Jornal agora edição 30

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12 de julho de 2015 Jornal semanal

ANO I EDIÇÃO 30

Tiragem: 2.000 exemplares Fechamento da edição: 14h 30 do dia 9 / julho / 2015

TRAIRAGEM

Pra rola vadia, faca amolada Mulher traída decepa pênis do infiel

Página 3

“É GAMBIARRA”

União entre homossexuais não é casamento

Página

17

BOA OPÇÃO

Para fugir da mesmice e da chatice

Hoje, a pedidos, as poderosas lentes de Valéria Andrade trazem de volta, formas e sensualidade de Daniela Cavalcante

Páginas 10 e 11

Casa do Neuber, na Ville Roy, para quem quer coisa boa

Páginas 18 e 19 AROLDO PINHEIRO


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Boa Vista, 12 de julho de 2015

Opinião

Charge

MORTE FELIZ NOS BRAÇOS DA SEREIA Apolinário era solitário. Solidão que só aumentou com a idade, mal que fez de sua alma morada de demônios, que se multiplicavam à medida que ia aumentando as doses de cachaça. Corpo e mente debilitados, quando voltava da venda para o casebre em que vivia na beira do rio, passou a ouvir um canto estranho, que vinha das pedras na cabeceira da ponte. Numa dessas noites, quadra de lua cheia, bastante embriagado, viu lá embaixo, braços abertos, convidando-o para um

abraço, uma seria de beleza ímpar. Tomado por um sentimento ebrifestivo, não resistiu e atirou-se ao seu encontro. Na manhã seguinte um pescador encontrou Apolinário esborrachado sobre as pedras, sorriso feliz emoldurando-lhe os lábios. Ebrifestivo - [De ébrio + festivo.] - Adjetivo - 1.Alegre de embriaguez; 2.Que alegra, embriagando. [Sin. ger.: ebrifestante.]

Roraima agora

aroldopinheiro801@gmail.com Facebook: Aroldo Pinheiro WhatsApp: 95-98122-3131

Mariana, aos três anos de idade, levou uma queda e xingou no linguajar de quem aprende a falar: - Puta meda! Maura, a mãe, contra palavrões e

xingamentos, olhou severamente para a menina que, ao ouvir seu nome pronunciado com rispidez, voz sabia ter falado coisa errada. Mariana capitulou: - Tá bom, mãe: puta Deus.

Expediente DIRETOR GERAL, gerente comercial e editor chefe: José Aroldo Pinheiro – MTB 397 – RR DIAGRAMADOR: Flávio Mendes EDITORA DE FOTOGRAFIA: Valéria Andrade Pinheiro Imp. Exp. Ind. e Com. Ltda. CNPJ: 04.698.356/0001-04 – Inscrição Estadual 24.001213-4 – Suframa 11.0189.10-8 TELEFONES: 95-98122-3131(TIM) – 95-98404-3720(CLARO) – 95-9963-1122 (VIVO) E-MAIL: aroldopinheiro801@gmail.com – Facebook: Roraima Agora – WHATSAPP: 95-98122-3131(TIM) ENDEREÇO: Avenida Brasil, 1240 – Cinturão Verde – CEP 69312-450 – Boa Vista, Roraima REDAÇÃO: Rua Pau Brasil, 614 – Paraviana – CEP 69300-000 – Boa Vista, Roraima Reportagens, matérias, artigos, crônicas e ensaios assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal Roraima Agora

Márcia Marinho (via WhatsApp)

“Mulher, mulher, mulher. Quando vocês vão colocar um homem saradão nesse jornal?” São muitos os pedidos, Márcia. Até agora, os homens que toparam têm jeito de quem deixa escapar a quarta. Assim que arranjarmos o cara ideal, satisfaremos o desejo da mulherada ----------------------------------------------------

Johnson Rodrigues (via WhatsApp)

“Onde o Roraima Agora encontra essas mulheres bonitas da página central?” Pela cidade, Johnson. É só ir ao lugar certo, na hora certa. ----------------------------------------------------

Mário Cerqueira (via WhatsApp)

“Mais um feriado... Quando será que esses políticos vão se tocar que nem todo mundo quer folga quanto eles?” Esperar que políticos diminuam dias de folga? No dia de São Nunca (que, por sinal, deveria ser feriado), Mário.

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Meire Cruz

(via WhatsApp)

“Parabéns pelas fotos de Marcinha Porto.” Obrigado. Olhaí, Valéria! ----------------------------------------------------


Nacional

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SEM AMANTE, SEM ROLA

Pênis decepado por ciúmes Pra cortar o mal pela raiz, baiana usou faca afiada Na sexta feita da semana passada, 3, por volta de 1h30, na cidade de Ipojuca, região metropolitana de Salvador, Boletim de Ocorrência dá conta de que uma mulher, em crise de ciúmes, decepou o pênis do marido enquanto ele dormia. O crime ocorreu no interior da residência do casal, no Loteamento Chácara Rio Negro, no bairro de Nova Pojuca. Fora de si, ao comprovar que o marido vinha comendo juriti de outros poleiros, Cristiane Bispo teria pego uma faca e decepado o pênis do marido infiel, Cláudio Miranda dos Santos, 41 anos. Cláudio foi encaminhado para a emergência do Hospital Geral do

AROLDO PINHEIRO

Estado (HGE), minutos depois da ocorrência. O estado de saúde da vítima não foi revelado e a Central não informou se Cristiane Bispo foi detida pela polícia. MODA PEGANDO? Em abril, na cidade de Santo Ângelo (RS), ao flagrar o marido com saliência pra cima da empregada da casa, uma delegada de polícia armou-se com faca de cozinha e cortou a rola do traíra. A vítima passou por cirurgia e foi liberada. Médicos não informaram se o caso terminou com pinto inteiro ou fatiado. Em redes sociais, ao comentar casos semelhantes, homens dizem ter medo de que essa moda pegue.

MODA? Com medo, tem neguinho escondendo facas de uso doméstico


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Boa Vista, 12 de julho de 2015

Cidades

LUGAR BOM PRA SE VIVER

Boa-vistense utiliza espaços públicos para lazer Apontada como a melhor cidade brasileira pra criar filhos, Boa Vista oferece ótimas áreas para encontros e diversão Ao comemorar 125 anos, com aproximadamente 315 mil habitantes, Boa Vista, há pouco tempo, ganhou título e reconhecimento como a melhor capital brasileira para criar filhos n Região Norte e, também segundo o IBGE, a cidade está entre as 50 melhores do país. Moradores comentam. “Boa Vista é minha família. É meu tudo,” diz Francisco Peres. Para ele, que acaba de se tornar pai, não poderia ter lugar melhor para criar a pequena Ana Gabrielly. O sentimento é de paixão em dobro. Francisco aproveitou o último final de semana para um passeio em família no parque Germano Augusto Sampaio e destacou a importância dos espaços públicos para o lazer com a filha. “Já viajei para outras cidades e pude perceber o quanto Boa Vista evoluiu. Nossa cidade não deixa a desejar. Algumas praças, por exemplo, passaram

por revitalização e hoje posso aproveitar um passeio com a minha família tranquilamente. Esse tipo de programa acaba estreitando mais ainda os laços familiar”, garantiu Francisco Peres. O empresário Leonardo Sousa Magalhães também aproveitou a tarde do domingo para produzir um book familiar com a esposa e as filhas. O Marco Zero foi o espaço público escolhido pela família para os registros. Natural de Brasília, o empresário desembarcou em Boa Vista ainda em 1989, trazido pelos pais, junto com os irmãos. Desde então criou raízes e multiplicou seu amor pela cidade. “Não tenho dúvidas de que Boa Vista é a melhor cidade para se viver. Tenho amigos que são militares e que não pensam mais em ir embora. A cidade é muito acolhedora e oferece qualidade de vida, o que é mais importante”, frisou.

SEMUC/PMBV

CIDADE AO AR LIVRE Uma das características de Boa Vista que encantam é a área verde. Muitas destas regiões estão localizadas em praças a céu aberto. O que incentiva a prática de esportes e reduz a obesidade. Com dados de 2015, o Ministério da Saúde comprovou o que já era possível notar nas ruas, praças, rios e igarapés de Boa Vista. A capital

apareceu como a sexta mais saudável do Brasil. Segundo o ranking, boa parte dos adultos que aqui moram praticam atividades físicas no tempo livre. Este dado contribui que a capital de Roraima seja a oitava capital com menor índice de obesos do País. Eduardo Riva, 20, que, com a família, mora na cidade há nove anos na cidade, está entre os adultos praticantes de

esporte. A tranquilidade é fator positivo para ele, que aproveita a Praça do Mirandinha para praticar slackline. “O slackline é uma descontração e me ajuda a sair um pouco da rotina corrida de estudos. Não poderia ter lugar mais apropriado para praticar esse esporte do que as praças de Boa Vista, sempre tão bem arborizadas e cuidadas. Tanto que sempre temos famílias e grupos de amigos reunidos, aproveitando a tranquilidade da cidade até para fazer piquenique”, ressaltou Riva. As praças de Boa Vista tornam atrativo também para quem quer se manter conectado com o mundo. Por isso, a família de Gerliane Cardoso aproveitou o passeio na praça do bairro Cidade Satélite e se conectou ao Boa Vista online que favorece a população com a inclusão digital em suas áreas de lazer.


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Boa Vista, 12 de julho de 2015

Cidades

CEM POR CENTO

Acessibiliades em todos os ônibus Com aquisição de novas unidades, população tem mais conforto e menos tempo de espera SEMUC/PMBV

Agora, usuários de transportes coletivos têm na frota de ônibus 100% de acessibilidade desde o dia 6, quando a prefeita Teresa Surita entregou 12 ônibus 0km, com ar condicionado, poltronas estofadas, iluminação de led e elevador para cadeirantes. Todas as unidades têm capacidade para 50 pessoas sentadas, garantindo conforto e segurança aos usuários. Hoje, 75 veículos circulam pela capital. Adalberto Silva, cadeirante, coordenador do Movimento Nacional de Luta por Direitos da Pessoa com Deficiência declarou: “Desde o início

Além de comemorar o fato, a prefeita falou sobre mais novidades que vão garantir o conforto da população. “Ainda este ano, o Mini Terminal Luís Canuto Chaves estará totalmente climatizado. Além disso, com o projeto de Mobilidade Urbana, vamos construir 100 abrigos de ônibus com ar condicionado”, contou a prefeita Teresa Surita. discuti o assunto com a prefeita; ver isso se concretizando é uma vitória. Hoje, muito se fala sobre a inclusão social, mas é impossível incluir o deficiente na sociedade sem transporte

coletivo de qualidade. A gestão municipal está dando exemplo de compromisso, pois a maior parte das capitais brasileiras não tem essa comodidade”, afirmou.

MELHORIAS Em 2013, Boa Vista era servida por 60 ônibus, com idade média de 12 anos, que faziam apenas 10 linhas – ou rotas. Apenas 40% dessa fro-

ta tinha acessibilidade. Para melhor atender a população, foram criadas mais três linhas diretas, quando o conjunto Pérola e os bairros Nova Cidade e Cauamé passaram a ser contemplados. A rota do ônibus Cauamé-Direto passou a dar acesso ao Pátio Roraima Shopping; a linha 315, do Conjunto Pérolas, foi alterada para atender a região de chácaras do bairro Senador Hélio Campos com horários pre­estabelecidos, priorizando os momentos de pico, atendendo moradores das localidades e alunos do Senac.


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Internacional Internacional

ANDAR COM FÉ

Ex-alcoólatra, tatuada, boca-suja cria i

Na Casa para Todos os Pecadores e Santos, no Colorado (EUA), desbocada pastora luterana De cara, ela chama a atenção. Nadia Bolz Weber, 1,85m de altura, cabelos pretos e grisalhos curtos, batom rosa forte e braços descobertos, torneados por horas de academia, prega para drogados, alcoólatras, moradores de rua e . Um terço da congregação dirigida por Nadia é gay, lésbica ou transgênera. E eles comemoram o fato. Há até mesmo uma “Ministra das Coisas Fabulosas”, uma drag queen chamada Stuart. A “apóstola” diz que toda congregação deveria ter uma drag queen, e cita como exemplo a ideia que Stuart teve “para encorajar as pessoas a ajudar a financiar a comunidade da qual faziam parte”. “Stuart disse: ‘Vamos fazer uma camiseta, que na frente tenha os dizeres ‘Isso aqui não é de graça’, e nas costas ‘Então faça o favor de pagar o dízimo, Piranha!’. Você vê o que eu quero dizer? Isso torna a igreja muito mais legal”. Ela é franca sobre seus dias dormindo por aí, bebendo e se drogando. “Eu estava perfeitamente feliz com a ideia de que estaria morta aos 30 anos,” diz.

A PASTORA luterana Nadia Bolz Weber, da Casa para Todos os Pecadores e Santos, na cidade americana de Denver (EUA) Um dia, entretanto, seu melhor amigo, se matou. Ela o conhecia do circuito de comédia e seu funeral foi realizado num clube de comédia em Denver, que ela descreve como “cheio de acadêmicos, estranhos e alcoólatras em recupe-

ração”. Na época, Nadia já havia deixado a Igreja de Cristo e tinha praticado e abandonado o paganismo. Como era a única amiga do morto a ter alguma fé, foi convidada para discursar no funeral. “Olhei para fora e

pensei: ‘Estas são minhas pessoas e elas não têm um pastor - e talvez eu realmente tenha sido chamada para ser uma pastora para o meu povo’”, diz. E, assim, pouco depois de frequentar um seminário luterano, ela fundaria a Casa para

Todos os Pecadores e Santos, com a missão de levar o evangelho a outros fora de padrão. “Tive que começar uma igreja como eu gostaria de frequentar, basicamente porque eu raramente tinha ido a alguma que me agradasse”, afirma.


Internacional Homenagem Variedades

Boa Vista Vista,, 128 dedejunho Boa julho de 2015

igreja para renegados

a fã de tatuagens, reinventa igreja DIVULGAÇÃO

Nadia foi criada em Colorado Springs, na altamente conservadora Igreja de Cristo. “Tive uma educação religiosa muito severa”, diz, “fundamentalista, legalista, sectária”. Ela, inclusive, cursou

uma das universidades da igreja, Pepperdine, em Malibu, na Califórnia, mas ela diz não se lembrar muito de seus quatro meses lá. “Eu era uma drogada”. Enquanto age como socialmente progressista,

Nadia segue os ensinamentos da tradição ortodoxa luterana. E assim, essa figura diferente, com pregações totalmente fora de padrões estabelecidos, conduz seu rebanho com dezenas de ovelhas.

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Internacional

Boa Vista, 12 de julho de 2015 SEM NOÇÃO

Perguntas que jamais devem ser feitas Quanto você ganha? Você está grávida? Estas e outras curiosidades invasivas devem ser evitadas Que atire a primeira pedra aquele que nunca fez uma pergunta indiscreta. Uma das principais características humanas, a curiosidade pode constranger ou magoar alguém com um questionamento na hora errada. Célia Largo, consultora de etiqueta e marketing pessoal firma que “as curiosidades, a gente mata com aquelas pessoas com quem, de fato, partilhamos intimidade. Algumas pessoas se dão uma liberdade que ninguém deu para elas”, por meio do Ig ela enumera quinze perguntas que jamais devem ser feitas: 1- Quanto você ganha? Dinheiro é sempre um assunto delicado, portanto perguntas diretas devem ser evitadas. “O que cada um faz com o próprio dinheiro é problema da pessoa”, diz Célia Leão. A mesma dica vale para perguntas do tipo: “quanto custou?” 2- Quantos anos você tem? Esta pergunta pode ou não ser considerada indiscreta, dependendo da idade do interlocutor. Para não cair no erro, deixe que a própria pessoa diga a idade caso queira, sem forçá-la. “Esta é uma informação que nem todos gostam de compartilhar. Até mesmo alguns famosos fazem questão de mentir a idade, por exemplo”, explica a especialista.

DIVULGAÇÃO

SAIA JUSTA Muitas perguntas causam constrangimento; pessoas têm que pensar duas vezes antes de fazê-las 3- Você é gay? Perguntar a orientação sexual de uma pessoa é tão discreto quanto uma bomba explodindo numa loja de porcelanas. “Esse tipo de pergunta é o cúmulo da ‘xeretisse’”, brinca Célia, antes de indagar: “que diferença faz saber a orientação de alguém?”. 4- Você está grávida? Nunca se esqueça de que há sempre a possibilidade de a pessoa estar apenas acima do peso ideal. 5- Você fez plástica?

Muitas vezes a pessoa que passa por um procedimento cirúrgico para melhorar a aparência o faz justamente por não se sentir confortável com determinada parte do corpo. “Ao fazer uma pergunta dessas você expõe a pessoa, deixando-a insegura”, diz a consultora de etiqueta. 6- Por que vocês terminaram o namoro? Por se tratar de uma experiência difícil, este é o típico caso no qual é melhor esperar que a pessoa se

abra se se sentir à vontade. Melhor substituir a pergunta por algo do tipo: “como você está se sentindo?”. 7- É de nascença? (para alguém que tenha alguma deficiência física) “Muitas vezes a deficiência é fruto de alguma experiência traumática que a pessoa, provavelmente não gosta de lembrar a todo instante”, ressalta Célia. 8- O que ele tem? (para alguém que tenha um familiar portador de necessidades especiais) Desconfortável, a pergunta pode gerar reações pouco amigáveis. “Os familiares podem sentir a necessidade de proteger a pessoa”, alerta a consultora. 9- Que legal, você tem gêmeos… Foi natural? A inseminação artificial não é uma condição para que nasçam filhos gêmeos e, mesmo se este for o caso, não deixa de ser um assunto íntimo. “Nem todos os casais que têm problema para engravidar gostam de tornar o fato público”, relata a especialista. 10- Você fez tratamento? (para uma grávida mais velha) Mesmo princípio da pergunta anterior. “Supondo que este seja o caso, não é algo que diz respeito a todo mundo”, aconselha Célia. 11- É seu neto?

Quem se torna pai ou mãe com uma idade avançada é obrigado a conviver com perguntas como esta. Para dar um pouquinho de paz, melhor evitar a indagação. 12- É sua filha/o? (para um casal com grande diferença de idade) Para quê forçar uma possível situação desconfortável? Na dúvida, melhor manter a boca fechada. 13- Que perfume você está usando? Caso o aroma agrade, tente substituir por algo menos direto, como “que perfume gostoso!”. Caso a pessoa não se importe, ela naturalmente revelará a marca. “Eu, por exemplo, não gosto que perguntem qual a minha fragrância; não quero que me copiem”, confessa a consultora de etiqueta. 14- Mas como você é solteira? Apesar de soar como um elogio à beleza, a pergunta pode ser digerida como pressão para que a pessoa mantenha um relacionamento estável. 15- Que cara horrível! Aconteceu alguma coisa? Ao percebermos alguém cabisbaixo, muitas vezes temos o instinto de pressioná-lo para saber o que aconteceu. “Pergunte quais as novidades, caso haja alguma coisa errada, é possível que a pessoa responda naturalmente”, sugere Célia.


Variedades

Boa Vista, 12 de julho de 2015

O predestinado Acho que tenho cara de babaca. Acho que sou um predestinado. Explico. Se alguém quer atravessar uma fila - e eu nela estiver -, o atravessador escolhe minha frente para atravessar. Se, nalgum lugar, um mendigo chega para mendigar, no meio de quarenta pessoas, ele se dirige a mim. Se numa rodada, houver um daqueles caras que só sabem falar tocando, o tocador se sentará a meu lado e me tocará a noite inteira. Nem sei mais quantos golpes

me aplicaram ao longo desses 61 anos de vida. Sei que sempre sou o escolhido, o predestinado. --Em supermercado, eu escolhia meus temperos, quando uma senhora com cara de 80 anos no quengo atacou: “Boa noite”. Respondi-lhe ao cumprimento; ela: “Nossa, que voz linda: parece voz de locutor”. Envaideci-me. Era o que ela queria. Falou-me baixinho: “Só o senhor pode me ajudar”.

Sabendo da facilidade que tenho para aplicação de golpes, pensei em fugir. Mas aquela mulher inspirava carinho e atenção. Antes que eu caísse na real, a velha mostrou-me um pano – como se fosse um dos maiores tesouros do mundo – e segredou-me: - Esse país tá uma vergonha. Imagine que uma senhora de idade como eu tem que vender arte pra comprar carne. - ???? - Lá em casa, onze pessoas dependem de mim. Pinto esses paninhos de prato pra me defender; o senhor não quer comprar um pra nos ajudar? Pensei em correr, mas a velha sabia envolver. Disse-me que me venderia um daqueles paninhos por quinze reais, mas que eles valiam mais de trinta. Agora fisgado, pedi-lhe para ver a gravura. Ela, olhando para os lados como se vigiando estivesse, disse-me que não poderia abri-los totalmente, “pois o pessoal do supermercado não permite comércio paralelo aqui dentro”. Tentando escapar, disse-lhe que não poderia comprar sem ver o produto. Até porque, vivendo

sozinho, uma gravura efeminada poderia depor contra minha macheza. A artista discorreu um pouco sobre “todos” os sexos que existem no mundo e disse-me que minha preocupação “não tinha nada a ver”. Arrisquei , ainda, escapar, dizendo-lhe não ter R$ 15 em espécie. Que, se ela fizesse por R$ 10... A velha olhou minha carteira e, praticamente, arrancou as duas cédulas – uma de dez e outra de

9 dois – que ali dormitavam. “Faço por R 12!”. Negócio fechado. Valor acertado pago, mercadoria entregue, saí, encerrei minhas compras, paguei e fui-me embora. No dia seguinte, na entrada de conhecida loja da cidade, uma placa: “PROMOÇÃO DE PANOS DE PRATO – 4 POR R$10”. Sabendo o que ia encontrar, confirmei onde aquela velha filha da puta se abastecia de “arte feita em casa”.


Fortaleza, formas e sensualidade da cearense Daniela Cavalcante muito bem retratadas pelas lentes de Valテゥria Andrade

Boa Vista, 12 de julho de 2015

NUM TEM DISSO Nテグ?

Meninas do Barテ」o

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Boa Vista, 12 de julho de 2015

Curtas

REMORSO

Ladrão deixa bilhete de ‘desculpas’ e devolve fruto do roubo Desempregado, roubou no desespero, mas se arrependeu A auxiliar de serviços gerais, Eva da Silva Alves, 36, de Belo Horizonte (MG), teve agradável surpresa, depois de passar momentos de terror. Depois de ter sido assaltada na noite de 1º de julho, Eva encontrou, a mochila, todos os pertences levados e um bilhete de desculpas em que o criminoso explica o motivo do crime. O ladrão se disse “arrependido” pelo ato e declarou ter-se emocionado ao ver fotos dos filhos de Eva. “Começo pedindo desculpas! Só roubei a senhora porque estava passando necessidade. Fui mandado embora do emprego. Quase chorei quando vi os pães na mochila e a foto dos seus filhos pequenos. Sei que não justifica meu erro, mas não tinha intenção em lhe machu-

car”, dizia o recado deixado pelo criminoso. Ladrão se diz “arrependido” pelo crime e justifica falando que está desempregado Ao jornal O Tempo, de Belo Horizonte, Eva disse que pediu a Deus para que o criminoso se redimisse, e devolvesse seu material escolar. “Pedi muito a Deus que tocasse nele, que devolvesse minhas coisas, mas não esperava. Fiquei muito feliz. Consegui entregar o trabalho. Sem ele não tinha como fazer a prova”, comenta aliviada. A auxiliar de serviços gerais afirma que o pedido de desculpas feito pelo criminoso foi aceito. “Perdoei sim. Eu peço a Deus que ele arrume um serviço para que não faça isso com mais ninguém”, afirmou.

AROLDO PINHEIRO

O HOMEM DA RUA Dizem que ele é oficial da força aérea? Oficial da força aérea de onde? Guiana, Suriname? Dizem que ele fala inglês, francês e espanhol, no entanto, ninguém – ou quase – ouviu uma frase pronunciada por ele. Dizem muita coisa – com nexo e sem nexo – sobre O Homem da Rua, mas ninguém comprova nada. Sabe-se que ele vive na rua e que não faz mal a ninguém. Por quanto tempo O Homem da Rua guardará seus segredos? Fotografou algo engraçado? Viu algo interessante? Quer fazer uma denúncia? Registrou situação crítica? Mande foto com texto (máximo 200 caracteres) que a gente publica. WhatsApp: 98122-3131.


Social

Boa Vista, 12 de julho de 2015

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RAPIDINHAS

ESPINHA DA ROSA VALÉRIA ANDRADE

Inquieta, teimosa, a advogada Rosa Benedetti teve que ser socorrida quando a espinha dorsal reclamou ao encarar o “túnel” de quadrilha no arraial CUMPLEAÑOS Sumário Salomão ladeado por Sumaia, Sâmara da OAB e Cleide em recente festa de aniversário

SOBRANDO PRA RORAIMA

AROLDO PINHEIRO

Empresários demitem, cortam custos e reclamam. A crise provocada por Dilma e seus larápios chega ao Estado e apavora. A marola, parece, é tsunami.

VALE ATÉ BACAMARTE no caminho rumo à OAB Roraima

PRAIA GRANDE

Com os torós que vêm caindo, frequentadores do balneário mais barato e democrático de Boa Vista, a Praia Grande do Rio Branco, terão que esperar muito para que o areal reapareça.

FACEBOOK

DE VOLTA O NOME DELA É TRABALHO –

Quase 5 milhões de reais em emendas para a Saúde de Roraima

Maria Helena Veronese fez falta no tempo em que esteve distante do Congresso Nacional. Em poucos meses de mandato, a deputada já trouxe quase 5 milhões de reias para serem aplicados na Saúde do Estado IMAGEM DA FELICIDADE – Anchieta Pinheiro de bem com a de Roraima. vida e irradiando alegria pela cidade de Boa Vista


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Variedades

Boa Vista, 12 de julho de 2015

DESAPRENDENDO

CURIOSIDADE DIVULGAÇÃO

E o idiota que saiu com esse cartaz está IM PUNI até hoje.

Simpático, gente fina, inteligente e jornalista competente; quem é? 1. 2. 3. 4. 5.

Bruno Perez Caíque Silva Dennis Martins Johann Barbosa Nei Costa

Resposta da semana anterior: (5) Vângela Morais

HORÓSCOPO Áries 21/3 – 20/4

Não adianta chorar. Nem rezar. Faltou bom senso e preservativo? Agora, confirmado o exame, é relaxar e torcer para que a criança nasça saudável.

Leão 22/7 -22/8

Não deu pra viajar? Aqui perto tem boas opções. E baratas. Experimente levar os meninos para piquenique na Praça do Mirandinha ou no Parque Anauá, por exemplo.

Sagitário

22/11 – 21/12 Não brinque com sexo. Previna-se. Se já deu sem proteção, apele para a pílula do dia seguinte. Se já decorreram três dias depois da transa, reze.

por Demerval Sacripanta

Touro 21/4 – 20/5

O bom senso manda que a viagem seja adiada. Em tempo de crise, precaução. Pague as contas atrasadas e tenha férias despreocupadas por aqui mesmo.

Gêmeos

21/5 20/6 Chorando de novo por um grande amor? Deixa de ser leso, o que não falta nesse mundo é mulher. E mulher não gosta de chorão.

Libra

Virgem

23/8 – 22/9 A pessoa mais próxima de você está de olho no seu parceiro (ou parceira). Fique esperto(a). Quem ama cuida. E vigia. Depois não diga que não avisamos.

Capricórnio

22/12 – 20/1 Tá de saco cheio dessas músicas idiotas que tocam em todo lugar? Experimente ir à Casa do Neuber. Às quintas-feiras há sempre boas opções por lá.

fácil.

23/9 – 22/10 Não culpe ninguém pelo sumiço de suas coisas. Procure com cuidado. O que está lhe fazendo falta deve estar em lugar bem

Aquário

21/1 -19/2 Não reclame da escola ou dos professores de seus filhos sem conhecê-los. A quantas reuniões de pais e mestres você foi durante o semestre passado? Participe; o erro pode estar em você

Câncer

21/6 21/7 Não brinque com pensão alimentícia. Atrase cartão de crédito, prestação do veículo, aluguel; nunca atrase pensão alimentícia. Dá cadeia.

Escorpião

23/10 – 21/11 Preencha seu tempo com boa leitura. Além de proporcionar viagens maravilhosas, bons livros enriquecem a alma.

Peixes

20/2 – 20/3 Perdeu o emprego? Não culpe ninguém. A crise está aí. Não saia batendo a porta, você pode precisar abri-la algum dia.


Variedades

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Boa Vista, 12 de julho de 2015 Recado

“Tem que saber português.” Caetano Veloso

Caetano subiu nas tamancas Caetano faz o que tantos fazem. Contratam profissionais pra cuidar das redes sociais. Twitter, Facebook, Instagram parecem alimentados pela celebridade. Não são. Daí por que surpresas acontecem de vez em quando. Com o baiano não foi diferente. “HomenaPor falar em nome próprio…

Ocorre crase antes de nome de pessoa? Depende. Há regiões que usam o artigo. Os gaúchos, por exemplo, dizem a Maria, a Carla, o Paulo. Nordestinos dispensam o pequenino. Os pernambucanos dizem Maria, Carla, Paulo. Ora, se o artigo é facultativo, a crase também é. Merecem banda de música e tapete vermelho as duas formas: Dirigiu-se à Maria. Dirigu-se a Maria. Homenagem à Maria Bethânia. Homenagem a Maria Bethânia. O masculino não foge à regra. Se a companhia do artigo é facultativa, o ozinho fica entregue ao critério do freguês. Olho vivo! Como ensinou Caetano, nada de crase: Dirigiu-se a Paulo. Dirigiu-se ao Paulo. Homenagem a Chico. Homenagem ao Chico. Você concorda?

“Ora, veja bem, num mundo com mais de 7 bilhões de pessoas, você não concorda que há muitos imbecis? Não estou falando ofensivamente quanto ao caráter

gem à Bituca” apareceu em post do cantor. Ele subiu nas tamancas. E deu a lição: Bituca, apelido de Milton Nascimento, é nome masculino. Nada de crase. Acertou. O sinalzinho anuncia casamento de dois aa. Um é a preposição. O outro, em geral, o artigo. Ora,

das pessoas. O sujeito pode ser excelente funcionário ou pai de família, mas ser completo imbecil em diversos assuntos. Com a internet e as redes sociais, o imbecil passa a opinar a respeito de temas que não entende.” (Umberto Eco) Mandioca majestosa

Quem diria, hem? A mandioca virou celebridade. No lançamento dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, a presidente reverenciou o tubérculo. Levou pauladas a torto e a direito. Que bobeira! Sua Excelência poderia ganhar aplausos se tivesse contado a origem do nome do tubérculo. Conhece? É a história da filha do cacique que apareceu grávida. Furioso, o índio queria que a moça dissesse o nome do pai da criança. Ela insistia: não tinha namorado ninguém. Meses depois, nasceu uma menina. Surpresa! A bebê era branquinha, muito branquinha. E sabia falar e andar. Deram-lhe o nome de Mani. Com pouco mais de um ano, a garota morreu.

antes dos machinhos, o o pede passagem. O a fica por conta das senhoras e senhoritas. Se a turma caetana tinha a intenção de anteceder Bituca do monossílabo, teria escrito este texto nota 10: Homenagem ao Bituca.

Um dia, apareceu no túmulo uma planta estranha. Decidiram desenterrar o corpo da indiazinha. Ops! Só encontraram grossas raízes — escuras por fora e brancas por dentro. Os índios cozinharam e comeram o alimento desconhecido. Agradeceram a Tupã. A raiz de Mani saciou a fome da tribo.

direto é lhe. Melhor corrigir: Clientes do garçom mais querido da cidade foram ao Beirute agradecer-lhe pelos serviços prestados. *** Claudio ou Cláudio? Ora vejo o nome grafado com acento. Ora sem acento. E daí?

Significado

Sandra Drummond, Brasília

Mandioca tem duas partes. Uma: Mani. A outra: oca. Oca, em tupi, quer dizer casa. Mandica, então, significa a casa de Mani. Leitor pergunta

Li no Correio de segunda-feira uma chamada sobre o garçom Cícero, que aposentou a bandeja. O texto diz que clientes “foram ao Beirute agradecê-lo pelos serviços prestados”. Estranhei. Não seria agradecer-lhe? Maria Luiza Dalledone Machado, Brasília Tem razão, Maria Luiza. O jornal pisou a regência. A gente agradece a alguém. O pronome que funciona como objeto in-

Cláudio joga no time de rádio e áudio. Paroxítona terminada em i tem acento. Mas, como se trata de nome próprio, vale o que está escrito. Se na certidão de nascimento não aparece o agudo, o Claudio será Claudio vida afora. *** Vi a palavra taxativo escrita com ch. Foi erro? Tânia, lugar incerto

O dicionário só registra taxativo. É quem não admite réplica ou contestação: O deputado foi taxativo na defesa da família


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Boa Vista, 12 de julho de 2015 hoje o tempero da vida continua incluindo os condimentos e as especiarias. Um exemplo disso você encontra no subsolo da magnífica loja Harrod’s, em Londres. Lá, numa imensa seção de artigos importados, descortina-se apetitoso panorama de especiarias vindas de todas as partes do Império Britânico em seu maior esplendor. Era tão grande que se dizia que nele o sol nunca se punha. Alguns, porém com malícia, TEMPERO O berço dessa palavra vem do completam a frase: “e o sangue latim temperare, misturar cor- nunca seca”. . . retamente, juntar. Houve época em que ele era usado mais para BIZARRO disfarçar o sabor do alimento. De berço italiano bizarro, extraO sal é o mais básico de todos vagante. É o sujeito excêntrico, os temperos. Sem ele, o prazer de comer fica consideravelmente diminuído. Tinha alto valor na Antiguidade, a ponto de uma crença garantir que derramar sal dá azar, veja você. Valia tanto que a palavra salário deriva dele. As especiarias são temperos ou condimentos usados na culinária para proporcionar sabores diferentes na comida, destacando-se, as seguintes: pimenta, gengibre, cravo, canela, noz moscada, açafrão e cardamomo. Na época das Grandes Navegações, eram muito valorizadas na Europa e, com o crescimento da burguesia, também aumentou a demanda por produtos considerados de luxo – temperar os alimentos, tornando-os mais saborosos, era moda e procedimento de bom gosto. Até desse ácido, segundo informações científicas, foi responsável pela morte de algumas figuras conhecidas no mundo como Judy Garland, Marilyn Monroe e Stefan Zweig, além de representar personagens de Agatha Christie em algumas de suas obras como “Treze no Jantar” e “O Assassinato de Roger Ackroyd”. Vivendo e aprendendo. . .

O PÃO QUE O DIABO AMASSOU Expressão popular que significa passar por grande sofrimento, muitas dificuldades. Escreve o grau de desespero a que a pessoa está submetida. O berço da expressão vem do fato de que deve ser, realmente, indigesto engolir um pão amassado – amassar é o mesmo que fazer a massa – pelo capeta. Além da procedência, nada confiável, do produto (se vem do coisa ruim), boa coisa não pode ser, tem grande chance de esse pão vir queimado, já que foi assado no fogo do inferno. De fato, designa o limite extremo a que pode chegar o sofrimento humano. Em qualquer atividade ou mesmo na vida rotineira do indivíduo, não há comparação com outras desventuras, ainda mais considerando o demônio como agente da desgraça.

Não se trata da ingestão de algum alimento, digamos, incomível, mas nem queira saber do horror que você estará experimentando, vindo de quem veio. Gulp! BARBITÚRICO A partir de 1903 começou a ser vendido o Barbital, o primeiro barbitúrico hipnoindutor que tem o nome comercial de Veronal. Em 1912, surge o Fenobarbital com o nome comercial de Luminal, que apresenta ação mais prolongada e que teve ampla aceitação clínica, sendo utilizado atualmente como eficaz anti-convulsivo. Já o ácido barbitúrico tem seu berço no alemão barbitur säure, que, curiosamente, recebeu esse nome por ter sido identificado por Adolf von Bayer, em 4 de dezembro de 1864, dia de Santa Bárbara. O abuso

Variedades grotesco, invulgar, incomum. Ao longo da História, o termo é definido como uma qualidade do ser humano que designa caráter forte, valente, airoso, mas também gentil, bem apessoado, jactancioso, exótico, que se faz notar pelo refinamento das maneiras ou pelo caráter primoroso no comportamento. Na verdade, é uma pessoa atípica, que se destaca justamente por isso, muitas vezes provocando surpresa e perplexidade na sua apresentação em público. É figurinha fácil em festas não-convencionais, aquelas que chocam as gentes habitualmente bem comportadas. A bizarria espanta. . .


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Política

“É GAMBIARRA”

União entre homossexuais não é casamento Deputado tem opinião polêmica quando o assunto é família homoafetiva O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ), presidente da Comissão destinada a discutir o Estatuto da Família afirma que movimento LGBT deve cobrar de seus representantes a discussão de uma PEC que mude a definição familiar na Constituição O parlamentar tem opinião polêmica quando fala sobre famílias homoafetivas. Para ele, esse tipo de união não pode ser considerada uma família para efeito do que é discutido na comissão, cujo objetivo é dar um parecer ao Projeto de Lei 6583/13. Apelidada de Estatuto da Família, a proposta pretende estabelecer políticas pública voltadas para a família. Cavalcante declara: “Casamento para mim é homem e mulher. O resto é gambiarra. São arranjos que podem funcionar em alguns casos, em outros não. Como toda gambiarra pode dar curto-circuito a qualquer momento. E com muito mais facilidade do que uma instalação normal”. Alguns acusam a comissão de ter sido tomada por religiosos que pouco teriam

a acrescentar ao debate mais amplo na definição do que é uma família. Cavalcante, o presidente, é evangélico; pastor Marco Feliciano (PSC-SP) é o vice-presidente da comissão. Anderson Ferreira (PR-PE), que também é evangélico, é autor do Estatuto da Família e o relator do texto é o católico Diego Garcia (PHS-PR). Cavalcante questiona: “Qual o problema de ser religioso?” E contrapõe: “A religião de cada parlamentar não deveria ser questionada quando ele tem seu trabalho efetivo. Até porque não vejo questionamentos quando o parlamentar é ateu, quando é adepto de religiões afrodescendentes”. O presidente da comissão diz que é impossível regimentalmente discutir formas distintas de definição familiar no âmbito do Estatuto da Família por se tratar de um projeto de lei. “Não existe um amparo legal para que, num projeto de lei, façamos uma mudança no texto constitucional”, declara o parlamentar, referindo-se à definição familiar contida na Consti-

DIVULGAÇÃO

SÓSTENES CAVALCANTE Propões que se arranje outro nome pra essa “gambiarra” tuição Federal. No seu artigo 226º, parágrafo 3º, o texto diz que “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”. O deputado federal de-

safia seus colegas eleitos com bandeiras voltadas às demandas LGBT a encaminharem uma Proposta de Emenda à Constituição que mude esse trecho constitucional. “Eu não entendo. Por que aqueles legítimos representantes do movimento LGBT que têm

mandato nesta Casa até hoje não deram entrada com uma PEC para mudar o texto. Será que vão esperar de mim, do deputado Marco Feliciano, do deputado Bolsonaro uma mudança nesse texto? Nós não fomos eleitos com essas bandeiras”, desafia ele.


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Arte & Lazer

FORA DA MESMICE

Casa do Neuber inova Dezenas de pessoas fazem do local a opção underground das noites de quinta-feira

AROLDO

AROLDO PINHEIRO zepinheiro1@ibest.com.br

O point nasceu da persistência do cantor e compositor roraimense, integrante do maior movimento artístico que o Estado já teve: Roraimeira A Casa do Neuber surgiu timidamente, como um espaço para saraus e troca de ideias e experiências entre artistas locais. Meio udigrude, solidificou-se até virar opção noturna para quem quer fugir da mesmice comercial de trinados de “sertanejo universitário”, pagodinho de péssima qualidade, forró de gosto duvidoso e o (ugh!) pavoroso arrocha. No número 8226 da avenida Ville Roy, tribos de todas as matizes se reúnem para curtir música original. Eventualmente há atrações vindas de outros estados. A cada noite, pode-se ver o baixinho com os poucos cabelos que lhe restam, bigode e cavanhaque brancos, cumprimentando frequentadores, supervisionando qualidade de som e iluminação e, ao cruzar o salão, ensaiar alguns passos ao ritmo que vem do palco. O sorriso está quase sempre na face do “duende” Neuber Uchoa.

A GENTE INVENTA O show não pode parar. A Casa do Neuber já tem público cativo, neguinho que, às quintas-feiras, quer fechar a noite no meio de descolados, ouvindo boa música, tomando cerveja gelada e – quem sabe? – degustando damurida para apimentar o fim de semana. Na noite de 1º, quinta-feira, bela e envolvente cantora de primeira grandeza movimentou o point com o show “Regiojazz convida”, que reuniu a bateria do bloco carnavalesco Mujica, Brenda Lima e o grupo Jam Rock, Ricardo Dutra, Marcelo Oliveira com Rennis William e Bidu Bahia Bass, além do médico, exímio tecladista, Alceste Almeida. Para quem não conhece – e muito está perdendo – o Regiojazz tem Vitor Piani na guitarra solo, Tauã Uchoa no baixo, Mateus D’Bob na percuteria, Fábio Bruno no teclado e Leka Denz ao microfone. Leka, partindo da máxima “Se estou vivendo um bom momento, por que não dividir com meus amigos?” idealizou a noite e convenceu o duende a encará-la. Sucesso de produção e de público. Outros encontros como esse virão.


Arte e Lazer

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AROLDO PINHEIRO

TE DISSONAN HARMONIA

O PINHEIRO

100 anos de musicalidade O que o médico amazonense Alceste Almeida, 71, tem em comum com a bióloga gaúcha Alessandra “Leka” Denz de 29 anos? Afinidades melódicas que se unem e, para felicidade de ouvidos roraimenses, viajam sobre pautas brincando com improvisos e dissonantes sobre clássicos da música internacional. Alceste tem música nas veias e medicina por profissão; Leka é servidora pública concursada, mas diz realizar-se de verdade quando está atrás de um microfone, acompanhada por músicos de qualidade. Vivendo em mundos diferentes, Alceste e Leka nunca teriam se conhecido

se Gisele, filha do médico e amiga da bióloga, não houvesse fomentado o encontro na certeza de que gostos e estilos musicais de ambos renderiam bons frutos. AMOR À PRIMEIRA VISTA No mês passado, Gisele convidou o pai para acompanhá-la em uma tarde sócio-musical com jovens entre 20 e 30 anos, amigos dela. Alceste, meio a contragosto, colocou os 13kg de acordeon nas costas e, antes mesmo de descer do veículo, encantou-se com os solos que vinham da guitarra de Vítor Piani, o marcante contrabaixo de Cauã Uchoa e efeitos

que Mateus D’Bobs extraía da percuteria (espécie de bateria sem bumbo). Ao ouvir o canto de Leka Denz, e ver sua desenvoltura e charme na lida com microfone, o médico apaixonou-se. Sem delongas, Alceste vestiu as alças da sanfona e, como se ele e a gaúcha se conhecessem e praticassem juntos há tempos, voz e fole proporcionaram acordes maravilhosos para a plateia e muita felicidade para os músicos. Juras de amor surgiram ali. LEKALCESTE, ALCELEKA Teclados estão na vida de Alceste desde a infância. Estudioso apaixonado, seu

virtuosismo o leva a sempre improvisar. É quase impossível ouvi-lo repetir a maneira de tocar uma mesma música: influência do jazz. Nos anos 1960, no Rio Grande do Sul, em festival universitário, Alceste teve chance de acompanhar a também gaúcha Elis Regina. As habilidades do médico com teclados já o levaram a apresentar-se como convidado especial no Uruguai, Argentina, Paraguai, Chile e Guiana. Leka cresceu ouvindo música de qualidade. Em sua casa, os pais curtiam Beatles, Rolling Stones e o melhor da MPB. Ela conta que Sidhartta Brasil foi seu

maior incentivador e quem abriu-lhe portas para cantar profissionalmente. A gauchinha graciosa de sorriso encantador cantou com diversos grupos, em variados formatos e tendências até chegar à Regiojazz. “Com esses meninos, acho que estou no caminho certo, pois nossos estilos e anseios convergem”, declara. Ela já participou de diversos festivais em Roraima, tendo, em parceria com Ben Charles, música vencedora em 2011, no primeiro [e único] Festival do Servidor. Oxalá a união entre Alceste e Leka perdure e produza bons frutos. Os ouvidos roraimenses agradecem.


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PolĂ­cia


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