REFERENCIAL TEÓRICO

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CAPÍTULO I – REFERENCIAL TEÓRICO

REFERENCIAL TEÓRICO 1

Introdução Trazendo como tema o Chile nesse desenvolvimento textual, pesquisa sobre a cultura

direcionada aos costumes e tradições do país.

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Costume e Tradições do Chile

A mais popular tradição chilena são as Festas Pátrias cada 18 e 19 de setembro, quando se comemora a Primeira Junta de Governo de 1810. Nas fondas e ramadas (postos típicos) você poderá desfrutar das comidas típicas, das empanadas, da chicha e do vinho tinto, assim como dançar cueca e cúmbia. Durante a festa também se penduram bandeiras, elevam-se papagaios, e realizam-se carreiras à chilena, com ginetes que correm sem sela. ‘’O rodeio chileno é uma tradição e costume e esporte nacional. Nele se prova a destreza dos ginetes que devem apressar ao novilho numa areia chamada Medialuna. Os protagonistas são os Huasos, que com sua vestimenta típica -chapéu, poncho, cinta e esporas- dão vida ao Champion do Chile, o campeonato de rodeio mais importante do país, realizado na Medialuna de Rancagua, em plena zona camponesa.’’ (SUBERCASEAUX, 1997, p 78)

Como bom país vitivinícola, a vindima é celebrada na zona central durante as primeiras semanas de marco. A festa da cidade de Curicó é a mais antiga e começa com uma cerimônia religiosa para bendizer os primeiros mostos e dar passo aos carros alegóricos e às competências de pisada de uvas. Também em Santa Cruz no Vale de Colchagua e Pirque no Vale del Maipo, muito próximo a Santiago, as festas da vindima são muito coloridas e concorridas. ‘’Nas áreas rurais da zona central celebra-se a festa de Cuasimodo. Neste rito, um sacerdote católico leva a comunhão aos doentes numa carruagem decorada e com uma escolta de ginetes enfeitados com um lenço branco. Esta festa data da Colônia e celebra-se no primeiro domingo depois de Páscoa. Em Santiago ainda é feita no setor de Lo Barnechea, como também nos povoados da zona central como El Monte, caminho ao porto de San Antonio e nos povoados próximos a Rancagua entre outros.’’ (SALAZAR, 2002, p.15)


‘’Em Chiloé, alguns habitantes não mudam de casa, senão que as levam, flutuando pelos canais de um setor a outro, amarradas a um barco a motor e arrastados por parelhas de bois quando é feito por terra. Para a “puxada de casa” se faz uma minga: antiga tradição de ajuda recíproca na qual participam vizinhos e amigos, que são recompensados com bebida e comida.’’ (NIEMEYER, CERECEDA, 1984, p.9 )

Outra pitoresca tradição chilena, nesta vez na zona norte, é a festa de La Tirana. Realizada entre o 12 e o 17 de julho de cada ano, num pequeno povoado do mesmo nome localizado a 52 km de Iquique, que é visitado por multidões de peregrinos e viajantes. Dançantes e músicos com coloridos vestuários e máscaras dão vida à diablada, uma dança carnavalesca de origem religiosa e que busca expulsar aos demônios, onde no templo realizavam. 2.1

Festa La Tirana ‘’A Tirana é um pequeno povoado na Região de Tarapacá perto da capital local, Iquique. Mas a festa que é realizada lá transcende o povoado, se tornando a mais célebre do Chile e visitada por peregrinos e turistas. Entre 12 e 17 de julho de cada ano, dançarinos e músicos dão vida à diablada, dança carnavalesca para expulsar os demônios. O corpo de dança, com roupas e máscaras inquietantes, se move ao ritmo de tambores e flautas. O passo é marcado com um apito pelo caporal ou capataz da confraria, enquanto a atividade mostra o sincretismo religioso e cumprimenta também a virgem del Carmen. Descendentes de atacameños, kunzas, aimaras e outros povos nativos chegam ao santuário em peregrinação pagando promessas ou favores concedidos pela padroeira católica. No templo se oferecem missas, enquanto no entorno há artesanato, comidas e dança que não se detêm durante todo o dia.’’ (MAQUIEIRA, 1983, p.5 ) ‘’Nossa Senhora do Carmo (ou Nossa Senhora do Monte Carmelo) é um título consagrado à Virgem Maria. Este título apareceu com o propósito de relembrar o convento construído em honra da Santíssima Virgem Maria nos primeiros séculos do Cristianismo, no Monte Carmelo, em Israel. A principal característica desta invocação mariana é apresentar o Escapulário do Carmo, símbolo que representa o acto de se estar ao serviço do Reino de Deus e que traz muitas indulgências, graças e outros benefícios espirituais a quem assume este sinal e esta proposta como seus. A sua festa litúrgica é comemorada pelos cristãos no dia 16 de Julho.’’ (GUITIERREZ, 1921, p.37)

‘’Um festival de cores, danças e músicas em louvor da Virgem das Virgens: é a festa de Nuestra Señora del Carmen de La Tirana. No meio do deserto mais árido do mundo, uma


pequena cidade de não mais de mil habitantes recebe anualmente cerca de 250 mil peregrinos, que vêm a uma grande festa.’’ (URIBE-ECHEVARRIA, 1973, p.69) Uma história com traços lendários. A tradição que se origina La Tirana remonta a 1535, na véspera da conquista do Chile, quando o capitão Diego de Almagro a partir de Cuzco, entrou para o norte do país com quinhentos e cinqüenta e espanhol e uma comitiva de 10 000 índios. Entre estes, altamente relevante: Tupac, Paulino, príncipe da família imperial dos incas, e Huillac Huma, desapareceu último sumo sacerdote do "culto do Sol", com sua filha, a princesa Ñusta Huillac. Nas fileiras também foram sorrateiramente infiltrados vários "wilcas"-capitães dos antigos incas exércitos imperiais, e um punhado de "ex-padres", que mascararam seus planos de vingança com atitudes obediência submissa.

‘’Transformar um refúgio Tamarugal Ñusta inexpugnável tornou-se capitão de um grupo cada vez maior de índios, com a qual devastou a região. Como princesa e sacerdotisa, reviveu o bandido cult e fez muitos índios negam a fé, correndo todos os espanhóis ou índio cristão que poderia pegar. Em uma de suas expedições militares, capturou um chamado Português Vasco de Almeyda, aventureiro mineiro buscando o quimérico "Mina del Sol". A princesa voou para inclinação amorosa para com o prisioneiro, e foi adiando a sua execução, ele teve tempo para ensinar a doutrina católica e finalmente batizar. Mas seus guerreiros, desconfiados, espionando ela por algum tempo. Quando seu capitão renegado religião Inca, ambos mortos com flechas. No entanto, respeitar os últimos desejos da princesa, colocando uma cruz em seu túmulo.’’ (URIBE-ECHEVARRIA, 1963, p,60 )

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Origem do Festival

Para um par de séculos, esta pequena capela permaneceu centro de peregrinação da família para os moradores, que mostraram com canções e danças sua reverência para com a imagem da Virgem. Em 1830, a região começou a sofrer uma grande transformação na sequência do aumento de nitrato. Matéria prima essencial para muitos artigos da época levou à fundação de


vários centros de mineração e processamento, conhecido como "nitrato", que contratou mão de obra abundante no sul. Muito em breve, esses trabalhadores em uma terra distante e inóspita se acostumou a visitar o santuário de Nossa Senhora do Carmo. Eventualmente, decidiu envolver-se em uma campanha de coleta de materiais para a construção de uma igreja, que foi inaugurado em 16 de julho de 1886. Em 1930, veio o declínio da exploração de nitrato e escritórios foram fechados. Mas, ainda que forçados a migrar para as grandes cidades no norte e centro do Chile, o pampinos manteve a bela tradição de uma peregrinação anual a La Tirana. ‘’Uma característica e fundamental são as danças coloridas e animadas religiosas: promeseros, Cuyacas, ciganos, chunchos, Redskins, Morenos, índios, são apenas algumas das quase duas centenas de nomes de cada grupo de ano homenagear a imagem da Virgen del Carmen La Tirana.’’ (NUNEZ, 2004, p.16)

Para aqueles que sabem em primeiro lugar, as danças pode parecer estranho, mas ao mesmo tempo surpreendente. Eles são o resultado de uma fusão entre as antigas cerimônias Inca, carnaval chinês por causa dos muitos imigrantes que chegaram ao país no início do século XX e danças em honra da Virgem do Túnel, padroeira dos mineiros bolivianos. ‘’A "Festa Grande" foi realizado em 16 de julho, o dia de Nuestra Señora del Carmen, um feriado nacional, mas para danças religiosas preparativos começam em março, com a confecção dos figurinos coloridos e ensaios de coreografia. Com o passar do tempo, os grupos foram organizados em associações de fiéis, também chamado de "irmandades". Cada um deve levantar os fundos para contratar a banda que tocará durante a dança na frente da Virgem.’’ (DE AFONSECA, VIEIRA, 2007, p.15)

‘’Os movimentos destas danças multicolorido devoção religiosa e crescimento da Virgen del Carmen constituem uma das maiores manifestações da religiosidade popular no Chile, bem como a chamada La Tirana "a Capital do Norte do Chile Fe". Uma fé que para chegar ao coração de Cristo, procura instintivamente a mediação de Maria.’’ (VAN KESSEL,1992, p.5 )

1.2.3 Dança La Tirana Diabladas: são mais atraentes para a decoração de suas roupas e passos de dança sensuais. Eles são inspirados no altiplano boliviano diablada festa atinge o


segundo terço do s. XX. Ele se baseia principalmente em linhas de Cholas (mulheres) e demônios (homens) que diante da imagem da Virgem dançam coreografia complexa que representa a luta entre o bem e o mal. À noite, os homens mascarados são iluminados com luzes, que enchiam de cores na noite. (ITANI,2003. p.3)

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Figuras Figura 1

Virgem Del Carmo. Fonte: Iglesia.cl Disponível em: http://noticias.iglesia.cl/noticia.php?id=14839; Acesso em março. 2014. Análise de imagem através da gestalt: Gradação sentido de baixo para cima presente na imagem de gesso, harmonia nas cores, simetria e repetição na imagem ao todo, baixo contraste de cores.

Figura 2


Festa La Tirana. Fonte: Identidad y Futuro Disponível em: http://identidadyfuturo.cl/2012/06/calendario-fiesta-de-la-tirana-2012/; Acesso em março. 2014. Análise de imagem através da gestalt: Repetição e semelhança de formas ao horizonte da foto, causado pela quantidade de pessoas, alta pregnância, contraste devido as cores mais frias e quentes se destacando, assimetria presente nas diversas formas de vestimentas porém há o equilíbrio, fluidez.

Figura 3


Diablada. Fonte: Bolivia Cultura Disponível em: http://www.boliviacultural.com.br/ver_noticias.php?id=383. Acesso em março. 2014. Análise de imagem através da gestalt: Fluidez presente no movimento das roupas, harmonia nas cores e formas, assimetria e repetição nas formas dos chifres das máscaras, contraste de cor dourada com o vermelho e azul.



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