Pictogramas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CURSO DE GRADUAÇÃO DESENHO INDUSTRIAL HISTÓRIA DA TÉCNICA E DO DESENHO INDUSTRIAL

CAMILA ALVES MOREIRA CAROLINA PAULINO ROSA BURTET DORIGUETO THAÍS VASCONCELOS DOS SANTOS VINICIUS VASCONCELOS FERRAZ

Trabalho da disciplina História da Técnica e do Desenho Industrial, ministrada pela professora Letícia Pedruzzi, do curso de graduação Desenho Industrial da Universidade Federal do Espírito Santo.

VITÓRIA Junho/2010 2


Sumário

Introdução.............................................................................................................................. 04 Origens................................................................................................................................... 05 Uso moderno......................................................................................................................... 07 ISOTYPE..................................................................................................................... 07 Sinalização nos transportes................................................................................................... 10 Design para jogos olímpicos................................................................................................... 12 Tóquio....................................................................................................................... 12 México....................................................................................................................... 13 Munique.................................................................................................................... 14 Releitura dos pictogramas..................................................................................................... 16 Keith Haring............................................................................................................... 16 Poptogramas............................................................................................................. 17 Conclusão .............................................................................................................................. 18 Bibliografia ............................................................................................................................ 20

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Introdução

Um pictograma ou pictógrafo são palavras derivadas de

Um pictograma representa de um modo simplificado um objeto, o

pictografia, composta de pictus do latim (pintado, gravado) e graphis do

qual pode ser mais ou menos icônico (mais ou menos semelhante como o

grego (impressão, escrita). Pictografia é um símbolo que representa um

modelo real), mas importa acima de tudo que seja perceptível pelo maior

objeto ou conceito por meio de desenhos figurativos, sendo uma forma

número possível de utentes. É também necessário um entendimento

de escrita pela qual idéias são transmitidas através de desenhos. Suas

global do sistema a desenvolver, para depois conceber individualmente

origens na antiguidade são a escrita cuneiforme e dos hieróglifos, mas sua

pictogramas coerentes que contribuam para a uniformização geral.

principal origem na modernidade foi o sistema de representação pictórica

(CUNHA LIMA, Ricardo, páginas 1 a 3)

internacional desenvolvido em Viena pelo movimento ISOTYPE. (CUNHA LIMA, Ricardo, página 1; Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa – O Globo, página 545) Atualmente, o uso do pictograma tem sido muito freqüente na sinalização de locais públicos, na infografia, e em várias representações esquemáticas de diversas peças de design gráfico. (CUNHA LIMA, Ricardo, páginas 1 a 3)

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Origens Inicialmente símbolos de escrita foram baseados em pictogramas

A primeira diz respeito às escritas que permanecem figurativas,

(imagens que lembram o que significa) e os ideogramas (símbolos que

isto é, estas escritas não sofreram alterações importantes, mesmo ao

representam idéias). Estima-se que a escrita, no sentido de uma

longo dos séculos, pois seus sinais, embora estilizados, mantiveram-se no

verdadeira preservação do pensamento e da fala, começou a existir no

estado pictórico. Um exemplo é a escrita chinesa. (FRUTIGER, Adrian,

momento em que desenhos ou sinais surgiram relacionados diretamente

página 88)

com as sílabas, palavras ou frases pronunciadas. (FRUTIGER, Adrian, página 87)

Evolução da escrita chinesa.

Calcula-se que os primeiros “escribas” tenham vivido no quinto milênio antes de Cristo, na região do Oriente Médio, com a ajuda dos pictogramas esquematizavam objetos, datas e ações. No entanto, a escrita propriamente dita nasceu apenas no momento em que começaram a organizar e alinhar os sinais lado a lado ou um sobre o outro, correspondendo à evolução linear dos seus pensamentos. Desse modo pouco a pouco foram surgindo fileiras de sinais que graças ao seu constante uso, desenvolveram-se até formar as culturas de escrita contínua. (FRUTIGER, Adrian, página 87) Seguramente os pictogramas são a origem de todas as escritas resultantes de um desenvolvimento natural. Os estudos das diferentes e lentas formas de evolução, que conduziram ao registro gráfico de uma linguagem, permitem a caracterização de duas categorias principais. (FRUTIGER, Adrian, página 88) 5


Já a segunda categoria são as escritas “alfabéticas”, escritas estas que sofreram transformações em que o traço foi reduzido à simplificação extrema. Um exemplo é o alfabeto latino. (FRUTIGER, Adrian, página 88 e 89) Evolução da escrita ocidental de acordo com a linha do tempo.

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Uso moderno

O uso moderno dos pictogramas foi gerado a partir da demanda de a criação de uma comunicação rápida e simples e fácil aplicação e

do ISOTYPE trabalhando para Otto Neurath. (CUNHA LIMA, Ricardo, páginas 1 e 2)

independente da origem do observador, isto é, universal. Sendo a principal dificuldade é a busca por símbolos de igual entendimento entre

ISOTYPE

o mundo ocidental e o oriental devido à existência de culturas completamente diferentes. (MEGGS, Philip, página 538)

No começo do século XX, o cientista social Otto Neurathe sua

Mas com a globalização e o crescimento excessivo dos centros

equipe, desenvolveu um sistema de linguagem pictórica que ultrapassou

urbanos foi possível a utilização de pictogramas de grande alcance de

barreiras culturais, que almejou substituir a representação tipográfica da

compreensão. Por mais que os observadores não saibam ler, ou venham

linguagem falada, devido sua forma sintética, clara e direta, eliminando

de origens diferentes. (MEGGS, Philip, página 538)

ou diminuindo os limites culturais, denominada ISOTYPE (International

Um dos primeiros locais a buscar esse fácil entendimento foram as áreas de transporte público, como os grandes aeroportos

System of TYpographic Picture Education). (CUNHA LIMA, Ricardo, páginas 1 a 5)

internacionais. Locais onde a comunicação é essencial para o seu

Após o final da Primeira Guerra Mundial, Otto Neurath ocupou a

funcionamento e a presença de um público extremamente variado. Surge

diretoria do novo Museu de Economia de Guerra em Leipzig, em Viena.

assim a busca por um sistema universal de pictogramas de real

Inicia experiências com informação pictórica utilizando textos, diagramas

efetividade. (MEGGS, Philip, página 538)

e tabelas estatísticas, pretendendo educar a população acerca das

O primeiro sistema de representação pictórica internacional foi desenvolvido pelo movimento ISOTYPE, que teve início nos anos de 1920,

questões econômicas mais facilmente. (CUNHA LIMA, Ricardo, páginas 1 a 5)

encabeçado por Otto Neurath, em Viena. Os desenhos dos pictogramas

Ocorrem revoluções em Viena que culminam com o fim da

modernos são uma evolução das gravuras de Gerd Arntz que participou

monarquia e o nascimento da República da Bavária, encerrando as atividades do Museu de Economia de Guerra. Por questões políticas, Otto 7


Neurath, passa um período curto na prisão e após a ascensão dos sociais

Em 1931 Neurath é convidado a cirar um Museu de Economia e

democratas ao poder, em 1919, inicia-se a fase conhecida como Viena

Sociedade em Moscou, e seu método de estatística unindo linguagem

Vermelha. Nesse momento, um programa do governo de reforma social,

visual é adotado oficialmente pelo estado soviético. A essa altura as

baseado em educação, é instituído em Viena e Neurath é nomeado

exposições são criadas com elementos gráficos padronizados e

Secretário Geral do Instituto de Economia Social, onde se dedica a uma

reproduzíveis. (CUNHA LIMA, Ricardo, páginas 1 a 5)

importante cooperativa habitacional. (CUNHA LIMA, Ricardo, página 1 a 5)

A partir de 1934, a repressão e perseguição aos socialistas pelo

Em 1924, ocorre a criação do Museu de Economia e Sociedade, a

nazi-facismo é acentuada, obrigando Nerath a exilar-se na cidade de Haia,

qual foi idealizada por Neurath, e a retomada das pesquisas em educação

na Holanda, e prosseguindo seu trabalho cria a Fundação Internacional

visual feita pelo mesmo, resultando no que posteriormente veio a ficar

para a Educação Visual. Entre 1936 e 1938, publica o Internacional Picture

conhecido como ISOTYPE, cuja aceitação do projeto toma proporções

Language, descrevendo o sistema ISOTYOE, e o seu livro De moderne

internacionais. (CUNHA LIMA, Ricardo, páginas 1 a 5)

mensh onstaat ( A criação do Homem Moderno). (CUNHA LIMA, Ricardo,

Em 1928 Neurath convida o artista plástico e gravador Gerd Arntz

páginas 1 a 5)

para trabalhar no museu, tendo papel primordial sobre a criação das representações figurativas do sistema. Arntz foi escolhido por Neurath devido a simplicidade formal de seu trabalho, reconhecido após vistitar sua exposição em 1926. (CUNHA LIMA, Ricardo, páginas 1 a 5)

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Após a expansão do nazi-facismo na Europa, em 1940, Neurath foge em direção ao porto de Schenveningen, mas é interceptado por um navio destroyer britânico, o qual o leva à Inglaterra, onde começa a ensinar em Oxford, e onde funda o Instituto ISOTYPE, produzindo exposições, documentários filmados e vários livros. Em 1945, Otto Neurath morre subitamente, mas Marie Neurath, sua esposa, continua o projeto ISOTYPE. (CUNHA LIMA, Ricardo, páginas 1 a 5) O sistema ISOTYPE era composto por uma determinada configuração de símbolos pictográficos que Neurath chamava de signos, que poderiam ser modificados dependendo do contexto da informação escrita. Os símbolos eram projetados para serem auto-explicativos, sintéticos (para ocorrer uma sensação de generalidade). (CUNHA LIMA, Ricardo, páginas 1 a 5)

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Sinalização nos transportes

Em 1974 o Departamento dos Transportes dos Estados Unidos (DOT) contratou o American Institute of Graphic Arts (Instituto Americano

designers poderiam a partir de então trabalhar abordando necessidades de comunicação universal. Esta foi uma referência mundial.

de Artes Gráficas) (AIGA), a mais antiga organização profissional de design

A meta de construção utilizada ao longo de todo o projeto dos

gráfico do país, para criar um conjunto-mestre de 34 símbolos voltados a

símbolos foi a clareza de imagem. O conjunto de pictogramas foi

passageiros e pedestres para o uso em espaços destinados ao transporte

projetado e desenhado por Roger Cook (n.1930) e Don Shanosky (n.1937).

em todo o mundo, como o objetivo de transpor barreiras culturais

(MEGGS, Philip, página: 538)

lingüísticas e simplificar mensagens básicas. (MEGGS, Philip, página: 538) Esse conjunto recebeu um dos primeiros “Presidential Design

Os símbolos combinavam coerência visual de linha, configuração, peso e forma.

Award, e mais tarde 16 novos símbolos foram adicionados em 1979. Eles se tornaram padrão para símbolos off-the-shelf (festival de escrita e leitura realizado todos os anos em Sheffield, Reino Unido) utilizados nos catálogos das empresas. (1) Após compilação e levantamento dos pictogramas desenvolvidos até então. Um comitê de cinco designers: Seymour Chwast, Rudolph de Harak, John Lees, Massimo Vignelli e tendo como destaque Thomas H. Geismar, na avaliação e consultoria do projeto. Entretanto, todos os citados, eram designers reconhecidos. Com a união do DOT e do AIGA pode-se projetar pictogramas que

À cima alguns exemplos do DOT pictogramas; representando, da esquerda para a direita: "escada rolante (para cima)," Berçário" e “transporte terrestre"

serviriam posteriormente como um excelente exemplo de como os

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Sinais AIGA e membros símbolos da comissão: Thomas Geismar, Seymour Chwast, Rudolph de Harak, John Lees e Massimo Vignelli.

Designers de produção: Roger Cook e Don Shanosky Page, Arbitrio e Resen, Ltd.

Coordenadores do projeto: Don Moyer e Moyer Karen Mark Ackley e Dugdale Juanita (2)

Hoje, o DOT pictogramas é utilizado em locais como aeroportos, estações de trem, hotéis e outros locais públicos para estrangeiros turistas, sendo bem mais fáceis de identificar do que seqüências de texto. (MEGGS, Philip, página: 538)

(1) http://www.aiga.org/content.cfm/symbol-signs.

Acessado

em

Acessado

em

18/06/2010. (2) http://www.aiga.org/content.cfm/symbol-signs. 18/06/2010. 11


Design para jogos Olímpicos Os pictogramas são figuras estilizadas que transmitem facilmente

Para os jogos olímpicos de Tóquio foi concebido um conjunto que

uma informação, para eventos mundiais, como as Olimpíadas, deixaram

incluía 20 pictogramas para as diferentes modalidades de esportes e 39

bastante inteligível a comunicação aos visitantes e participantes que

informações gerais desenvolvidos pelo designer gráficoYamashita Yoshiro

geralmente são um publico com enorme diversidade de línguas e culturas.

em parceria com o diretor de arte Masasa Katzumie. (1)

(MEGGS, Philip, página 539) Entre muitas campanhas excelentes, os programas de design que se destacaram foram os desenvolvidos para a Olimpíada de Tóquio, em 1964, na Cidade do México, em 1968 e em Munique, em Estas foram marcos na evolução dos sistemas gráficos. (MEGGS, Philip, página 539)

TÓQUIO

Após as primeiras tentativas em 1956 nos Jogos Olímpicos de Melbourne, um sistema fechado de símbolos foi concebido pela primeira vez em 1964, quando pictogramas foram introduzidos nos jogos olímpicos de Tóquio.

Não só em quantidade, mas também em qualidade que faz desta

O valor deste sistema como um meio universalmente inteligível

série de pictogramas uma linguagem. E isto é acontece porque pela

de informações em vez de mensagens verbais multilíngue, foi tão eficaz

primeira vez reúnem se as condições linquisticas de utilizar alguns poucos

que todos os jogos seguintes não puderam ignorá-lo e o adotaram. (1)

elementos gráficos para referir-se a um numero amplo de referencias ( esporte e serviços) e através de sua articulação combinatória. (2) 12


Este processo pioneiro facilitou a comunicação por semelhança de representação dos diferentes esportes, sempre consistente em uma determinada atividade, posição ou movimento do corpo humano, o utilizando no instrumento e em um espaço determinado. (2) Os pictogramas de Tóquio em 1964 representam uma interessante situação na transição na percepção visual, por um lado aparecem formas bem sugestivas tais como a representação de alguma parte do corpo e pela ausência de traços, confia-se na imaginação do receptor, por outro lado permanece sendo um recurso de representação analógica que nos lembra o cinema em preto e branco e as experiências com jogos de sombras, por exemplo. (2) As experiências de Tóquio reforçada com a experiência posterior MÉXICO

dos pictogramas desenvolvidos por Paul Arthur para a Expo em 1967 de Montreal poderiam ter até construído um ponto de partida para o

A 19ª Olimpíada aconteceria numa das maiores cidades do

desenho do sistema simbólico para os jogos do México, Porém os

mundo, porém sem um espaço apropriado para o evento, o sistema de

mexicanos preferiram criar sua própria linguagem e criar novos

design tinha que ser desenvolvido por toda cidade. Após analisar todo o

pictogramas de acordo com a arte e cultura local. (2)

problema Lance Wyman determinou que a solução deveria refletir a

Para a sinalização exterior, foi desenvolvido um sistema completo

herança artística e cultural do México. Fez-se então um estudo sobre a

de componentes funcionais modulares com partes intermutáveis. Estes

cultura e a arte popular do México e Wyman chegou a conclusão que ele

combinam sinalização de instruções e de identificação. A cor foi usada

que usaria linhas múltiplas repetidas para formar padrões e matizes vivos,

com fins decorativos e pragmáticos. O objetivo deste sistema foi criar um

ou seja, elementos que, segundo ele, representariam o México. (MEGGS,

sistema de sinalética completamente unificado, de fácil compreensão e

Philip, página 539) 13


com a flexibilidade necessária para o maior número possível de aplicações. (MEGGS, Philip, página 539) A principal diferença entre o sistema pictográfico de 1968 e os de Tóquio é que os ícones dos jogos de Tóquio incorporou a figura humana inteira com linhas em negrito, já os ícones dos jogos da Cidade do México focava detalhes mais expressivo como parte do corpo dos atletas ou de equipamentos, criação de imagens semelhante ao encontrado em hieróglifos mexicanos de culturas pré-hispânicas. (3)

MUNIQUE Otl Aicher dirigiu uma equipe de design no desenvolvimento e Os pictogramas da Olimpíadas de Munique em 1972, criados pelo

implementação de um programa de design mais formal e sistematizado.

diretor da Escola Superior de grafismo, Ulm Olt Aicher, estabelecem um

Um manual de identificação estabeleceu as normas para o uso dos

ponto para positivo evolução do desenho olímpico e para a sinalização de

símbolos, uma configuração de uma espiral radiando os raios do sol

grandes instalações em geral. (MEGGS, Philip, página 540)

centrada por baixo dos anéis olímpicos e demarcada por duas linhas verticais. A tipografia selecionado foi Univers e um sistema de redes de publicação estabeleceu-se. (MEGGS, Philip, página 540) Se os jogo do México representaram a vontade de criar um sistema de imagem global indentificadora da cultura mexicana, os jogos de Munique significaram não apenas isto, mas consolidaram também o uso dos pictogramas nos acontecimentos sociais e nas grandes instalações publicas. (2) Nos novos pictogramas de Aicher existe uma mudança de extrutura importante, substitui-se as abstrações simplificadas das 14


posições físicas dos atletas dos pictogramas de Tóquio, por uma estrutura que se forma pela composição de apenas quatro elementos: cabeça, tronco e braços, cintura e pernas, configurando assim todas as diversas posições do atleta em movimento. (2) Uma prova do sucesso e da qualidade dos pictogramas de Olt Aicher se dá pelo fato de que os organizadores dos jogos de Montreal, em 1976, decidiram utilizar como base representativa para o desenho de seus pictogramas o que havia estabelecido Monique. Assim como em Montreal, outros eventos esportivos se inspiraram nas formas compositivas estabelecidas em Munique. (2)

(1)http://olympic-museum.de/pictograms/Picto1964.htm, acessado em 17/06/2010 (2)http://olympicstudies.uab.es/pdf/wp011_spa.pdf,

acessado

em

20/06/2010 (3)http://olympic-museum.de/design/lancewyman/wyman.htm, acessado em 15/06/2010 15


Releitura dos pictogramas Os pictogramas com o passar dos tempos acabaram por

Sua carreira foi dedicada a arte pública. Entre 1980 e 1985 Haring

enveredar em diferentes tipos de uso. Passaram a não serem mais meros

produziu centenas de desenhos públicos no sistema de metrô da cidade.

meios comunicação direta.

Desenhos esses com linhas rápidas e rítmicas.

As novas utilizações englobam variações na sua aplicação em

Em 1986 Haring abriu o Pop Shop, loja na qual eram vendidos

obras de arte, tais como as do Keith Haring, e até mesmo variações

produtos como camisetas, brinquedos, imãs tendo suas imagens. Para o

partindo para o lado da comunicação viral, isto é, permanece as

artista a loja era uma extensão de seu trabalho e por isso pintou todo o

características principais do pictograma em si, a sua funcionalidade,

interior, transformando-se num grande mural.

porém no objetivo que houveram grandes mudanças. Permanece a idéia de uma imagem simples, monocromática de fácil aplicação, e principalmente de rápida e simples percepção, mas a mensagem em si que sofreu drástica mudança, esta passa a ser variada, indo muitas vezes para o lado cômico.

Ao longo da carreira, Haring dedicou grande parte do tempo as obras públicas, muitas das quais foram criadas para instituições de caridade, hospitais, centros infantis, creches e orfanatos. O trabalho de Haring foi apresentado em mais de 100 exposições individuais e coletivas ao longo de sua breve e intensa carreira. Por expressar conceitos universais do nascimento, morte, amor, sexo e

KEITH HARING

guerra, através de suas linhas, Haring foi capaz de atrair um grande público e garantir a acessibilidade e a permanência de seu poder de

Keith Haring é um exemplo de artista que utiliza linguagem pictográfica em seus trabalhos, formado na Escola de Artes Visuais de

imaginação, que se tornou universalmente reconhecidos como linguagem visual do século 20. (1)

Nova York (SVA) foi um artista atuante na década de 1980.

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como TRIP e BONS FLUIDOS. Atualmente é designer da revista PLAYBOY. (4)

Jackson 5 Mural Crack is Wack, 1986

POPTOGRAMAS

Poptogramas são os pictogramas pop. Isto é, eles representam de forma cômica a mensagem passada. Podem vir a representam bandas,

Mamonas Assassinas

cantores e cantoras pop. (2) No Brasil, o designer Daniel Motta tem dois livros publicados sobre o assunto: Poptogramas (2005) e Poptogramas Brasilis (2008), estes livros funcionam como uma espécie de quiz, onde numa página a pessoa

(1) http://www.haring.com; acesso em 15/06/10

vê o poptograma e tenta descobrir de quem se trata, na página seguinte

(2) http://www.poptogramas.com.br/; acesso em 15/06/2010

vem a resposta. (2, 3 e 4) Nascido em 1980, Daniel Motta é formado técnico em Artes Gráficas pelo SENAI, fundou a revista Zero e trabalhou em publicações

(3) http://www.flickr.com/photos/poptogramas/; acesso em 15/06/2010 (4) http://www.danielmotta.com.br/; acesso em 15/06/2010 17


Conclusão

É possível perceber assim, a partir deste trabalho, a importância

algo novo, criativo, porém que possua uma linguagem simples e rápida de

dos pictogramas na sociedade moderna. Pois com a globalização e o

entendimento por parte do público. Temos como exemplos cartazes de

crescimento excessivo dos centros urbanos foi possível a utilização de

filmes, campanhas e até mesmo logotipos.

pictogramas de grande alcance de compreensão. Por mais que os observadores não saibam ler, ou venham de origens diferentes.

Mesmo sem saber a temática do filme os pictogramas tornam clara a idéia de ressaltar as diferenças entre os sexos.

Apesar de a palavra pictografia ser um símbolo que representa um objeto ou conceito por meio de desenhos figurativos, sendo uma forma de escrita pela qual idéias são transmitidas através de desenhos. Ela possuí ainda inúmeras aplicações. Sua principal importância na história é observada na evolução da escrita e no que possibilitou a vir a ser linguagem não mais simplesmente falada e sim a escrita. Vindo a se tornar algo vital no mundo, que é a escrita. Mas este trabalho buscou ressaltar principalmente o uso moderno dos pictogramas. Servindo não mais somente para a comunicação em si, mas em produções artísticas. Vindo a serem utilizados como forma de expressão de inúmeras criações. Outro uso moderno observado é a sua utilização na publicidade e em identidades visuais. Em ambos os casos os pictogramas são um soluções para criações em que o objetivo é a compreensão direta e rápida

Cartaz do filme “The Ugly Truth”.

por grande público. Este é talvez, o maior dos dilemas de um design criar 18


A utilização de uma imagem simples que representa uma arvore pode ser entendida em todo mundo, independente da origem do observador.

Logotipo da Editora Abril.

Identidade visual da campanha do Criança Esperança.

Outro exemplo é a utilização de pictogramas que representam o feminino e o masculino para mostrar a abrangência da campanha do Criança Esperança. Pois fica claro que esta companha está voltada ao social, as crianças, aos meninos e meninas; mesmo que a pessoa que observa não saiba ler ela irá compreender a mensagem.

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Bibliografia

http://www.aiga.org/content.cfm/symbol-signs;

Livros:

acessado

MEGGS, Philip B e PURVIS, Alston W. A história do design gráfico. 1ª

18/06/2010.

edição. São Paulo: Cosac Naify, 2009.

http://olympic-museum.de/pictograms/Picto1964.htm;

em

acessado

em

17/06/2010. FRUTIGER, Adrian. Sinais e Símbolos; desenho, projeto e significado. 1ª

http://olympicstudies.uab.es/pdf/wp011_spa.pdf;

edição. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

20/06/2010.

acessado

http://olympic-museum.de/design/lancewyman/wyman.htm;

acessado

em 15/06/2010.

Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa – O Globo

em

Artigos:

CUNHA LIMA, Ricardo, Otto Neurath e o legado do ISOTYPE.

Sites:

http://www.haring.com; acessado em 15/06/10. http://www.poptogramas.com.br/; acessado em 15/06/2010. http://www.flickr.com/photos/poptogramas/; acessado em 15/06/2010. http://www.danielmotta.com.br/; acesso em 15/06/2010. http://www.aiga.org/content.cfm/symbol-signs;

acessado

em

18/06/2010.

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