Novas aventuras no SĂtio do Picapau Amarelo
Novas aventuras no Sítio do Picapau Amarelo
Colégio Rainha da Paz São Paulo, SP
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Apresentação Ao longo do primeiro e do segundo trimestre, os alunos do 4ºA estudaram o gênero aventura. Para conhecer esse tipo de narrativa, fizeram a leitura compartilhada dos clássicos "As Viagens de Gulliver" e "Caçadas de Pedrinho". Para complementar este estudo também ouviram a leitura de outro clássico, "A Ilha do Tesouro", e conheceram algumas histórias reais ao ouvirem trechos dos livros "Cem dias entre céu e mar" e "GRANDES AVENTURAS - 30 histórias reais de coragem e ousadia". Todas as leituras foram acompanhadas de discussões envolvendo não só a compreensão do texto, como também reflexões sobre as características do gênero e os recursos que cada autor usou em sua narrativa para causar no leitor a sensação típica das narrativas de aventura. Como não podia deixar de ser, os alunos também estudaram alguns conteúdos gramaticais que puderam utilizar nas reescritas de textos, assim como na criação de algumas histórias que contemplassem as características do gênero estudado.
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Vale lembrar que todo o processo de escrita também envolveu muitas idas e vindas no texto produzido, que aconteceram nos momentos de revisão, ora realizada pelo próprio aluno, ora feita com a ajuda de um colega, mas sempre contando com o apoio e a orientação das professoras. As histórias deste livro refletem o esforço e a dedicação dos alunos em colocar em prática o que aprenderam ao longo desses dois trimestres. Esperamos que apreciem as produções.
Rosa Alonso Patricia Gimenes Marcia Augusto (Professoras do 4ºA - 2015)
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Índice Os Detetives do Prédio Azul invadem o Sítio ..................10 ALICE REBOUÇAS GUIMARÃES
O leão ..............................................................................21 ARTHUR MARTINS DIETRICH
O enigma de Íris ...............................................................25 BEATRIZ BOHLAND FIGUEIREDO
A guerra............................................................................36 BRUNA CABREIRA SOARES
Um elefante no Sítio.........................................................41 CAIO NUNES PECHER
A Boneca...........................................................................46 DANIELA NONAKA
Caçadas de Emília ............................................................52 ENZO CABRINI FREITAS
Fogo no Sítio! ...................................................................54 ESTELLA HIROMI GUNJI
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Uma menina chega no Sítio do Picapau Amarelo.............67 FELIPE ZAMPIROLI RIBEIRO
A aventura na caverna da Cuca .......................................74 FERNANDA DE SANTANA CRUZ
O T-Rex ataca o Sítio do Picapau Amarelo .......................78 GABRIEL FERREIRO DOS SANTOS
Aventura no Capoeirão dos Taquaraçus ..........................86 GUILHERME LIEFF
O perigo ronda o Sítio do Picapau Amarelo .....................90 GUILHERME OLIVEIRA SANTOS
Um carnotauro invade o Sítio ..........................................93 IAN BAZARIAN CONTRUCCI
Príncipe Negro e Seu Urso ...............................................97 JOÃO TOMÁS DE CAMARGO SILVA
A Cuca.............................................................................104 JÚLIA ALVES REIS
Mais fedido do que pum! ..............................................110 JULIA TEODORO VASCONCELOS
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O desastre dos personagens ..........................................114 LIVIA RAGGIO DE SOUZA
Um leão aparece no Sítio ...............................................122 LUCAS PASCHOAL DE CAMPOS MELLO
O livro.............................................................................127 MARINA LODUCA SAMUELIAN
Os Jedi no Sítio do Picapau Amarelo..............................131 MATEO VUOLO CORTEZ
O Sítio recebe os Jedis ..................................................136 MIGUEL FURLAN SEIXAS
A busca à cadela! ...........................................................139 NICOLLY DE LIMA ARAUJO
Um elefante foge do circo .............................................143 RIKELMY CANTANHEDE SOUZA
As aventuras de Soluço e Banguela no Sítio do Picapau Amarelo .........................................................................145 RYAN EUDES MACHADO SANTOS
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Os Detetives do Prédio Azul visitam o Sítio Dona Leocádia é uma bruxa que vive no Prédio Azul que se acha MUITO malvada. Certo dia ela faz uma de suas poções e...
BUUM M ... os detetives vão parar no Sítio do Picapau Amarelo. Meio tonta, Mila pergunta: — Detetives... onde estamos? Este lugar não parece nada com o prédio! — Verdade! Mas você sabe que tudo pode acontecer no prédio Azul! — exclama Tom tonto. — Olhem, o que é aquilo entre as plantas? Parece um esconderijo! — se espanta Capim.
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Os três afastam as plantas e veem que ali havia UMA CABANA. Ao entrarem os três se espantam, pois naquele lugar tinha tudo para um SUPER detetive. Tinha capas de TODAS as cores, lupas, livros de Sherlock Holmes... — Uau! — se espanta Tom . — Olhem detetives, aqui tem as iniciais N.N! — diz Mila espantada. — Não Mila, é uma tal de Z.Z. — corrige Capim. Os três reparam que sempre que falam Z.Z. troveja, e Tom diz assustado: — Meu pai! Vamos sair daqui!!!!!!!!! — Vamos lááááá! — anima Capim. Eles saem correndo daquele lugar e se deparam com um sol escaldante, então deitam debaixo de uma árvore. Passeando por ali Emília vê Mila, Tom e Capim, e corre para o sítio. Quando chega em casa, chama Narizinho e fala desesperada: — Narizinho tem invasores no Sítio! — O que Emília? — diz Narizinho sem entender nada. 11
— Tem invasores no Sítio! — repete Emília ainda ofegante. — Emília fique calma e me explique!!! — I-N-V-A-S-O-R-E-S!!!!! — Emília soletra morrendo de raiva. — Invasores?!? — É!!! Eu estava andando quando vi dois meninos e uma menina que nós não conhecemos! — Emília fala como se estivesse falando para um bebê. — Vamos informar o Pedrinho! — diz Narizinho, com ar de preocupada. Quando terminam de contar para Pedrinho ele dá uma ideia BRILHANTE: — Já sei! Às 6h45 da tarde a gente vai atrás desses invasores!! Vamos sair pela porta dos fundos para a vovó não perceber! Não se esqueçam! Ninguém pode falar NADINHA para a vovó!!! — Mas e Rabicó? — fala a condensa de . — Que lindinha! Lembrou-se do seu AMADO!!! — provoca Narizinho e Emília mostra a língua. — Claro que seu noivo vem! — afirma Pedrinho. — Afff!!!!!!!! — resmunga Emília. 12
Às 6 horas da tarde Emília, Pedrinho, Rabicó e Narizinho vão para a cozinha sem a Tia Nastácia estar por perto, pegam alguns bolinhos e ouvem... — Crianças onde vocês estão? — fala Dona Benta entrando na cozinha. Mas olha, olha e não vê ninguém... — Oxe!!!! Aqui as crianças não estão! Eu já procurei pela casa TODINHA! — fala Dona Benta. Narizinho tinha se escondido no armário, Pedrinho embaixo da mesa, Emília embaixo da pia e Rabicó atrás da porta. Depois que dona Benta saiu, cada um saiu do seu esconderijo improvisado. — Ufa!!!!!! Ainda bem que a gente conseguiu se esconder e ela não viu a gente! — exclama Pedrinho e Narizinho. — Ainda bem só se for para vocês!!!! Eu tive que ficar toda espremida entre as panelas e o cano da pia!! — diz Emília MORRENDO DE RAIVA . — Ah!!! Crianças, eu não tenho mais 17 anos! — diz Dona Benta do outro lado da sala, ainda procurando os netos. — Vamos gente!!! Peguem as facas, as armadilhas, tudo o que vocês acharem necessário... — diz Pedrinho 13
animado e depois de colocar algumas coisas num saco ele pergunta — Já estão prontos? — Eu já nasci pronta — diz, com nariz empinado, a condessa de . E saem da casa sem ninguém perceber. Andam até o Capoeirão do Taquaraçu a procura dos invasores quando Emília diz: — Pedrinho! Cadê o Rabicó? — Sei lá, não sou babá! Nem pense em voltar para o sítio para procurar!!!!!!!! Depois de procurarem por todos os cantos do Capoeirão, todos voltam para casa e Narizinho diz desanimada: — Emília você viu mesmo esses invasores? — Óbvio!!! Eu sou lá pessoa de mentir? — fala Emília com MUITO ÓDIO. — Crianças! Vocês quase matam sua avó de preocupação! — exclama a Tia Nastácia. — Sinhá! As crianças chegaram! Dona Benta corre ao encontro deles e diz com ar preocupado e ao mesmo tempo aliviado:
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— Que bom crianças que vocês apareceram! Onde vocês estavam? Pelas armas e armadilhas, vocês foram fazer arte!!!!!!!!!!! — Vó, a gente foi... — começa a falar Pedrinho quando Narizinho pisa no seu pé para ele parar. — Vamos conversar lá dentro! — diz Emília puxando Pedrinho antes que Dona Benta insista em saber por onde eles haviam andado. E todos entram menos Narizinho, que sai para pegar um vasinho de flor que tinha visto ao passar pelo portão e que pensou em colocar ao lado da sua cama. Quando chega perto do portão, vê Mila sentada no galho de uma árvore do outro lado da rua de terra, leva um susto e fala tentando disfarçar: — Oi! Você é nova na vizinhança? — Não... Sente do meu lado que eu te conto quem sou eu — fala Mila. Narizinho senta-se do lado de Mila e ela começa a falar: — Eu me chamo Camila Cristina, mas todos me chamam de Mila. Qual é o seu nome?
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— Eu me chamo Lúcia, mas me chamam de Narizinho! Mila, você se mudou há pouco tempo para a vizinhança? — pergunta Narizinho. Enquanto isso, no sítio, Pedrinho procura por Narizinho. — Emília, você viu a Narizinho? — Não! Mas ela me disse que ia pegar um vaso de flor perto do portão do sítio — reponde a boneca. — Só pode ser! — resmunga Pedrinho. — O que, Pedrinho? — pergunta Emília sem entender nada do que o menino quis dizer. — A Narizinho está demorando demais! Será que os invasores raptaram ela?! Os dois saem para procurar Narizinho. Vão até o portão, passam pelo pomar, procuram em cada canto ao redor da casa e nada. Narizinho tinha desaparecido! Enquanto isso, Mila e Narizinho vão até uma cabana velha, o lugar que os Detetives do Prédio Azul encontraram como abrigo. Elas entram na cabana e Mila apresenta seus amigos: — Narizinho, esse é o Capim e esse é o Tom... — Tom, nossa, você é lindo! — diz Narizinho quase sem pensar. 16
— Obrigado — agradece Tom. Os quatro ficam conversando por um bom tempo e explicam para Narizinho como tinham ido parar no Sítio. — Pessoal, tenho que ir! Pedrinho deve estar preocupado! Vou ver o que posso fazer para ajudar vocês a voltarem para o Prédio Azul. Narizinho sai do esconderijo e vai para a casa do sítio. No caminho encontra Pedrinho e Emília. O menino vê Narizinho e corre em sua direção. Dá um abraço nela e fala: — Narizinho! Os invasores te machucaram? Que bom que você está viva! — O quê? — responde a menina de nariz arrebitado, sem entender nada. — Você viu eles, não viu? Foram eles que te raptaram? — continua Pedrinho. — Calma Pedrinho. Eu estou bem! Não são invasores! São crianças da nossa idade e precisam da nossa ajuda para voltar para casa! — Se fosse eu que tivesse encontrado eles, com certeza já teria resolvido esse problema! — diz Emília com inveja da menina. 17
Os três caminham de volta para o Sítio e aproveitam para pensar em como ajudar Mila, Tom e Capim. ― Pedrinho você acha que o pó de Pirlimpimpim pode funcionar? ― Para falar a verdade, Narizinho, acho uma ótima ideia. Nesse instante, Tom aparece apavorado, pois ele não sabia onde foram parar Capim e Mila. — Eu fui nadar no ribeirão e quando voltei para a cabana não achei nem Mila nem Capim. Não sei mais aonde procurar por eles. Vocês precisam me ajudar! — Isso tem cara de mais uma maldade da Cuca. Vamos pedir ajuda para o Saci. Ele sabe como lidar com ela — diz Pedrinho. E todos saem à procura do Saci. Quando passam pelo estábulo do sítio, veem ele trançando o rabo de um pangaré. Narizinho diz: — Saci, que feio! ― Deixe de atormentar o cavalo e venha nos ajudar, seu malandro! — diz Pedrinho. O Saci dá uma pitada em seu cachimbo, dá uns pulinhos até Pedrinho e diz: 18
― Por que você precisa da minha ajuda? Por acaso tem a ver com a Cuca? ― Sim! Aquela peçonhenta raptou nossa amiga! Nós precisamos capturá-la e dar uma lição naquela rabugenta! — exclama Emília. O Saci, que adora uma confusão, aceita na hora e todos vão para a caverna. Chegando lá, Emília, Narizinho, Pedrinho e Tom sobem em uma árvore enquanto o Saci entra pulando na caverna, fingindo que está fazendo uma visitinha à sua prima. ― Prima, o que você tem aprontado ultimamente? — fala Saci enquanto olha o interior da caverna para ver se acha alguma criança. ― Nada demais... Esta semana só consegui pegar duas crianças birrentas. Acho que vão dar um belo ensopado! ― Vou pegar um pouco de lenha para ajudar você com o jantar, prima. Já volto. Ele sai e vai até a árvore aonde as crianças do Sítio estão esperando. Conta o que viu e que a Cuca está planejando jantar Capim e Mila. Pedrinho fala: ― Saci, finja que você raptou eu e o Tom e leve a gente para a caverna. Quando chegarmos lá, 19
desamarramos os dois. Emília e Narizinho entram para distrair a Cuca. Depois, você tira a gente de lá com aquele seu truque de desaparecer. E assim foi feito. Quando a Cuca percebeu que o Saci estava lhe passando a perna, ficou furiosa e o amaldiçoou por vários dias. Por isso, até hoje o Saci tem um pouco de medo de voltar na caverna. As crianças voltam para o Sítio, sãs e salvas, e aproveitam para brincar com Quindim. Alguns dias depois, o efeito do feitiço da dona Leocádia acaba e de repente os visitantes voltam para o Prédio Azul, bem na hora em que iam devorar um belo almoço.
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O leão Era um dia ensolarado no Sítio de Dona Benta. Pedrinho estava embaixo de uma Jabuticabeira lendo no jornal a notícia do dia, que dizia: “O famoso Leão, Max, fugiu do zoológico.” Pedrinho, assustado foi logo para dentro da casa de Dona Benta contar para Narizinho o que havia lido. Narizinho que estava ajudando Tia Nastácia a fazer alguns bolinhos de chuva, na hora que ficou sabendo da notícia contada por Pedrinho, deixou a travessa com a massa de bolinhos cair no chão e foi logo para o quarto contar para Emília. Logo que Emília soube da notícia saiu em disparada e falou tudo para Dona Benta. Como a senhora era muito medrosa, pediu para as crianças fecharem todas as portas e janelas da casa. Mas as crianças queriam ir à procura do leão, então foram pedir permissão para Dona Benta e disseram: — Vovó, em vez de fecharmos todas as portas e janelas, podemos ir à caça do leão. 21
— De maneira nenhuma, vocês são muito novos para fazer isso e vão arrumar confusão — respondeu Dona Benta. Emília, Pedrinho e Narizinho ficaram aborrecidos com a resposta, porém não se convenceram e resolveram esperar anoitecer, assim poderiam sair escondidos do Sítio. Enquanto esperavam criaram um plano onde cada um teria uma função: Emília ficaria espiando para ver se alguém iria aparecer, Pedrinho abriria a porta para eles saírem e Narizinho ficaria encarregada de levar as facas, as cordas, algumas proteções e comidas. Quando a noite chegou, Dona Benta estava com Tia Nastácia preparando o jantar na cozinha e as crianças viram que a hora seria aquela. Todos foram para seus devidos lugares para realizar suas funções. — Conseguimos sair, agora precisamos ficar em um local que dê para ver o leão vindo de longe — falou Emília. — Ótima ideia — respondeu Narizinho. — Já sei, vamos ficar em cima da Jabuticabeira e assim que o leão aparecer daremos início ao nosso plano — disse Pedrinho. 22
Subiram na árvore e quando menos esperavam avistaram o tal animal vindo pelo meio da floresta. Rapidamente prepararam a corda e assim que o animal estava próximo jogaram a corda e o prenderam. Quando perceberam que ele estava imobilizado, Pedrinho resolveu descer e alimentá-lo e o animal acabou ficando manso, pois estava com a barriga cheia, e dormiu. Narizinho cortou as cordas que o prendia e juntos o levaram para Sítio. A boneca sem papas na língua perguntou: — Seus bobocas como vamos levar esse leão para o Sítio sem que Dona Benta e Tia Nastácia o vejam? — Tive uma ideia, que tal eu entrar primeiro e distrair Dona Benta e Tia Nastácia, aí vocês entram depois pela porta dos fundos e colocam ele no porão. E assim fizeram... O que eles não esperavam é que Tia Nastácia e Dona Benta iriam até o porão buscar produtos de limpeza para lavar a cozinha. Quando as duas chegaram e viram o leão levaram um susto e caíram no chão desmaiadas. Quando Pedrinho viu aquela situação ficou sem saber o que fazer, mas Narizinho teve uma grande ideia para resolver este conflito. 23
— Pedrinho pegue um pouco de álcool, coloque-o em um pano e passe no nariz das duas. Assim elas irão acordar, pois o cheiro é muito forte — disse Narizinho. — Boa ideia Narizinho, mas e o leão? Quando elas acordarem e virem o leão vão se assustar novamente! — respondeu Pedrinho. — Já sei, vamos deixá-lo atrás da cortina, assim Tia Nastácia e Dona Benta não vão vê-lo e acharão que tudo não passou de um sonho — sugeriu Narizinho. — Certo — falou Pedrinho. Emília colocou os produtos de limpeza em cima de Tia Nastácia e Dona Benta e para enganá-las, molharam o chão com água para elas pensarem que haviam caído porque o chão estava molhado. E o plano deu certo, elas não desconfiaram de nada e até hoje acham que o leão foi ilusão da cabeça delas. Quanto ao animal, ficou no porão e as crianças sempre levavam comida para ele nas horas que conseguiam fugir da Dona Benta e da Tia Nastácia. E sempre que dava iam passear com ele pela floresta, pois se tornaram grandes amigos.
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Em um dia ensolarado, Narizinho, Pedrinho e Emília estavam passeando quando viram um menino de cabelos louros curtos e uma menina de cabelos pretos arrepiados (ambos de olhos azuis) fugindo de uma onça. A menina atirava flechas e o menino apontava para a onça, enquanto fagulhas saíam de seu dedo, mas a onça se desviava facilmente. Desesperados, o menino e a menina subiram em uma árvore. Pedrinho agilmente espantou a onça com o seu estilingue. Narizinho perguntou: ― Quem são vocês? A menina, ofegante, respondeu: ― Eu sou Thalia. Esse é meu irmão, Jason Grace. ― Oi! – falou Jason. ― O que vocês vieram fazer aqui? — perguntou Emília, desconfiada. ― Viemos em uma missão para resgatar a deusa Íris — respondeu Jason.
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― Deusa? Íris? Como assim? — perguntou Narizinho. Thalia e Jason se entreolharam. ― Isso vai demorar... — disse Jason. Thalia explicou: ― Resumindo... somos semideuses, eu sou filha de Zeus, um deus grego, e Jason é filho de Júpiter, que é um deus romano. Fugimos de monstros mitológicos, mas também os derrotamos, podemos enxergar através da Névoa, que é um véu mágico que não deixa os mortais enxergarem deuses, monstros, nossos poderes e equipamentos. E... só isso. ― Sério? Então por que eu consegui ver as flechas e as faíscas? — perguntou Narizinho intrigada. Jason respondeu: ― Alguns mortais têm esse poder — Jason viu Emília. — O que é você? Thalia arregalou os olhos e Emília perdeu a paciência: ― O que sou eu? Vocês chegam aqui com um monte de bizarrices e perguntam o que sou eu? Meu nome é Emília e eu sou a Condessa de , esses são 26
Pedrinho e Narizinho e eu vou chamar a onça para comer vocês. Estou indo! Pedrinho puxou Emília e falou bravo: ― Não vai não! E vocês ― apontando para Thalia e Jason ―, venham comigo. E todos foram para o sítio. Demorou um pouco para Narizinho, Pedrinho e Emília convencerem Dona Benta que Thalia e Jason eram da escola de Pedrinho e tinham vindo dormir ali, mas conseguiram. Foram para o quarto e começaram a conversar. Narizinho perguntou: ― Afinal, que missão é essa? ― A deusa Íris desapareceu faz tempo. Recebemos informações de que ela estava presa no Capoeirão dos Taquaraçus – explicou Thalia. Pedrinho estranhou: ― Mas se ela é uma deusa, por que não se libertou sozinha? Jason respondeu: ― Também me perguntei isso quando libertei Hera... Não sei. Emília resolveu se intrometer: ― Mas o que é que a gente faz para libertar essa tal de deusa Líris? 27
― Íris, Emília — corrigiu Narizinho. Mas Emília continuou: ― Líris sim. Mas o que é que a gente faz? Thalia respondeu: ― Temos que achar sete objetos com as cores do arco-íris: uma pena ciano, um cristal violeta, uma pedra azulada, uma capa de livro verde, uma bola amarela, uma cesta alaranjada e uma toalha vermelha. De repente, Dona Benta apareceu. ― Conversando até meia-noite? Ela apagou as luzes e todos foram dormir. No dia seguinte, Narizinho e Emília foram chamar Visconde para ajudá-los, enquanto Thalia, Jason e Pedrinho foram tentar convencer Rabicó a ir com eles. Pedrinho estava quase perdendo a paciência. ― Rabicó, você vai sim! ― Ah, eu não vou nem tostado! Uma ideia se formou na mente de Pedrinho. ― E se dermos para você sete abóboras grandes e suculentas? ― Então talvez eu vá. E a tal deusa pode me dar uma recompensa... ― disse Rabicó animado com a ideia. 28
― Então vamos chamar Narizinho, Visconde e Emília e vamos para o Capoeirão ― Pedrinho falou decidido. Quando chegaram no Capoeirão, viram um papel preso a uma árvore. Jason o arrancou e leu: “Semideuses, venham logo. Tenho um enigma para vocês: dentro da caverna de cipós, em um domo de cristal, a deusa aguarda. Ela está no lago espelhado, feito do lírio dourado, que detém a chave do arco-íris. ’’ ― O que isso significa? — perguntou Pedrinho, que não sabia ler naquela língua e só entendeu porque Jason tinha lido. ― Sei o que está escrito em grego antigo, mas não sei o que significa — confessou Jason. Então Thalia falou: ― Vamos deixar isso para depois. Como estamos em sete, assim que um de nós acharmos um objeto volta para cá. ― Então vamos. 29
Narizinho achou rapidamente a capa de livro, provavelmente porque lá estava um grande Ω (ômega) dourado, tão dourado que até brilhava. Já a pena ciano caiu no nariz de Emília, que mesmo sendo uma boneca, espirrou. A única dificuldade pra Thalia foi pegar a toalha vermelha, que estava pendurada no galho mais fino de uma acácia, mas uma de suas flechas de prata conseguiu quebrar o galho. A bola amarela quicava muito alto, então Pedrinho teve que subir em uma árvore para pegá-la. O pobre Visconde nem conseguia erguer a pedra azulada, então teve que ir rolando ela. Rabicó pegou uma cesta alaranjada achando que estava cheia de frutas, mas então lembrou que a cesta era um dos objetos. Quando Jason foi pegar o cristal violeta ele estava tão preso na rocha que teve que o arrancar com a espada e de olhos fechados, porque a luz do sol refletia no cristal e ofuscava sua visão. Por fim, todos se reuniram no local combinado. Narizinho perguntou: ― O que fazemos agora? ― Vamos voltar para o sítio ― disse Pedrinho. ― Vovó deve estar preocupada. ― Então amanhã pensamos nisso ― e voltaram para o Sítio. 30
No dia seguinte, Thalia teve que usar o Aegis, (o escudo com a cabeça da Medusa esculpida nele e que provoca medo) para acordar os outros. Quando todos estavam acordados, e alguns assustados, ela perguntou: ― Agora, o que fazemos? ― Que tal tentar decifrar o enigma? ― sugeriu Pedrinho. ― Eu e Thalia teremos que fazer isso sozinhos ― disse Jason. ― Por quê? – perguntou Pedrinho. ― Porque está escrito em grego, lembra? — respondeu Jason. Thalia sugeriu: ― Vamos fazer isso outra hora. Agora, vamos ver como usar esses objetos para libertar Íris. ― Que tal jogarmos os objetos em um arco-íris? — sugeriu Emília. ― Teríamos que esperar uma chuva em um dia de muito sol e voar com os sete objetos, e Jason não tem tantos bolsos assim — disse Thalia. ― Ele pode voar? ― perguntaram Emília, Visconde e Rabicó em uníssono. 31
― Sim ― respondeu Jason. ― Mas como Thalia disse, não consigo levantar tantos objetos ao mesmo tempo. E, mesmo que eu conseguisse, Íris é a deusa dos arco-íris. ― Então, que tal tentarmos fazer oferendas? — sugeriu Pedrinho. ― Boa! — falou Jason. Então, cada um dos sete pegou o objeto que tinha achado e levou a uma clareira. Lá falaram: ― Ó, deusa Íris, aceite esses objetos como oferenda e saia de sua prisão. Por um longo tempo, nada aconteceu. Então Emília falou: ― Alguém tem um plano B? Pedrinho estava chateado, porque as oferendas foram ideia dele. De repente Narizinho pulou e gritou: ― Eu tenho uma ideia! Vamos unir os objetos colocando-os em círculo! Todos pegaram o objeto que acharam e fizeram um círculo. Novamente, nada aconteceu. Emília, desanimada, suspirou: ― Plano C? 32
Todos estavam desanimados. Thalia arrancou o bracelete que se transformava em Aegis e ficou brincando com as contas. De repente, saltou, pegou um bloco de papel e uma caneta do bolso e começou a escrever. Depois, correu até Jason, mostrou o que escreveu e os dois foram falar com Visconde, que, por sua vez, escreveu algo e deu o bloco para Thalia que falou: ― Descobrimos uma parte do enigma! Narizinho, Emília, Rabicó e Pedrinho foram correndo até Thalia, que continuou: ― Ontem, quando estávamos procurando os objetos, vi um emaranhado de cipós gigante no meio da mata, e lá dentro uma caverna com cristais pendendo do teto. Lá tem um buraco na rocha que leva a uma caverna menor, cheia de outros buracos e com uma saída para o teto. Vocês sabem o nome? ― Caverna do coreto ― falou Pedrinho ― e a saída do teto leva para o... decifrei o enigma! ― Para o quê? – perguntou Thalia, ansiosa. ― Para o lago dos narcisos! Ele também é chamado de lago espelhado, em homenagem ao mito do Narciso! E os narcisos são os lírios dourados, por causa da cor! É lá 33
que devemos colocar os objetos! — respondeu Pedrinho, orgulhoso de si mesmo. Rapidamente, os sete pegaram os objetos e foram correndo para a caverna do coreto. Como Rabicó se recusou, foi necessário Narizinho ir empurrando o porco, lembrando-o da recompensa. Quando chegaram lá, escalaram a pedra que levava para o teto da caverna. Thalia puxava Rabicó com uma corda presa a um gancho de alpinismo. Pararam em frente ao lago, colocaram os objetos em círculo e deixaram a capa do livro no meio. Todos ajoelharam-se na frente do objeto que acharam, menos Narizinho. ― Olhem! O símbolo da capa é um botão! ― disse Narizinho. E era mesmo. Mas assim que Narizinho o apertou, ouviu uma voz: ― Abra o livro! Narizinho o abriu, e para a surpresa de todos, Íris saiu dali. Ela falou: ― Obrigada por me libertar... ― e voltando-se para Thalia e Jason, continuou ― Está na hora de vocês voltarem para casa. 34
A despedida durou pouco tempo. Thalia percebeu que tinha deixado Aegis na floresta, então foi buscá-lo. Voltou feliz, balançando o bracelete. Quando terminaram de se despedir, Pedrinho deu as abóboras a Rabicó como havia prometido. Íris estalou os dedos e PUF! Ela, Thalia e Jason sumiram em um arco-íris cintilante. A turma do sítio voltou para casa e como já era tarde, Narizinho foi dormir. Mas quando foi deitar, viu uma caixa em cima de sua cama e a abriu. Lá dentro havia um extintor, uma lanterna, uma vasilha tampada cheia de água, um saquinho com umas moedas estranhas e uma carta para ela. Narizinho a abriu e leu: "Narizinho, use o extintor, a lanterna e a água para fazer um arco-íris. Depois, jogue uma moeda e fale: "Quero ver Thalia Grace". Da sua amiga, Thalia" E Narizinho imediatamente começou a fazer um arco-íris.
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A Guerra Em uma noite de tempestade, Harry estava sendo perseguido por Voldemort e seus capangas quando um deles abre um portal e Harry e Voldemort são sugados. Eles vão parar no Sítio do Picapau Amarelo, mas caem em lugares diferentes um do outro. *** Amanhece no sítio de Dona Benta. Todos estão se preparando para tomar o café da manhã quando ouvem um grito vindo da cozinha: ― Ah! ― gritou Tia Nastácia. ― O que foi Nastácia? — perguntou Dona Benta, mas ao olhar para o lado também gritou ― Ah! ― O que foi vovó? — disse Narizinho que chegou correndo na cozinha e logo se espantou ― Nossa! ― O que foi Narizinho? — disse Pedrinho que vinha logo atrás dela, e falou sem acreditar no que via ― Harry Potter! ― O que foi agora? ― disse Emília que chegou por último e não ficou nem um pouco impressionada com o que viu. 36
― Olá, meu nome é Harry Potter — disse meio sem jeito o jovem que estava em pé ao lado do fogão, encharcado, com a roupa toda rasgada, parecendo um mendigo. Enquanto isso, no Capoeirão dos Taquaraçus, Voldemort começou a procurar Harry e acabou encontrando o Saci: ― Quem é você? ― disse Voldemort impressionado com o que via. ― Eu sou o Saci, primo da Cuca! ― Quem é Cuca? ― Você não quer saber — riu o Saci. E foi embora falar com os outros Sacis. Enquanto Voldemort ficou se perguntando onde estaria e quem era Cuca, viu uma caverna. Entrou e viu que a caverna estava arrumada e tinha um retrato de um crocodilo vestido como mulher. Estava explorando a caverna quando apareceu um crocodilo com cabelo loiro, usando vestido e salto alto. O bruxo saiu correndo da caverna como um gato fugindo de um cachorro. Depois de andar por algum tempo, Voldemort avistou uma casa, que era a do Sítio do Picapau Amarelo, e foi até lá. No momento em que Voldemort abria a 37
porteira, Narizinho olhou pela janela e o viu entrar. Saiu correndo para avisar Pedrinho, que estava em seu quarto aprendendo uns feitiços com Harry. Logo depois aquele homem horrível entrou no quarto com sua varinha na mão, pronto para jogar um feitiço, mas não viu Harry Potter, que estava escondido no armário. Cheio de ódio ele disse para o Pedrinho: ― Vou te estraçalhar, se você não sair da minha frente!!! E Voldemort saiu. Harry saiu do armário e disse: ― Preciso sair daqui e ir atrás dele! Vocês estão correndo muito perigo! ― Pedrinho, bole um plano para derrotar Voldemort! ― disse Narizinho, e foi chamar Emília para ajudar. ― Emília, pense também em alguma coisa para derrotar Voldemort! Depois de uma hora Pedrinho começou a explicar o plano e era assim: — Narizinho, você vai atacar por cima. Harry, você vai usar sua varinha e atacar pela frente. Emília, você vai ajudar a Narizinho e eu vou atacar com Harry. 38
Como já estava tarde, todos foram dormir. No outro dia eles acordaram bem cedo para pegar o que iam usar para atacar Voldemort. Narizinho pegou pimenta e um canhão. Amassou a pimenta e colocou-a dentro do canhão. Emília ajudou, mas não parava de resmungar. Às 3h30 Voldemort apareceu com a Cuca. ― Pedrinho, Pedrinho, Voldemort trouxe a Cuca com ele. O que vamos fazer? ― perguntou Narizinho. ― Não sei Narizinho. Emília, você tem alguma ideia? ― É claro que sim! — falou Emília. ― E qual é? ― perguntou Pedrinho. ― Já vou explicar. Narizinho, você vai pular em cima da Cuca, Pedrinho você vai atacar pela frente e eu vou ajudar a Narizinho. De repente, alguém gritou: ― Guerra! Era Harry, que aproveitou um momento de distração do bruxo inimigo e jogou nele um feitiço do sono. Voldemort não viu Harry jogando o feitiço, pois não tirava os olhos da Cuca. Na verdade, ele estava apaixonado por ela. 39
Cuca também estava apaixonada por ele e caiu de joelhos desesperada quando viu seu amado caído no chão. ― Buá, buá... — choramingou Cuca e voltou para sua caverna prometendo se vingar. Harry levou Voldemort para casa com o Pó de Pirlimpimpim da Emília e todos voltaram para suas rotinas.
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Um elefante no Sítio Pedrinho, Narizinho e Emília estavam na sala vendo televisão quando ouviram um barulho. Eles foram ver na janela e viram que tinha um enorme animal de aproximadamente quatro metros com uma tromba e Emília disse: ― É um elefante! Pedrinho disse: ― Vamos tirar esse animal daqui antes que a vovó e a tia Nastácia vejam. Pedrinho teve a ideia de levar o elefante para longe e esconder em um lugar, então Emília disse: ― Temos alguns equipamentos de caça do tio Barnabé no galpão perto da casa dele. Eles saíram escondidos pela porta dos fundos até o galpão para pegar os equipamentos. Quando chegaram pegaram os materiais: quatro cordas de mais ou menos cinco metros cada, duas travas de patas e um sinalizador. Pedrinho pegou todos esses equipamentos e pôs em uma mala bem grande. Quando chegou em frente à casa do Sítio, Pedrinho contou o plano que tinha bolado. 41
― Com o sinalizador vamos atirar perto do elefante e assustar ele para longe e depois nós seguimos os rastros. Jogamos as cordas de cinco metros em cima do elefante, amarramos nas travas de patas e prendemos no chão. Assim, eles começaram a executar o plano. Emília atirou perto do elefante, mas de repente o elefante pulou, arrebentou as cordas e saiu correndo atrás de Emília. A boneca, assustada, saiu correndo e Narizinho disse: ― Vamos procurar Emília antes que ela se perca nessa mata. Então eles foram procurar Emília. Depois de horas e horas andando na mata encontraram uma clareira e Emília sentada na copa de uma árvore, enquanto o elefante batia embaixo, no tronco. Por sorte, Pedrinho tinha trazido as cordas. Pedrinho disse: ― Vamos prender na perna do elefante e puxar. Como o animal era muito grande, não adiantou nada puxar, então Narizinho disse: ― Vamos contar para a vovó antes que a Emília saia machucada. Pedrinho falou: 42
― Não vamos contar, mas vamos ligar para o controle de animais. Saíram correndo até a casa, fizeram a ligação e um moço atendeu. ― Controle de animais o que você deseja? ― disse um homem. ― Nós estamos com um elefante em nosso sítio e precisamos que vocês venham imediatamente. Pedrinho deu o endereço do sítio e o homem falou: ― Daqui uma hora estaremos aí. Narizinho e Pedrinho voltaram para a clareira. Uma hora se passou e de repente chegaram vários helicópteros, de onde saíram homens armados até os dentes. Eles jogaram uma espécie de rede em cima do elefante, atiraram tranquilizantes e depois de ter ficado um minuto zonzo, ele finalmente caiu no chão. Só então Emília desceu da árvore e perguntou: ― Para onde vocês vão levar esse animal? ― Nós vamos levar ele para o zoológico. Emília disse bem baixinho para Pedrinho e Narizinho: — Não podemos deixar que levem ele para o zoológico! 43
Narizinho interfere: ― Você quer que eles levem ele para onde, Emília? Pedrinho falou: ― Eu tenho um plano! Bem à noite nós vamos até o lugar onde o elefante ficou preso e soltamos ele! ― Mas quem vai distrair os guardas? — perguntou Emília. ― Narizinho e eu vamos distrair os guardas enquanto você solta o elefante ― disse Pedrinho. As crianças voltaram para casa e contaram tudo o que aconteceu para Dona Benta, que ficou muito impressionada e ao mesmo tempo aliviada por saber que o elefante já estava preso. Os caçadores da Sociedade Protetora dos animais montaram um pequeno acampamento alguns metros distante do elefante, pois ele fazia muito barulho enquanto dormia. À noite, Pedrinho, Narizinho e Emília disseram à avó que iam levar alguma coisa para os caçadores comerem. E assim deram início ao plano. Enquanto Narizinho e Pedrinho distraíram os guardas, Emília foi até o elefante, andando na ponta dos pés, e libertou o gigante animal na floresta. 44
No dia seguinte, os caçadores foram pegar o elefante e olharam em volta espantados, pois ele não estava mais lá. Enquanto isso, Pedrinho, Narizinho e Emília brincavam alegres no quintal da casa.
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A Boneca Num belo dia, Narizinho acordou e foi tomar café da manhã, trocou de roupa e saiu para o quintal para brincar com Pedrinho e Emília, quando avistaram uma caixa diferente. Era uma caixa rosa com bolinhas brancas. Então Narizinho foi até a caixa, abriu-a e ela viu uma linda boneca com um vestido branco de renda, com sapatinhos também brancos, lindos olhos azuis e um lacinho branco na cabeça. Quando Narizinho abriu a caixa seus olhos brilharam e automaticamente ela ficou hipnotizada. Pedrinho percebeu algo estranho e disse: ― Narizinho você está bem? Quando Pedrinho olhou a caixa e viu a boneca, também ficou hipnotizado. Em seguida os dois levaram a caixa para Dona Benta, que quando a olhou ficou automaticamente hipnotizada. Logo os três, Narizinho, Pedrinho e Dona Benta, levaram a caixa para Tia Nastácia ver, e ela também foi hipnotizada. 46
No dia seguinte, Narizinho, Pedrinho, Dona Benta e Tia Nastácia, levaram a boneca para o reino das águas claras e lá ela tomou a pílula falante, então voltaram para o sítio, animados e conversando alegremente com a mais nova integrante da família. A boneca tinha uma voz suave e era bondosa e gentil, por isso todos logo gostaram dela. Somente Emília e Rabicó não ficaram hipnotizados, porque eles não eram seres humanos. ― Rabicó, estou achando o comportamento da Narizinho, do Pedrinho, da Dona Benta e da Tia Nastácia muitíssimo estranho ― disse Emília. ― Já eu não posso reclamar de nada porque Tia Nastácia está me tratando como um rei. ― Rabicó! E então isso não é estranho? Ela começar a tratar você como um rei? ― disse irritada a boneca de pano, e continuou — Hoje de manhã Narizinho e Pedrinho não me chamaram para brincar! Em vez disso levaram aquela boneca enxeridíssima! E ainda estão lá com aquela boneca chata! ― Emília, acho que aquela boneca está deixando eles assim ― disse o porco. ― Rabicó! ― falou Emília com ar de espanto. 47
― Desculpe, desculpe, falei bobagem de novo... BUÁ! BUÁ! ― choramingou o porco achando que ia levar uma bronca. ― Não, Rabicó, você é um gênio! ― animou-se Emília. ― É mesmo, sabe, quando eu estava chorando é porque... porque... entrou um cisco no meu olho ― disse o porco sem graça. ― Vamos logo Rabicó, vamos descobrir como aquela boneca hipnotiza as pessoas! ― disse Emília e saiu puxando Rabicó. Os dois foram correndo até chegar ao lugar onde estavam a boneca, Narizinho e Pedrinho. Lá, eles ouviram Narizinho dizer: ― Você será minha melhor amiga, e seu nome vai ser Merry. Rabicó e Emília estavam atrás de uma moita espiando os três, quando a tia Nastácia chamou todos para o lanche. Na hora que Tia Nastácia disse “lanche”, Narizinho, Pedrinho e Merry saíram correndo, e Merry deixou um objeto estranho que parecia um chocalho para trás. 48
Emília pegou o chocalho, levou-o até o sítio, balançou-o na cara de Narizinho e a menina voltou ao normal. Mas logo em seguida olhou para Merry, que lhe perguntou alguma coisa, e a menina de nariz arrebitado ficou hipnotizada de novo. Então Emília levou Narizinho para bem longe dali e balançou o chocalho mais uma vez. Narizinho voltou ao normal novamente e Emília contou tudo para Narizinho, que ficou muito surpresa. Em seguida, Emília voltou para o sítio e levou Dona Benta, Tia Nastácia e Pedrinho para o local onde estava Narizinho. Então os três voltaram ao normal após Emília balançar o chocalho, e também ficaram impressionados ao ouvir a história toda que ela contou para os três. ― Mas Emília, essa boneca pode voltar! — disse Narizinho. ― Você tem razão Narizinho, mas tenho um plano: você, Pedrinho, Dona Benta e tia Nastácia vão passar o creme para as mãos de Dona Benta contornando os olhos. Isso vai impedir que a boneca hipnotize vocês. Eu e Rabicó vamos pegar a “Merry” pelas costas e faremos um “tratamento de beleza” nela. E assim aconteceu como o planejado, e na hora do “tratamento de beleza”, deram um banho de lama em 49
Merry e em seguida jogaram um enxame de abelhas e vespas para cima dela. Rabicó achou que ela era uma poça de lama com morangos e POF! POM! BLAM!, pulou em cima de Merry, fazendo a maior festa. No dia seguinte as crianças levaram a boneca para o lixão mais próximo, mas aquele lixão não era um lixão comum, era um lixão que primeiro triturava, depois queimava e em seguida jogava as cinzas na lava. Depois voltaram para o sítio e comemoraram a vitória com bolinhos de chuva! No dia seguinte, Narizinho comentou: ― Emília quem será que mandou essa boneca para mim? E por quê? ― Ah, no pacote estava escrito: “de Dr. J., para: Srta. Narizinho" ― disse Emília. ― Mas Emília, o que será que significa “Dr. J.? ” ― disse Pedrinho. ― Deve significar Doutor Ja ... Ja ... Jack! ― disse Emília. ― Mas Emília, o que o tal Dr. Jack queria fazer? ― disse Narizinho. ― Ah, essa é fácil! Ontem à noite vi um homem estranho com uma jaqueta preta com um J bem grande 50
atrás falando “Se não fosse aquela boneca enxeridíssima meu plano para separar a turma do Sítio daria certo! Não acredito! Não acredito!".
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Caçadas de Emília Emília, Pedrinho e Narizinho estavam subindo na árvore para enxergar a caverna da Cuca e ver se ela estava tramando alguma coisa. Quando eles estavam olhando a caverna, Emília viu um leão passando embaixo da árvore. Eles pularam da árvore quando o leão saiu e foram atrás dele. Ficaram o seguindo e viram que ele estava indo na direção da casa da Dona Benta. Então eles pegaram um caminho mais curto e foram avisar a ela que tinha um leão no sítio. Dona Benta não acreditou nas crianças e continuou costurando um tecido para fazer uma camiseta para Pedrinho. Pedrinho, Narizinho, Emília, Rabicó e o Visconde resolveram caçar o leão sem avisar Dona Benta. Para isso fizeram um plano: amarrar o animal com uma corda e levá-lo para o Sítio. Depois de um tempo, como o leão não apareceu, decidiram ir para a casa de Dona Benta para almoçar, pois 52
estavam com muita fome. Foi quando viram que a Tia Nastácia estava desmaiada porque levou um susto quando viu o leão pela janela da casa. Rabicó aproveitou, entrou na casa da Dona Benta e comeu muitos doces. Tia Nastácia acabou acordando do desmaio com o barulho que o porco fez e expulsou ele da casa. Quando Emília percebeu que o leão não estava mais no Sítio, exclamou: ― Vamos atrás dele Pedrinho? Dona Benta interrompeu: ― Vocês não vão de jeito nenhum! É muito perigoso! Vocês vão ficar aqui! Pedrinho, Emília e Narizinho não obedeceram e foram atrás do leão sem que Dona Benta soubesse. Quando eles estavam andando no Capoeirão, perceberam o perigo, pois o leão se aproximava. O Rabicó, que era muito medroso, fugiu. Os outros ficaram parados, olhando para o leão. De repente, eles atacaram o leão! Jogaram uma rede nele e amarraram as patas do leão com uma corda. Depois ligaram para a polícia e avisaram que tinham prendido um leão que estava andando pelo Sítio. Os guardas foram até lá junto com umas pessoas do zoológico e levaram o leão embora. 53
Fogo no Sítio! Em um dia belíssimo, Narizinho, Pedrinho e Emília estavam tomando café da manhã, quando Tia Nastácia apareceu na cozinha e disse: ― Carta para o sr. Pedrinho! ― Será que é a resposta do seu primosão Afonzo? ― perguntou Emília. ― Primosão não existe, Emília! ― disse Narizinho. ― Até pode não existir, mas se eu acabei de inventar é lógico que agora existe! ― contrariou Emília ― Até porque ele é alto e gordo! Logo em seguida Pedrinho abriu a carta e leu o que estava escrito: São Paulo, 7 de abril de 1970. Caro Pedrinho, estou quase de férias e logo estarei a caminho do Sítio. Vou embarcar daqui a três dias, às 8h da manhã. Como a viagem demora aproximadamente três horas, mas o motorista faz algumas paradas pelo caminho, não sei que horas vou chegar. Por favor me espere na rodoviária. Até breve! Afonzo.
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― Hoje é que dia? — perguntou Pedrinho. ― Dez de abril! — respondeu Narizinho. A campainha tocou. ― É ele! — gritaram todos de uma vez. Dona Benta abriu a porta, mas era o entregador da farmácia. Ela atendeu o entregador e voltou a conversar com os netos. ― Vovó hoje o Afonzo chega para passar as férias de verão conosco — disse Narizinho. ― OK — respondeu Dona Benta. ― Avise a Nastácia para ela preparar seus bolinhos. As crianças foram para a cozinha ver se Tia Nastácia estava lá, mas a cozinha estava vazia. Então, foram falar com sua avó. ― Vovó você sabe onde Tia Nastácia foi? — perguntou Pedrinho. ― Um... Ahhh! É verdade, ela foi para o mercado! Comprar fubá. Já eram 11 horas e Tia Nastácia não chegava. Dona Benta estava nervosa. Já estava se aproximando a hora do almoço e nada de Tia Nastácia aparecer.
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― Crianças vão atrás da Nastácia, e peçam para o Barnabé levar vocês até a rodoviária. Espero que o Afonzo não tenha chegado ainda! ― Ok. Iremos com prazer nessa missão, gritou Pedrinho com coragem. E saíram todos. Quando viraram a primeira esquina viram a Tia Nastácia conversando com o vendedor de legumes. ― O que a senhora está fazendo aqui? Faz horas que está sumida! — exclamaram todos juntos. ― Eu parei para conversar só um minutinho, não é para tanto! — Tia Nastácia respondeu. ― Meu primo vai chegar hoje e a vovó pediu para a senhora preparar bolinhos para ele! — disse Pedrinho. Em seguida, Tia Nastácia se despediu do vendedor e voltou para o Sítio. As crianças continuaram andando até a casa do tio Barnabé para pedir que ele os levasse à rodoviária. No Sítio, Dona Benta exclamou ao ver Nastácia: ― Até que enfim! Onde você estava Nastácia? ― Conversando com um vendedor, sinhá!
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― Nastácia, vá logo para a cozinha preparar seus bolinhos para o Afonzo! Logo ele chega com as crianças... — pediu Dona Benta. Tia Nastácia foi para a cozinha preparar os bolinhos e depois de meia hora eles estavam prontos. A campainha tocou. Eram as crianças que chegavam junto com Afonzo! Um menino alto e gordo que parecia ser bem comilão. ― Afonzo!!!!!!!!! – exclamou Dona Benta – Que bom que você veio! ― Hummm! Que cheiro bom! ― Afonzo respondeu. ― São para você! ― disse tia Nastácia, mostrando a travessa de bolinhos. Afonzo, sem nada esperar, arrancou a travessa de bolinhos da mão de tia Nastácia, que disse surpresa a Dona Benta: ― Nossa, sinhá! Esse moleque vai me dar trabalho! ― Ô se vai! ― respondeu cochichando Dona Benta. Dois dias se passaram entre brincadeiras e comilanças. Certa tarde, enquanto comia um lanchinho, Afonzo fez a seguinte pergunta a Dona Benta: ― Onde Pedrinho e Narizinho estudam? 57
― Bom, a Narizinho estudava no colégio Rainha da Onça, mas ele fechou no final do ano passado. Por enquanto ela não estuda, pois não há outra escola na região. Já o Pedrinho, seu primo, estuda na cidade ― foi a resposta de Dona Benta. ― O que você acha de construir uma escola aqui no Sítio? — perguntou Afonzo animado ― Eu mesmo poderia dar algumas aulas! ― Você não tem a mesma idade do Pedrinho e da Narizinho? ― Dona Benta perguntou. ― Tenho, mas aposto que eu sei mais do que eles! Meus primos já aprenderam conta de multiplicação, adição, subtração e a conta armada de divisão americana? Pois eu sim! ― respondeu Afonzo. ― Narizinho, Pedrinho!!!! ― chamou Dona Benta ― Venham aqui!!!! ― O que foi? ― perguntou Emília, curiosa. ― Pedrinho, Narizinho, vocês já aprenderam as quatro operações? ― perguntou Afonzo. ― Até eu sei! ― respondeu Emília, e pegando um papel e uma caneta escreveu assim: + sabitbalão -moitidliçaão : X divisam aidação 58
― Viu! — exclamou Emília. ― Está tudo ERRADO! — falou Afonzo irritado ― E eu perguntei se vocês sabiam RESOLVER elas! ― Eu sei adição e subtração ― respondeu Pedrinho. ― Eu também! — respondeu Narizinho. ― Ótimo! ― exclamou Dona Benta. ― Mas pra quê a pergunta? ― perguntou Emília. ― O Afonzo teve a ideia de construir uma escola aqui no Sítio e eu concordei. Ele se ofereceu para ser o professor, mas eu pensei que o Visconde, que é muito inteligente poderia ser. ― Eu tive a ideia, e eu quero ser o professor! ― gritou Afonzo. ― Calma! ― falou Dona Benta ― Você pode ser... você pode ser... ― O assistente! – gritou Emília. ― Pode ser! — gritou Afonzo ficando um pouco mais animado. ― Vamos ter aula de Educação Física? ― perguntou Pedrinho. ― Boa ideia! ― Narizinho respondeu. ― Quem pode ser o professor de Educação Física? ― Dona Benta perguntou. 59
― Que tal eu? — perguntou Emília. ― Não, Emília! Você não sabe nada, e ainda é muito mandona! — retrucou Narizinho. Emília mostrou a língua para Narizinho e a menina de braços cruzados e nariz empinado retribuiu. ― Chega de briga entre vocês! — falou séria Dona Benta — Temos que encontrar um professor de Educação Física. ― Que tal a Mulan? ― perguntou Narizinho. ― Podemos mandar um borboletograma para ela com um pouquinho do pó de Pirlimpimpim para ela chegar até aqui! - disse Emília eufórica. ― Pode ser! ― exclamou Dona Benta ― Vamos fazer isso e depois convidamos o Visconde para ser o professor. ― Legal! ― exclamou Pedrinho. ― Eu também posso estudar? ― perguntou Emília. ― Lógico que sim, Emília! ― respondeu Afonzo. Emília foi enviar o borboletograma, como haviam combinado e depois todos foram convidar Visconde, que aceitou muito contente. O borboletograma dizia o seguinte: 60
"Cara Mulan, seria uma grande honra recebê-la aqui no Sítio do Picapau Amarelo como professora de Educação Física. Vamos construir uma escola para que meus netos possam estudar nas férias. Abraços, Dona Benta... e Pedrinho, Narizinho, Emília, Visconde de Sabugosa, Afonzo e Tia Nastácia." Dona Benta foi à cidade e as crianças, animadas, começaram a fazer o projeto da escola. Narizinho perguntou: ― O que vai ter no projeto? ― Duas salas de aulas, uma para as matérias normais e a outra para Química ― sugeriu Pedrinho. ― Temos que construir duas salas pequena pra sobrar espaço para a quadra de esportes ― falou Afonzo. ― Tem razão! ― disse Narizinho. ― Será que precisamos de banheiro? ― perguntou Emília. ― Não! ― respondeu Narizinho ― Precisamos fazer um projeto bem simples, senão não conseguiremos inaugurar a escola nestas férias! Só temos cinco semanas! ― Você tem razão, mas como vocês vão fazer xixi e cocô? ― perguntou Emília? 61
— XIXI e COCÔ? Emília! Você tem que ser mais discreta! ― retrucou Narizinho ― O correto é "ir ao banheiro", apenas. Quando Dona Benta voltou, Narizinho, Pedrinho, Emília e Afonzo mostraram o projeto para ela, e finalizaram o dia com muita alegria. No dia seguinte, todos foram acordados com os raios de sol bem quentinhos e claros. Já eram 8h e as crianças foram tomar café da manhã, quando perceberam que Dona Benta não estava. ― Aonde foi vovó? ― perguntou Narizinho para Tia Nastácia, pois a menina era inseparável da avó. ― Ela foi comprar os materiais para a construção, sinhazinha, depois foi chamar o Barnabé para ajudar na construção ― respondeu Tia Nastácia. Depois de uma hora, estavam todos varrendo e limpando o espaço aonde seria construída a escola. Quando Dona Benta chegou, pegaram todos os materiais, o projeto e começaram a construir tudo. Depois de alguns dias a escola estava pronta para ser usada. O programa de aulas era o seguinte: às 9h começavam as aulas, paravam para o almoço às 11h, retornavam às 13h e finalizavam às 15h. 62
Mas ainda faltava uma coisa: Mulan. Ninguém sabia se ela viria. No quinto dia, enquanto estavam almoçando e já sem esperanças de ter um professor de Educação Física, alguém tocou a campainha. Era Mulan! ― Boa tarde a todos! — Mulan foi logo dizendo. ― Bem vinda! Entre por favor! ― exclamou Dona Benta, que tinha ido atender a porta. ― Mulan! — gritaram todas as crianças animadas e saíram de seus lugares para cumprimentar a tão esperada professora. ― E o seu marido, Mulan? ― perguntou Narizinho. ― Ele foi para uma batalha que eu não poderia ir ― respondeu ela. ― Eu posso ficar aqui até o final do próximo mês. ― Que ótimo! Nós só vamos dar aulas até o final do próximo mês. ― Quando as aulas começam? ― perguntou Mulan. ― Que horas são? ― disse Dona Benta. ― Meio dia ― respondeu Afonzo. ― O que vocês acham de Mulan comer algo e enquanto vocês começam as aulas? ― sugeriu Dona Benta. 63
― Eu não preciso comer nada, mas para que eu possa me organizar, qual é a programação? ― disse Mulan. ― Segundas, as três primeiras aulas, são de Educação Física. Terças, as duas últimas. Quarta, quinta e sexta, a terceira aula ― respondeu Narizinho. ― Muito obrigada, Narizinho! ― agradeceu Mulan. Como era quarta-feira, Mulan tinha tempo para primeiro conhecer o sítio e depois dar a aula. Ela teria que esperar uma aula apenas. Visconde, Narizinho, Emília, Pedrinho e Afonzo foram ter aula de Química, enquanto Dona Benta foi mostrar o Sítio a Mulan. Primeiro elas foram até a cozinha, onde Tia Nastácia estava cozinhando. ― Sinhá, quem é essa bela moça? — perguntou Tia Nastácia. ― Ela é a Mulan. Mulan, essa é Nastácia, cozinheira do Sítio ― Dona Benta fez as apresentações. ― Prazer dona Nastácia ― cumprimentou Mulan. Dona Benta mostrou o resto do Sítio, inclusive o quarto de Mulan e a escola. Os dias foram passando... Na última segunda-feira das férias, as crianças estavam na aula de Química 64
quando, de repente, apareceu a Cuca, uma bruxa muito má, com o corpo de jacaré, que vive enfeitiçando o pessoal do Sítio e mora no Capoeirão dos Taquaraçus. A Cuca lançou um feitiço bem na poção mais perigosa que o Visconde tinha na mesa, provocando um incêndio terrível. Mulan e dona Benta estavam na cozinha quando viram a fumaceira e saíram correndo para ver o que estava acontecendo. Quando viram que todos estavam dentro da sala que estava pegando fogo, ficaram muito preocupadas e foram correndo buscar a mangueira de água e baldes cheios de água também. Quando o incêndio se apagou, todos saíram pretos de fuligem. Todos menos a Cuca. ― Onde ela está? ― perguntou Narizinho. ― Não sei ― respondeu Pedrinho. ― Ela deve ter saído para não morrer! ― falou Afonzo. ― Tem razão! ― Dona Benta falou. ― Ah, se eu pego aquela bruxa de araque!!! ― disse Emília cheia de raiva. No restante da semana a turma do Sítio limpou o que restou da escola queimada. Dona Benta, que estava 65
gostando da ideia de ter uma escola no sítio, chegou à conclusão de que deveria procurar outra escola para Narizinho. Aliás, ela logo recebeu notícias de que iriam abrir uma no lugar do Colégio Rainha da Onça, e ela iria se chamar Colégio Rainha da Paz. No final das férias, Mulan voltou para sua casa, Pedrinho e Afonzo também, e a tranquilidade voltou a reinar no Sítio do Picapau Amarelo.
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Uma Menina Chega No Sítio Do PicaPau Amarelo Um belo dia, Chapeuzinho Vermelho ia para a casa da sua avó. No caminho ela encontrou o Lobo Mau e ele disse: ― Para onde você vai? ― Para a casa da minha avó. ― Está levando doce? ― Não. Cada um seguiu o seu caminho. O Lobo Mau cortou caminho e chegou na casa da avó da Chapeuzinho, mas a Chapeuzinho seguiu a trilha errada e foi parar no Sítio do Picapau Amarelo. Chapeuzinho percebeu que algo estava errado. Ela precisava se informar e por sorte achou a Emília que estava andando pela trilha. ― Quem é você? ― perguntou Emília. ― Sou a Chapeuzinho Vermelho. 67
― Você está com o Lobo Mau? ― Não, mas como você sabe do Lobo Mau? ― A Dona Benta conta as histórias para a gente. ― Quem é a Dona Benta? ― É a dona do Sítio do Picapau Amarelo e a avó do Pedrinho e da Narizinho. Emília convidou Chapeuzinho para conhecer a turma do Sítio, então foram procurar a Narizinho e a acharam sentada nos galhos de uma jabuticabeira. ― Quem é você? ― falou a Narizinho. ― Sou a Chapeuzinho Vermelho. ― Das histórias da Dona Benta? ― É... parece que sim! ― O que você está fazendo por aqui? ― Eu estava indo para a casa da vovó e no caminho encontrei um lobo. Decidi pegar uma trilha diferente, para ficar longe dele, mas acabei me perdendo e vim parar aqui. Será que vocês podem me ajudar a voltar para casa? As três ficaram conversando por um tempo, até que a Narizinho disse para Chapeuzinho ir com ela procurar o Pedrinho. Narizinho falou: ― Pedrinho é meu primo. Vamos encontrá-lo e juntos tentaremos te ajudar... 68
Chapeuzinho, Narizinho e Emília saíram pela mata chamando por Pedrinho e acharam ele em cima de uma árvore, olhando alguma coisa com um binóculo. Narizinho disse: ― Pedrinho, a Chapeuzinho Vermelho está aqui! ― Quem? ― A Chapeuzinho. ― Das histórias da vovó? ― É ela mesmo. E ela precisa da nossa ajuda para voltar para casa. ― Calma, já estou descendo. — falou Pedrinho. Quando desceu da árvore disse: ― Oi Chapeuzinho! ― falou Pedrinho com vergonha. ― Oi ― respondeu Chapeuzinho também meio sem graça. Emília contou para Pedrinho o que havia acontecido com Chapeuzinho e Narizinho sugeriu que todos fossem comer alguns bolinhos da Tia Nastácia. Pedrinho falou que enquanto eles estivessem comendo iriam bolar um plano para ajudar a menina de capuz vermelho. Todos concordaram, pois estavam com fome. 69
― Tia Nastácia ― disse Pedrinho ―, a Chapeuzinho está aqui e trouxemos ela para experimentar seus bolinhos. ― A Chapeuzinho Vermelho? ― disse espantada Tia Nastácia. ― É, ela mesma. ― Das histórias da Dona Benta? ― Sim. Então Tia Nastácia conversou um pouco com a menina e aproveitou para oferecer, também, um bolo de fubá que tinha feito de manhã. Enquanto as crianças comiam, Nastácia foi atrás de Dona Benta. ― Sinhá, sinhá... a senhora não vai acreditar quem está na cozinha comendo meus bolinhos! A Chapeuzinho Vermelho! — falou Tia Nastácia. ― Sério, das histórias que eu conto? ― Sim, sim! ― Então vamos lá vê-la! As duas foram até a cozinha e Dona Benta falou: ― Oi Chapeuzinho, estou muito feliz de te ver! ― Oi, a senhora deve ser a Dona Benta. ― Sou! Como sabe meu nome? 70
― É porque desde que eu cheguei neste lugar todos me falaram que você conta a história da "Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau". Todos ficaram conversando muito tempo, quando o Pedrinho disse: ― Gente vamos sair e pensar num jeito de Chapeuzinho voltar para sua história. ― Vamos levar bolinhos para sua avó – disse Emília. Narizinho, Emília, Chapeuzinho e Pedrinho foram para debaixo de uma jabuticabeira e Pedrinho sugeriu: — O único caminho que eu conheço que pode levar você até a casa da sua vovozinha é pela caverna da Cuca. Hoje, antes de você aparecer eu vi essa bruxa horrorosa preparando um feitiço de transportar pessoas e acho que foi isso que fez você parar aqui. ― Vamos até lá, então! ― falou a Narizinho. ― Mas antes precisamos nos preparar! ― disse Emília. Todos voltaram para a casa do sítio para pegar suas "armas" e combinaram de se encontrar em meia hora, debaixo da jabuticabeira. Na hora marcada Pedrinho estava lá com sua escopeta e um canivete, Narizinho com 71
um garfo de churrasco e uma corda, Emília com sua colher de madeira e a Chapeuzinho com um dente de lobo. Eles caminharam até um arbusto perto da caverna da Cuca então Pedrinho sugeriu que a Emília ia ser a isca, ou seja, ela ia ser a primeira a entrar na caverna da Cuca para distrair a bruxa, depois eles entrariam de fininho para pegar o livro de feitiços. A Cuca prendeu a Emília assim que ela entrou na caverna. Então o Pedrinho chegou com a corda e prendeu a Cuca com a ajuda da Narizinho. Enquanto o Pedrinho prendia a Cuca, Chapeuzinho cortou a rede que estava sobre a Emília, pegou o livro de feitiços e todos correram de volta para o Sítio, só que quando eles chegaram lá Dona Benta viu eles voltando com o livro de feitiços da Cuca e colocou todos de castigo. Logo a Cuca conseguiu se soltar e foi até o Sítio, louca de raiva, para recuperar seu livro de feitiços. Quando Dona Benta viu a bruxa chegando, chamou as crianças e falou: ― A Cuca está chegando! ― Então vamos tentar matá-la! ― disse Pedrinho. Narizinho falou: ― Emília pega a faca na cozinha, rápido! 72
E assim Emília fez. Emília deu a faca para Pedrinho e ele a jogou contra a Cuca, porém errou a pontaria e acabou acertando a árvore que estava ao lado dela. Neste momento a Cuca levou um susto e pediu para que eles não a matassem. Pedrinho falou: ― Me dê um motivo para não matá-la, sendo que você prendeu a Emília na sua caverna. ― Sim, vou dar um bom motivo, estou arrependida do que fiz e prometo nunca mais fazer algo deste tipo com ninguém. ― Vamos aceitar ou não? — perguntou Pedrinho. Nesse momento Narizinho sugeriu: ― Vamos aceitar sim, assim todos ficarão bem. Pedrinho contou para Cuca que eles aceitariam sua desculpa, mas com algumas condições: mandar a Chapeuzinho de volta para sua casa, deixá-los em paz e nunca mais fazer maldade com ninguém do Sítio, e viver na sua caverna sem fazer maldades.
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A aventura na caverna da Cuca Em uma manhã ensolarada Emília acordou bem cedo e falou: ― Acorda Narizinho! Acorda Pedrinho! Os dois acordaram com sono e perguntaram: ― O que foi Emília? Ela disse contente: ― Hoje é o dia da Bela Adormecida vir para cá! Eles tomaram um susto. Já tinham esquecido que aquele era um dia especial. Desceram para tomar um café da manhã bem gostoso e Dona Benta falou: ― Hoje vocês estão bem animados! Eles responderam: ― Sim! Depois levantaram da mesa bem agitados para esperar a Bela Adormecida. Passaram-se 5 horas e ela não chegava, depois viram no relógio que já era três horas da tarde e Emília perguntou: ― Gente aonde será que ela está? Eles responderam: ― Não sabemos Emília! 74
Quando eles foram para o quarto, Emília viu alguém deitada em sua cama. Logo reconheceu a pessoa e gritou: ― Porque você demorou tanto?! Nós tínhamos combinado que você iria chegar às onze horas da manhã! ― disse Emília irritada. Bela Adormecida nem conseguia responder, pois Emília estava uma fera. Ninguém podia perguntar nada para ela. Quando a boneca se acalmou, Bela Adormecida contou porque chegou tarde: ― Desculpe Emília, eu estava dormindo e nem me lembrei o que tinha combinado! É que eu tenho estado muito preocupada e nervosa. Eu recebi uma carta da Cuca falando que ela tinha sequestrado o príncipe e transformado ele em estátua. Eu chorei muito e quando vi esta cama tão confortável, deitei um pouquinho e acabei pegando no sono... Pedrinho disse: ― Precisamos fazer um plano para conseguir pegar o livro de reverter feitiços da Cuca. Narizinho e Emília falaram: ― Mas como iremos fazer isso? 75
Pedrinho pensou, pensou, pensou e pensou até ter uma ideia e contou: ― Essa noite vamos até a caverna da Cuca e procuramos o livro, mas ninguém pode saber disso. A vovó precisa pensar que estamos dormindo... Quando acabaram a conversa Dona Benta mandou todos irem dormir. Todos resmungaram com cara de quem não queria ir para a cama naquela hora. Mas Dona Benta insistiu tanto que acabou conseguindo o que queria. Mal sabia ela que eles fizeram isso só para disfarçar... Quando anoiteceu, Pedrinho, Emília e Narizinho foram até a caverna da Cuca. Depois de meia hora, eles acharam o livro, mas quando eles iam pegá-lo a Cuca apareceu e perguntou: ― O que vocês estão fazendo em minha caverna a essa hora? Pedrinho respondeu: ― Viemos pegar o seu livro de feitiços! Ela começou a rir e prendeu os três em uma jaula. Pedrinho, Narizinho e Emília gritaram: ― Socorro! Vovó vem nos salvar da Cuca! Alguém está nos ouvindo! 76
A Cuca riu e falou: ― Podem gritar à vontade! Ninguém vai ouvir vocês! De repente Cuca ouviu alguém falar: ― Faça o príncipe virar humano agora! E solte os meus amigos! Cuca olhou para trás e viu a Bela Adormecida, com lágrimas nos olhos. Ela estava abraçando a estátua do príncipe e deu um beijo no rosto da estátua. O feitiço se desfez e a Cuca ficou impressionada. A monstra ainda tentou reverter o feitiço, mas o feitiço bateu em um espelho e voltou para ela e de repente a Cuca virou uma estátua. Ela não desconfiava que o seu feitiço iria dar errado. O príncipe soltou os três e todos voltaram para o Sítio. A Bela Adormecida e o príncipe se despediram e voltaram para suas histórias.
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O T-REX ATACA O SÍTIO DO PICAPAU AMARELO Um grupo de cientistas dos Estados Unidos estava tentando criar um T-Rex. Quando eles conseguiram, o animal pré-histórico destruiu o laboratório e entrou em uma embarcação. O dinossauro era modificado e era mais inteligente que o normal, por isso se escondeu dentro do navio. Ele queria ir para outra terra, pois o exército dos Estados Unidos era muito forte e estava todo atrás dele. Alguns dias depois, no Sítio do Picapau Amarelo, Pedrinho leu no jornal: DINOSSAURO FOGE DO LABORATÓRIO Um T-Rex foge do laboratório do Dr. Teddy. O exército americano e toda a população do país estão em alerta, mas não o acharam nos Estados Unidos. O Dr. Teddy afirma que o dinossauro é muito inteligente, pois é geneticamente modificado, então deve ter embarcado em um navio para alguma outra terra que tem a segurança mais fraca. Habitantes do Brasil, Índia e Cuba devem tomar cuidado! 78
Pedrinho arregalou os olhos, se arrepiou e gritou: ― A gente está correndo perigo! Narizinho, que estava chupando jabuticaba, tomou um susto, caiu da jabuticabeira e exclamou nervosíssima: ― A gente quem!? Pedrinho respondeu sem fôlego: ― A gente o Brasil inteiro! ― fez uma pausa e continuou ― Um T-Rex pode estar a caminho do Brasil, da Índia ou de Cuba! Narizinho, assustadíssima, disse: ― Temos que avisar a vovó! Pedrinho disse num tom divertido: ― Se a gente avisar a vovó ela morre de infarto! — fez uma pausa e continuou num tom sério ― Temos que reunir um exército. Enquanto Pedrinho e Narizinho procuravam Emília, Visconde, Rabicó e Quindim para contar a eles o que haviam descoberto, Emília estava conversando com seus amigos besouros. Os besouros contaram para a boneca sobre a nova sensação da mata: ― Um bicho grandalhão está na mata dos Taquaraçus! 79
No momento em que Emília ia perguntar sobre o bicho, Pedrinho e Narizinho a interromperam e falaram assustadíssimos: ― Um dinossauro, um bicho grandalhão, tem chance de estar aqui no Brasil! Emília ao ouvir isso ser lembrou das palavras dos besouros. “Um bicho grandalhão está na mata dos Taquaraçus”. Ela ficou assustadíssima, mas se lembrou que era feita de pano, se tranquilizou e falou tentando impressionar Pedrinho e Narizinho e parecer pouco preocupada: ― Grande novidade! Os besouros já me disseram que um bicho grandalhão está na mata dos Taquaraçus... Narizinho achou que Emília estivesse mentindo, mas Pedrinho ficou felicíssimo com o que ouviu e queria muito que aquilo fosse verdade, pois teria uma nova aventura. Pedrinho perguntou cheio de emoção: ― Emília, vamos organizar uma caçada para domar o T-Rex? Emília perguntou cheia de dúvida: ― O que é um T-Rex? Pedrinho respondeu: 80
― É o bicho grandalhão que os besouros contaram que está aqui no Sítio! ― esperou um minuto para ver se Emília tinha alguma dúvida, como ela não disse nada, continuou ― Você quer entrar para o nosso exército!? Emília respondeu empolgadíssima: ― Sim!! Pedrinho continuou: ― Ótimo, agora chame Visconde, Rabicó e Quindim. Vamos bolar um plano. Emília saiu correndo. Quando ela chegou, Pedrinho e Narizinho já tinham organizado todo o plano e Pedrinho explicou para os recém-chegados : ― Rabicó irá servir de isca, Quindim prenderá uma corda em seu chifre e a Emília prenderá essa corda nos pés do T-Rex... Quando Pedrinho olhou em volta, viu Rabicó pegando comida do lixo e o puxou de volta para o lugar onde estava contando o plano, depois continuou: ― Quindim corre puxando a corda. Isso vai derrubar o T-Rex, então eu e Narizinho vamos amarrar uma corda na boca dele. Se der alguma coisa errada, Visconde chama a atenção do dinossauro e tentamos prendê-lo de novo. 81
Os seis foram para a mata dos Taquaraçus, procuraram durante horas até que acharam pegadas imensas. Seguiram essas pegadas, todos quietos para não chamar a atenção do animal, até que ouviram um barulho assim “reeeeeeeeeee!!!” Todos arregalaram os olhos, menos Emília e Visconde. Andaram mais um pouco e viram a figura monstruosa, com um boi na boca. Rabicó saiu correndo como um louco, pois não queria ser isca de um monstro tão imenso, mas Pedrinho segurou-o, prometeu que daria a ele duas abóboras enormes se ele fizesse aquilo, e o jogou para frente. O dinossauro saiu correndo em disparada e Rabicó também. Quando o bichão parou para farejar o porco que havia se escondido entre as moitas, Emília agiu conforme o plano: passou despercebida por ele, amarrou a corda nos pés do dinossauro e no chifre do Quindim. Quindim correu rapidamente e o dinossauro caiu, mas se levantou logo em seguida e correu atrás do Quindim. Visconde chamou sua atenção e quando o T-Rex virou a cabeça, Quindim correu novamente e o derrubou. Enquanto ele estava meio zonzo, Pedrinho e Narizinho prenderam uma corda na boca do dinossauro e Pedrinho exclamou para Quindim: 82
― Pode soltar ele! Quindim o obedeceu e o T-Rex levantou com Pedrinho e Narizinho. Pedrinho puxou a corda e o dinossauro abaixou novamente. Os outros integrantes do grupo subiram pela sua cauda, menos Rabicó que estava morrendo de medo. Pedrinho estava tentando domar a fera. Teve um pouco de dificuldade, mas acabou conseguindo. Enquanto isso, na casa do Sítio, Dona Benta sentia o chão tremer toda vez que o T-Rex dava um passo. Ao ver o bicho, saiu de casa correndo e gritou assustadíssima: ― Pedrinho, Narizinho desçam daí!!! Pedrinho disse calmo: ― Não se preocupe vovó. Tia Nastácia foi ver o que estava acontecendo. Quando viu o bicho grandalhão desmaiou. Com o passar do tempo, as pessoas começaram a se acostumar com o T-Rex menos Tia Nastácia e Rabicó. Pedrinho começou a estabelecer uma amizade com o TRex. Toda a tarde as crianças montavam nele e davam uma volta no capoeirão. Um dia Pedrinho acordou e viu o T-Rex encurralado pelo exército do general Bartolomeu. Ele era conhecido 83
como um comandante impiedoso, que arrasava o inimigo a qualquer custo. Pedrinho acordou Dona Benta, que estava dormindo, e disse assustadíssimo: ― O general Bartolomeu e seu exército estão atacando o T-Rex! Dona Benta acordou e, sonolenta, foi com Pedrinho para fora da casa. Lá Dona Benta gritou: ― General Bartolomeu! Solte o dinossauro! O general disse ameaçando: ― Não se intrometa! Dona Benta insistiu: ― Solte o dinossauro! Ele é inofensivo! O general disse sem paciência: ― Isso é uma questão de segurança nacional e além disso Teddy me dará muito dinheiro, então não se intrometa! Dizendo isso, atirou com um lança-granadas no TRex, mas um campo de força o protegeu. O general olhou para cima e viu um disco voador. O disco voador atirou no general e no seu exército, que viraram poeira, e pousou no Sítio. Lá de dentro surgiu um ser verde, com três olhos na testa, quatro braços e duas pernas. Além disso era gordo e baixo. Esse ser disse, com um brilho no olhar: 84
― Eu salvei seu T-Rex, agora eu o levarei para meu planeta. Pedrinho logo choramingou: ― Por favor, não o leve embora! O ET continuou: ― Desculpe, mas tenho que o levar, pois tenho que fazer um experimento para proteger meu planeta do ataque dos Kalgaros. Não se preocupe, não farei mal a ele. Quando Pedrinho ia falar, Dona Benta interrompeuo: ― Pedrinho ele está protegendo o seu planeta... Deixe ele levar o T-Rex... ― ficou sem falar um momento e continuou ― Agora se despeça do dinossauro. Lágrimas escorreram do rosto de Pedrinho e ele abraçou o dinossauro, que lhe deu uma lambida... E o ET abduziu o T-Rex. As pessoas do Sítio do Picapau Amarelo se acostumaram com a falta do T-Rex rapidamente, mas Pedrinho ficou com saudades por muito, mas muito mais tempo do que o resto das pessoas do Sítio.
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Aventura no
Capoeirão dos Taquaraçus Numa bela manhã, Pedrinho acordou, foi até o guarda-roupas e viu que os cadarços de seus tênis estavam amarrados uns aos outros. Então pensou: "Isso só pode ser coisa do Saci!!". Logo em seguida Pedrinho recebeu um borboletograma que dizia as seguintes palavras: Capturei Dona Benta! Se quiserem recuperá-la venham até minha caverna! Assinado: Cuca e Saci. "O Saci está trabalhando para a Cuca?!", pensou Pedrinho. O menino foi falar direto com Narizinho e Emília e exclamou:
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― A Cuca aprisionou vovó e o Saci está trabalhando para ela!!!! Narizinho fez um sinal para o menino se acalmar e em seguida disse: ― Temos que salvá-la! ― Ótima ideia ― falou Emília. ― Temos que nos preparar. Vamos pegar algumas armas ― disse Pedrinho. Eles pegaram algumas armas e alguns equipamentos como: corda, galhos, um saquinho de bolinhas de gude, lamparinas e espetos de churrasco. Chamaram o Rabicó, mas é claro que o porco disse não. Como não teve escolha, acabou aceitando. Em seguida foram falar com o sábio Visconde e ele quis participar. Pedrinho contou seu plano: ― Hoje à noite iremos até a caverna da Cuca e vamos resgatar a vovó, mas temos que sair sem Tia Nastácia perceber, ok? ― Sim, ok! — disseram em uma só voz Emília, Narizinho, Rabicó e Visconde. Às onze da noite Tia Nastácia foi se deitar, mas quase não dormiu porque estava preocupada com Dona Benta, que ainda não voltara para o Sítio. Enquanto ela 87
estava no seu quarto, os cinco saíram rumo à caverna da Cuca, quando chegaram lá viram que Dona Benta não estava na caverna. De repente a Cuca apareceu e ficou furiosa, depois disse: ― O que vocês estão fazendo aqui, pestinhas insolentes! Cadê aquele meu primo imprestável que não está quando preciso dele! Saciiiiii! ― Viemos resgatar Dona Benta! — exclamou Emília. Logo em seguida a Cuca fez um feitiço que transformou Narizinho em estátua, então todos pegaram as armas e começaram a lutar com a monstra. Foi uma luta perigosíssima! Foi PAF, POF, SOC e TUM pra todo lado e no final dessa luta Pedrinho jogou suas bolinhas de gude nos pés da bruxa, que escorregou e caiu no caldeirão. Rapidamente, Pedrinho desfez o feitiço da monstra usando o livro de feitiços dela e Narizinho voltou ao normal. Quando estavam saindo, ouviram um pedido de socorro bem baixinho, vindo do interior da caverna. Voltaram a procurar por Dona Benta e conseguiram achála atrás de um armário. Depois de desamarrá-la e tirar sua mordaça, fugiram daquela caverna horrível e logo estavam em casa. 88
Tia Nastácia já estava preocupadíssima, andando de um lado para o outro no quarto, quando ouviu um toc, toc, toc. Ela abriu a porta e exclamou emocionada: ― Graças a Deus são vocês! Sinhá, eu estava tão preocupada! Eles se abraçaram e Tia Nastácia foi preparar um chá para Dona Benta. Depois disso, voltaram à vida normal e foram mais felizes do que nunca. E foi assim que Pedrinho descobriu que a Cuca e o Saci eram primos.
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O perigo ronda o Sítio do Picapau Amarelo Em um dia ensolarado Pedrinho e Narizinho estavam brincando de esconde-esconde perto da caverna da Cuca. A Emília foi se esconder na caverna da bruxa, a Narizinho se escondeu no tronco de uma árvore e o Pedrinho estava procurando as duas atrás da caverna. Enquanto a brincadeira acontecia, a Cuca estava chegando na sua caverna conversando com o Saci. A Emília ouviu a voz dela e ficou com medo que a bruxa lançasse um feitiço nela. Então, tentou sair de mansinho, mas a Cuca conseguiu vê-la e transformou-a em uma menina de pele, carne e osso. Quando a Cuca percebeu que tinha jogado o feitiço errado, a Emília já tinha saído da caverna e corrido para a casa da Dona Benta. Quando ela chegou, Narizinho e Pedrinho já estavam lá: ― Emília!! É você? — disseram Pedrinho e Narizinho ao mesmo tempo. ― Sim sou eu, disse Emília. 90
― Nossa, como você está diferente! — disse Narizinho com os olhos arregalados. ― O que aconteceu com você? — perguntou Pedrinho. ― Eu estava escondida na caverna da Cuca e ela tentou lançar um feitiço em mim. Vocês têm que me ajudar a me esconder dela! ― disse Emília tremendo. ― Mas não tem ninguém lá fora! ― disse Narizinho. Emília falou aliviada: ― Ufa!!! Aquela bruxa ainda vai se ver comigo! ― Emília, por um acaso você já se viu no espelho? A Cuca não tentou não, lançou mesmo um feitiço em você! — disse Pedrinho. Emília foi até o quarto da Narizinho, se olhou no espelho e gritou desesperada: ― Minha santinha protetora das bonecas de pano!!! Eu estou horrível!!! Narizinho tentou acalmar a boneca e disse: ― Vamos dormir e amanhã a gente tenta encontrar uma solução. E todos foram para a cama. No meio da noite, todos acordaram com um som estranho na porta... Era a Cuca!!! 91
Imediatamente, Pedrinho pegou seu estilingue e foi até a sala. Viu a Cuca e deu uma estilingada nela. A Cuca caiu no chão desmaiada. De repente, o Saci aparece na sala e diz para seu amigo Pedrinho: ― Pode deixar que eu dou um jeito nela. E dizendo isso, fez a Cuca desaparecer e logo em seguida também desapareceu. Todos voltaram para suas camas e dormiram tranquilos pelo resto da noite.
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Um carnotauro invade o Sítio Dentro de uma caverna, nas profundezas da floresta do Sítio do Picapau Amarelo, havia um carnotauro congelado há milhões de anos. Com o aquecimento global, lentamente ele começou a descongelar... Em um belo dia, finalmente, o carnotauro se vê livre e sai loucamente em direção à casa de Dona Benta. Enquanto isso, Pedrinho estava jogando xadrez com Narizinho na sala e Emília estava conversando com seus amigos besouros. De repente ouvem Rabicó gritando desesperado: ― Lagarto gigante!!! O grito dele foi tão alto que todo mundo do Sítio ouviu. Pedrinho, Narizinho e Emília saíram correndo para ver o que era e eles ficaram pasmos ao ver que Rabicó tinha razão. Um carnotauro estava diante dos seus olhos, bocas e narizes! Na hora em que eles pensaram que iriam 93
ser devorados pela gigantesca boca de um dinossauro de 6 metros de comprimento, a louca da Emília mandou-o parar e começou a conversar com ele, para espanto de todos. Depois de algum tempo, Emília virou-se para Pedrinho e Narizinho e falou que ele era mansinho, só estava assustado e querendo voltar para seu tempo Jurássico. Então Pedrinho disse: ― Em primeiro lugar, é claro que a gente vai ajudar ele. Em segundo lugar, desde quando você conversa com dinossauros!? ― Desde sempre. Agora vamos lá ajudar o coitado ― disse Emília com um tom arrogante na voz. ― Mas como? — perguntou Pedrinho. ― Com a ajuda da Cuca, oras bolas! — respondeu Emília. Então eles caminharam até a grande e escura caverna da Cuca! ― Cuca, cadê você? — perguntou Emília empolgadíssima. De repente, das mais escuras sombras da caverna surgiu a terrível Cuca coberta por um manto roxo e exclamou: ― Quem ousa me acordar! 94
― Eu, a maravilhosa Emília, Marquesa de Rabicó e Condessa de Três Estrelinhas! Vim pedir a você que faça um daqueles seus feitiços e leve esse pobre carnotauro para seu tempo Jurássico ― disse Emília com ar de superioridade. A Cuca pensou um pouco e então lhe fez uma proposta: ― Vamos fazer assim... eu vou lutar com seu amigo carnotauro e se eu vencê-lo ele come todos vocês e destrói o Sítio, caso contrário, eu levo este lagarto, que tem muito bafo, para esse tal tempo jurássico. Fechado? ― Sim! — respondeu Emília apertando a mão da Cuca. Então a luta começou. Foi uma grande batalha cheia de magia, poderes, mordidas, cabeçadas, caudadas e pisões, mas no final o carnotauro deu um golpe fatal e derrotou a Cuca. Ela tentou voltar atrás no acordo, mas não teve escolha. Então abriu um portal para a época jurássica. O carnotauro se despediu e em seguida foi para o seu tempo. Como já conheciam as artimanhas da Cuca, Pedrinho, Narizinho e Emília foram embora para a casa de 95
Dona Benta assim que o carnotauro entrou no portal, antes que fossem pegos pela bruxa.
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Príncipe Negro e Seu Urso Em um dia ensolarado, Tia Nastácia notou a falta de alimentos na casa, em seguida ela chamou Dona Benta e disse: ― Sinhá, acabou a comida. Vou fazer compras. ― Está bem Nastácia, mas não demore — respondeu Dona Benta que estava na varanda. Então a negra pegou a sacola e foi às compras. Enquanto isso, Pedrinho, Narizinho, Emília e Rabicó comiam jabuticaba na beira de um riacho. O sol batia no vestido de Narizinho, que era vermelho com uma ponta roxa. Depois de comer uma jabuticaba ela falou: ― É melhor nós pararmos de comer senão vovó irá ficar bravíssima! ― Deixa disso Narizinho, vamos comer ― falou Pedrinho. Mas todos pararam de comer quando viram um carro preto parar na frente da casa. Todos correram para ver quem era e porque o carro estava ali. 97
Quando Dona Benta viu o automóvel foi falar com o dono. Era Mortimer, velho amigo de Dona Benta e experiente encadernador. Ele viera fazer novas capas para os livros dela. ― Mortimer há quanto tempo! ― disse a velha. ―É... eu finalmente consegui atender ao seu pedido ― respondeu o moço. Quando as crianças e o porco chegaram perto, Dona Benta disse: ― Crianças, este é Mortimer, meu antigo amigo e perfeito encadernador. Ele veio consertar os meus livros de culinária. ― Olá crianças, tudo bem? ― exclamou Mo, como também era conhecido. ― Olá! ― responderam Emília, Pedrinho, Narizinho e Rabicó. Quando Mo viu que Emília e Rabicó falavam levou um susto, mas Dona Benta o acalmou dizendo: ― Fique calmo, neste sítio acontecem loucuras! ― Está bem ― respondeu o moço. Todos entraram em casa e Mortimer foi fazer o seu trabalho. Dona Benta acompanhou-o até o escritório e as crianças foram fofocar no quarto de Narizinho. 98
― Esse sujeito me incomoda ― disse a boneca com nojo. ― Emília, você é muito desconfiada! ― respondeu Pedrinho. ― Vamos fazer algo de útil ― retrucou Narizinho. Então todos, inclusive Rabicó, desceram. Quando iam sair para o quintal Dona Benta viu eles e falou: ― Não, não. Mortimer vai ler um trecho de um livro chamado “Coração de Tinta” e eu gostaria muito que você ouvissem. Então ele iniciou a leitura em voz alta e as crianças começaram a ouvir: ― Perto dos muros de Ombra, Príncipe Negro, o rei dos Saltimbancos, ótimo atirador de facas, se instala em uma barraca colorida e faz carinho em seu urso de pele negra... A história soava nos ouvidos das crianças como a realidade. De repente, os personagens Príncipe Negro e seu urso saíram do livro. Assustadíssimo, o Príncipe berrou: ― Quem são vocês! Onde estou! Todos também ficaram muito assustados e se esconderam como puderam. Mortimer se escondeu atrás 99
de uma porta, Narizinho e Pedrinho embaixo da escada, Dona Benta atrás do sofá e Rabicó se escondeu embaixo da mesa. Mas a burra da Emília partiu para a cima do homem negro. Logo ele jogou uma faca na boneca. Emília caiu no chão e não, ela não conseguia se mexer. Narizinho gritou desesperada e correu até ela, pegou-a no colo, tirou a faca de seu pé e chamou por sua avó. ― Fique calma minha neta, já estou indo ― gritou Dona Benta. Quando Príncipe Negro ouviu a voz da velha subiu em seu urso e fugiu montado nele. ― Acho que eu o tirei do livro e sei como mandar ele de volta para sua história. Preciso ler o mesmo trecho da história, mas ele tem que estar perto de mim. Então Pedrinho falou: ― Eu, você, Rabicó e Narizinho vamos prender o príncipe e o urso. Vovó fica aqui, pois Emília está machucada e vovó precisa cuidar dela. ― Mas... ― tentou retrucar Dona Benta. ― Mas nada vovó, iremos e ponto ― disse a menina de nariz arrebitado. 100
Finalmente Dona Benta desistiu e os deixou ir. Pedrinho pegou uma corda e uma faca, Rabicó um canhão feito por Pedrinho, Narizinho pegou outra faca e mais corda e Mortimer um serrote e muito mais corda. Eles se separaram para agilizar a busca. Uma parte do grupo procurou e procurou no Capoeirão dos Taquaraçus. A outra parte foi até um pasto perto dali. Depois de um tempo todos ouviram um bramido. Seguiram o som emitido pelo urso até que chegaram em uma clareira. Nesta clareira estavam os procurados. Pedrinho cercou as áreas norte e nordeste, Narizinho as áreas oeste e noroeste, Rabicó as áreas sul e sudoeste e Mortimer leste e sudeste. Desta forma, conseguiram cercar os inimigos. Pedrinho deu o sinal e todos partiram para cima dos fugitivos. Então Príncipe Negro lançou sua última faca em Pedrinho, mas Narizinho jogou sua faca e derrubou a arma lançada pelo Príncipe Negro, salvando o seu primo. Quando Mo olhou para Rabicó o porco não estava mais lá. O medroso tinha fugido! Sem ligar para o porco, ele enrolou o Príncipe com as cordas, imobilizando-o. 101
Agora só faltava o urso, mas Narizinho e Pedrinho o tinham amarrado com força. Enquanto isso, no Sítio, Dona Benta viu que Mo tinha esquecido o livro sobre a mesa. Imediatamente, ela e Emília, que já estava melhor, foram levar o livro para ele. Na mata, elas ouviram o urso e foram seguindo o som até chegarem no local onde todos estavam. Depois que Príncipe Negro e o urso estavam imobilizados, Mortimer procurou o livro para reler e mandar os fugitivos embora, mas se lembrou de tê-lo esquecido na casa de Dona Benta. “Burro, burro” ele pensou. Gloriosamente Emília e Dona Benta apareceram atrás dele com o livro. ― Vocês me salvaram! ― disse Mo aliviado. Então ele começou a ler: ― Príncipe Negro encontrou seu melhor amigo Dedo Empoeirado e mostrou-lhe seu urso de estimação que tinha o pelo escuro como o breu... De repente os visitantes indesejados foram embora e todos voltaram para a casa do Sítio.
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No final da tarde Tia Nastรกcia chegou e fez bolinhos para todos. Depois de comerem e relembrarem detalhes da aventura vivida naquele dia, todos foram descansar.
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A Cuca Legolas, Aragorn e Gimli estavam a procura de orcs quando chegaram em uma floresta desconhecida. Estavam andando e tentando entender o que havia acontecido quando encontraram um monstrengo assustador que gritou: ― Eu sou a Cuca!!! HAHAHA! Os três começaram a correr, assustados. Quando decidiram atacar, a Cuca tinha desaparecido. Sem entender nada, continuaram andando, tentando voltar para seu mundo, mas foram parar em um lugar completamente estranho... *** No Sítio do Picapau Amarelo, Narizinho, Pedrinho e Emília estavam brincando quando três pessoas apareceram: um anão, um elfo e um homem. Pedrinho perguntou quem eram eles e o elfo respondeu: ― Eu sou Legolas, o anão é Gimli e esse é Aragorn. Nós estamos perdidos, mas enquanto não acharmos um modo de voltar para o nosso mundo, vamos capturar um monstro horrível chamado Cuca. 104
Emília perguntou: ― De onde vocês vieram? Legolas respondeu: ― Eu vim da Floresta das Trevas, Gimli de Erebor e Aragorn de Bri. Enquanto conversavam a Cuca apareceu e começou a lançar uns feitiços. Legolas, Aragorn e Gimli começaram a lutar com ela. Algum tempo depois Pedrinho foi ajudar. Eles começaram a derrotá-la e a Cuca foi embora. Dona Benta apareceu e viu tudo. Depois do susto, os três estranhos se apresentaram, contaram o que havia acontecido e ela disse: ― Vocês podem ficar aqui até conseguirem encontrar uma forma de voltar para suas casas. Mas até lá, as armas ficarão comigo! Depois da conversa, Pedrinho levou Legolas, Aragorn e Gimli até a cozinha para comerem algo. Emília falou: ― Selá que a Dona Benta irá devolver as armas? Narizinho corrigiu: ― ‘’Será’’ Emília! Então Gimli perguntou irritado: ― Onde a Cuca mora?! 105
Emília respondeu: ― Perto do Capoeirão dos Taquaraçus. Narizinho completou: ― E foi lá que nós matamos a onça! ― Pelo visto vocês são bem corajosos e valentes! — espantou-se Gimli, e completou — Talvez possam nos ajudar... Aragorn pensou, pensou e depois falou: ― Nós precisamos ir até lá e matar a Cuca! Pedrinho pensou um pouco e cochichou o seu plano: ― É o seguinte: nós vamos nos dividir, eu e Gimli vamos distrair a Cuca e vocês atacam. Está bem? Todos se olharam, uns para os outros e concordaram, mas Legolas exclamou: ― Nós teremos que construir algumas armas, já que deixamos as nossas com sua avó e ela não vai nos devolver tão fácil. Pedrinho falou: ― Está bem, mas a madeira boa mesmo é a que fica perto da casa da Cuca. Lá ela colocou uma armadilha que só ela sabe desativar, mas ela não sabe que eu também sei como desativar! 106
No dia seguinte, depois de tomarem o café da manhã, Pedrinho falou para Dona Benta que ia mostrar o sítio para os três hóspedes e que talvez demorassem para voltar. Ela desconfiou, mas deixou. Todos saíram animados e quando chegaram na floresta que fica ao redor da caverna da Cuca, Pedrinho começou a desativar as armadilhas. Ele achou que tinha terminado e avisou a todos que já podiam começar a pegar a madeira, mas faltou desativar uma câmera. Dentro da caverna, a Cuca estava vendo e ouvindo tudo. Quando ela ouviu Pedrinho dizer que iam caçá-la, Cuca gritou ferozmente: ― VOCÊS NÃO VÃO ME MATAR!!! Pedrinho ouviu o grito dela então começou a correr e todos começaram a correr atrás dele. Emília perguntou: ― Por que estamos correndo Pedrinho? O garoto respondeu: ― Eu ouvi a Cuca! Ela gritou muito alto e estava uma fera, vocês não ouviram? Acho que não desativei todas as câmeras! Bom, pelo menos pegamos alguma madeira. Quando chegaram no Sítio fizeram arcos, flechas e lanças. Emília deu um jeito de recuperar o machado de 107
Gimli. Pedrinho tinha uma espada que tinha comprado em um antiquário e deu-a para Aragorn. Eles saíram de noite, sem que Tia Nastácia e Dona Benta desconfiassem. Chegaram na gruta da Cuca e ela estava dormindo. No momento em que eles iam atacar o monstrengo acordou. Todos entraram em pânico, mas Pedrinho e Gimli começaram a distrair a Cuca usando suas lanças, enquanto Legolas e Aragorn atacavam com seus arcos e flechas. Depois de algum tempo de luta, a Cuca escapou. ― Vamos voltar para o sítio ― Legolas falou. Todos concordaram e voltaram. Narizinho e Emília estavam inventando coisas para dizer a Dona Benta e Tia Nastácia para que elas não desconfiassem de onde eles tinham andado. Quando os quatro chegaram Dona Benta perguntou: ― Aonde vocês estavam? Gimli respondeu: ― Fomos até caverna da...! — no meio da sua fala, ele percebeu que deveria ter ficado de boca fechada, mas continuou ― Não era para eu falar, mas agora... Fomos à caverna da Cuca. Tia Nastácia exclamou: 108
― Sinhá, sinhá não estou gostando dessa história. Será que ela vai aparecer aqui? Pedrinho exclamou: ― Se ela aparecer eu estou pronto! Dona Benta falou: ― É melhor que esteja pronto mesmo! Pedrinho respondeu: ― Sim vovó! Todos entraram na casa, Dona Benta devolveu as armas para cada um e então Emília usou seu Pó de Pirlimpimpim para fazer Legolas, Aragorn e Gimli voltarem para suas terras.
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Mais fedido do que pum! Numa manhã nublada Pedrinho acordou sentindo um cheiro muito forte e estranho. Ele saiu correndo do quarto e foi direto até Narizinho, que estava na cozinha tomando café da manhã junto com a Emília. Pedrinho perguntou: ― Estão sentindo esse cheiro ruim? Quem será que soltou um pum tão fedido? Narizinho falou: ― Mas eu acho que não é de pum! Emília roendo as unhas falou: ― É o Rabicó, esse porco imundo que nem banho toma. ― Temos que arranjar alguém para dar um banho no Rabicó! Narizinho correu para a sala e foi pesquisar na internet se alguém estava disposto a trabalhar no Sítio para cuidar do Rabicó e viu que Cebolinha estava à procura de emprego. ― Ah! ― disse Emília ― Podemos trazer ele com meu super Pó de Pirlimpimpim. 110
― Não, não e não! Isso nunca dá certo, as pessoas vão parar do outro lado do mundo! — retrucou Pedrinho. ― Mentira, mentira e mentira! Isso só acontece quando eu falo para a pessoa ir para um lugar e você manda ela ir para outro e meu pó fica confuso e a pessoa vai para um lugar que ninguém falou! Pedrinho ficou com raiva da boneca e retrucou: ― Ah é! Não vou pôr rodinhas que brilham no escuro no carrinho de cabrito tão pedido por você, Emília. Quem sabe assim você não discute mais comigo! Narizinho estava observando aquela grande discussão e tomou uma atitude falando: ― Vão continuar com essa briga? Ninguém respondeu nada. De repente eles ouviram um TOC-TOC no assoalho da varanda e logo a campainha fez DING! DONG! As crianças foram abrir a porta e quando uma frestinha estava aberta Rabicó entrou rapidamente. As crianças colocaram o porco para fora porque ele estava muito fedido. Narizinho correu de volta para o computador, mas nesse instante a campainha tocou novamente e Pedrinho foi atender. 111
― Cebolinha!!! Como você veio parar aqui? Nós estávamos justamente querendo falar com você! — Pedrinho falou admirado. ― Vim palar aqui polque estava colendo da Mônica e seu coelhinho e acabei me peldendo. Vocês podem me ajudar a voltar para casa? — respondeu Cebolinha. ― Sim, se você nos ajudar em uma missão impossível — disse Pedrinho. ― Tudo bem, pode me falar. Qual é a missão? ― perguntou Cebolinha. ― A missão é tentar dar um banho naquele porco ali está vendo? ― falou Pedrinho com cara de nojo. ― Ok, deve ser moleza. Vou encher um balde e pegar a bucha e o sabão. Me mostle onde é que eu pego as coisas, por favor. ― Eu pego para você. Pedrinho foi pegar a bucha e o balde para Cebolinha e disse: ― Toma aqui e boa sorte! ― Obligado. Vou lavar aquele bicho e volto já. Tchau! Cebolinha chegou para dar um banho no porco, mas ele estava tão fedido que amarrou o animal na 112
árvore, correu rapidamente até o varal e pegou um pregador para colocar no nariz. Quando o Rabicó olhou para Cebolinha e viu que ele precisou pegar um pregador para colocar no nariz, percebeu que realmente ele precisava de um banho. Então decidiu colaborar e tomar banho sozinho, porque ele estava agindo como um bebê. ― Tá bom, você pode tomar banho sozinho, mas eu pleciso saber se lealmente você tomou banho, senão eu não volto pala minha casa — disse Cebolinha. Cebolinha deitou embaixo da árvore e ficou olhando o Rabicó tomar banho. Quando ele acabou, foram até Narizinho e ela chamou o Pedrinho e a Emília para verem se Rabicó estava realmente limpo. ― Nossa, ele está tão cheiroso que nem parece mais o Rabicó! Acho que está na hora do Cebolinha ir embora — disse Pedrinho. Emília correu até o quarto, pegou o Pó de Pirlimpimpim e mandou Cebolinha de volta para casa.
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O desastre dos personagens Emília, Pedrinho e Narizinho estavam no Capoeirão dos Taquaraçus, sentados embaixo de uma árvore, quando Pedrinho disse: ― Ai que tédio! Ah! Narizinho, eu ouvi falar de uma invenção revolucionária que traz personagens de histórias diferentes ― comentou Pedrinho. ― Nós podemos pedir ao Visconde para que ele monte uma engenhoca dessa para a gente!! ― se empolgou Narizinho. ― Cof-cof! Vocês já têm eu no grupo! Podiam me dar o nome de Emília espertíssima! ― a boneca de pano criticou. ― Emília, ou você caiu do telhado e bateu a cabeça, ou você está louca! ― exclamou Narizinho indignada. ― Ei! Está me chamando de burra??? ― perguntou Emília irritada. ― Não... ― disse Narizinho sarcasticamente ― Mas, vamos chamar o Visconde. ― Tudo bem... ― disse Emília ― Se vocês preferem aquele sabugo de cartola... 114
Eles foram chamar o espertíssimo do Visconde. ― Visconde!! ― chamou Narizinho ― Vem aqui!! Visconde não foi, então Pedrinho insistiu: ― Vou lhe dar uma roupa nova de palha... Não deu nem tempo de terminar a frase e Visconde chegou lá correndo. ― Me chamou? ― disse Visconde. ― Sim. Nós queremos pedir uma coisa. Aliás, não é um pedido, é uma ordem! ― disse Emília com aquele seu jeito mandão. ― O quê? ― Construa uma máquina para nós? ― disse Emília. ― Como assim? Aah... NÃO!!!! Da última vez que eu construí uma máquina para vocês... ― Nós destruímos o Sítio... Eu sei! Mas é uma máquina INOFENSIVA!!!! ― Nananinaninanão!!! ― Por favor! ― Tudo bem... ― Yes!!! ― Mas... aliás... ― perguntou Visconde ― Para que serve essa máquina? 115
― É que o Pedrinho ouviu falar de uma máquina que transporta os personagens de histórias para onde você quiser. ― Porque não me falaram antes!!!! Eu acabei de montar uma dessas para trazer o Albert Einstein para o Sítio e não deu certo. Só depois eu descobri que só funciona com personagens!! Que injustiça! Eu ia destruir a máquina... ― NÃO!!! ― Calma... Porém, já que vocês querem a máquina, podem ficar com ela. ― IUPI!!! E onde ela está?? ― Atrás da cortina do meu laboratório. Emília, Narizinho e Pedrinho já estavam escolhendo os personagens que iriam transportar para o Sítio... ― Eu vou trazer a Bela Adormecida e a Rapunzel – disse Narizinho. ― E eu, a Bela ― Emília disse. ― Já eu trarei a Fera e o Harry Potter!! ― disse Pedrinho animado. Eles abriram a cortina e...
THADAM!!! !
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A máquina estava ali! Digitaram os nomes dos personagens e... POW!!!
Ouviram uma explosão dentro da máquina! A porta se abriu e todos os personagens que eles haviam digitado saíram lá de dentro! ― Onde eu estou? ― perguntou Bela. ― Quem ousa me acordar do meu sono profundo!!!??? ― berrou Bela Adormecida. ― Eu estava dando um susto num sujeito que ousou entrar no meu jardim!! ― reclamou a Fera. ― E a raiz quadrada de mil é... Vocês sabem que eu acabei de sumir de uma sala com mais de 20 alunos? ― alertou Harry Potter. Pedrinho estava sem palavras. Então, Narizinho disse: ― Olá, eu sou Lúcia, mas podem me chamar de Narizinho. Este é o Pedrinho, meu primo. Esta é Emília, minha boneca e aquele ali é o Visconde de Sabugosa. Foi 117
ele quem construiu a máquina que trouxe vocês até o Sítio do Picapau Amarelo! Queríamos muito conhecer vocês, por isso trouxemos todos até aqui... Sigam-me. Todos obedeceram a Narizinho, ainda espantados com o que havia acontecido. ― Este é Marques de Rabicó, esta é a Tia Nastácia e esta é a vó Benta... ― disse Narizinho, apresentando os outros moradores do Sítio. Quando se virou para trás viu Rapunzel penteando o cabelo, Fera assustando o Marquês, Bela dançando e Harry Poter fazendo magias Narizinho ficou muito brava! ― Quer saber, se vocês não prestam atenção em mim, não irei dar atenção a vocês!!!! ― O que... Ah, tá... desculpe... ― disseram todos juntos. “Grosseiros”, pensou Narizinho. Depois levou os personagens para dentro de casa e ofereceu um lanche a eles. Enquanto comiam, Pedrinho ficou lendo o jornal e viu a fotografia de um leão com a seguinte manchete: “ Leão a solta no Capoeirão dos Taquaraçus.” 118
― Galera, olha só isso: “Leão a solta no Capoeirão dos Taquaraçus.”... Será que... ― Sim! ― disse Narizinho ― Vamos... Ou... ― Ou o quê? ― Reunião!!! ― Narizinho chamou Pedrinho e Emília em um canto da sala e disse ― Nós podemos convidar os personagens para caçar o leão!!!! Será uma grande aventura! ― Booa!! ― exclamou Emília ― Mas vamos sair amanhã às 9h quando a vovó tiver saído para fazer compras na cidade. Todos concordaram com a proposta da Emília. Passaram o restante do dia conversando e mostrando o Sítio. Na manhã seguinte, conforme o combinado, Pedrinho reuniu os personagens e disse: ― Meus visitantes... Vocês vêm comigo! E Pedrinho saiu com todos os personagens, seguido por Narizinho e Emília. Eles foram até a entrada da floresta e...
ROAAR!! ! 119
Ouviram o rugido de um leão! Os personagens ficaram muito assustados. Pedrinho contou o que leu no jornal e pediu a ajuda deles para caçar o animal fugitivo. Harry Potter disse: ― Temos de trabalhar em grupo. Caminharam mais um pouco pela floresta até que avistaram o rei da selva. Então, Bela dançou para distrair o leão, Rapunzel aproveitou e amarrou o leão com seu cabelo, mas ele se debatia ferozmente tentando se soltar. Nisso, Fera deu um susto no bicho com seu rugido mais poderoso e Harry Potter fez uma magia para que o leão sumisse. Pedrinho, Narizinho e Emília ficaram boquiabertos (até entrou uma mosca na boca de Pedrinho!), e com os olhos maiores do que o de uma coruja. Eles nem precisaram fazer nada! ― Acho que eles aprenderam que cinco pessoas são melhores do que uma! ― disse Narizinho. ― Eu não acredito que eles fizeram isso! Uou! ― Pedrinho exclamou. ― Deixe de ser cético Pedrinho ― disse Harry Potter. 120
― Podemos ir para casa? Estou com sono... ― disse Bela Adormecida. ― Claro!!― disse Emília. Eles foram para casa antes que a Dona Benta voltasse das compras. Tia Nastácia preparou um delicioso almoço e depois de comerem, Pedrinho mandou-os de volta para suas histórias.
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UM LEÃO APARECE NO SÍTIO Em um belo dia de sol, no Sítio de Dona Benta, Pedrinho, Emília, Narizinho e Rabicó estavam brincando de esconde-esconde no quintal, quando chegou o jornaleiro para entregar jornal com notícias do dia. Então, Pedrinho resolveu ler o jornal e ficou espantado com a manchete, que afirmava que um leão havia fugido do zoológico Xequiná que era muito próximo do Sítio de Dona Benta. E assim decidiu parar a brincadeira e chamar os outros para contar a novidade. Pedrinho disse: ― Pessoal, vocês não sabem o que acabei de ler na manchete de hoje! ― O que? — exclamou a boneca falante! ― Que um leão fugiu do zoológico Xequiná e está vindo direto para o Sítio de nossa avó — respondeu Pedrinho. ― E agora? — gritaram todos.
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― Precisamos bolar um plano para que ele não venha até aqui — disse Narizinho. ― Mas precisamos pensar neste plano dentro de casa, pois estaremos mais seguros — retrucou Pedrinho. ― Assim podemos pedir para Tia Nastácia fazer alguns bolinhos de chuva — falou Rabicó. E assim fizeram... As crianças entraram dentro de casa e começaram a bolar um plano enquanto comiam os bolinhos. Escreveram tudo em um papel escondendo dentro do bolso do macacão de Pedrinho, para que Dona Benta não visse e acabasse brigando com eles, dando um fim no plano mirabolante. Saíram de casa dizendo para Dona Benta que iriam brincar no quintal. Desta forma ela não desconfiaria de nada e eles poderiam ir à caça do tal animal. Narizinho levou uma corda, Pedrinho uma pedra, Emília um martelo e Rabicó bolinhos de chuva pois o porquinho faminto poderia sentir fome. Decidiram ficar em cima de uma árvore para assim conseguirem observar melhor a hora que o leão aparecesse. Se passaram duas horas e nada. Esperaram mais um tempo até que o animal apareceu e Emília gritou: 123
― Atacaaaar. Todos ouviram o comando e foram para cima do leão. Emília e Pedrinho foram pelo meio, Rabicó foi pela esquerda e Narizinho pela direita, não deixando rota de fuga para ele. Emília subiu em cima para dominá-lo, Pedrinho amarrou suas patas, Narizinho ficou de olho vendo se Tia Nastácia e Dona Benta iriam aparecer. E o Rabicó ficou em cima da árvore jogando bolinhos de chuva para o leão. Dez minutos se passaram e o animal estava imobilizado, mas ainda teriam que amansá-lo para poder levá-lo para casa. E o inesperado acabou acontecendo. O bicho de tanto comer bolinhos de chuva ficou satisfeito, pois estava com muita fome. Por esse motivo resolveu ser amigo das crianças do Sítio!!! ― Ele só segue meus comandos — disse Emília. Pedrinho e Narizinho disseram: ― Queremos ver!!! Neste momento, Emília deu um comando simples, pedindo que o animal desse uma voltinha em torno dela e o leão obedeceu. Emília argumentou: 124
― Viu só! Agora ele irá para o Sítio com a gente e vamos ver a cara de Tia Nastácia e Dona Benta quando nos vir montados no nosso novo amigo. ― Mas tudo isso aconteceu graças aos bolinhos de chuva que fui jogando para ele, não esqueça disso viu sua boneca irritante — retrucou Rabicó. — Tááááá, eu sei disso — respondeu Emília. — Agora vamos embora!!! E todos voltaram para o Sítio em cima do leão cantando uma música feliz. Quando eles estavam bem próximos do Sítio, Dona Benta e Tia Nastácia ouviram as crianças cantarolando e foram olhar pela janela para ver o que estava acontecendo. Se deparam com a cena mais estranha que já viram na vida, levaram um susto e desmaiaram. Algum tempo passou até que elas acordassem com o leão lambendo o rosto delas, e isso foi o suficiente para que desmaiassem novamente. Emília, chocada com o ocorrido, falou: ― Vamos acordá-las jogando um pouco de água no rosto! E foi o que fizeram. 125
Imediatamente as duas acordaram e as crianças explicaram tudo o que havia acontecido naquele dia. As senhoras entenderam, porÊm, continuaram um pouco assustadas. Mas acabou ficando tudo bem entre eles.
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O livro Certo dia, Narizinho estava embaixo de uma jabuticabeira lendo a história “Cinderela”. Quando ela voltou para casa acabou esquecendo o livro na árvore que ficava no Capoeirão dos Taquaraçus. A garota foi dormir. De manhã, Narizinho acordou com um berro de Tia Nastácia: ― Socorro!!!! Sinhá!!!!! Venha cá!!!!! ― O que é que há Nastácia??? ― disse Dona Benta. ― Um rato!!!! E-e-ele é peludo, gordo, está usando uma camisa amarela e um gorro verde!!!! ― respondeu a negra. Dona Benta chegou na cozinha e disse: ― Ai!!! Que exagero mulher!!! É só um ratinho parecido com aquele lá... sabe... da história da.... ― Cinderela!!!!! ― disseram as crianças ao mesmo tempo. Dona Benta e Tia Nastácia foram correndo para a porta que era de onde Emília, Narizinho e Pedrinho haviam gritado. 127
Quando elas chegaram lá viram Cinderela. As crianças ficaram tão empolgadas que Narizinho disse: ― Eu vou te ensinar a subir em jabuticabeiras e pegar os frutos dela!!!! ― Eu vou te ensinar a pescar, mas não vai ser perto do Reino das Águas Claras!!! Não queremos pescar o Doutor Cara de Coruja!!! ― disse Emília. E por fim Pedrinho disse: ― E eu vou te ensinar a caçar!!! Depois que todos eles terminaram de falar, ela mesma disse: ― Pessoal na verdade eu vim para pedir ajuda, não para visitar. ― Mas o que foi que aconteceu? — perguntaram eles. ― Quando sai do livro que a Narizinho esqueceu na árvore, a Cuca pegou os meus sapatinhos de cristal que tem magia da fada madrinha. E ela quer usar para fazer o mal!!! Eu preciso da ajuda de vocês para recuperá-los. ― Está bem, nós ajudamos ― disseram as crianças. Mas Dona Benta não concordou com a ideia pois era muito perigoso, principalmente porque envolvia a Cuca. Então eles precisariam sair escondidos, à noite, 128
disfarçados, enquanto Dona Benta estava dormindo. Cinderela e Narizinho não concordaram com isso. Pedrinho e Emília perderam muito tempo convencendo elas de que sair escondido e disfarçado, enquanto Dona Benta dormia, não era errado, pois era para o bem de todos. No fim, elas acabaram indo, mas contrariadas. As meninas e a boneca de pano andaram, andaram e andaram na direção que Pedrinho as levava, pois o menino dizia que estava seguindo as pegadas da Cuca, até que chegaram na caverna e descobriram que as habilidades de caça dele eram realmente boas. Narizinho subiu em uma árvore que por acaso era uma do tipo que ela costumava subir. Da árvore ela pulou para o teto da caverna e ficou pulando lá sem parar. Enquanto Narizinho distraia a fera, Emília pegou um galho, arrancou um pedaço de linha velha e meio solta que havia em seus pés, amarrou no galho e pescou o sapatinho de Cinderela. Em seguida, saíram em disparada pela floresta. Mas o que as crianças não imaginavam era que a Cuca se sentiria mais incomodada do que deveria e acabaria saindo para ver o que estava acontecendo. Acabou vendo os quatro fugindo e gritou bem alto: 129
― Vândalos!!!! Ladrõezinhos!!!!!! Eu vou pegar vocês!!!!!! POW
Ela jogou um vaso esperando que acertasse algum deles, mas não acertou. Todos chegaram exaustos no Sítio. Haviam se aventurado e se divertido muito. Cinderela quebrou o sapatinho e usou a magia para dar um coelho para Narizinho, um ursinho de pelúcia para Emília e um carrinho de brinquedo para Pedrinho. Então, de repente, Harry Potter desceu do céu com sua vassoura para levar Cinderela de volta para o livro com um feitiço. Mas ela não queria ir embora, pois havia feito bons amigos naquele lugar. Então o jovem bruxo teve que transformá-la em uma rã e prendê-la na vassoura, para conseguir colocá-la de volta no livro. Em seguida, foi subindo na direção do céu até desaparecer.
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Os Jedi no Sítio do Picapau Amarelo Em uma belíssima manhã, Pedrinho, Emília, Narizinho, Dona Benta e Tia Nastácia estavam tomando café, quando duas sombras escondem o sol do dia. Quando Pedrinho viu que as sombras pareciam estar caindo ele disse: ― Olhem! O que é aquilo!?
BUM!!! Pedrinho ouviu um barulho de metal se quebrando e de vidro também e viu que eram as naves 2.84 CK a nave de Anakin Skywalker e 8.64 CK, a nave de Obi-Wan Kenobi. Pedrinho correu para dentro de casa e disse: ― Venham ver isto! São as naves 2.84 CK e 8.64 CK. As naves de Anakim Skywalker e Obi-Wan Kenobi! Todos foram para o quintal ver. Pedrinho tinha razão. Eram eles. Um dos homens falou: 131
― Nos ajude garoto! Pedrinho pediu para todos ajudarem e conseguiram tirá-los das naves. Com dificuldade, mas conseguiram. Depois disso, Pedrinho, curioso, perguntou: ― Vocês são Obi-Wan e Anakin? E um dos homens falou: ― Sim garoto nós somos. Eu sou Obi-Wan Kenobi e esse é o meu aprendiz Anakin Skywalker. Nós fomos atingidos pela nave mãe de Lord Sirius, Darth Mow e Bim Extrim Uld. A força da gravidade nos puxou para este planeta que vocês chamam de Terra. Por isso pedimos desculpas por ter destruído a floresta em frente a sua casa senhora. Precisamos voltar para nosso “planeta natal”, mas nossas naves estão quebradas, vocês conseguem nos ajudar a fazer outra? E Pedrinho disse: ― A gente não tem material, mas naquela caverna velha, suja e empoeirada da Cuca deve ter alguma coisa e... Dona Benta interrompeu: ― Ah, mas vocês não vão na caverna da Cuca nem hoje, nem nunca!! ― Mas vovó! — falou Pedrinho. 132
― Nem “mas” nem meio “mas”!!! ― exclamou Dona Benta. Quando já era meia noite, Pedrinho levantou da cama, vestiu sua roupa e acordou Emília, Narizinho, ObiWan e Anakin sem fazer barulho. Reuniu todos no seu quarto e falou sussurrando: ― Vamos até a caverna da Cuca ver se encontramos algo. ― Mas você não ouviu o que a vovó disse? Nós não podemos! — falaram Emília e Narizinho juntas — É perigoso demais! ― Só que a vovó não vai saber... — falou Pedrinho com um sorriso nos lábios. Todos saíram escondidos pela porta dos fundos, sem fazer nenhum barulhinho sequer. Ao alcançarem o quintal, saíram correndo com suas lanternas e Anakin e Obi-Wan Kenobi com seus sabres de luz. Quando chegaram na caverna da Cuca, Pedrinho protestou: ― Mas que droga! A Cuca ativou o sistema de segurança! ― Isso não é problema... — disse Anakin — os sabres de luz derretem essas grades de alumínio. 133
Pedrinho ficou de boca aberta quando os Jedi literalmente recortaram as grades de alumínio. Eles entraram em silêncio e viram um pote escrito “METAL” e guardaram no saco que tinham trazido. Depois viram outro pote com “CARBONO” e pegaram. Outro com “ESSÊNCIA DE FOGO” e muitas outras poções que seriam necessárias para fazerem uma nave. Como a Cuca não estava na caverna, as crianças aproveitaram e jogaram os líquidos, pós, melecas e tudo o que encontraram no caldeirão e formou-se um líquido verde e fedorento. Separaram aquilo tudo em dois recipientes e deram para os Jedi, pedindo-lhes que jogassem o conteúdo no gramado. Feito isso, duas naves começaram a se formar no chão. Anakin e Obi-Wan Kenobi mal podiam acreditar no que viam. Quando as naves estavam completamente formadas os dois prepararam-se para partir. Pedrinho perguntou: ― Vocês vão voltar, não vão? ― Não sei garoto, mas espere o destino acontecer, meu jovem e caro padawan. Pedrinho pergunta para o Obi-Wan: ― O que é um padawan? 134
― Bom ― disse Obi-Wan ―, padawan é como se fosse o “aprendiz” de um Jedi. Em seguida, os Jedi entraram na nave e voaram pelo meio das constelações. Emília, Narizinho e Pedrinho voltaram para casa e tudo voltou a ser como era antes.
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O Sítio recebe os Jedis Em um dia, Tia Nastácia estava preparando o almoço quando uma nave caiu no Sítio do Picapau Amarelo. Todos saíram da casa e viram muita fumaça, então decidiram ir até o local para ver o que tinha acontecido. Quando a poeira abaixou, viram uma nave com um alienígena saindo de dentro. Pedrinho reconheceu o ser e disse: ― Ei! Espera aí!! Eu conheço ele! É meu amigo Yoda!! Dona Benta achou uma honra conhecer um ser de outro planeta. Enquanto todos estavam conversando uma voz saiu da nave dizendo: ― Você se esqueceu de mim!! Yoda abriu a porta da nave e saiu o seu amigo Anakin Skywalker. Pedrinho perguntou para Dona Benta: ― Eles podem passar a noite aqui? Por favor! Dona Benta respondeu: ― Se você achar um lugar para eles dormirem, podem.
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Pedrinho ficou bem animado. O garoto propôs jogar futebol depois de almoçar. Yoda e Anakin adoraram a ideia. Então, disseram ao mesmo tempo: ― Por que estamos aqui parados?! Vamos almoçar logo!! Depois de almoçarem, foram jogar futebol e depois de jogarem uma partida deram o apelido “artilheiro” para Yoda, pois achavam que ele era um jogador de futebol completo. No dia seguinte, Darth Vader localizou Yoda e Anakin. Foi logo para lá, mas quando chegou a nave estava quebradíssima e ao invés de pousar no Sítio, ele perdeu o controle e pousou na caverna da Cuca. Quando chegou lá, viu a dona da caverna e ela disse: ― Quem é você? ― Eu sou Darth Vader e você é do bem ou do mal? Se você é do mal, me ajude a matar algumas pessoas. Elas estão em um Sítio aqui perto. ― Se são as pessoas do Sítio, sim — disse Cuca. ― Ok. Vamos lá então ― disse Vader.
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Os dois foram para o Sítio encontrar Yoda e Anakin. Mas é claro que a Cuca estava mesmo interessada era nas crianças, e não nos dois seres intergalácticos. Quando chegaram no Sítio, Darth Vader viu seus inimigos se divertindo tanto com o jogo de futebol, que reconsiderou suas intenções. E os quatro tiveram uma ótima ideia: jogar futebol com Pedrinho e seus amigos. Quem não gostou muito da ideia foi a Cuca, que voltou para a caverna resmungando. ― Mas vamos dividir os times de forma equilibrada, agora que Yoda e Anakin já conhecem o jogo ― disse Pedrinho. Logo depois de jogarem futebol, os três se despediram de todos do Sítio e cada um foi para sua casa, mas eles voltam ao Sítio para brincar com Pedrinho de tempos em tempos.
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A busca à cadela!!! No Sítio de Dona Benta acontecem as maiores aventuras. Em uma quarta-feira, Pedrinho estava construindo uma engenhoca que deu o nome de Guadelopetro e quando foi testar Emília interrompeu-o dizendo: ― Que negócio é esse? Pedrinho respondeu com uma cara de que ela não era inteligente: ― O guadelopetro? Emília respondeu levantando uma sobrancelha maior do que a outra: ― É uma mistura do quê? Antes de Pedrinho responder, Emília interrompeu-o dizendo: ― Ah, deixa pra lá... Tenho uma notícia melhor! Pedrinho falou: ― O quê? 139
Emília respondeu animadíssima: ― Eu pedi para vovó.... Comprar uma cachorrinha! Pedrinho respondeu: ― Que legal! Ela concordou? ― Eu convenci ela. A vovó já está na cidade e vai trazer quando voltar. Emília foi contar para os outros animadíssima. Ela gritou para Narizinho que estava pendurada na jabuticabeira: ― A Lilica chegou!!!! ― Mas quem é Lilica? — perguntou Narizinho. ― Lilica, é a nova cadela de estimação do Sítio! — respondeu Emília. ― Puxa, que legal! — disse muito feliz Narizinho descendo da jabuticabeira. De longe Narizinho e Emília avistaram Dona Benta que estava chegando exausta da cidade. ― Emília, essa é a Lilica, a cadela que você tanto desejava ― disse Dona Benta. ― Nossa! Ela é a cadela mais fofa que já conheci! — disse a boneca toda emocionada. ― Já encomendei tudo o que ela precisa. Enquanto não chega, já que o vendedor me disse que tudo chegará 140
na sexta, você precisa arrumar um lugar para ela dormir — disse Dona Benta. Emília obedeceu e fez tudo o que a cachorrinha tinha direito. Naquela mesma noite, à meia noite, Emília acordou assustada, olhou para o lado e não viu Lilica. Fazendo o maior escândalo, gritou para Pedrinho e para a Narizinho: ― A Lilica sumiu!!! Pedrinho falou: ― Deixa eu dormir só mais um pouquinho. Emília falou irritadíssima: ― Levante daí seu molengalenga!! Pedrinho levantou-se e Narizinho também. Emília estava saindo em direção da porta e Narizinho disse, olhando pela janela: ― Emília, olhe ali! Eles foram para o quintal e andaram até uma das jabuticabeiras. Narizinho falou: ― Ali em cima da árvore! Como ela foi parar lá? Pedrinho foi de fininho e conseguiu pegar Lilica. Eles voltaram para o Sítio às três horas da manhã e dona Benta estava na sala, preocupada. Assim que as crianças contaram como capturaram Lilica, foram para o quarto 141
dormir. De manhĂŁ, Tia NastĂĄcia acordou e fez deliciosos bolinhos de chuva. Todos comeram e foram brincar no quintal com Lilica.
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Um elefante foge do circo Num belo dia Pedrinho, Narizinho e Emília estavam tomando café da manhã e quando terminaram foram brincar no quintal. Ouviram um barulho estranho e saíram correndo para dentro de casa. No dia seguinte, foram para o mesmo lugar onde ouviram o barulho e viram algumas pegadas. Seguiram as pegadas e foram parar dentro da Mata dos Taquaraçus. As pegadas eram parecidas com as de um elefante. Continuaram seguindo as pegadas, mas quando chegaram perto do grande animal ele foi embora dali e eles não conseguiram mais achá-lo. Voltaram para casa cansados de tanto andar atrás do animal e foram tomar banho, jantaram e foram dormir. Quando acordaram, na manhã seguinte, foram escovar os dentes, tomar café e saíram de novo para procurar o bicho. Não acharam nada, mas na hora que estavam voltando para casa viram um carro estacionado na porteira e dois homens falando com Dona Benta. Eles diziam que um elefante fugiu do circo e disseram que ele tinha ido parar no Sítio. 143
Dona Benta ficou assustada, mas Pedrinho e Narizinho foram até ela e ajudaram a avó a se acalmar. Emília voltou a procurar o elefante até que o achou e deixou ele escondido de todos até os homens do circo irem embora. Depois de alguns dias, o circo ficou sabendo que a turma do sítio tinha achado o elefante Quindim e foram buscar o animal. Quando eles chegaram lá, viram o elefante com Emília e fizeram um acordo com Dona Benta, que pagou uma fortuna pelo animal para que ele pudesse ficar no Sítio.
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As aventuras de Soluço e Banguela no Sítio do Picapau Amarelo Soluço era um guerreiro viking, que vivia numa aldeia em que conviviam pacificamente humanos e dragões. Certo dia, Soluço estava preocupado porque tinha um vilão que queria pegar Banguela, seu dragão. Então, ele teve uma ideia e disse para o dragão: ― Que tal irmos para o Sítio do Picapau Amarelo? A gente podia tirar umas férias, aproveitar para visitar Pedrinho e, quem sabe, nos livrar dessa gente querendo raptar você. *** Enquanto isso, no Sítio, Emília estava brincado de pega-pega quando o telefone da casa começou a tocar “TRIIMM”!! A boneca correu para atender: ― Sou eu a Emília, quem está falando? O Soluço, então, respondeu: ― Olá, aqui é o Soluço. Tudo bem com o pessoal do Sítio, Emília? ― Sim e com vocês? Qual é o motivo da ligação? 145
― Estamos em perigo! ― Como assim, perigo? O que aconteceu? O que vocês fizeram de errado? ― Aqui na minha aldeia apareceu um vilão que quer levar o meu dragão. Por isso, eu pensei em passar uma semana com vocês? Posso? ― Siiiimmmm! Quando você chega? ― Amanhã à noite estaremos ai! Não esqueça de avisar Dona Benta. ― Combinado!! E, mais tranquilo, o guerreiro foi dormir. No dia seguinte, quando ele acordou, fez as malas e seguiu rumo ao Sítio. Soluço se acomodou nas costas do amigo dragão, que bateu as asas e os levou às alturas. Em algumas horas, os dois chegaram no Sítio! ― Nossa, que demora! Vocês atrasaram muito, já estávamos quase indo jantar! — disse Emília muito brava. Soluço respondeu: ― Calma! Por que você está tão nervosa? É que eu precisei parar algumas vezes para o Banguela descansar um pouco. 146
E todos que já estavam sentados na mesa de jantar, deram risada. Neste momento, Pedrinho perguntou: ― A Emília nos contou o que está acontecendo e que vocês estão em perigo. Como podemos ajudá-los? ― Depois eu explico melhor, vamos jantar que estou com fome — disse Soluço. Depois da refeição, Narizinho sugeriu: ― Que tal a gente ir dormir e resolver isso amanhã? Todos concordaram! No dia seguinte, a turma acordou assustada, ouvindo uns barulhos. Soluço chamou Narizinho, Emília, Pedrinho e Rabicó e correu para fora para montar no Banguela. Enquanto saia, gritava para os amigos: ― Venham nos ajudar! Não conseguimos acabar com eles sozinhos! Pedrinho disse: ― Vem Rabicó, você é o meu dragão... Rabicó estava com tanto medo que soltou um pum bem na hora em que o dragão inimigo passava ao seu lado. Pedrinho comemorou: ― Parabéns Rabicó, você espantou o dragão fantasma com apenas um pum! O ruim foi o cheiro que ficou. 147
― Isso não importa! O que importa é que conseguimos espantar o dragão fantasma! — disse Soluço. E assim todos puderam comemorar a vitória e aproveitar o tempo que passaram juntos com Soluço e Banguela.
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