpa de Trace, maldição. Ela podia imaginar como isso acabaria, então ao invés de discutir com ele, ela só o colocaria em bom uso. — Se você não tivesse sugerido eu mudar a minha música, nada disso teria acontecido. — Pensando bem, Kylie se perguntou se ela talvez devesse cobrar a mulher pelos anos de excessiva ingestão de chocolate com menta que levaria para superar o que ela passou. Ela suspirou, tentando não pensar sobre isso. Ela estava bem, ou pelo menos estaria eventualmente. — E te deixei do nada, sem ninguém para ajudar. Isso deve ser o suficiente para você sair nos fins de semana de trabalho e passear com sua garota. — Kylie... — Pegue esse maldito dinheiro, Tonya. Por um momento, nenhuma das duas falou. Então Tonya revirou os olhos e estendeu a mão. — Você nunca vai chegar a lugar nenhum neste negócio se continuar deixando suas emoções tomar todas as suas decisões. — Obrigada pelo conselho, prima. — Kylie disse, deixando cair o envelope na mão da amiga. — Mais uma vez. — Ela sorriu, embora parte dela sentia-se culpada por não usá-lo para comprar a lápide para seu pai. Mas sabia que ele aprovaria. E se tudo corresse bem e fosse selecionada como a artista convidada a participar da turnê The
Random Road Trip, ela usaria esse dinheiro para dar ao seu pai a melhor lápide que o dinheiro podia comprar. — Então Clive está convidando a todos para esta grande festa de aniversário que ele está fazendo para você. Juro, tenho trabalhado aqui há dois anos e ele nunca chegou a me dar folga no meu aniversário. Você trabalhou aqui duas semanas e ele age como se fosse sua filha ou algo assim. Kylie riu. Talvez o velho pudesse ver que ela precisava de alguém para cuidar dela um pouco. — Não é pessoal. Ele provavelmente só reconheceu uma caipira ingênua de Oklahoma quando viu uma. — Nah, Kylie, você é um monte de coisas, mas ingênua não é uma delas. Na verdade, estava pensando que você parece diferente, mais velha de alguma forma. Encolhendo os ombros para que sua amiga não soubesse como ela estava certa, Kylie se levantou para sair. — Bem, a vida na estrada envelhecerá você. — Ela piscou e se despediu. Em seu caminho para fora do bar, seu telefone tocou no bolso de trás da calça jeans. Quando o número e o rosto sorrindo de Rae apareceram na tela, Kylie fez uma oração silenciosa. Por favor, deixe-o estar bem. Não deixe que isso seja uma chamada para dizer-me que algo de ruim aconteceu. — Hey Rae — ela respondeu. — Kylieee! — Ray gritou. — Como você está? Como é que a gravação está indo? Ouvi dizer que você estava fazendo a turnê Random Road Trip e ohmeudeus, estou totalmente indo para vê-la em Atlanta com todos os meus amigos! Por favor, diga-me que podemos ir nos bastidores! — Hum... — Kylie hesitou, sem saber que pergunta responder primeiro. — Estou bem, apenas programando meu tempo de gravação. Não está inteiramente certa a turnê ainda, mas se eu fechar, sim, você pode. Rae riu. — Veja, é por isso que te amo. Trace teria me dito para desacelerar e fazer uma pergunta de cada vez antes que ele tivesse uma enxaqueca! À menção de seu nome, o coração de Kylie deu um pequeno aperto e tornou difícil respirar normalmente. E então ela era como uma viciada, pronta para implorar por mais. — Sim, hum, Rae? Como ele está? Ele não está exatamente falando comigo. — O quê? Ah, não, então as minhas habilidades de atuação não ajudaram? — A menina parecia tão abatida que Kylie foi superada imediatamente com a culpa por sobrecarregá-la com seus problemas.
— Não, Rae, você fez muito bem. É só que... é complicado. — Menti sobre ter uma madrasta malvada, que agora está chantageando ele, e que ele pensa que eu posso estar envolvida, fui pega em uma mentira para levá-lo onde eu queria, e agora ele me odeia. Ok, talvez não fosse complicado, só fodido e sem esperança. — Na verdade não falei muito com ele. Ele está ocupado e não apareceu muito. Mas quando vê-lo, você quer que diga a ele que você disse oi? — Uh, não. Tudo bem, mas obrigada. — Kylie se atrapalhou com as chaves tentando segurar o telefone e abrir a porta de seu apartamento, ao mesmo tempo. — Droga. — Você está bem? — Perguntou Rae. — Sim, estou bem. Apenas deixei minhas chaves caírem. — Ok, beeem, — Rae demorou, — a razão pela qual eu liguei é porque a minha Doce Festa de Dezesseis é amanhã à noite e realmente adoraria se você pudesse vir, Kylie. A piscina está aberta para nós, provavelmente teremos uma fogueira e talvez dança no celeiro, como na festa de Trace, mas sem o álcool, infelizmente. Ela não podia deixar de rir, e o convite a fez sorrir como uma idiota. E então a fez querer chorar. Porque não podia ir. — Rae, eu te amo e adoraria ir, mas... — Ah, Kylie. Por favor, não diga não, — lamentou Rae. — Sei que você está ocupada, mas caramba, menina. Tire uma noite de folga! Você precisa se divertir um pouco antes de ir para a estrada! Bom ponto. E ele poderia estar lá. Suas esperanças subiram em sua garganta e, em seguida, caiu para seu intestino. Era exatamente por isso que ela não poderia ir. — Rae, vou enviar-lhe um presente incrível, juro. E eu vou desejar para a garota mais legal que conheço um feliz aniversário no Twitter e em outros lugares, mas como disse, Trace e eu não estamos exatamente em grandes termos agora e ele ficou muito bravo comigo por usar você para levá-lo de volta para o ônibus na outra noite. — Isso foi realmente apenas uma semana atrás? Parecia uma vida. — O que posso ver agora que eu não deveria ter feito, e realmente sinto muito por pedir-lhe para mentir assim, — Kylie terminou. — Oh, pelo amor de merda, ele estava agindo como um idiota, e você estava chateada e preocupada com ele. Não é como se nós tivéssemos mentido para atraí-lo para um ataque de franco-atirador!
Apenas Rae poderia fazer Kylie rir no meio de uma conversa sobre algo que havia quebrado seu coração. — É verdade, mas há outras coisas, Rae, e apenas não é uma boa situação no momento. — Por causa da coisa com sua madrasta? Isso é o que todos estão dizendo online, que você mentiu para seduzi-lo e, em seguida, que ia processá-lo ou chantageá-lo ou algo assim. Os joelhos de Kylie ficaram fracos quando seu estômago despencou. — Por favor, me diga que você e sua família não acreditam que... — ela engasgou. — Não, claro que não. E não acho que Trace acredita também... então qual é o problema? Vocês terminaram ou o quê? — Não estávamos exatamente juntos. — Uh huh. — Kylie podia ouvir a menina sorrindo. — Sério? Porque ele nunca trouxe uma garota para casa para nos conhecer, tipo nunca, e ele levou o café da manhã para você na cama e ele não fez isso desde que eu tinha seis anos e tive a catapora e... — Rae, entendo. Ele é um cara legal, e estou tão feliz que cheguei a conhecê-lo e você e sua família. — Apesar de que a saudade de todos vocês está me matando lentamente e dolorosamente agora. — Mas não acho que ele queira me ver e sei que ele não me quer em sua festa. — Bem, então, é uma coisa boa que ele não vai estar lá. — A voz de Rae foi triunfante, o que era o seu ás na manga. — Ele está escrevendo e gravando em seu estúdio. Ele disse a Claire Ann que simplesmente não conseguiria sair neste fim de semana, por isso ele nunca vai saber mesmo. — Rae... — Kyyyllliiiee.... Kylie inspecionou seu apartamento vazio. Ela planejou passar por um brechó ou algumas vendas de imóveis e conseguir alguns móveis em breve, mas não tinha ido ainda. Pedir uma pizza em casa e sentar-se sozinha contra sair com Rae e seus amigos no lugar favorito dela em todo o mundo. Realmente não era muita competição. Mesmo que a simples visão daquele lugar esculpisse outra ferida em seu coração cortado. — Ok, Rae, vou, — ela cedeu. — Que horas e, mais importante, o que devo vestir? O grito de Rae respondendo foi quase ensurdecedor, mas Kylie era toda sorrisos. Agora, ela tinha que ir às compras por algo para vestir e alugar um carro para conduzir.
Capítulo Trinta Era uma viagem de cinco horas para Macon, mas Kylie precisava de tempo para pensar, tempo para se preparar para voltar para o lugar onde Trace Corbin a tinha alterado irrevogavelmente. Além disso, ela alugou um Jeep Wrangler fodão e andou com a capota aberta a maior parte do caminho. Seu rabo de cavalo era uma bagunça, mas ela estava animada por ver Rae. E o sentimento era mútuo. — Kylie! Estou tão feliz que você chegou! — A irmã mais nova de Trace cumprimentou-a com o seu entusiasmo típico. Kylie havia chegado mais cedo para ajudar na organização. Depois dos abraços de Rae e até de Claire Ann, ela ocupou-se com a colocação de mesas no celeiro para manter sua mente fora de onde estava. Não que o buraco irregular no peito deixaria esquecê-lo tão facilmente. — Só para você saber, — a irmã mais velha de Trace começou discretamente enquanto elas erguiam uma mesa branca redonda e passaram para a beira do celeiro para dar lugar a uma pista de dança. — Não acreditamos em qualquer coisa que ouvimos da mídia. Se acreditássemos, teríamos renegado Trace há muito tempo. — Fico feliz em ouvir isso. — Kylie disse a ela, tomada com gratidão pelas palavras amáveis de Claire Ann. Ela era quieta e reservada e Kylie sabia que ela não gostava de bisbilhotar a vida de Trace. — Eu nunca iria machucá-lo, não intencionalmente — jurou. — Sabemos. Além disso, você o ajudou. As últimas vezes que conversamos, ele parecia mais focado em sua carreira do que jamais esteve. E ele está planejando patrocinar algum programa que ajuda os pais solteiros que trabalham. Todo o corpo de Kylie ficou fraco com as palavras da mulher. — Ele está? Ele havia lido suas letras sobre Tonya, e eles falaram sobre a injustiça de seu pai tentando fazer isso sozinho depois que sua mãe morreu. Ele realmente estava ouvindo.
— Sim, mas faltar ao aniversário de Rae vai colocá-lo na berlinda com ela, não importa quantas instituições de caridade ele patrocine. — Claire Ann estava sorrindo, mas Kylie não podia devolvê-lo. Quando a irmã de Trace viu os olhos de Kylie cheios de lágrimas, ela prontamente abaixou a mesa e caminhou em volta dela. — Kylie, não sei o que está acontecendo com vocês dois, e, francamente, não é da minha conta, então não vou perguntar. Mas por que você não vai lá dentro e se refresca? Você teve uma longa viagem. Vou dizer a Rae você estará fora por pouco tempo. Kylie respirou fundo e represou as lágrimas. — Juro que não sou essa garota. Não fico toda chorosa sobre um cara. Não sei o que se passa comigo. Só de estar aqui com todos vocês e sentindo falta dele e... — Shh, entendo. As coisas funcionarão da maneira que elas são feitas para funcionarem. Às vezes, todos precisamos de um pouco de tempo. Trace nunca foi muito bom em falar sobre seus sentimentos ou colocar as coisas para fora. Ele apenas... bem, você sabe. — Sim. — Kylie sussurrou. — Obrigada. Acho que vou entrar e me limpar um pouco. Ir até a casa onde ela fez amor com Trace foi uma ideia horrível. Boa pedida, Claire Ann. Kylie tomou um banho rápido no banheiro principal de Trace, tentando manter as imagens do que aconteceu da última vez que ela esteve lá fora de sua mente. Não estava realmente funcionando. Especialmente desde que a barra da porta do chuveiro que ela tinha quebrado estava deitada sobre o lado da banheira gritando “Evidência A” para ela. Depois que ela se limpou e colocou o vestido pêssego-rosa curto com cinto que ela tinha comprado, escorregou em suas botas e decidiu deixar seu cabelo no ar seco do calor da Geórgia. Sem mais choro, ela prometeu a si mesma. Era a noite de Rae e ela não estragaria tudo, agindo como uma idiota apaixonada. Mesmo que ela fosse uma. A maioria dos convidados já havia chegado quando Kylie chegou na piscina. Um flash de ser jogada na lagoa mais longe na propriedade ameaçou bater nela, mas ela segurou. Alguma canção pop irritantemente cativante tocava no rádio por perto e os sons de risos lembraram Kylie que ela estava ali para se divertir. Avançando propositadamente para se sentar com Rae, ela olhou ao redor. Várias meninas estavam de biquínis e algumas estavam vestidas como ela. A maioria dos caras
estavam de sunga. Algumas delas deram-lhe alguns olhares críticos, mas a maioria deles só ficou brincando na piscina. A amizade com a irmã mais nova de Trace Corbin provavelmente precisava de uma boa dose de discrição. Mas alguém vazou as informações sobre sua última visita aqui, então ela estava cautelosa. Kylie tirou os pés de suas botas e sentou-as ao seu lado. — Então qual é o menino que você gosta? — Ela sussurrou enquanto ela sentava na ardósia que rodeava a piscina e mergulhava os pés na água fria. — Sunga verde da Hollister. — Rae sussurrou de volta. — Ah, muito bonito. — Kylie sorriu e acenou com a aprovação. Lulu gostaria muito de Rae. O pensamento de todas elas saindo fez Kylie sorrir. — O quê? — Perguntou Rae, inclinando-se para longe dela. — Não está a fim do meu cara, Kylie Ryans. Estou falando sério. Com aquilo Kylie começou a rir. — Não sonharia com isso, Rae. Mas estava pensando, agora você tem que vir para Nashville na próxima segunda-feira para o meu aniversário. Minha melhor amiga Lulu virá da nossa cidade e vamos dançar. Acha que Claire Ann pode vir também? — Hum, sim inferno! — Rae gritou, dando um abraço úmido em Kylie. — E prometo, não vou dizer a Trace. — Você promete que não vai contar a Trace o quê? — Sua voz explodiu atrás delas. Kylie fechou os olhos enquanto suas entranhas deslizaram até as pontas dos dedos dos pés. Perguntou-se por um segundo se aquilo foi previsto, mas ela podia dizer da maneira que Rae pulou em seus braços, que foi uma surpresa para as duas. — Trace, — ela disse calmamente enquanto ficava de frente para ele, ignorando a tontura que ameaçava derrubá-la de volta para o chão. — Kylie? — A surpresa no rosto dele disse que ele não estava esperando vê-la mais do que ela tinha planejado não vê-lo. — Rae disse que você não viria, então eu... — E agora minhas duas pessoas favoritas estão aqui e vamos nos divertir muito! — Rae sibilou. Kylie sabia que ela estava tentando dissipar a estranheza da situação. Abençoe seu coração. — Você não achou que eu perderia o seu aniversário, não é? — Perguntou Trace, passando de Kylie para Rae. Deus, por que ele tem que ser tão malditamente bonito? Parecia que ele não tinha feito a barba em uma semana e os óculos de aviador escondiam seus olhos, mas o homem estava praticamente irradiando gostosura na frente do sol
poente. Ela escorregou de volta para suas botas, se preparando para fazer uma fuga rápida. Cada batida de seu coração estava tomando o dobro do esforço que o habitual. — Sei que você estava ocupado, — Rae respondeu com um encolher de ombros. — Nunca ocupado demais para você, querida. — Trace beijou sua irmãzinha na cabeça. O corpo de Kylie mudou de modo luta para modo voo. A maneira como ele disse querida para Rae era da mesma maneira que ele disse a ela. Voo. Definitivamente voo. — Rae, vou pegar seu presente e então vou embora. É uma longa viagem. Desculpem-me. — Kylie caminhou o mais rápido possível para o celeiro, onde ela estacionou seu jipe. Pensou ter ouvido alguém dizer seu nome, mas ela continuou. De jeito nenhum poderia voltar agora. — Você está tentando virar minha família contra mim? Assim quando Kylie se inclinou sobre o banco da frente do jipe para pegar o presente de Rae, ela ouviu a voz quente e as palavras frias de Trace. — O quê? — Perguntou ela, agarrando o presente e virando-se para encará-lo. — O que você está fazendo aqui? — Rae me convidou. Tentei recusar, mas ela é... persistente. — E agora pareço uma idiota que está te seguindo, assim como a mídia diz. — Sim, sei que ela é, — disse ele, enfiando as mãos nos bolsos da calça jeans. — De qualquer forma, ela disse que você não estaria aqui então eu vim, mas agora que você está aqui e vou dar-lhe isto e ir embora. — Kylie bateu a porta do Jeep e começou a passar por ele, mas ele estendeu um braço e depois deixou-o cair antes de tocá-la. Por um segundo, ele apenas olhou, como se isso o tivesse traído de alguma forma. Mas então ele olhou para cima e deslizou seus óculos. Olhos cansados rodeados com grandes círculos escuros a olharam com cautela. — Você dirigiu para cá desde Nashville? — Sim. — Kylie agarrou o presente, grata por ter algo para agarrar. — Por quê? Kylie deixou escapar um suspiro. Ela então não faria isso agora. Esta era a festa de Rae. — Porque precisava de tempo para pensar. E só podia imaginar o que a mídia diria se vazasse que comprei um bilhete de avião para sua cidade natal. — Como é gentil de sua parte. — Trace zombou como se ele realmente não acreditasse nela.
— Sim, bem, por baixo de todo esse bronzeado de spray está uma garota decente, acredite ou não. — Kylie não tinha a intenção de lançar as suas palavras de volta para ele assim, mas lá estava. — Olha, — ele começou, tirando o boné de beisebol e passando a mão pelo seu cabelo antes de cobri-lo. — Tenho trabalhado muito duro para manter minhas escolhas de merda longe delas, então agradeceria se você apenas ficasse longe da minha família por completo. Por favor. — Seu tom não era detestável. Parecia que ele estava implorando, na verdade, mas suas palavras cravaram e picaram em todos os seus pontos mais fracos. Ele chamou-a de uma escolha de merda. — Entendi. Aqui. — Kylie empurrou a caixa da Tiffany para ele e voltou para seu Jeep. — Diga a Rae que eu sinto muito. — Kylie, espere. Não quis dizer... Mas ela não ouviu o resto de tudo o que ele tinha a dizer. Ela já havia batido a porta do jipe e estava ligando-o. Não coloque para fora. Não aja como uma psicopata. Basta ficar calma e nunca, NUNCA mais voltar. Durante os próximos dias, Rae lançou um ataque no telefone de Kylie via mensagens de texto. Aonde você foi? O que aconteceu? Não sabia que ele estava chegando, juro. Por favor, não fique com raiva de mim. Ainda sou convidada na próxima semana? Kylie, sei que ele está um saco, mas ele simplesmente não estava esperando vê-la. Estou muito brava com ele, mas ele me comprou um carro então eu o perdoei. ;) Por favor, entre em contato comigo para que possamos conversar. Kylie excluiu todas e cada uma delas, sem responder. Ela não continuaria fazendo isso com todos eles. Elas eram a família de Trace e ele pensava nela como apenas mais uma opção de vida de merda que ele fez, uma que apenas não pegara a dica. Ela desejou que ela pudesse fazer-se pensar nele da mesma maneira.
Capítulo Trinta e Um — Preciso que você me encontre às 5:15 na segunda-feira de manhã, Kylie. Sei que é cedo, mas minha agenda está cheia e preciso de você para assinar esses documentos para ontem. Vou comprar o café da manhã, — prometeu o empresário de Trace. Sim, era cedo. E era seu maldito aniversário. Não que alguém realmente se importasse. Apesar de Lulu e sua prima Carmen estarem vindo para vê-la. Ela tentou dizer a si mesma que era porque elas queriam e não apenas porque ela comprou os bilhetes de avião e insistiu que elas viessem. — Pauly, você tem o bilhete, — disse a ele com um suspiro. — Eu especifiquei e assinei. — Eu sei. E juro que é bom o suficiente para mim, mas a gravadora quer que seja a próxima canção que Trace lance e eles não vão deixá-lo gravar até que tenham os documentos oficiais arquivados. Oh. Ouch. Ela não percebeu que ele gravaria tão cedo. — Hum, quem é que ele está planejando convidar para gravar com ele? — Perguntou ela, não tendo certeza se queria saber a resposta. — Realmente não sei com certeza. Muitos nomes foram mencionados, — ele disse a ela, parecendo mais do que um pouco desconfortável. — Ok, Pauly. 5:15 na maldita manhã do meu maldito aniversário. Estarei te esperando no Eggcetera e você vai me comprar o café da manhã, — ela lhe disse antes de desligar. Algo que estava adormecido desde que a turnê tinha acabado agitou-se nela. A memória dela dizendo à Trace sobre a tradição do seu aniversário com seu pai subiu até a superfície dos seus pensamentos.
Pauly fez questão de dizer a ela uma vez que não se envolvia na vida pessoal de Trace, mas talvez desta vez ele tenha feito uma exceção. Talvez Trace o tivesse feito arrumar as coisas para que pudessem tomar café da manhã juntos no aniversário dela. Escolha de vida de merda, Kylie. Isso é o que ele considera você. Certamente Pauly realmente não quer que ela assine alguns papéis estúpidos antes do sol nascer. No mínimo, Trace talvez queira esclarecer as coisas, para que pudessem ter algum tipo de amizade. A verdade era que ela esperava que assim fosse. Porque sentia falta dele. Sentia tanta falta dele que sentia-se oca e vazia sem ele. Ela acordou sobressaltada às 5:15 pelo o som de seu telefone tocando. Pauly estava em seu identificador de chamadas. Mas ela ainda estava segurando a esperança de que talvez fosse Trace. De qualquer forma, ela já estava atrasada. Merda. Ela pulou do sofá, jogou água fria no rosto, e tomou um gole de antisséptico bucal. Depois de prender o cabelo em um rabo de cavalo, ela vestiu um jeans meio limpo e sua camiseta Charlie Daniels Band. Correu para o Eggcetera. Onde Pauly estava esperando e batendo no relógio. Seu coração se afundou em seu estômago. Era só ele. — Ei, é meu aniversário, Pauly. Dê um tempo para uma garota. — Ela olhou ao redor, esperando ver Trace em algum lugar próximo, mas ela não o viu. Porque ele não estava lá. É claro que ele não estava. — Sim, sim. Feliz aniversário, garota, — disse ele com um sorriso. Uau, então esta era a sua grande manhã de aniversário. Um empresário barulhento, que nem sequer era o dela, compraria seu café da manhã em uma lanchonete gordurosa. Uma mudança de seu pai fazendo panquecas e cantando para ela. Bem-vinda a fase adulta. — Ok. — Pauly começou, colocando diversos papéis na frente dela. — Este primeiro diz que você abre mão de todos os direitos para Trace da música que coescreveu intitulada The Other Side of Me, a segunda diz que você entende que você não vai receber qualquer reconhecimento formal ou royalties da música, e o terceiro diz que você nunca vai tentar lançar a música como sua própria, mesmo sob um título diferente. Essas são para a gravadora. Este quarto é para mim e é
um acordo de não divulgação formal a respeito de sua relação com Trace e qualquer contato que você teve com ele até este ponto. Ele afirma que você nunca vai discutir a natureza de sua interação com ele durante a turnê ou qualquer outra coisa. Você está comigo, Kylie? Bom dia, Pauly. Como você está? Eu? Estou fabulosa, obrigada por perguntar. — Sim, apenas, hum, preciso de uma caneta. — Só assinar a linha pontilhada e apagar-se de sua vida para sempre. Entendi. — Kylie, — Pauly bufou quando ele lhe entregou uma caneta. — Você precisa se sentar aqui e ler com atenção antes de assinar. — Confio em você, Pauly, — ela disse a ele quando ela começou a assinar a primeira linha com o X. — E confio em Trace, também, — acrescentou ela em voz baixa. Confiava que ele a queria fora de sua vida ruim o suficiente para tornar isso oficial. — Agora escute-me, Kylie Ryans, — disse Pauly, pegando a caneta da mão dela. — Você não confia em ninguém, você entendeu? Trabalho para Trace, e outros empresários trabalham para os seus artistas, e em nenhum momento pense que só porque alguém gosta de você não vai fazê-la assinar algo que poderia ser prejudicial para você. De fato, a partir de agora venha acompanhada de Chaz ou um advogado sempre que for convidada a assinar qualquer coisa. — O empresário se inclinou para frente e segurou o olhar dela até que ela respondeu. — Pauly, são cinco e meia da manhã, e, honestamente, não há realmente nenhuma maneira de que Trace poder me machucar mais do que já fez. Você quer que eu assine os malditos papéis ou não? — Kylie perdeu a paciência. Ela não podia esperar mais por isso e queria aconchegar-se em sua cama até a hora de pegar suas amigas no aeroporto. Graças a Deus ela finalmente estaria gravando no estúdio amanhã. Ela tinha um monte de dor e angústia para colocar para fora. Pauly suspirou e entregou-lhe a pesada caneta preta de volta. — Ok, mas quero dizer isso. De agora em diante leia qualquer coisa que você assinar e coloque Chaz e um advogado para lê-lo também.
— Sim, papai — disse ela, sem pensar. Ela escreveu seu nome em todos os papéis e pegou um menu. — Então o que você está pedindo? — Ela perguntou ao homem olhando para seu telefone em vez de um menu. — Na verdade tenho outra reunião, mas já disse a garçonete que estou cobrindo o seu café da manhã, por isso peça qualquer coisa que você quiser. — Pauly reuniu os documentos assinados e deslizou-os em uma pasta. — Você não vai ficar? — Ela tentou manter a lamentação patética de abandono fora de sua voz. Falhou. — Feliz aniversário, Kylie. E boa sorte com a coisa do Vitamin Water. — O empresário disse enquanto deslizava para fora da cabine. — Como você... — Cidade pequena. — Ele respondeu a sua pergunta inacabada pouco antes dele se virar e sair. Nossa, ela tinha acabado de falar com ele quando recebeu um texto de Chaz. Ela deveria estar animada. Mas depois de assinar documentos legais, lembrando que ela já não tinha qualquer ligação com Trace Corbin, ela não conseguiu reunir sequer um pingo de entusiasmo. Quando a garçonete chegou, ela pediu um café para viagem e descansou a cabeça sobre a mesa enquanto esperava. Mesmo depois de tudo com Trace, ela nunca tinha se sentido mais usada e sozinha até aquele momento. Levar seu copo de isopor de café escada acima de seu apartamento foi quase impossível. Porque ela era feita de chumbo e a pequena xícara de café pesava pelo menos uma centena de quilos. Sentia falta do seu pai. Só de pensar nele a picada se aprofundava, porque ela sabia que ele se decepcionaria com ela. A filha que ele criou nunca teria deixado seus sentimentos por um homem ridículo impedi-la de se concentrar em sua carreira. Erguendo a cabeça enquanto se arrastava até as escadas, prometeu parar com esta estupidez. Ela não era uma garota. Vir para Nashville foi seu sonho, porque ela amava o dom da música que seu pai havia lhe dado e dane-se se ela não iria usá-lo. Olhando para o relógio quando chegou a porta, ela percebeu que era 05:40. Dois minutos depois, quando o pai dela teria invadido seu quarto com seu violão. Ela respirou fundo e limpou duramente o rosto para manter as lágrimas longe. O cheiro de panquecas e bacon espesso no ar fez Kylie perguntar-se se estava tendo alucinações. O mais provável é que apenas se agarrou a ela no restaurante. Agora, se ela vir seu pai pelo apartamento cantando feliz aniversário
e segurando seu viol達o, ela teria a necessidade de consultar um psiquiatra, e logo. Mas quando ela abriu a porta de seu apartamento, isso foi exatamente o que ela viu.
Capítulo Trinta e Dois Quando o homem à sua frente parou de cantar, Kylie usou toda a força que ela tinha para continuar na vertical. Não foi fácil, já que suas pernas estavam dispostas a ceder e deixá-la afundando contra a porta. — O que você está fazendo aqui? Como você entrou? — Ela perguntou, segurando a xícara de café com tanta força que quase a destruiu. — Dizem por aí que você está tendo um tempo difícil, e eu, uh, tenho amigos em lugares altos, — disse ele com uma piscadela. — Ah, é? Bem, não preciso da sua compaixão, Trace Corbin, — ela disse com os dentes cerrados. — Essa não é a única razão, — ele disse, baixando seu violão e tirando o chapéu. — Estou ouvindo. Trace pigarreou e encostou-se na mesa de café da manhã. — O que eu disse a você no ônibus, não tive a intenção de fazer você se sentir assim. — Ela podia ver a tensão em seus olhos, mas também estava ouvindo o que ele não estava dizendo. Pena e culpa, é por isso que ele estava aqui. — E como você achou que eu me sentiria, sendo comparada a Darla, chamada de prostituta mentirosa e sendo expulsa da festa de aniversário de Rae? — Seu coração batia com tanta força contra o peito, ela tinha certeza que era visível através de sua camisa. — Você leva tudo o que sente de verdade a sério, não é? — Trace perguntou quando colocou seu chapéu de volta.
— Você sabe que sim. — E ele sabia o por que. Kylie cerrou os punhos. Ela nunca quis tanto atacar outro ser humano como ela queria bater em Trace Corbin neste exato segundo. — Bem, então aqui está uma para você. Depois de saber que você mentiu sobre não ter nenhum parente vivo quando dormimos juntos, eu estava com raiva e com muito, muito medo de que você fosse parte de algum grande esquema para acabar com a minha carreira. Mas quando ouvi você dizendo a Cora no Skype que era uma coisa de uma vez, aquilo fez eu me sentir com uma merda mais do que ser enganado. Algo duro nela suavizou um pouco. — O que eu deveria pensar, Trace? Você pagou minha madrasta, pelo qual estava prestes a agradecer a você quando você entrou e me chamou de sem nenhum talento que ninguém se lembraria. — Ela deu de ombros, mas seus órgãos vitais pareciam estar lutando para funcionar, comprimindo e apertando e batucando dentro dela. — Kylie, tudo o que posso dizer é que sou um homem diferente quando estou bebendo e não particularmente bom. Digo coisas que eu não quero dizer e depois não me lembro de tê-las dito. Meu pai... bem, ele era assim também. Confie em mim quando digo que não é algo que eu me orgulhe. Mas o que eu disse sobre a sua carreira depois do, er, encontro com sua madrasta e eu apenas estava repetindo para o Pauly as mentiras que eu disse a ela para fazê-la ir embora. Esperava que fosse o suficiente para tirá-la de sua vida para o seu bem. — Ok, bem, isso me faz sentir melhor, — disse ela, colocando o café no balcão. — Mas você também me chamou de uma escolha de merda quando você estava completamente sóbrio, e, francamente, você provavelmente estava certo. — Kylie... — Não, só, não, — disse ela, balançando a cabeça para impeli-lo de continuar. — Não sei o que você está fazendo realmente aqui ou o que aconteceu conosco depois de sua festa, mas sei que as coisas seriam melhores se nunca tivéssemos nos conhecido. — Kylie respirou fundo, ignorando o modo como ele recuou com suas palavras duras, e continuou. — Você levou tudo de bom da minha vida e transformou em algo doloroso. Deveria estar nas nuvens exatamente agora, mas tudo que sinto é sua falta e estou magoada. Toda a minha vida quis estar em turnê e gravar música com pessoas que dão a mínima para mim, e minha carreira e agora meus sonhos estão finalmente se tornando
realidade. Mas tudo que sinto é o vazio, porque estou desejando estar em uma fazenda na Geórgia com alguém que me considera nada mais do que uma escolha de merda. — Sua cabeça girava um pouco para trás e para a frente, como se estivesse em desacordo com suas próprias palavras. Ou talvez fosse porque ela não podia acreditar que ela estava dizendo-as em voz alta, para a única pessoa que ela não queria contar. Trace deixou escapar um suspiro e olhou para ela pelo o que pareceu ser uma eternidade. Sua testa enrugou como se estivesse decidindo se devesse ou não divulgar um segredo precioso. — Não foi isso que eu quis dizer, — ele disse calmamente, com um ligeiro aceno de sua própria cabeça. — Não estava falando de você quando disse isso, mas percebi como soou e tentei pedir desculpas e explicar, mas você foi embora... e Kylie, o que você disse, sobre as pessoas que dão a mínima? Eu odeio ser o único a dizer isso, mas ninguém realmente dá. Este é um negócio e isso é tudo. Você vai salvar um inferno de um monte de dor e decepção, se você perceber isso agora. Ele disse outra coisa, mas tudo o que ela ouviu foi que eu não dou a mínima para você, ninguém realmente dá. — Obrigada pelas lições de vida, Trace. Por favor, vá agora. — Ela engoliu em seco e fechou os olhos. De jeito nenhum ela teria a força para deixá-lo ir de outra maneira. Ela não podia continuar olhando para a camisa azul que ele usava. Era a mesma maldita camisa que ela usou. Tudo que ele queria era lhe dar lições sobre o negócio, e tudo o que ela queria era ele. — Ok, eu vou, — disse ele, quase num sussurro. — Mas você perguntou por que vim e nunca cheguei a responder. Eu vim para te dizer que eu sinto muito pelas coisas que eu tenho dito e feito que a magoaram, realmente eu sinto. Eu me importo com você, Kylie, e qualquer cara que só quer você para uma noite é um tolo. Um pequeno grito escapou da garganta dela com as palavras de Trace. — E você não é a única que daria tudo para voltar para aquele dia em Macon. Tchau, Kylie Lou. Cuide-se. — Ele chegou mais perto, pairando sobre ela quando ela encolheu sob suas palavras. Diga alguma coisa. Peça-lhe para ficar. Diga-lhe que você se importa com ele de volta. Mas ele a beijou no alto da cabeça e saiu. O tempo parou em volta dela quando ela viu as panquecas e o bacon que Trace tinha feito colocadas no balcão.
Foi o suficiente para convencer as pernas para finalmente cederem embaixo dela. Esta era a segunda vez que o homem que ela amava se aproximava e ela o deixava ir. Como em seus pesadelos, ela simplesmente n達o conseguia encontrar as palavras.
Capítulo Trinta e Três — Estou tão animada para vê-la, Kylie! Carmen também! — Lulu estava praticamente gritando no alto-falante do telefone de Kylie. — Sim, Lu, estou muito animada. — Mas sua voz ficou distante. Ela estava se esforçando para ficar animada com as coisas ultimamente. Ela não disse a sua amiga muito sobre a situação com Trace. Ela não queria transmitir os detalhes só para Carmen perguntar a ela o que faria a seguir, porque Kylie não tinha resposta para isso. — Tenho que dizer, estou surpresa que Carmen esteja animada para me ver. — Kylie e a prima de Lulu realmente nunca tinham sido as melhores amigas. Não que Kylie estivesse realmente em posição de recusar amigos neste momento. Trace estava definitivamente certo sobre uma coisa: este estilo de vida pode ser solitário. — É claro que ela está! E ela está animada para ver Nashville. — Sim, isso faz mais sentido. —Ok, nosso voo está embarcando. Vejo você em algumas horas! — Ótimo, — Kylie concordou, forçando-se em mostrar a quantidade certa de entusiasmo para a visita de sua amiga. — E quando você tem que voltar? — Tenho aulas amanhã de manhã assim que estamos com os olho vermelho de volta hoje à noite4. — Ok, bem, vou pegar um táxi e encontrá-las daqui a pouco. Kylie quase não reconheceu Lulu quando ela saiu do avião. Seu cabelo estava um tom claro de rosa em seu último bate-papo no Skype e agora ele era loiro branco com pontas mais baixas tingidas de magenta. Carmen parecia a 4
Voo comercial em companhia aérea tarde da noite.
mesma, mas ela estava sorrindo em vez de cara feia, o que a fazia parecer muito mais bonita do que Kylie lembrava. Ela envolveu sua melhor amiga em um abraço apertado. — Hey, mama quente. Amei o cabelo. — Oh meu Deus, é Kii Lee Ryans! — Lulu gritou. Várias pessoas se viraram para olhar para elas. — Deus, cale-se, Lu — disse Kylie com uma risada quando ela encontrou os olhos de Carmen e eles compartilharam um revirar de olhos. Cara, ela tinha sentindo falta dessa garota louca. Depois que elas comeram um pouco e estavam de volta ao apartamento de Kylie, ela as inteirou de tudo, desde a noite em que ela conheceu Trace no The Rum Room até o encontro desta manhã. Ela deixou de fora os detalhes íntimos sobre o dia depois de sua festa, mas elas pegaram a ideia. — Droga, — disse Carmen, deixando escapar um assobio baixo, — isso é chocante. — Vou socar Trace Corbin. Onde ele mora? — Lulu exigiu. — E postarei seu nome real online. Tracey Corbin tem um toque mais agradável para ele, e agora ele pode fazer um show como drag queen. Kylie suspirou. Ela não tinha a energia emocional necessária para ficar com raiva. Felizmente Lulu tinha o suficiente para as duas. — Acho que ele só quer colocar tudo o que aconteceu para trás e é meio difícil fazer isso se eu aparecer em sua casa e sair com suas irmãs. — Bem, mas que diabos. Isso não é maneira de tratá-la. Não é como se você, na verdade, mentisse para ele. Você só não mencionou isso. Quer dizer, desde quando é que as pessoas têm de preencher uma árvore genealógica para conseguir um emprego? — Eles me perguntaram na entrevista inicial se eu tinha algum esqueleto no meu armário, qualquer coisa que pudesse causar problemas para Trace, — disse Kylie calmamente. — Menti porque parecia que qualquer sinal de drama poderia levá-los a mudar de ideia. Tenho sorte que não foi pior do que isso. — Pior do que isso? Kylie, seus malditos sonhos estão se tornando realidade e você está apenas sentada aqui só e de coração partido, e não negue. Posso ver o que isso tem feito com você. — Eu também posso, — Carmen acrescentou calmamente.
— Bem, isso não está ajudando — ela retrucou sem querer. Mais suave, ela acrescentou, — Só queria ter dito a ele sobre ela, naquele dia na fazenda. Mas é o que é e os meios de comunicação transformaram isso em algo feio e... — Kylie apenas balançou a cabeça, incapaz de terminar. — E ele está agindo como um idiota adolescente que fode as meninas e as joga de lado quando não é mais conveniente. E então o que diabos ele realmente queria esta manhã? Uma rapidinha? —Acho que não. — Kylie fechou os olhos e tentou colocar o que ela acreditava em palavras. — Ele está tentando reconstruir sua imagem. Você sabe como a música country é saudável, moral, forte nos valores familiares e tudo mais. Ele fez um monte de bobagens e ele estava tentando começar a partir do zero e então apareci, e imaginem o que qualquer um pode falar dele se juntando com uma garota cuja mãe rotulou de prostituta interesseira. — Ela encolheu-se na última parte. Essa foi a pior coisa sobre todo o calvário, ninguém parecia se importar que Darla fosse apenas sua madrasta. Os vazamentos das entrevistas com Darla continuaram chamando-a de mãe de Kylie. Isso fazia o estômago de Kylie revirar. Fortemente. — Sim, mas não é como se você tivesse planejado isso e o seduzido ou qualquer coisa desse tipo. Ele é um adulto, pelo amor de Deus. — Lu argumentou. — E mesmo que você tivesse feito, não é como se você fez alguma coisa para realmente feri-lo. Ou vendeu tudo o que você aprendeu sobre ele para algum tabloide barato. Qual é o grande maldito negócio? — Acrescentou Carmen. — Acho que é isso, neste negócio, é difícil confiar nas pessoas. Quer dizer, tive muita sorte, mas sei que Trace teve alguns personagens obscuros mentindo para ele e manipulando-o quando começou. — Tristeza e pesar caíram sobre ela, ameaçando impedi-la de continuar. Ela respirou fundo e apressou-se. — Ele mencionou algumas coisas e sua irmã disse-me outras. Acho que realmente o feri pois ele confiava em mim e eu menti... ou que eu não lhe disse a verdade antes que as coisas fossem tão longe como aconteceu. Quando precisei que Rae mentisse para levá-lo de volta para o ônibus - aquilo só o enviou mais para o limite. Então ele se aproximou de nós duas com ela prometendo não contar a ele algo na festa dela. Assim, ugh. Se o nosso relacionamento ou que quer que fosse tivesse um tema, seria má sincronização.
Por um momento, ninguém disse nada. Carmen estava no sofá. Kylie e Lulu estavam sentadas no chão encostadas nele. O canal de música country estava ligado, mas o volume estava muito baixo para ser audível. Kylie olhou para suas mãos e engoliu as lágrimas. Ela havia estado ansiosa pela visita de Lu e agora ela estava arruinando isso com uma festa de piedade. Elas deveriam estar indo às compras e, em seguida, jantar antes de sua festa no The Rum Room, não escutá-la de mau humor em seu apartamento mal mobiliado. Respirando fundo, ela começou a abrir a boca para dizer as meninas, suas amigas, que tinha acabado e que todas elas deviam se soltar e desfrutar à noite de hoje. Mas Lulu falou primeiro. — Bem, falando no diabo. Aumente, Carmen. Kylie olhou para a televisão que ela tinha comprado na loja de penhores perto de seu apartamento. E lá estava ele. Vestindo um sorriso digno de desmaio de meninas em todos os lugares. Nossa própria Mandy Lynn Mathis se encontrou com Trace Corbin, enquanto se prepara para o próximo concerto beneficente em Workin 'Hard Lovin' Harder. A câmera mostrou a uma mulher alta e loira segurando um microfone e em pé com Trace, no que parecia ser um auditório gigante. Kylie não conseguia respirar. A escolha de merda. Isso é o que você é para ele. A TV abafou seu monólogo interior. — Trace Corbin, que recentemente voltou de sua turnê De volta às origens está se preparando para tocar em um concerto beneficente no Centro Sommet no próximo mês para ajudar a arrecadar dinheiro para uma instituição de caridade que ele acabou de começar. Trace, você pode nos contar um pouco sobre este programa e seu envolvimento? — Sim, senhora. Recentemente estive ciente das dificuldades que as famílias mono parentais enfrentam. Especialmente as que têm de sacrificar o tempo com os seus filhos e trabalhar em vários empregos para fazer face às despesas. Depois que meu pai morreu, minha mãe criou minha irmãzinha por conta própria. Todo o dinheiro que levantar esta noite irá para A Hand Up, que é uma fundação da minha família e começarei a ajudar pais separados, que trabalham, a encontrar moradia e creche segura e acessível. Ela também ajudará com as despesas, mantimentos, e quaisquer despesas médicas ou outras que possam ocorrer. Mesmo Mandy Lynn Mathis pareceu surpresa. Há quanto tempo ele estava trabalhando nisso? Kylie se perguntou quando olhou para a tela.
— Trace, isso é muito nobre de sua parte. O que você diz a seus críticos por aí que dizem que você está fazendo isso só para cobrir toda a publicidade negativa que recebeu nesta última turnê? — Bem, Sra. Mathis, sinceramente, eu não me importo muito sobre meus críticos. Meu foco é a minha família e os meus fãs. As pessoas que ficaram comigo quando eu menos merecia. — Bom para você, Trace. Alguma chance de você nos dizer sobre os múltiplos artistas com quem trabalhou nesta turnê? — Hum, sim. Claro. Kylie assistiu Trace mudar o seu peso. — Tivemos alguns grandes artistas nesta turnê, alguns dos quais não deu certo, como você sabe, mas tivemos um grande momento na estrada, e estamos todos muito gratos a todos que vieram nos ver tocar. — Agora Trace, ouvimos rumores sobre as datas dos shows não atendidas, e que tem sido dito que o seu empresário foi na estrada com você para se certificar de que você aparecesse para cada show. Alguma verdade nisso? — Nah, Pauly adora minha companhia. Trace riu, mas Kylie sabia que não era a sua verdadeira risada. — Bem, isso é compreensível. — A mulher disse com uma piscadela. Ugh, a maldita correspondente do canal de música estava flertando com ele. Por isso, Kylie nunca deixaria essa mulher entrevistá-la. — Ok, uma última pergunta, antes de deixá-lo voltar para ensaiar. Mia Montgomery e Kylie Ryans ambas eram jovens talentosas que excursionaram com você brevemente. Rumores ainda estão circulando sobre a natureza de seu relacionamento com cada uma. Quer esclarecer? Trace tirou seu chapéu e passou a mão pelo cabelo. Kylie reconheceu o gesto. Ele estava nervoso. — Fãs de música country têm certas expectativas. Mia Montgomery era uma artista pop de crossover que tinha chegado recentemente para uma turnê por uma competição a qual ela ganhou. Ela não foi bem recebida pelo público que havia comprado um bilhete para ver um dos seus shows. Ela deixou a turnê mais cedo para trabalhar em seu tipo de música. Que eu saiba não houve ressentimentos. — E a Sra. Ryans? — A correspondente perguntou.
Os pequenos quadrados de volume apareceram quando Carmen mirou o controle na tela plana para uma explosão sônica. A voz de Trace encheu o apartamento quando as três meninas assistiram com os olhos arregalados. Ele limpou a garganta antes de falar diretamente para a câmera. — Kylie Ryans é uma jovem extremamente forte e talentosa, cuja única falha foi ter a pura infelicidade de ficar presa em um ônibus comigo. — Trace forçou outra risada que Kylie sabia que não era genuína. — Ela é uma banana de dinamite. Estou esperando que grandes coisas aconteçam para ela e desejo-lhe o melhor. No ritmo que está indo, provavelmente vou estar abrindo seu show em um ano ou algo assim. — Ele sorriu, mas o sorriso não alcançou seus olhos. — Obrigada, Trace. Boa sorte com seu próximo concerto e mãos à obra. — Obrigado. — Trace baixou a cabeça para a mulher e, em seguida, ele desapareceu da TV quando o zoom da câmera voltou para Mandy Lynn Mathis. — E para aqueles de vocês que não comparecerem, vocês podem assistir Trace ao vivo no CMT on Demand a partir deO apartamento ficou em silêncio quando Carmen bateu no mudo. A única coisa que Kylie podia ouvir era o sangue correndo em seus ouvidos. O eco das palavras de Trace começou a elevar-se acima do fluido. — Bem, talvez eu não vá socá-lo, mas vou chamá-lo de Tracey. Em voz alta. Em público, — Lulu anunciou. — Por que ele... só que... ele não... — Kylie não podia formar um pensamento coerente para salvar sua vida. As lágrimas nublaram sua visão e ela podia sentir-se tremendo. — Carmen, verifique se no congelador tem sorvete, e se não houver nenhum, desça na rua até aquela pequena loja que passamos no caminho e compre alguns. De chocolate com menta. Pegue a embalagem maior — Lulu pediu. Carmen saiu e foi para a porta. — Por que ele diria essas coisas? Depois... — Depois que ela o empurrou para fora de sua vida para se proteger do que ela sabia que eles eram capazes de fazer um ao outro. — Oh, querida. — Lulu envolveu Kylie em um abraço e segurou-a enquanto ela chorou todas as lágrimas que ela havia guardado por Trace Corbin.
Capítulo Trinta e Quatro — Vamos lá, Kylie! Vamos nos atrasar! Apresse o inferno! — Lulu bateu na porta do banheiro. Kylie saiu do banheiro enrolada em sua toalha. Ela sabia que se atrasaria um pouco para a sua própria festa de aniversário, mas tinha levado um tempo para descobrir o que fazer. Ela estava esperando e rezando para que Trace comparecesse na sua festa hoje à noite, para que pudessem conversar. E se ele não aparecesse, ela ligaria para ele e lhe pediria para encontrá-la para tomar um café ou algo assim. Ela estava pronta. Pronta para se desculpar por não ter contado a ele sobre Darla quando ele tinha sido tão honesto sobre a sua situação familiar. Pronta para fazer o que fosse preciso para convencê-lo de que ela se preocupava com ele e também que, mesmo que ele achasse que não podia ter relacionamentos, ela queria que ele tentasse. Com ela. Seu coração acelerou cada vez que pensava nele, sobre qual seria a sensação de beijá-lo de novo, e estar em seus braços, onde ela pertencia. — Então, tenho uma boa notícia e uma má notícia. — Lulu anunciou quando ela passou por Kylie para entrar no banheiro e ligar o alisador de cabelo. — A boa notícia é que me esqueci de te dizer que há um outdoor gigante em casa que diz que Pride está orgulhosa de Kylie Ryans. — A bondade da cidade que Kylie tinha abandonado fez seus olhos umedecerem. Talvez ela tivesse algum vestígio de uma família, afinal de contas. — E a má notícia?
Lulu deu um passo atrás para a cama e pegou seu celular. — E! Online iniciou uma enquete: Kylie Ryans, Pequena Estrela ou prostituta? As pessoas estão votando e comentando como loucas. — Bem, qual é o veredicto? Lulu olhou para o telefone. — Está empatado mesmo em cinquenta por cento para cada um. — Fabuloso. — Este é o tipo de vestido que muda a sua vida, Ky. Você tem que usá-lo hoje à noite, — Lulu disse, mudando de assunto, segurando o pequeno vestido preto sem alças que ela convenceu Kylie de comprar mais cedo naquela tarde, quando elas foram às compras. — Não tenho certeza que posso lidar muito mais com experiências que mudam a vida, — Kylie disse a ela enquanto a olhava com cautela. — Claro que você pode, e esses sapatos são perfeitos. — Fez um gesto para os stilettos pretos que Kylie nunca seria capaz de andar neles. — Sim, perfeito para arrebentar minha bunda. — Nah, você vai ficar bem. Pratique andando neles até a hora de ir. — Ei, Kylie. Há, hum, uma entrega para você. — Carmen chamou da frente do apartamento. — Ok. — Kylie chamou de volta, olhando para a toalha e os stilettos. —Lu, você quer pegar isso para mim? Lulu apenas revirou os olhos e correu em direção à porta para ver o que tinha chegado. — Hum, Ky, acho que você vai querer ver isso, — ela chamou alguns segundos depois. Kylie balançou sobre os calcanhares quando ela fez seu caminho para fora do quarto. E a respiração ficou presa na garganta. Em sua sala de estar estava Rae e Claire Ann Corbin. Kylie perguntou brevemente se toda a família Corbin se reuniu para discutir esses ataques furtivos que eram tão malditamente bons. — O que vocês estão fazendo aqui? — Ela perguntou, tentando soar feliz em vê-las. Não foi muito difícil, porque ela estava. — Surpresa! — Rae gritou. — Invadindo seu aniversário. — Claire Ann respondeu calmamente. Kylie riu. E, em seguida, ela apresentou todos.
— É Olivia, na verdade. — Lulu corrigiu após Kylie apresentá-la. Aparentemente, ela estava usando seu nome mais adulto, não que Kylie fosse capaz de chamá-la assim. — Seja qual for, — disse Kylie com um revirar de olhos. — Não me interpretem mal, estou feliz de ver vocês, mas, hum, Trace... — Trace é uma espécie de um jumento, às vezes, Kylie. Certamente você já reparou? — Perguntou Claire Ann. — Amém, irmã, — Lulu interveio. — Ei, é isso que você está vestindo esta noite porque, hum... — Rae parou, olhando o roupão e saltos de Kylie. — Sim, Rae. Esta primeira etapa do meu plano de cinco pontos para conseguir que seu irmão se apaixone por mim, — brincou Kylie. — Ah, bom. — Rae assentiu como se ela achasse que era um passo na direção certa. — Bem, qual é o segundo passo? — Sim, realmente não cheguei tão longe ainda, — Kylie disse a ela. — Parecer quente deve muito bem fazer isso, — Lulu falou, — O que ela está totalmente. Espere até vocês verem o vestido que ela usará esta noite. E com isso, todas começaram a comparar fatos, criticando e reclamando umas sobre as outras para fazer sugestões sobre como ela devia usar seu cabelo. Isto é o que deve ser como ter irmãs, Kylie pensou consigo mesma. E, naquele momento, com Carmen ligando o rádio, Lulu a ajudando a colocar o vestido sem o desodorante ficar nele, Claire Ann esquentando o alisador de cabelo, e Rae procurando sua maquiagem, Kylie pensou que além de estar com Trace, este foi, provavelmente, quase tão bom como nunca. — Meu Deus, Kylie. O resto de nós pode muito bem usar sacos de papel, — Carmen deixou escapar quando elas estavam todas vestidas. Ela corou com o elogio inesperado. — Não me diga, — acrescentou Lulu. — Trace Corbin deve ser um cego idi... — Ela cobriu a boca e olhou para Rae e Claire Ann. — Merda, me desculpe. Rae caiu na risada e Claire Ann balançou a cabeça. — Concordo, — disse Rae com um sorriso para Kylie.
Capítulo Trinta e Cinco The Rum Room estava lotado quando as meninas chegaram. Elas caminharam do apartamento de Kylie e seus "saltos mortais", como Lulu chamava, já estavam de fato matando-a. Mas uma vez que ela entrou no bar aberto e quente com seu pulsante retumbar de tambores e o cheiro espesso de perfume e álcool, a excitação brotou, eletrificando suas entranhas. Talvez esta seria uma noite muito divertida, afinal. — Ahh! A aniversariante está aqui! — Kylie ouviu o grito de uma voz familiar sobre a música. — Tonya! O que você está fazendo trabalhando esta noite? Pensei que você disse a Clive não mais nos fins de semana? — Eu disse e normalmente só trabalho de terça a quinta-feira agora, e sem noites até mais tarde, muito obrigada. Mas não poderia perder a chance de vê-la e ser paga para fazê-lo! E Clive sabia que a sua festa atrairia uma multidão então ele está me pagando o dobro para trabalhar horas extras. — Acha que ele vai deixá-la tomar uma bebida com a gente? Coca-Cola para mim. Ainda sou menor de idade você sabe. — Kylie sussurrou conspirativamente enquanto suas amigas a puxavam para dentro da multidão. — Sim, provavelmente. — Tonya respondeu com uma risada. — E eu poderia até ser capaz de deslizar um pouco de rum nessa Coca-Cola, — ela brincou. Poucos minutos depois Tonya havia desaparecido no meio da multidão, e o próprio Clive veio até a mesa de Kylie. Ela o apresentou a suas amigas e as irmãs de Trace, que ela tinha decidido que estavam indo para sua categoria de amiga, quer ele gostasse ou não. — Você sabe, se eu não estivesse tão malditamente orgulhoso de você, ficaria chateado que você deixou-me sem aviso prévio, — disse ele quando deu um grande abraço suado nela.
— Não se preocupe, Clive. Minha carreira musical provavelmente vai acabar logo e vou estar de volta aqui servindo mesas em algum momento. — Duvido seriamente disso, mocinha, mas você é bem-vinda a qualquer hora. Falando nisso, estava esperando que você pudesse cantar algumas músicas para nós esta noite, se você não se importar. — Me importar? Eu ficaria honrada. E sério, sinto muito por te deixar na mão, Clive. Tudo o que posso dizer é que eu não tinha nada, e este foi o meu sonho, trabalhar aqui, tocar música aqui, e agora os meus sonhos estão fugindo de mim. — Olha, isso é a vida. Nós fazemos nossa própria sorte e você colocou tudo o que tinha em algo e está valendo a pena. Eu não poderia estar mais orgulhoso se fosse minha própria filha. As palavras amáveis que ela teve de seu velho amigo, a fizeram ficar com nó na garganta de lágrimas que estavam por vir, ameaçando surgir, mas ela se livrou disso. — Obrigada. Isso significa mais do que você imagina. — Simplesmente desfrute da sua noite e se você tiver vontade de cantar, eu vou chutar esses brutamontes do palco e ele será todo seu. Sua conta é por conta da casa hoje à noite. Feliz aniversário, jovem senhora, — disse ele, pouco antes de vagar para falar com alguns homens que tinham acabado de entrar. — Vamos lá, garota! Hora de festejar! — Lulu gritou e Rae assobiou de acordo. Claire Ann se sentou em uma cabine perto da pista de dança e as assistiu agirem como bobas. Kylie sabia que a de vinte e oito anos de idade tinha apenas vindo, essencialmente, para acompanhar Rae, mas ela não podia evitar desejar que ela se soltasse um pouco. Depois de alguns minutos Kylie arrastou-a para a pista. E Claire Ann tinha alguns movimentos. São sempre as mais quietas, Kylie pensou consigo mesma. Depois de dançarem e ficarem suadas, as meninas foram para a cabine onde Clive tinha pendurado um retrato de Kylie e Trace cantando naquela primeira noite e uma moldura do guardanapo que Kylie reconheceu como aquele que tinha assinado para Tonya. A foto fez seu estômago apertar em antecipação, então Kylie disse a elas que pegaria algumas águas no bar. Assim quando ela conseguiu arranjar cinco águas engarrafadas em suas mãos, Kylie voltou para sua cabine. Mas seu caminho foi bloqueado. Por uma multidão de pessoas reunidas para olhar estupidamente para um cara e seu encontro. Nossa, gente.
Se acalmem. Quando ela deu a volta na multidão, ela conseguiu dar uma olhada em quem estava causando toda a confusão. Trace Corbin tinha acabado de assinar autógrafos e puxar uma cadeira para o seu encontro. Uma morena alta, com pele cor de oliva abaixou seu perfeito corpo coberto de seda vermelha na cadeira que Trace estendeu para ela. Kylie reconheceu a mulher. Mia Montgomery. — Aqui, — disse Kylie colocando as águas na bandeja de Tonya quando ela começou a passar. — Não posso, — foi tudo o que ela disse antes de sair. — Sem problema, vou levá-las para... — Tonya parou quando viu o rosto sem expressão de Kylie. — Kylie, qual é o problema? — A garçonete seguiu a linha de visão de sua amiga. — Oh. — Pode me pegar aquele rum e Coca-Cola agora. Por favor. — Kylie sussurrou. — Kylie... — Por favor, Tonya, — ela implorou, sem tirar os olhos do casal que parecia alheio a toda a atenção que eles estavam recebendo. Alguns segundos ou uma hora pode ter passado, ela não tinha certeza. Mas sua amiga finalmente voltou para onde ela estava, escondendo-se por trás do crescente grupo de clientes no bar. — Aqui. É um duplo então... — Tonya não terminou sua advertência porque Kylie já havia bebido o conteúdo do copo. A queimadura a sacudiu de volta à vida. Dê o fora daqui antes que alguém a veja em pânico. Kylie murmurou um agradecimento à amiga e correu furtivamente de volta para sua mesa. — Hey, hum, então aquilo aconteceu, — disse ao grupo, ela fez um gesto para Trace e Mia sentados no meio da sala. — O que diabos ele está fazendo aqui? — Rae e Lulu deixaram escapar quase em uníssono. — Temos que sair daqui agora — disse Kylie, mal resistindo ao impulso de correr para fora, com ou sem elas. — Desejaria ser alguém fodona que poderia ir lá e agir como se tudo estivesse legal sobre isso, mas não sou e eu não posso. — Ok, vamos lá. — Lulu disse, deslizando para fora da cabine rapidamente quando ela reconheceu o rosto de estou prestes a perder a compostura e chorar por todo o lugar de Kylie.
— Sério, Kylie? Você vai deixá-lo tirar você de sua própria festa? Nashville não é tão grande. Vocês serão obrigados a ver um ao outro de vez em quando. — Carmen criticou com naturalidade. — Ela meio que está certa, você sabe. — Rae acrescentou suavemente. — Sei que ele fez você correr da minha festa, e se você continuar correndo, eventualmente, você vai deixá-lo tirá-la de sua carreira. Kylie olhou para suas amigas, Lulu em pé ao lado dela e as outras três sentadas e esperando que ela absorvesse isso. Então, ela olhou para a porta. Exalando a maior parte da tensão de seu peito, ela sentou-se na cabine. — Pensei que pudesse mantê-los separados, — anunciou ela baixinho, para ninguém em particular. — Meus sentimentos por Trace e meus sentimentos pela música. — Ela balançou a cabeça em sua própria estupidez quando as meninas em volta dela se inclinaram para ouvir. Lulu chegou mais perto do que o necessário. — Eu não posso. Eles são a mesma coisa, — ela terminou calmamente. Por um momento, ninguém disse nada. Então Carmen, de todas as pessoas, falou. — Kylie, se isso te faz sentir melhor, é muito óbvio que eles estão aqui para serem vistos. Eles estão tipo posando para fotos com sorrisos falsos por todo o lugar. — Ela acenou para o casal e Kylie os viu fazendo exatamente como ela disse. Isso ajudou um pouco. — Ok, bem, vamos apenas relaxar aqui até que ele saia. — Felizmente seria mais cedo do que mais tarde. — Eu quero ficar, mas, honestamente, prefiro que ele não me veja — ela admitiu. — Parece bom para mim. Meus pés estão me matando. — Claire Ann resmungou. As meninas estavam todas balançando a cabeça em concordância quando a música parou e a voz de Clive veio através do sistema de som. — Onde está Kylie Ryans esta noite? Venha até aqui, menina. Temos uma surpresa para você, — ele explodiu. Eu estou bem aqui, Kylie pensou. Tentando meu maldito melhor para desaparecer.
Capítulo Trinta e Seis Kylie não pode deixar de sorrir para os assobios que a seguiram até o palco, embora tivesse se sentido muito mais confortável em suas botas em vez desses malditos stilettos. E se ela olhasse para a esquerda, seu coração quebraria para todo mundo ver. Ela estava no brilho dos holofotes, sacudindo a cabeça enquanto todo o bar cantava uma versão bêbada e desafinada de Feliz Aniversário. Tonya e uma nova garçonete, que Kylie não conhecia, levaram um carrinho com um lindo e gigantesco bolo de aniversário rosa brilhante em forma de violão. Ela não pôde deixar de sorrir quando apagou as velas, mas o desejo que voou em sua mente quase sem ser convidado a fez franzir a testa. Quando eles terminaram, Clive prendeu uma grande mão em seu ombro. — Já que cantamos para você, estamos meio que esperando que você cante alguma coisa para nós, — ele disse com uma piscadela para o público. Kylie olhou para Clive, porque ela sabia que havia apenas uma pessoa que ela veria se olhasse para a multidão. Bem, duas pessoas. — Clive Hodges, senhoras e senhores. Ele ainda vai fazer você trabalhar no seu aniversário, mesmo que na verdade você não trabalhe mais aqui, — disse ela no microfone. Risos encheram o bar. E então ela encontrou o seu rosto, porque ele era o único que não estava sorrindo. Parecia que ele poderia estar com dor. Bem, bom. Isso faz dois deles. Kylie falou baixinho para a banda e, em seguida, virou-se para o público enquanto pegava um violão que Andy, da banda da casa, lhe entregou. — Normalmente faço cover já que não assinei e não tenho um álbum próprio ainda, mas este lugar é especial para mim. Vou cantar uma música que escrevi no café e sem dormir, por isso, se não fizer sentido, bem, então você pode Twitar que eu perdi minha
cabeça. — Mais risos. — Só expondo a minha alma aqui, pessoal. Riam, — ela disse com uma piscadela. — Essa é chamada Heartbreak Town (Cidade do Desgosto). Espero que gostem. Kylie dedilhou alguns acordes e Andy a seguiu. Deus. Ela havia perdido sua cabeça. Ela estava prestes a cantar a música que tinha escrito sobre Trace. E seria óbvia como o inferno. Graças a Deus ela a fez rápida, pelo menos. Mas as partes lentas no início e no final iam parecer como punhais cortando sua ferida. Meus amigos ficam dizendo que preciso deixá-lo ir. Não sei como eu deveria fazer isso, quando parece que você está em toda parte, nesta cidade do desgosto. Mesmo que eu saiba que é errado, você transformou minha vida em uma música country e eu continuo tocando isso, na repetição. Quando a bateria tocou e o ritmo triplicou, Kylie deixou-se ir, liberando o refrão do fundo de seus pulmões. Gostaria de poder fazer as malas e me afastar, mas esse vazio está aqui para ficar. Quero sair, sair, desta cidade do desgosto. Promessas foram feitas e quebradas tão rápido, não sei como, mas a dor ainda perdura e estou presa aqui, andando em volta desta cidade do desgosto. Seu subconsciente a avisou para não olhar para ele. Mas seus olhos não estavam ouvindo. Um dia, sei que não haverá mais lágrimas para chorar e terei que ficar com a minha vida, quando tudo o que resta são memórias de cinzas, de uma noite que se queimou. Mas por enquanto carrego-as, andando sozinha nesta cidade do desgosto. Ela conseguiu passar para a próxima letra, porque ela estava tão na canção que quase esqueceu onde estava. E onde ele estava. Até que a música de fundo se desvaneceu quando ela cantou mais um refrão. Em seguida, as últimas linhas ela cantou lentamente, uma capela. Meus amigos ficam dizendo que eu preciso deixá-lo ir. Não sei como posso fazer isso, quando parece que você está em toda parte, nesta cidade do desgosto... Silêncio e sangue correndo em seus ouvidos encheram os segundos depois que ela terminou. Trace a manteve cativa, presa em seu olhar e ela não conseguia se libertar. Mesmo quando o público foi à loucura, gritando e gritando como animais irritados e um sorriso lento se espalhou no rosto dela, ela ainda estava presa no olhar impetuoso que ardia dentro dela, debaixo de uma confusão de cabelos escuros. — Obrigada a todos vocês, — disse ela baixinho no microfone. Suas mãos formigavam e suas pernas estavam ficando dormentes. A combinação da pressa de
apresentar e Trace olhando para ela com uma expressão que ela não conseguia decifrar a fazia sentir vertigens. — Só mais uma música! Só mais uma música! — Algum idiota na parte de trás começou a entoar. Em poucos segundos isso pegou e o público, salvo por duas pessoas sentadas no meio do bar, estava de pé exigindo um bis. Uma música em particular estava tocando constantemente na parte de trás de sua mente e tinha estado desde que ela tinha visto Trace com Mia, mas seria bastante óbvio que ela estava com ciúmes se ela cantasse. Então, ela não ia. Mas, então, Mia Montgomery se inclinou, envolveu um braço em volta dos ombros de Trace e sussurrou algo em seu ouvido. E ele sorriu, um sorriso próprio do diabo. E agora ela tinha que cantá-la. Porque era isso ou socar a mais recente American Idol em seu rosto perfeito. — Tudo bem, tudo bem, — ela riu ao microfone. — Mais uma, porque amo muito vocês. Mas depois disso, tenho que voltar para as minhas amigas. — Depois que os aplausos e assobios morreram, ela falou novamente. — Um cara me disse uma vez que eu não era uma garota legal, então só quero que vocês saibam de antemão... ele estava certo. Depois inclinou-se para dizer para Andy a canção, ele sorriu e balançou a cabeça, mas começou a tocar. Assim quando ela começou cantar Good Girl de Carrie Underwood com entusiasmo, viu surpresa e talvez mágoa franzir no rosto de Trace. De jeito nenhum ela ficaria em cima deste palco. Kylie tirou o microfone e cantou as letras destinadas para Mia Montgomery enquanto passeava por todo o bar. Ela até pulou no bar de mogno real e colocou um beijo na bochecha do Derek, o bartender quente. Ou talvez fosse Devon. Qualquer que seja. Quando ela terminou, ela estava muito ocupada sendo abordada por fãs para dar outro olhar para Trace e sua namorada. No momento em que ela conseguiu voltar para sua mesa, eles tinham ido embora. — Sou oficialmente uma fã. — Carmen disse, sorrindo. — Droga, Kylie. Sabia que você poderia cantar, mas acho que ninguém em Pride sabia que você tinha isso em você. — Eu sabia. — Lulu tocou. — Obrigada. — Kylie disse calmamente. Rae e Claire Ann estavam longe de serem vistas. Seu estômago e coração sacudiram e se viraram no que parecia ser uma tentativa de trocar de lugar. — Acham que as irmãs de Trace estão com raiva de mim? — ela perguntou quando pegou sua garrafa de água. — Quem se importa, — respondeu Carmen.
— Duvido. — Lulu disse a ela. — Trace levantou-se depois que você beijou o bartender super quente e elas seguiram aquela garota que ele levou para fora atrás dele. Elas disseram que queriam dizer adeus. — Ah. — Você quer sair daqui? Pegar algo gorduroso para levar e pegar mais um pouco de sorvete de chocolate com menta antes de nos levar para o aeroporto? Droga Lulu, por ser capaz de lê-la como um livro. — Sim, realmente quero. — Kylie respondeu honestamente. — Você acha que algum dia ele vai deixar de ter este efeito em mim? — Ela perguntou muito baixo para Carmen ouvir. — Eu não sei. — Sua amiga lhe deu um pequeno sorriso. — Mas pareceu que você teve um efeito muito sério nele, também, se isso for de alguma ajuda. Kylie deu de ombros. Isso não ajudou. Depois que seu pedido de batatas fritas com queijo para viagem chegou, ela disse boa noite a Clive e Tonya e saiu do bar com suas duas amigas restantes. Ela respirou fundo o ar do lado de fora enquanto empurrava as portas. E encontrou-se cara a cara com Trace, suas irmãs, e Mia Montgomery. — Oh! — A boca de Kylie se abriu em um pequeno o de surpresa quando ela colidiu com Trace, o saco quente de batata frita com queijo esmagado entre eles. — Cuidado. — Trace disse, colocando as mãos em seus ombros para estabilizá-la. — Sim, acho que preciso, — ela retrucou, saindo de seu alcance. Por que ela estava com tanta raiva de repente? Os olhos castanhos escuros se arregalaram, mas ele não disse nada em resposta. — Estamos voltando para casa de Kylie agora. — Lulu interrompeu — Vocês vêm? — Eela perguntou na direção de Rae e Claire Ann. — Hum, vamos ficar com Trace essa noite, — respondeu Rae. — Mas obrigada por nos deixar invadir sua festa. — Sempre. — Kylie disse à menina, dando-lhe um abraço com batata frita com queijo e tudo mais. — Obrigada por ter vindo, — ela sussurrou antes delas se separarem. — Você também, Claire Ann, — disse à menina mais velha com um aceno de cabeça. — Foi divertido, obrigada. — Claire Ann disse a ela. — Você está pronta? — Lulu perguntou justo quando Trace tinha prendido Kylie em outro de seus intensos olhares. — Hum, sim, — disse ela, finalmente, libertando-se. Se seu coração estúpido batesse assim toda vez que ele estivesse por perto, ela teria que evitá-lo seriamente por
motivos de saúde totalmente legítimos. Carmen e Lulu a cercaram de ambos os lados. Assim como Claire Ann e Rae estavam fazendo com Trace. A linha foi definida, ela pensou tristemente. — Feliz aniversário, Kylie Lou. — Trace disse baixinho, quando ela estava prestes a ir embora. Ela viu Mia de pé, sem jeito, atrás dele. Por que ele tinha que trazê-la? Ele arruinou tudo. Kylie mordeu o lábio para evitar que eles tremessem e revelassem a sua dor. — Obrigada, — ela sussurrou. Antes que qualquer um deles pudessem dizer alguma coisa, o telefone de Kylie tocou. Seu toque era a música de Trace, Waitin' for You to Call. E ela queria morrer ali mesmo na calçada. Era Chaz chamando. — Hum, provavelmente preciso atender isso, — disse ela, olhando para todos a sua volta. Trace acenou para suas irmãs e Mia e, em seguida, eles foram embora.
Capítulo Trinta e Sete — Espero que você esteja desfrutando de seu aniversário, Kylie, mas preciso que você me encontre amanhã bem cedo no estúdio para que possamos conversar, — seu empresário a informou. Nossa, o que era com todas as reuniões matinais? — Okay. Estou prestes a levar minhas amigas para o aeroporto, em seguida, vou para casa para descansar um pouco. Pode ser às oito? — Não precisava mencionar a festa junk food que elas estavam prestes a ter. Ela esticou o braço para chamar um táxi, mas alguém roubou antes que as meninas pudessem chegar até onde ele estava parado. — A sessão começa às oito. Venha alguns minutos mais cedo, para que possamos conversar. Kylie disse adeus a seu empresário, e Lulu colocou seu braço ao redor dela enquanto esperavam outro táxi. — Se vale de alguma coisa, ele parecia um inferno de muito mais interessado em você do que na pernilonga morena. Kylie apenas deu de ombros. Ele tentou falar com ela esta manhã e ela estragou tudo. E então ele seguiu em frente a uma velocidade alucinante. Doeu. Caramba, doeu. Mas ela tinha feito uma promessa para seu pai e prometeu mantê-la. Então, ela o faria. A música ficava em primeiro lugar. Trace Corbin obviamente não quer nada mais dela de qualquer maneira. De alguma forma, ela descobriria o procedimento necessário para extrair suas memórias de Trace de sua paixão pela música. Ela tinha a sensação de que talvez ela precisasse de hábitos entorpecentes depois. Depois de ver Lulu e Carmen saírem para o aeroporto algumas horas mais tarde, Kylie voltou para casa se sentindo... solitária. E confusa. Que diabos aconteceu com Trace hoje à noite? Por que ele trouxe Mia Montgomery para sua festa? Certamente ele tinha
bom senso suficiente para saber que seria prejudicial. Chutando os saltos e saindo de seu vestido, ela deixou-se cair na cama. Tentar descobrir por que Trace Corbin fazia qualquer coisa era desgastante. Kylie entrou no Bluebird Studios com a cabeça erguida e lutando contra o desejo de brincar com tudo o que valia a pena. Seu empresário estava indo para dizer-lhe uma de duas coisas. Ou ela tinha sido escolhida para preencher o espaço disponível na turnê The Random Road Trip ou ela não tinha. Se a resposta fosse não, ela teria que encontrar uma maneira de conseguir o dinheiro para que ela tivesse o suficiente para cobrir o tempo de estúdio adicional que precisava para gravar uma demo. Ela não se arrependeu de dar o dinheiro extra que ganhou para Tonya, mas estava preocupada com a lentidão com que as coisas estavam se movendo agora. Se hoje a resposta fosse não, Chaz tinha alguns contatos em locais aprazíveis e tinha mencionado conseguir para ela alguns shows em breve. Ela usou essa informação para se confortar enquanto a ruiva na recepção deu-lhe indicações para o Studio D, onde ela estaria gravando hoje. O fato doloroso de ficar em Nashville é que, provavelmente, significaria vê-lo naqueles corredores. Não só ele, ele e sua nova namorada, e Deus, Kylie realmente não sabia se o seu coração poderia aguentar muito mais do que isso. Abrindo a porta, ela foi recebida por um salão luxuoso ao lado de uma cabine de som de alta tecnologia. Chaz e outros dois rapazes estavam na área do salão e pararam a conversa quando ela entrou. — Ali está ela. Kylie Ryans, este é Brent Cursh e Matt Lane. Eles são os caras do estúdio de som que estarão ajudando-nos hoje. — Chaz acenou para cada um deles enquanto ele falava. O ruivo magro não parecia ser muito mais velho do que ela, mas o homem pesado, com uma linha do cabelo retrocedendo e olhos bondosos parecia da idade de Clive. Kylie sorriu para os dois, grata por ter pessoas dispostas a ajudá-la. Sobre este lado de fazer música ela não tinha a mínima ideia. — Bom dia. Prazer em conhecer vocês. Depois que eles apertaram as mãos e trocaram gentilezas, os dois caras de som pediram licença, então ela e Chaz poderiam falar em particular. Ela desejou ter clarividência para trazer a todos café para mostrar sua gratidão. Mas seu corpo já estava empolgado e tremendo de antecipação. Os nervos de Kylie estavam fazendo seu melhor e ela esperava que os caras não tivessem notado suas palmas das mãos suadas. — Chaz, estou morrendo aqui.
— Ok, então você está pronta para isso? — Seus olhos estavam brilhantes por trás de seus óculos retangulares. Ela tentou ler sua expressão para determinar se era uma boa notícia ou má notícia. — Hum, acho que sim. — Então, em primeiro lugar, tenho um sólido não. Não porque eles não gostaram de você, eles gostaram. Mas com a publicidade negativa da loucura de sua madrasta e essa situação com Trace, eles estavam procurando uma garota diferente. Decepção deu um puxão no coração de Kylie, mas ela não interrompeu. — Então lhes perguntei o que poderia mudar o não para um sim. Um amigo meu, que acontece ser um executivo da Vitamin Water disse que se você tivesse um único hit, ou mesmo um single remotamente popular, em seguida, eles teriam escolhido você. — Mas eu não tenho. — Kylie lembrou-lhe em voz baixa. — Certo, ainda não. Mas lembrei-me de você mencionar que você e Trace tinham escrito uma música juntos na estrada na noite que nos conhecemos, e passei essa informação para meu amigo. Ele disse que apenas gravar uma canção com Trace Corbin seria suficiente para colocá-la na frente da outra garota, mesmo que a música não estivesse sendo tocada na rádio ainda. Entãão... longa história curta, colocamos nossas bundas nos equipamentos e gravamos seus vocais para a canção que você escreveu. Então eu vou falar com o pessoal de Trace e vamos colocar os seus vocais e tcha ram você vai sair na turnê! Oh, isso era ruim. Isso era muito ruim. As paredes do mundo de Kylie amoleceram e ameaçaram desabar sobre ela. — Hum, Chaz? Não posso gravar essa música. — Ela mal conseguia lembrar de mesmo dizer-lhe sobre isso naquela noite na Carolina do Sul. Mas ela estava tentando impressioná-lo para que ele a gerenciasse. — Olha Kylie, não sou cego. Ou surdo. Eu ouço coisas. Eu sei que você e o Sr. Corbin tiveram uma pequena aventura na estrada e que pode ser difícil. Mas não é como você tivesse que se casar com ele. Você apenas tem que... — Não, Chaz. Quer dizer, não posso. Como legalmente, não posso. Porque assinei papéis ontem dizendo que não o faria. — Jesus. Ontem foi o maldito dia mais longo de sua vida. Por um momento, Kylie se preocupou que o aparentemente saudável empresário de 33 anos estivesse tendo um ataque cardíaco. Seus olhos azuis arregalaram por trás dos óculos e seu rosto ficou um tom profundo de vermelho.
— Você fez o quê? Quando? — Sua voz estava tensa e ele começou a sacudir a cabeça como se não acreditasse nela. — Ontem de manhã. Eu encontrei Pauly Garrett no café da manhã e assinei vários papéis dizendo que renunciava a todos os meus direitos da música que Trace e eu escrevemos e que eu não iria gravá-la. Com ninguém. Nunca. Os olhos de seu empresário se arregalaram quando ele deu um passo para trás. — Por que diabos você faria isso? Sem ao menos falar comigo? Por que você me pediu para ser seu empresário se você esteve fazendo o que diabos você queria de qualquer maneira? — Chaz estava de pé sobre ela, chovendo perguntas iradas que ela não podia responder. — Sinto muito, Chaz. Ouça... — Não, Kylie. Você escuta. Eu ralei para negociar este negócio para você, pedi favores e puxei cordas com as pessoas que eu agora devo, de modo que você pudesse ir a esta turnê, na esperança de que iria ajudá-la a conseguir um agente e um contrato lucrativo. E você foi por trás da porra das minhas costas e assinou alguns papéis de merda que você provavelmente nem sequer leu ou obteve uma cópia. Sua cabeça caiu em vergonha, porque ele estava certo, e para que ele não visse as lágrimas enchendo seus olhos. Como podia ter sido tão estúpida? Isto foi exatamente sobre o que Trace a havia alertado o tempo todo. — Você tem que estar brincando comigo. — Seu empresário deixou escapar um forte suspiro. — Você mesmo quer fazer isso? — Sim, claro que eu quero. É o que sempre sonhei. — Mas sua voz não tinha convicção. Ela não sabia o que tinha acontecido com ela, essa garota que ela foi uma vez, que levava seu violão em todos os lugares, sacrificou tudo pela música, e não teria deixado seu coração estúpido ficar no caminho entre ela e seu sonho. Trace lhe tinha dito. Pauly lhe tinha dito. Inferno, mesmo Tonya disse "Você nunca vai chegar a lugar nenhum neste negócio se você continuar deixando suas emoções tomarem todas as suas decisões". Eles estavam certos. E ela era malditamente teimosa para ouvir, muito ocupada dizendo a Trace como ele era para ouvir sobre o que ele estava tentando avisá-la. Seu empresário balançou a cabeça. — Termino por aqui. Há milhares de outras garotas que teriam gostado de estar no seu lugar. Kylie sufocou um soluço. Não um triste, um bravo. Dirigido a si mesma. — Você quer dizer que você está terminando de me ajudar com as pessoas da Vitamin Water? Certamente haverá outras turnês e talvez possamos concentrar apenas na gravação e...
— Não, Sra. Ryans. Quero dizer, terminei aqui. Como, não preciso dessa merda. Encontre outro empresário. E não estrague tudo quando ele tentar ajudá-la. Então, isso é o que se sente ao perder tudo. Novamente. — Chaz, espere. Por favor, me diga o que posso fazer. — Ela quase não resistiu ao desejo de estender a mão e agarrá-lo, lançar-se a seus pés como uma criança e pedir-lhe para não ir. Sua carreira não poderia estar terminada antes mesmo de ter começado. Isso simplesmente não podia. Virando-se para encará-la, ele respirou fundo antes de falar. — Honestamente, a única coisa que posso pensar é chamar o Sr. Corbin e seu empresário e descobrir se eles já deram esses contratos para a gravadora. Se eles já fizeram, você está muito ferrada, porque está fora de suas mãos. Mas, se não, talvez você possa convencê-los a rasgá-los e deixá-la gravar a música com ele. Isso é tudo que posso lhe aconselhar. Ok, bem, isso pode funcionar. Pelo menos ele tinha um plano. — Ok, então você vai fazer isso? — Vou fazer o quê? — Ele perguntou, franzindo a testa enquanto ele falava. — Chamar Tra, er, Sr. Corbin e pedir a ele. Kylie observou enquanto seu empresário, se ele ainda era de fato de seu empresário, pressionou os dedos atrás de seus óculos para esfregar os olhos e, em seguida, as têmporas. — Não, eu não vou. Você assinou os papéis. Você cavou esse buraco para si mesma. Agora você pode puxar-se para fora disso. Se, e somente se eles concordarem em fazer isso eu considero ainda ser seu empresário. Mas então me ajude, Kylie, se você alguma vez puxar alguma merda assim em mim novamente, não só vamos estar terminados, vou dizer a todos que conheço para se afastar de sua bunda desequilibrada. — Entendi, — ela balançou a cabeça. — Obrigada. E se vale de alguma coisa... Sinto muito. Por um momento, o homem apenas olhou para ela como se estivesse tentando se decidir sobre algo. Então ele suspirou e se afastou dela, saindo do estúdio e deixando-a sozinha. Estando lá chafurdada na sua própria vergonha, Kylie saltou quando a porta se abriu. O jovem cara de cabelos vermelhos enfiou a cabeça para dentro. — Você está pronta, Sra. Ryans? — Hum, eu acho que talvez seja necessário reagendar.
Capítulo Trinta e Oito — Oi Pauly. Sou eu, — disse ela ao telefone, e ela estava em seu apartamento vazio. Algumas novas peças de mobiliário que ela agora lamentava a compra tinham acabado de serem entregues, e se Pauly já tivesse dado esses documentos para a gravadora, ela teria que devolver cada uma delas. — Kylie, — ele cortou. — O que eu posso fazer por você? — Hum, tenho uma pergunta, na verdade. O empresário suspirou, quase como se soubesse o que estava por vir. — Atira. — Então Chaz estava muito chateado por eu assinar os papéis. Bem, aqueles sobre a música. — Ele provavelmente não dava a mínima para o Acordo de Não Divulgação, no entanto, que foi o que a machucou mais. — Sim, imagino que ele estaria. Eu lhe disse para não ir apenas assinando coisas sem ele ou um advogado presente. Por tudo o que você sabia, poderia ter cedido por escrito cada canção que você já registrou. Jesus. Ela ainda não tinha pensado nisso. — É assim que é, Pauly? Ninguém realmente se importa com ninguém? Todo mundo está só para foder o outro? — Literalmente, no caso dela. — Porque, se eu soubesse que estava atirando toda a minha carreira maldita a distância, teria ouvido. — Senhor, ela odiava a si mesma por não ouvir. Ela não deu ouvidos aos conselhos de Trace sobre sua carreira e com certeza ela não ouviu quando ele disse a ela que não tinha relacionamentos. Ou pelo menos seu coração não quis ouvir. Ela engoliu o nó se formando em sua garganta. Isso era sobre o negócio. Ela tinha que se lembrar de manter seu coração estúpido fora disso. Outro grande suspiro do homem na outra extremidade. — Olha, garota. Ninguém está atrás de você. Trabalho para Trace, faço o que tenho que fazer com os melhores
interesses dele em mente. Nem sempre gosto disso e nem sempre concordo com isso. É isso que você me ligou para perguntar? Ela praticamente podia vê-lo consultando o relógio. — Não, não é. Liguei para ver se você ainda tinha esses contratos ou se você já os entregou à gravadora. Nos segundos que se passaram antes que ele respondesse, Kylie cruzou os dedos, fez uma oração silenciosa, e desejou que ela tivesse algo para queimar aos deuses da música. — Para ser honesto, não tenho certeza se a gravadora os tem ou não. Entreguei-os para Trace. Ele ainda pode tê-los. Seu peito doía para respirar aliviado, mas ela não podia. Ainda não. — Então, hum, alguma ideia de onde posso encontrá-lo? — Espere, — ela o ouviu dizer, mas tinha certeza que ele estava falando com alguém em pessoa e não ela. — Sim, acho que ele está em Macon por alguns dias. Você pode querer ligar primeiro. Mas se ele já entregou os contratos, então não haverá muito que ele possa fazer para você também. — Entendo. Obrigada pelo seu tempo, Pauly. — Tome cuidado, garota. Ela terminou a chamada e rolou através de seu telefone para o número de Rae. Ela poderia ter achado engraçado que ela nem sequer tinha o número de Trace, se não doesse tanto. Assim quando ela estava prestes a apertar o botão de chamada na tela, uma ligação a interrompeu. Ela não reconheceu, mas tinha um código de área de Oklahoma. Talvez Lulu tivesse conseguido um novo telefone. — Olá? — Sra. Ryans? — Disse uma voz masculina desconhecida. A pele de Kylie arrepiou. Por um momento, pensou que poderia ser um repórter ligando para confirmar qualquer besteira louca que Darla estivesse declamando agora. — Esta é a senhorita Ryans. Kylie Ryans, — disse ela, colocando o dedo sobre o botão vermelho de fim. — Minhas desculpas, senhorita Ryans. Meu nome é Kevin Ryder e sou do Memórias Eternas de Mármore. Recebi o pagamento online esta manhã e eu estava ligando para marcar uma consulta para a concepção da lápide do Sr. Ryans. Os pensamentos de Kylie dispersaram. Ela agarrou o mais próximo porque isso fez mais sentido.
— Deve haver algum engano, Sr. Ryder. Eu não fiz um pagamento online, ou qualquer tipo de pagamento para esse assunto. — E não havia nenhuma maneira no inferno de Darla ter pagado pela lápide de seu pai e colocar o nome de Kylie como o contato. Memórias Eternas de Mármore era uma das empresas mais caras que tinha encontrado ao pesquisar lugares para comprar uma lápide para o pai dela. Eles eram especializados em monumentos personalizados e a coisa mais barata que eles tinham era vários milhares de dólares a mais do que Kylie podia pagar. Ela ouviu o que parecia ser o clique de um teclado. — Bem, alguém obviamente queria que Robert Kyle Ryans tenha o melhor que o dinheiro pode comprar, porque eu tenho um recibo aqui para cinco mil dólares, juntamente com instruções estritas para colocar qualquer coisa sobre esse valor no cartão de crédito que eu tenho em arquivo. — Você pode me dar o nome no cartão de crédito que você tem no arquivo? — Perguntou ela, embora tivesse certeza de que ela sabia exatamente cujo nome estava naquele cartão. Ou ela tinha um bom palpite, pelo menos. — Hum, espere apenas um segundo, aqui está. Parece que o cartão que nós cobramos o pagamento pertence a um Tracey M. Corbin. Kylie segurava o telefone com tanta força que as unhas quase amassaram a tampa protetora. — Senhorita Ryans, você ainda está aí? Ela estava? — Sim. Sim, senhor. Hum, sobre a consulta. Não estou em Oklahoma. — Você vai estar em breve, se Trace já apresentou esses documentos para Capital. Seu subconsciente sarcástico insinuou o que ela já estava em processo de descobrir. Como o pagamento indevido da turnê, esta foi a forma de Trace aliviar sua culpa. Porque é claro que ele já entregou esses contratos. Por que mais que Pauly teria feito um grande negócio sobre assiná-los tão rapidamente? — Isso não é um problema, senhorita Ryans. Kylie não conseguia pensar direito. Inferno, sim, era um problema, a única coisa que ela tinha em grande quantidade eram problemas. — Temos uma galeria online para escolher. Você pode fazer seu pedido online ou por telefone em sua conveniência. — Certo, tudo bem. Concentre-se, Kylie. — Hum, bem, entendi. Obrigada. Sr. Ryder deu à Kylie o site e o número de telefone que ela precisava e agradeceu a ela pelo negócio. Kylie murmurou algo que ela esperava que fosse inteligível. Suas mãos
tremiam enquanto ela se pousava o telefone em sua mesa de café. Puxando os joelhos contra o peito, ela tentou lutar contra o ataque de pânico que estava em alta velocidade em sua direção. Se Trace fez isso, ele fez isso por culpa. Porque ele provavelmente entregou esses contratos, e ele sabia que ela estava desistindo, mesmo que ela não soubesse disso até que Chaz enlouqueceu. Ela tinha que falar com Trace, tinha que pedir, implorar, ou qualquer outra coisa que fosse necessário para levá-lo a pegar os papéis de volta. Engolindo seu orgulho, ela sabia que era hora de admitir que ele estava certo sobre isto ser um negócio. Ela tinha que levar sua merda junta e acabar com seu desgosto para que eles pudessem gravar essa canção juntos. Apenas passe por isso e então você pode voltar para a estrada e esquecê-lo. Só que ela nunca seria realmente capaz de esquecê-lo, mas isso era uma crise para outro dia.
Capítulo Trinta e Nove — Claire Ann, tem que ser você, — ela implorou. — Ele sabe que Rae vai mentir por mim e ele vai desconfiar de alguma coisa. — Kylie, você tem certeza que esta é a coisa certa a fazer? Você sabe como ele se sente sobre surpresas. — O tom de sua voz deixou claro que ela estava menos do que animada para fazer parte do plano de Kylie. Mas depois do que aconteceu esta manhã, não havia nenhuma maneira de Kylie desistir agora. — Claire Ann, eu recebi um telefonema de um lugar chamado Memórias Eternas de Mármore hoje. Trace pagou a lápide do meu pai para me surpreender. Temos negócios inacabados.... — Isso foi colocar o mínimo. — Eu realmente preciso vê-lo. Por favor, você vai me ajudar? Um suspiro veio do outro lado da linha e não pôde deixar de sorrir ao telefone. — O que eu tenho que fazer? Depois que ela explicou seu plano, ela prendeu a respiração, esperando a resposta de Claire Ann. — Você me deve, — a irmã mais velha de Trace disse a ela. — Eu sei. Várias horas mais tarde, Kylie se esforçou para ficar acordada no sofá de Trace em seu mini-estúdio. Ela estava contente de ver que em algum momento ele terminou a fiação na sala de gravação, porque eles iam precisar disso. Quando ela ouviu a chave girando na fechadura, ela pulou e sentou-se no sofá, diante da porta, e esperou. Seu corpo inteiro formigava quase ao ponto de se contrair em
antecipação. Por favor, não o deixe ter entregado esses contratos. Seu coração tinha um apelo próprio. Por favor, deixe-o estar sozinho e que ele fique feliz em me ver. O homem que atravessou a porta estava carregando um taco de beisebol. Oh inferno. — Trace? — Ela perguntou timidamente, incapaz de ver claramente no escuro. Era quase onze horas. — Kylie? — Ele perguntou, baixando o bastão. Graças a Deus. — Hey. Ele acendeu uma lâmpada e ela pode ver que ele estava exausto. Sua barba por fazer estava bem à noite, suas roupas estavam enrugadas, e seu cabelo estava uma bagunça. — Noite difícil? — Ela perguntou. — Vida difícil. — Trace respondeu, andando lentamente na direção dela. — Sim, o mesmo aqui, — ela disse suavemente. — Não é que eu não esteja feliz em vê-la, mas posso perguntar o que você está fazendo aqui? — Você sabe que eu sempre tenho que ter a última palavra, — disse ela, sorrindo para ele. Ele arqueou uma sobrancelha, mas não disse nada. — Disse-lhe que quando eu estivesse sem trabalho você viria para sua casa e me encontraria caída neste sofá. Trace pigarreou. — Acho que eu não percebi que você estava falando sério. — Sim, bem, não estava no momento. Ele sentou-se no sofá em frente a ela. — Espere, o que você quer dizer que você está sem emprego? Ouvi dizer que você estava fazendo alguma turnê Flavored Water. — Vitamin Water, — ela corrigiu. — E estava. Ou estou. Pelo menos, espero que esteja. Esse é um dos motivos de estar aqui... As sobrancelhas escuras de Trace arquearam enquanto cruzava os braços sobre o peito. — Não estou entendendo. — Sim, não estou fazendo um trabalho muito bom em explicar. — Kylie se recompôs o melhor que pôde e continuou. — Você estava certo... sobre algumas coisas. Eu deveria ter escutado. — Sua boca ficou seca. Ela não esperava que fosse tão difícil. Músicas ela poderia escrever o dia todo. Dizer às pessoas o quanto eles estavam agindo como burros, não havia problema. Mas admitir que ela estava errada e tinha majestosamente se ferrado
era uma droga. Tentando fazê-lo na presença de um homem que cheirava como o céu e acontecia de ser sexy como o inferno? Quase impossível. — Que coisas que você estaria se referindo, especificamente? — Perguntou Trace, olhando para ela com interesse e descruzando os braços. Respire, Kylie. Basta dizer o que você veio dizer. — Assinar com a turnê The Random Road Trip está subordinado a eu ter um single, e realmente não há tempo para fazer isso acontecer. Mas Chaz pediu alguns favores e os responsáveis da reserva para a turnê disseram que seria suficiente se eu tivesse pelo menos gravado uma canção com você, especificamente a que nós escrevemos juntos. A única que eu dei todos os direitos sem sequer mencionar ao meu empresário. Lágrimas começaram a se reunir por trás de seus olhos quando ela percebeu a coisa verdadeiramente estúpida e egoísta que fez, deixando suas emoções conseguirem o melhor dela. — Não tenho um agente ainda, então Chaz esteve trabalhando muito duro para me ajudar e eu... ferrei. — Kylie engoliu o choro que tentava escapar antes que pudesse se libertá-lo. Trace passou a mão bruscamente sobre seu queixo mal barbeado. Seu olhar examinador implorou-lhe para continuar a falar. — Estou supondo que já que você pagou a lápide do meu pai, significa que você já entregou os papéis que assinei para a gravadora. Olha, sei que você não me deve favores... — Whoa, espere um segundo. Por favor, diga-me o que a porra do meu pagamento da lápide do seu pai tem a ver comigo dando os papéis para a gravadora? — A voz de Trace estava afiada com algo que parecia muito com raiva. — Posso ter feito algumas coisas estúpidas, pois você me conhece, Trace, mas não sou realmente uma completa idiota. Você me pagou em excesso pela turnê, porque você se sentiu culpado por ter dormido comigo. Você enviou a uma companhia de memorial muito dinheiro para a lápide do meu pai, porque você se sentiu mal por entregar a papelada que garantia que eu não seria capaz de gravar a nossa música. Certamente você sabia que seria prejudicial para mim de alguma forma. Mesmo que Pauly tenha praticamente brigado comigo por assiná-los sem lê-los ou consultar Chaz primeiro. — E, no entanto, ela tinha feito isso de qualquer maneira. Trace se inclinou para frente e a cabeça de Kylie cambaleou por sua proximidade. Sua colônia a rodeou, e o fato de que ela não tinha sentido o cheiro de licor nele a fez se perguntar onde ele tinha estado à noite toda. — Você sabe, para uma menina inteligente, com certeza você diz algumas merdas às vezes.
Kylie se encolheu com as palavras duras. — Em primeiro lugar, — começou ele, apontando para cima o dedo indicador. — Você não recebeu em excesso pela turnê. Lhe foi dada a quantidade exata acordada, que você saberia se tivesse se incomodado em Ler. O. Maldito. Contrato. — Ele fez uma pausa e abanou a cabeça. — Em segundo lugar, — continuou ele, acrescentando outro dedo na contagem — Eu com certeza não me sinto culpado por ter dormido com você. Eu me sinto mal sobre a maneira como as coisas aconteceram depois, sim, mas não por outra coisa senão isso. A menos que você me diga agora, na minha cara, que você se arrepende, nunca vou sentir nada, além de pura alegria sobre o que aconteceu naquela noite. — Trace recostou-se e esperou por ela dizer. Mas ela não podia, porque ela não se arrependia. Ela não poderia se manter parada sob a intensidade de seu olhar, então, ela se contorceu e desviou o olhar. Ele continuou com a sua contagem. — E em terceiro lugar, paguei pela lápide porque eu quis. Porque devo alguma coisa ao homem que criou a única mulher que já conheci que pode me colocar no meu lugar. Na verdade, devo-lhe um inferno de muito mais do que isso. Só assim, a delicada camada que deixou protegendo o coração de Kylie começou a quebrar, estilhaçando e rachando como gelo sobre uma chama. Seu pai teria gostado de Trace. Muito, provavelmente. Mas eles nunca se encontrariam. — Trace. — Um soluço escapou de sua garganta, então Kylie fechou a boca e colocou a mão sobre ela. Havia muito, muito, que ela queria dizer. Perguntar, entender. Ela não poderia colocar tudo para fora de uma vez ou isso esmagaria a ambos. O homem bonito em frente a ela suspirou e estendeu a mão para tocar seu rosto. — Kylie, você estava certa sobre um monte de coisas. Mas eu também e nós dois estávamos errados sobre algumas coisas, também. — Você levou aquela garota à minha festa, — ela engasgou. Porque por baixo de tudo, isso a estava incomodando mais. — Então, você pode encontrá-la e ver que não existe nada entre nós. Ela estava animada para conhecê-la. Ela era uma fã até que você jogou tudo em seu rosto com aquela música maldita. Bem jogado, a propósito. — Você me chamou de uma escolha de merda. — Ela tentou abaixar a cabeça, mas os dedos dele pressionaram seu queixo para cima, forçando-a a manter de frente para ele. — Chamei por todas as decisões estúpidas que eu fiz, que chamou a atenção da mídia para a minha família antes mesmo de eu conhecer suas merdas de escolhas de vida. Você nunca ficou para ouvir a minha explicação.
Oh Deus. Kylie recuou de seu toque, puxando os joelhos e abaixando o rosto para encontrá-los. — Não importa. Esqueça tudo o que eu disse. Na verdade, sou uma completa idiota, — ela murmurou, sem olhar para cima. — Não, você não é. Você só sente primeiro e pensa depois. Eu amo isso em você na verdade. Mas às vezes isso pode colocar sua bunda bonitinha em apuros. Sua cabeça se levantou com as suas palavras. — Você disse que ninguém se importava, que era apenas negócios, e continuei ouvindo que você não se importava e foi só sexo. — Bem... eu me importo. E se você acha que foi só sexo, então devo ter feito algo errado. — Mas Darla... — Foda-se a Darla. Kylie bufou. — Metade de Oklahoma já o fez. — Aí está a minha menina. — Trace riu e balançou a cabeça. — Olha, ela me pegou de surpresa e me perdi um pouco. No momento em que recobrei meus sentidos e vi isso pelo o que isso era, você estava me descrevendo como um caso e eu não soube o que fazer sobre isso. Então, fiquei bêbado, porque isso sempre foi minha fuga. — Trace passou a mão pelo cabelo. — E então nós realmente ferramos um ao outro, e não da maneira com uma explosão de mente surpreendentemente quente, como fizemos aqui. Mais como da maneira terrivelmente dolorosa, quebrando-cada-um-em-um-milhão-de-pedaços. Mas eu nunca quis te magoar, Kylie. Mesmo que isso tenha sido apenas uma aventura para você, nunca vou me arrepender do que fizemos, e nunca vou tentar prejudicar suas chances de ter uma carreira. Ele tinha jogado tanta informação nela que não soube o que responder primeiro. O instinto dizia sentimentos em primeiro lugar. Agir com sentimento, beijá-lo, jogar-se nele. Repita. Agora. Mas ela estava aprendendo. Ela tinha que parar de sentir primeiro e pensar depois. Isso era o que tinha colocado ela nessa confusão, para começar. Lidar com o negócio primeiro, segundo coração. Ela enxugou uma lágrima que estava em processo de escapar para sua bochecha. — Se você realmente não quer me machucar, fale com a gravadora. Convença-os a acabar com os contratos e vamos gravar a canção juntos para que eu possa ficar nessa turnê e ter o meu empresário de volta. Por favor. Foi a coisa errada para responder primeiro. Kylie poderia dizer pelo jeito que seus olhos brilhantes ficaram fracos e o esforço óbvio que ele fez para sorrir para ela.
— Eu, hum, ainda tenho os papéis. Não dei a ninguém. E mesmo se tivesse, eles não dizem o que você acha que eles dizem. — Trace levantou-se e caminhou até uma mesa com várias pastas sobre ela. Ele pegou uma e voltou para ela com ela estendida. Ela pegou a pasta e a abriu, alívio caindo sobre ela quando ela reconheceu sua assinatura. — Eu sabia que você não os leria, a cabeça quente que você é. Depois que você os assinou e Pauly deu para mim, tive que admitir para mim mesmo o quão baixo isso era depois de perder você por mentir e, em seguida, virar e enganar você a assinar algo dizendo que você gravaria comigo. Foi uma merda, eu sei, mas eu simplesmente não poderia esquecer o jeito que me senti naquela noite. Com você. Aqui. Escrevendo e sabendo o quão grande que poderíamos ser juntos. — Ele limpou a garganta. Eles fizeram muito mais do que simplesmente escrever. — Eu nunca fui um tipo de homem de relacionamentos. Mas estar com vocês aqui me fez querer tentar. — Trace deixou escapar uma enorme respiração como se tivesse carregando o peso dessas palavras por muito tempo. Havia tanta honestidade não filtrada em suas palavras que ela ficou perdida nisso. Tanto que isso a deixou tonta. — Espere, isso diz que vou gravar a música com você? Pauly disse... — Pauly... mentiu por mim. Ele trabalha para mim, lembra? Então foi por isso que ele correu para fora da lanchonete como se sua bunda estivesse em chamas. Kylie não podia deixar de sorrir. — Você sabe, agora que pensando nisso, ele não é um grande mentiroso. Ele tentou seu inferno para eu lê-los. — Nem todo mundo pode ser tão bom no que faz, como você e eu. — Trace riu, mas era o riso vazio. Ela se perguntava se era porque ele achava que isso era tudo para o que ela veio. — No dia do meu aniversário, você saiu antes... — ela respirou fundo, esperando que ela sugasse um pouco de sua coragem junto. — Antes? — Trace incitou, sentando-se de volta no sofá em frente a ela. — Antes que eu pudesse dizer-lhe que me preocupo com você, também. — Assim que as palavras saíram de sua boca, Trace ficou completamente imóvel. Por um minuto inteiro ele olhou intensamente para ela. Kylie endireitou-se e se preparou para o que estava por vir. — Estou vendo alguém, — disse ele calmamente.
Seus ombros caíram e ela lutou com tudo o que tinha para evitar que os cantos da boca virassem para baixo. Por que ela tinha que ser tão estúpida? Mia Montgomery. Ele estava saindo com ela agora. Sua declaração roubou o ar de seus pulmões então ela respirou fundo antes de falar. — Ok, — disse Kylie engolindo e balançando a cabeça. Era isso. Ela deu tudo o que tinha. E um pouco mais. Os homens como Trace não sentam e esperam por meninas como ela descobrirem o que elas querem. Ela reprimiu um arrepio quando a realidade caiu fria e dura sobre ela. — Bem, estou feliz por você, — ela engasgou. As paredes fecharam e ela só queria dar o fora de lá. Sua mente começou a traçar a melhor rota de fuga. Espere um minuto, maldita cabeça quente, ela repreendeu-se. — Nós ainda podemos gravar a música, certo? Como amigos? — Sobre a bebida, — Trace adicionou lentamente. — Não quero ser o meu pai, então estive conversando com um especialista em dependência, que é um amigo de Pauly. E você estava certa. Claire Ann, Rae, e você, Kylie, vocês todas merecem o melhor. Ela esperou pelo final, mas ele não disse mais nada. — Então você está ou você não está namorando Mia Montgomery? — ela perguntou, olhando-o de lado. — Não, eu não estou namorando ninguém. Mas veja como se sente ao ser enganado e ludibriado? — Ele riu. E o punho apertando o coração de Kylie finalmente soltou. Então ela jogou um travesseiro quadrado em sua cabeça. — Você não é um bom menino, — disse ela apontando o dedo para ele. — Nunca disse que eu era, — ele disse a ela enquanto ele se inclinava perigosamente perto. Kylie respirou o aroma familiar de colônia e de Trace. — Chega de mentiras, — ela murmurou contra seus lábios enquanto eles roçaram nos dela. — Uh huh. — Trace murmurou contra os dela antes dele se inclinar para trás, negando-lhe o beijo que ela queria mais do que o ar. — Então você está me dizendo que Claire Ann realmente acha que alguém entrou aqui? — Não. Ela sabe que alguém entrou... porque eu lhe disse que faria isso. — Kylie riu e puxou-o de volta para ela. — Espere, estou fazendo isso novamente. Sentindo em primeiro lugar e pensando depois. Não há tempo para beijar! Nós temos uma canção para gravar, porque, se Chaz puder me perdoar e as pessoas da Vitamin Water concordarem, sairei para minha turnê sexta-feira. — Eu me sinto tão barato e usado. — Ele riu de novo, a sua verdadeira risada, a profunda e gutural que enviava calafrios por sua espinha e a enchia de calor de uma só
vez. Era o som mais bonito que ela já tinha ouvido. Enchia-a com a mesma mistura inebriante de alegria e emoção que ouvir seu pai tocar violão sempre teve. — Bom, eu pretendo usá-lo sempre que puder, — brincou ela, pouco antes de colocar um beijo prolongado firmemente em seus lábios. — Isso é realmente o que você quer? Ficar com um degenerado mesmo que você esteja prestes a sair em turnê e se tornar uma grande estrela? — As mãos dele deslizaram até os lados de sua camisa quando ele a puxou para o seu colo. — Mais do que qualquer coisa, — disse a ele, descansando a testa na dele. E era verdade. — Bom, porque eu não deixaria você sair desta sala, se você dissesse que não, e sempre há tempo para se beijar. — Ele torceu a mão em seu cabelo e reivindicou sua boca com o beijo mais profundo de sua vida. Quando sua língua quente, molhada tocou na dela, Kylie gemeu e mordeu levemente lábio inferior dele. Trace saiu de seu beijo de novo, quando ela estava prestes a perder-se nele completamente. — Espere, agora precisamos conversar sobre algo muito importante. — O quê? — Ela gemeu, rezando para que não fosse ser algo que arruinasse a euforia alta prestes a levá-la embora. — Sobre aquela blusa sexy e sua habilidade de montar o touro mecânico... — Vá com calma, garoto. — Kylie disse, roçando seu nariz de brincadeira contra o dele e beijando-o mais uma vez enquanto o seu coração se enchia de felicidade. — Temos uma canção para gravar.
Fim...